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Direito Urbanístico - Procurador da Câmara

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Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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CURSO	PROCURADOR	DA	CÂMARA	MUNICIPAL	DE	BELO	HORIZONTE	
Direito	Urbanístico	
	
Professora:	Flávia	Campos	
	
09/08/17	
Ø Introdução	
1.	Município	vs.	Cidade	
Município	à	ente	federativo	(art.	18	–	CF)	–	compreende	as	zonas	urbana	e	rural.	
Cidade	à	Zona	urbana.	
Cidade	é	o	núcleo	urbano	em	que	 se	 situa	 a	 sede	do	 governo	e	o	desenvolvimento	de	 sistemas	 com	
interesses	individuais	e	gerais.	–	José	dos	Santos	Carvalho	Filho	
“Núcleo	urbano	em	que	a	maioria	das	pessoas	vive.”	
Art.	18	-	CF.	A	organização	político-administrativa	da	República	Federativa	do	Brasil	compreende	a	União,	
os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	Municípios,	todos	autônomos,	nos	termos	desta	Constituição.	
§	1º	Brasília	é	a	Capital	Federal.	
§	2º	Os	Territórios	Federais	integram	a	União,	e	sua	criação,	transformação	em	Estado	ou	reintegração	ao	
Estado	de	origem	serão	reguladas	em	lei	complementar.	
§	3º	Os	Estados	podem	incorporar-se	entre	si,	subdividir-se	ou	desmembrar-se	para	se	anexarem	a	outros,	
ou	 formarem	 novos	 Estados	 ou	 Territórios	 Federais,	 mediante	 aprovação	 da	 população	 diretamente	
interessada,	através	de	plebiscito,	e	do	Congresso	Nacional,	por	lei	complementar.	
§	4º	A	criação,	a	incorporação,	a	fusão	e	o	desmembramento	de	Municípios,	far-se-ão	por	lei	estadual,	
dentro	 do	 período	 determinado	 por	 Lei	 Complementar	 Federal,	 e	 dependerão	 de	 consulta	 prévia,	
mediante	 plebiscito,	 às	 populações	 dos	 Municípios	 envolvidos,	 após	 divulgação	 dos	 Estudos	 de	
Viabilidade	Municipal,	apresentados	e	publicados	na	forma	da	lei.					 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	(Redação	dada	pela	
Emenda	Constitucional	nº	15,	de	1996)																			Vide	art.	96	-	ADCT	
2.	Urbanismo	
O	urbanismo	veio	para	tentar	solucionar	problemas	de	crescimento	demasiado	da	cidade	sem	
nenhum	tipo	de	organização.	
Vem	para	tentar,	de	alguma	maneira,	planejar	o	crescimento/desenvolvimento	da	cidade.	
2.1.	Conceito	
Urbanismo	é	o	conjunto	de	medidas	estatais	para	organizar	os	espaços	habitáveis	e	garantir	o	
bem-estar	na	vida	em	coletividade.	
	 	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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2.2.	Direito	Urbanístico	
É	um	ramo	do	direito	que	vai	buscar,	justamente,	estudar	as	medidas	estatais	necessárias	para	
garantir	o	urbanismo	(para	o	ambiente	urbano,	para	estruturar	uma	cidade).	
Tem,	também,	outra	função:	analisar	como	se	solucionam	os		eventuais	litígios	que	possam	vir	
a	surgir	numa	relação	dentro	da	cidade.	
2.2.1.	Autonomia	do	Direito	Urbanístico		
Três	correntes:	
a)	Ramo	autônomo	
b)	Ramo	do	Direito	Administrativo	 	 [Direito	Urbanístico]	Faz	parte	do	Direito	Público	
c)	Ramo	do	Direito	Constitucional	
NÃO	HÁ	SOLUÇÃO	PARA	A	PRESENTE	CONTROVÉRSIA.	NÃO	HÁ	CORRENTE	MAJORITÁRIA.	
Seja	de	que	maneira	for,	o	Direito	Urbanístico	integra	o	ramo	do	Direito	Público.	
Ex.	Possibilidade	de	se	utilizar	do	poder	de	polícia,	de	determinar/impor	certas	sanções.	
Ø Normas	Constitucionais	do	Direito	Urbanístico	
1.	Competências	
1.1.	Competências	da	União	(art.	21	–	CF)	
IX:	Planos	federais/regionais;	
XX:	Desenvolvimento;	
XXI:	Sistema	nacional	de	viação.	
Art.	21	-	CF.	Compete	à	União:	
IX	-	elaborar	e	executar	planos	nacionais	e	regionais	de	ordenação	do	território	e	de	desenvolvimento	
econômico	e	social;	
Não	se	pode	deixar	somente	para	o	município	todas	questões	referentes	ao	ordenamento	do	território.	
A	União	deve	atuar	nos	planos	nacionais	e	regionais	
XX	 -	 instituir	 diretrizes	 para	 o	 desenvolvimento	 urbano,	 inclusive	 habitação,	 saneamento	 básico	 e	
transportes	urbanos;	
XXI	-	estabelecer	princípios	e	diretrizes	para	o	sistema	nacional	de	viação;	
Para	 toda	questão	de	 transporte	viário,	estrada,	 rua	e	afins,	deve-se	 ter	uma	estrutura	encetada	pela	
União.		
IMPORTANTE:	
Em	Direito	Urbanístico,	ao	município	é	o	ator	principal.	
	 	
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1.2.	Competências	concorrentes	da	União,	Estados	e	Distrito	Federal	(art.	21	–	CF)	
Legislar,	concorrentemente,	sobre	direito	urbanístico.	
A	União	estabelecerá	regras	gerais.	
Os	estados	e	Distrito	Federal	têm	competência	para	estabelecer	normas	suplementares.	
Art.	24	-	CF.	Compete	à	União,	aos	Estados	e	ao	Distrito	Federal	legislar	concorrentemente	sobre:	
I	-	direito	tributário,	financeiro,	penitenciário,	econômico	e	urbanístico;	
§	1º	No	âmbito	da	 legislação	concorrente,	a	 competência	da	União	 limitar-se-á	a	estabelecer	normas	
gerais.	
O	Estatuto	da	Cidade	surge	com	base	neste	dispositivo.	
Ex	 Direito	 Administrativo.	 Lei	 8666/93	 traz	 normas	 gerais.	 Os	 demais	 entes	 terão	 competência	
suplementar	(vide	§	abaixo).	
§	2º	A	competência	da	União	para	legislar	sobre	normas	gerais	não	exclui	a	competência	suplementar	
dos	Estados.	
§	3º	 Inexistindo	 lei	 federal	sobre	normas	gerais,	os	Estados	exercerão	a	competência	 legislativa	plena,	
para	atender	a	suas	peculiaridades.	
§	4º	A	superveniência	de	lei	federal	sobre	normas	gerais	suspende	a	eficácia	da	lei	estadual,	no	que	lhe	
for	contrário.	
1.3.	Competência	do	município	(art.	30	–	CF)	
Compete	 ao	município	 regulamentar	 e	 executar,	no	que	 couber,	 o	adequado	ordenamento	
urbano.	
O	município	é	o	ator	principal.	Na	prática,	apesar	da	expressão	“no	que	couber”,	quem	executa	
a	maioria	das	políticas	urbanas	é	o	município.	
Art.	30	-	CF.	Compete	aos	Municípios:	
VIII	-	promover,	no	que	couber,	adequado	ordenamento	territorial,	mediante	planejamento	e	controle	
do	uso,	do	parcelamento	e	da	ocupação	do	solo	urbano;	
1.4.	Competência	acerca	do	desenvolvimento	urbano	(município)	(art.	182	–	CF)	
Art.	182	 -	CF.	A	política	de	desenvolvimento	urbano,	executada	pelo	Poder	Público	
municipal,	 conforme	 diretrizes	 gerais	 fixadas	 em	 lei,	 tem	 por	 objetivo	 ordenar	 o	 pleno	
desenvolvimento	 das	 funções	 sociais	 da	 cidade	 e	 garantir	 o	 bem-	 estar	 de	 seus	
habitantes.																			(Regulamento)																											(Vide	Lei	nº	13.311,	de	11	de	julho	de	2016)	
As	competências	dispostas	no	caput	são	executadas	pelo	MUNICÍPIO.	
O	MUNICÍPIO	é	quem	tem	competência	para	editar	as	políticas	urbanas.	
§	1º	O	plano	diretor,	aprovado	pela	Câmara	Municipal,	obrigatório	para	cidades	com	mais	de	
vinte	mil	 habitantes,	 é	 o	 instrumento	 básico	 da	 política	 de	 desenvolvimento	 e	 de	 expansão	
urbana.	
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O	plano	diretor	precisa	ser	aprovado	pela	câmara	municipal.	É	OBRIGATÓRIO	aos	municípios	que	têm	mais	
de	20	mil	habitantes.	
A	função	do	plano	diretor	é	planejar	o	desenvolvimento	da	cidade	para	que	se	alcance	o	desenvolvimento	
e	bem-estar	social	insertos	no	caput	deste	artigo.	
Somente	através	do	plano	diretor	que	se	consegue	utilizar	de	diversos	instrumentos	de	política	urbana.	
§	2º	A	propriedade	urbana	cumpre	sua	função	social	quando	atende	às	exigências	fundamentais	de	
ordenação	da	cidade	expressas	no	plano	diretor.	
Discorre	sobre	a	função	social	da	propriedade.	
Direito	fundamental	à	propriedade	está	previsto	no	art.	5º,	inciso	XXII	–	CF,	contudo	esta	deve	cumprir	a	
função	social	(art.	5º,	inciso	XIII	–	CF).		
A	função	social	da	propriedade	urbana	ocorre	quando	esta	cumpre	os	requisitos	do	plano	diretor.	
Os	 instrumentos	para	obrigar	ao	morador	cumprir	a	 função	social	da	propriedade	somente	podem	ser	
utilizados	se	houver	o	plano	diretor	(vide	§4º	abaixo).	
Inversão	do	§4º	(descumprimento	da	função	social	da	propriedade	urbana	–	traz	instrumentos	para	
regular	o	que	o	poder	público	pode	fazer	quando	se	configura	esta	situação)	com	o	§3º	para	fins	
didáticos	
§	4º	É	facultado	(poder	discricionário	–	não	se	pode	ajuizar	ação	para	obrigar	
o	município	a	se	utilizardestes	instrumentos)	ao	Poder	Público	municipal,	
mediante	lei	específica	para	área	incluída	no	plano	diretor,	exigir,	nos	termos	da	lei	federal	(Estatuto	
da	 Cidade),	 do	 proprietário	 do	 solo	 urbano	 não	 edificado,	 subutilizado	 ou	 não	 utilizado,	 que	
promova	seu	adequado	aproveitamento,	sob	pena,	sucessivamente,	de:	
SOMENTE	O	PODER	PÚBLICO	MUNICIPAL	PODE	EXECUTAR	OS	INSTURMENTOS	INFRA.	
Requisitos:	Imóvel	a)	não	edificado	(Ex.	Terreno	baldio);	b)	subutilizado	(Tem	utilização,	mas	não	garante	
função	social	Ex.	Tem	até	alguma	coisa	que	foi	construída,	todavia	a	propriedade	não	está	sendo	utilizada)	
e	c)	não	utilizado	(Está	construído/edificado,	mas	não	possui	destinação.	Ex.	Compra-se	um	prédio	na	área	
central	e	se	manda	todo	mundo	embora).		
Necessária	lei	específica	com	base	no	plano	diretor.	
I	-	parcelamento	ou	edificação	compulsórios;	
Há,	no	município,	órgãos	específicos	que	notificam	o	proprietário	para	que	dê	a	devida	função	social	à	
propriedade	através	de	eventual	edificação	ou	parcelamento.	
Trata-se	de	uma	determinação/notificação	que	a	administração	pública	municipal	dá	ao	proprietário	para	
que	confira	a	devida	função	social	à	propriedade.	
A	lei	estipula	um	prazo	de	1	ano	(a	ser	estudado	posteriormente)	para	que	a	determinação	seja	cumprida.	
Caso	contrário,	passa-se	para	o	inciso	II	abaixo.	
II	-	imposto	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	progressivo	no	tempo;	
Denominado	IPTU	PROGRESSIVO.	
Se	transcorrido	o	prazo	para	o	parcelamento	ou	edificação	compulsório,	adotar-se-á	o	IPTU	progressivo.	
Se	não	resolver,	passa-se	para	o	inciso	III	abaixo.	
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III	 -	 desapropriação	 com	 pagamento	 mediante	 títulos	 da	 dívida	 pública	 de	 emissão	
previamente	 aprovada	 pelo	Senado	 Federal,	 com	prazo	 de	 resgate	 de	até	 dez	 anos,	 em	
parcelas	anuais,	iguais	e	sucessivas,	assegurados	o	valor	real	da	indenização	e	os	juros	legais.	
Se	 o	 IPTU	 progressivo	 não	 der	 certo,	 adota-se	 a	 desapropriação	 (intervenção	 supressiva	 na	
propriedade/drástica).	
Haverá	 uma	 intervenção	 supressiva	 (suprime-se	 a	 propriedade	 do	 particular)	 e	 drástica	 (o	 particular	
perderá	a	propriedade).	
Denominada	desapropriação	urbanística	que,	outrora,	era	chamada	de	desapropriação	sanção.	
SOMENTE	PODE	SER	REALIZADA	PELO	PODER	PÚBLICO	MUNICIPAL!!!!	(UNIÃO	E	ESTADO	NÃO	PODEM!!)	
Será	indenizada	em	títulos	da	dívida	pública	resgatáveis	em	até	10	anos.	
A	DESAPROPRIAÇÃO	URBANÍSTICA/SANÇÃO	NÃO	É	PAGA	EM	DINHEIRO!!!	
Esta	desapropriação	não	deve	ser	aprovada	pelo	Senado	Federal.	Este	
apenas	aprova	a	emissão	dos	títulos.	
§	 3º	 As	 desapropriações	 de	 imóveis	 urbanos	 serão	 feitas	 com	 prévia	 e	 justa	
indenização	em	dinheiro	(Art.	5º,	inciso	XXIV	–	CF	e	Decreto-Lei	3365/41).	
Desapropriação	em	que	não	se	está	descumprindo	a	função	social	da	propriedade.	
Denominada	desapropriação	ordinária	(doutrina)	ou	desapropriação	por	necessidade	pública,	utilidade	
pública	ou	interesse	social	(Constituição	Federal).	
Ex.	Desapropriação	para	duplicação	de	uma	avenida.	
Também	é	uma	 intervenção	 supressiva	 (suprime-se	a	propriedade)	ou	drástica	 (é	muito	drástico	ao	
proprietário	perder	o	bem).	
A	INDENIZAÇÃO	SERÁ	PRÉVIA,	JUSTA	E	EM	DINHEIRO.	
“Precatório	é	dinheiro.”	
O	particular	cumpre	a	função	social	da	propriedade,	todavia	há	o	Princípio	da	Supremacia	do	
Interesse	Público	sobre	o	Interesse	Particular.	
In	casu,	não	se	descumpriu	a	função	social	da	propriedade.	
Art.	 5º	 -	 CF	 -	 Todos	 são	 iguais	 perante	 a	 lei,	 sem	 distinção	 de	 qualquer	 natureza,	 garantindo-se	 aos	
brasileiros	 e	 aos	 estrangeiros	 residentes	 no	 País	 a	 inviolabilidade	 do	 direito	 à	 vida,	 à	 liberdade,	 à	
igualdade,	à	segurança	e	à	propriedade,	nos	termos	seguintes:	
XXII	-	é	garantido	o	direito	de	propriedade;	
XXIII	-	a	propriedade	atenderá	a	sua	função	social;	
XXIV	 -	 a	 lei	 (Decreto-Lei	 3365/41	 que	 foi	 recepcionado	 como	 lei)	 estabelecerá	 o	 procedimento	 para	
desapropriação	por	necessidade	ou	utilidade	pública,	ou	por	 interesse	 social,	mediante	 justa	e	prévia	
indenização	em	dinheiro,	ressalvados	os	casos	previstos	nesta	Constituição;	
	
