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Laringe Anatomia e fisiologia Manuel Garcia, em 1954, criou um espelho para visualização das cordas vocais, seu funcionamento na respiração e vocalização. Somente no século XX é que se pôde criar equipamentos e aparelhos utilizados nos consultórios para visualização, como endoscópios de fibra ótica, na fonomicrocirurgia (técnica de tratamento para doenças da voz). Anatomia Localiza-se na região infra-hióidea, na altura de C3 e C6, composta por um osso único e esqueleto cartilaginoso, membranas, ligamentos, músculos, nervos e vasos. O osso hióide, o osso único, não é articulado com nenhum outro osso do corpo humano, somente a músculos e ligamentos, porém palpável. As cartilagens da laringe são divididas em ímpares (tireoide (maior delas, no homem é mais proeminente), epiglote (proteção) e cricoide (totalmente em anel, fechada)) e pares/posteriores (aritenoides, cuneiformes e corniculadas). Membranas e ligamentos: membrana tireoióidea, ligamento cricotireóideo (urgências respiratórias), ligamento vocal (cartilagem tireóidea até a aritenóide), ligamento vestibular (ou ventricular), ligamentos da epiglote (hipoepiglótico, tireoepiglotico, pregas glossoepigloticas e mediana e lateral). Ligamento vocal: principal ligamento da prega local, fibroelastico, vem da região cricóidea e se insere superomedial na região tireóidea, dando mais sustentação à prega vocal; porção mais profunda da prega vocal. Ádito e cavidade da laringe: entrada da laringe, responsável pela proteção da via aérea (corpos estranhos e comida), limitado pela epiglote, pregas ariepiglóticas e prega interaritenoidea. Cavidade da laringe: pode ser dividida em três: Área supraglótica/vestíbulo (do ádito às pregas vocais; são espaços em forma de canoa de cada lado da cavidade da laringe; possui glândulas mistas para lubrificação das PPVV); Glote: pregas vocais e processos vocais; produção da voz e função protetora; Cavidade Infraglótica: limitada superiormente pelas PPVV e inferiormente pelo inicio da traqueia. Músculos extrínsecos: músculos mais superficiais: Levantadores ou elevadores da laringe: estilofaríngeo e supra-hióideos (milo-hioideo, digástrico, estilo-hióideo e gênio-hioideo); a contração deles eleva a laringe. Abaixadores: abaixo do hióide (externo, clavícula e tireoide e esternotireoideo); abaixa a laringe. Músculos intrínsecos: responsável pela fonação e respiração (caixa torácica e musculatura intrínseca): Cricoaritenoideo: tensor; alonga, estira e rebaixa; afila a borda livre; Tireoaritenoideo musculo vocal; aduz e encurta PV; arredonda a borda livre; Interaritenoideo: aduz a PV e fecha a glote; Cricoaritenoideo posterior: abdutor das PPVV, lateraliza e eleva; Cricoaritenoideo lateral: adutor da PV, medializa e rebaixa o processo vocal e alonga e estira a PV. Contratilidade dos músculos da laringe: movimentos rápidos e precisos, músculos TA CAL e IA (adutores) são rápidos [proteção adequada da via aérea] e músculos CAP e CT são mais lentos e resistentes à fadiga [CAP (abdutor) ativado continuamente e de modo rítmico e CT mais atuante durante a fonação]. Inervação: motora (recorrente (externo) inerva todos, laríngeo superior (externo), possui inervação mista - exceto cricotireoideo – inervação através do laríngeo superior) e sensitiva – todos ramos do vago. Vascularização: artérias laríngeas superior (tireóidea superior) e inferior (tireoide inferior – ramo da subclávea). Fisiologia Responsável pela proteção da via aérea (deglutição e elevação e fechamento da laringe [reflexo de fechamento glótico]), respiração (abertura ativa da laringe na inspiração; regulação do tempo expiratório e controle da respiração) e fonação. A função de proteção da via aérea ocorre por um fechamento reflexo pela musculatura adutora + mecanismo valvular passivo = barreira contra a aspiração. Respiração: regulação do fluxo aéreo inspiratório e expiratório; abertura ativa da laringe (contração do CAP durante inspiração e resistência laríngea baixa); tempo expiratório (controla da respiração, aumento da demanda ventilatória > redução do efeito do retardo laríngeo > saída mais rápida de ar > redução da expiração > aumento da FR). A laringe funciona como um resistor. CT > aumento AP CAP > aumento mediolateral; maior área glótica. Fonação: aquisição recente da especia humana; produção da fala requer vibração das pregas vocais, ressonância e articulação. Transformação da energia aerodinâmica, através do fluxo expiratório, em energia acústica. Fenômeno vibratório: forças antagônicas geram oscilação da prega vocal, coaptando e gerando passagem aérea/pressão fazendo com que elas vibrem. Teoria mioelástica – aerodinâmica: postura fonatoria > PPVV adução; componente mioelástico > controle da massa, tensão e elasticidade. Massa de ar > pressão subglótica > pregas vocais aduzidas e tensas > resistência glótica > abertura das pregas vocais. A pressão subglótica vence a resistência glótica. Um puff de ar é eliminado constituindo uma onda de ressão de ar supraglotico. A glote volta e se fecha, até uma nova onda de compressão se formar com abertura da glote. O fluxo de ar expiratório “sofre” cortes sucessivos > ondas sonoras. Pressão subglótica > força de abertura; Elasticidade da prega vocal – efeito de Bernoulli > forças de fechamento. Forças de fechamento: elasticidade da prega vocal (tônus – controle neuromuscular); efeito de Bernoulli (menor velocidade de ar ao passar por estreitamento (glote) > aumento da pressão perpendicular à parede dessa região) – efeito de sucção. Controle de frequência fundamental: F0 nº de ciclos de vibração das pregas por segundo; pitch valores normais na fala (altura da voz); controle do pitch (alteração das propriedades viscoelásticas da prega vocal; variação da pressão subaglótica e atuação da musculatura extrínseca). Alterações viscoelásticas: elevam o pitch – prega vocal mais tensa, diminuição de massa da prega vocal, alongamento da prega, predomínio do CT; Diminuem o pitch: prega menos tensa, com aumento de massa, encurtamento da prega, predomínio de TA. Tamanho da laringe. Controle do modo (registo vocal): modo de vibração variado das pregas vocais Pulso: atividade mínima do musculo vocal (grave, o mínimo que se usa da laringe pra vocalizar); Modal: atividade máxima do musculo vocal, rígido (voz normal); Falsete: máxima atividade do CT elevado; longas, finas e tensas. Características da voz (timbre): identificação de voz, distinção entre vozes de duas pessoas, mesmo quando emitidos sons de mesma frequência. Fatores que diferenciam no timbre da voz são formato e movimento do trato vocal; e a maneira de abertura e fechamento glótico também afeta o timbre. Escala RASAT (avaliação perceptivo-auditiva): voz mais rouca, áspera, mais soprosa, astenia e tensão. Graduação de intensidade (0: ausente, 1: leve; 2: moderado; 3: intenso). Intensidade da voz: amplitude de onda (maior ou menor), loudness (sensação subjetiva), medida em dB, fatores reguladores (potencia glótica: pressão subglótica e fluxo de ar através da glote; eficiência glótica: aumento da resistência e da força glótica e ressonância (supraglote). Laringe: relação com aparelho respiratório; Funções de proteção, respiração e fonação; Proteção x deglutição; Respiração > tempo expiratório; Fonação (pitch, loudness, timbre); Pressão subaglotica
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