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Bloqueio neiroeixo Subaraqnóideo e Peridural Com exceção da vértebra C1, as demais são formadas por: - corpo vertebral - arco vertebral - canal vertebral ________________________________________________ Revisão anatômica Esqueleto Axial Coluna vertebral + cabeça + esterno = Thais Passos - T1 ECC 2 Coluna vertebral Composta por 33 vértebras - 7 cervicais - 12 torácicas - 5 lombares - 5 sacrais - 4 coccígeas Técnica de punção A posição ideal para ter acesso ao neuroeixo pelos processos espinhosos é que estejam paralelos - de T5 a T9 a angulação dos processos espinhosos dificulta a punção mediana - de T1 a T4 e de T10 a T12 a angulação dos processos espinhosos favorece a punção mediana - de L1 a L5 também favorece. Curvaturas - Cervical: convexa ventralmente = LORDOSE - Torácica: côncava ventralmente = CIFOSE - Lombar: convexa ventralmente = LORDOSE - Pélvica: côncava ventralmente = CIFOSE _________________________________________________________ O sacro articula-se superiormente com a 5˚ vértebra lombar e inferiormente com o cóccix É a fusão de 5 vértebras e apresenta 4 fases sendo 2 laterais, uma anterior e uma posterior #OBS: Usa o hiato sacro como acesso ao espaço epidural em crianças [Peridural caudal ou Epidural sacra] - medula da criança é mais longa. Thais Passos - T1 ECC 2 #OBS: é no disco interarticular onde ocorrem as hérnias de disco. MEDULA Ocupa a maior parte do canal vertebral saindo do forame magno até a primeira vértebra lombar. *em geral no adulto. O canal vertebral se estende além do término da medula - até S2, então, existe nesses espaço do canal vertebral (sem medula) raízes nervosas/ meninges. RELAÇÃO DOS NERVOS ESPINAIS COM AS VÉRTEBRAS _________________________________________________________ - Cone medular: porção final e afunilada da medula - Filamento terminal: delgado filamento meníngeo que dá suporte longitudinal à cauda equina - Cauda equina: meninges e raízes nervosas dos nervos espinhais - contém nervos correspondentes aos segmentos lombares (5), sacrais (5) e coccígeo (1). A partir de L3 e L4 em crianças e L1 e L2 em adultos. Camadas da medula Thais Passos - T1 ECC 2 #OBS: raqui tem efeito mais rápido pois ela fura a dura-mater e coloca a droga na intimidade (no liquor), enquanto a peridural demora um pouco mais porque atravessa apenas o ligamento amarelo e não ultrapassa a dura-mater. O 1˚ nervo cervical emerge entre o crânio e o Atlas (C1) e os nervos cervicais C2 a C7 continuam emergindo através do canal vertebral ACIMA da vértebra O 8˚ nervo (C8) emerge entre C7 e T1, e os demais nervos saem ABAIXO da vértebra correspondente. Estrutura dos nervos espinais Propriedades do líquor _________________________________________________________ Dermátomos Representam a sensibilidade cutânea e a correspondência com as raízes espinais. Thais Passos - T1 ECC 2 LÍQUOR - Circula pelo espaço subaracnóideo entre a aracnóide a pia-mater - É produzido pelo plexo coróide e pelo epitélio dos ventrículos e espaço subaracnóideo - É reabsorvido nos vilos aracnóides DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO Caminho para atingir o espaço subaracnóideo: Principais anestésicos locais e fatores que influenciam em sua dispersão O espaço subaracnóide está localizado abaixo da aracnóide, entre a pia-mater. Pele - subcutâneo - ligamento supraespinhoso - ligamento intraespinhoso e conjuntivo - ligamento amarelo - espaço epidural - dura mater - espaço subdural - aracnoide - espaço subaracnóideo. _________________________________________________________ Bloqueio do Neiroeixo Alterações fisiológicas - A ligação dos anestésicos locais ao tecido nervoso interrompe a transmissão nervosa resultando em bloqueio neural. - A anestesia do neuroeixo bloqueia a parte simpática e somática (sensitiva e motora) do SN, juntamente com os reflexos compensatórios e atividade parassimpática sem oposição. - A regressão do bloqueio segue a ordem inversa: função motora, seguida pela sensibilidade tátil, sensibilidade dolorosa e sensação ao frio. Anestesia subaracnóidea ou Raquianestesia Administrada em pequeno volume de solução, anestesia no espaço subaracnóide - onde se encontra o LCR (abaixo do cone medular - de L1 a L2) causando