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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa 
jornada!
Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção 
de novos conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora Priscila Barbosa
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profi sisional.
No nível mais básico, a nutrição é importante para os atletas porque 
fornece uma fonte de energia necessária para realizar a atividade. Os 
alimentos ingeridos têm impacto na força, treinamento, desempenho e 
recuperação. Não apenas o tipo de alimento é importante para a nutri-
ção esportiva, mas os horários em que a refeição é realizada também 
afeta os níveis de desempenho e a capacidade de recuperação após 
o exercício. As refeições ingeridas antes e depois do exercício são as 
mais importantes na nutrição esportiva, mas é preciso ter cuidado e 
selecionar os alimentos corretos. Os carboidratos são a principal fonte 
de energia que impulsiona o regime de exercícios e a proteína é ne-
cessária para ajudar no crescimento e no reparo muscular. Os lipídeos 
são capazes de fornecer energia em exercícios prolongados, através da 
oxidação que ocorre nas mitocôndrias. As proporções e quantidades de 
carboidratos, proteínas e lipídeos que o atleta precisa vai depender da 
intensidade e do tipo de esporte. Uma refeição equilibrada e balancea-
da garante o aporte necessário de vitaminas e minerais para garantir 
as funções vitais e evitar problemas de defi ciências. Com o passar dos 
anos, o envelhecimento do corpo é inevitável, e mudanças fi siológicas 
inerentes a idade podem tornar o indivíduo ou atleta susceptível a con-
dições clínicas, como a sarcopenia. Garantir uma nutrição adequada é 
fundamental para o desempenho esportivo e também para um envelhe-
cimento saudável, sem prejuízos à saúde ou a funcionalidade do atleta/
indivíduo. 
Esporte; Nutrição; Nutrição Esportiva; Recomendações de nutrientes; 
Sarcopenia.
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CAPÍTULO 01
BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO NA ATIVIDADE FÍSICA
Apresentação do módulo __________________________________ 10
CAPÍTULO 02
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA OS MACRONUTRIENTS E 
MICRONUTRIENTES DURANTE A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
CAPÍTULO 03
NUTRIÇÃO NA SARCOPENIA
Recapitulando_____________________________________________ 71
Recapitulando_____________________________________________ 28
Fechando a Unidade_______________________________________ 76
Referências_______________________________________________ 78
Recapitulando_____________________________________________ 50
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O metabolismo é a combinação de catabolismo (decomposi-
ção de alimentos em energia utilizável) e anabolismo (fabricação e re-
paro de células). A junção destes dois processos provê a conversão 
de alimentos para gerar energia (catabolismo) e garante ao corpo a 
capacidade de construir e reparar os tecidos (anabolismo). Mesmo a 
quantidade mínima de trabalho que o corpo faz enquanto dorme, como 
respirar, sonhar, aumentar as unhas e reparar as células danifi cadas, 
requer energia. Surpreendentemente, apenas permanecer vivo queima 
cerca de 60-80% do consumo calórico recomendado pelo corpo durante 
o dia.
Em termos de nutrição, o balanço energético signifi ca consu-
mir apenas comida sufi ciente para manter o corpo ativo e alimentar as 
atividades diárias sem perder peso ou fornecer excesso de calorias que 
precisam ser armazenadas como gordura. A quantidade de calorias que 
se precisa consumir todos os dias para atingir o equilíbrio de energia de-
pende do sexo, nível de atividade e idade.Se a ingestão total de energia 
for inadequada, as proteínas, vitaminas e minerais da dieta não serão 
utilizados de forma efi caz pelas suas diversasfunções metabólicas. Por 
isso, é fundamental um aporte calórico adequado de carboidratos, lipí-
deos e proteínas principalmente em indivíduos que realizam exercício 
físico intencional.
Quando o indivíduo começa a adicionar atividades simples, 
como fazer café da manhã e caminhar por um corredor, em sua roti-
na diária, sua taxa metabólica aumenta. Cada atividade física que se 
realiza durante o dia aumenta sua taxa metabólica: tudo, do trabalho 
doméstico, ao exercício intencional, ao toque dos dedos dos pés à mú-
sica. Pessoas com um trabalho fi sicamente ativo, como um carteiro ou 
jardineiro, terão uma taxa metabólica mais alta do que alguém com um 
emprego sedentário, como um programador de computador
Uma dieta ótima fornece os nutrientes necessários em quan-
tidades adequadas para a manutenção, o reparo e o crescimento de 
tecidos sem uma ingesta excesso de energia. À medida que progride a 
compreensão da nutrição humana, uma estimativa razoável das neces-
sidades nutricionais de homens e mulheres leva em conta a variação 
normal da digestão, absorção e assimilação dos nutrientes, assim como 
o dispêndio energético diário. As recomendações energéticas para ho-
mens e mulheres fi sicamente ativos devem levar em conta também as 
demandas específi cas de energia de uma determinada atividade física 
e as demandas correspondentes ao seu treinamento, do mesmo modo 
que as preferências dietéticas individuais também devem ser levadas 
em conta. Não existe uma única dieta para um desempenho ótimo na 
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prática de exercícios. Planejamento e avalição meticulosos da ingestão 
alimentar devem obedecer a diretrizes nutricionais apropriadas. 
Em relação a pratica de atividade física, a energia gasta duran-
te a realização dos exercícios oscila com a intensidade, duração e tipo 
de exercício. Os treinamentos de resistência, focam no trabalho com 
pesos, bandas de resistência ou o peso do próprio peso corporal para 
ajudar a construir massa muscular. Já os treinamentos de alta intensida-
de, funcionam de forma diferente. Para uma pessoa, é uma corrida até 
três lances de escada e, para outra, é apenas caminhar até a caixa de 
correio. Alta intensidade é um trabalho que o corpo só pode manter por 
um curto período de tempo (3-5 minutos no máximo).
Além disso, à medida que o corpo envelhece, a tendência na-
tural é a perda de massa muscular. Este é um dos motivos pelo qual o 
metabolismo tende a diminuir com a idade (também existem mudanças 
hormonais que desempenham um papel importante nesta fase da vida). 
Em um certo ponto, o indivíduo precisa exercer um esforço conjunto 
para manter a massa muscular e garantir o suporte calórico necessário 
para levantar pesos intencionalmente ou realizar outras atividades diá-
rias. 
Nesta unidade, abordaremos mudanças no metabolismo dos 
macronutrientes durante a atividade física, recomendações para os in-
divíduos fi sicamente ativos e fi nalizaremos discutindo um pouco sobre 
nutrição na sarcopenia. 
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É importante relembrar a participação dos diferentes sistemas 
de energia no exercício físico. A contração dos músculos esqueléticos 
durante o exercício físico resulta em uma maior demanda de energia 
para o músculo. O desafi o para o músculo em funcionamento é aumen-
tar a produção de ATP e vários processos celulares funcionam para 
atingir a essa necessidade.
A energia liberada no fracionamento dos macronutrientes de-
sempenha um papel único – a fosforilação do ADP para formar o com-
posto rico em energia ATP. Apesar de o catabolismo dos macronutrientes 
favorecer a geração de energia das ligações fosfato, as vias específi cas 
de degradação diferem na dependência dos nutrientes metabolizados.
A enzima ATPase facilita a decomposição do ATP em ADP + 
fosfato inorgânico (Pi) para gerar energia para uso rápido; no entan-
to, apenas uma pequena quantidade de ATP está presente nas células 
musculares. Uma fonte adicional, mas ainda menor, de energia armaze-
nada é o fosfato de creatina, que pode ser ressintetizado em ATP pela 
enzima creatina quinase para repor os níveis de ATP esgotados. Assim, 
BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO
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as principais fontes de energia durante o exercício são carboidratos e 
gorduras. As fontes de carboidratos para o músculo incluem glicose no 
sangue, glicogênio muscular e glicogênio hepático. Os triglicerídeos do 
tecido adiposo e no músculo ativo também são utilizados para propor-
cionar energia para a ressíntese do ATP durante o exercício. Em menor 
grau os aminoácidos são utilizados para doarem seus esqueletos car-
bônicos para o processo de metabolismo energético (REGNIER, LEE, 
HOMSHER, 1998).
Fontes anaeróbicas suprem a maior parte da energia para os 
movimentos rápidos, ou durante os períodos com maior resistência aos 
movimentos para determinada velocidade. Quando o movimento come-
ça com alta ou baixa velocidade, os fosfatos intramusculares de alta 
energia fornecem a energia anaeróbica imediata para a ação muscular. 
Após alguns segundos, a via glicolítica (quebra do glicogênio intramus-
cular por intermédio da glicólise) gera uma proporção cada vez maior de 
energia para a ressíntese do ATP. Quando o exercício intenso prosse-
gue por mais de 30 segundos, uma demanda progressivamente maior é 
imposta ao metabolismo relativamente mais lento da energia aeróbicas 
dos macronutrientes armazenados. 
As seções a seguir irão apresentar o papel de cada macronu-
triente e a contribuição deles durante o exercício físico. 
Carboidratos
 Durante o exercício de baixa intensidade, a maior parte da 
energia requerida pelo músculo é fornecida pela oxidação de ácidos gra-
xos livres que são predominantemente derivados do plasma (Figura 1). 