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2.	Usucapião	urbana/usucapião	pró-moradia	(art.	183	–	CF)	
Instrumento	que	é	dado	para	tentar	garantir	o	mínimo	de	isonomia	às	pessoas	de	baixa	renda.	
-	Propriedade	de	até	250m2;	
-	Deve-se	estar	na	propriedade	por	5	anos	sem	interrupção	e	sem	oposição;	
-	O	proprietário	não	pode	ter	nenhum	outro	imóvel,	seja	urbano,	seja	rural;	
-	Não	pode	ter	adquirido	outro	usucapião	urbano;	
-	 Não	 pode	 recair	 sobre	 bens	 públicos	 (estes	 são	 revestidos	 da	 característica	 da	
imprescritibilidade,	ou	seja,	os	bens	públicos	são	imprescritíveis.	“não	pode	ter	usucapião	–	prescrição	
aquisitiva.”).	
Art.	183	-	CF.	Aquele	que	possuir	como	sua	área	urbana	de	até	duzentos	e	cinqüenta	metros	quadrados,	
por	 cinco	 anos,	 ininterruptamente	 e	 sem	 oposição,	 utilizando-a	 para	 sua	moradia	 ou	 de	 sua	 família,	
adquirir-lhe-á	 o	 domínio,	 desde	 que	 não	 seja	 proprietário	 de	 outro	 imóvel	 urbano	 ou	
rural.																	(Regulamento)	
§	1º	O	título	de	domínio	e	a	concessão	de	uso	serão	conferidos	ao	homem	ou	à	mulher,	ou	a	ambos,	
independentemente	do	estado	civil.	
§	2º	Esse	direito	não	será	reconhecido	ao	mesmo	possuidor	mais	de	uma	vez.	
§	3º	Os	imóveis	públicos	não	serão	adquiridos	por	usucapião.	
3.	Região	metropolitana	(art.	25,	§3º	-	CF)	
A	região	metropolitana	é	constituída	por	uma	lei	complementar	estadual.	
“Um	município	não	pode	dar	palpite	em	outro.	Assim,	o	Estado,	que	tem	um	interesse	regional,	poderá	
instituir	a	região	metropolitana.”	
	 	 	 	 	 	 Região	metropolitana1	(Direito	Urbanístico);	
O	estado	poderá	instituir	(lei	complementar)	 Aglomerações	urbanas2;	
	 	 	 	 	 	 Microrregiões3	
(1)	 Região	metropolitana:	é	 a	 união	de	diversos	municípios	 que	 se	 encontram	em	uma	 continuidade	
urbana	em	torno	de	um	município	pólo.	
(2)	Aglomeração	urbana:	também	é	a	união	de	municípios	que	se	encontro,	MAS	QUE	NÃO	GIRAM	EM	
TORNO	DE	UM	MUNICÍPIO	PÓLO;	
(3)	 Microrregiões:	 são	 municípios	 que	 possuem	 alguma	 afinidade/homogeneidade,	 mesmo	 que	 sem	
encontro	territorial.	
“Ainda	que	os	municípios	não	se	encontrem,	havendo	afinidade/homogeneidade,	é	possível	que	o	
estado	crie	uma	microrregião	por	meio	de	LEI	COMPLEMENTAR	ESTADUAL.”	
Art.	25	-	CF.	Os	Estados	organizam-se	e	regem-se	pelas	Constituições	e	leis	que	adotarem,	observados	os	
princípios	desta	Constituição.	
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§	 3º	Os	 Estados	 poderão,	mediante	 lei	 complementar,	 instituir	 regiões	metropolitanas,	 aglomerações	
urbanas	 e	 microrregiões,	 constituídas	 por	 agrupamentos	 de	 municípios	 limítrofes,	 para	 integrar	 a	
organização,	o	planejamento	e	a	execução	de	funções	públicas	de	interesse	comum.	
3.1.	Aprovação	câmara	municipal	–	não	necessária	
É	necessária	a	aprovação	pela	câmara	municipal	para	que	o	município	participe	de	uma	região	
metropolitana??	
De	acordo	com	o	STF,	a	participação	de	um	município	na	região	metropolitana	
é	compulsória,	não	dependendo	de	aprovação	da	câmara	municipal.	
ADI	1841	
CONSTITUCIONAL.	 REGIÕES	 METROPOLITANAS,	 AGLOMERAÇÕES	 URBANAS,	 MICROREGIÃO.	 C.F.,	
art.	25,	§	3º.	Constituição	do	Estado	do	Rio	de	Janeiro,	art.	357,	parágrafo	único.	
I.	 -	 A	 instituição	 de	 regiões	 metropolitanas,	 aglomerações	 urbanas	 e	 microregiões,	 constituídas	 por	
agrupamentos	de	municípios	limítrofes,	depende,	apenas,	de	lei	complementar	estadual.	
II.	-	Inconstitucionalidade	do	parágrafo	único	do	art.	357	da	Constituição	do	Estado	do	Rio	de	Janeiro.	
III.	-	ADIn	julgada	procedente.	
3.2.	Esvaziamento	dacompetência	do	município	–	NÃO	OCORRÊNCIA	
A	 instituição	 de	 região	 metropolitana	 não	 faz	 com	 que	 o	 município	 perca	 sua	
competência.	
As	decisões	acerca	dos	assuntos	em	comum	são	tomadas	por	um	colegiado1.	
“Faz	apenas	com	que	determinadas	decisões	sejam	tomadas	por	um	colegiado.”	
(1)	Composição	do	colegiado:	
i.	Municípios;	
ii.	Estado;	
iii.	Representantes	da	população	(Estatuto	da	Cidade	–	vide	abaixo);	
iv.	Representantes	de	diversos	setores	da	sociedade	(Estatuto	da	Cidade	–	vide	abaixo).	
Art.	 45	 –	 Lei	 10.257/01	 –	 Estatuto	 da	 Cidade.	 Os	 organismos	 gestores	 das	 regiões	metropolitanas	 e	
aglomerações	urbanas	 incluirão	obrigatória	e	 significativa	participação	da	população	e	de	associações	
representativas	 dos	 vários	 segmentos	 da	 comunidade,	 de	modo	 a	 garantir	 o	 controle	 direto	 de	 suas	
atividades	e	o	pleno	exercício	da	cidadania.	
SUPERIMPORTANTE:	
Região	 metropolitana	 não	 possui	 personalidade	 jurídica,	 ou	 seja,	 não	 é	 pessoa	
jurídica.	
	 	
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Ø Estatuto	da	Cidade	(Lei	10.257/01)	
Traz	as	normas	gerais	de	Direito	Urbanístico.	
1.	Função	e	objetivos	do	Estatuto	da	Cidade	
O	 Estatuto	 da	 Cidade	 tem	 como	 função	 regulamentar/normatizar	 os	 arts.	 182	 e	 183	 –	 CF	
(estudados	acima).	
Art.	1o	–	CF	-	Na	execução	da	política	urbana,	de	que	tratam	os	arts.	182	e	183	da	Constituição	Federal,	
será	aplicado	o	previsto	nesta	Lei.	
Parágrafo	único.	Para	todos	os	efeitos,	esta	Lei,	denominada	Estatuto	da	Cidade,	estabelece	normas	de	
ordem	pública	e	interesse	social	que	regulam	o	uso	da	propriedade	urbana	em	prol	do	bem	coletivo,	da	
segurança	e	do	bem-estar	dos	cidadãos,	bem	como	do	equilíbrio	ambiental.	(Objetivos	do	Estatuto	da	
Cidade)	
2.	Diretrizes	gerais	da	política	urbana	
As	 diretrizes	 são	 subdivididas,	 doutrinariamente	 (José	 dos	 Santos	 Carvalho	 Filho),	 em	 cinco	
categorias	didáticas.	Vejamos:	
2.1.	Diretrizes	governamentais	
Trazem	algum	tipo	de	dever,	ou	atuação/demanda,	para	a	Administração	Pública/governo.	
“Incisos	que	estão	‘mandando’	a	Administração	fazer	alguma	coisa/atuar	de	determinada	
maneira.”	
“Diretrizes	aplicadas	ao	poder	público.”	
Art.	2o	–	Estatuto	da	Cidade	-	A	política	urbana	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	
funções	sociais	da	cidade	e	da	propriedade	urbana,	mediante	as	seguintes	diretrizes	gerais:	
2.1.1.	Inciso	IV	
IV	–	planejamento	do	desenvolvimento	das	cidades,	da	distribuição	espacial	da	população	e	das	atividades	
econômicas	do	Município	e	do	território	sob	sua	área	de	influência,	de	modo	a	evitar	e	corrigir	
as	distorções	do	crescimento	urbano	e	seus	efeitos	negativos	sobre	o	meio	ambiente;	
“Planejamento	do	desenvolvimento	das	cidades.”	
Doutrina	diz	que	há	distorções	irreparáveis.		
Há	uma	atuação/um	planejamento	preventiva	e	repressiva	(correção)	por	parte	da	Administração	Pública.	
2.1.2.	Inciso	V	
V	 –	 oferta	 de	 equipamentos	 urbanos1	 e	 comunitários,	 transporte	 e	 serviços	 públicos	 adequados	 aos	
interesses	e	necessidades	da	população	e	às	características	locais;	
(1)	Equipamentos	urbanos:	Quaisquer	prédios	ou	bens	públicos	colocados	à	disposição	da	coletividade.	
Ex.	Rua,	cabeamento	de	energia	elétrica,	prédio	em	que	funciona	determinado	órgão	público,	etc.	
“Serve	para	organizar	a	vida	em	coletividade	na	zona	urbana.”	
	 	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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2.1.3.	Inciso	VII	
VII	 –	 integração	 e	 complementaridade	 entre	 as	 atividades	 urbanas	 e	 rurais,	 tendo	 em	 vista	 o	
desenvolvimento	socioeconômico	do	Município	e	do	território	sob	sua	área	de	influência;	
“Aproximação	entre	as	zonas	rural	e	urbana,	para	tentar	garantir	que	os	habitantes	do	município,	em	
ambas	as	zonas,	tenham	determinados	acessos.”	
2.1.4.	Inciso	VIII	
VIII	–	adoção	de	padrões	de	produção	e	consumo	de	bens	e	serviços	e	de	expansão	urbana	compatíveis	
com	os	 limites	da	sustentabilidade	ambiental,	social	e	econômica	do	Município	e	do	território	sob	sua	
área	de	influência;	
“Nesta	previsão	se	vê	muito	o	princípio	da	proporcionalidade.	O	desenvolvimento	é	importante,	todavia	
é	preciso	garantir	o	DESENVOLVIMENTO	SUSTENTÁVEL/SUSTENTABILIDADE,	que	será	alcançada	por	
meio	da	proporcionalidade.”	
2.1.5.	Inciso	XII	
XII	–	proteção,	preservação	e	recuperação	do	meio	ambiente	natural	e	construído,	do	patrimônio	cultural,	
histórico,	artístico,	paisagístico	e	arqueológico;	
“Todo	o	patrimônio	público,	num	sentido	amplo	(direitos	transindividuais),	devem	ser	protegidos,	por	
obrigação,	pela	Administração	Pública.”	
Ex.	Tombamento.	
2.1.6.	Inciso	XVI	
XVI	–	isonomia	de	condições	para	os	agentes	públicos	e	privados	na	promoção	de	empreendimentos	e	
atividades	relativos	ao	processo	de	urbanização,	atendido	o	interesse	social.	
“Isonomia	entre	público	e	privado.”	
Ex.	 Empresas	 privadas,	 quando	 atuam	 em	 conformidade	 com	 estas	 diretrizes,	 podem	 receber	
incentivos/benefícios.	
2.2.	Diretrizes	sociais	
Trazem	algum	tipo	de	benefício	ou	participação	da	comunidade.	
Previsão	de	participação	para	a	iniciativa	privada,	entes	particulares.	
O	governo,	como	um	todo,	dá	uma	ênfase	à	democracia,	em	que	é	possibilitada	a	participação	
de	todos.	
2.2.1.	Inciso	I	
I	–	garantia	do	direito	a	cidades	sustentáveis,	entendido	como	o	direito	à	terra	urbana,	à	moradia,	ao	
saneamento	ambiental,	à	infra-estrutura	urbana,	ao	transporte	e	aos	serviços	públicos,	ao	trabalho	e	ao	
lazer,	para	as	presentes	e	futuras	gerações;	
“Garantia	do	direito	a	cidades	autossustentáveis.”	
2.2.2.	Inciso	II	
II	–	gestão	democrática	por	meio	da	participação	da	população	e	de	associações	representativas	dos	vários	
segmentos	da	comunidade	na	formulação,	execução	e	acompanhamento	de	planos,	programas	e	projetos	
de	desenvolvimento	urbano;	
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“Gestão	democrática	direta	ou	indireta	(associações	participativas)”	
	
