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Teresa Wambier - Nulidades do Processo e da Sentença

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TERESA ARRUDA ALVIM WAMBIER 
NULIDADES 
DO PROCESSO 
EDA SENTENCA 
lUleoMUG unlUl· .... 11 
4.1 EDlC;:AO 
revists e 
ampliada 
Q--:::> 
.......m
 
MVlSTA DOll' "''S 
76
86
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'Il
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100
100
SUMARIO
NOTA A 4." EDIc;'Ao . JJ
NO'C\ TNTRODUT6Rlt\ __ 15
1. SENTEN<;: A .. 19
J. j N0<;('ies gerai~ . 19
1.2 Senlcn\a~ processllai, lipi<:as .__ 12
1.2.1 PresSUp()sIoS processunis.. 32
1.2.2 (\'I\Jj~('ies da ar;i1o _ 42
1.J Sentcn~:as processuais ti[Jic;l~ c 0 art. 267 do CPC 51
1.4 Scntcno;as procc,slI;\is ;lIipicas e <) art. 267 do CPC . 57
1.1.1 Pcrcmpo;~o da inslancia . _ .')7
1.4.2 AbandnJl() Ja causa por mais tIL' (rima dias. 5~
1.4.3 Percmpr;l\o. 59
J.4A Convcnr;ao :ll'hilr<lJ I\;(l[npromj~s() ;\rbitral e cLiusula
cOlTIpromiss6ria) . 63
1.4.5 Dcsis(tl1cia Ja al;ao. fit)
1.4.6 }\,,3.0 illtransmissfvd . 69
1.4.7 CunfusJo entre aulor c I'eu, 71
1.5 Sell(enyaS de merito . 72
1.5 I Natureza. 73
1.5.2 Classifit::lr;ao (,enteIH;:as dcclarat6rias, rondcualorias. [Ollsli-
(lilil':ls. e)(eculivas 1(1/0 SCI/.W C llland:JrTlClltais).
1.5.3 Eklnemos (rclaH'iriu, fundJmcntar,;ao c dccis6rio).
1.5...1- 0 art. 2ti9, II, III e V - Rcconhccimtlllll juridit:o
pcdido, IraJ1Sil(;aO c rcnuncia ao dircito
.).5 Prcscrir,;;j() c decadencia .
1.1i OUlra~ scntCIl~3.5
I.().I SClllell"a quc cXlingue a excctl,·,lo.
2. NULIDADES PROCESSUAIS . 110
3. SENTENCAS NULAS - TENTAT1VA DE SISTEMATIZA(:AO
I (,'J
9S\.IM'\RIO
inconstituclonalidade - Ar;[io fl.'scisJria c arrao Llcchlral6ria
de nlllslimcionalid:J.dc - A Sumllb 343 - Dimcns0e.~ reais
U{1 deita vincuJanic lias ar;5es dcclarahlrias de inconstilll-
cionalidadc c das ar;0es decJar:J.16rias de n.mstimciOllalidaJc
- 0 rrinclpill da sanatoria gl~ral ua coLsa julgaJa ._.... __ .. 287
3. IA SClllcn~as inexislenle:; (vieios intrinsecos e processus
incxistcmcs) .- A~''-jo Jcclaraloria de incxislllncia ," 349
lJInUOGR/\FJA CONSUlJ":\1)A E CITADA. 393
";mAS DE CllNllO C'ONCLUSIVO. 18.1
NL!UDAOES DO Pl'OCt.SSO E DA Sf,NTF.r-.\'1\
rclativ<ls no crc .
2.2.6 Rcgi1l\<.' jurfdieo Lias nulidades absolutas c rclatlvas
(Ambito de devolulividade da ,lpda~ao - EkilO lranslalivo
- lnocorren,'ia de precJusau rclativa!l1<.'1I1e as nulil\;ld<:s
absolutas). ... 181
1.6.:2 Scnlcm,:a arbilral ,................. 107
1.f>.3 AconJos extrajudicials homologados _ 107
2.2.6.1 Fnlll;ao dos prindpios, no plano pl'agm{i[ico. In
2.2.6.2 As nulidades :,hSO\uIJ.S c os recursos de efeilO
devolutivo r<.'slrilo. 207
3.1 No\:lJ<.'s gcrai~. ..... 223
3.1 1 Vicios inllinsecos (tia scuLeny::' em 5i rncsma ) ., :\\lscllcia
(au dekitu) de relat<irio, el<.' fundamenl<li(aO, de decis6riu -
E;>;.lensao do decis6dl) - Senlcno;:as nlrn e u/lm petita -
Embargos do dcvcdOl ,; c;>;.ccr,:Uo de prc-l'.wcuLividaue. n~
3.1.2 Vicios eHrinsecos (do PHlC~SSO em que fpi prol<:rida) -:\
falla de pre~,llposlosgc:nericos d<.' admissjbiliuade du Julp·
mClllo de merilo - Ausencia de citao;:ao ..' Cilar,;ao ue Pl~S"1:1
falc<:ida (on exlinla) - TeOTiu da apari:l\<.:ia , 26?j
3.1.3 SClllenps llUlaS, as;[\ll n'~cis()ri<l, lulda anlccipalLiria c mall-
dado de ~egllran~a - MmuJado de segllr1m~'a conlr:l <.:oisa
illig-ada - TUlela :ll\tecipada elll ;li,:ao rcscis,'lli:, - Termo
'nicial do prilLl) [lara ai(ao Ic~cis{)ria - Cumemarios ilO'i
inciso\ do arL. 485 - A"ao rescisoria I' ai;'lo dcclaral6ri;l d,~
2.1 Validadc c ctic:icia - Breve csclarcrimento tcnnino]ogicu . J I(J
2.2 NOi;OCS propedcnlic,ls sobrc lluliu:uJes rrocessuai~ - Prilll:ipili~
dikn:n":'ls em rclaO;:3o an sislellla de lllllidad<.'s do dirL'i!u
priVJdo " ,............ 11~'
2.2.1 Princfpios g<.'rais inspir;ldorcs do sistema de nuhdad,'s no
proeesso. 131
2.2.2 0 si<;lema de nulidades como rllllTIa de eontrok. 150
2.2.3 EspJdes de vfeius do proeesso. 1S7
2.2.4 ALUS inexisLentes no pHlce~so - Meios de lmpugnao;:au
- 0 probh'll"\ da "rcscindil:liliuadc" . Hi]
2.2,S 0 direilo positivo brasilelro - As nulidades absolut:'5 C
8
ENRICO TULLIO LIEBMAN
A presente cole9ao de lllonografl<ls sobre dircito proccssnal civil
foi dcdicada a nm grande mestre, Enrico Tullio Liebman, urn dos
maiores processualistas cOn1CmpOdnLo~. EstL' homem tinha, no Brasil,
ullla scgunda patfia. Na decaJa de 40. (lor r;l70es de adversidade
polftica, dcixou 0 sen pais, vindo radicar-sc dnranle <lllDS no Brasil,
mais precisamente em Sao Paulo. Leeionau na Faculdade de Direito
Ja Universidadc de Silo Paulo, ancle foram sens disdpulos fig-uras que,
ulu:riormcnte, se projetaram no cemirio brasilciro como profcssores t'
processuJlist;rs notaveis. Marcou a sua cstada entre nos, inddevelmen-
Ie, como mestre e>\cepcional, fazendo progrcdir, "acclcrad;nm:nte", l'
dirciw pruccssual civil, na medida em que sc dedicou aD ensino e
enconlrou juvcns juristas, avidos de conhecimcntos. Dentre muitos
Jcste~, e Je jusli<;:a qne se mencionem os nomes dos Profs. Alfredo
BuzaiJ, Jose frederico Marques e do Des. Bruno Affonso de Andre,
tendo 0 primeiro concebido 0 projeto do vigentc C6digo de Pro..:esso
Civil, encontrando no segnndo um dos revisorcs desse projeto. Manteve
estreilos la90s com hfilsilciros, que perduraram ale a oClIw:ncia de sua
morte, com a qual desaparcceu urn juriscollsnlto exemplar e urn
verdadeiro amigo dos jurist~s brasileiflls. tanto daqueles que foram os
seus primeiros alunos, quanto de llulros. a quem sempre exteriorizou
simpatia e cordialidade, ao lado de um fralemo e permanente interesse
pela nos sa terra. Excmplo (!t:sta fralcruidade roi a recep9ao, em sua
casa, em Miliio, it autOr<l d,} primeira monogratia, com que sc abriu esla
cole~ao, a Profa. Thercza Alvim c, t<tmbem, lla mesma oportunidade,
a sua filha, entao b,},>tante j<WCIll, e hoje Pro!"a. Teresa Arruda Alvim
Walllhier. que publica. nesta CO!e<;,IO, a ~ua lese de mcstrado. A presenle
cole9'lo COlltinuad, em ..:omovida h~)menagL'l1l a Enrico Tullio Liebman,
que. pc las .~tlas virtudes cientfflcas e humanas, logrou deixar uma cscola
nesla terra.
ARRUDA ALVJ~1
Obs.: Os acord:los citados ncste trabalho Oll rem .~lla fontc
imlic,u.b. au estiio public:\dos e In ,1Illl lir!ade.I' l}mU~ssll(/i \", IIpil! rcsci,w)rin,
1988, Aftllu{w{u de segllrtll1l'(( cO/JIm ulojllrf,,-iuf, i91'l9, rotlus rcpcr-
lorim de dOl1trina c .iurj';pfudcncia, coordcnndll:'> por Amldn Alvim c
Teresa Arruda Alvim, desta GJitara.
NOTA A4: EDH;Ao
o que nos estimulou de modo intenso a prepanlf LIma nova cdi~iio
deste trabalho foi a rect'lite reforma pcla qual passou 0 CPC brasileiro,
!iderada pOl' eminmllssirnos processualistas, Salvia de Figueiredo
Teixeira e Alho.s Gusmao Carneiro.
Como prev[arnos, lodavia, acabamos fazcudo inuluer<ls alll:ra~6es,
indnindo novos autores brasiJeiros e estraugcirns, tendo semprc pre-
seote a prcocupa\ao de cilar a doutrina nao n<lcional oportunameUll'.
e e:w;c1usivamcut~ na medida em que sc tratan de manifesta~6es que
pOdcriam ser ufei, para resolver problemas do direito brasikiro
As ;lJlcra.;:6es foum tanfa~, C 150 profundas, que modificamos ale
o nome do livro, para que este pilsse a ~C"r tiel ao seu n:."al conteudo.
De f.1lO, tTatamos, nesle trabalho, das Nllli,jndes do proC/:'SJO e da
selltellra .
Altermnos, l:.lmbem, express.1mente, algumas d.1s posit;6es 3<,SU-
midas uas edi~oes anterion:s, porque os argumcnlo~ das outras mm.::u-
tes acabaram por uos persuadir.
Foram acrcscerHados novos :1<.:ordaos e se Iralou de assuntos a
resrcito dos quais nao h:lVia, Ilas edi~fjes :mtcriores, mais do que mera
aJusao, como, por exemplo. it cxce~ao de pre-e:w;ecutividade, sentenqa
mandamenfnJ e OJ S\Jlllub J41, alem de outros temas igualmentl' atuais
e interessante-so
Agr;:ukccTTIos imemamentc a colaboraS;ao til' Rose Forquim de
Olivl'ira, na digita~~;lo impecavel. e 'lOS !lOSSOS alnnos da p6s-gradua~a()
d" PUC-SP, que, n.1S disl'uss6es havidas em classc. em muito coufri-
bUtr:ll!1 para novas ldcias que aqui fOr;lJll e.~pOSlas.
A Alessandra Pinho da Silva, dedicadlssima aluna do l'uno de
hacharelado d:1 Pl1C-Sr, quc conmu' lutulha h,l (rC~ ano~, 0 nosso
mnito obrigada pelit asse~~()ria qth.: nusdell no que tang,,: :'t pesquisa
dOlltrimina e jurisprudcnci;ll
A AUTORA
Agradecemos tarnbcm aos colcgas dn Faculdadc de Direito de
Curitiba c aos da p6s-graduuvilo cIa PUC-SP - Adilson Abreu DaUnTi,
Amaury Mascaro Nascimento, Andre Franco Montaro, Cassia Mesqui-
la de Barros Jr., Celso Antonio Bandeira de Mello, Celso Antonio
Pacheco Fiorillo, Celso Scixas Ribeiro Bustos, Clandio de Cicco,
Dirceu de Mello, Diva Prestes Malerbi, Donalda Armelin, Elizabeth
Nazar Carraaa. Esteviio Horvath, F5.bio Ulhoa Coelho, Fernando
AnL6nio Albino Oliveira, Haydec Maria RovcraUi, Herminia Alberto
Marques Porto, lOaD Batista Lopes, Jose Artnr Lima Gon~alves, .lose
Manoel de Arruda Alvim Netto, Jose Roberto d' Affonseca Gusmiio,
Lucia Valle Figneiredo Collarile, Lnlz Alberto David Araujo, Luiz
Antonio Nunes, Maria Garcia, Maria Helena Diuiz, Michel Mignel E.
Temer Lulia, Nelson Lniz Pinto, Nelson Nery Junior, Panlo de Barros
Carvalho, Pedro Paulo Teixeira Manus, Renan Lotnfo, Reuato Rua de
Almeida, Roque Antonio Carrazza, Tercio Salllpaio Ferraz Jr., Thereza
Celina Diniz de Armda Alvim, Wagner BaIera - pelo ambiente de
ebllJj~ao inteleetnal em que tenho permanentelllente vivido, que,
eertamente, desempenholl parel decisivo no intenso entnsiasmo com
que trabalhamos nesta 4.a edi~ao.