Quando o exercício aumenta a um nível moderado de intensidade (60-
70% VO2máx), a fonte de ácidos graxos para a oxidação também inclui 
triglicérides intramusculares. Embora ambas as fontes de ácidos graxos 
contribuam para as necessidades de energia do músculo, mesmo quan-
do combinadas, elas não são sufi cientes para atender a demanda de 
energia. Portanto, durante o exercício de intensidade moderada, cerca 
de metade da energia total derivada é da oxidação de carboidratos, 
proveniente do glicogênio muscular e da glicose sanguínea. Durante 
exercícios de alta intensidade, a contribuição da oxidação plasmática 
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de ácidos graxos torna-se ainda menor e a oxidação de carboidratos 
fornece aproximadamente dois terços da necessidade total de energia. 
O metabolismo dos carboidratos é a fonte preferida de combustível nes-
sas condições, porque a taxa de produção de ATP é duas vezes maior 
que os ácidos graxos (ROMIJN et al., 1993).
Figura 1 : Contribuição máxima para o gasto energético derivado de gli-
cose e ácidos graxos do plasma e do tecido muscular após 30 minutos 
de exercício, expresso em função de distintas intensidades de exercí-
cio. Fonte: Romijin et al., 1993.
Como observado na fi gura acima, o glicogênio é um combus-
tível essencial para a produção de energia na contração dos músculos 
esqueléticos. O glicogênio é um polímero ramifi cado de glicose com 
uma mistura de ligações α-1,4 e α-1,6 entre unidades de glicose (vide 
unidade 2). O fígado tem a maior concentração de glicogênio armaze-
nado; entretanto, o músculo esquelético, como resultado de seu peso 
cio. Fonte:Romijin et al., 1993.
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total, é a maior reserva de glicogênio armazenado no corpo. A síntese 
do glicogênio envolve múltiplas enzimas, e a glicogênio sintase é a en-
zima limitante da taxa. A quebra do glicogênio (glicogenólise) também 
é controlada por um sistema multienzimático, e isso será discutido em 
mais detalhes abaixo.
Desempenha um papel importante em ajudar o sistema nervo-
so simpático (SNS) a produzir energia e regular a função do corpo du-
rante o exercício cardiorrespiratório. Classifi cada como catecolamina, a 
adrenalina é produzida pela glândula suprarrenal, e resulta em aumento 
do débito cardíaco, aumento do açúcar no sangue (ajuda a alimentar 
o exercício), promove a quebra de glicogênio para energia e ajuda no 
metabolismo da gordura. 
A utilização de glicogênio é iniciada rapidamente no início do 
exercício e aumenta exponencialmente com a intensidade do exercício 
(VAN LOON et al., 2001).A regulação da glicogenólise é muito sensível 
à taxa metabólica do músculo esquelético durante o exercício (HULT-
MAN, HARRIS, 1988). A glicogênio fosforilase é a enzima limitante na 
quebra do glicogênio muscular durante o exercício (RICHTER et al., 
1982). Em repouso, a glicogênio fosforilase existe principalmente na 
forma inativa, enquanto que com o início do exercício a fosforilase qui-
nase fosforila a forma inativa na forma ativa. A ativação da fosforilase 
quinase resulta dos níveis elevados de cálcio e ligação da adrenalina 
aos receptores β-adrenérgicos no sarcolema. A ativação da fosforilase 
quinase pela estimulação dos receptores β-adrenérgicos no sarcolema 
é mediada pelo AMP cíclico. Níveis elevados de adrenalina aumentam 
a atividade do glicogênio fosforilase e a glicogenólise durante exercício 
moderado (RICHTER et al., 1982; WATT et al., 2001).
Com o aumento da duração do exercício, há uma diminuição 
na disponibilidade de glicogênio em paralelo com a diminuição da ati-
vidade da fosforilase quinase, enquanto há maior disponibilidade de 
outros substratos para a oxidação, como a glicose plasmática e ácidos 
graxos livres.
O tipo de fi bra muscular também pode ser um fator na determi-
nação da regulação da glicogenólise muscular. Durante o exercício de 
intensidade moderada, a glicogenólise muscular ocorre predominante-
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mente em fi bras musculares do tipo I. À medida que aumenta a duração 
do exercício ou a intensidade do exercício, as fi bras do tipo I se esgo-
tam e quantidades crescentes de glicogênio são degradadas nas fi bras 
musculares do tipo II. Assim, há um aumento no recrutamento de fi bras 
do tipo II em consequência do aumento da intensidade do exercício. 
Com exercícios de curta duração em intensidades que se aproximam 
e excedem o VO2máx, a glicogenólise ocorre em todas as fi bras, mas 
as maiores taxas são nas fi bras do tipo II. Uma vez que o glicogênio 
muscular está esgotado ou quase esgotado, a fadiga se instala e a ca-
pacidade de exercício está comprometida (HULTMAN, HARRIS, 1988).
Embora a duração e a intensidade do exercício desempenhem 
um papel na regulação da quebra de glicogênio no músculo, o históri-
co dietético e o status de treinamento também regulam a glicogenóli-
se muscular durante o exercício. Em geral, o aumento da ingestão de 
carboidratos está associado à maior utilização de glicogênio muscular, 
enquanto o aumento da ingestão de gordura resulta na diminuição da 
utilização de glicogênio muscular durante o exercício.
A outra principal fonte de carboidratos durante o exercício é a 
circulação de glicose no sangue (Figura 1). As concentrações de glico-
se plasmática durante o exercício são controladas por um mecanismo 
regulatório preciso, e a fonte da glicose circulante é principalmente o 
fígado. No estado de repouso, o consumo de alimentos também regula 
as concentrações de glicose no sangue, e a remoção de glicose da 
circulação em resposta ao consumo de alimentos e ao exercício físico 
é um fator crítico para a manutenção da glicemia normal em humanos.
O transporte de glicose para o músculo esquelético é essen-
cial para a homeostase tecidual e, sob condições fi siológicas normais, 
o processo de transporte é o fator limitante da taxa de utilização de 
glicose. O transporte ocorre por difusão facilitada, e há um aumento 
na velocidade máxima de transporte sem uma considerável mudança 
na concentração de substrato (BELL et al., 1993)Amino Acid</keywor-
d><keyword>Xenopus</keyword></keywords><dates><year>1993</
year><pub-dates><date>Sep 15</date></pub-dates></dates><is-
bn>0021-9258 (Print. O transporte de glicose utiliza proteínas transpor-
tadoras específi cas chamadas transportadores de glicose, que são uma 
família de proteínas estruturalmente relacionadas que são expressas 
de uma maneira específi ca para tecidos. No músculo esquelético de 
humanos, o GLUT4 é a principal isoforma expressa (HULTMAN, HAR-
RIS, 1988).
Os efeitos de uma sessão aguda de exercício no transporte de 
glicose são relativamente de curta duração, retornando à linha de base 
tipicamente em ~ 30-40 min. Entretanto, uma vez que os efeitos agu-
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dos do exercício per se desapareceram, há um período caracterizado 
por um aumento da efi cácia da insulina para estimular o transporte de 
glicose (WOJTASZEWSKI et al., 1997). Esse aumento na sensibilidade 
à insulina pós-exercício tem sido observado até 48 horas após o exer-
cício. Os mecanismos para explicar este aumento não são conhecidos. 
Embora as concentrações diminuídas de glicogênio muscular possam 
ter um papel na resposta aumentada à insulina o aumento da sensibi-
lidade à insulina induzido pelo exercício, um maior efeito da ação da 
insulina pode ocorrer mesmo após a reposição completa de glicogênio. 
Os mecanismos de sinalização que mediam o aumento da sensibilidade 
insulínica no pós-exercício também são desconhecidos. Efeitos agudos 
do exercício sobre o transporte de glicose, não são pensados para ser 
devido a uma maior atividade do receptor de insulina ou IRS-1(MIKINES 
et al., 1988; WOJTASZEWSKI et al., 1997). 
O mecanismo pelo qual o exercício aumenta o transporte de 
glicose através do transportador GLUT4 tem sido uma área de intensa 
investigação há muitos anos. As proteínas de sinalização intracelular 
que regulam o aumento da translocação de GLUT4 e o transporte de gli-
cose no músculo esquelético com exercícios também têm sido área de 
intenso estudo na última década. Uma vez que tanto a insulina, quanto 
o exercício, estimulam a translocação do GLUT4, tem-se suposto que 
pode haver proteínas de sinalização similares envolvidas no processo 
de translocação. A sinalização da insulina envolve a rápida fosforilação 
do receptor de insulina, o substrato do receptor de insulina-1/2 (IRS-
1/2) nos resíduos de tirosina e a ativação da fosfatidilinositol 3-quinase 
(PI3-K) 40,41, não resulta em fosforilação da tirosina do receptor de 
insulina e IRS-1, e não há aumento na atividade da PI3-K (YAMAUCHI 
et al., 1996).
Fatores que determinam o efeito e a efi ciência do consumo 
de alimentos ricos em carboidratos no desempenho físico são a quan-
tidade, o tipo e o período em que ele é ingerido. Consumir quantidades 
adequadas de carboidratos diariamente é fundamental para satisfazer 
as necessidades de energia exigidos pelo programa de treinamento do 
atleta, bem como para repor glicogênio muscular e hepático entre as 
sessões de treinamento.