	
2.2.3.	Inciso	III	
III	–	cooperação	entre	os	governos,	a	iniciativa	privada	e	os	demais	setores	da	sociedade	no	processo	de	
urbanização,	em	atendimento	ao	interesse	social;	
“Cooperação	entre	governos	e	iniciativa	privada.”	
2.2.4.	Inciso	IX	
IX	–	justa	distribuição	dos	benefícios	e	ônus	decorrentes	do	processo	de	urbanização;	
“Proporcionalidade/razoabilidade	dos	benefícios	e	ônus	corolários	do	processo	de	urbanização.”	
2.2.5.	Inciso	XIII	
XIII	–	audiência	do	Poder	Público	municipal	e	da	população	interessada	nos	processos	de	implantação	de	
empreendimentos	ou	atividades	com	efeitos	potencialmente	negativos	sobre	o	meio	ambiente	natural	
ou	construído,	o	conforto	ou	a	segurança	da	população;	
Ex.	A	construção	de	um	Shopping	ou	grande	 indústria	em	determinado	 local	da	cidade,	deve	
haver	uma	audiência	do	Poder	Público	 com	a	 sociedade	 (NÃO	TÊM	CARÁTER	DELIBERATIVO,	
APENAS	CONSULTIVO).	Traz	 impactos	para	a	região	e,	se	forem	potencialmente	negativos,	os	
moradores	devem	ter	o	direito	de	participar	das	audiências.	
A	população	pode	participar	tanto	diretamente	quanto	indiretamente	através	de	associação	de	
moradores.	
Ex2.	Atuação	das	associações	de	moradores	da	Pampulha	no	projeto	de	verticalização.	
	 	
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17/08/17	
2.3.	Diretrizes	econômico-financeiras	
Trazem	diretrizes	relacionadas	ao	financeiro	e	econômico,	tais	como,	por	exemplo,	referente	a	
um	tributo.	
2.3.1.	Inciso	X	
X	–	adequação	dos	instrumentos	de	política	econômica,	tributária	e	financeira	e	dos	gastos	públicos	aos	
objetivos	do	desenvolvimento	urbano,	de	modo	a	privilegiar	os	 investimentos	geradores	de	bem-estar	
geral	e	a	fruição	dos	bens	pelos	diferentes	segmentos	sociais;	
“É	possível	a	criação	de	isenções,	anistias,determinado	programa	de	pessoas	que	investem	no	
desenvolvimento	urbano	com	juros	mais	baixos	em	caso	de	empréstimo.”	
Ex.	Minha	casa,	minha	vida.	Empreendimento	de	construção	que	busca	o	desenvolvimento	urbano,	gerará	
a	fruição	dos	bens	pelos	diferentes	segmentos	sociais.	
2.3.2.	Inciso	XI	
XI	–	recuperação	dos	investimentos	do	Poder	Público	de	que	tenha	resultado	a	valorização	de	imóveis	
urbanos;	
Uma	parte	é	vista	no	Direito	Administrativo,	ao	passo	que	outra	no	Direito	Tributário.	
Direito	Tributário	–	tributo	(contribuição	de	melhoria)	devido	quando	o	imóvel	sofre	valorização	em	razão	
de	investimento	público.	
Art.	 145	 -	 CF.	 A	 União,	 os	 Estados,	 o	 Distrito	 Federal	 e	 os	Municípios	 poderão	 instituir	 os	 seguintes	
tributos:	
III	-	contribuição	de	melhoria,	decorrente	de	obras	públicas.	
Direito	Administrativo:	Desapropriação	por	zona	(art.	4º	-	Decreto-Lei	3365/41)	
Ex.	 Município	 de	 Belo	 Horizonte	 decide	 reformar	 uma	 praça	 com	 diversos	 imóveis	 nas	 redondezas.	
Enquanto	faz	a	obra,	decide	desapropriar	os	 imóveis	próximos,	uma	vez	que	estes	terão	um	acréscimo	
exorbitante	de	valor.	Esta	é	a	desapropriação	por	zona	em	razão	de	obra.	Muitos	autores	defendem	que	
é	 inconstitucional,	 pois	 o	 Poder	 Público	 visa	 o	 lucro.	 Contudo,	 é	 perfeitamente	 possível	 esta	 forma	de	
desapropriação,	uma	vez	ser	uma	forma	de	recuperação	de	investimentos	realizados	pelo	Poder	Público.	
Tida	como	forma	de	ressarcimento.	
Art.	 4o	 	 -	 Decreto-Lei	 3365/41	 -	 A	 desapropriação	 poderá	 abranger	 a	 área	 contígua	 necessária	 ao	
desenvolvimento	 da	 obra	 a	 que	 se	 destina,	 e	 as	 zonas	 que	 se	 valorizarem	 extraordinariamente,	 em	
consequência	 da	 realização	 do	 serviço.	 Em	 qualquer	 caso,	 a	 declaração	 de	 utilidade	 pública	 deverá	
compreendê-las,	mencionando-se	quais	as	indispensaveis	à	continuação	da	obra	e	as	que	se	destinam	à	
revenda.	
Parágrafo	 único.	 	 Quando	 a	 desapropriação	 destinar-se	 à	 urbanização	 ou	 à	 reurbanização	 realizada	
mediante	 concessão	 ou	 parceria	 público-privada,	 o	 edital	 de	 licitação	 poderá	 prever	 que	 a	 receita	
decorrente	 da	 revenda	 ou	 utilização	 imobiliária	 integre	 projeto	 associado	 por	 conta	 e	 risco	 do	
concessionário,	 garantido	 ao	 poder	 concedente	 no	 mínimo	 o	 ressarcimento	 dos	 desembolsos	 com	
indenizações,	quando	estas	ficarem	sob	sua	responsabilidade.																						(Incluído	pela	Lei	nº	12.873,	de	
2013)	
	 	
