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Farmacocinética • A farmacocinética é o movimento do fármaco no organismo. Avalia qual é o caminho do fármaco desde sua administração até a chegada na região onde o fármaco terá sua ação esperada. • Etapas: absorção, distribuição, metabolitos e excreção. ✓ Transferência do fármaco da via em que foi administrado para a corrente sanguínea ✓ Depende da via de administração, forma farmacêutica, pH, pKa, membranas celulares e biodisponibilidade • Forma pela qual esse medicamento se apresenta comercialmente • Via parenteral: vias paralelas ao trato digestório (intramuscular, intravenosa, subcutânea) • Via enteral: vias que são ligadas ao trato digestório (oral e retal) • Há alguns medicamentos tópicos que possui ação sistêmica via intravenosa, intramuscular, subcutânea e inalatória • Intravenosa - permite administração de grandes volumes de medicamentos (fluídoterapia), o efeito pretendido vai ser muito mais rápido pois não irá passar pelo processo de absorção uma vez que o medicamento já está sendo administrado diretamente na corrente sanguínea • Intramuscular – administração de fármacos mais oleosos e doloridos, via de fácil administração • Subcutânea – permite a utilização de grandes volumes, dependendo do estado de desidratação do paciente é possível administrar uma fluídoterapia por essa via • Inalatória – a rápida absorção do pulmão faz com que o fármaco vá para a corrente sanguínea em pouco tempo oral e retal • Oral – sofre o efeito de primeira passagem – diversos processos para chegar a corrente sanguínea • Retal – via usada para medicamentos específicos ou em casos de emergência dérmica (pomadas, spray, creme) • Utilizados em regiões especificas em que se queira um efeito local e pontual • Fármacos podem ser colírios, medicamentos para otite • Adesivos – podem ter ações sistêmica quando absorvidos pelo organismo sublingual e transmucosa bucal • É rapidamente dissolvida na boca fazendo com que apenas uma pequena parte desse fármaco alcance região de estômago • Não há perda de primeira fase para o fígado • As concentrações administradas são semelhantes as dos fármacos administrados pela via intravenosa ✓ Cães e gatos – rápido esvaziamento gástrico (9 – 12h) – medicação de liberação prolongada ✓ Papo (dilatação do esôfago) – no esôfago não há absorção de medicamento – retenção do medicamento 3 – 20h (medicação deve ser diluída) ✓ Rúmen – grande volume, pH ácido (medicamento com pH básico terá baixa absorção) – administração de liberação lenta e administração direta no rúmen ➢ Medicação tópica que possui efeito sistêmico Spot-on: administrado em uma região pontual da pele, deve afastar o pelo (serve para parasitas externos e internos) Pour-on: administrado na região dorsal do animal • O medicamento precisa ser lipossolúvel o suficiente para atravessar a membrana e pode chegar até a corrente sanguínea • Há 4 movimentos pelos quais esse fármaco consegue atravessar a membrana ✓ não há gasto de energia e nem precisa de transportador – fármacos hidrossolúveis atravessam a membrana por meio de lacunas que existem na mesma; fármacos lipossolúveis atravessam facilmente a membrana, tendo uma área muito maior para pode entrar no interior da célula ✓ não há gastos de energia, mas o fármaco precisa de um transportador para que possa penetrar a célula. ✓ há gasto de energia (ATP e ADP), o fármaco necessita de um transportado para chegar ao interior da célula ✓ medicamentos muito grandes passam para o interior da célula por meio de invaginações na membrana ✓ Para atravessar pelas junções oclusivas da barreira biológica (sistema nervoso central) o fármaco precisa ter caráter lipossolúveis • A medicação que chega até a célula precisa ser compatível com a sua polaridade, pois se não ocorrerá uma dificuldade muito grande desse fármaco atravessar a membrana celular e chegar até a corrente sanguínea ✓ Normalmente as medicações orais possuem um pKa que fazem ela ser um ácido fraco ou uma base fraca, para que sofram uma dissociação ✓ possuem maior dificuldade de chegar ao interior da célula e ser absorvido, pois há uma divergência com a polaridade presente na membrana celular – formação de moléculas hidrossolúveis ✓ são a forma molecular que são mais fáceis de serem absorvidos – formação de moléculas lipossolúveis ✓ ✓ ✓ • • • • protonada desprotonada desprotonada protonada Fármacos ácidos são melhor absorvidos em meio ácido e fármacos básicos são melhor absorvidos em meio básico. • É uma medida de velocidade e da extensão pelas quais um fármaco atinge a circulação sistêmica e está disponível no local de ação • Pode variar com relação a via de administração • Área sob a curva de concentração = quanto maior a área maior será a exposição ao medicamento Fatores que interferem na absorção de medicamentos Concentração (dosagem) Maior Menor Forma farmacêutica Líquida Sólida Área absortiva Grande Pequena Circulação local Grande Pequena Condições patológicas Inflamação Inchaço Fatores que interferem na velocidade de absorção de medicamentos Tempo de esvaziamento gástrico Menor Maior Motilidade intestinal Menor Maior Alimento Ausência Presença Fatores na formulação Presença Ausência Metabolismo entérico Ausência Presença • Perfusão sanguíneas – locais que tem maior perfusão sanguínea, recebem inicialmente maior concentração do fármaco • Quanto maior for o número de vasos sanguíneos para um determinado tecido, maior será a concentração de fármaco (distribuição mais rápida) • Quando esse fármaco entra na corrente sanguínea uma fração