Um problema do uso das faixas de energia Alcance de Distri-
buição de Macronutrientes Aceitável (AMDR) é que atletas com muita 
massa muscular e com alta carga de treinamento necessitam de muita 
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energia e, às vezes, a necessidade de carboidrato já é atingida com um 
percentual menor de energia ou o contrário, atletas como ginasta, pe-
sando 60kg e ingerindo menos de 2000 kcal, podem ingerir 60% de car-
boidrato, o que está dentro da faixa de energia; porém, transformando 
esse valor para g/kg de peso seria um valor inferior ao necessário para 
o desempenho e reposição de glicogênio muscular após o treinamento. 
As recomendações de carboidratos para o público em geral são 
expressas em faixa de ingestão aceitável de macronutrientes (AMDR, 
IOM, FNB) de 45 a 65% do valor energético. No entanto, para o exercí-
cio, uma quantidade absoluta de carboidrato na dieta é mais importante 
do que a porcentagem de energia dele derivada. Para o cálculo dessa 
estimativa, deve-se considerar o peso do atleta, então as diretrizes que 
são em g/kg de peso são de fácil utilização, práticas e relativamente 
simples para os atletas determinarem o conteúdo de carboidratos das 
refeições e lanches para atingirem suas metas de ingestão.
Lipídeos 
Durante o exercício, uma série de alterações hormonais sina-
liza ao organismo a necessidade de mobilização de substratos para a 
síntese de energia pelos músculos, em atividade. Essas alterações hor-
monais são infl uenciadas por uma série de fatores, dentre eles, duração 
e intensidade da atividade física, nível de condicionamento do indivíduo, 
características da refeição pré-treino.
Os hormônios adrenalina, noradrenalina, glucagon e hormô-
nios do crescimento estimulam a ativação da lípase e, subsequente, 
lipólise e mobilização dos AGL a partir do tecido adiposo. O exercício 
físico por si só aumenta a concentração plasmática dos hormônios li-
pogênicos e, consequentemente, os músculos recebem um suprimento 
contínuo desse substrato de ácidos graxos rico em energia. A maior ati-
vidade do músculo esquelético e as lípases do tecido adiposo, incluindo 
as adaptações bioquímicas e vasculares dentro do músculo, contribuem 
para a utilização acelerada das gorduras para obtenção de energia du-
rante o exercício de intensidade moderada após um treinamento aeró-
bico (RANALLO, RHODES, 1998).
O metabolismo aumentado das gorduras no exercício prolon-
gado ocorre provavelmente por uma pequena queda na glicose sanguí-
nea, acompanhada por uma redução na insulina (um poderoso inibidor 
da lipólise) e aumento na produção de glucagon pelo pâncreas à me-
dida que o exercício progride. Na primeira hora, as gorduras suprem 
cerca de 50% da energia, enquanto na terceira hora as gorduras con-
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tribuem com 70% da demanda total de energia (ROMIJN et al., 1993; 
RANALLO, RHODES, 1998). 
As atividades leve e moderada mobilizam predominante ácidos 
graxos para oxidar e usar como fonte energética. A maior parte da ener-
gia da oxidação de lipídeos provém de duas fontes: 1) ácidos graxos 
liberados a partir dos locais de armazenamento dos triglicerídeos e nos 
adipócitos, levados com relativa lentidão até os músculos como ácidos 
graxos livres (AGL) ligados a albumina plasmática; 2) triglicerídeos nos 
próprios músculos ativos (ROMIJN et al., 1993).
A intensidade do exercício faz a diferença na contribuição e 
mobilização das gorduras para produção de energia. Durante um exer-
cício de leve a moderado (40% do máximo ou menos), as gorduras 
representam a principal fonte de energia, predominante na forma de 
AGL plasmáticos provenientes dos depósitos do tecido adiposo. Um au-
mento na intensidade do exercício produz uma eventual interseção no 
equilíbrio da utilização dos combustíveis – a energia total proveniente 
do fracionamento das gorduras permanece essencialmente inalterada, 
enquanto a glicose sanguínea e o glicogênio muscular fornecem(verifi -
car) a energia adicional para um exercício mais intenso. A energia total 
proveniente das gorduras durante o exercício com 85% do VO2max não 
difere daquela do exercício com 25%. Entretanto, é importante ressaltar 
que como os gastos energéticos dessas atividades são mais elevados, 
mesmo o lipídeo não sendo a fonte energética predominante, quanti-
tativamente a energia fornecida por ele é maior do que a exercida em 
atividades leve e moderada.
A iniciação do exercício produz uma queda inicial transitória na 
concentração plasmática dos AGL em virtude de sua maior captação 
pelos músculos ativos e do retardo temporal em sua liberação e saída 
dos adipócitos. Subsequentemente, uma maior liberação de AGL pelo 
tecido adiposo (e supressão concomitante de formação ou reesterifi ca-
ção dos triglicerídeos) ocorre através da estimulação hormonal enzimá-
tica pelo sistema nervoso simpático e dos menores níveis de insulina 
(lembre-se do papel da adrenalina). Os adipócitos subcutâneos abdomi-
nais representam uma área importante para a lipólise, em comparação 
com as células adiposas da região gluteofemoral. Entretanto, quando o 
exercício progride para alta intensidade, a liberação de AGL pelo tecido 
adiposo não aumenta muito acima dos níveis de repouso, o que even-
tualmente resulta em queda nos AGL plasmáticos. Por sua vez, isso es-
timula uma maior utilização de glicogênio muscular com concomitantes 
aumentos na oxidação dos triglicerídeos intramusculares (MAUNDER, 
PLEWS, KILDING, 2018). 
Em síntese, ocorre considerável oxidação de lipídeos durante 
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o exercício de baixa intensidade. O exercício realizado para 25% do VO-
2máx aciona quase totalmente a oxidação de ácidos graxos. Carboidra-
tos e gorduras contribuem com quantidades iguais de energia durante o 
exercício moderado. A oxidação das gorduras aumenta gradualmente à 
medida que o exercício se prolonga para uma hora ou mais e as reser-
vas de carboidratos são depletadas (vide fi gura 1 para relembrar). 
Quadro 1: Adaptações bioquímicas dos lipídeos durante o exercício fí-
sico. 
Proteína
Embora os carboidratos e gorduras sejam os principais macro-
nutrientes metabolizados para energia no músculo, a proteína também 
pode ser usada durante o exercício e pode ser oxidada diretamente no 
músculo. Felizmente, a maioria das proteínas é poupada para proces-
sos sintéticos importantes, mas é importante lembrar, que a oxidação 
de todas as fontes de combustível de macronutrientes que produzem 
energia está sempre ocorrendo no corpo durante o exercício. A única 
coisa que muda é a proporção relativa dos macronutrientes queimados. 
A qualquer momento durante o exercício, carboidratos e gorduras com-
põem mais de 85% dos combustíveis de macronutrientes que produzem 
energia, oxidados, mas alguma proteína é sempre usada.
O exercício produz condições catabólicas no músculo esque-
lético e esses efeitos são dependentes da intensidade e da duração 
do exercício, além da própria redução da insulina, principal hormônio 
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estimulador da síntese proteica. O treinamento crônico provoca hiper-
trofi a muscular, principalmente o treinamento de força. A necessidade 
de ingestão proteica pela dieta pode ser infl uenciada por fatores como 
intensidade, duração e tipo de exercício, conteúdo de glicogênio, balan-
ço energético, sexo, idade e tempo de treinamento. O aumento da inten-
sidade e da duração do exercício, ao menos em exercícios aeróbicos, 
eleva a utilização de proteínas presumivelmente como substrato ener-
gético. O exercício de força, por estimular o balanço proteico, também 
eleva a necessidade de proteínas (DOHM et al., 1985).
O exercício tem um forte efeito sobre o metabolismo de pro-
teínas. Durante o a prática de atividade física, a faixa de contribuição 
proteica para atender às demandas de energia (ATP) é geralmente me-
nor que 5 a 10% e, em alguns casos extremos, até 15% do gasto ener-gético total. Muitos fatores afetam a porcentagem de proteína oxidada, 
incluindo a intensidade do exercício, o nível de treinamento (novo vs. 
experiente) e a disponibilidade de outros combustíveis (por exemplo, 
carboidrato). O tipo de atividade, ou modalidade esportiva, também tem 
uma forte infl uência. Durante o treinamento de resistência extenuante, 
menos de 5% da proteína é oxidada como fonte de energia. Por outro 
lado, o exercício prolongado de resistência (> 90 minutos) pode resultar 
em até 15% para servir como fonte de energia. Um aumento signifi ca-
tivo na oxidação de proteínas, na faixa de 5 a 15%, ocorre quando o 
glicogênio muscular está esgotado. Como a fonte de combustível mais 
limitada do corpo (carboidrato) se esgota, o corpo deve tentar manter 
os níveis de açúcar no sangue estáveis para abastecer o sistema ner-
voso. Para a maioria das pessoas, o processo de gliconeogênese (ver 
quadro para saber mais) entra em ação para ajudar a estabilizar os 
níveis de açúcar no sangue, fabricando nova glicose a partir de precur-
sores gliconeogênicos, incluindo proteínas. Para aqueles que seguem 
uma dieta pobre em carboidratos, a produção de cetonas fornece mais 
combustível para o sistema nervoso quando a glicose é limitada. In-
dependentemente da quantidade de carboidratos na dieta, quando o 
glicogênio muscular se esgota, a oxidação dos famosos aminoácidos 
de cadeia ramifi cada (BCAA) no músculo aumenta e contribui para um 
maior uso de proteínas como fonte de combustível. Nesse cenário, a in-
tensidade do exercício diminui. A produção de gliconeogênese e cetona 
não consegue acompanhar as altas demandas de ATP do exercício de 
alta intensidade (RENNIE, TIPTON, 2000).