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2.4.	Diretrizes	relativas	ao	uso	do	solo	
Tentam,	de	alguma	maneira,	nortear,	ou	determinar	que	sejam	evitadas	certas	 intervenções,	
quanto	ao	uso	do	solo.	
2.4.1.	Inciso	VI	
Os	autores	geralmente	chamam	a	atenção	que,	todas	estas	situações	que	deveriam	ser	evitadas	
aconteceram	em	diversas	cidades,	sendo,	inclusive,	irreversíveis.	Porém,	deve-se	buscar,	dentro	do	
possível,	revertê-las.	
VI	–	ordenação	e	controle	do	uso	do	solo,	de	forma	a	evitar:	
a)	a	utilização	inadequada	dos	imóveis	urbanos;	
b)	a	proximidade	de	usos	incompatíveis	ou	inconvenientes;	
Ex.	Ter,	na	mesma	rua,	uma	escola	pública	e	uma	fábrica	de	fogos	de	artifícios	ou	um	presídio.	
c)	o	parcelamento	do	solo,	a	edificação	ou	o	uso	excessivos	ou	inadequados	em	relação	à	infra-estrutura	
urbana;	
Ex	(parcelamento	excessivo).	Lotes	muito	pequenos.	
d)	a	 instalação	de	empreendimentos	ou	atividades	que	possam	 funcionar	 como	pólos	geradores	de	
tráfego,	sem	a	previsão	da	infra-estrutura	correspondente;	
Qualquer	empreendimento,	 instalação	que	 irá	aumentar	o	tráfego,	é	 função	do	poder	público	cuidar	e	
planejar	o	tráfego.	
Ex.	Licença	para	construir/edificar	(ato	administrativo	de	consentimento	vinculado,	ou	seja,	preenchidos	
os	 requisitos	 legais,	 deve	 ser	 concedido	–	não	há	discricionariedade,	 isto	 é,	 análise	de	oportunidade	e	
conveniência).	Em	muitas	situações,	concedia-se	licença,	contudo	não	se	pensava	no	problema	do	tráfego,	
ou	seja,	na	infraestrutura,	tal	como	ocorrido	no	Bairro	Belvedere.	
Em	alguns	casos,	o	poder	público	decidiu	que	alguma	providência	deveria	ser	
tomada,	 ajuizando	 ação	 em	 que	 requereu	 a	 revogação	 das	 licenças	 para	
construir.	 No	 entanto,	 pelo	 direito	 administrativo,	 não	 se	 pode	 revogar	 ato	
vinculado	que,	por	sua	vez,	é	voltada	para	os	atos	discricionários	(há	análise	de	
oportunidade	e	conveniência).	A	presente	questão	foi	para	o	STF	que,	ao	fim,	
trouxe	como	solução	é	admitir	uma	EXCEÇÃO	DE	ATO	VINCULADO	QUE	PODE	
SER	REVOGADO.	
ASSIM,	O	STF,	DIANTE	DO	PROBLEMA	CAUSADO	PELO	PODER	PÚBLICO,	PREVIU	
A	 EXCEÇÃO	 DE	 QUE	 A	 LICENÇA	 PARA	 CONSTRUIR,	 APESAR	 DE	 SER	 ATO	
VINCULADO,	PODE	SER	REVOGADO.	
HÁ	SOMENTE	ESTA	EXCEÇÃO!!!	
-	Requisitos	para	a	revogação	da	licença	para	construir	(ato	vinculado	–	ÚNICA	
EXCEÇÃO):	
i.	Não	ter	se	iniciado	a	obra;	
ii.	Indenização.	
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Criticada	pelos	autores	que,	a	seu	turno,	defendem	que	o	poder	público	poderia	desapropriar	o	direito.	
e)	a	retenção	especulativa	de	imóvel	urbano,	que	resulte	na	sua	subutilização	ou	não	utilização;	
O	 poder	 público,	 buscando	 o	 interesse	 público,	 não	 pode	 permitir	 a	 retenção	 especulativa	 de	 imóvel	
urbano	para	satisfação	de	interesses	privados.	
Ex	 (retenção	 especulativa	de	 imóvel	 urbano).	 Pessoas	 ricas	 que	 compram	muitos	 imóveis	 e	 os	 deixam	
parados.		
f)	a	deterioração	das	áreas	urbanizadas;	
Ex.	Praças	deterioradas.	
g)	a	poluição	e	a	degradação	ambiental;	
A	questão	ambiental	aparece	muitas	vezes	no	Estatuto	da	Cidade.	
h)	a	exposição	da	população	a	riscos	de	desastres.					(Incluído	dada	pela	Lei	nº	12.608,	de	2012)	
Ex.	Quanto	a	Administração	Pública	utiliza-se	do	poder	de	polícia	a	fim	de	determinar	a	demolição	de	um	
imóvel,	está	evitando	a	exposição	da	população	riscos	de	desastres.	
2.4.2.	Inciso	XIV	
XIV	–	regularização	fundiária	e	urbanização	de	áreas	ocupadas	por	população	de	baixa	renda	mediante	o	
estabelecimento	de	normas	especiais	de	urbanização,	uso	e	ocupação	do	solo	e	edificação,	consideradas	
a	situação	socioeconômica	da	população	e	as	normas	ambientais;	
Ex.	Usucapião	pró-moradia	de	terreno	com	até	250m2	vem	para	garantir	o	previsto	neste	inciso.	
2.5.	Diretriz	jurídica	(inciso	XV)	
XV	–	simplificação	da	 legislação	de	parcelamento,	uso	e	ocupação	do	solo	e	das	normas	edilícias,	com	
vistas	a	permitir	a	redução	dos	custos	e	o	aumento	da	oferta	dos	lotes	e	unidades	habitacionais;	
Tenta	trazer,	de	alguma	maneira,	simplificar	a	legislação	quanto	ao	desenvolvimento	urbano.	
Art.	2o	–	Estatuto	da	Cidade	-	A	política	urbana	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	
funções	sociais	da	cidade	e	da	propriedade	urbana,	mediante	as	seguintes	diretrizes	gerais:	
I	–	garantia	do	direito	a	cidades	sustentáveis,	entendido	como	o	direito	à	terra	urbana,	à	moradia,	ao	
saneamento	ambiental,	à	infra-estrutura	urbana,	ao	transporte	e	aos	serviços	públicos,	ao	trabalho	e	ao	
lazer,	para	as	presentes	e	futuras	gerações;	
II	–	gestão	democrática	por	meio	da	participação	da	população	e	de	associações	representativas	dos	vários	
segmentos	da	comunidade	na	formulação,	execução	e	acompanhamento	de	planos,	programas	e	projetos	
de	desenvolvimento	urbano;	
III	–	cooperação	entre	os	governos,	a	iniciativa	privada	e	os	demais	setores	da	sociedade	no	processo	de	
urbanização,	em	atendimento	ao	interesse	social;	
IV	–	planejamento	do	desenvolvimento	das	cidades,	da	distribuição	espacial	da	população	e	das	atividades	
econômicas	 do	 Município	 e	 do	 território	 sob	 sua	 área	 de	 influência,	 de	 modo	 a	 evitar	 e	 corrigir	 as	
distorções	do	crescimento	urbano	e	seus	efeitos	negativos	sobre	o	meio	ambiente;	
V	 –	 oferta	 de	 equipamentos	 urbanos	 e	 comunitários,	 transporte	 e	 serviços	 públicos	 adequados	 aos	
interesses	e	necessidades	da	populaçãoe	às	características	locais;	
VI	–	ordenação	e	controle	do	uso	do	solo,	de	forma	a	evitar:	
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a)	a	utilização	inadequada	dos	imóveis	urbanos;	
b)	a	proximidade	de	usos	incompatíveis	ou	inconvenientes;	
c)	o	parcelamento	do	solo,	a	edificação	ou	o	uso	excessivos	ou	inadequados	em	relação	à	infra-estrutura	
urbana;	
d)	 a	 instalação	 de	 empreendimentos	 ou	 atividades	 que	 possam	 funcionar	 como	 pólos	 geradores	 de	
tráfego,	sem	a	previsão	da	infra-estrutura	correspondente;	
e)	a	retenção	especulativa	de	imóvel	urbano,	que	resulte	na	sua	subutilização	ou	não	utilização;	
f)	a	deterioração	das	áreas	urbanizadas;	
g)	a	poluição	e	a	degradação	ambiental;	
h)	a	exposição	da	população	a	riscos	de	desastres.					(Incluído	dada	pela	Lei	nº	12.608,	de	2012)	
VII	 –	 integração	 e	 complementaridade	 entre	 as	 atividades	 urbanas	 e	 rurais,	 tendo	 em	 vista	 o	
desenvolvimento	socioeconômico	do	Município	e	do	território	sob	sua	área	de	influência;	
VIII	–	adoção	de	padrões	de	produção	e	consumo	de	bens	e	serviços	e	de	expansão	urbana	compatíveis	
com	os	 limites	da	sustentabilidade	ambiental,	social	e	econômica	do	Município	e	do	território	sob	sua	
área	de	influência;	
IX	–	justa	distribuição	dos	benefícios	e	ônus	decorrentes	do	processo	de	urbanização;	
X	–	adequação	dos	instrumentos	de	política	econômica,	tributária	e	financeira	e	dos	gastos	públicos	aos	
objetivos	do	desenvolvimento	urbano,	de	modo	a	privilegiar	os	 investimentos	geradores	de	bem-estar	
geral	e	a	fruição	dos	bens	pelos	diferentes	segmentos	sociais;	
XI	–	recuperação	dos	investimentos	do	Poder	Público	de	que	tenha	resultado	a	valorização	de	imóveis	
urbanos;	
XII	–	proteção,	preservação	e	recuperação	do	meio	ambiente	natural	e	construído,	do	patrimônio	cultural,	
histórico,	artístico,	paisagístico	e	arqueológico;	
XIII	–	audiência	do	Poder	Público	municipal	e	da	população	interessada	nos	processos	de	implantação	de	
empreendimentos	ou	atividades	com	efeitos	potencialmente	negativos	sobre	o	meio	ambiente	natural	
ou	construído,	o	conforto	ou	a	segurança	da	população;	
XIV	–	regularização	fundiária	e	urbanização	de	áreas	ocupadas	por	população	de	baixa	renda	mediante	o	
estabelecimento	de	normas	especiais	de	urbanização,	uso	e	ocupação	do	solo	e	edificação,	consideradas	
a	situação	socioeconômica	da	população	e	as	normas	ambientais;	
XV	–	simplificação	da	 legislação	de	parcelamento,	uso	e	ocupação	do	solo	e	das	normas	edilícias,	com	
vistas	a	permitir	a	redução	dos	custos	e	o	aumento	da	oferta	dos	lotes	e	unidades	habitacionais;	
XVI	–	isonomia	de	condições	para	os	agentes	públicos	e	privados	na	promoção	de	empreendimentos	e	
atividades	relativos	ao	processo	de	urbanização,	atendido	o	interesse	social.	
XVII	 -	 estímulo	 à	 utilização,	 nos	 parcelamentos	 do	 solo	 e	 nas	 edificações	 urbanas,	 de	 sistemas	
operacionais,	 padrões	 construtivos	 e	 aportes	 tecnológicos	 que	 objetivem	 a	 redução	 de	 impactos	
ambientais	e	a	economia	de	recursos	naturais.								(Incluído	pela	Lei	nº	12.836,	de	2013)	
XVIII	 -	 tratamento	 prioritário	 às	 obras	 e	 edificações	 de	 infraestrutura	 de	 energia,	 telecomunicações,	
abastecimento	de	água	e	saneamento.		(Incluído	pela	Lei	nº	13.116,	de	2015)	
	 	
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15	
	
3.	Competências	da	União	(Art.	3º	-	Estatuto	da	Cidade)	
Art.	3o	–	Estatuto	da	Cidade	-	Compete	à	União,	entre	outras	atribuições	de	interesse	da	política	urbana:	
I	–	legislar	sobre	normas	gerais	de	direito	urbanístico;	
II	–	legislar	sobre	normas	para	a	cooperação	entre	a	União,	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	Municípios	
em	relação	à	política	urbana,	tendo	em	vista	o	equilíbrio	do	desenvolvimento	e	do	bem-estar	em	âmbito	
nacional;	
III	-	promover,	por	iniciativa	própria	e	em	conjunto	com	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	Municípios,	
programas	de	construção	de	moradias	e	melhoria	das	condições	habitacionais,	de	saneamento	básico,	
das	calçadas,	dos	passeios	públicos,	do	mobiliário	urbano	e	dos	demais	espaços	de	uso	público;		(Redação	
dada	pela	Lei	nº	13.146,	de	2015)					(Vigência)	
IV	-	instituir	diretrizes	para	desenvolvimento	urbano,	inclusive	habitação,	saneamento	básico,	transporte	
e	mobilidade	urbana,	que	incluam	regras	de	acessibilidade	aos	locais	de	uso	público;	(Redação	dada	pela	
Lei	nº	13.146,	de	2015)			(Vigência)	
V	–	elaborar	e	executar	planos	nacionais	e	regionais	de	ordenação	do	território	e	de	desenvolvimento	
econômico	e	social.	
4.	Instrumentos	da	política	urbana	
Serão	estudados	apenas	os	afetos	à	matéria	(alguns	são	ao	Direito	Administrativo	e	outros)	e	ao	
edital.	
Art.	4o	-		Estatuto	da	Cidade	-	Para	os	fins	desta	Lei,	serão	utilizados,	entre	outros	instrumentos:	
I	–	planos	nacionais,	regionais	e	estaduais	de	ordenação	do	território	e	de	desenvolvimento	econômico	e	
social;	
II	–	planejamento	das	regiões	metropolitanas,	aglomerações	urbanas	e	microrregiões;	
III	–	planejamento	municipal,	em	especial:	
a)	plano	diretor;	
b)	disciplina	do	parcelamento,	do	uso	e	da	ocupação	do	solo;	
c)	zoneamento	ambiental;	
d)	plano	plurianual;	
e)	diretrizes	orçamentárias	e	orçamento	anual;	
f)	gestão	orçamentária	participativa;	
g)	planos,	programas	e	projetos	setoriais;	
h)	planos	de	desenvolvimento	econômico	e	social;	
IV	–	institutos	tributários	e	financeiros:	
a)	imposto	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	-	IPTU;	
b)	contribuição	de	melhoria;	
c)	incentivos	e	benefícios	fiscais	e	financeiros;	
V	–	institutos	jurídicos	e	políticos:	
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a)	desapropriação;	
b)	servidão	administrativa;	
c)	limitações	administrativas;	
d)	tombamento	de	imóveis	ou	de	mobiliário	urbano;	
e)	instituição	de	unidades	de	conservação;	
f)	instituição	de	zonas	especiais	de	interesse	social;	
g)	concessão	de	direito	real	de	uso;	
h)	concessão	de	uso	especial	para	fins	de	moradia;	
i)	parcelamento,	edificação	ou	utilização	compulsórios;	
j)	usucapião	especial	de	imóvel	urbano;	
l)	direito	de	superfície;	
m)	direito	de	preempção;	
n)	outorga	onerosa	do	direito	de	construir	e	de	alteração	de	uso;	
o)	transferência	do	direito	de	construir;	
p)	operações	urbanas	consorciadas;	
q)	regularização	fundiária;	
r)	assistência	técnica	e	jurídica	gratuita	para	as	comunidades	e	grupos	sociais	menos	favorecidos;	
s)	referendo	popular	e	plebiscito;	
t)	demarcação	urbanística	para	fins	de	regularização	fundiária;						(Incluído	pela	Lei	nº	11.977,	de	2009)	
u)	legitimação	de	posse.						(Incluído	pela	Lei	nº	11.977,	de	2009)	
VI	–	estudo	prévio	de	impacto	ambiental	(EIA)	e	estudo	prévio	de	impacto	de	vizinhança	(EIV).	
§	1o	Os	instrumentos	mencionados	neste	artigo	regem-se	pela	legislação	que	lhes	é	própria,	observado	o	
disposto	nesta	Lei.	
§	2o	Nos	casos	de	programas	e	projetos	habitacionais	de	 interesse	social,	desenvolvidos	por	órgãos	ou	
entidades	da	Administração	Pública	com	atuação	específica	nessa	área,	a	concessão	de	direito	real	de	uso	
de	imóveis	públicos	poderá	ser	contratada	coletivamente.	
§	3o	Os	 instrumentos	previstos	neste	artigo	que	demandam	dispêndio	de	recursos	por	parte	do	Poder	
Público	 municipal	 devem	 ser	 objeto	 de	 controle	 social,	 garantida	 a	 participação	 de	 comunidades,	
movimentos	e	entidades	da	sociedade	civil.	
	
	 	
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• Instrumentos	de	política	urbana	afetos	à	matéria	e	edital	
5.	Parcelamento,	edificação	e	utilização	compulsórios	(art.	182,	§4º,	inciso	I	–	CF	e	art.	
5º	do	Estatuto	da	Cidade)	
Pensa-se	numa	providência	a	ser	determinada	ao	particular.	
Pensa-se	numa	pessoa	que	está	descumprindo	a	função	social	da	propriedade	urbana,	o	que	
não	podeocorrer	em	razão	do	disposto	no	art.	5º,	inciso	XXIII	–	CF.	
A	função	social	da	propriedade	urbana	é	descumprida	quando	violadas	algumas	determinações	
do	plano	diretor.	
5.1.	Formas	de	descumprimento	da	função	social	de	uma	propriedade	urbana	
5.1.1.	Imóvel	não	edificado	
Aquele	que	é	despido	de	edificação,	ou	seja,	“não	tem	construção	nenhuma.”	
5.1.2.	Imóvel	subutilizado	(art.	5º,	§1º	-	Estatuto	da	Cidade)	
Aquele	que	não	foi	utilizado	de	acordo	com	as	especificações	do	plano	diretor.	
“Tem	construção	com	aproveitamento	inferior	ao	mínimo	definido	no	plano	diretor.”	
Art.	5º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	1o	Considera-se	subutilizado	o	imóvel:	
I	 –	 cujo	 aproveitamento	 seja	 inferior	 ao	 mínimo	 definido	 no	 plano	 diretor	 ou	 em	 legislação	 dele	
decorrente;	
5.1.3.	Imóvel	não	utilizado	
É	o	imóvel	que	foi	edificado	de	acordo	com	os	requisitos	mínimos	do	plano	diretor,	mas	não	é	utilizado	
conforme	o	plano	diretor.	
5.2.	Requisitos	para	utilização	deste	instrumento	de	política	pública	
5.2.1.	Lei	federal	(Lei	10.257/01	–	Estatuto	da	Cidade)	
5.2.2.	Plano	diretor	deve	determinar	a	área	passível	de	parcelamento,	edificação	ou	utilização	
compulsório	(Lei	municipal)	
5.2.3.	Edição	de	Lei	municipal	específica	que	trate	de	imóveis	da	área	referida	no	5.2.2.	
Ex.	Plano	diretor	não	trata	da	área	Z1,	mas	a	lei	municipal	específica	prevê	que	ela	é	passível	de	
parcelamento,	edificação	ou	utilização	compulsório.	
NESTE	CASO,	BASTA	ALTERAR	O	PLANO	DIRETOR	PARA	INCLUIR	A	RETRORREFERIDA	ÁREA	POR	
MEIO	DA	EDIÇÃO	DE	OUTRA	LEI	MUNICIPAL	PARA	ESTE	FIM.	
SUPERIMPORTANTE	
Caso	seja	editada	lei	específica	municipal	sobre	área	não	incluída	no	plano	diretor,	basta	que	
se	altere	o	plano	diretor	por	outra	lei	municipal.	
	 	