Dedicamos e~lc trabalho a nossos eolegas de escrit6rio - Ana
Paula do Amaral, Cc>,ar Eugenio MiHons, Daniela Saviane Lemos,
Danielk Pinheiro Machado, EV<lflsLo Aragiio Ferreira dos Santos,
Giovana Manfron da I:-'onseea, lzabela Cristina Rueker Curi, Luiz
Rodrigues Wambier -, na eerteza de que cks bern sabem os porques,
14 NULlDADES DO I'ROCESSO E DA SENl'ENt;:A
NOTA INTRODUTORIA
"Qualqucr investiga~ao jurfdica envolve lima eoneept;ao
metodol6gica pr6pria da ciencia do direito. Trala-se de urn pressuposLo
nem selllpre esclareeido, muilas vl'zes revelado nas entrelinhas; que, a
nos so ver, mereee 0 devido rclevo".l
Por isso, embora se trate de urn trabalho eujo objcto e fundamental-
mente 0 direito posiLivo, tmnamos a liberdade de inchlircstl1 not,l inlrodut6ria,
que nao tem a pretensiio·- tanto quanta os outros lexLos do IneSlllO torn, que
aparecem no eurso deste estudo - nem de ser filos6fiea, Hem ele
perteneer il teoria geral do direito. E, simplesmenle, uma rdkxao.
o fato de alguns autores, da area de filosofia utI da lcoria geral
do direiLo, tercm sido consulrados, e eiLados, ~l' devc a necessidade
pessoal de orienta~iio e disCiplina do pensamento, niio a finalidade de
pretender romar 0 texLo um roteiro de metodo cientffico.
Sao essas as observa~6es:
E tradicional no direiro 0 dikma enLre 0 llormaliviSlllO fonnalista
eo decisionisl1l0 IfraclOnalisLa. Modernamente, ~e tem procurado fugn
a estc dilcma, LcnLando mostrar-se ser possfvd cscapar-se de uma destas
orienta~6es, sem, neeessariamente, can na ouLra. .8 0 que sc pode dizer
do "logos do razmivel", da procura de novo:,- Lipos de pcnsar, que se
afastam da 16gica anaJiLica, rernanescendo, entre tanto, logos.
o {ogm' humano niio se exuure nas rurmas atcmporais da 16gica
pura, que diz respeito a um e ouLro. ApreSellLa-Se tarnbcm referido a
pensalllentos situados, abertos, problcmatizados, par rneio de fOflnas
menos rigidas, cujos nexos sao menos apan:ntc~.
A dignidade epistemologiea e conferida ao dln:ilo, apcsar de se
reconhece-lo trabalbando com urn tipo de raciol1aliza\;iio desvalonzada
pelo positivismo.
(Ii Tercio Samraio f'l~rraL Jr.. IC),l sobre bellS illljlonado.'. flrdli.l/ria C f)CSCII-
vO!-.'imcn!o, p, 33 c §§.
Cai-se, entia, no campo da retarica, tambem dowdo de om >'certo"
fOrillalismo, gUL: faz com qoe nfio se dissolva <l ci6ncia "na dimells50
e)'.prcssiv3 c cvocadora da pocsia, JJlJlllcndo-lbe 0 carater de conhcd-
mento racional".2
,-2) 1. Bali,ta Machauu. Prefkio ua ]' (,di~'a() da Iradw;an de Infmdu(',"io ao
/i('/lS{l/lIell!(J jllrfdic(J (ie K:1l1 F:ngisl.:h. Lisho~: 1'1Illua"ao CI]UUSIC GlIlbcnki:w.
1964, p. xv!.
(') "D(~ (al'1. IlaO 'c rode sl~qllcr ullLchcr (1 prOCC,'\!l civiJ ue,lig:lllo uos
Tribun;lis f\ S(~pM,\\il') ~ I:l\ChISiv,1ll1I:nl,: mental. A JLln,rrlHJcllcia C quem,
rcalmcnle, d\:cidc" (Arrllt!;IA.lvillT. /!1{i/lI<u/ de di,-ci/o prolc,lwal civil, voL
1. I' 57 c 5~n.
Os nexos, nns ciencins do eS[1(rito e 110 direito, 050 S~\(I pLTcep-
tiveis peta rado pura. Nlo sao tJo claros, ncm necessiirios. E preclSO
a intervenl,:;]o de um Dutro alg(l que se rode charn.:Jr de "inlni9ao" ou
de facllld.:Jde volitiv:l, como diz J. B. Machado. um algo que de vida
a intclectiva. Urna n?lo se sobrep6e aoutra. Cllmpletam-se, necessaria-
mente.
Estes novos "estilos" de [of{os nao lidam com a verdade. mas com
o neees~:irio, COIll II razo,lveL c C{"I1ll 0 passive!.
A noqao de previsibilid:lde familiar c este novo enfoque proble-
matico do direi\u. E, para chegar ate ela, c rreciso qUI: se ;walisem 0.'.
fmores que desempellham papeis pam qlle se alcanec 0 resuhado quc
se quer pIe vcr.
Par isso que. ao teoL~HlllOS encontrar (e nilo invcntar) coerenei.:J
no tratamcnto que 0 dircito tern dado as nlliidades da~ sentcn<;as,
jurispnldcncia, lei e dontrina foram analis.:Jdns.'
Se, dc lim lado, se proCurULI, lleSlc e~tudo, sistematizar on eriar
nm o.:onjuulO de regras que nllrtciam a mec5.nica das nulidJdes do
proeesso e dels sellkn~as, [lmil que se as possalll umtmltll (no sentido
de se poder preyer 0 que pode ocorn:r e, -portanto, convivcr-se em paz
com estas regrJ~), sabendo-se os n.:sult.:Jdos o.:om que se pode contar,
procnrnu-se, de OUtTO lado, nao "rllr~ar" J <lrruma\'10 dos cOllceitos
nnm quadro esqucm:'itico.
Justamentc por isso (> que, cm relar,;;]u ao tema cenlral deste
tmbalho. aS$UmiIH,e poslura inovadom. Difkil seria p.:Jrtir de nrn
quadro re.:JL vista qne r<lrlssimes silo os cxull[llos Imitlcos das ~i(na~i'.ies
que se pretcnder:HIl classifiear. CmIl isso. se qucr dizer 0 sq;uinte: nnm
17NOTA INTRODUTORIA
excmplo extrema, sc se admite haver no processo a caregoria da~
senteJl~as inexistenLcs, a unica forma de se lestar este eoullci<ldo (curico
C localizar, na jurispmdencia, algum C<lSO em que sc tenham cscoado
os prazos recursais e 0 prazo da a~:ao rescis6ria c que, ainJa assim, ;\
seoteova [coila :-;ido apagada do universo juridico. E mais. bla hip6tcse
cleve leI ocorrido de 1973 para ea, pOlS este cstudn procura sislcma{izar
as llulidadcs das senfeDl;as a partir de \lin angulo. tanto tJuanto possivel,
reallstico, elll f~cc do direito positivo vigcute.
Como resultaJo, obtevc-se urn esquema de funciouamento, que s6
pode scr entenJiJo como um sistema se tomarlllos 0 Lermo como fa7.
Lask: "0 verd~Jeiro segrcdo da forma sistematica do direito c que ela
foi inlufda imediatamentc pelo L"specialisla Lorn cia familiarizado,
atravcs da [1riixis cientillea, mas nao foi, ainda, objetivada em uma
expressao I{)giea"."
Contando, entiio, com esta eS[1ceie de limita<;ao, c com a neces-
saria correlata compreens<lo do leito!", qne nos servircmos da c;r"pl"essao
"sistema das nlilidades proeessnais".
,', A{'wl Tcrcio SJll!p:tio Ferru Jr., 0 cnllcei/I! d,. siS/ellw ilO <li/cilo, p. L20.
NUL!llADES D() PROCESSO E DA SFNTENCA16
1
SENTENC;:A
SUMARrO: 1.1 No<;Ocs gerais - 1.2 ScmCnt;llS proccssuais l[picas: 1.2.1
Pressupos[OS processnais; 1.2.2 Condi<;6es ua ,u;ao -. 1.3 Selllen~as pro-
cessuais Ifpicas C 0 art. 267 do epe - 1.4 Scntcno;:as proccssuais <llfpicas
eo art. 267 do epe: 1.4.1 Peremp:;:ao da inslii.ncia; 1.4.2 Abandono da
causa por mais de lrinl<\ dius; 1.4.3 Pcrcmpr,:ao; 1.4.4 Convcw;ao arbitral
(compromissll arhitral e c1ansula compromiss6ria); 1.4.5 Dcsistencia da
arrao; 1.4.6 Arriio iUlrausmissfvel; 1.4.7 Confi.lsao entre autor c r6u - 1.5
Senteno;:as de merito: 1.5.1 Natureza; 1.5.2 Classifica~ao (senteJH;as
declarar6rias, condenal6rias, conslilnl.ivas, cxccutivas faro sensu e
manuamenlais); 1.5.3 Elementos (relatorio, fundamentar;ao c dccis6rio);
1.5.40 art. 269, II, III e V- ReconhecimcTlIO juridico do pedido, lrallsa~ao,
rcuuncia ao direito; 1.5.5 Prescrioy30 e decadcncia - 1.6 Dulras scnleUl;ns:
1.6.1 Senlew;a que eXliuguc II cxccUl;fio; 1.6.2SemcnI;a amilral; 1.6.1
AcorUos extn~udiciais homologados.
1.1 No-;oes gerais
A palavra scotco9a dcila suas rafzcs ctimo16gicas no tenno latino
sen/entia, que se originon de selllelltialldo, genindio do verba semire.
Daf, tem-se a id6ia de que 0 juiz, ao senteneial', dcdara 0 que sente.1
(1) Ncy Payel, A senlen{:Q criminal e SIHH lIulidades, 5. cd.. Aide. p. 19.
Alhos Gusmao Carneiro, cirando Calamandrei c Taruffo, obscrva que
a decisfio jUdicial rcsulLI eli; \lin apriorislico sellt;mC/1W e a moti\.'a~3o scria,
assim, uma forma J6gica de sc a conlrolar. Coloca Liebman como discor-
dando dessa visao, pois que este aulor assevcra que II ohrigatoricdade de
fuudamentaoyao e cxigcncia do Estado dc Djrc~ilu, Com ,1 devida ..\~nia,
acreditamos serem duas lormas de abo[dagem difcrenles c' perCcitamcnle
eOlUpatfveis. Nao e exagero dizer quc estas vi'ioes sc compkmenlam. pois
<;,~ por otica~ direrelllc~ 0 m"~:JlO objdO for conh"cirl(l. mais (ompkw sera
o eOIlIW,CllnL'l1to que dele ~(' l"m (Sentcm,:a mal !undamcnl;lda c ~cntem:;a
nao fumJanle:l\lada. Athos Ciusl\lao Clm..:!r'" RePro 81/220).
"J Arl1lcb Alvim, Tcorio 8nal do pmcl:SSO de rorthtcimenlo, vol. lf313: Rllque
KOlrl'ltSlI. antes de \~Sl.'lbL~Ie:(er as dircrc[JI,'as cntr..: proccsso c proccdimcnh~.
()h~c['va que: .. A dikrcn~a entre eles (proccsso C pl'(lccdilllClltO) foi 0 infcic'
Ja iussagcm do cl11pirismo tl ciencia, ,~lJ\ cktcrminado I1\Oll1l'lltO da histrlria
clOulrin:lria do prclCesso. 0" a!emik,. qui~a dcsdc os prindrios do seculo
XIX, mac ~'l·¥Ur:.lmcnte a pat1ir lie ~Ila metadc, lIS;Jm U vDcahulu proCl~j,O,
ao con!drill lin ·11rocedimcnto·, Wct7.elJ, em 18G5, cxJl(Je mil Si,tl'n1J Jo
proccSSU. :.I" I.JllC ja 'llribui - :linda que dcnln1 da (COl'i:l d;l litisc(1lllcslIlrio
-- tlm,l IPturCza all<llog;l ;1 0:l (\bri~a~[jo. Com Vl)n BLilow, trcs anus depois,
n (m'Cl',sO ~ um:l rda'JIP pr,Ye:ssual. Esta consjdera~~l(l do rroC":SSD nao so
«'Ill') IlIl1a comhillas:rrO de: ,,10,' qll"OCC(!illll'nto). lllas (ornl' I,ll rdai;ao. c sua
ea, dCIl',ri~\il"a dil'"rr:llcial c, Silllult;[llr,ll1lL~l1lC, a origcm lk su;\ (icncia .. (J)(j
illl'alidade !II' [ij"(J! C'ySI! eH·d. RT. J<1\) J. (I. (12).
Diz-se, cmnumcnte, ser a sCrJtcn~a 0 pronunciamento do juiz que
poc tIm ao procedimento, em primeiro grau de jurisJie<flO.
Esse enunciado encerrJ divcr~as especies de dificuldades. Ullla
delas reside na difercncia«ao entre proc.:sso c procedimenlo.
Trala-se de dis(IU~'iio de que .'Ie onlpou a doutrina, pcb primeira
VeL, no ultimo seculo. E, em grande parte, frulo de \:stuclos realizados
a panir dos llllimos quill7.c alios do seculo passaJo. tendo coutribufdo,
de forma dcfi.nitiva, para que a ciencia proccssu'll, com base na idcia
de proccsso. jllldessc come~ar a dcscnvolver-se, como ramo ;llJ(onomo
da cicncia jurfdlc;l, desgarrando-sc do direito material."
A doutrina 6 rica em distin~6es nao defll1itivamente eoncludelltcs
a n.:speito e mnitos dos que lentam ten:lzmenle estabelecer um trar;o
divisori~) entre ambos os fen omen os jurfdicos acabam par faze-lo de
form;) (·xc~·ssivalJlenll' abstrata, alem dc, sob cerfo aspecto, millS
filos6fica do 'lue [lflleessual.
Evidcmemente, a dislinr;ao feita. llestes moldes C:lfeee de valor
qucr eiemlfico. qlh.:r operativo.
Emrcl"a menos ardua llo que a de deJinir proeesso e procedimemo,
a de aponlan.:m-se-Ibes as fmr(lS nwis Ilwrcanfes.
Ne,cs(: C:lSO, os traoros caraclerlsticos do processo $:10: a sua
finalidatlc e a corrcspondencia corn uma rclariio .iuddinJ de aspecto
detcrminado,
Par outro lado, os tra~os ljlH~ mereeem n:levaneia - IlO que diz
com 0 procedimento - sao 0 mpecfo exft·rior de um desenrolJr de <ltos,
que caractenzam a movimenta~50 desl'j h:la\ao juridiea. a que se
aludiu, no tempo. EelJ movimelltar;:10 Jeve levar a cOllseeur;ao da
fin,l1idndc. tambem h;i POllCO referida.
