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Tumores benignos da mama

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Tumores benignos da mama 
 
 As lesões benignas da mama são divididas em 3 
tipos: lesões não proliferativas, lesões proliferativas 
sem atipias e lesões proliferativas com atipias. 
 
 
As lesões são oriundas das unidades ductolobula-
res: conjunto de células lobulares e células ductais. 
 
NÓDULO DE MAMA 
• 60% das consultas. 
• 75% benignos. 
 
Propedêutica 
Data da percepção e velocidade de crescimento. 
Idade: acima de 35 anos, pode ser necessário solici-
tar mamografia. Mulheres na pré-menopausa comu-
mente apresentam adensamentos, que decorrem 
das variações hormonais cíclicas e desaparecem no 
período pós-menstrual. 
Status hormonal: maior risco de malignidade se na 
menopausa. 
Fatores associados: presença de trauma prévio. 
Medicações em uso. 
Fatores de risco para CA de mama: história familiar, 
sedentarismo, abuso de álcool, obesidade. 
 
EXAME FÍSICO: consistência, limites, regularidade, 
mobilidade, localização. Ideal é fazer após a mens-
truação, porque o inchaço prejudica o exame. 
 
Pseudonódulos: são achados palpatórios fisiológicos 
que simulam tumores, levando a biópsias desneces-
sárias ➜ tecido adiposo aprisionado entre os liga-
mentos de Cooper (principalmente na pós-meno-
pausa), prolongamento axilar, junção costoesternal 
em pacientes magras, entre outros. 
 
Perguntas para se fazer diante de um nódulo: 
• Há quanto tempo? A lesão aumentou com o 
tempo? 
• Há história de biópsia ou aspiração de cistos? 
• A presença da lesão é acompanhada de dor? Se 
sim, tem relação com o ciclo menstrual? 
• Qual a idade da paciente? 
 
Tumores benignos da mama 
Cistos 
Fibroadenoma 
Tumor filoides 
Fibroadenoma juvenil 
Hamartoma 
Esteatonecrose 
Hiperplasia pseudoangiomatosa (PASH) 
Adenoma 
AFBM 
Ectasia ductal 
Papiloma 
Neoplasia maligna (sempre descartar) 
 
Comentado [MEA1]: Ocorrem também durante a se-
gunda fase do ciclo menstrual, pelo estímulo do es-
tradiol e da progesterona na unidade ductolobular, 
levando à proliferação do epitélio e do estroma = dor 
e nodularidade na fase pré-menstrual. No final da 
fase lútea, com redução dos níveis de E e P, há re-
gressão do epitélio lobular, com melhora da sintoma-
tologia. 
CISTOS 
 Lesões mais comuns da mama (50-90%). Deri-
vam das unidades ductolobulares. Possuem conte-
údo líquido e podem variar de tamanho. 
 É um nódulo de consistência firme, doloroso, e 
de crescimento rápido. 
 O cisto mamário é uma involução lobular. O ló-
bulo mamário é uma estrutura glandular. No clima-
tério, a glândula é transformada em gordura. Às ve-
zes, os lóbulos mamários, ao invés de virarem gor-
dura, transformam-se em uma área encistada cheia 
de debris celulares. 
• Típico de pacientes climatéricas. 
• Líquido amarelo-citrino na PAAF. 
• Completamente benigno. 
 
 A tendência é que o próprio corpo reabsorva o 
cisto, por isso, só deve ser puncionado se a paciente 
estiver sintomática ou para descartar lesão maligna. 
 
USG: imagem anecóica, regular, que causa um re-
forço acústico posterior. O nódulo é hipoecoico e 
faz sombra acústica posterior. 
 
 
 
PAAF: o cisto simples tem líquido amarelo-esverde-
ado e desaparece após a aspiração. 
Suspeita de carcinoma intracístico ou neoplasia 
parcialmente cística ➜ fazer core-biopsy. 
• Fluido sanguinolento. 
• Massa residual. 
• Recidiva frequente (> 2). 
 
 A primeira coisa a se fazer diante de um nódulo 
mamário, é segundo o MS, PAAF: se for cisto, vai sair 
líquido amarelo-citrino e vai se resolver na hora. De-
pois, se não resolver, segue com exame de imagem. 
 
 
 
 
Cisto complexo: mais alto que largo, espículas, com-
ponente sólido no interior, sombra acústica. 
 