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5.3.	Faculdade	
Tanto	na	Constituição	e	Estatuto	da	Cidade	FACULTAM	a	utilização	do	instrumento	em	análise.	
Assim,	trata-se	de	PODER	DISCRICIONÁRIO	do	poder	público	impor	o	parcelamento,	edificação	
ou	utilização	compulsório.	
“O	poder	público	tem	uma	atuação	discricionária	de	impor,	ou	não,	o	parcelamento,	edificação	
ou	utilização	compulsório.”	
ASSIM,	NÃO	É	POSSÍVEL	QUE	O	PARTICULAR	AJUÍZE	QUALQUER	TIPO	DE	AÇÃO	EXIGINDO	A	
PRÁTICA	DESTE	ATO.	
“Não	é	possível	que	se	ajuíze	ação	exigindo	que	o	poder	público	adote	as	providências	do	art.	
5º	do	Estatuto	da	Cidade.”	
O	mesmo	não	ocorre	com	o	IPTU	progressivo,	onde	não	há	faculdade,	
mas	sim	dever,	vinculação	do	poder	público.	
5.4.	Conceitos	
5.4.1.	Parcelamento	compulsório	
O	 parcelamento	 é	 a	 providência	 pela	 qual	 se	 determina	 a	 subdivisão	 de	 um	 determinado	 bem,	em	
partes	iguais	ou	não	(desde	que	dentro	dos	limites	previstos	na	lei	municipal),	que	resultem	em	
módulos	 imobiliários	 autônomos	 (cada	 módulo	 deve	 ser	 registrado	 em	
cartório,	tornando-se	autônomo	a	partir	deste).	
Ex.	Loteamento	(terrenos	autônomos	que	são	registrados	de	formas	autônomas	e	podem	ser	alienados	de	
formas	diferentes).	
Na	maioria	das	vezes,	ocorre	de	forma	voluntária.	
Contudo,	 in	 casu,	 este	parcelamento	 será	 compulsório.	O	poder	público	determinará	que	o	particular	
parcele	o	bem	em	módulos	imobiliários	autônomos,	iguais	ou	não.	
5.4.2.	Edificação	compulsória	
Edificação	 é	 a	 providência	 pela	 qual	 se	 determina	 a	 edificação	 do	 solo	 de	 acordo	 com	 as	 normas	 de	
edificação.	
“É	a	construção.”	
Pode	se	dar	de	forma		
a)	voluntária		
Proprietário	exerce	seu	direito	de	construção	através	do	requerimento	de	uma	 licença	(ato	vinculado)	
que,	por	sua	vez,	será	materializada	por	meio	de	alvará.	
b)	compulsória	
Poder	público	determina	que	o	particular	construa	algo	de	acordo	com	as	normas	de	edificação	municipal.	
Pode	ser	determinada	em	face	de	i.	imóvel	não	edificado	ou	ii.	subutilizado.	
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5.4.3.	Utilização	compulsória	
5.4.3.1.	Não	previsão	pela	Constituição	Federal	no	art.	182,	§4º	-	CF	
A	 Constituição	 fala	 somente	 do	 parcelamento	 e	 da	 edificação	 compulsórios.	 Não	 trata	 da	 utilização	
compulsória.	
Os	 autores,	 quando	 analisam	 o	 assunto,	 dizem	 que,	 em	 princípio,	 deve-se	 pensar	 se	 a	 utilização	
compulsória	é	constitucional	ou	não.	Se	a	propriedade	está	em	consonância	com	a	lei,	simplesmente	por	
não	estar	sendo	utilizada,	não	se	pode	exigir	que	o	particular	a	utilize,	pois	estar-se-ia	violando	a	liberdade	
deste.	Contudo,	o	poder	público	pode	determinar	que	o	particular	utilize	o	bem	corretamente	(Ex.	Não	
utilizar	bem	para	comércio	–	bar	-		em	área	residencial).	
SUPERIMPORTANTE:	
A	utilização	compulsória	não	está	prevista	no	art.	182,	§4º	da	CF,	apenas	no	Estatuto	da	Cidade.	
Será	 considerado	 constitucional	 apenas	 quando	 se	 destina	 a	 corrigir	 a	 utilização	 de	 um	
determinado	bem.	
Art.	5º	-	CF	-	XXIII	-	a	propriedade	atenderá	a	sua	função	social;	
art.	182	–	CF	-	§	4º	É	facultado	ao	Poder	Público	municipal,	mediante	lei	específica	para	área	
incluída	no	plano	diretor,	exigir,	nos	termos	da	 lei	 federal,	do	proprietário	do	solo	
urbano	não	edificado,	subutilizado	ou	não	utilizado,	que	promova	seu	adequado	aproveitamento,						sob	
pena,	sucessivamente,	de:	
I	-	parcelamento	ou	edificação	compulsórios;	
Art.	5o	–	Estatuto	da	Cidade	 -	 	Lei	municipal	específica	para	área	 incluída	no	plano	diretor	poderá	
determinar	 o	 parcelamento,	 a	 edificação	 ou	 a	 utilização	 compulsórios	 do	 solo	 urbano	 não	 edificado,	
subutilizado	ou	não	utilizado,	devendo	fixar	as	condições	e	os	prazos	para	 implementação	da	referida	
obrigação.	
§	1o	Considera-se	subutilizado	o	imóvel:	
I	 –	 cujo	 aproveitamento	 seja	 inferior	 ao	 mínimo	 definido	 no	 plano	 diretor	 ou	 em	 legislação	 dele	
decorrente;	
II	–	(VETADO)	
5.5.	Procedimento	
5.5.1.	Notificação	(art.	5º,	§2º	-	Estatuto	da	Cidade)	
Meio	através	do	qual	 se	 cientifica	da	determinação	do	poder	público	de	edificação,	parcelamento	ou	
utilização	compulsório.	
5.5.1.1.	Formas	
5.5.1.1.1.	Notificação	real	-	funcionário	do	Poder	Público	diretamente	ao	proprietário	
O	proprietário	pode	receber	essa	notificação	de	um	funcionário	do	Poder	Público	Municipal.	
EM	CASO	DE	PESSOA	JURÍDICA,	SERÁ	FEITA	NA	PESSOA	QUE	TEM	O	PODER	DE	GERÊNCIA	GERAL	OU	
ADMINISTRAÇÃO.	
	
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5.5.1.1.2.	Notificação	ficta	(por	edital)	
Se	frustrada	a	notificação	real	por	3	vezes,	esta	dar-se-á	por	meio	de	edital.	
“Ocorre	 quando	 a	 notificação	 pessoal	 é	 frustrada,	 de	 que	 maneira	 for	 (escusa	 do	 proprietário,	 três	
tentativas	infrutíferas).”	
5.5.1.2.	Averbação	no	cartório	de	registro	de	imóveis	
A	notificação,	NECESSARIAMENTE,	deve	ser	averbada	(não	é	registrada,	pois	já	se	tem	o	
registro	do	bem)	no	registro	de	imóveis.	
Tem	como	finalidade	dar	garantia	para	terceiros	que,	eventualmente,	comprem	o	bem.	
QUEM	TEM	O	DEVER	DE	FAZER	A	AVERBAÇÃO	NO	CARTÓRIO	É	O	PODER	PÚBLICO,	TODAVIA	NADA	
IMPEDE	QUE	O	PARTICULAR	O	FAÇA.	
Se	o	poder	público	não	fizer	a	averbação	e	o	imóvel	for	vendido,	o	comprador	PODERÁ	PEDIR	A	ANULAÇÃO	
DO	CONTRATO	(VÍCIO	DE	VONTADE	–	INCIDIU	EM	ERRO	–	VIDE	AULA	DE	DIREITO	CIVIL).	
Neste	 caso,	 o	 comprador	 pode,	 se	 comprovar	 prejuízo,	 também,	 requerer	 indenização	 do	município	
(deve-se	provar	falta	de	conduta,	nexo,	dano,	descumprimento	de	dever	legal	do	município).	
É	 possível	 a	 responsabilidade	 civil	 por	 omissão	 do	município	 pelo	 descumprimento	 do	 dever	 legal	 de	
averbação.	
A	LEI	É	OMISSA	QUANTO	A	QUANTIDADE	DE	EDITAIS.	
art.	5º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	2o	O	proprietário	será	notificado	pelo	Poder	Executivo	municipal	para	o	
cumprimento	da	obrigação,	devendo	a	notificação	ser	averbada	no	cartório	de	registro	de	imóveis.	
§	3o	A	notificação	far-se-á:	
I	–	por	funcionário	do	órgão	competentedo	Poder	Público	municipal,	ao	proprietário	do	imóvel	ou,	no	
caso	de	este	ser	pessoa	jurídica,	a	quem	tenha	poderes	de	gerência	geral	ou	administração;	
II	–	por	edital	quando	frustrada,	por	três	vezes,	a	tentativa	de	notificação	na	forma	prevista	pelo	inciso	I.	
5.5.2.	Prazos	para	cumprimento	da	determinação	
Prazos	NÃO	INFERIORES	(podem	ser	superiores)	a:	
a)	1	ano,	a	contar	da	notificação,	para	apresentar	o	PROJETO	no	órgão	municipal;	
Notificação	real	–	após	o	recebimento	da	notificação	(exclui	o	do	início	e	inclui	o	do	final).	
Notificação	ficta	–	transcurso	do	prazo	do	último	edital.	
b)	2	anos,	a	contar	da	aprovação	do	projeto,	para	INÍCIO	DAS	OBRAS.	
art.	5º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	4o	Os	prazos	a	que	se	refere	o	caput	não	poderão	ser	inferiores	a:	
I	-	um	ano,	a	partir	da	notificação,	para	que	seja	protocolado	o	projeto	no	órgão	municipal	competente;	
II	-	dois	anos,	a	partir	da	aprovação	do	projeto,	para	iniciar	as	obras	do	empreendimento.	
	
	 	
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5.5.2.1.	EXCEÇÃO	–	Execução	(NÃO	É	PROJETO)	em	etapas	
Em	empreendimentos	maiores,	É	POSSÍVEL	QUE	A	EXECUÇÃO	SEJA	FEITA	EM	ETAPAS.	
APENAS	A	EXECUÇÃO	EM	ETAPAS.	O	PROJETO	DEVE	SER	APROVADO	COMO	UM	TODO.	
art.	5º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	5o	Em	empreendimentos	de	grande	porte,	em	caráter	excepcional,	a	lei	
municipal	específica	a	que	se	refere	o	caput	poderá	prever	a	conclusão	em	etapas,	assegurando-se	que	o	
projeto	aprovado	compreenda	o	empreendimento	como	um	todo.	
5.6.	Alienação	
Transmissão	tanto	causa	mortis	(morri	e	passei	para	meu	herdeiro)	quanto	inter	vivos.	
Transmissão	gratuita	e	onerosa.	
INTERESSA	SOMENTE	QUE	A	TRANSMISSÃO	TENHA	OCORRIDO	APÓS	A	NOTIFICAÇÃO.	
A	TRANSMISSÃO	TRANSMITIRÁ,	TAMBÉM,	AS	OBRIGAÇÕES	AO	NOVO	PROPRIETÁRIO.	
OS	PRAZOS	NÃO	SE	RENOVAM,	OU	SEJA,	O	ADQUIRENTE	TERÁ	SOMENTE	O	LAPSO	
REMANESCENTE.	
Art.	6o	–	Estatuto	da	Cidade	-		A	transmissão	do	imóvel,	por	ato	inter	vivos	ou	causa	mortis,	posterior	à	
data	da	notificação,	transfere	as	obrigações	de	parcelamento,	edificação	ou	utilização	previstas	no	art.	
5o	desta	Lei,	sem	interrupção	de	quaisquer	prazos.	
6.	IPTU	progressivo	
6.1.	Conceito	
É	a	imposição	de	tributo	extrafiscal	(tem	função	garantir	a	política	urbana	–	instrumento	de	
política	urbana)	sobre	o	patrimônio	como	uma	forma	de	sanção.	
É	diferente	do	IPTU	de	caráter	fiscal	estudado	em	Direito	Tributário	(art.	156	–	CF).	
“A	Administração	não	quer	somente	ganhar	dinheiro,	mas	sim,	de	maneira	coercitiva,	garantir	
que	o	proprietário	confira	a	função	social	à	propriedade.”	
O	 poder	 público	 municipal	 aumentará	 a	 alíquota	 do	 imposto	 para	 que	 o	 proprietário	 dê	
função	social	à	propriedade.	
6.2.	Dever	do	município	
NÃO	É	FACULDADE	DO	MUNICÍPIO,	mas	sim	um	dever.	
O	Poder	Público	Municipal	tem	atuação	VINCULADA	(não	é	discricionária).	
6.3.	Prazo	máximo	
Prazo	MÁXIMO	de	5	anos.	
O	Poder	Público,	ao	longo	de	5	anos,	pode	aumentar	a	alíquota.	
6.4.	Quantum	máximo		
Até	15%	da	alíquota.	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
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22	
	