A ddini~ao, propriamenle, d<: pml'('s-I"Q <: proccr!imt'flfo e proble-
ma tormentoso, visto que, em Lillillla :lrl<i1isc, ambos podem sa
..·isualizado.~ 110 mesma realidade farica.
Assim, tem-sc 0 desenrolar de :ltos que uascer:Hn com a proposilllra
dc mna :l~ao, que deve lkSClllbocar num pronullci::lJnento judicial de
cadter definitivo, poudo fim llUer a essa cadeia de alos, quer arejaiJuo
juridicI que [he cst;! n:l hJ$C, c que the emprcsta unidade e organieidade.
Nessa me~ma rcalid:lde, hao de ser visualiz:ldos tJul0 0 processo
quanta 0 proeedimento. interessando. pa.ra. que se possam conceber um
e outro, aspectos divcrsos destc mesmo objcto.
Dcssa forma, para 11 1101J;lO de pmces.w. iutere~~am fuudamental-
mente ::IS ideia~ de retariio jrfl-rdh'(1 - que C a que se eSlabelece entre
as sujeillls do proeesso: anlor. Juiz c ren .- e a definalidadl' - no semi do
de voca~;'jl) do tluxo dos atos conseeutivos e inlcrligados, que porao em
movimento a rela~ao j,i rderida, voea~,10 e"tl quc consiste, eoncreta-
mente, na obtcniJao de UOl pronunciamento jUdicial de emater definitivo.
A coneep~ao da no~ao de pmcedimento dizem re::.peito as uOiJoes
de IlIov;menlo dcssa rel:l~aojuridica n~) tempo e, mai~ cspecifieamente,
o aspecto eXl<:rior desl{/ movimc/l/lJrdo. au sej:l, Je (jue atos se {rata,
Gomo se entrcJ'I'::..llll etc.
Assim, as dois coneeitos se afaSlam. ni:io por sc referirem a objetos
di versos, lTlas por dizcr~'m ITspei to a aspectos di renos do nln'lllo o~ie/o
c, pois, observ;iveis ua meSllla realidade Litica.
Ponaulo, parece que reduzir a !d~ia de processo ;1 de rda":ilo juridica
- como sc fosselU equiv,llentes - !l,IO C 0 mesmo que diz(:r (jue, para a
nOlJao de processo. imp0l1a fnudamentalrnCl1le ,1 rela~ao juridic:l qu',: csta
na base de nrll dcsenrobr de atos ligados, uns 'lOS (Iutros, e que t0m por
hl(\l~iio (finalid;lde) ehegar il entre:ga da presta~>ao ,lurisdicional.
A propri;l paJavra pn'Cr'SH) traz embutid;l, em S; IllCSlllU, a idCia
de mobiliuade - cesso - e uflo scria a SO![l(;30 mais cOIn-eniellte ,1 de
ideulifid·]a Cl)1l10 Um eonccl1o, por si S(l. cst,itieo, 0 cia rei JI,?<'io jurid ica.
I)ifercllte e diJ;er que h~i correSplill(l.'I/C;U entre ambos.
As proprias orl<:C:lls elilllologicas d(ls ICfmm proc<:sso e proccdi-
1I1l:\lto vao ao eneontro do LJue foi di(o: processo" s(1!nifica 1ll0Villlentn
21SENH.N<;:ANlIUllAl.l/<,S DO PROCESSO £ lll\ SENTEN("A20
a frente; e 0 sufixo "menLo" rcfere-se aos HaLos, no modo de faze-los
e na fonna em que sao feitos".'
Neste sentido, c clara a lir;ao de Moacyr Amaral Santos,4 que Jiz
ver-se, no processo, () movimento em diret;ao aprcstar;ao jurisdicional.
o "como" se d[\ esse movimenLo e 0 proccdimento."
OJ Jofio Me:ndes Jr., Dirc;fo j[uliciririo bra.I'ifeiro, p. 290.
\<) Moacyr Amaral Sal1to~ /'rimeiras lil/flU,I' de direito process/wi civil,
vol. II/68,
(.\) Depois do advel1lo da CP de 191\1\, certament(" a dOli Irina bra~ikira devcl'ia
lerose oeupado, com a all'nr,:ao de que 0 lema e mereccdor, a eSlabcleeer as
diferenr,:as que ha enlre os fcn6menos proces~o c proccdimcnlo.
Islo porque 0 art, 24. XI. da nova ConsliLuil;UO da eompeiCnc:ia aos
E.';tOldos fcdcr<tdos para 1cgislar sobre proce:dimenIOS. em materia proeessual.
Em seg:uidOl, os §~ I ° a 4.° do arl. 24 dispfleTll. 8m,ISO modo, no senlido
de que a Uniao edJlani normas proce:dimenlai~ gcrais, re:mauescendo aos
Eslado~ federadm a cOlllpetcncia suplemental' Se nao houver normas gerais
proce:dimentai.'; edil;ldas pela Uniao. ('xercerao os F.slado~ federados com-
perencia plena, ~uspendendo, \Odavia, a ~upervenicneia de lei federal a
efic:icia da lei ('stadual. naquilo em que rorem incolTlpalfveis.
Ve-se. pui~, que a partir de oUlubro de 19811 a dislin<;i'io enlre proces'iO
c procedimento deveria kr sido obje:lo de maior alen\;5.o da doutrina
brasikira, pOl'qlle da exala eonceilllar,:iio do que ~ejalll plVCCSSO e proeedi-
mcnfo deeorrerao 0.'; limilc.r dll COil/pctenda leRislofiv(l £10.1 ESfadmfedemdos.
lsto, evidcnlemente, ~elJ\ se falar na difimldade eonsislenle Clll sc distin-
guirern as normas pru~edilllentais gerais das niio gerais.
ArrudOl Alvi m rOlTIece el'ilerio que considerJTIlos idClIlco parJ di.'itinguir-se mal0ria processual de materia rnc:ramcnle proeedimenlal:
,. Paree:c-nos que os temas relacjonados com 0 dirciro de arao, as pllrleS,
as P{o).'llS, a .1'cnll'lJra (=us r",quisitos de existencia e de validade da senlenr,:a),
1/0,1' .l'eus clemel1los esscilcims. !lao po(krflo ser enlcndidos como ",neartaveis
na ideia de proccdilllelllo, pois que. onlicalllente.tcm de ser objelo de normas
gerais, Aceuluc-se. ao menus como al'glll1lClllO, qlle, na verdade, esses temas,
elli ('.\'C'llfli aprecid,'cl, cnconlram-se de/if/eados mesmo no proWio (cxlo da
ConslilUit;ao Fc(kl'ill de 19XX Esle m'!illlnento dcmoll.'itra que estao de lal
lonna pe]'meadu~ pela idtia dL' /l!Jiformidadc. que 0 consliluinte os eoloeOll,
em suas linha.'i gerais, IlO pnlprio [('xfo CIll1.1'liIIlCIOI1(1I.
o dirl~ilo de at;ao C 0 vdclilo couligliraLiv() do proprio relrilto. i,e.. dll
Iluil!ria IIO,U("el cxislh1cia 00 dil'eilo milwrial a dise:iplina refercnle ~
L<lp:l<.:ldade l' :1 legilimm:fio da.'i parks (~lla capacidade. plel1il, ou nao)
I?U~ilml~llk n;lo ,,(' pode ,er l'cgulada em IWnllCI Ilr()(:cdimellfal ntro ;;eral,
dil IIICSm,\ rorillil lILle nao () pude 0 da IC,~;f;IJliI(,t7() pari\ (Igir Oil f,mccs,wllf.
Tanto cassim qu\: sc costurnam ldcnLif,car os lcnnos procedimcn-
los c nlo.r.
23,~ENTEN(A
porque uiz rcspcilO a tilularidade do possfvcl direilO subjaccllic a <1<;110. A
fegitmwpio fJrOCl'S5Iwl OIl para Gr.il", {J sell IUrno e em realidade. regula a
lilUlariJlldc do Jireilo de {J.fii!; em jlll::O. pre,Hl/poI/O {Jam () e~rel'crcio do
dircilO de arrJo.
Ademais, a,1 rcgrus de proCC,\'.l'r1 Jew,m. /Ilcmw glwrJal" si'melrio. (:om
regra.I' de direirv IJwln-;ul, e. no particular. os ESlados federados e 0 DistrilO
Federal ni'io lem eompeleneia para legislar sobre 0 (ema de direilO malerial,
direilo ('ivif, que eS\a subjaeenle a todos esses inSlilulos"
AssilTl, das regras alincnlcs ao processo foro sellMi, serao substancialmenlc
proccssuais (l~ nao procedimcnlais) aquelas cuja alLcra<;ao imphearia nccessa-
riamcnle (cmbora iudin:\amCnle) allera<;6<.:s no direilo malerial. Serilo
procedimelllais aquelas cuja Illodirieal,":ao clllll;lda inOuiria no direilo marenat
E assim nao [loderia deixar de "er, pois, c como di7 Allllda Alvim:
"Sc assim nao fmse, e, sc os ESlados fcdcmdos legislassem, IleSH"
cali/po, ipso fm,·lo. e,\llIriwn obliqllamenle. disciplinando assunlos diferen.-
lemel/le do que 0 livesse feilO 0 direilo civil, e euja disciplina dcsfiglfmrill
a dc~tc ramo, para 0 qual a competcncia legislaliva e cldusilutllfl/le da
Uuifio (arl. 22, I, CriBB).
As provas diLem respeilo fl rmrlllpjo ou ~\ denlOl/SlrariJo do direilo
material em jufzo, c. pois, porqlle dl~wm SCI aplas para relralar 0 proprio
direito, ~c viessem a ser objelo de disciplina procedimeural. de cardfer uao
geml, eslar-se-ia. indil'efamcHle, podendo laLer de~apan;ecr ~ilual;6cs de
direito malerial, e e:sla~ variarialll de: UlU ESlado fe:de:rado para oUlro. e e:nln:
csses e 0 Dislrilo Federal. As siluac,:oes de direilo malL'rial devem. ne:ces-
sariameIlle, IlT uuilormidadl:, l:111 rcl'lI;iio IlS ~il\\i\(,:oes iguai~; l:, q\lando 0
legislador ['cderal enlcndcr que nflu dcvern ler uniformidade. il au~(;n~i;1 de
unilonuidade deve decorn~r da lei nUl/erial federal. e, ainda aqui, haYed,
eerlamenle: ~cr (;ompalfwl com 0 prindpio da igualdade de lodos pewlllc
a lei, lendo e:111 visla a gama dc' aS~llnlos c.\cl/l.>il'amellle adjudieados fl
e:ornpelcncia 1cgislaliva da lIniuo"
Conclu1 meneionado aulor no scnLido de que as regm'i atinenles ,\ prava
nao se elle;lrlam no lllandallll:lllO do arl 24, Xl, da CF, por causa do
pl'incipio da lcgalidiltlc, lundarncnlalme:nle (arl. 5.°, wpm). Se lodos ~flo
iguais perallte ;1 lei, nao ha, eOITclal;llTll'nle. COl11pe:lcllcia do,'; ESlado~
kderados para lcgislar sobre maleria pl'Oballlna. uma ve7 que, se hOllvcsse.
~l~riilm criadO'i dircitos dikrcnte,'i nos difcrentes ESlados federados (com
basc nos llleStllOS ralos, na mesma lei .. (' eTII regras diferenlcs, alim~nles
a maleda pmh'IIOria l ). Arruda Aivilll, hillai/o de d;rcilo liJ7)C('SI'uufl'ilil.
Ans, I 0 ao 0.° do CPC. RT, 1900.
\liltull SamnTril1o, Pmcet!inleii/O .l'illllllrl,l'siwo, p. I
NIJLlDALJES DO PltOCESSO E DA SnNTf'."~A22
,'\ Araken de Assis. Marwaf do pmcesso de cxenlc{io, 3. elL RT. 1<)96. De
talo, por lerlllO ao proccsso nao 6 (;~~l~u(;ia da senlen~:a. E urn deilo seu.
Clndido Rangd Dimrnarco dil" "Ereilo processual mais profundo qUt'
esse,; «(Julras l':fl':ilos proce.,>,>u'li\I"': 0 de por l~mlU ao proccsso; no direilo
brasilciw. <I[i,;~. ,l ""n[CI1<;:l C IcgJlllleIlle del in ida com base nesse seu tfpico
efeito plOec~"ual l'-iri,I(IJIIJ(irdo, p. 201)". Observa Barbosa Moreira que:
'Todo alo JuriJi..:o [em lllll ~-,1nt<,(jd() onde sc podcll1 discernir J\Olas
esst'nciais, rebs ljU;)j\ dc~ Sl' di'liuguc dos oulros alOS jllrfdjco~, e por isso
mesrno rOfl]ccc'm cknlcnw." parcl ,ua dclinio;ao. Assim. por exelllplo, 0
cOJ\le\'reio dll l'pnlr,llil de cOl1lpr:[ c venda consisle em dupla manitestru;[l0
de vontade: do \\'illiedol, 110 sCllliLiu lk lranskrir 0 dominjo de cerla c(lisa,
c do comprad,'r, n" (Ie ]\"':;:'I,lhc CCIIO pl"r;O em c1inheiro 0 cOTl\cudo calgu
quc nlto pode blur all alo, soh pena de n~ml1Wllletcr·lhe a CXi)[~llci'l .s,~
UJO hO\lver ,IS d\l;l~ manikslar,:Gl~s dl' vOlllaJc, ~I dn vcndeuor <' J Jo
compradol', <;implesmenle nao havna COl1lpra l' 'l'lld<r
Por ,1Utro lado. lodo alo juridico C. (;rll l\"l'. ~Jls,·,'li\T\ Lie pludil/ir
","ciLos IIIl JIluJldo do dircrlo - caraclcrfslica l'cI;] L]lJ~lL iU'l:LllKflte>, ,"
di-';lill~>U"rll ll~ {//o.> lurfdfcos dus quc u50 0 ,;-1\\ Os deil":, pol1em ,Cl
ToJavia, cOllveniente e ress;)ltar podt:r f<iL<:r-Se uma distiw;ao,
ainda que suril, entre ambos os [e-fliIOS. 0 nlo diz com 0 modo
especffico cstrulural de 11m dado procedilllento, Geralmcnlc. "aulcllva"
o procedimcnto. Este, par sua vez, diz com a llecessidadc de que (odo
proccsso tcnha uma estlutura.
o ellunciado cxw,stll no infcio dcs(c capitulo alberga, em nasso
sentlL uma outra espeele de prob1erna.
