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Processos inflamatórios da mama

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Processos inflamatórios da mama 
 
INFLAMAÇÃO: dor calor, rubor, edema e perda da 
função. 
 Os processos inflamatórios da mama podem 
ocorrer em todo o ciclo da vida. São divididos em 
agudos e crônicos. 
 
Fatores de risco 
Tratamento de CA mama com conservação da 
mama e posterior radioterapia 
Celulite ou infecção mamária anterior 
Cirurgia da mama recente (infecção) 
Lactação 
Trauma (mordidas, piercing no mamilo, tattoo) 
Lesões na pele da mama (eczema, intertrigo, der-
matite) 
 
CLASSIFICAÇÃO 
LACTACIONAL: mama muda toda a conformação 
para a produção láctea. Geralmente mais agudos. 
• 2 a 10% das lactantes. 
• Relacionados à pega inadequda, estase, fissuras. 
 
NÃO LACTACIONAL: em geral, processos crônicos. 
• Trauma prévio. 
• Dermatites. 
 
NÃO INFECCIOSO: 
• Ectasia do ducto. 
• Material estranho (piercing). 
• Idiopático. 
 
INFECCIOSO: os mais comuns. 
• Comumente pelo S. aureus. 
• Em 40% dos casos, há flora polimicrobiana. 
• Localizado em região periareolar ou periférica. 
 
 
Além do estafilo, o estrepto e a E. coli são os mais 
prevalentes. 
Anaeróbios: pacientes tabagistas. 
DIAGNÓSTICO 
É clínico ➜ exame físico com sinais flogísticos + lin-
fonodos axilares aumentados e sensíveis. Pode haver 
disseminação da infecção ao longo das vias linfáticas 
(linfangite). 
 
 
 
 
 
 
 
Exames complementares 
USG: identifica e delimita as coleções, determina a 
localização e auxilia na drenagem. 
 
 
 
MAMOGRAFIA: realizada em casos específicos. 
Ajuda a excluir malignidade. Em mamas jovens, é li-
mitada (maior densidade da mama). 
 
RESSONÂNCIA: contribui no planejamento pré-
operatório e determina com precisão a extensão da 
lesão. 
 
CULTURA: muito importante nos quadros de masti-
tes agudas sem evolução com ATB. 
• Mastites crônicas: imprescindivelmente devem 
ter material levado para cultura ou então biópsia. 
• Bacterioscopia pelo Gram, Ziehl-Nielsen, pes-
quisa de fungos, Micobactérias. 
 
PROCESSOS LACTACIONAIS 
ABSCESSO: coleção de pus, com muito processo 
flogístico. Em geral, resulta de mastite não tratada. 
• O principal agente é o S. aureus. 
 
GALACTOCELE: um cisto de conteúdo lácteo. Tem 
tendência a resolução espontânea. 
• Pode ser necessária punção guiada por USG. 
• Não tem sinais flogísticos e sistêmicos importan-
tes como o abscesso. 
 
 
Abscesso 
 
 
Galactocele: contornos mais precisos, 
sombra acústica posterior. 
 
Abscesso mamário e câncer inflamatório: ambos fa-
zem pele brilhosa, hiperemia, dor. 
• Câncer inflamatório não tem melhora dos sinto-
mas com ATB. 
• Câncer inflamatório faz pele em casca de laranja, 
retração de papila. 
 
 
Retração de papila 
 
Diferenciar doenças benignas de câncer inflamató-
rio, dermatoses ➜ desconfiar principalmente nos 
casos que não melhoram com terapia. 
Mastite aguda puerperal 
 É o processo inflamatório lactacional mais co-
mum. Pode ser epidêmica ou endêmica. Na maioria 
das vezes, deriva dos agentes saprófitos da pele. 
 
Epidêmica Endêmica 
Menos frequente 
Precoce (4º dia pós-
parto) 
S. aureus 
Mais frequente 
Tardia (2ª semana ou pró-
ximo ao desmame) 
Stafilo, S. epidermidis, E. coli 
 
Formas graves (com ulceração e necrose): gram-ne-
gativas aeróbicas (E. coli, Pseudomonas e Serratia). 
 