6.5.	Quantum	máximo	anual	
Não	se	pode	ultrapassar	o	dobro	da	alíquota	do	ano	anterior.	
Existe	 discricionariedade	para	 a	 decisão,	 através	 da	 lei	municipal,	 do	 quanto	 a	 alíquota	 será	
majorada.	
“Há	um	poder	discricionário	da	Administração	para	decidir	acerca	do	percentual	de	aumento	
anual.”	
“O	município	precisa	majorar,	mas	tem	discricionariedade	acerca	do	valor	da	majoração.”	
Ex.	Ano	2:	1%	a	mais;	Ano	2:	somente	pode	se	chegar	a	2%	a	mais;	Ano	3:	somente	se	pode	
chegar	a	4%;	Ano	4:	somente	se	pode	chegar	a	8%;	Ano	5:	somente	se	pode	chegar	até	15%.	
Art.	182	-	CF.	A	política	de	desenvolvimento	urbano,	executada	pelo	Poder	Público	municipal,	conforme	
diretrizes	gerais	fixadas	em	lei,	tem	por	objetivo	ordenar	o	pleno	desenvolvimento	das	funções	sociais	da	
cidade	e	garantir	o	bem-	estar	de	seus	habitantes.																			(Regulamento)																											(Vide	Lei	nº	
13.311,	de	11	de	julho	de	2016)	
§	4º	É	facultado	ao	Poder	Público	municipal,	mediante	lei	específica	para	área	incluída	no	plano	diretor,	
exigir,	 nos	 termos	 da	 lei	 federal,	 do	 proprietário	 do	 solo	 urbano	 não	 edificado,	 subutilizado	 ou	 não	
utilizado,	que	promova	seu	adequado	aproveitamento,						sob	pena,	sucessivamente,	de:	
I	-	parcelamento	ou	edificação	compulsórios;	
II	-	imposto	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	progressivo	no	tempo;	
III	-	desapropriação	com	pagamento	mediante	títulos	da	dívida	pública	de	emissão	previamente	aprovada	
pelo	 Senado	 Federal,	 com	prazo	 de	 resgate	 de	 até	 dez	 anos,	 em	parcelas	 anuais,	 iguais	 e	 sucessivas,	
assegurados	o	valor	real	da	indenização	e	os	juros	legais.	
Art.	7o		-	Estatuto	da	Cidade	-Em	caso	de	descumprimento	das	condições	e	dos	prazos	previstos	na	forma	
do	caput	do	art.	5o	desta	Lei,	ou	não	sendo	cumpridas	as	etapas	previstas	no	§	5o	do	art.	5o	desta	Lei,	o	
Município	procederá	à	aplicação	do	imposto	sobre	a	propriedade	predial	e	territorial	urbana	(IPTU)	
progressivo	no	tempo,	mediante	a	majoração	da	alíquota	pelo	prazo	de	cinco	anos	consecutivos.	
§	1o	O	valor	da	alíquota	a	ser	aplicado	a	cada	ano	será	fixado	na	lei	específica	a	que	se	refere	o	caput	do	
art.	5o	desta	 Lei	e	não	excederá	a	duas	vezes	o	valor	 referente	ao	ano	anterior,	 respeitada	a	alíquota	
máxima	de	quinze	por	cento.	
§	2o	Caso	a	obrigação	de	parcelar,	edificar	ou	utilizar	não	esteja	atendida	em	cinco	anos,	o	Município	
manterá	 a	 cobrança	 pela	 alíquota	 máxima,	 até	 que	 se	 cumpra	 a	 referida	 obrigação,	 garantida	 a	
prerrogativa	prevista	no	art.	8o.	
§	3o	É	vedada	a	concessão	de	isenções	ou	de	anistia	relativas	à	tributação	progressiva	de	que	trata	este	
artigo.	
	 	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
23	
	
22/08/17	
6.6.	Descumprimento	da	determinação	de	edificação	no	prazo	de	5	anos	
Se	o	proprietário	continua	descumprindo	após	5	anos,	o	IPTU	continuará	com	a	alíquota	máxima	
e	o	Poder	Público	Municipal	procederá	à	Desapropriação	Urbanística	(vide	tópico	“7”	abaixo).	
art.	7º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	2o	Caso	a	obrigação	de	parcelar,	edificar	ou	utilizar	não	esteja	atendida	em	
cinco	 anos,	 o	 Município	 manterá	 a	 cobrança	 pela	 alíquota	 máxima,	 até	 que	 se	 cumpra	 a	 referida	
obrigação,	garantida	a	prerrogativa	prevista	no	art.	8o.	
Nota:	
1)	No	caso	de	o	proprietário	cumprir	a	obrigação,	a	alíquota	progressiva	é	“zerada”.	
“Se	cumprida	a	obrigação,	a	alíquota	do	IPTU	retornará	ao	valor	comum.”	
Se	o	proprietário	volta	a	descumprir,	 inicia-se	a	majoração	do	IPTU	desde	o	início	e	não	de	
onde	parou.	
“Se	houver	novo	descumprimento,	conforme	a	doutrina,	o	IPTU	progressivo	começará	a	ser	
cobrado	novamente	do	zero,	uma	vez	que,	a	partir	do	momento	em	que	há	um	cumprimento,	
considera-se	como	se	o	proprietário	não	mais	tivesse	descumprido.”	
2)	Se	o	projeto	não	for	aprovado,	inicia-se	um	novo	prazo	de	1	ano	para	apresentação	de	um	
novo	projeto.	
3)	Se,	no	caso,	o	ente	tiver	imunidade	tributária	(Ex.	Pessoa	Jurídica	de	Direito	Público),	ainda	
assim,	calcula-se	o	valor	do	imposto,	pois	esse	sofrerá	as	consequências.	
6.7.	Vedada	isenção	e	anistia	
No	caso	do	IPTU	progressivo,	não	é	possível	a	isenção	e	a	anistia.	
Não	é	possível	em	razão	do	caráter	extrafiscal/sancionatório	do	tributo.	
Difere	do	IPTU	com	caráter	fiscal,	no	qual	é	possível	algum	tipo	de	isenção	ou	anistia,	matéria	
essa	que	será	estudada	no	Direito	Tributário.	
Art.	7º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	3o	É	vedada	a	concessão	de	isenções	ou	de	anistia	relativas	à	tributação	
progressiva	de	que	trata	este	artigo.	
SUPERIMPORTANTE:	
-	Espécies	de	desapropriação	
No	Direito	de	Administrativo,	há	a	intervenção	restritiva	(branda)	e	intervenção	supressiva	(drástica).	A	
desapropriação,	 independentementeda	 espécie,	 é	 classificada	 como	 intervenção	 supressiva	 da	
propriedade.	
A	Constituição	 traz	 quatro	 espécies	 de	desapropriação.	 	 A	 desapropriação	deve	 ser	 prevista	 na	Carga	
Magna,	pois	é	essa	que	traz	o	Direito	à	Propriedade.	
1)	 Desapropriação	 ordinária/Desapropriação	 por	 utilidade	 pública,	 necessidade	 pública	 ou	
interesse	 social	 (art.	 5º,	 inciso	 XXIV	 –	 CF,	 art.	 182,	 §3º	 -	 CF	 e	 Decreto-Lei	 3365/41	 –	 “Lei	 de	
Desapropriação”)	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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a)	Não	descumpriu	a	função	social	da	propriedade.	
“A	Administração,	ainda	que	o	proprietário	cumpra	a	função	da	propriedade,	em	razão	do	princípio	da	
supremacia	do	interesse	público	sobre	o	particular,	pode	desapropriar.”	
Ex.	Construir	escola	em	determinado	terreno	particular.	
b)	Indenização	de	forma	prévia,	justa	e	em	dinheiro.	
Se	a	Administração	tiver	que	pagar	por	força	de	sentença,	pagará	por	meio	de	precatório,	pois	este	“é	
dinheiro”.	
c)	 QUALQUER	 ENTE	 FEDERATIVO	 TEM	 COMPETÊNCIA	 PARA	 DESAPROPRIAR	 (NÃO	 É	 LEGISLAR	 –	
SOMENTE	A	UNIÃO).	
art.	5º	-	CF	–	inciso	XXIV	 -	a	 lei	estabelecerá	o	procedimento	para	desapropriação	por	necessidade	ou	
utilidade	pública,	ou	por	interesse	social,	mediante	justa	e	prévia	indenização	em	dinheiro,	ressalvados	
os	casos	previstos	nesta	Constituição;	
art.	182	–	CF	-	§	3º	As	desapropriações	de	imóveis	urbanos	serão	feitas	com	prévia	e	justa	indenização	em	
dinheiro.	
2)	Desapropriação	urbanística	sancionatória	(art.	182,	§4º,	inciso	III	–	CF,	art.	8º	-	Estatuto	da	Cidade	
–	vide	acima)	
a)	Há	descumprimento	da	função	social	da	propriedade	(urbana).		
b)	Indenização	em	títulos	da	dívida	pública.	
c)	Somente	o	município	tem	competência	para	desapropriar.		
3)	Desapropriação	rural	para	fins	de	reforma	agrária	(art.	184	–	CF)	
a)	Há	descumprimento	da	função	social	da	propriedade	(rural).	
b)	Indenização	em	títulos	da	dívida	agrária.	
c)	Somente	a	União	tem	competência	para	desapropriar.	
“Tendo	em	vista	que	é	a	União	quem	realiza	a	reforma	agrária.”	
Art.	184	-	CF.	Compete	à	União	desapropriar	por	interesse	social,	para	fins	de	reforma	agrária,	o	imóvel	
rural	que	não	esteja	cumprindo	sua	função	social,	mediante	prévia	e	justa	indenização	em	títulos	da	dívida	
agrária,	com	cláusula	de	preservação	do	valor	real,	resgatáveis	no	prazo	de	até	vinte	anos,	a	partir	do	
segundo	ano	de	sua	emissão,	e	cuja	utilização	será	definida	em	lei.	
§	1º	As	benfeitorias	úteis	e	necessárias	serão	indenizadas	em	dinheiro.	
§	2º	O	decreto	que	declarar	o	imóvel	como	de	interesse	social,	para	fins	de	reforma	agrária,	autoriza	a	
União	a	propor	a	ação	de	desapropriação.	
§	3º	Cabe	à	lei	complementar	estabelecer	procedimento	contraditório	especial,	de	rito	sumário,	para	o	
processo	judicial	de	desapropriação.	
§	4º	O	orçamento	fixará	anualmente	o	volume	total	de	títulos	da	dívida	agrária,	assim	como	o	montante	
de	recursos	para	atender	ao	programa	de	reforma	agrária	no	exercício.	
§	5º	São	isentas	de	impostos	federais,	estaduais	e	municipais	as	operações	de	transferência	de	imóveis	
desapropriados	para	fins	de	reforma	agrária.	
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4)	Desapropriação	confisco/expropriação	(art.	243	–	CF)	
TANTO	ZONA	URBANA	QUANTO	ZONA	RURAL	SÃO	AFETADAS	POR	ESSE	TIPO	DE	DESAPROPRIAÇÃO.	
	 	 	 	 cultivo	de	plantas	psicotrópicas.	
a)	Propriedade	utilizada	para										OU	
	 	 	 	 exploração	de	trabalho	escravo.	
“Mais	grave	que	mero	descumprimento	da	função	social	da	propriedade.”	
“STF	entende	que,	ainda	que	somente	parcela	da	propriedade	seja	utilizada	para	os	fins	
retrorreferidos,	toda	ela	será	desapropriada.”	
“STF	entende	que,	a	não	ser	que	o	proprietário	comprove	a	inexistência	de	culpa,	perderá	a	
proprietário	(culpa	in	vigilando	e	in	elegendo	ensejam	a	desapropriação).”	
b)	Não	há	indenização.	
“Por	isso	é	denominada	desapropriação	confisco/expropriação	(alguns	autores	defendem	que	somente	
se	pode	utilizar	do	nome	desapropriação	quando	há	indenização).”	
c)	Somente	a	União	tem	competência	para	desapropriar.	
Art.	243	-	CF.	As	propriedades	rurais	e	urbanas	de	qualquer	região	do	País	onde	forem	localizadas	culturas	
ilegais	de	plantas	psicotrópicas	ou	a	exploração	de	trabalho	escravo	na	forma	da	lei	serão	expropriadas	e	
destinadas	 à	 reforma	 agrária	 e	 a	 programas	 de	 habitação	 popular,	 sem	 qualquer	 indenização	 ao	
proprietário	e	sem	prejuízo	de	outras	sanções	previstas	em	lei,	observado,	no	que	couber,	o	disposto	no	
art.	5º.																														(Redação	dada	pela	Emenda	Constitucional	nº	81,	de	2014)	
Parágrafo	único.	Todo	e	qualquer	bem	de	valor	econômico	apreendido	em	decorrência	do	tráfico	ilícito	
de	entorpecentes	e	drogas	afins	e	da	exploração	de	trabalho	escravo	será	confiscado	e	reverterá	a	fundo	
especial	com	destinação	específica,	na	forma	da	lei.					
7.	Desapropriação	urbanística	sancionatória	
7.1.	Medida	sucessiva	
Não	 possível	que	o	município	determine,	 sem	nenhuma	medida	anterior,	a	desapropriação	
urbanística	do	proprietário	que	descumpre	a	função	social	da	propriedade.	Necessariamente,	
deve-se	passar	por	todos	os	pontos	trazidos	pelo	art.	182,	§4º	-	CF.	
7.2.	Faculdade	
Decorridos	 os	 5	 anos	 da	 cobrança	 do	 IPTU	 progressivo,	 o	município	poderá	 proceder	 à	
desapropriação	urbanística.	
José	dos	Santos	Carvalho	Filho	afirma	que,	apesar	de	o	art.	8º	do	Estatuto	da	Cidade	utilizar	a	
palavra	“poderá”,	trata-se	de	uma	atuação	vinculada	do	Poder	Público	
“José	dos	Santos	Carvalho	Filho	defende	que	se	deve	abandonar	a	literalidade	da	lei	e	que,	
neste	caso,	é	um	dever	do	Poder	Público	do	Município.”	
Numa	prova	fechada,	adota-se	o	poderá,	pois	é	a	literalidade	da	lei.	Todavia,	numa	prova	aberta,	
deve-se	discorrer	sobre	a	interpretação	trazida	pelos	autores.		
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Art.	8o	–	Estatuto	do	Desarmamento	-	Decorridos	cinco	anos	de	cobrança	do	IPTU	progressivo	sem	que	o	
proprietário	 tenha	 cumprido	 a	 obrigação	 de	 parcelamento,	 edificação	 ou	 utilização,	 o	 Município	
poderá	proceder	à	desapropriação	do	imóvel,	com	pagamento	em	títulos	da	dívida	pública.	
7.2.1.	Indenização	
A	indenização	será	em	títulos	da	dívida	pública	(papéis	que	o	Poder	Público	emite	como	forma	
de	arrecadar	dinheiro	para	o	erário).	
A	emissão	dos	títulos	deve	ser	autorizada	pelo	Senado	Federal.	
NÃO	É	A	DESAPROPRIAÇÃO	QUE	DEVE	SER	AUTORIZADA	PELO	SENADO	FEDERAL.	
Serão	resgatados	em	até	10	anos	(pode	ser	emitido	título	com	prazo	de	resgate	
menor).	
Serão	 resgatados	 em	 parcelas	 anuais,	 iguais	 e	 sucessivas	 como	 forma	 de	 garantir	 o	 valor	 real	 da	
indenização1	com	juros	de	6%	ao	ano.	
Art.	8º	-	Estatuto	da	Cidade	-	§	1o	Os	títulos	da	dívida	pública	terão	prévia	aprovação	pelo	Senado	Federal	
e	serão	resgatados	no	prazo	de	até	dez	anos,	em	prestações	anuais,	iguais	e	sucessivas,	assegurados	o	
valor	real	da	indenização	e	os	juros	legais	de	seis	por	cento	ao	ano.	
(1)	Valor	real	da	indenização	(≠	valor	justo):	§	2o	O	valor	real	da	indenização:	
I	–	refletirá	o	valor	da	base	de	cálculo	do	IPTU,	descontado	o	montante	incorporado	em	função	de	obras	
realizadas	pelo	Poder	Público	na	área	onde	o	mesmo	se	localiza	após	a	notificação	de	que	trata	o	§	2o	do	
art.	5o	desta	Lei;	
“O	valor	da	base	de	cálculo	é	inferior	ao	valor	de	mercado	do	imóvel.”	
“São	descontados	os	valores	de	qualquer	obra	realizada	pelo	Poder	Pública.”	
II	–	não	computará	expectativas	de	ganhos,	lucros	cessantes	e	juros	compensatórios.	
“Nem	na	desapropriação	ordinária	recebem-se	os	expectativas	de	ganhos	e	lucros	cessantes.”	
“Conquanto,	na	desapropriação	ordinária	há	os	juros	compensatórios.”		
7.2.2.	Títulos	da	dívida	pública	SEM	caráter	liberatório	
Os	títulos	em	análise	NÃO	são	revestidos	de	caráter	liberatório.“Não	se	pode	utilizar	esses	títulos	para	abater	dívidas	eventualmente	contraídas	com	o	município.”	
Art.	8º	-	Estatuto	da	Cidade	 -	§	3o	Os	títulos	de	que	trata	este	artigo	não	terão	poder	 liberatório	para	
pagamento	de	tributos.	
	 	