DilCf-Sl': que a scu1t'nt;a e 0 uto do juiz que poe fim ao proceJi-
menlo em pnmciro grau de jurjsdi~uo e uma tautologia.
Pl'fl;uDt<t"se: qual e 0 jto do juiz que poe 11m ao proccdimenLo em
primclfo gWll de JlHisdl"::lO? Res]Jonde-se: a sentenp_ Por outro Judo,
au se pergnllt;l[ 0 qlle 0 lima scnlcw;a, tern de responder-se qne e 0 ato
do juiz lJue poe filii ao proc~Jimcnlo em primciro grau de jurisdi<;ao.
TraLa-se, apesar da lclra da 11:1 (art, 162, *1,°, do erC), de uma
peti..;ao de prindpin. Araken de A,,~is ,dude, em feliz expressao, a
"voclH;ao extilltiva" da sentell<;a, endnssanJo [lOS".l posi<,:ao uo sentido
de que a definit;50 legal cnccn-a pCli<;:io de principlo. No fundo, diz ele,
41 c\til1l;ao do proces<;o nao se dfi pcl<l senlcn<;a (ou pdo acordilo), mas
pdo cxaurimento clas vias recursais! C
Discordamos, nesse passo, cia li<;ao de B<lrbosa Moreira,1t segundo
quem as senlcw;as se diferenci8m d8S demilis lT1allifeSla~6esjurisdicio-
nais pelo criterio 10pogr5fico, qnc, emao, faria com que pudessemos
ldentifid-l<ls, Dilcr poder distillguir-sc a sl'ulen~a das demais manifes-
la<;6es judl..:iais a partir do criterio topografLco siguiJica, a nosso vcr,
25SENTENCi\
Autores ha que criticam a k~cniC;J n:dauonal dos arts. 267 c 269
do CPC, pois que aludem aextilll;Jo do pmcc'sso, qu:mdo, na verdade,
o que se extillgoe is 0 prvcediml'lIlrI 1"1/1 prilil"im grau. K
Cumpre, entretanto, nolar que os anigo", citaJo::. dizem respeito
qner a scufel1l;a, qncr a ac6rdao, UljO contetldo seja 0 de llma sentel1l;a.
Aeorduo c a decisao colcgi<lda Ill: Tribunal, qne pode ter como
contelido 0 de uma senU:nr,:a (cle merito ou nao), ou 0 de uma decisiio
intcrlocutoria.'1
considerados em PO(('J1(.;i'l (como r;ts,i..-,'is de produzir-se) ou em alo (como
realrnenle prodU7iuClsj" (Coillcuuo <' dcir'h dil S(;nll'W;a, RePro 4017-12).
A estes dois plano~, aen'SCClllam(l~. rd~rem-se os dois s(;nlidos que a
doulrilla (em alrihuid,' aex rr,:ss:lo c'rrdc:ia: aplidao (=pmenciillidade)para
11 pl"odw;ao de ell'itl'S l' rrodllo;?'o ef,'lil'" lie- cfciLDs,
'" HellO TOrlldghi, COll1l'llllil/o, 110 ("Pc. ;iriS. 154 e 2(,9> vol. Vll132!;.
"}j Arruda Alvim, ,0\ ~CI1I<,np nl~ prl)L",-,S'O ci\'11. RePro 2/20.
"" .. ACtiO dedul"{IJ(iria il/,-'idl:iJ!l./l, 197(J, p. Jl)(] (grir(b 1l0~SOS).
"L) Comenhirios 00 CPC, voL V, p_ 274.
Podem, <linda, os acordJos tcr como conteudo julgamcnlos de
exceo;-oes, de conl1it(l~ de competencia, cOITci<;6es parciais etc.
S6 J4uc!cs. ou seja, ilqucles cujo conteudo e uma senteu<;a, c nJO
a estes, referc--sc 0 art. 162, * 1.°, do epe. Se, pois, no que respeila
aos acordilos. a rerJa<;flo <.5 ":.\at<l, tah-ez tivesse sido conveniente ler °
legislador aCrCRl'Tllado a "extingue-sc 0 processo", que ja cOmtll do
texto da lei. <l npre::.s;jo "ou 0 procedimento em primeiro glau dc
jurisdi~ao··.
Como se dl<;<;e h'l pOllCO, h5 que dar yolta::. iJ tautologia, a que d,l
azo a propria lei e, ecrLamcnte, 0 unieo ell'mcnto [JOl" meio do qnal se
podem iJenlilicar as senten~as c sell cUilfelilia,
AJroaldo Furtado rabricio alude a Se111en<;.l "nu sc'lIfido dos arts.
267 e 269",10
NUL!DADES ])(1 f'H(l("FSSn l' n," SfNTCN<;:/\24
,':, De hi [/ccir;/I, 111.\ (~\ce/!('i(JlleJ y 111,1 lIulidades pmcf.wles. 2. l~(L COllJnlbia,
Tcmb. 19S9.
<I): La sCllffll;a cirile. Mil[\(), Gi\1LTr~, 1%2, p. 65 (grifos no original).
"4. Jos~ Carlos Harbosa Ivlordra. ob. crl., p, 273.
endossar a tautologia a que ,e chcga pelo Lex to legal: 0 lugar em que
a senten~a se encontra e 0 fim do procedirnelHo em primeiro grall.
Essa ca imprcssiio que sc pock tel' aprimcira vista, sc nilo sc leva
em conla llma circullstancia: u legis/ador eSflccijicoli quai,\' sao m'
confer/do.\' qlle f07.cm com que se pUSSCI ident(jicarlllll pruIH1I1ciamel1fu
judidal como Sell/Cllr£1.
Os passlveis couteLidos materiais das sentelll;as vern cxprcssamcn-
te previs[os nos arts. 267 c 269 do CPC.
Cremos, portanto, seT esta a no/a lIIarcanfe das senteno;as, au seja,
60 sell conte,ida, preeslabelecido pOl' lei de forma express a c taxativa,
que as disLinguc do:'> dcmais pronunciamentos do .lui".
Aproximadamente !leste sentido, assevera Darlo Preciado Agudelo
que, como rcgra gcraL .-:;ao senLen(,:<ls as qlle decidclll sobre a prelensao,
"salvo outras disposio;fies a respeito", que, no direito hrasileiro, sedam
os alis. 267 e 269, salvo 0 269, L que se refere exatamenle it regra geral
c nilo aos "outros casos" que a lei prevc.'2
A partir de argumeutos divers os, em face do direilo italiano, a
conclusiio a que chega Alfredo Rocco c a de que: ".. em suma,
nenlmma condio;ao extrfnseca caracteriza a senlello;a; lllas a caracteriza
c a difercncia das outras especies de atos do juiz 0 seu cuntClido".n
Os pronunciamentos do juiz, no processo, podem consistir em
sentcn(,:as, decis6es interlocutorias e despachos.
Servimo-nos do termo "pronunciamento", e nao daquele de que
se serve a lei, pOl' crermos que, nesse particular, 0 legislador dixi/ plus
quam voluit,H pois, ao alistar tres especies de "atos", referiu-sc apenas
aos prouunciamentos, aludindo, enta~, exclusivameute a uma caLegoria
de Mos, que mlo abrange todos os atos pmticados pdo joiz, como, por
exemplo, os praLieados durante a rase insLrutoria, nem a tantos outras
de igual rckvfmcia.
Poder-se-ia, entiio, pellsar num outro criterio para identificar as
senteno;as dentre os pronunciamentos judiciais.
27SENTEN~~A
Costuma-se aLentar, em lioutrina, nao para 0 eonlelido material dos
mesmos, eriterio que nos parece ser 0 mais adequado, mas para a
nutureza deste conLclldo,
Nessa linha de raciocfnio, e COlllUlll dizer-se que as senteno;as e
as decis6cs inLeriocuforias tern contelido mareadamente dccisorio,
diferenlemente do que ocone com os dcspachos.
Mas cremos nao sc poder dizcr tcrem as senLcno;as, em regra,
eonteudo deeisorio mais signifieativo lio que 0 das deeis6es
inferloemorias, nao sendo, portanfo, essa a forma de distingui-Ias umas
das outras.
Isso porque nao hli que se falar em conteudo deeisorio de peso
nas scnLeno;as nao de meriLo, ou processuais, companivcl ilqucle que
exisLe nas senLen(,:as em que ° juit, acolhe ou rejdta 0 pedilio.
Outrossim, parece baver conteiido decisorio quase irrelevante, nas
senteno;as ditas de merito pelo art. 269, com exceo;ao do n. I. Esta, sim,
tern comelldo marcadamellte decisorio.
Assim, so a senten~a que formal e subsrancialmente se pode
chamaI' de senlcn(,:a de mcrito 6 que se dislingue quer das demais, quer
das decis6es imerlocutorias, pOl' ser ato essencialmente deeisorio.
Quando nos rcferimos as tres espccies de pronunciamentos judi-
cia is, previstas no dircito brasik;iro, nao aludimos nem ao "despacho
de expediente", nem ao "despacho llc mero expediente", nas edirr6cs
anteriores, pois nos pareeia mais operativo, c por i!lSo mais conveniente,
admitir que, as vezes, a lei se referia a despacho, quando de deeisilo
interlocutoria se tratasse, inexistindo, assim, praticamente despaeho
com contelido decisOrio. Logo, todo despaeho era de mero expediente:
nao 0 sendo, descuraeLcrizava-se enquanto despaeho, lransformando-sc
em deeisiio iUferlocutoria, Essa solurrao 6 a adotada pOl' Barbosa
Moreira,l~
Porem, quanto aos despachos, a Refonna trouxe modirieao;6es
interessantes, que, em nos so cntender, alleraram para melbor a situao;ao
prcexisteute. Fizeram com que modific<isscmos posi~ao anLeriormcnte
assumida, como se vera a seguir.
Candido Dinamarco observa ser ja alltiga a ideia de que se
devcriam atribuir funo;6cs ligadas ao impulso processual a auxiliares da
.", Ob {;il., p. 278 a 280.
NULIDADES DO PROCESSO E DA SE~TEN~A26
'''I ver A 1<'1(11"1110 do C6digo de ProCes.l(j Cil'il, 2. eu., Malheiro:>. p. 80.
Jus!ii;<I, atellnando a SObrLL"arga de trabalho dos jUlzes, de fonna a que
a proprio cart6rio r<.::lliz:lsse certos atos de rotina pura, cfctivamente
dt:spmvidos de Lad-rer d~cisorio rckvantc.
Exata e precisamcutc essa ideia, que Candido Dinamarco chama
com propriedadc de "au{omatismo jndlcial",I~eque foi encampada pelo
nossa direito, na nova reda\iio do art. 162, § 4.°, do epe.
Trata-se de dispositivo de carater exemplificativo, em que se
cstabelece goe atos "meramcnle ordinat6rios" devem ser rralicados ex
officio pelo servidor e revistos pelo juiz, quando llt'cess5rio for. Esses
atos ~crjam, par exemplo, il junlada (dc um wI de feslemullhJs, pll[
cxemplo) on a vista abrigararia.
Partee-nos, com a devida venia, nao In siuo feliz 0 legi~lJdllr no
que diz respeiLo iiniea e exclllsivamente ~ red;l<;50 ueslc 1ll1\'O ~ 4" do
art. 162.
Esse di~positivo legal estabelcee fiearelll a cargo do ~ervenlu5rio 1.1;1
juslir,:a atos IHemmen/1: ordinatorios, que, agora, indepelldem de des]l;lcho.
Estes mos, que agora uevem ser pTilticados de ofieio pdu
sCTvcntmirio da justi<;a, sao os pronum:iamenlos 4ue consistiam exata
e precisamenLe no eonteuuo dos despw:lllH_
Entao, rigorosamente, podcr-se-iu afirmm 4ue, hoje, a Inz do
nosso § 4,° do art. 162, os uespachos fiC:Hl\ ;l cargo do c:lrtorano. pdo
menos em principio.
Como se sabe, todavia, nem scmpn: 0 rW'ioc/llio rif.:oro.w lev3 3
boas solu(:oes, sob 0 angulo de sua operalividade, no campo do dircito.
Sustentamos, nas prirnciras edir,:6es dcsk~ trabalho, qne nao vali3
a pena distinglllr-se crHre despachos, despacho~' de expediente e de
/lIt'1lJ cxpediullt'. Tr<l(ava-se de atos desprovidos de eontciiuo deeisario
c. portanto, pelo menos em principio, nao passfvei~ de serem vulnerados
por meio de recurso. A c1assitica<;ao mais operativa, portanto, parccia-
nos ser a triparlida: us pronunciamentos do jniz eram as sentenrras, as
deei.'i6es interlocut6rias e os despachos. Despachos, dizlamos, sao
lodos as atos do jUiL que nao chegam a consubstanciar-se CI11 deci~·(lo.
Todos sao, par is so, de mero expediente. Se nao 0 forcm, serao, por
isso, decis6cs In(crlocutarias.
,l') Em rrimofllsP au:'ruJ.u uo Surerior Trihunal ue Jus[l(,:a, cujo rdalor lui (l
Min. S;Jh'10 uc- Figu('irc-dn Tc-ixc-ira. fienu assC-l)taon que cili1riJe I!rJo e (110
rlecislilio.
