Buscar

RESUMO Hipoglicemia Neonatal

Prévia do material em texto

HIPOGLICEMIA NEONATAL “Será que meu leite é fraco?” 
Nascimento e saúde do recém-nascido- Thaynara Oliveira da Silva 
 
Compreender hipoglicemia neonatal: Ocorrência de oferta inadequada de glicose a partir de níveis séricos abaixo dos valores 
normais para o período neonatal, que possui valores específicos: 
 - Antes: 30 mg/dL para prematuros e de 40 mg/dL para recém-nascidos a termo; 
 - Agora: 50mg/dL, independentemente da idade gestacional, após o relato de deficiências cognitivas em crianças que 
apresentaram episódios de euglicemia com valores abaixo de 50 mg/dL. 
 - Não neonato: abaixo de 60 mg/dL. 
 
Período Valores (mg/dL) 
1 a 2 horas 28 
3 a 23 horas 40 
24 a 47 horas 41 
48 a 72 horas 48 
 
- RNs conseguem manter reservas de glicogênio por apenas 4 horas entre mamadas. 
- Possuem massa cerebral aumentada, gerando aumento do consumo energético. 
- Neurônios consomem como segunda opção corpos cetônicos, pois estes ultrapassam a BHE. 
- Nas primeiras horas de vida o RN faz uso de aminoácidos musculares para entrar na gliconeogênese., que o protege da 
hipoglicemia. 
- Hormônios contrarreguladores à ação da insulina como adrenalina, o glucagon, o hormônio do crescimento (GH) e o cortisol 
estimulam a glicogenólise e a gliconeogênese, também gerando corpos cetônicos. 
- Bebês que são amamentados no seio possuem mais tolerância à baixa [glicose], sem apresentar nenhuma alteração. 
-Hipoglicemia neonatal ocorre com maior frequência nos pacientes com baixas reservas de glicogênio, como nos RN pré‑termo e 
naqueles com CIUR. Pode ocorrer também quando aumentam as demandas energéticas, como na sepse, na hipotermia e na asfixia 
perinatal. 
- A hipoglicemia transitória é frequente nos RNs e decorre da imaturidade das vias de homeostase da glicose. 
-Hipoglicemia persistente no período neonatal é menos comum e pode ser causada por doenças endócrinas congênitas, como 
hiperinsulinemia ou hipopituitarismo, ou, ainda, secundária a erros inatos do metabolismo. 
- Testes só são necessários caso haja manifestações clínicas. 
 
EPIDEMIOLOGIA: Incide em cerca de 8% nos RNs GIG e 15% nos PIG, além de também em bebês nascidos de mães com 
quadro de diabetes e nos pré-termos tardios. Possui incidência de 5 a 15% em RNs saudáveis. 
Fatores de risco: 
Maternos: Diabete (gestacional ou pré‑gestacional); administração de drogas à gestante (terbutalina, clorpropamida, 
hipoglicemiantes orais e diuréticos tiazídicos); infusão intraparto de dextrose; hipertensão e pré‑eclâmpsia. 
Neonatais: Prematuridade; CIUR; hipóxia e isquemia; sepse; PIG e GIG; hipotermia; policitemia; características sindrômicas 
(síndrome de Beckwith‑Wiedemann); tumores produtores de insulina (nesidioblastose, adenoma ou dismaturidade das células da 
ilhota); erros inatos do metabolismo; eritroblastose fetal. 
 
QUADRO CLÍNICO: Completamente inespecífico. Sempre que ocorrer mudança no padrão clínico do neonato a 
hipoglicemia deve ser pesquisada. Avaliar também pela Tríade de Whipple, mais indicada para crianças mais velhas, 
que consiste em: clínica sugestiva e hipoglicemia confirmada por dosagem laboratorial e melhora clínica com ingestão 
ou infusão de glicose. 
 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO: As medidas de glicemia devem continuar por 12h de vida nos RN de mãe diabética e naqueles GIG. 
RNs pré-termo tardios e os PIG necessitam monitorização da glicemia até 24 horas após o parto. 
Para exames laboratoriais o sangue e urina deve ser colhido durante a crise, solicitando: 
 
Teste de estímulo do glucagon: quando glicemia < 40 mg/dl, adm 0,03mg/kg de glucagon e monitorar glicemia a cada 10 min 
durante 40 min. Se aumentar mais de 30mg/dL = sugestivo de hiperinsulinismo. Se não aumentar após 20min, encerrar o teste e 
adm soro glicosado 10%. 
 
Executar anamnese e exame físico adequado contribui para que seja possível direcionar melhor para a causa específica da 
hipoglicemia. 
 
CONDUTA: A identificação da causa e tratamento da doença base, apesar de ser a conduta definitiva, por vezes demora pela espera dos 
resultados de exames, então é necessitada uma terapêutica para extinguir novos episódios hipoglicêmicos. 
Recém-nascidos PIG e pré-termos tardios devem ser alimentados a cada 2 ou 3 horas e rastreados antes de cada mamada nas primeiras 24 horas. 
Após isso, apenas quando glicemia < 50mg/dL. 
RNs de risco devem se alimentar 1 hora após nascimento e terem a glicemia avaliada após meia hora. 
 
 
Fármacos adjuvantes são indicados ao fim de 36 horas de vida até 10 dias. Caso haja crises recorrentes mesmo em adm de altas 
[glicose], condutas de curta duração poderão ser utilizadas. 
 
 
Prognóstico: As principais sequelas em longo prazo da hipoglicemia prolongada grave são retardo mental e/ou atividade 
convulsiva recorrente. 
A hipoglicemia recorre 10-15% dos lactentes após tratamento adequado. 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Tratado de pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria. 4ed, 2017. SEÇÃO 16: CAP. 5. 
DIRETRIZES SBP – HIPOGLICEMIA NO PERÍODO NEONATAL – Socidedade brasileira de pediatria, 2014. 
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/diretrizessbp-hipoglicemia2014.pdf 
Tratado de pediatria de NELSON 19ed vol1 cap.86 (hipoglicemia) e cap 101 (sistema endócrino),2014. 
http://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/2015/02/diretrizessbp-hipoglicemia2014.pdf

Mais conteúdos dessa disciplina