 Acontece porque o leite fica em estase, fazendo 
com que o alvéolo se distenda e obstrua o fluxo. Isso 
leva a ingurgitamento mamário. Com os traumas 
mamilares da pega, a proliferação bacteriana fica fa-
cilitada, surgindo a infecção. 
 Quando o processo inflamatório se alastra, po-
dem surgir abscessos, que podem ser únicos ou 
múltiplos. 
 A mastite causa um mal-estar importante na pa-
ciente, com febre alta, calafrios, calor, rubor e tur-
gência mamária extensa. Um abscesso não lactacio-
nal não causa sintomas sistêmicos tão importantes. 
 
Fatores associados 
Primiparidade 
Ingurgitamento mamário 
Fissura mamilar 
Infecção de vias aéreas do lactente 
Má higiene 
Mastite prévia 
Anormalidade mamilar: mamilo plano, invertido 
 
TRATAMENTO: 
• Hidratação oral, analgesia, antitérmicos. 
• Esvaziamento da mama afetada: ordenha manual, 
mecânica ou elétrica. 
• Melhora da pega. 
• Não há indicação para inibição da lactação. Pre-
cisa amamentar para evitar o ingurgitamento. 
• Evitar calor local. 
• Esvaziamento das lojas: punção guiada por USG 
(se abscessos < 5 cm) ou drenagem cirúrgica. 
• Remoção de ductos afetados e áreas necróticas: 
se abscesso muito extenso. Depois, um dreno é 
deixado por 24h. 
 
Suspender o aleitamento se drenagem purulenta 
pela papila ou incisão cirúrgica da drenagem do abs-
cesso próxima ao mamilo. 
Mastite epidêmica IV 
Clindamicina ou cefazolina 
+ 
600 mg 6/6h ou 2g 
8/8h 
Metronidazol ou levofloxacino 500 mg 8/8h ou 500 
mg/dia 
Mastite endêmica VO 
Cefalexina 500 mg 6/6h 
Clindamicina 600 mg 6/6h 
 
PROCESSOS INFLAMATÓRIOS NÃO-LACTACIONAIS 
Doença de Mondor 
 É uma tromboflebite de vasos mamários. Pode 
estar relacionada a processos cirúrgicos. Consegui-
mos ver o cordão fibroso. 
• É autolimitada e tratada com analgésicos. 
 
 
 
Mastite granulomatosa 
 É uma doença benigna rara. Não tem uma causa 
estabelecida. Ocorre em mulheres jovens que pas-
saram por um processo lactacional. 
 Pode ser causada por tuberculose, hanseníase, 
fungos, esquistossomose, silicone, doença de Crohn. 
• Tratamento com altas doses de corticoide. 
 
 
 
Abscesso subareolar crônico recidivante 
 É uma doença congênita da papila em que o epi-
télio pavimentoso estratificado queratinizado da 
pele invade o epitélio ductal (metaplasia do epitélio 
colunar do ducto). Com isso, o ducto fica obstruído 
e depois se dilata. Pela estase, a infecção é facilitada, 
fazendo surgir o abscesso e fístulas. 
 As várias camadas de células (era simples e virou 
estratificado) começam a formar tampões de quera-
tina, que obstroem o ducto: expansão da região e in-
fecção secundária (gram + aeróbio e anaeróbios). 
 Pele com sinais flogísticos, geralmente com ori-
fício fistulozo soltando pus. O pus pode sair pela pa-
pila também, dependendo do ducto acometido. 
• Etiologia não totalmente conhecida. 
• Evolução clínica normalmente lenta. Responde 
mal aos antibióticos de largo espectro. 
• Ocorre mais em mulheres entre 35-50 anos. 
 
 
 
Fatores associados 
Tabagismo (90%) 
Anomalias congênitas dos ductos lactíferos 
Retração papilar 
Deficiência de vitamina A 
 
 
 A flora bacteriana é 
anaeróbica na sua maio-
ria, mas também podem 
ser encontradas bactérias 
gram +, principalmente o 
S. aureus. 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: clínico, mas o ultrassom pode auxi-
liar na localização. 
 