DeLiuill-sr que' P JUILquI' sr llmllpl\;1 urtrrminur a (iIUy,10 para a causa
em pfimciro grJU n~lo lila impruiuo ur parlicipar uo julgamcnlo ua
are1J~il(). pois 11 Jlp quI' urlrrmina sr rraElr a CilayaO C uespacho e nao
uecisao interJocutr.ria (REsr - I) 03 J-MGl (9 I-0004:i:i-O - TJ.I de 30.03.1992).
29SENT£N~A
Todavia, em face do que O:ltuahnente dispoe 0 art. 162, ~ 4.°, parece
ser convcniente que se comece a pensar na imporlilncia de se distinguir,
denlre os atos 4ue anles cram de~pachos proferidos exclnsivamente
pelo juiz, entre aquelc~ que SaO, uc bto, de mao l'x{'cdicf/tc e os que
niio chegam a .seT dC('i.W1V illferlvclJforw. mas (\:m <llg-um cUllho
decisorio e que, no regime 3wa!, !lliv dew'/II Jiwr II carp,o do
servelltwirio da jusrira.
Eo 4ne ocone, por exempJo, com 0 d"J'flllcho por meio do qual
o juiz recebe a ;-lrrao e d,"am;no que se efetive 3 cilll{'tlo. " E~se
pronunciamento do juiz fWO signitica de modo algum que ~e e~teja
reconheeendo estarem presentes as coudir,:ocs da at,:ao, os prcssuposto~
pflll"l"ssuais positivos etc.
Nao hi, assim, decisiio a esse respeilo, ate porque nao ha decisocs
l1nplicitas no direito brasileiro, como se veni adiante, com mais vagar.
Mas 0 fato e que 0 magistrado pode, ao reeeber a inicial, deLerminar
4ue seja emendada, se for 0 casu (art. 284 do CPC), e ate, em eertas
hipoteses extremas, extinguir 0 proccsso com julgamenlo de merito,
eOllstatando a decadencia, ou, ainda, extinguir 0 processo xem julga-
mento de merito, proferindo, assim, uma sentcnt,:a processual.
Nao sc pode, assim, "delegar" aos auxiliares da justi<;a a funrrao
de resolver assuntos dessa natureza, embora sc Lrate dc despacho, e lIiio
de decis(lo inter/oeutoria. Mas de despacho, e nao de deeisao
mterloemaria. Mas de despacho que nao e de mero expediente.
Entao, reformulamos opiniao que ate agora temos sustentado. Em
face da alterariio legislativa havida, parece-nos hoje lltil e interessante
fazer-se essa diferenr,:a em relarrao ao grau de complexidade de
raciocfnio exigido do agente, para se c1assifiear 0 ato como scndo
despaeho de mero expediente (e, nesse caso, seria tarera, pelo mcnos
predominantemente, do eartario) da4uelcs dcspachos que nao scriam
de mero cxpedicnte, cuja prolar,:ao eoulinua sendo 1.10 ambito de
ali vida de privativa do juiz.
NUUIJAI)ES no PR(lCESSIJ E DA SENTEN<;A28
o aulor. ClIj,1 opiniclO or1 \.:omentamos. nila aflrma que haja cst a
lrJn~mudao;:ao. Diz. apenas. que, "ai, nao teni (0 juiz) proferido desp;,c!lo
de mew expediellle, euja caraCIenslica 6 nao gerar prejufzo lie qualquer
ordeln" (ab. ciL, p. 16, n. 3).
("I 01)"1"0 /-,,"PCCJSO Cl~lf brasi/eiro, 17 .. ed. Rio de Janeiro, Forense, 1995,
,,"J Barbos;l Moreil'a, (lb. (;il., p. 26.
',0) R;ubos:l Moreira, ab. cil., p. 123.
L~" Sergio Bel'mudes foi um dos comenladores da RefonTIa que se apereeb,'u,
com 1 sua hahitual lucidc:>:, que os alOS que f!eam, hojc. a cargo do
serventuirio ua jllsLio;a sao os que seriam, 11 luz do si~lern<l art(crior,
despacllO.I' de Jliero expedicJlle (A reforma du CPC. S~J"aiva. 1996. p. 15,
n. 2). Asscvera lamb6m esle autor que nao eahe rc..:ursu do ala do
earlonirio, !1IilS da re'rl'~la, que dil 0 juiz, quanta aD r,'qucrimento da
parte no seillioo de que J"n,\'jd II at(l do canonlrio. Conc~1rdamos
imcgraIUlente com csta pllsi~~(l. S6 nilO cstamos de aconJo com que ~Sle
eX-dcspacho de mCl() expedienlc, \.:ilusando prejuizo. sc transmudaria em
decisii.o inlel'loelllrlria, poi, "cD-usar prejufzo" e efej(o. clemento acidenlal.
ex:lrlnSC\;() a nLJq50 lie Lkspacho de mew expedientc. nao Ihe inlegrando
a essCneiu.
Barhosa Moreira, em trabalho editauo depois d3 inclusao do art.
162, § 4.0 ,11i alude Jiver~as vezes a estes desp3chos "sobrevivenres", que
certamcule nao sao l1S ue- mero ("xpediente, pais estes, em princfpia,
hoje fIcam a cargo do .~ervent\liirio. Veja-se, quando esse autar alude,
por excmplo, .10 despacho liminar no processo camum de couhecimen-
to 19 au no pracedimentu ~umario.20
Da kilunl dl) disrosilLVO ora comentado, conclui-se que aquila que
o juiz fazia, no sisten13 anterior, por meio de despachos, a que poute
da dontrina chamava de dcspachos de meco expedientc, agora tocara
;(() carturio: praticamente, sed 0 serventmirio da justirra que proferid
as despachos. 21
Esses despachos hoje sao "pwfl"ridos" pelo serwntuirio Ja
justic;a. 0 juiz, salvo se for necess~rio ~l"l'1ll0 diz 0 proprio dispositivo
comentado) hoje, pelo meno" em principio, niio !,m(ae mais despachos
de I/lCro expedienrc, ja que os Jcspachos de mcm expedieute eram
jllstamente aqueles atos mcramente ordinatorios, cujo objetivo e pro-
lUover 0 andamenlo Jo feito, lev<.lnJo a dc-ito e JanJo rendilllento ao
principio Jo impulso oficial (art. 262).
31SENTENCA
Esses at os meramt'IJlt' ortlinatorios sao. por cxt:lnplo. a remessa
dos autos 0:10 conta(lor. a entrega do processo ao periw, cobranlYa de
autos indcvidamente relidos pelo advogado da parte etc.
E importancl" frisar-sc, toJavia, segundo a nova Jiseiplina. SI" estes
alos podem contimtlr (I ser eonsiderados como atos do jui7. P<lnXe-nos
que .rim. 0 que houvc foi urn mecauismo (lmilogo a Jclegw;:ao, ja quI" SI"
trata de ato praricado nl) exercfeio de poder "vineulado", se eque se pode
cstabelecer esta analogia com esta calegoria que, ua verdade, emai~ <ifeita
ao Jireito administrativo. Ademais. eonforme a dieIYao leg'll, estes atos
devedo ser revistos pelu juiz, Se neeess,irio (art. 162, § 4.").
o assunto nos imeress<i porque, I" ji nJ I.a I"diIYiio Jesl.: ILlbalhl),
snstentamos a posi(,Cao segundo a qual dI"Sp,H:hos Je mero cxpediente
poderiam tomar-se reeorrfveis, deslk que causassem prejulzo. Seguudo
pcnsamos, a regra de que as Jcspachos de mero expedientc nao sao
reeorrlveis nao e absolutJ. Cremos ser sustentivel essa nossa posi(,Cao,
:lpesar da alteraIYao da lei, j:i qUt: estes atos nao deixam Je ser
olltologicamente atus do jl/l:o, que I"m Jecorrcncia de louvaveis
intclll~'0cs dl1 legislador e para efeito Je vadadeira "desburoeratizac;uo"
dos procl"dimentos silo, hoje, "delegados" para 0 servenLuario da
jUSlilYa, c, aJemais, quando neeess{lrio, 0 jUiL, jus(mnenle pelo que
(/cimtJ se ofirmou, rem 0 dever de reve-los.
Que tera querido Jizer 0 lcgislador da ReforllliJ. ql1,lllUl' c~t;lbc­
leeeu que esses atos seriam rcvistos pelo juiz "qU:lnUl' necessario""]
Pensamos que esta necessidade pode ser consLatJdJ pl"lo juiz, de ofieio,
c. evidentemente, tJIorliori, pode a parte, por qllJlqucr lnotivo, ~olieitar
este reexame por parte Jo juiz, que devera ou conflrmar, ou infirmar
o ato do cart6rio e ate mesmo, se for () caso, proferir outro pronun-
ciamento Je teor diferenll" da 1TI1"r<l conlirma<,:ijo l)U da negativa de
confirma<;:ao.
Dissemos, no paragrafo anterior, "por qualquer mOLivo" e a
ohservalYao foi fcit<i propositadamente, ja que, segundo 0 tlue nos
pareee, n5.o poJe 0 juiz de mudo algum se reeusar a reexamin<ir 0 ato
do caIt6rio, porque 0 ato seria, originariamente, alo do jUllO. Caso
assim proceJa, pJre..:e estar-se diante de hipotese ensejJuorJ da
lmpetraIYao de manJado de seguran<;:a contra olUissao Jo jlliz.~l
Suslenlamos ern Mcdida ("(lule!ul, mandado de seguranfo e (!fo/II/linal. RT.
1994. p. 86 c pilragrafos, a pr1ssihilidnllc lie se imp<:trilr !JlamlJd~1 de
seguran,.:a eontra omissfto lIo juiL.
NUUDADES DO I'ROCESSO E DA S£NTEN!;:A30
1.2.1 Pressupm'ros l'races~'uois
1.2 Sentcni;3S processuais t(picas
In se aludiu a circun:-<t3nci'l de que C 0 eontcudo matcrial
espcl'{fieo d'l senten<;'l que a disli.ngue - fuudllmenl:lhnente, enqllanto
m.lnife5tar;ao judiCIal - das demais. Esse mesmo criterio se presta,
olltl"Ossim, <t uma primcir:l classificar;iio das senten<;as, .iIi referiLb:
senlcllrns pnJ<:essliais c ~-enreIlFH- de m/rilo.
Serao procl':,:-<u:tis as ~enten<;as cujos eOllkLidos alCsfarelU a
ilJexjsl~l1cia dos pressupo~tos de OJdll1issibilidade, do eX<llUe c do
33SENTI-J\'r;:A
(") "A lon[lu]a geraL lJlIe (lropuSenlLh. SO)1 a d~'nomilla~al) ,k 'c()ndi..6c~ Lie
admis~lhdid:lde do Julgamcnto L1a lide' lem a virtnLll' Lie ahrangcrtodas
a~ condi'rL)l', 1l(lsjti"a~ UllllL:!iJlivas indispl~ns{lvci~ para que (1 jUl] passa
prover nu merilll'- (Alfredo 13ul.aid, {ld agr{{m d,' }J<'fifiio I/O sistemu dr)
Cl-'C, p_ (27).
'.Aj "0 vasto c' cllmplcxo 11\;llerial Lie conheeimenlO ljue se aprcsellu ao juiz par:>
que ele p()s~a conhc"CcT do pc,lidll Jas panes Clbs raziio II ljuelll tem Sl,p:troU
(IS prcSsuposlos el11 dU<b (;;)legonas, rcscrvanLlo, para uma, () nl)ll\e Lie
pfCS,Upll'i[()S plLlecs"nais (f'rozcssmrilf,lo'sCI:'lmgCIl), e, p;Jfa outra, a L1eml.
l1\ill;I"'~O de pressupo.'los da a\;ao (ldllgc ...orall.I-I'cI~rlllgen). as primciros
eumprec-nd<:lam as eouJi~f",s para a obtel1~ii{1 Je Uill prunllnciamenlu
qualqtler_ favodvcl. ~()bre <l L1cm~IlJ:l_ Nl~ganLlfl·~e <l cxiSlcncia dos pressu,
pOSlo) rruccssu;li~_ nJu se lle!:!J a CXiSI0I1Ci~i L1a ;J<;:io. E~l:l niin e d,'ciLlilb.
0, ~cgllndl's ;;ao londi.;(·ks nc..:css;'irias ;) que () .illiz Lie,: i:lle <:xislenle e alue
a \onta,k cnnLTCla da ki invoca(!a pdf> :ltl!.Or. vak dizer, ;IS cOlldiyoes
Ilccessaria~ tMr:1 ohler um plUllunCiall1l'lllO JavOI;iwl"' (Alfredo BuuiLl, ob.
<:11.. p_ X41.
julganKl1lo d() mGritoY Esses prc\supostos dc OJdlllissibdidade, de
cx:alllc c de .IulgamenLn Lk meritn, consistcm IlOS pressupo\tos proces-
,;uOJis. Jl{)~ilivos e Ileg;\livos, e I1;1S condi<;6c~ d<l a<;.'io. I-':m pritll'fpio, se
a decis;-IO der Pc];1 lIKxistcncia de;;£es dementos. ~ ... ri uma st:ntem;a
procl'ss\L11 lipic:.l; s,-tlvo, evidcnLl:11lellte, 0 easo da cOJtegoria dos
pres~upnsl(J" processuais ncgOJtivos: se a deeisao der pel<.l exislencia
deles, lralar-\L'-a de senteUl;a prucessual tfpica_
A lei brasiJcir.\ dellea oUlros e;\sos de senLCmtJs processuais que
preferilThh, por raZllC~ a 'Inc mais t:lrJ0 aludirl'mos, chamar de
sentem;as proeessuais allpicas, eujos conteudos consislcm, grosso
modo, nas ou!r:l:' hipoleses do an 267.
Trat<lremos de l'~lda uma delOJs, coltlcr,,:ando pelas que prefcrimos
chamar de scntenr;as proccssuais tfpieas."
o prilTwiro ponto a anali~,tr e 0 rdativD ;lOS pressupostos proees-
suai~, que consi"tcm no prilw.:iro Illomento 16gi..:o merecedof da
atenr;iio do juiz. SflO ckll1culos euj'l presen~a 6 impreseindivel para a
existenei:\ c p:lra a \'alidaJe da relar,,:iio proccssual e, de oulra parle, euja
inexisWncia ~ impcr:ltiva pMa que a reb\:J.o procesmal exista
validalllelltc, no caso dos pressuposlos proccssu<Jis ucgativos.