FIBROADENOMA 
 É o tumor benigno mais prevalente da mama. 
Surge por uma resposta exagerada dos lóbulos e do 
estroma aos estímulos hormonais (estrogênio). 
 Na verdade, não é uma neoplasia, mas sim uma 
alteração fisiológica do lóbulo mamário. 
• Surge na época do desenvolvimento lobular e 
tem modificações durante a gestação. 
• Normalmente, cresce até 2 cm (mais que isso, 
pensar em outras lesões). 
• Na menopausa, é comum involuir ou calcificar 
(em pipoca). 
 É raro malignizar (risco relativo de câncer, em 
relação à população geral, é de 1,2). Pode, raramente, 
formar tumor filoides ou carcinoma lobular in situ. 
Se continuar crescendo, desconfiar de malignidade. 
• Não se degenera em sarcoma. 
 
FAIXA ETÁRIA: mais comum entre 20-35 anos. 
 
Quadro clínico 
 Tumor palpável de consistência fibroelástica, 
móvel, indolor, de até 2 cm, com rápido crescimento 
inicial, que depois se estabiliza. É bem delimitado, 
com contornos lisos. 
• Múltiplo em 15%. 
• Pode ocorrer em ambas as mamas. 
Comentado [MEA2]: Provavelmente decorrem dos ci-
clos ovulatórios sucessivos, levando à manutenção 
do estímulo estroprogestativo sobre o lóbulo, resul-
tando em doenças proliferativas, fibrose e formação 
de cistos. 
A ativação constante do estroma pelos esteroides 
leva à síntese crônica de colágeno e fibrose, que obs-
truem os ductos e aí formam os cistos. 
 
FATORES DE RISCO: menarca precoce, menopausa 
tardia, nuliparidade, oligoparidade, Primiparidade 
tardia e amamentação curta. 
 
FAIXA ETÁRIA MAIS COMUM: 35-50 anos. 
Comentado [MEA3]: Pode ser doloroso na gravidez e 
na lactação: crescimento rápido pode levar ao in-
farto, causando dor. 
 
Diagnóstico 
 É clínico, mas é preciso excluir câncer de mama. 
Se a paciente tiver > 35 anos, faz-se mamografia. 
 
MMG (> 35a): imagem nodular de limites precisos, 
opacidade maior que o tecido circunvizinho. Com o 
tempo, pode mostrar calcificação em pipoca. 
 
 
 
USG: pacientes jovens ou para complementar ma-
mografia. Auxilia a diferenciar sólido de líquido. 
• Área nodular fracamente ecogênica, com bordas 
lisas e sem atenuação acústica significativa. 
 
 
 
O diagnóstico definitivo é só com citologia: PAAF 
(não distingue tumor in situ de invasor – deve ser 
feita se muita chance de lesão benigna) ou biópsia 
com agulha grossa. 
 
Conduta 
Imagem característica (BIRADS 3): acompanha-
mento de 6/6 meses por 1 ano. Depois, vira BIRADS 
2 (acompanhamento anual). 
 
Exérese cirúrgica: se aumento de tamanho ou sin-
tomático. 
 
Acima de 35 anos: retirada quando as lesões são pal-
páveis, quando houver crescimento rápido, se a pa-
ciente tiver HF de CA de mama e se MMG duvidosa. 
 
TUMOR FILOIDES 
 É um tumor raro, correspondendo a 0,3-0,5% 
dos tumores de mama. É um tumor fibroepitelial 
com proliferação de células epiteliais e estromais. 
 Na patologia, tem aspecto de folha e se asseme-
lha ao fibroadenoma. A diferença entre os dois é que 
o tumor filoides tem estroma hipercelular, enquanto 
que o estroma do fibroadenoma é de baixa celulari-
dade. Além disso, o tumor filoides tem crescimento 
rápido e capacidade de atingir volumes maiores. 
• Benignos, borderline ou malignos. A maioria é 
benigna, mas 20% pode malignizar 
• Raramente bilateral. 
• Risco de recorrência local de 17% 1,5-2 anos após. 
 
FAIXA ETÁRIA: mais comum entre 40 e 50 anos. 
 
Quadro clínico 
• Lesão volumosa (≥ 4 cm), 
de crescimento muito in-
tenso (deforma a mama). 
• Multinodular, fibroelástica 
e indolor. 
 
EXAMES DE IMAGEM: são semelhantes ao do fibro-
adenoma, porém de tamanho maior. 
• MMG: nódulo de margem lisa, delimitada, opaco, 
polilobulado e pode ter reforço acústico poste-
rior. 
 
 
 
Tratamento 
Ressecção cirúrgica com margem livre (por conta 
do risco de recidiva). 
 
 
 
Como diferenciar de CA de mama: o CA de mama, 
quando cresce, ulcera a pele. 
 