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A via gliconeogênica mais proeminente é o ciclo glicose-alani-
na. Nesta via metabólica, o aminoácido alanina deixa o músculo para 
criar uma nova glicose no fígado, o que contribui para a nova glicemia. 
Este processo ocorre simultaneamente com a oxidação do tecido mus-
cular dos famosos ácidos graxos de cadeia ramifi cadas (BCAAs). Os 
esqueletos de carbono dos BCAAs podem entrar no ciclo de TCA na 
mitocôndria das células musculares como intermediários de TCA para 
contribuir para a geração de ATP.
Como mencionado acima, a proteína desempenha um papel 
signifi cativo como substrato energético durante as atividades tipo en-
durance e o treinamento pesado. Os aminoácidos principalmente os 
BCAAs (leucina, isoleucina, valina, glutamina e aspartato), deverão ser 
transformados primeiro em uma forma capaz de atravessar prontamen-
te as vias responsáveis pela liberação de energia. Essa conversão tor-
na necessária a retirada de nitrogênio da molécula de aminoácido. En-
quanto o fígado funciona como o principal local para a desanimanção, 
o músculo esquelético também contém enzimas que removem o nitro-
gênio dos aminoácidos e o transferem para outros compostos durante a 
transaminação. Dessa forma, os co-produtos de “esqueleto de carbono” 
dos aminoácidos doadores podem ser usados diretamente no músculo 
para obtenção de energia. Os níveis das enzimas para transaminação 
se adaptam ao treinamento com exercícios, o que pode facilitar ainda 
mais a utilização da proteína como substrato energético (SUMIDA, UR-
DIALES, DONOVAN, 1993; SUMIDA, DONOVAN, 1995).
Depois que um aminoácido perde seu grupo amino que con-
tém nitrogênios, o composto restante (habitualmente um dos compostos 
reativos do ciclo de Krebs) contribui para a formação de ATP. Alguns 
aminoácidos são glicogênicos e, quando desaminados, produzem pro-
dutos intermediários para a síntese da glicose através da gliconeogêne-
se. Por exemplo, o piruvato é formado no fígado quando a alanina perde 
seu grupo amino e ganha um oxigênio com ligação dupla. A seguir, o 
piruvato pode ser sintetizado para glicose. Esse método gliconeogênico 
funciona como um importante coadjuvante para o ciclo de Cori a fi m 
de proporcionar glicose durante o exercício prologando. O treinamento 
com exercícios regulares aprimora a capacidade do fígado para a glico-
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neogênese a partir da alanina. 
Apesar da gliconeogênese proporcionar uma opção metabó-
lica para a síntese de glicose a partir de fontes diferentes dos carboi-
dratos, a glicogênese não consegue reabastecer e nem sequer manter 
as reservas de glicogênio, a não quando são consumidos regularmente 
carboidratos dietéticos. Outros aminoácidos, como glicina, são cetogê-
nicos e, quando desaminados, produzem o intermediário acetil-CoA ou 
acetoacetato. Esses compostos não podem ser sintetizados para gli-
cose, ao contrário são sintetizados para gordura ou são catabolizados 
para obtenção da energia no ciclo de Krebs (SUMIDA, URDIALES, DO-
NOVAN, 1993; SUMIDA, DONOVAN, 1995).
Quando a proteína proporciona a energia, o corpo elimina o 
grupo amino que contém nitrogênio (e outros solutos produzidos a partir 
do fracionamento das proteínas). Isso torna necessária a excreção de 
água “obrigatória”, pois, os produtos de desgaste do catabolismo pro-
teico deixam o corpo dissolvidos em um líquido (urina). Por essa razão, 
o catabolismo excessivo das proteínas eleva as necessidades hídricas 
do corpo. 
Muitas pessoas pensam que, uma vez que as fi bras muscula-
res são compostas de proteínas, a construção e a manutenção muscular 
devem exigir grandes quantidades de proteínas consumidas pela dieta. 
Na realidade, a proteína dietética é apenas uma parte da equação para 
promover um ambiente ideal para os músculos se adaptarem ao treina-
mento físico. A quantidade adicional de proteína necessária que está 
além do que já é consumido para suportar a adaptação muscular ideal é 
relativamente pequena, e muitos atletas já estão atingindo suas metas 
diárias de consumo de proteína. Os atletas devem observar que os es-
quemas de treinamento regulares e bem estruturados, combinados com 
uma dieta adequada de nutrientes que atendam às suas demandas de 
energia, são a base para o alcance de suas metas. Além disso, muitos 
outros fatores, como estresse, consumo frequente de álcool e descan-
so inadequado, podem sabotar até mesmo a melhor dieta e plano de 
exercícios. Isso não quer dizer que a proteína não seja importante. A 
pesquisa na última década forneceu muito mais detalhes sobre como a 
proteína dietética trabalha para promover a hipertrofi a muscular (cresci-
mento) e adaptações metabólicas quando combinada com um progra-
ma de treinamento adequado. A seguir, os quatro principais papéis das 
proteínas na dieta de um atleta, relacionados ao desempenho esportivo:
Maximizar os ganhos de massa e força muscular;
Promover adaptações na função metabólica (uma regulação 
positiva de enzimas oxidativas);
Preservando a massa magra durante a rápida perda de peso;
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Benefícios estruturais para outros tecidos não musculares con-
tendo proteínas, como tendões, ligamentos e ossos.
Como a ingestão excessiva de proteínas aumenta a carga nos 
rins, as proteínas não devem ser consumidas em quantidades exces-
sivas e devem ser motivo de preocupação, especialmente em indiví-
duos idosos. Portanto, a pesquisa para abordar a quantidade exata para 
atender aos requisitos para a remodelação do corpo é crucial. A exigên-
cia proteica tem sido vigorosamente debatida devido a difi culdades em 
especifi car que parâmetro(s) (por exemplo, massa proteica do corpo 
inteiro, massa muscular, função física, função imunitária ou função me-
tabólica) deve basear-se. Além disso, a exigência de proteína depende 
da qualidade - isto é, da composição e digestibilidade do aminoácido - e 
do nível de atividade física (JURASCHEK et al., 2013).
Para maximizar o ganho muscular é necessário otimizar os fa-
tores que promovemo balanço proteico positivo. A prática regular de 
exercícios físicos faz com que a necessidade proteica do indivíduo seja 
maior do que de um indivíduo sedentário. A ingestão em excesso de 
proteínas não signifi ca maior síntese proteica. Indivíduos que se exerci-
tam tendem a precisar de mais proteína que os sedentários, porém, há 
um platô no consumo de proteína de tal forma que aumentar o consu-
mo, em média, acima de 1,8 a 2,0 g/kg de peso não signifi ca aumentar o 
balanço proteico (fi gura 2). Também é importante lembrar que o próprio 
aumento da necessidade energética já faz aumentar, em porcentagem 
a quantidade de proteínas da dieta. Sendo assim, é possível inferir que 
dietas ricas em proteínas não aumentam síntese muscular proteica. Em 
vez disso, as estratégias em relação à quantidade e tipo de alimentação 
de proteína parecem ser importantes para otimizar o acúmulo de pro-
teína muscular.
As novas diretrizes agora existem para as necessidades diá-
rias de proteína, bem como a distribuição diária de proteína consumida. 
Nesta seção, nos aprofundamos nesses detalhes e também observa-
mos as maneiras pelas quais o metabolismo de proteínas muda durante 
e em resposta ao exercício e como essas informações se combinam 
com outras seções deste capítulo.
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Figura 2: Ilustração das taxas de síntese proteica muscular (curva azul) 
e degradação de proteína muscular (curva vermelha) em resposta à in-
gestão gradativa de proteína. Com o aumento da ingestão de proteínas, 
a MPS aumenta rapidamente, mas atinge um platô (com aproximada-
mente 20 g de proteína de alta qualidade). 
Sabe-se que a quantidade e a qualidade (composição e diges-
tibilidade do AA) de uma dada ingestão de proteínas têm consequências 
fundamentais para as alterações no metabolismo proteico alcançadas 
pela ingestão. Como a maioria dos estudos no campo da fi siologia mus-
cular investigou os efeitos das proteínas do leite, a discussão a seguir 
é limitada aos dois principais tipos de proteína do leite: caseína e whey 
protein. Ambas as proteínas têm uma composição aminoácido favorável 
para estimular a síntese muscular proteica e, assim, acredita-se que a 
resposta periférica é determinada principalmente pelas diferentes ca-
racterísticas digestivas das proteínas: whey protein permanece solúvel 
no estômago e é digerido rapidamente, mas a caseína é convertida em 
um coágulo sólido no ambiente ácido gástrico e, portanto, o constituinte 
aminoácido é absorvido lentamente (BOIRIE et al., 1997; DANGIN et 
al., 2001; CALBET, HOLST, 2004).