A eXIstCneia e J. v<llid:tde da l"l'b<;1io juridica. rroeessual sao
requi\ilos para qUl: sc p_1ssa pcn"ar 11,1 possibilid'lde de uma scnlen<;a
de merito.
NliUllADES DO PROCr~~SO E DA SENnr-'<;:A
Pode-~c ralar de interposir;ao de recurso, como se vera adianle,
juslamente nesses C<lSOS em tlue 0 juiz reve 0 .1.to do serventld.rio, e
as~illl 0 rccurso sc interponl do .1.10 Jo juiz (v_ Tlora 21, atni.~).
De urn modo geml, todavia, pode-se dizer que [oi a iITelevillela
das dcci~6es de mero expeclientc, diante Ja inexistcnda da pcrspectiva
de que canscm grav<lme as partes, que fez com que se albcrgasse a rcgra
de qu'..: s50 irnxorriveis, uo art. 504 do epe, cllja redai;ao nao sc alteroll
com a Reforma.
o que h<i. em comum entre as decis6es luterlocut6rias, como se
disse, ea natureZa de seu conleuda, que hii de sec dccis6ria. 0 mesmo
f<lcioclllio pode sec feito no que di", respeito aos alos mecameu!e
ordinatorios, pais 0 que h~ ern comulD entre os plouunciamentos desta
categoria e a ilusencia de conleudo relevamemente decisOrio. Donde [J
impossibilidade de St" lra<;ar um perfil que as identifique, que as
distinga dos delll'lis pronunciamentos, com :l.S suas caraeterfsricas mai"
m'lrcantes, pois que nao as lem.
Quanto a esse meloda de exclus.'io, sao cablveis algumas obser-
\''l(flles. E"criterio" cxtrfnscco as pr6prias manifesla<;6es, mas de valor
opcrmivo incgavel, pois nao hi como unificar numa unica im'lgcm
todos os dcspachos possfveis de serem proferidos.
Se se quiscsse falar de lodos des, dir-sc-ia tratar-se de atos - uum
CCJ10 sentido e em c0rta mcdida - "vinL'ulados", cuja fun<;ao preeipua
e a de promover 0 dcscnrolar do procedimento, isto e, 0 "audamenlo
do feilo", como se cosluma. dizer. Sao atos para euja pdlicil empregil-
"e umaparcela mlllimll de Iibadade de Opf11o, \'isto serelU praliramen-
te dl'Sprovidos, como j<i se dissc, de eoutelido decisorio.
32
ParJ. qu.: haja procC$$O, ista e, para que 0 processo exista,
deve hJ.ver juri~·diriio.
PJ.fJ. que 0 processo exista valiuamente, e necessaria que 0 juizo
a que esta suometido possJ. cxcrcer essa jllfjsdi~ao, no caso concreto,
all seja, tenon compt"/:Jlcio. 0 juiz que atue nesse juizo hi de ser
ilnpaTcial, !laO podcndo, pois, scr ifll/)edido.
Quando sc elcllcam as pressuposlOS proccssuais, costlllua-se falar
de compctencia e impllI"ci::J\idadc. Vale, aqni, ressaltar que estara
prescnte 0 prcssuposto proccssual dn competencia, se 0 juiz for
relativamente incompeteute - e 0 ll1esmo se poue dizer quauto a
imparcialidadc: cstad prcsente 0 pressuposto processu<.lJ. se 0 juiz for
sllspeito. Isto porque se trata de irregularidadcs s~n;lvl'l~. Impl1rtam as
no~6es de iTlcompetencia ahsolula e de il/lpcdilllc1I/o parol a l'ah:;;.oria
dos pressupostos proeessllais, que eonsistem em llllhdadcs aOs\)Jutas.
ou, simplesmeuLe, uulidades ~'Iricto .H'Tl.W. ~endo, pois, VJcjDS inS;Jll:.iveis,
podendo ate meSillO configurarem-se em fund.1mento legal de ;,\;10
reseisoria (art. 485, 11).2';
()~) Ada Pellegrini Grinover assevera que °JUil n~turlll CPTl~S~upustu rroce~sual
ue I:xislClleia. Diz que a auselleia UO .lui? n:ltuml nan gOIl, ~impk~ml:ntl:.
um vkio ue nuliu[J(Je. Incxistiuuo °.lUil ll<ltlJr<ll, l:~t;j-sc iliallte de lllll nan
processo. Nao ten'i nascido, na vcrdauc, iI rcla~Jo prucesw::d. ,piC .'1cra,
apenas, "aparente".
o princfpio do juiz natural n:lso.:cu c Sl~ ,ksl~n.ulvcu llll urckllJ.lllento
augill-saxao, passnnull pcJos sistemas Clln'llilUciollJ.is nurre-americano c
frances. Es{e principio, historio.::ImClll,·. :lpar,'ecu cornu :l proihkJo ,1<1';
jnf7,e'i ou Trihunais extraordin;irios (\U Jc l·Xl·C,.:-l(l l·. its Vl'z,-~s. cnriqucciJo
pcla garanlia ua cxigcneia Jo juiz co[upclcnlc.
No direito t>rasileiro vigente, () principio Jo juiz mllnnll (=garant.in de
que 1lldus lfm dill'it'.' ao "Sl~U" "juil cOlls[iludonal") est;). eoneretizaJo,
ahrangt'nd,~ a pWihi<;:ao de Trihunais e juizes de cxcer,:ao (arl. 5.°, XXXVII,
da CF) l' a uceessidaue ua compclcncia uo jufl.O (art. 5°. LUI. Ja CF), e,
evidt'lltemente. tambem a proihh;:ao ue jufzes pos,constilufJos,
o proees,;o illstmfdo e julgaJo pOl' juiz (=6rgilo julgaclur) cuja compe-
(cfleia uao derive de [uutes constitueionais devera sel' tiJo como inexisLente,
embol'a. fla dOlllrina trauieionaL 'ie alistem as exigcncias Ja competeneia
ahsolllla do JlllZO e ua impareialiJaue COlllu prcssupoSIO processnal de
validade (=prcssupostos SCIll cujo preenehlmcnto nascc. emhora invftlida. a
rc!,H,:,10 proec,;sual) (Ada Pdlegrini Grillovcr: Antonio Searancc Pernandes
e AlHouio Magalhaes Gomes Filho, As IlIllidodes 110 procesm pen(ll. dt..
p. ]0 e JIl),
PI'l!SSlIpostos pmr·t',nuais 111' vtllido,}z':
- JUlzo = CompeLeneia (.1m:encia de infra\ao as rc-gra~ detenni-
nadas da competencia ahsolntJ.L
- Juiz = Tmp.1rci.1lidade (ausencia de impedilllc-n[()).
3S
Tcm-sc, pois, aLe agora, 0 scguintc qUlldro:
Press/./postns proce,ullais dc exisfencia:
- Jurisdi~ao;
SENTENJ;A
Vg. Mo~cYr -'\1I1~r,11 S~1l10~. f'rillll'inH fillhn.l' (it.. vol. 1/227 c 328;
ROgl'riO LilUIi<1 Tu(ci. [)o }li/golliC/I/O cOIIIerlllc 0 csfada rio plVcesso, p.
139; Allreu() BUl:aiJ. Ph. l·il .. p. 125.
'",
Em re1a~ao as partes, COS[UlUa-Se dencar eorno pres"upostos
processuais a legilimatio ad pmcesswTI.
A doutrina nao e"tahelece com rigor as diferen~as entre legilimid<ldc-
processual, legitimidade para a causa, capaciJ..ade de SCI' parte c eapacidade
[JroeessuaL Alcm de inexistir unanimidade entre os autores, des pr6prios
acaharn, as vezes, por etupregar os Lennos indistintarnenlC.2(,
Comum e a eonfusao, que nao se pode dizer ser meramente
lcnninol6giea, entre ambasas cxpress6es.
E freqiiente na doutrina a sooreposi~ao dos conceitos de capaci-
dade processual e legitimidade pmcesSlial. Como adiante se vera, sao
fell0menos inconfundfveis.
Pretend em os empregar, no COlTer deste trabalho, tais express6es
1l0S sentidos a seguir meneiollados:
Capacidade pmcessual e a aptidao conferida pel a lei proecssual,
que llbsorvcu os critcrios da lei civil (art. 7.U ) e aiuda criou outfas
',itua~6es (v.g., art. 12, V e § 2.°), para agir em jufzo. Esta aptidao tern
c;mlter geucrico.
LegitilTlidade processual e a situa~ao juridica especffica que liga 0
',ujeito, que tem a eondi~50 generiea de eapaeidade proeessual, a um
(!:Ido objelo e/ou a ouLro sujeiLo dclerminado. No caso do proeesso,
\'lTiJ1ca-sc quando a lei processual outorga a alguem a possibilidade de
cxcrCLT COl/cretwneTlf(' sua eapaeidadc proccssual, em rdar;ao a detenni-
Ilada .~itual(~D.
Assim. em principio, marido c mulher tem, isoladamente, capa-
l'idade processllal.
NULIflAI1ES nf) I'I{O<:~.SSO E DA SENTENt;:A34
,:1, Nao ~ 0 falu de anOl"lIla eilada estar illserida no Codigo CiviJ que lhe alter,[
a llaluf\:Lil. Trala-se de norma dc carMer proCl:ssual.
,1" Le-.'ie elll ,\. ~ch(inke: qucm tCUI eapacidade para s,:r partc c aqude que
pode ser sujcilO de llma relayau .Iuridico-processual. (: um prcssuposlO
pruec'isuJI, e SU,I auscncia ha de o ..aminar-se a qualquL'r tcmpo, inclusive
de ofkio, ".. a scntcnp de rn~ri!O profcrida eomra quem careee dL'
Colp1cidadc para ser parte, embora nao scja nula, !em u regime jurfdico
dol llulidadc por analogia.
A kgitima"ao para a causa <5 c<lntctcri'itica que diz rcspl~i[() ·cspccifi.
camente a tim assunto'.
A eap:,cid;ldc proeessllaJ C a capaeidadc de agir no processo. ou ~eja,
de conduzir () pmeesso crn nomc pr()prio, ek ouln.;m. Oll cncomendar "
algu<5m CSl!. condll~i~\.
A cap~cid3l.k PflX'l'"u;ll Lllnh~11l Cprcssupo,[o processual e ~UJ [all:l
hi de scr cX:llllinJdJ a yualquer lempl', ale Col u(lido·· (Adr,)( S..:il"l1k..:.
Derecho pmre.wl cil·i!. p. il7. XC; e 00l.
(9) Lcgitililidnde {"'UI ligll" 1/[1 ,iir"it,; /""(I,-"<'oJlwl (hil fJraxifeiro. p. ] ]2.
Nilo lcm, entretanto, kgitLlllidade rroccs~ual para agirem sozinhos
em ar;6es reais (art. 10, I, do CPCl, nelll tern 1cgilim:lyao proccssLial
a mulher para litigar sabre bens uolais (art. 289, Ill, do CC).27 0
excmplo eexpressivo l:, por is SO, fOI rcfcriuo, apesar de rcvogado pela
Constilui<;ao Federal de 1988, art. 5.°, I.
Pareee-nos podcrcm ser emprcgadas como sinollimas as expres-
soes: capacidadc proces'lmL capacidade de ;igir, cap:lI:idade para cstar
em juizo.
Util talvez scja trar;ar a distim,:iio entre r:llpur:i(/(J(l!- I'TOCC,Ul/u! C
capacidade de ser p(lrfe.2~
Esta eainda mais ampla que aquela, abr:mgenclo lodos ;lLjUl:ks que
podcm figurar no polo ativo au passivo un Pfl)CCSSO l'omo partes.
Assim,o nascituro pode ser parLe, 0 menor, OLI 0 pr6digo Desde que
rcpresentados, ou assistidos, passar.1o a ter capacit.ladc processnaJ (v.
arts. 7. 0 c ~.o do Cpe).
DnnaJt.lo Armelin dcnomina, c(lm accrto. :ll11cra capacidadc dc scr
paltc uo menor pUDere, de capaci(b.t.I<: proccsslul lTIlltibda. h:llt.lO em
vista a necessit.lat.le de que seja assistida, para ter cap'\L·it.laJe processua[
pJen;l. U :.lbsolutamenLc incap;lZ, que prccisa ser represent:tdo, niio tem
I::.lpacidade proeessuaJ.:")
,1HI Ob. cit.. p.l 10.
'11 Vej:t-se Arruda Alvim. Mnnua! .... cit., vol. I1295 ,
37SENTI';N~A
Todavi:.l, h<'i que .se ter presente qne a Lci 8.906. de 04.07.1994
- 0 ESt;l[Ul0 d,l Advocacia e a Ordem dos Advog;idos do Brasil - OAB,
Ui~plll:. no <If{. 4.'"':
A Jegitima~ao p<lra a can~<.l. como ,e \Tnl. diz respd!o ao exerdcio
da a~5.o. A Jcgitjm'l(~50 p;ir;i 0 processo conceme, <l seu turno, apropria
c~trmura do proce~~o.
Clam e ;i lir;ao do citado jurisla: "ImposslYe! de confundir-se com
a ICf{i/imatio lid C(JIIJ(JIlI, surge a j mpropriamente denaminada legitimafio
lid pmces.wnl, como pre~snpo~to processu<.l! diretamenLe reportado a
pesSO;i das p;irtes".ji, Diz 0 autar a "impropriamente denomin;ida", por
normalmcnk St' <:ntend<:r por ft'gilimalio ad [Jrocnsum 0 que seria, na
verd<lde, C3p3cidade processual ..il
Na verdadc, por implicar;oes pr,iticas e doutrimirias de razoavel
llTlportancia, serao aqui eonsider3dos como pressuposLos processu;iis,
!lOS sen Lidos acim;i fiX;idos, ;i c;ipacidade e a legitimidade proeessu;iJ.