anestesia e bloqueio motores completos. *indicada para cirurgias abdominais e de MMII Thais Passos - T1 ECC 2 Como encontrar a via mediana Manter o mandril até atingir o espaço subaracnóideo Injeção não deve causar dor ou parestesias Paciente em DDH ou Trendelemburg Volume de anestésico variável para procedimento - nível desejado, tempo cirúrgico, tempo de recuperação #OBS: - paciente sentado: líquor com maior pressão = líquor sai com mais clareza pelo canhão da agulha ("pinga mais rápido") - agulha biselada: menos lesão de fibra, menor chance de perda de líquor quando tirar a agulha e menor chance de cefaleia pós-raqui - a cefaleia pós-raqui está diretamente ligada ao diâmetro da agulha: quanto mais grossa maior a chance de ter cefaleia - Com o indicador, palpa-se a crista ilíaca e, com o polegar, concomitantemente palpa-se a apófise espinhosa na linha imaginária que une as duas cristas ilíacas. Essa linha geralmente passa pela apófise espinhosa de L4. No espaço desejado faz-se infiltração - A punção da pele inicialmente é perpendicular a ela e, posteriormente, se for necessário, uma inclinação de 5 a 10 graus deve ser feita em sentido cefálico Ao chegar no espaço subaracnóideo, deve-se esperar pelo gotejamento do líquido cefalorraquidiano _________________________________________________________ Fármacos adjuvantes - Os opioides são utilizados pela via subaracnóidea isoladamente ou em associação com anestésicos locais - A utilidade dos opioides, serve não só para potencializar os efeitos analgésicos no perioperatório como para prover analgesia pós-operatória. #OBS: a clonidina é um agonista parcial do adrenorreceptor alfa2, seu tempo de duração é de até 100 min Passos: preparação - posicionamento - projeção - punção TÉCNICA RAQUIANESTESIA Obter consentimento Monitorização Sedação se necessária - leve Separar material adequado: Agulhas específicas, diâmetro externo em gauses (22 - 29) Antissepsia rigorosa - combinação de clorexidina e álcool Posicionamento adequado do paciente - decúbito lateral ou sentado Abordagem mediana - botão anestésico Punção abaixo de L2 Introdução a 90˚ com a pele Progressão suave da agulha através dos planos até retorno do LCR Thais Passos - T1 ECC 2 Relativas - Incapacidade do paciente de cooperar com a punção - HIC - Neurológicas: Mielopatia ou neuropatia periférica, estenose vertebral, esclerose amiotrófica e espinha bífida - Cardíacas: estenose aórtica ou débito cardíaco fico e hipovolemia - Hematológicas: tromboprofilaxia, coagulopatiahereditária e infecção COMPLICAÇÕES _________________________________________________________ Como o anestésico local se dispersa no espaço subaracnóideo? Absolutas Depende da posição do paciente e da baricidade do AL - Isobárico: dispersão em faixa (no local) - Hiperbárico: dispersão a favor da gravidade - Hipobárico: dispersão contra a gravidade INDICAÇÕES - Procedimentos de extremidades inferiores, pelve, períneo ou parte inferior do abdômen com duração conhecida. - Pacientes que desejam permanecer acordados - Comorbidades que aumentam risco da anestesia geral CONTRAINDICAÇÕES - Recusa do paciente - Sepse localizada - Alergia de algum fármaco Como encontrar a via paramediana - Agulha atravessa as estruturas e chega no espaço subaracnóideo, a diferença é que a agulha é introduzida a 1,5 cm da linha média (à direita ou à esquerda) em um ângulo de 25º - Punção paramediana geralmente é utilizada em pacientes idosos, assim como aqueles que não conseguem encurvar a coluna ou que estão impossibilitados de fletir os membros inferiores Thais Passos - T1 ECC 2 Anestesia Peridural ou Epidural Administrada no espaço epidural/peridural que encontra-se entre a dura-mater e o ligamento amarelo. É um espaço considerado virtual onde há vascularização e absorção sistêmica de drogas. - Se a cirurgia for em abdome superior ou região torácica, a escolha do opioide pode ser feita pela morfina que é hidrofílica (dispersa) porque mesmo que a punção peridural seja na região lombar a mórfica chegara aos dermatomos mais altos _________________________________________________________ Caminho para atingir o espaço epidural: Anestésicos locais e fatores que influenciam sua dispersão: Pele - subcutâneo - ligamento interespinhoso e conjuntivo - ligamento amarelo - espaço epidural Thais Passos - T1 ECC 2 Fármacos adjuvantes - Os opioides são os mais utilizados porque melhoram a qualidade da anestesia peridural (morfina, fentanil, sufentanil) - A clonidina (não opioide) é o lipofílico mais utilizado por via peridural - Para cirurgias de MMII e abdômen inferior é indicado opioides lipofílicos pq ficarão concentrados próximos ao local da injeção (já que o local é rico em gordura) TÉCNICA ANESTESIA PERIDURAL Monitorização Sedação se necessária - leve Separar material adequado: Agulhas específicas (12 - 17) Antissepsia rigorosa Posicionamento adequado do paciente - decúbito lateral ou sentado Abordagem mediana - botão anestésico Introdução a 90˚ com a pele Progressão suave da agulha através dos planos até identificação do espaço peridural Manter mandril até atingir os ligamentos interespinhais Injeção não deve causar dor ou parestesias Paciente em DDH Volume anestésico variável para procedimento - nível desejado, tempo cirúrgico, tempo de recuperação Como o anestésico local se dispersa no espaço subdural? Absoluta Em faixa Não depende da posição do paciente ou da baricidade do AL (diferente da raqui) INDICAÇÕES - Anestesia cirúrgica - Anestesia obstétrica - Controle da dor aguda e crônica ↳A anestesia peridural associada ou não à sedação pode ser utilizada como técnica única ou combinada à anestesia geral para uma enorme variabilidade de procedimentos ↳Também pode ser usada para cirurgias em membros inferiores, região perineal, abdome e tórax CONTRAINDICAÇÕES - Recusa do paciente - Infecção do sítio de punção (Risco maior de meningite e abscesso peridural) - Alergia a algum fármaco - Hipovolemia não corrigida (os pacientes hipovolêmicos mantêm a pressão arterial por mecanismo compensatório simpático, com vasoconstrição periférica e taquicardia. O bloqueio do neuroeixo anula a atividade simpática resultando em vasodilação, estagnação de sangue na periferia, diminuição do retorno venoso com consequente redução do DC e queda acentuada da PA) - GIC (risco de herniação) _________________________________________________________ Dogliotti: perda de resistência Qualquer espaço intervertebral - exceto cervical Ligamento interespinal - ligamento amarelo: aumento da resistência MÉTODOS “ A seringa é aspirada quando chega no vácuo” - A agulha é inserida no ligamento amarelo, e uma seringa contendo solução salina e uma bolha de ar é acoplada em seu canhão. Após a compressão da bolha de ar por meio de aplicação de pressão no embolo da seringa, a agulha é cuidadosamente avançada ate sua entrada no espaço peridural, confirmada pela característica de perda da reistência à pressão do embolo da seringa, com fácil entrada de fluido para dentro do espaço. Thais Passos - T1 ECC 2 Gutierrez: aspiração da gota pendente - Aumento da resistência: progredir agulha mão não- dominante; mão dominante: pressão constante sobre o êmbolo da seringa. - Perda de resistência → abrupta (cai no vácuo) - Dose teste: detecta injeção intravenosa ou subaracnoidea. - Dor durante a injeção: mal posicionamento da agulha ou catéter → raízes . Relativa Algumas complicações - Doenças neurológicas indeterminadas - Cardíacas: estenose aórtica ou débito cardíaco fico - Hematológicas: coagulopatia hereditário (pode dar hematoma peridural) ou sepse (risco de meningite e abscesso peridural) Anestesia combinada Raquiperidural É uma alternativa indicada para bloqueios neuroaxiais em que se pretende fazer anestesia subaracnóidea e colocar o cateter peridural simultaneamente Com essa técnica combinada é possível realizar um bloqueio que tenha curta latência, seja profundo, garantido pela injeção de anestésico no espaço subaracnóideo e que seja possível complementar a anestesia ou mesmo manter a analgesia pós-operatória utilizando o catéter peridural. - Depressão respiratória - Aumento excessivo do nível da anestesia _________________________________________________________ Thais Passos - T1 ECC 2 Referência: Bases do Ensino da Anestesiologia / Editores: Airton Bagatini, Luiz Marciano Cangiani, Antônio Fernando Carneiro e Rogean Rodrigues Nunes Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Anestesiologia/SBA, 2016.
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