Ao nível do corpo inteiro, a caseína e whey protein têm efeitos 
diferentes no metabolismo das proteínas em indivíduos em repouso. Ge-
ralmente, o whey protein promove aumentos rápidos e curtos na síntese 
de proteínas e na oxidação da leucina. Em contraste, a caseína provoca 
um aumento baixo, mas sustentado na síntese de proteína e uma dimi-
nuição na degradação de proteínas. Importante, a ingestão de caseína 
é mostrada para resultar no maior ganho de proteína no corpo inteiro. 
No entanto, a quantidade total de aminoácidos essenciais é maior com 
caseína do que com whey protein, o que pode afetar o metabolismo pro-
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teico. Por outro lado, o consumo de refeições ricas em aminoácidos ou 
proteínas de absorção “rápidas” e “lentas” imitando as taxas de absor-
ção do whey proteine caseína, respectivamente, com composições ami-
noácidos e teores de nitrogênio idênticos, revelaram essencialmente as 
mesmas alterações no metabolismo proteico no corpo inteiro. Assim, a 
taxa de digestão expressa como magnitude e duração de elevações na 
disponibilidade de aminoácido, e não o perfi l específi co de aminoácidos 
é um fator regulador independente dos efeitos anabólicos de caseína e 
soro do corpo inteiro (BOIRIE et al., 1997; DANGIN et al., 2001).
Recentemente, o caseinato de sódio foi encontrado para ter 
efeitos anabólicos superiores em comparação com whey protein. O ca-
seinato parece manter o anabolismo de proteínas elevado durante e 
após o exercício. Foipostulado que a quantidade de BCAAs, não ape-
nas a leucina, foi decisiva para a resposta, uma vez que o teor de BCAA 
e leucina são maiores no caseinato e soro, respectivamente. Esses 
achados são comparáveis aos estudos anteriores, mostrando que o iso-
lado proteico solúvel em leite (wheyprotein) foi digerido e absorvido ra-
pidamente para manter o anabolismo pós-prandial em comparação com 
as proteínas do leite misto ou caseína. Coletivamente, a utilização de 
proteína parece ser melhor com um tipo de proteína mais lenta digerida 
e absorvida em comparação com um tipo rápido quando determinada 
no nível do corpo inteiro, tanto nas condições de repouso como durante 
a recuperação do exercício (LACROIX et al., 2006; ENGELEN et al., 
2012).
Os efeitos do whey protein e da caseína também foram inves-
tigados em um nível específi co de músculo esquelético em repouso e 
em relação ao exercício de força. Descobriu-se que o whey protein e 
caseína/caseinato têm efeitos hipertrófi cos similares quando medidos 
por 0 a 6 h de recuperação. O balanço líquido de fenilalanina através 
do membro foi igual com a ingestão de whey proteinou caseína após o 
exercício de resistência e, portanto, não parece ser infl uenciado pelas 
diferentes taxas de digestão de soro e caseína (TIPTON et al., 2004; 
TANG et al., 2008). 
No geral, as proteínas de alta qualidade e de rápida digestão 
parecem exercer seu efeito estimulatório sobre a síntese muscular du-
rante as primeiras 3 horas, enquanto as proteínas de absorção lentas 
têm efeitos positivos semelhantes na síntese muscular proteica, quando 
medidas por 6 a 8 horas. Em um nível de corpo inteiro e estimando a 
proteína total e retenção de nitrogênio, proteínas de absorção mais len-
tas parecem ser superiores a tipos mais rápidos de proteína. Portanto, 
a consideração prática deve ser que o tipo de proteína mais adequado 
para apoiar o crescimento muscular ou a manutenção muscular depen-
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de da situação (RANKIN, 1999).
Em síntese, a ingestão de proteínas leva ao anabolismo de 
proteína muscular. No entanto, a quantidade absoluta de aminoácidos 
que pode ser incorporada na proteína muscular contrátil humana é li-
mitada. Essa limitação quantitativa, fenômeno denominado de conceito 
“músculo cheio”, pode ser modulada pela atividade/treinamento físico; 
onde a inatividade muscular diminui e a atividade muscular expande as 
limitações. A digestibilidade proteica é decisiva para o aparecimento e 
utilização de aminoácidos, portanto, um importante determinante para 
a resposta no músculo esquelético. Ambas as proteínas “lentas” e “rá-
pidas” estão presentes e seu uso específi co depende das situações da 
vida diária em que são ingeridas. 
Para explorar melhor o signifi cado fi siológico das intervenções, 
incluindo a ingestão de nutrientes e exercícios, novas abordagens que 
liguem a resposta muscular agudam e a adaptação do termo de múscu-
lo longo devem ser aplicadas.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
 Ano: 2013 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Nutricionista.
As proteínas, as gorduras e os carboidratos são possíveis fontes 
de combustível para a contração muscular durante o exercício físi-
co, sendo a intensidade e a duração do exercício dois importantes 
determinantes das taxas relativas de utilização de substratos. So-
bre esse aspecto, é correto afi rmar que:
a) a glicose fornece menos energia por litro de oxigênio consumido que 
a gordura, por isso, quando menos oxigênio está disponível para as ati-
vidades de alta intensidade,existe uma preferência dos músculos pelos 
ácidos graxos.
b) durante atividades de moderada a baixa intensidade (60% do con-
sumo máximo de oxigênio) a energia é proveniente principalmente da 
glicose armazenada na forma de glicogênio muscular.
c) quanto maior for o tempo gasto durante o exercício, menor a contri-
buição da gordura como substrato energético.
d) a gordura não pode ser metabolizada sem a presença do carboidrato, 
portanto, o glicogênio muscular e a glicose plasmática são substratos li-
mitantes para o desempenho físico em qualquer intensidade e duração.
QUESTÃO 2
 Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: Prefeitura de Osasco – SP Prova: 
Nutricionista.
Um estudo comparativo entre indivíduos sedentários e atletas de-
monstrou que, após 20 minutos de exercício aeróbico, os indiví-
duos sedentários apresentaram concentrações signifi cativamente 
mais elevadas do seguinte componente sérico:
a) colesterol;
b) HDL;
c) LDL;
d) lactato;
e) ureia.
QUESTÃO 3
Ano: 2017 Banca: AOCP Órgão: EBSERH Prova: Nutricionista.
 Uma grande variedade de fatores interage para aumentar a neces-
sidade proteica de indivíduos que se exercitam regularmente. So-
bre esse assunto, relacione as colunas e assinale a alternativa com 
a sequência correta.
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1. Caseína.
2. Albumina.
3. Proteína do soro do leite.
4. Proteína hidrolisada da carne.
5. Proteína da soja.
( ) Muito conhecida como wheyprotein, é extraída durante o processo de 
transformação do leite em queijo.
( ) Corresponde a cerca de 80% da proteína do leite e é rica em aminoá-
cidos, como a glutamina. É o suplemento de mais lenta absorção.
( ) Uma boa opção para quem prefere uma fonte de proteína vegetaria-
na. Contém glutamina, arginina e BCAA. Além disso, tem antioxidante, 
que ajuda na reconstrução muscular e isofl avonas.
( ) É uma alternativa à intolerantes à lactose. Oferece todos os bene-
fícios da proteína da carne (os nove aminoácidos essenciais) sem os 
malefícios das gorduras que a acompanham.
( ) É uma fonte de proteína de baixo custo e alta qualidade, composta 
pela clara do ovo desidratada. É rica em aminoácidos de cadeia ramifi -
cada (BCAA) e em vitaminas do complexo B, potássio, fósforo e ferro.
a) 3 – 2 – 5 – 4 – 1.
b) 3 – 1 – 4 – 5 – 2.
c) 3 – 1 – 5 – 4 – 2.
d) 4 – 1 – 5 – 3 – 2.
e) 2 – 3 – 5 – 4 – 1.
QUESTÃO 4
 Ano: 2017 Banca: UPENET-IAUPE Órgão: UPE Prova: Nutricionista.
A atividade física aumenta a demanda energética, uma vez que o 
trabalho é proporcional aos equivalentes metabólicos gastos. So-
bre atividade física e alimentação, analise as afi rmativas abaixo: 
I. Os carboidratos são importantes para praticantes de exercícios 
físicos, pois, no estágio inicial do exercício, o metabolismo 
anaeróbio é ativado, e a glicose é a fonte energética predominante. 
II. A intensidade do exercício determina a participação dos lipídios 
como substrato energético.
III. A proporção de lipídios na dieta de atletas deve ser maior que a 
recomendação para a população geral. 
IV. O aumento da necessidade proteica, advindo da atividade física, 
ocorre de maneira absoluta, mantendo sua proporcionalidade na 
presença de carboidratos e lipídios. 