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7.2.3.	Obrigação	do	município	de	dar	função	social	ao	bem	
É	dever	do	município	conferir	aproveitamento	ao	bem	desapropriado	no	prazo	de	5	anos,	a	contar	
da	transferência	do	bem	para	o	patrimônio	público.	
	 	 	 	 	 	 de	forma	direta	
O	 aproveitamento	 poderá	 ser	 	 	ou	
através	 de	 terceiros,	 através	 de	 alienação1	 ou	 concessão2,	
PRECEDIDO	DE	LICITAÇÃO	
O	antigo	proprietário,	de	acordo	com	a	doutrina,	não	participa	da	licitação	(relativização	do	princípio	da	
competividade	por	ser	a	aplicação	de	uma	sanção).	
“De	acordo	com	a	doutrina,	relativiza-se	o	princípio	da	competividade	(garantia	de	que	qualquer	pessoa	
interessada,	a	princípio,	possa	participar),	uma	vez	que	o	anterior	proprietário	do	imóvel	não	poderá	
participar	da	licitação.”	
(1)	Alienação	do	imóvel	desapropriado	para	conferir	função	social:	O	adquirente	assume	as	obrigações	
de	parcelamento,	edificação	ou	utilização	anteriormente	exigidas.	
(2)	Concessão	do	 imóvel	desapropriado	para	conferir	 função	social:	Apesar	de	a	 lei	não	mencionar	o	
concessionário	expressamente,	TRANSFEREM-SE	as	obrigações	àquele	que	recebe	a	concessão.	
Segundo	a	doutrina,	somente	podem	ser	conferidas	duas	formas	de	concessão,	quais	sejam:	
a)	 Concessão	de	direito	 real	 de	uso:	É	 transmitida	 a	 herdeiros,	 uma	 vez	 trata-se	de	direito	 real.	 Traz	
segurança	jurídica.	
b)	 Concessão	 de	 direito	 de	 superfície:	 Conferido	 ao	 particular	 a	 utilização	 da	 superfície	 do	 bem.	 O	
particular	não	passa	a	ser	dono.	
Art.	8º	-	Estatuto	da	Cidade	 -	§	4o	O	Município	procederá	ao	adequado	aproveitamento	do	 imóvel	no	
prazo	máximo	de	cinco	anos,	contado	a	partir	da	sua	incorporação	ao	patrimônio	público.	
§	5o	O	aproveitamento	do	imóvel	poderá	ser	efetivado	diretamente	pelo	Poder	Público	ou	por	meio	de	
alienação	ou	concessão	a	terceiros,	observando-se,	nesses	casos,	o	devido	procedimento	licitatório.	
§	6o	Ficam	mantidas	para	o	adquirente	 (INCLUÍDO,	DOUTRINARIAMENTE,	O	CONCESSIONÁRIO),	o	que	
recebe	a	concessão	de	imóvel	nos	termos	do	§	5o	as	mesmas	obrigações	de	parcelamento,	edificação	ou	
utilização	previstas	no	art.	5o	desta	Lei.	
7.2.1.	Não	cumprimento	da	obrigação	pelo	município	
De	acordo	com	a	doutrina,	o	responsável	(prefeito)	responderá	por	improbidade	administrativa	por	deixar	
de	praticar	um	ato	de	ofício,	ex	vi	legis	art.	11,	inciso	II,	da	Lei	8429/92.	
“É	possível	o	ajuizamento	de	ação	de	improbidade	(Ministério	Público	ou	próprio	município).”	
Art.	11	–	Lei	8429/92.	Constitui	ato	de	 improbidade	administrativa	que	atenta	contra	os	princípios	da	
administração	pública	qualquer	ação	ou	omissão	que	viole	os	deveres	de	honestidade,	 imparcialidade,	
legalidade,	e	lealdade	às	instituições,	e	notadamente:	
II	-	retardar	ou	deixar	de	praticar,	indevidamente,	ato	de	ofício;	
Art.	8o	–	Estatuto	do	Desarmamento	-	Decorridos	cinco	anos	de	cobrança	do	IPTU	progressivo	sem	que	o	
proprietário	 tenha	 cumprido	 a	 obrigação	 de	 parcelamento,	 edificação	 ou	 utilização,	 o	 Município	
poderá	proceder	à	desapropriação	do	imóvel,	com	pagamento	em	títulos	da	dívida	pública.	
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§	1o	Os	títulos	da	dívida	pública	terão	prévia	aprovação	pelo	Senado	Federal	e	serão	resgatados	no	prazo	
de	até	dez	anos,	em	prestações	anuais,	iguais	e	sucessivas,	assegurados	o	valor	real	da	indenização	e	os	
juros	legais	de	seis	por	cento	ao	ano.	
§	2o	O	valor	real	da	indenização:	
I	–	refletirá	o	valor	da	base	de	cálculo	do	IPTU,	descontado	o	montante	incorporado	em	função	de	obras	
realizadas	pelo	Poder	Público	na	área	onde	o	mesmo	se	localiza	após	a	notificação	de	que	trata	o	§	2o	do	
art.	5o	desta	Lei;	
II	–	não	computará	expectativas	de	ganhos,	lucros	cessantes	e	juros	compensatórios.	
§	3o	Os	títulos	de	que	trata	este	artigo	não	terão	poder	liberatório	para	pagamento	de	tributos.	
§	4o	O	Município	procederá	ao	adequado	aproveitamento	do	 imóvel	no	prazo	máximo	de	cinco	anos,	
contado	a	partir	da	sua	incorporação	ao	patrimônio	público.	
§	5o	O	aproveitamento	do	imóvel	poderá	ser	efetivado	diretamente	pelo	Poder	Público	ou	por	meio	de	
alienação	ou	concessão	a	terceiros,	observando-se,	nesses	casos,	o	devido	procedimento	licitatório.	
§	 6o	 Ficam	 mantidas	 para	 o	 adquirente	 de	 imóvel	 nos	 termos	 do	 §	 5o	 as	 mesmas	 obrigações	 de	
parcelamento,	edificação	ou	utilização	previstas	no	art.	5o	desta	Lei.	
IMPORTANTE:	
O	prefeito	que	se	utiliza	dos	instrumentos	previsto	no	art.	182,	§4º	-	CF	acima	estudados	como	
forma	de	perseguição	pessoal	incorre	em	desvio	de	poder/desvio	de	finalidade	que,	por	sua	
vez,	é	uma	espécie	de	abuso	de	poder.	
In	casu,	a	finalidade	é	dar	função	social	à	propriedade.	
8.	Usucapião	especial	urbano/pró-moradia	(art.	183	–	CF,	arts.	9º	a	14	–	Estatuto	da	Cidade	
e	art.	1.240	–	Código	Civil)	
(1)	Usucapião:	Como	um	todo,	é	uma	forma	de	prescrição	aquisitiva,	na	qual,	preenchidos	os	requisitos,	
se	adquirirá	a	possiblidade	de	pedir	a	propriedade	de	um	bem	em	virtude	de	uma	posse	prolongada	do	
bem.	
-	Espécies:	
a)	Extraordinário	(art.	1.238	–	CC):		
Art.	 1.238	 -	 CC.	 Aquele	 que,	 por	 quinze	 anos,	 sem	 interrupção,	 nem	oposição,	 possuir	 como	 seu	 um	
imóvel,	adquire-lhe	a	propriedade,	independentemente	de	título	e	boa-fé;	podendo	requerer	ao	juiz	que	
assim	o	declare	por	sentença,	a	qual	servirá	de	título	para	o	registro	no	Cartório	de	Registro	de	Imóveis.	
Parágrafo	 único.	 O	 prazo	 estabelecido	 neste	 artigo	 reduzir-se-á	 a	 dez	 anos	 se	 o	 possuidor	 houver	
estabelecido	no	imóvel	a	sua	moradia	habitual,	ou	nele	realizado	obras	ou	serviços	de	caráter	produtivo.	
b)	Ordinário	(art.	1.242	–	CC):	
Art.	1.242	-	CC.	Adquire	também	a	propriedade	do	imóvel	aquele	que,	contínua	e	 incontestadamente,	
com	justo	título	e	boa-fé,	o	possuir	por	dez	anos.	
Parágrafo	 único.	 Será	 de	 cinco	 anos	 o	 prazo	 previsto	 neste	 artigo	 se	 o	 imóvel	 houver	 sido	 adquirido,	
onerosamente,	com	base	no	registro	constante	do	respectivo	cartório,	cancelada	posteriormente,	desde	
que	os	possuidores	nele	 tiverem	estabelecido	a	 sua	moradia,	ou	 realizado	 investimentos	de	 interesse	
social	e	econômico.	
	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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c)	Especial:	Sempre	terá	uma	finalidade	específica.	Uma	das	formas	é	a	estudada	no	presente	momento	
(usucapião	especial	urbano	–	tem	como	função	especial	a	moradia).	
8.1.	Conceito	
É	uma	forma	de	aquisição	do	domínio	de	imóvel	urbano	como	instrumento	da	política	urbana	e	
de	justiça	social.	
“É	uma	forma	de	garantir	a	pessoas	com	poder	aquisitivo	menor	para	fazer	com	que	essas,	
preenchidos	os	requisitos,	adquiram	o	imóvel.”		
Art.	183	-	CF.	Aquele	que	possuir	como	sua	área	urbana	de	até	duzentos	e	cinqüenta	metros	quadrados,	
por	 cinco	 anos,	 ininterruptamente	 e	 sem	 oposição,	 utilizando-a	 para	 sua	moradia	 ou	 de	 sua	 família,	
adquirir-lhe-á	 o	 domínio,	 desde	 que	 não	 seja	 proprietário	 de	 outro	 imóvel	 urbano	 ou	
rural.																	(Regulamento)	
§	1º	O	título	de	domínio	e	a	concessão	de	uso	serão	conferidos	ao	homem	ou	à	mulher,	ou	a	ambos,	
independentemente	do	estado	civil.	
§	2º	Esse	direito	não	será	reconhecido	ao	mesmo	possuidor	mais	de	uma	vez.	
§	3º	Os	imóveis	públicos	não	serão	adquiridos	por	usucapião.	
Estatuto	da	Cidade	
Da	usucapião	especial	de	imóvel	urbano	
Art.	 9o	Aquele	 que	 possuir	 como	 sua	 área	 ou	 edificação	 urbana	 de	 até	 duzentos	 e	 cinqüenta	metros	
quadrados,	por	cinco	anos,	ininterruptamente	e	sem	oposição,	utilizando-apara	sua	moradia	ou	
de	sua	família	(FINALIDADE	ESPECIAL),	adquirir-lhe-á	o	domínio,	desde	que	não	seja	proprietário	de	
outro	imóvel	urbano	ou	rural.	
§	1o	O	 título	de	domínio	será	conferido	ao	homem	ou	à	mulher,	ou	a	ambos,	 independentemente	do	