Est;is implic;i~oes, an;iJisadas com mais vagar na segunda parte
(ksLc trabaIho, dizem respeilo a posi~50 que tomamos neste estudo,
consisteme em eonsiderarmos nulidades ;ibsolut;iS os vfcios que se
consuhstanciam na falta de pressupostas prOl.:essu;iis positivos de
validaue.
As cousiuerar;oes aqui fcitas ;i respeito das diferen,;as entre
eapaeidadc e legitimidade, por necessidade de eoerem:ia, obrigam a que
~c aluda a legitimidade postubt6ria e nao a capacidade postuJat6ria,
como pressuposlO proccssual de exislencia, poi~ tem sido a repre~l'n­
[atrao do autor por advogado tradicion;iJmente considerada em nossa
direito, em funr;ao do art. 37, capuf, e 37, p<lr~griJfo unico, do CPe.
Isto porque nao b;ista haver urn O:ldvogado, gl'fll'ricamcnfc habi-
liLado pam 0 exerc{cio d;i advocacia, amanda no processo. Eneeessaria
que scja procurador do au/or, P0rLiJDto. h'gil;mlldo em face da 5ituariio
,·o/Jl:rcla.
"Art. 4.0 S;'io !IIi/os os alOS privativos de ;idvog;idos praticados par
pcssoa nao inserida na OAB, sem prejufzo das sanr;oes cjvis, penais e
;ldlninistrati vas.
NL'LlrIAut:~ DO P!<OCESSq E D,\ SENTl-'N\~A36
38 Nl1I.IUAllES no PW1Cr;sso E 0:\ SE~TEN~'A 
Panigrafo lin ita. Sao [:1\llbem fIIdv~' as atas pratjcado~ por advo­
gado impedido - 110 ,1mbilO do impedimento -, suspeuso, licenciauu 
au que passar a exeru.:r atividadc lllcompalive! cr'ln a advOC'Il·i~I." 
(DestaqUl:s llOSSOS.) 
Como se trata de lei po:,.lt:rior ao epc e de mesma hicrarquia, a 
prjmcirJ. vista pl1JC pareccr que hl'UVC rcvoga~ill1 parcial do ;11"1. :n do 
epe, no ponto em que. em $1;11 pilr;lgraf"o unieo. ,dude a que seriam 
inrdsfenfcs os atos pra!ic:1dos no proce\~o reIo <lllLOL scm que 0 
aJvogado knlM junLaJo a pwulr:ll;fio. 
'[lxJavia, 51: se examinarem com cuidauo as silll<l<;6es a que se 
rcfere a 1<:i, ve-se que ~iio ligeiramentl: JifcreuLcs. 
o art. 37, paragrafll unico, faz fficn<;ao a inexisterlol1 jttrfdica. 
J:i 0 dispositivo inserido na L~i 8.906/94 t:sl<lbel~e~ que sao IIlIlos 
os aIm prarieados por J.Iguem qUI: ]l<~lO e5tcia inseriLo nos quadros ua 
GAB, ('U por advogado impedido, wsp('n~u. lieenciado Oll que exefl;a 
atividade ineomrativel eom 0 cxercfcio da ad ....ocaeia. 
o resultado da cOlljugar,:fio dcsses dois displhitivos c a impossi­
bilidaJe J~ Sl: classif,c,u com IranqiiiliJadc a eapacidadc floSlUlatoria 
como pressuposto prol:essual de existcnc]<J, ji que a illt:Xistc"cia s6 
ocorre quando nao se junta 11 mstmmento d<J proclll"a~ao. 
Entrctanto, lem lugar 0 vleio de. lIulidude ,e () advogado f('r 
impediJo, suspenso, jieenciaJo, ou cxcrcer atividade inclllnparlvel com 
o c."(ercfcio J;j J.dvocaeia, ou :,e os atos forem pl:.llicados pm quem uall 
eSlcja inserito nos quadros da OAB. 
No que diz respeito l\ situa<;ao CliquolltU 0 pwccsso c.\·/ivt'T em 
ClJrso, a disrin<;ao carecc Je imporW.neia. j;i qlle. como ~e vera. 0 regime 
jurfdico da nuliJade e da illexi,<,tcneia C 0 Illesmo: ,1uscneia de 
preclusiio, para 0 juiz e para as pam:s e possibilidade de lllanifesuH,:ao 
judicial ex o.f]icio. 
Os regimes jurfJicos so passam a se llikreneiar Jepois do .tim do 
proccsso, e sao, a nosso vcr. diferentcs ;jS forma~ atravcs das qll;jis se 
podem impugnar as decis6es prorc]ida~ em proce~~os com estc vieio. 
Finahnenk, devemos dizcr que, ell1 no,~,~u senlil". e crilieiivel ;} 
~illla<;ao criada pelo sistema jJositivo, j,l que ~l(:abou pOl eonsiderar 
como sendo lim vfl"io mais grave <l illisencia dc prOClJr,H;aO, e. menus 
grave, <l juntada de prOCU[;H;aO de quem nao c adv('g<ldo Oll niJo pode 
exercer a advocacia. quando talvez 0 invclso fossc 0 mai:. l:OITeto. 
SENTEN,/'..	 39 
Ouanlo ,10reu, as conseqiieneias da falra de repreSLontar;ao v~m 
\ Jln;~·sas no aIL 13, TI, do CPC. 
Antes da cdi~io do noVO Estatllto da GAB. havia auton~s que 
,j'"CI'eraV:llll scr, se V\S'.a a questao 0rtodoxamenle, a representa<;ao do 
.1I110r por <ldvogado urn pr~-pre.ssupoSIO pfOcessual.J~ 
ITa de cxi~tir, olllros~im, uma peLir;iio inicial para qne haja rela<;ao 
plucessual. E par:] quc essa n:la<;:io seja valida, h<i de ser apt" essa 
J1dir,:~ln. Entao, pres~uposl(1 processuaJ de cxisteucia ~ a peti~ao inidal, 
.lIllda que inepta. 
o fato de a pcti<;iio inieial ser inepta ger3.. ponanto, vieio de 
1l1l11lbcle, apcsar do art. 284 do epe, euja funr;iio e a Je Jar um3. 
··chanee'· p:lra line 0 allll)r evite que 0 vici{) se eonsubstam:ic Je maneira 
.kfinitiv~l. 0 prazo de del. Jias coneedido pelo art. 284 e prcc1usivo e, 
'lp(1" su] deelH,\), nad;j mais polled ser feito em pro] do autllf. Trata­
;l', po is, de siLU;J~·io :-:.uh:-:.taneialmente diversa cia dos prazos coneedldos 
pda lei ils partes, para 3.rgiiirem anulabilidaJes: estes, uma vel. 
.,·sgo1:ldo~. falL'm com que 0 vleio sc sane. islo 6, serd cvmo se 0 v/cio 
11.111	 c.ristis.H: "em IU!IIvcsse ocorrido. 
A clLa<;iio e rre~suposto proeessual Je exi~t~n..::ia;3.i e a cila<;ao 
v,ilida c pressuposto proeessual de \-';]liclaJe."4 
Tem-sc. ncst:l alima, 0 seguintc quadro: 
Pressllpostos t>ruc('ss/wi,I' de cxislencia: 
1. lll\isdi<;ao; 
2. represen!J.~ao do ,Hllor (eapacidade postulatt'iria) (com as 
rl'~,,;dva-;; feitas acillla); 
1. peti\<io iniciaL 
4. cil;j~ao. 
,",	 .. A capacidade pU~\1lIill6ria nao cprpplianlenle nm prcssupostu pwccss-ual. 
E lalve/, lUll prc"prc~'\lpU510, pais. sem ela, naJa cxislc. [nlrctanl.o, s6 
descmrC'lllu esla IUlliJH! em faec d(' aulor. nik' do reu. que. Uffia veL cilmJo, 
lcm-sc ,:(lJn(llOxi)lent~ a rclar;~p proccssuaj" tArnlJa Alvim. Mwuwl ... , cit., 
V'll. 11290). F. bellI vcrdade, enlrelallto, que cslc w<.:io<.:inio sc a[lliea a lodos 
(), I)(CSSliPOslo" [JfOLol'.'SIJ;1i.~ de cxistencia. 
ApLosar (b klra do art. 21..l. llUC fala CI1l l'nlidadc. Ilao em cxb'lcn<':l:t (Arruda 
Alvim, }r!'l!lIw! ,.. , cit.. \'01. 111:\0). 
'l, A cssc ll',S[Jl~ilO ch~l(,rrloIllO<; com lIui,<; vagar cspccialmcnlc' no item ;I 14 
desk Ir;lhalho. 
40 NULlD,\I)IOS DO PROCi":SSO E IlA SI-!NTFN(A 
Pressupo.tlOs proccssumj de validade: 
,. jufzo - compete-nd;} (ilbso!uta); 
2. juiz - imparcialidad\.' (impedimenta); 
3. capacidadc e legitimidade proccssnaJ; 
4. peli~ao inieial valida; 
5. cita<;ao Viilida. 
Ate en tao, falou-se dos pressupOSlos pmcessuais illtrfnsecos. 
Agora, eJbe passarm os ao~ prcssurll~tos processuais extrfnsccos, 
au seja, exteriorcs ;.Ie> proccsso, goe niio ilnpedcm exista a rcla<;ao 
proccssuaJ. lmpt'dcm. i:.so sim, sua validade, L'OIllO se veni mais 
adiante. Sao, a nasso ver, Ires: a litispendcncia, eois;] jnlgad.1 c a 
cl5usuhl compmmissuria. 
A liti~pendencia consiste, ncste sentido, cnqnanto n:prescntaLiva 
de presslJposto proc<.:sstl:J.l negativo (extrfnscco), em cstar outra ar;ao 
identiuI, pendemlo perante Olltro, on 0 meslllo juiw, conternporanea­
meme. 
Os elementos idcntifieadOll'~ das Jr;i:k:s sao: partes, causae pelendi 
e 0 pedido (0 m6riw, propri:Jmente dilu). Havendo, pois, idcnlidade 
.:ntre estes Lres elementos, hayed lilispendenciJ. 
A eoisJ julgada, enqUJUlo pre~supusw proeessual negalivo 
(extrfn~ecu). consiste n<l cin:unstalh;:iJ de ja ter havido pronnneiamenlo 
judiciJI do: merito transito emjnlgado sobre uma avilo idenlica (rcoilH 
sabre :1 mesma Jr;ilo -. au, melhor aindJ, sobre a mesma Iide)_ N..:sse 
senLido, a eoisJ julgada e uma litispendcneia que Ler,) chegJdo ao firn. 
Quanto it dausula eompromissoria, teeemos l'on"iderJr;oes mJis 
apmfundadas a fn:nte, no iLem 1.4.4. 
AdiantJmos, porem, desde j:i, qlle a Lei 9.307/96, sobre a 
arbitmgem, corn JS currelJtJS Jlterar;6es do CPC (arts. 267, 301, IX), 
somadas JOS artigos qne nao for;lm alterados (art. 309, § 4.°), criou­
se urn regime jurfdico para a c/dusula compromiSJ"uria, rnas nao parJ 
o compromisso arbitr.1l, idenrico 00 dos pressllposros pm(f'5SIIa;S 
I1eKarivos. Assirn, a n,lO Ser 0 Jpego ,I trJdir;ao, pareee que OlltrJ T<lt;lO 
h,l para se dcixar Olssilllil<i-la J. cJ(egoria dos pressuposlos proces,wa/:J 
('xlr(nscc(!s. 
Em face da atual sistcm{ltiea do CPC, e didatieo e, pOl' isso, 
eonveniente llnaginannos 0 seguintc quadro: 
SENTEN1,:A 41 
[(
~P'~CCSSO 
----+ ar;ao 
lide 
Nesse esque!TIOl, ° reUingulo sena 0 proeesso; 0 cin:ulo, a w.;ao; 
" l'entro do circulo, 0 pedido. 
"Sabe-se que J eognilYi:io do juiz, no proeesso de conh,::clmento, 
Inll por objeto urn lrinornio de qlJe~loe~. induindo aquelas sobre a 
I<',"ularidade do proeesso, OlS que ver~am ~ohrc JS condir;6es da ayao 
lillullllente, as qucstoes de merito; <I cslas nao chegad 0 juiz, Sr­
'111;llquer daquelas reeebcr sol~:io negativa.";;·i 
A~~ilTl, 0 CXJme das condi(,'o.:s da <Wao consistiriJ em um segundo 
1'.1~"tl, posLerior OlO du eXJlTle dm prcssupoSLOS processnais, que j~ leria 
',Hlo feilo no rl'15ngulo. 
YOlk rc.\saltar, entretanto, ser scmpre possl'vel (> "caminho de 
\"II.l". ISW e, COIllO a illfrayflo a qUJisquer regrOl~ reSpeiL:lntes, quer aos 
I'll"'''U~KhlOS processuais, guer as eondir;6es d<J :.l>;iio, dri origern a 
mdldades. EsLes vieios sao declanlveis ex oiJicin e a qualquer tempo, 
L L\IIlO OldianLe sc ven'i. J (> 
i\ precillsao so oeOHl', parJ 0 juiz de primeiro grall, em princfpio, 
'1\1:lIldo este sentenei<l - rroknndo sentenr;a de merito, quando nao 0 
I"" k ria ler fdto - on proferindo sClllCnr;J proeessuJI, lTlas nao tocJndo, 
1'''1 C'>\emplo, naquele pressu[Josl0 processual amente, ou lIaqllf'fa 
'''lI(li yao da uil'ilo nao presente. 
Tl"fcm(l~. em nmbos os casus, coisa julgJdJ forrnal, ou seja, a 
I>ln-Iu<ill lmixima", que impede se manifestc 0 juiz sobre qUOllquer 
I" 'Ill L\ relati va ao processo ja cncerrad(>. em pri l11eiro gran. No prillleiro 
,.1.", ;t1cm da coisa julgada formal, (eremos J cois<l. julgada material. 
1':IS~CI110S, pois, as eondill:0cs cia Olt;;')o. 
C()llst~(em elas no elo mais nflido que; existe unindo 0 direito 
11I,llnial ao processual: sao 0 i~leresse dc agir. a legitimidade ad 
'.11/111111 e a possibiJidJde jurfdict do pcdido. 