V. As vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis não são fontes de 
energia para atividade física. Assim, a oferta de vitaminas para 
praticantes de exercícios físicos não constitui uma preocupação 
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dietética.
É (São) VERDADEIRA(S)
a) todas.
b) duas, apenas.
c) quatro, apenas.
d) uma, apenas.
e) três, apenas.
QUESTÃO 5
 Ano: 2018 Banca: UFMG Órgão: UFMG Prova: Nutricionista.
Os aminoácidos de cadeia ramifi cada (BCAAs) são amplamente 
utilizados por praticantes de atividade física como suplemento. 
Com base na estrutura, propriedades e sinalização desses aminoá-
cidos, é INCORRETO afi rmar que 
a) os BCAAs estimulam a ativação de mTOR no músculo, promovendo 
a síntese proteica. 
b) os aminoácidos leucina, isoleucina, valina são BCAAs. 
c) os BCAAs são provindos primordialmente de suplementos alimenta-
res. 
d) os BCAAs possuem ação fi siológica em músculos periféricos, bem 
como no fígado.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Após a ingestão de alimentos fonte de carboidrato, ocorrem alterações 
no fígado, músculo e tecido adiposo. Cite e explique as alterações que 
ocorrem no fígado.
TREINO INÉDITO
Carboidratos e lipídeos são os mais importantes substratos energéticos 
utilizados durante o exercício. Além destes dois macronutrientes, sabe-
mos da importância metabolismo proteico para os atletas. Com relação 
ao metabolismo de proteínas/aminoácidos durante o exercício, marque 
a opção correta:
a) A metabolização dos aminoácidos gera ureia no rim.
b) A creatina é um aminoácido capaz de gerar energia durante o exer-
cício.
c) Os aminoácidos não são substratos energéticos par ao músculo es-
quelético durante os exercícios intensos de longa duração
d) A utilização de aminoácidos pelo músculo esquelético aumenta após 
a depleção do glicogênio muscular.
e) Os aminoácidos não são substratos para a gliconeogênese.
NA MÍDIA
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Exercício físico melhora eliminação de proteínas tóxicas dos músculos
 As alterações bioquímicas promovida pelo exercício físico vai 
além de modifi car o balanço energético e metabólico. Estudos recentes 
mostram que o exercício físico também é capaz de melhorar a elimi-
nação de proteínas tóxicas produzidas nos músculos. Proteínas que 
deixam de realizar suas respectivas funções, começam a produzir com-
postos tóxicos, que acabam por matar células saudáveis. O exercício 
físico é capaz de promover isolamento dessas proteínas fazendo com 
que organelas celulares especifi cas façam a limpeza do músculo. Cada 
vez mais, são evidenciados os efeitos benéfi cos da atividade física so-
bre diferentes metabolismos do corpo humano. 
Fonte: FAPESP 
Data: 06set. 2018
Leia a notícia na íntegra:
http://agencia.fapesp.br/exercicio-fi sico-melhora-eliminacao-de-protei-
nas-toxicas-dos-musculos/28655/
NA PRÁTICA
É quase impossível fazer qualquer pesquisa em torno de dietas da moda 
sem encontrar informações sobre o jejum intermitente. A tendência da 
dieta envolve passar um período designado sem consumir calorias, mas 
uma coisa importante a se notar sobre o jejum intermitente é que há uma 
variedade de maneiras de incorporar esse tipo de tendência alimentar. 
Alguns recomendam 16h: 8h, o que signifi ca que durante 16 horas do 
dia você não está consumindo nada, e então todas as suas refeições 
e calorias para o dia devem ser consumidas durante um período de 8 
horas. Alguns sugerem 5: 2, o que requer que você jejue e coma cerca 
de 500 calorias por 2 dias consecutivos, e depois coma o que quiser nos 
5 dias restantes da semana. Outras formas de jejum intermitente reco-
mendam um jejum completo de 36 horas uma vez por semana.
A coisa boa sobre o jejum intermitente é que essas variações permitem 
que o indivíduo encontre a opção que mais se adequada a ele. Entre-
tanto, como qualquer coisa nesse mundo, existem os prós e contras. 
Como parte dos benefícios pode-se citar que o jejum intermitente pro-
move uma melhor composição corporal, promovendo a perda de peso. 
Quando se está jejuando, não se consumindo calorias, então faz sen-
tido supor que, ao se alimentar menos do que normalmente se ingere 
de calorias, o indivíduo vai per peso. O jejum promove o uso de todos 
os açúcares armazenados como combustível e, em seguida, consome 
também as reservas de gordura. Quando se começa a queimar as re-
servas de gordura, consequentemente, há uma perda de gordura cor-
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Um ponto contrário é que o jejum intermitente é difícil serrealizado a 
longo prazo. Este tipo de abordagem nutricional requer que o indivíduo 
passe um período designado de tempo sem comer nada, então ele in-
gere uma quantidade específi ca de calorias em uma janela específi ca 
de tempo e repete este processo para criar um défi cit calórico. Este pe-
ríodo prolongado de consumo zero de calorias pode ser difícil de manter 
a longo prazo devido à baixa energia, desejos, hábitos e a disciplina 
necessária para manter os prazos específi cos que cercam seus perío-
dos de jejum intermitente. O jejum intermitente também é difícil de man-
ter com o longo prazo, devido à quantidade de autocontrole necessária 
para fazê-lo. Ambos os lados do jejum intermitente podem ser difíceis; 
não comer quando você deveria estar jejuando, e não comer compulsi-
vamente quando é hora de comer é igualmente importante.
Aqueles que já levam estilos de vida ativos, ou são indivíduos mais 
magros antes de começar o jejum intermitente, podem sofrer de dese-
quilíbrios hormonais como resultado. Para as pessoas que se identifi -
cam como mulheres, isso pode levar a ciclos menstruais irregulares e 
ao potencial de problemas de fertilidade. Para todas as pessoas, de-
sequilíbrios hormonais podem levar à insônia, aumento do estresse 
ou problemas de tireoide. Embora seja difícil, é possível, entretanto é 
uma abordagem nutricional que deve ser utilizada com cautela e sobre 
acompanhamento de profi ssional. Em excesso, o jejum pode ser des-
gastante. Durante os tempos em que o indivíduo está em jejum, terá 
níveis de energia mais baixos do que o normal, e pode não querer fi car 
fora de casa, ou sentir que precisa descansar para conservar a energia 
que tem. É um equilíbrio complicado.
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Os princípios-chave da boa alimentação incluem variedade e 
moderação. Participando desse pressuposto, o Guia Alimentar para a 
população brasileira formula algumas regras básicas para garantir a 
boa alimentação. Atualmente, existem dez recomendações sugeridas 
para a população brasileira:
 Prefi ra sempre alimentos in natura ou minimamente proces-
sados.
 Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades.
 Limite o consumo de alimentos processados.
 Evite alimentos ultraprocessados, que são aqueles que so-
frem muitas alterações em seu preparo e contêm ingredientes que você 
não conhece.
 Coma regularmente e com atenção. Prefi ra alimentar-se em 
RECOMENDAÇÕES
NUTRICIONAIS PARA OS 
MACRONUTRIENTES E 
MICRONUTRIENTES DURANTE 
A PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
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lugares tranquilos e limpos e na companhia de outras pessoas.
Faça suas compras em locais que tenham uma grande 
variedade de alimentos in natura. Quando possível, prefi ra os alimentos 
orgânicos e agroecológicos.
Desenvolva suas habilidades culinárias. Coloque a mão na 
massa, aprenda e compartilhe receitas.
Planeje seu tempo. Distribua as responsabilidades com a 
alimentação na sua casa. Comer bem é tarefa de todos.
Ao comer fora, prefi ra locais que façam a comida na hora.
Seja crítico. Existem muitos mitos e publicidade enganosa em 
torno da alimentação. Avalie as informações que chegam até você e 
aconselhe seus amigos e familiares a fazerem o mesmo.
Atentando para os dez princípios recomendados pelo guia e 
se baseando na importância dos nutrientes para o nosso corpo, vamos 
abordar agora sobre as necessidades de cada macronutrientes para o 
indivíduo fi sicamente ativo, atentando-se para a distribuição dietética 
nos diferentes períodos do treinamento, pré-exercício, durante e pós-
-exercício.
Muitos técnicos fazem as recomendações dietéticas com base 
em suas próprias intuições e experiências passadas e não na evidencia 
cientifi ca. Os atletas complicam ainda mais esse problema quando rece-
bem informação inadequada e incorreta acerca das práticas dietéticas 
prudentes. Hoje em dia o acesso a informação de forma extremamente 
rápida e fácil, tem tornado difícil a vida dos profi ssionais de nutrição e 
educação física, que precisam desmentir várias falácias publicadas na 
internet por pessoas sem o mínimo de formação ou conhecimento. A 
pesquisa na área de nutrição esportiva, apesar de estar longe de ser 
completa, indica que homens e mulheres fi sicamente ativos não neces-
sitam de nutrientes adicionais além daqueles obtidos através da inges-
tão regular de uma dieta nutricionalmente adequada. Este princípio se 
aplica ao grande número de adolescentes e adultos que se exercitam 
regularmente para se manterem aptos.