estado	civil.	
§	2o	O	direito	de	que	trata	este	artigo	não	será	reconhecido	ao	mesmo	possuidor	mais	de	uma	vez.	
§	3o	Para	os	efeitos	deste	artigo,	o	herdeiro	legítimo	continua,	de	pleno	direito,	a	posse	de	seu	antecessor,	
desde	que	já	resida	no	imóvel	por	ocasião	da	abertura	da	sucessão.	
Art.	10.		Os	núcleos	urbanos	informais	existentes	sem	oposição	há	mais	de	cinco	anos	e	cuja	área	total	
dividida	pelo	número	de	possuidores	seja	inferior	a	duzentos	e	cinquenta	metros	quadrados	por	possuidor	
são	suscetíveis	de	serem	usucapidos	coletivamente,	desde	que	os	possuidores	não	sejam	proprietários	de	
outro	imóvel	urbano	ou	rural.				(Redação	dada	pela	lei	nº	13.465,	de	2017)	
§	1o	O	possuidor	pode,	para	o	fim	de	contar	o	prazo	exigido	por	este	artigo,	acrescentar	sua	posse	à	de	
seu	antecessor,	contanto	que	ambas	sejam	contínuas.	
§	2o	A	usucapião	especial	coletiva	de	imóvel	urbano	será	declarada	pelo	juiz,	mediante	sentença,	a	qual	
servirá	de	título	para	registro	no	cartório	de	registro	de	imóveis.	
§	3o	Na	sentença,	o	juiz	atribuirá	igual	fração	ideal	de	terreno	a	cada	possuidor,	independentemente	da	
dimensão	 do	 terreno	 que	 cada	 um	 ocupe,	 salvo	 hipótese	 de	 acordo	 escrito	 entre	 os	 condôminos,	
estabelecendo	frações	ideais	diferenciadas.	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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§	4o	O	condomínio	especial	constituído	é	 indivisível,	não	sendo	passível	de	extinção,	salvo	deliberação	
favorável	 tomada	 por,	 no	mínimo,	 dois	 terços	 dos	 condôminos,	 no	 caso	 de	 execução	 de	 urbanização	
posterior	à	constituição	do	condomínio.	
§	5o	As	deliberações	relativas	à	administração	do	condomínio	especial	serão	tomadas	por	maioria	de	votos	
dos	condôminos	presentes,	obrigando	também	os	demais,	discordantes	ou	ausentes.	
Art.	11.	Na	pendência	da	ação	de	usucapião	especial	urbana,	ficarão	sobrestadas	quaisquer	outras	ações,	
petitórias	ou	possessórias,	que	venham	a	ser	propostas	relativamente	ao	imóvel	usucapiendo.	
Art.	12.	São	partes	legítimas	para	a	propositura	da	ação	de	usucapião	especial	urbana:	
I	–	o	possuidor,	isoladamente	ou	em	litisconsórcio	originário	ou	superveniente;	
II	–	os	possuidores,	em	estado	de	composse;	
III	–	como	substituto	processual,	a	associação	de	moradores	da	comunidade,	regularmente	constituída,	
com	personalidade	jurídica,	desde	que	explicitamente	autorizada	pelos	representados.	
§	1o	Na	ação	de	usucapião	especial	urbana	é	obrigatória	a	intervenção	do	Ministério	Público.	
§	2o	O	autor	terá	os	benefícios	da	justiça	e	da	assistência	judiciária	gratuita,	inclusive	perante	o	cartório	
de	registro	de	imóveis.	
Art.	13.	A	usucapião	especial	de	imóvel	urbano	poderá	ser	invocada	como	matéria	de	defesa,	valendo	a	
sentença	que	a	reconhecer	como	título	para	registro	no	cartório	de	registro	de	imóveis.	
Art.	14.	Na	ação	judicial	de	usucapião	especial	de	imóvel	urbano,	o	rito	processual	a	ser	observado	é	o	
sumário.	
Art.	 1.240	 -	 CF.	 Aquele	 que	 possuir,	 como	 sua,	 área	 urbana	 de	 até	 duzentos	 e	 cinqüenta	 metros	
quadrados,	por	cinco	anos	ininterruptamente	e	sem	oposição,	utilizando-a	para	sua	moradia	ou	de	sua	
família,	adquirir-lhe-á	o	domínio,	desde	que	não	seja	proprietário	de	outro	imóvel	urbano	ou	rural.	
§	1o	O	título	de	domínio	e	a	concessão	de	uso	serão	conferidos	ao	homem	ou	à	mulher,	ou	a	ambos,	
independentemente	do	estado	civil.	
§	2o	O	direito	previsto	no	parágrafo	antecedente	não	será	reconhecido	ao	mesmo	possuidor	mais	de	uma	
vez.	
	 	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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29/08/17	
8.2.	Pressupostos	
8.2.1.	Pressuposto	jurídico	
“Possuir	como	sua.”	
8.2.2.	Pressuposto	temporal	
5	anos	sem	oposição	e	sem	interrupção.	
8.2.3.	Pressuposto	territorial	
-	Até	250m2;	
-	Propriedade	urbana;	
-	Terreno	ou	edificação.	
8.2.4.	Pressuposto	finalístico	
“Para	sua	moradia	ou	de	sua	família.”	
A	utilidade,	a	finalidade	do	bem	deve	estar	delimitada.	O	imóvel	deve	ser	utilizado	para	fins	de	moradia	
do	peticionário	ou	de	sua	família.	
Contraexemplo.	Imóvel	que	preenche	todos	os	demais	requisitos,	mas	que	é	utilizado	para	comércio.	
8.2.5.	Pressuposto	material	
	 	 	 	 	 rural.	
Não	pode	possuir	outro	bem	imóvel		
	 	 	 	 	 urbano.	
“Não	posso	possuir	outro	bem	imóvel,	seja	urbano,	seja	rural.	
Não	pode	ter	pedido	outro	usucapião	especial	urbano.	
“Ainda	que	tenha	vendido,	ainda	que	não	mais	tenha	a	posse/propriedade	do	bem	anterior,	não	pode	
pedir	novo	usucapião	especial	urbano.”	
Contraexemplo.	Se	João	tiver	recebido	um	usucapião	especial	urbano,	PODERÁ	PEDIR,	ULTERIORMENTE,	
UM	USUCAPIÃO	EXTRAORDINÁRIO.	
João	adquiriu	uma	propriedade	pelo	usucapião	extraordinário	e,	posteriormente,	vendeu-o.	Nesse	caso,	
SE	PREENCHER	TODOS	OS	REQUISITOS,	PODERÁ	PEDIR	UM	USUCAPIÃO	ESPECIAL	URBANO.	
“Não	se	pode	repetir	o	usucapião	especial	urbano.”	
8.3.	Herdeiros	(art.	9º,	§3º	-	Estatuto	da	Cidade)	
O	herdeiro	deve	ter	a	posse,	ou	seja,	precisa	já	residir	no	imóvel	na	abertura	da	sucessão.	
Ex.	João	estava,	há	2	anos,	na	posse	da	propriedade	preenchendo	todos	os	requisitos.	João	falece.	José,	
filho	de	João,	somente	fará	jus	a	esse	prazo	se	já	residia	no	imóvel	quando	da	abertura	da	sucessão.	Isto	
é,	José	fará	terá	direito	ao	prazo	de	seu	antecessor.	Bastará	habitar	no	imóvel	por	mais	3	anos.	
Professora:	Flávia	Campos	 	 	 	 	 	 		Rafael	Barreto	Ramos	
											Curso	SUPREMO		 	 	 	 	 	 	 	 						2017	
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Contraexemplo.	No	exemplo	supra,	José	passa	a	residir	no	imóvel	após	seis	meses	da	abertura	da	sucessão	
de	João.	Perderá	o	prazo	de	seu	antecessor.	Deverá	comprovar	todos	os	requisitos	novamente,	inclusive	o	
pressuposto	temporal	de	5	anos.	
	Art.	9o	–	Estatuto	da	Cidade	-	Aquele	que	possuir	como	sua	área	ou	edificação	urbana	de	até	duzentos	e	
cinqüenta	metros	quadrados,	por	cinco	anos,	ininterruptamente	e	sem	oposição,	utilizando-a	para	sua	
moradia	ou	de	sua	família	(FINALIDADE	ESPECIAL),	adquirir-lhe-á	o	domínio,	desde	que	não	seja	
proprietário	de	outro	imóvel	urbano	ou	rural.	
§	1o	O	título	de	domínio	será	conferido	ao	homem	ou	à	mulher,	ou	a	ambos,	
independentemente	do	estado	civil.	
§	2o	O	direito	de	que	trata	este	artigo	não	será	reconhecido	ao	mesmo	possuidor	mais	de	uma	vez.	
§	3o	Para	os	efeitos	deste	artigo,	o	herdeiro	legítimo	continua,	de	pleno	direito,	a	posse	de	seu	antecessor,	
desde	que	já	resida	no	imóvel	por	ocasião	da	abertura	da	sucessão.	
8.4.	Usucapião	especial	coletivo		
8.4.1.	Conceito	e	requisitos	(art.	10,	caput,	Estatuto	da	Cidade)		
É	o	usucapião	que	possibilita	a	aquisição	conjunta	do	domínio	por	pessoas	ou	comunidades	de	baixa	renda	
quando	for	impossível	determinar	o	terreno	ocupado	por	cada	possuidor.	
“Muitas	vezes,	em	conglomerados	urbanos/favelas,	não	se	consegue	especificar	qual	a	quantidade	do	
terreno	cada	possuidor	tem.	Nesse	caso,	surge	o	usucapião	especial	coletivo.”	
Tem-se,	então,	a	posse	coletiva	e,	em	virtude	dessa,	será	possível	pedir	o	usucapião	especial	coletivo.	
QUANDO	 HOUVER	 A	 DIVISÃO,	 É	 NECESSÁRIO	 QUE	 CADA	 POSSUIDOR,	 AO	 FINAL,	 FIQUE	 COM	 ÁREA	
INFERIOR	A	250M2.	
A	posse	deve	ser	de	5	anos	e,	também,	sem	oposição	e	sem	interrupção.	
NENHUM	DOS	POSSUIDORES	PODE	POSSUIR	OUTRO	IMÓVEL,	SEJA	URBANO,	SEJA	RURAL.	
“Nesse	caso,	o	possuidor	será	excluído,	e	se	prosseguirá	com	o	usucapião	especial	coletivo	em	relação	
aos	demais.”	
-	Aquisição	conjunta;	
-	Impossível	determinar	a	área	de	cada	um;	
-	Posse	coletiva;	
-	Cada	possuidor	à	área	inferior	a	250m2;	
-	5	anos	à	sem	oposição/interrupção;	
-	Não	possuir	outro	imóvel	urbano	ou	rural.	
8.4.2.	Sucessores	(art.	10,	§1º	-	Estatuto	da	Cidade)	
Considerando	que	o	dispositivo

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