FIBROADENOMA JUVENIL 
 Muito semelhante ao tumor filoides: tumor de 
grandes dimensões, porém ocorre em pacientes 
mais jovens (10-18 anos). Corresponde a 0,5-2% dos 
fibroadenoma. 
 Tem rápido crescimento e pode distorcer a 
mama. A sua etiologia é incerta e parece ser decor-
rente de uma resposta inadequada ao estrogênio. 
 
CONDUTA: cirurgia conservadora (mantendo o te-
cido mamário). 
 
HAMARTOMA 
 É um tumor benigno raro que ocorre mais em 
mulheres na pós-menopausa. É chamadode breast 
in a breast: como se fosse um tecido mamário nor-
mal encapsulado. 
• Ocorre uma década após o fibroadenoma. 
• Na biópsia, vem tecido mamário. 
 
 
 
CONDUTA: lesão benigna, só acompanhar. Se for 
muito grande, pode ser feita excisão. 
 
ESTEATONECROSE 
 Também chamada de cisto oleoso, é um nódulo 
de gordura mal delimitado, com sombra acústica 
posterior, irregular, não encapsulado, mas benigno 
(apesar das características de malignidade na USG). 
 Acontece por um trauma (cirurgia, trauma fí-
sico, radioterapia). 
 Como as imagens são sugestivas de maligni-
dade, é preciso confirmar com biópsia. 
 
 
 
CONDUTA: expectante. Se não tiver história de 
trauma, retirar. 
 
PASH – Hiperplasia estromal pseudoangiomatosa 
 É uma lesão mesenquimal proliferativa be-
nigna. Ocorre em mulheres na pré-menopausa. 
 Decorre de uma lesão aberrante de miofi-
broblastos a estímulos hormonais. 
• Comum como achado incidental, sem sintomas. 
 
QUADRO CLÍNICO: nódulo ou massa palpável, mó-
vel, firme e indolor (semelhante ao fibroadenoma). 
 
MMG/USG: sem apresentação clínica específica. 
• Nódulo isodenso oval. 
• Distorção arquitetural ou assimetria. 
• Como são nódulos feios, que distorcem a arqui-
tetura, geralmente são B3/B4. 
 
 
 
TRATAMENTO: não maligniza nem tem recorrência. 
Só excisar se dúvida (cresceu no controle, HF de 
risco). Esse nódulo não cresce! 
 
ADENOMA 
 Tem apresentação clínica semelhante ao fibro-
adenoma. É raro. 
• Sem potencial maligno. Não requer excisão. 
 
MMG/USG: semelhante ao fibroadenoma, com le-
são circunscrita. Eventualmente, apresenta bordas 
irregulares (B4A). 
 
PAPILOMA 
 É um tumor da árvore ductal, que acomete prin-
cipalmente os ductos subareolares principais. Pode 
ser sólido ou múltiplo. É mais comum entre 30 e 50 
anos de idade. 
 É a principal causa de fluxo papilar sanguino-
lento (sempre descartar câncer). 
• Pode ou não ter células atípicas. Se tiver, o risco 
de câncer aumenta. 
• Acima de 50 anos, sempre afastar carcinoma pa-
pilífero e carcinoma ductal. 
 
TRATAMENTO: excisar o ducto se atipia na biópsia. 
Se não tiver atipia, pode ser acompanhado. Como 
regra geral, é lesão de risco, e por isso se retira. 
DERRAME PAPILAR 
O derrame papilar espontâneo tem valor clínico, o 
provocado não. 
Primeiro a se fazer é excluir galactorreia ➜ se for, 
investigar hiperprolactinemia. 
Se nódulo, investigar. 
Se derrame isolado: 
• Se for sanguinolento, geralmente é unilateral e a 
maior causa é papiloma intraductal. 
• Se esverdeado, geralmente é bilateral e se deve a 
ectasia ductal. 
• Se do tipo água de rocha, geralmente é câncer. É 
raro o CA se manifestar com derrame papilar, ge-
ralmente é nódulo ou microcalcificações. 
 
HIPERPLASIAS 
 São lesões proliferativas (logo, maior risco de 
malignização). Normalmente, são achados inciden-
tais na mamografia. 
 
Hiperplasia usual: tranquilizar a paciente e fazer 
acompanhamento com exames de rotina. 
Hiperplasia atípica: é a única que tem risco aumen-
tado de CA de mama, inclusive na outra mama. 
• Deve-se realizar estratégias de redução de risco 
de desenvolver câncer: controle do sobrepeso e 
obesidade, cessar TRH. Às vezes, pode ser feita 
quimioprevenção.

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