Os indivíduos ativos, incluindo atletas de endurance, conso-
mem dietas típicas com uma composição extremamente semelhante 
aquelas dos indivíduos sedentários. A principal diferença está na quan-
tidade de alimento ingerido, a fi m de obter energia extra necessária 
para o treinamento. Os atletas de endurance e outros que participam 
regularmente de um treinamento pesado devem adotar uma ingestão 
adequada de energia e de proteínas, assim como um nível apropriados 
de carboidratos capaz de corresponder a essa utilização de macronu-
trientes para obtenção de energia durante o exercício.
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Endurance é um termo usado para se referir a exercícios aeró-
bicos de longa duração. Pode envolver andar de bicicleta, pode envol-
ver andar em uma esteira, pode envolver natação. Se tratando de atle-
tas, podemos citar modalidades como ciclismo, maratonas, triatlo, etc. 
Em contraste, o treinamento de força envolve o bombeamento de ferro, 
por assim dizer. Se baseia em carga e melhora da força e resistência 
muscular. 
Carboidratos
Os carboidratos são importantes para manter, e até mesmo 
aumentar, os estoques de glicogênio muscular durante períodos de trei-
namento. Há muitos anos a importância dos carboidratos como subs-
trato energético para a contração da musculatura esquelética é bem 
reconhecida. O clássico estudo de Christensen & Hansen, na década 
de 1930, demonstrou claramente a importância da disponibilidade de 
carboidratos durante os exercícios prolongados e a infl uência do carboi-
drato alimentar no metabolismo e no desempenho físico (HARGREA-
VES, 1992). 
O glicogênio muscular e a glicose sanguínea passam a cons-
tituir os principais fornecedores de energia em condições de suprimen-
tos insufi ciente de oxigênio para ativar os músculos. Além desse papel 
anaeróbico dos carboidratos, o glicogênio armazenado proporciona 
uma quantidade de substancial de energia durante o exercício aeróbico 
intenso. Consequentemente, os carboidratos dietéticos desempenham 
um papel importante para aqueles que adotam um estilo de vida fi si-
camente ativo. Para muitos atletas competitivos como nadadores, re-
madores e triatletas, a importância de manter uma ingestão daria de 
carboidratos relativamente alta se relaciona mais com as demandas 
energéticas consideráveis e prolongadas de seu treinamento e não com 
as demandas agudas da competição real.
O lado negativo extremo da atual da nutrição inclui dietas po-
bres em calorias de “semi-inanição” e outras condutas potencialmente 
prejudicais, tais como dietas ricas em gorduras e pobres em carboidra-
tos, as famosas dietas low carb. Esses extremos agem contra a boa 
saúde, o desempenho nos exercícios e a manutenção de uma com-
posição corporalótima. Uma dieta pobre em carboidratos compromete 
Endurance é um termo usado para se referir a exercícios aeró-
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rapidamenteas reservas de energia para atividade física vigorosa ou o 
treinamento regular. A exclusão da dieta de uma quantidade sufi ciente 
de energia proveniente dos carboidratos, faz com que o indivíduo tenha 
que treinar em um estado de relativa depleção de glicogênio; eventual-
mente isso pode resultar em “estafa”, que difi culta o desempenho no 
treinamento e na competição.
Em se tratando de recomendação de ingestão de carboidra-
tos diária, sugere-se que atletas consumam uma dita contendo cerca 
de 6 a 10 g de carboidrato/kg de peso corporal/dia e também descan-
sem periodicamente para que o músculo restabeleça seus estoques de 
glicogênio. Já uma dieta contendo de 8 a 10 g de carboidrato/kg de 
peso corporal/dia é indicada para atletas que participam de atividades 
intensas (acima de 70% do VO2máx) durante várias horas diariamente. 
Porém, se o atleta se exercitar nessa intensidade por 1 hora ou menos, 
uma dieta que forneça 6 g de carboidrato/kg de peso corporal/dia é sufi -
ciente para repor os estoques de glicogênio muscular depletado durante 
o exercício (HARGREAVES, 1992).
Um dos fatores que determinam o efeito e efi ciência do con-
sumo de alimentos ricos em carboidratos no desempenho físico é o 
período em que são ingeridos. Dessa forma, três aspectos do consumo 
devem ser considerados: 1) antes do exercício; 2) durante o exercício; 
3) após o exercício.
Antes do exercício
Existe uma relação entre a concentração inicial de glicogênio 
muscular e o tempo de realização do trabalho físico, verifi cando que a 
habilidade individual para sustentar exercícios prolongados era forte-
mente dependente do conteúdo de glicogênio muscular, o qual é de-
pendente do tipo de dieta consumida antes do exercício. No quadro 3 
há um resumo 
Quadro 2: Ingestão recomendada de carboidrato antes do exercício
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O conceito de índice glicêmico (IG) aplicado ao planejamen-
to das refeições para atletas é bastante útil. Esse indicador conside-
ra o impacto pós-prandial provocado por um dado alimento fonte de 
carboidratos em função da resposta glicêmica produzida pelamesma 
quantidade de glicose, expressa em porcentagem. A seleção de alimen-
tos será realizada de acordo com o efeito metabólico desejado, dado 
o tempo e a quantidade. De fato, estudos tem mostrado padrões de 
respostas diferentes em indivíduos que se alimentam com alimentos de 
alto IG e baixo IG em até 4 horas pré-exercício. No geral, a alimentação 
com baixo IG promove os seguintes efeitos: a) nível menor de glicose 
e insulina; b) maior nível de ácidos graxos livres; c) menor oxidação de 
carboidratos durante o exercício; d) período de realização de exercício 
estendida (DEMARCO et al., 1999; WU et al., 2003). 
Durante o exercício
A ingestão de carboidratos durante exercícios prolongados está 
associada à manutenção dos níveis plasmáticos de glicose prevenindo 
a fadiga observada nos últimos 30 minutos de exercício. O consumo de 
carboidratos durante a atividade física só aumentará de modo efetivo o 
rendimento se a atividade for realizada por mais de 90 minutos a uma 
intensidade superior a 70% do VO2máx (vide quadro 3). 
Quadro 3: Consumo de carboidratos durante o exercício
Como pode ser observado no quadro 3, atividades de curta du-
ração pode se benefi ciar com o enxágue de carboidratos na boca. Estes 
dados são recentes e mostram que apenas um simples enxágue bucal 
com (sem ingerir o carboidrato) é capaz de promover benefícios de de-
sempenho semelhantes à ingestão, fornecendo evidências indiretas de 
um “efeito central”. Esta sinalização ente os carboidratos através do en-
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xague é detectado por receptores na cavidade oral, e os sinais neurais 
aferentes enviados diretamente para o cérebro são responsáveis pelas 
melhorias de desempenho observadas (CARTER, JEUKENDRUP, JO-
NES, 2004; CHAMBERS, BRIDGE, JONES, 2009).
O tema envolvendo enxágue de carboidratos é relativamente 
novo e várias descobertas a respeito dessa abordagem nutricional es-
tão sendo realizadas em estudos com grupo de pesquisas no esporte.
Acesso o site para saber mais as novas atualizações: 
http://www.mysportscience.com/single-post/2018/03/27/Per-
formance-eff ects-of-a-mouth-rinse-updated
Além disso, a ingestão de formas combinadas de carboidrato 
durante o exercício também tem se mostrado vantajoso dependendo do 
tempo e da intensidade do evento esportivo. Isto se deve ao fato de o 
transportador da frutose ser diferente do transporte de glicose, tornando 
mais fácil a disponibilidade e utilização da frutose para produção de 
energia. Com isso, a glicose/glicogênio é poupado para garantir desem-
penho ótimo do atleta ao fi nal da competição (JENTJENS et al., 2006).
Apesar das orientações, deve-se ressaltar que a ingestão ideal 
de carboidratos pode variar de acordo com a intensidade e a duração da 
atividade física, o nível inicial de glicogênio muscular; as condições am-
bientes, etc. Ademais, há diferenças individuais importantes na quanti-
dade de carboidrato necessária para manter a disponibilidade de glico-
se durante todo o exercício. 
Após o exercício
A recuperação após o exercício é um desafi o para o atleta, 
uma vez que em geral, o treino é extenuante e envolvem várias sessões 
de treinamento ao dia, tendo às vezes um tempo para recuperação en-
tre sessões menor que 24 horas.
O principal objetivo dos carboidratos após o exercício físico, 
é repor os estoques de glicogênio muscular e hepático depletados du-
rante a prática da atividade. O consumo de carboidrato deve se dar 
logo após o término do exercício para que a reposição do glicogênio 
seja completa, não comprometendo assim a recuperação do indivíduo. 
Isso se deve sobretudo devido a três razões: 1) o fl uxo sanguíneo para 
os músculos nesta condição é maior e a célula muscular tem capta-
ção maior de glicose neste momento; 2) nesse período os receptores 
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celulares de insulina estão mais sensíveis promovendo maior infl uxo 
de glicose e síntese de glicogênio; 3) a enzima glicogênio sintase está 
com sua atividade maximizada favorecendo o acúmulo de glicogênio na 
célula (IVY, 1998).