 
TRATAMENTO: AINES + ATB. O tratamento mais 
importante é a cessação do tabagismo, que pode 
evitar o surgimento de novos abscessos. Pode ser 
feita excisão de ductos principais. Se a paciente 
quiser engravidar, não deve ser feita, porque, se não, 
não vai conseguir amamentar. 
 
Esquema terapêutico do abscesso subareolar reci-
divante: sempre tem que cobrir anaeróbio (metro-
nidazol, clindamicina). 
• Cefalexina + clindamicina/metronidazol. 
 
 
 
Ectasia ductal 
 É a dilatação dos ductos terminais, com conse-
quente estase de secreção. Isso gera uma inflamação 
crônica do ducto, que faz fibrose tecidual e retração 
e/ou desvio da papila. A etiologia é desconhecida. 
 Existe uma descarga papilar bilateral, multiduc-
tal e colorida, variando desde esbranquiçado, ama-
relado, acastanhado, esverdeado e enegrecido. 
• Se hemorrágico: excluir papilomas e câncer. 
 
 
 
Descarga mamilar multiductal com secreção amarelada 
 
Associada a nodularidades e alterações anatômicas 
do complexo aréolo-papilar. 
 
Fatores associados 
Idade: pós-menopáusicas 
Tabagismo (não há consenso) 
Amamentação (pela estase) 
Multiparidade 
Níveis séricos elevados de prolactina 
Idade é o principal fator de risco (5ª e 8ª década). 
 
DIAGNÓSTICO: é clínico. 
• USG: mostra o ducto com diâmetro ≥ 5 mm. 
• Mamografia: é inespecífica, mas pode mostrar 
assimetrias e eventualmente calcificaçõesretro-
areolares. 
• RNM: grande número de falso-positivo. 
 
TRATAMENTO: se incomoda a paciente, pode ser 
feita exérese do sistema ductal terminal. 
 
 
 
Necrose gordurosa 
 Resulta da saponificação da gordura por meio 
da lipase do sangue e do tecido. É associada a 
trauma mamário (acidental ou cirúrgico), Rt, infec-
ções e corpos estranhos. Normalmente regride de 
forma espontânea. 
• Frequente em mulheres obesas, com mamas 
grandes e pendulares. 
• Clinicamente, é uma área endurecida, firme, ade-
rida, dolorosa ou não, com retração ou espessa-
mento da pele ➜ diagnóstico diferencial com 
carcinoma. 
 
 
Calcificação em casca de ovo: típico da necrose 
gordurosa. 
 
Eczema areolopapilar 
 É uma dermatite descamativa e exsudativa do 
complexo areolopapilar, em geral, bilateral e pruri-
ginosa. Predomina em mulheres jovens. 
 Pode ser localizada ou difusa e uni ou bilateral 
(geralmente). Bordos indefinidos e muito prurido. 
 
 
 
Causas: psoríase, dermatite seborreica, dermatite 
de contato e dermatite atópica. 
 
Diagnóstico diferencial com a Doença de Paget 
(carcinoma de mama mais raro que acomete o ma-
milo). 
• Não responde ao corticoide. 
• Geralmente unilateral. 
• Presença de ulceração. 
• Inversão do mamilo. 
• O eczema geralmente não acomete o mamilo, 
apenas a aréola. 
 
TRATAMENTO: isolamento dos antígenos de con-
tato e emprego de corticoides tópicos por 15 dias. 
Se não melhorar, é indicado fazer biópsia. 
 
Doença de Paget: lesão ulcerada do mamilo. Nor-
malmente é unilateral e pode ou não estar associada 
a um nódulo. Pode ser acompanhada de descarga 
serosa ou sanguinolenta. 
 
 
Mastites neonatal e puberal 
Neonatal: decorre do estímulo hormonal materno. 
Costuma ser autolimitada. Principal agente é o S. au-
reus. 
 
 
 
Puberal: relacionada aos hormônios próprios da 
idade. 
 
Tratamento dos processos inflamatórios 
• ATB. 
• Drenagem mamária de leite nos processos agu-
dos puerperais. 
• Abordagem cirúrgica: fístulas, abscessos recor-
rentes, diagnóstico diferencial com câncer.

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