dele permanece livre e a outra fração se liga a proteínas (albumina, glicoproteínas ácida) – essa fração ligada a proteína mantém uma concentração equilibrada entre o plasma e o tecido • A fração que chegará ao tecido até o local de ação é a fração livre que não está associada a proteínas • O fármaco precisa ter afinidade pela proteína = período de ação • Competição (alta x baixa ligação) = afeitos adversos (dois fármacos que competem pela mesma ligação da proteína) • Albumina: maior em mamíferos e menor em aves • Volume real = volume no qual o fármaco se distribui, isso auxilia muito no cálculo da dose • Volume aparente = igualizar a concentração do plasma com a concentração dos tecidos • Quanto mais lipossolúvel for esse fármaco maior será o volume de distribuição • Quanto maior a fração livre do fármaco maior será o volume de distribuição – metabolitos ativos e metabolitos inativos • Reação de oxidação, redução e/ou hidrolise – reação inativante do fármaco, que perderá sua função biológica • As principais enzimas que metabolizam fármacos de fase I pertencem a família do citocromo P450 – presentes no reticulo endoplasmático liso do hepatócito • Diferentes enzimas do citocromo P450 oxidam diferentes fármacos • Reação de conjugação – ligação do fármaco com um composto químico muito hidrossolúvel para aumentar a solubilidade do fármaco • As enzimas desta fase adicionam grupamentos nos fármacos para torná-los mais hidrofílicos – aumenta a polaridade para poderem ser eliminados pelos rins • Algumas espécies possui deficiências com relação aos substratos orgânicos, o que dificulta a inativação de alguns metabolitos. • Algumas medicações podem induzir uma ação enzimática maior de algum grupo dentro da família P450 aumentando a excreção e metabolização de outros fármacos, o que pode interferir na ação de alguns medicamentos Nem sempre todos os fármacos passam pelas duas fases de metabolização. Alguns vãodireto para a fase II , alguns fármacos por serem muito hidrossolúveis são eliminados diretamente sem a necessidade de metabolização, porém mesmo alguns fármacos sendo hidrofílicos eles passam pelo metabolismo de fase I para serem inativados. • Excreção renal – via predominante em grande parte dos fármacos • Excreção biliar • Ar expirado, suor, lágrimas • Excreção pelo leite • Excreção pelo ovo Fármaco hidrofílico 1. Administração por via oral 2. Chegada do fármaco ao estômago 3. Fármaco é absorvido pelo intestino 4. Chegada ao fígado por meio do sistema porta hepático 5. Ganha a corrente sanguínea (esse tipo de fármaco não passa por reação de fase II 6. Chegando ao rim e sendo excretado Fármaco lipofílico • Os fármacos lipofílicos que não passam pelo processo de biotransformação para ser tornar hidrofílico, terão dificuldades em serem excretados pelos rins, desta forma deverão encontrar outro meio para serem excretados • Serão excretados pela via biliar depois de sofrer transformações hepáticas ✓ Para que se tenha a excreção renal é necessário que se tenham uma integridade em relação a todas as estruturas renais ➢ Cleareance – depuração renal ou Cleareance renal • É o volume de plasma que contém a quantidade de substância que é removida pelo rim por unidade de tempo (l/h ou ml/min) – a velocidade de passagem dos metabolitos dependerá das condições do organismo do animal Fatores importantes a) Filtração glomerular – volume que está chegando e a capacidade da região em conseguir fazer com que haja a permeabilidade dos metabolitos que serão eliminados b) Secreção ativa nos túbulos proximais – onde há o movimento de secreção ativa c) Reabsorção passiva da urina para o sangue ao longo de todo o túbulo renal ➢ pH urinário Ácido fraco • Urina com pH alcalino (básico) – maior velocidade de eliminação dos metabolitos • Urina com pH ácido – menor velocidade de eliminação dos metabolitos • Para a substância ser facilmente eliminada é necessário que ela esteja em sua forma dissociada além da urina precisar ter um pH diferente do pH inicial do fármaco Fármaco lipofílico • Fármacos que possuem biotransformação insuficiente • Sua conversão em hidrofílica é muito lenta, então há a necessidade desses metabolitos recircularem pela corrente sanguínea, para que no fígado ele consiga sofrer transformação • Quando transformados em hidrofílicos conseguem ser excretados pelos rins Fármaco lipofílico • Conversão rápida de lipofílico para hidrofílico • Não precisa ficar recirculando pela corrente sanguínea • Facilmente excretados pelos rins • Para fármacos que não sofrem transformação de lipofílicos para hidrofílicos • Esses fármacos por meio das vias biliares se associam aos sais biliares e acabam sendo eliminados no intestino e saindo com as fezes • O fármaco pode ganhar a circulação êntero-hepática sofrendo uma nova conjugação e um novo processo até ser completamente eliminado • Dinâmica intestinal – circulação, microbiota • Latência • Pico de ação • Duração de ação tempo entre a administração até o aparecimento do primeiro efeito clínico Depende: a) Velocidade de absorção b) Velocidade de distribuição c) Localização do sítio alvo (receptor) contração máxima atingida pelo fármaco no plasma • Resultado entre absorção, distribuição e metabolismo/excreção ➢ Depende muito da via que esse fármaco é administrado – um exemplo é a administração intravenosa, onde esse fármaco consegue atingir seu pico de ação mais rapidamente intervalo de tempo entre latência e término de ação desejada Depende: a) Velocidade de distribuição e excreção total
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