Na realidade, o que muitas vezes acontece após os exercícios 
é que os praticantes de atividade física não sentem fome; nesse caso, 
para assegurar a reposição dos estoques de glicogênio, pode-se utilizar 
bebidas esportivas ou bebidas à base de carboidrato. Independente da 
forma na qual o carboidrato vai ser consumido, o importante é garantir 
que o atleta consuma a quantidade preconizada, seja na forma líquida 
ou sólida. 
A presença de outros macronutrientes nas refeições realizadas 
no período de recuperação do atleta não altera a taxa de síntese de 
glicogênio muscular, desde que a quantidade total de carboidrato re-
comendada seja consumida. Entretanto, o consumo de grandes quan-
tidades de proteína e gordura pode interferir no consumo total de car-
boidrato recomendado na dieta do atleta e também causar desconforto 
intestinal, interferindo diretamente no processo de síntese do glicogênio 
muscular (HARGREAVES, 1992).
A quantidade de carboidratos ingerida após um exercício de 
longa duração deve ser baseada no consumo diário por unidade de 
peso (g/kg/dia), fornecendo uma quantidade de 0,7 a 1,5 g de carboidra-
to/kg de peso corporal de 2 em 2 horas, durante 6 horas após um exer-
cício intenso, e um total de 600 g de carboidratos durante as primeiras 
24 horas. Um plano alimentar com 5 a 6 refeições balanceadas ao dia 
é sufi ciente para manter as reservas de glicogênio para o treinamento 
de indivíduos que praticam atividade física uma vez por dia, sem se 
preocupar com a quantidade exata a ser consumida de carboidrato logo 
após o exercício(IVY, 1998). 
Nesta seção pode-se observar a importância do consumo de 
carboidrato para um praticante de atividade física. Para que o desem-
penho seja sempre maximizado é necessário adequar o consumo de 
carboidrato as necessidades do atleta, respeitando o tipo de treinamen-
to, intensidade, duração e também levando em conta os hábitos alimen-
tares.
Supercompensação de carboidratos ou Carboload
A supercompensação de carboidratos, ou o termo em inglês 
(carboload) é uma estratégia para dobrar os estoques de glicogênio 
muscular e assim, aumentar o desempenho do atleta em exercícios de 
alta intensidade.
A supercompensação é um modelo de manipulação alimentar, 
associado ao exercício, indicado para promover um aumento na síntese 
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de glicogênio muscular precedente a um evento competitivo de resis-
tência (como maratona, triatlo, ciclismo). Esta estratégia também serve 
par atletas cujas provas duram mais que 90 minutos ou provas repetidas 
realizadas em um único dia.Existem dois modelos de Supercompensa-
ção de carboidratos: clássico e o proposto por Sherman (SHERMAN et 
al., 1981).
O modelo clássico tem duração de 7 dias. Inicia com treina-
mento exaustivo uma semana antes da competição; durante 3 dias com 
o atleta consumindo uma alimentação pobre em carboidratos. Isso faz 
com que o atleta deplete todo o estoque de glicogênio muscular. De-
pois, nos 3 dias que antecedem a competição, o atleta descansa e faz 
uma alimentação rica em carboidrato para promover a supercompen-
sação de carboidrato e aumentar os estoques de glicogênio muscular. 
Entretanto, esse modelo apresenta algumas falhas que devem ser leva-
das em conta: a dieta pobre em carboidrato pode levar o atleta a cetose, 
náuseas, fadiga, tontura, irritabilidade e maior risco de lesão.
Quadro 4: Supercompensação de carboidratos - modelo Sherman
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A técnica de supercompensação de carboidratos é uma abor-
dagem nutricional que precisa ser utilizada com cautela. É necessário 
que o nutricionista veja a adaptação do atleta a esse tipo de abordagem, 
pelo menos três meses antes da competição. 
Proteínas
Há muitos anos, tem se debatido a quantidade de proteína que 
um atleta deve consumir. Até início do século passado, a proteína foi 
considerada o combustível mais importante para a pratica de exercícios 
físicos. Não obstante, naquela época, começaram a se acumular resul-
tados demonstrando que, na realidade, os principais combustíveis utili-
zando durante o exercício eram os carboidratos e lipídeos. Consequen-
temente, a opinião cientifi ca mudou, passando a acreditar que a prática 
do exercício físico pouco afetava a necessidade proteica. Entretanto, 
dados recentes obtidos por novas técnicas experimentais indicam que a 
pratica regular de exercícios pode aumentar a necessidade de proteínas 
e aminoácidos. Esse aumento da necessidade proteica, causado pelo 
treinamento, pode correr de forma direta, devido a mudanças no meta-
bolismo de aminoácidos ou direta resultando do consumo insufi ciente 
de energia (BUTTERFIELD, 1987; HARGREAVES, SNOW, 2001).
Como abordado no capítulo 1, 0,8 g de proteína/kg de peso 
representa a quantidade diária recomendada para ingestão de proteína. 
Uma pessoa que pesa 75 kg necessita aproximadamente de 60g de 
proteína por dia. Admitindo-se que até mesmo durante o exercício ocor-
re uma perda relativamente pequena de proteína através do metabo-
lismo energético, a recomendação para proteína ainda continua sendo 
sufi ciente para a maioria dos homens e das mulheres ativos. Além dis-
so, a ingestão de proteína brasileira ultrapassa de maneira signifi cativa 
a ingestão diária recomendada (IDR) para proteína; a dieta do atleta 
competitiva contém habitualmente duas a quatro vezes mais proteína 
que a IDR. Um dilema nutricional para o atleta vegetariano consiste em 
obter um equilíbrio adequado de aminoácidos essenciais provenientes 
de uma dieta que contém a maioria das fontes proteicas do reino vege-
tal (LEMON, 1991; JAGER et al., 2017).
Uma questão que pode levar a dúvida é se a IDR realmente é 
sufi ciente para garantir o aporte proteico necessário para praticantes de 
atividade física. Essa crença surgiu de ideias passadas que acreditam 
que a contração muscular destruía parte do conteúdo proteico dos mús-
culos com o intuito de proporcionar energia necessária para o esforço 
físico. A partir disso, várias pessoas acreditavam e recomendavam au-
mentar o consumo de fontes de proteína para garantir que o músculo 
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não perdesse sua composição estrutural.
A maioria dos estudos sobre a dinâmica das proteínas e o exer-
cício físico vem de estudos que avaliam a excreção de proteínas atra-
vés da ureia. A medida que a atividade progride, há um aumento na con-
centração plasmática de ureia e de nitrogênio no suor, ambos podem 
ser biomarcadores importantes sobre como o corpo está utilizando a 
proteína durante o exercício (LEMON, 1991). O que se sabe até o mo-
mento, é que a utilização de proteína para a obtenção de energia só al-
cança seu nível mais elevado quando os indivíduos possuem um baixo 
aporte de glicogênio (daí a importância do consumo de carboidratos na 
prática de atividade física). Indivíduos que praticam atividades de treina-
mento prolongadas necessitam de uma ingestão energética adequada 
de carboidrato para conservar a proteína muscular. É provável que a 
utilização do esqueleto carbônicos de proteínas ocorra em situações 
onde há baixas reservas de glicogênio, como forma de adaptação do 
corpo para garantir o suprimento de glicose necessário para o sistema 
nervoso central (JAGER et al., 2017).
A ingestão inadequada de energia acarreta aumento da ne-
cessidade proteica na dieta, presumivelmente porque algumas das 
proteínas utilizadas em geral para o processo de síntese de proteínas 
funcionais (enzimáticas) e estruturais (tecidual) são desviadas para o 
fornecimento de energia nessa condição metabólica. Aparentemente, 
esse efeito sobre a necessidade de proteínas é similar quando o défi cit 
energético é causado pelo aumento do gasto energético. Além disso, 
esse efeito pode ser potencialmente maior naqueles indivíduos fi sica-
mente ativos, porquanto as necessidades proteica são elevadas para a 
manutenção de maior taxa de síntese proteica decorrente da presença 
de maior conteúdo de massa magra absoluta ou de enzimas (LEMON, 
1996). 
 A necessidade de ingestão proteica na dieta pode ser infl uen-
ciada por alguns fatores, entre os quais se destacam, intensidade, du-
ração e tipo de exercício, conteúdo de glicogênio, balanço energético, 
sexo, idade e tempo de treinamento. 
O aumento da intensidade e duração de exercício, ao menos 
com exercícios aeróbicos, causa aumento do uso de proteínas, presu-
mivelmente como substrato energético. O exercício de força acarreta 
aumento da necessidade de proteínas, porém estudos demonstram que 
os mecanismos implicados nesse processo não estão relacionados ao 
maior uso de proteínas como fonte de energia. Preferivelmente, a maior 
necessidade proteica decorre de alterações na taxa de síntese proteica 
muscular e pela necessidade de manter maior massa muscular corpo-
ral(LEMON, 1991).
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O treinamento de endurance regular parece aumentar a oxi-
dação de aminoácidos, em especial os BCAAs. Além disso, estudos 
demonstram que indivíduos submetidos a treinamento de força podem 
apresentar maior necessidade proteico no período inicial de treinamen-
to – com o objetivo de sustentar o aumento do crescimento muscular. 
Esse fato pode indicar que as necessidades proteicas

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