(':II1t!Il]O IbnO',d Dinamarco. LiriscolIsrJl"cio. cit.. p_ 1::17.
 
II (' III ? 2. 1,.
 
42 NULlDADES DO PROCESSO E DA SENTEN<,:A 
1.2.2 COlldifoes cia ac;do 
1.2.2.1 Possibilidade juridica do [lcdido 
A tendcncia malS modem a parece ser a de nao ~e considcrar a 
possibilidade jurfdica do pcuJ(lo como cOlldi~ao ua a~50. MeslllO 
autores que chcgaram a adotar [losi'rao contraria acabaram por nao mais 
vir a considcra-l a como tal.-'7 
EntretanLO, 0 nosso direito positivo a csLa condi'riio ua a~ao se 
referc expHcita c expressamente.-'~ 
Embora a orienLa'rao cia doutrina hrasileira seja a de considerar 
a possibilidade jurfdica do pcdido como condivao cia avao, de acordo 
com a lei, n50 sao nnanimes os uuLares na fixa~ao de urn conceito. 
premJcndo-se, cutretanto, quase todo:>, a ideia de admissibilida(Jc, em 
abstrato, do que csta sendo pedido, II exce~ao de alguns como 
Cfmdido Rangel Diuamarco - que estcndem, acertadamentc, 0 conceito 
as causae petelldi, e as outra~ eircull~taneias concrctas.Y1 
A ll0'rao de "possibilidade jurfdiea do pedJdo" liga-se, como se 
disse, a possibilidade de que se adm-ita juridicamente, in abstracto, 0 
que se e5tfi pleiteando, concrewmente:1O 
(JJ)	 
Enrico Tullio Liebman, Mallllllie di diritto pwo'sslwfc I"i,,'ilc, 3. cu., 
p. 120. 
(1~)	 Poue estabelccer-se UTlla hierarquia enlre as eonuir,:oes da a~:~lo. eolocando­
sc a possibilidaue jurfdica UO [ledido como prejudicial em n..:br,:ao as (kmui,. 
Tal "hierarquia·'. SI..: ohl..:ueciu;j no que uil com a OfUellJ do exame U,lS lres 
(:oJluilloes ua ;j~ao. leva a ccollOmia pn)c(~ssual (An-udil Alvim, Mmllwl . 
cit., vol. linK). 
()9)	 Canuiuo Rangel Dinamarco, E.H'CllfiJO !'inl. p. JJ7. 
(WI	 ·'Elllrelanlo, 0 cunec!to de 'possihilidark jurfuiL:a' ilindanao [oi suJiciente­
mente e1aborado pela doulrina, reimmuo. a Sl.:U rl~SIJL'i[(), lima CL'rla cOIlI'u­
sao.'· Cita, 0 Prof. AIl'rcdo tluLaiu. os duis exemplo~ mai<; eOnllll1;;: 0 
uivoreio e a uivida ue jogo Em seguida. ,I..: rclere a opiniocs que i(knlIlicam 
° prohlema da~ hip(jLcses iJ ilegililllililidc ue parlc' (Oll\'eiril GlIimarile<;) G 
oulros qu(' 0 idcnLilicall1 com () IlllSrilO (AlbL'111l do;, Rei.,). 1><..: ~\corU{\ cum 
Liebman, enlrclanL{), n~o ,c podc (Iilc~r que, quanuo .'e p,odc' algo juridica­
Jl18IllC illlpus,fvcl, haja w;:U) (ob. cit., p. S~. nola 21) 
SENTENc;A	 43 
A pretensao h<i de ser albergada pelo sistema, seja explfcita, seja 
Ill1pliciwmeule. Parcel:, realmenw, que, pelo menos no que lange a 
(·~rera do direito privado, 0 fato de a pretensao, para ser "jnridicamente 
pos;,Iver', neeessitar de agasalho do sislema juridico, ainda que so 
IIllplfcito, faz com que seja "possIvel" todo 0 pedido nao expressameme 
vc:dado par lei, ou de aeordo com a posit;ao que se adotou, lambem 
l\ldo "pedido" laslrcado em causa petendi nao proscrila pelo slsLema. 
Entrc1amo, Vl~1O que 0 proeesso civil euida de regular a atividade do 
ludiciario, enquanto voltada as decis6es sobre lides as qnais se aplicam 
Ilonnas de dire:iLo civil. comercial, adminisLraLivo, previdenciario, tribula­
II,) etc., Senl lim poueo arriscado afinnar-se que esta implicitamenle 
,Idmitido 0 que nao esla expressamcnte vlXlado, pois eSSC pnncipio s6 nos 
111)(1.:: Ilorteal" diante de um conjnnto de normas de direito privado. 
Isto porqlle, em direito publico, deve atentar-se para principio 
III\eI"SO: s6 e pennitido 0 que 0 for de forma expressa, sendo vedado 
:lq11110 em que a lei nao toca. 
Quando se analisa a impossibilidade jurfdica do pedido, aparece, 
(Olll nitidez, 0 problema da inexistcncia de limites precisos entre 0 
11I(':nlo e a~ comlitrCles da atrao. Eo que 5C cons Lata, por exemplo, na 
I 'hc,crvat;ao: "A impmsibilidade jurldiea do pedido e tambem uma das 
l<llma;; de improccdcncia prima facie":'l 
Dc raw, dar pela llnpossibilidade jurfdica do pedido significa, 
1I,'ccs;,ariamenle, ler cxaminado 0 menlo, aindu que sob 0 ponlo de 
\ I,ln exclusivamente jurfdico. 
o meslllo se diga quanto a circnnstancia de ja ter sido paga a 
,ll\lda que cst;) scndo cobrada, e de 0 juiz extinguir 0 processo por 
.lrCncla de ai,;ao, uma vcz faltame 0 interesse. 
Olilro caso cm que a separat;ilo do mento e das condi~6es da a~ao 
'". lorna problem[llica e 0 do indeferimcnlo do pedido, num processo 
II, .1 . .L Calmon (It: Passos, COiilC/I/(irios (/() cre. ilrls. 270 a 331, vol. III/291. 
i\ulores h{lljUl~ ,lSS('\'(~ralll que 0 puliclo cuj:l falta de fundamcnlo se percebe 
!'mrwlocie L' 0 pc~uiuo infllndado ill COIluno Pl~r1C[]C(;m:1 rnCSiTJiI cUlegoria: 
,Hl mcrilo. Salvo, c claro. sc' ,c auoLar a lcoria ua "prospcllalionc'·. segu[]uo 
:1 qual dil <;illlpk<; alega\;il() do aULor deve resultar a conc1usao da prcscnr,:a 
"\I cia au;;0nci~\ da~ eonui(focs dil a(f[io. c' n~lo da \L:rlb(kira SiW,1r,:;10 lralicla 
,1 .11Ilgamclllo lAud P. Cirinovcr l'l alii. i\'> Iwfidades no processo IJe/wl, cil.. 
I' 'i'ij, 
44 NUUIlADES DO PROCESSn E Dt\ SENTENi;A 
em que nao haja nccessidadc de prodlH;:ao de prova em audiencia, 
como, por exernplo, nnJrla <1(;30 que verse sabre a concessiio de 
COITCr;ao monctaria. A dccisao do juiz, indcferindo 0 pedido do autoT, 
pode equivalcr ada decrctal;ao de carencia pN impossibilidaJc jnrfdica 
do pedido,~2 
Rcalmente, te-Ias como essencialmentl: Jjferentc~ seria vcr no 
"momento da prolar;ao" nma circnmtanci:J, pOT si so, capa;,; de alterar 
a sua natnreza de decisao de mcrito para decisiio n:Jo de mcri!r>. (I qnc 
e jnadmissfvel.~1 
1.2.2.2 Legitimidade 
o coneeito de legitimidade pertcnce aleori;) geJa! do direito. Tern 
pcnctrar;ao em todos as ralTlos do dire lin. tanto m:.llerial como proces­
sua!. 
Trata-sc de urna qualidadc que fe-sulfa dJ. rel{/~-a() entrL' 0 SlIjcitQ 
e nlll ubjclo: eS~<J qnalidade e ·'J.ft:rida em fun(io de ato jllridico 
rcaliz<Jdr> ou a ser pmlic<Jdo",M ou, mais especilie<llllente, Ja relalYaO 
enlre r> sujeito e a relayilo juridica. 
A nOlY<10 de Icgilimidadc C, pois, re!acional, e .wpoc' a de 
capaeiJaJe. 
E. aillda, importanlc <Jcrescentar a obscrva<;ao dc qne a Icgilimi­
daJe e um liamc que se e~tabelece entre urn sujeito, nm objeto e um 
outro sujeiw. De falo. <J relar;ao juridica abrangc, pelo men os, dois 
slljeilo~ e urn objeto. Logo, se se diz qnt' a legitimidaue e nm Itame 
que envolve nm sujeito e uma relar;ao jnrfdica, nesla rela<;iio ha ....era 
sempre 0 outro sujellO. 
Esta observ<JlYao, au que nos parece, (cm COlDO exemplo lfpico. e 
bastantt: e"pressivo, exalamente a rel<J<;iio proeessual. 
1-1') Interessanle e 0 :l(:onEio do "I:A.RS - I" C -Ap. 2).055 - reI. Manuel Ct)e~11: 
dus Santos - V.u. _. j. em 19.06. IlJRO, em que exliuguiu u proC'·SSI) por 
impossihi lirL!tlc .illrfdica do pcdido, porque estc nao decOlTia da nana~;\o un,; 
filiUS. POI' ,\1 sr nO. C01)ll) (l col1ccilo desla cundi~'a() da alY~() IS (10' Jit"kil 
assimilar;ii". 
1-1') Donaldu Amwlin, ll[l cit. p. 53. 
{·Il1 Idcm. p. II 
SFNTJ-:N(,:A 45 
A cap~lcid~lde e a Ic~jtjnlJ(l,lth: sao figuras afins, mas que, 
absolutamente. nail se LOnfundem. cmbora haja eircutlstancias determi­
Iladas em que dislingui-las l: tarefa ardua. 
Elcgcr-sc 0 l:ltn dL' :l J.usencia de capacidade originar invalidade, 
(' 0 de ,I ametlelJ de legitillliuadc originar ineficacia, como criterio para 
dls(ingllJr uma Ja ontra ni"ld nos parcec adcquado, par duas raz6cs. 
PrimeirJlt\cnlt: pL1rLllle n,10 ~ clara. na doutrina, a dislinr;ao entre 
v:llidJde e efie,ki,L 1< ';01l10 :ldlanLL' ~c Vera.'le 
Demais disso, estar-se-iJ ineidindn em erroneo raciocfnio ao se 
It'lllar definir <Jlgo. nao <J parlir liL' ~UJ~ caracterlsticas intrfnsecas, mas 
.1 p;lrlir de Sllas comeqiiencia~, (jue Ihe :-;:10, pOl' definilYao, crono16giea 
(' lugicamente posteriores. 
E lim dos errm que se cOHletem, como mais tarde Sl: vera,47 
'1uando sc diz (IllC a "prcscri<;ao f<Jz com que sc cXlinga 0 direito de 
,n;~i(l", c que, com a "deeadencia, eX[itlgl1e-~c 0 dircilo material", 
11<'l1sando-"c cslar dando algum IKISSO no sentiuLl de dikrcnciar ambos 
,," illStill1tos. 
Aponlar-se para <J IwfIHC;:'Q de amb;l~. com () intuito de afasl;"i-la~ 
11111,1 da Oll(r(l, C romecer elemento capaz de <lllX Iliar no estabe Ieci menlo 
,I,' l\lna linba divis6ria nftida entre amba:--. as li!:,uril~: a capacid;lde lem 
11.11111'\:/<1 generica e legitimidade lCID-n;1 mareauamente especlfiea.4~ 
I{efere-se. Donaklo Armelin, ;i lim cnterio di,;tinlivo entre capa­
L Id:llk' e legitimidade (jue con"i"k em qlle a (tllll/cidl1dc e ~cmpre a 
.111 t1'111l;;10 de llma qllalidade pelo din:ilo J. urnJ. pe':-;(M, em fllnr;;10 ue 
. 11,1, caracrerfstic<Js pesso<Jis. enqllJnto it 1,'gIIl/Jllliad" se origilla de 
,II. Illl,I;'lllCi<Js exclusivameme juridICI,>. SL'nU,) ~lquelJ., em principlo, 
.11111'lIld;1 em L';lr.itn t1edaralorio, e esl<J, em clr<iler constiwtivo. 
I '1l'11IP~ I'nder <lerescenlar-sc (lOS Ires crilerios, aqui sucintamcnlc 
'IH)~t"S. que, ~L' ultlizildos conjuntamelHe, podcl11 scr de utilidade, 
.1111,1.1 lIlai,; lUll. 
:'\J:I Cilp:leidade. exisle ~emprc 0 pOri/In; (em virtuue dc, cm 
,I" "'·1';'1('1;1 del 
II III 
11 '11,1,1, ,\II11l·1111 oh cil.. p. l'i. 
Ik," I 
1""1.;1,[', .-\rllwlill. (10 LIt. p. 17. 
46 NliUDADES 1)0 PROCESSO E OA SENTENl"A 
A kgitimidadc, par .'leu tDrno, cxiJ'le para, elll rdafl10 a (a urn 
objet\), ..-: a urn outro sujeito - iSIO e, a urna sitna~ao juridll::.J). 
Portanto, c-sc capaz P0rtj1JC .'Ie [em vlUle e um rmos. Tem-sc 
Icgiti midadc para exi gir 0 CUIll primcllto de deterUlinada ahri gac;ao, pois 
.'Ie e eredor em face de dctermin.1do devedor Somadas estas observa­
C;6cs as qne antcriormentc .'Ie l"izeLlIn, qnando .'Ie tratOll dos pressupostos 
proccssais, (em-sl.' II seguintc Cjuadro: 
1. Cap<lljd::lde: 
a) de scr parte; 
b) para a causa. 
2.	 Legilimidade: 
a) processuaJ;

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