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1 INFECTOLOGIA DENGUE INTRODUÇÃO Primeira grande epidemia de dengue no BR foi na década de 90. É uma doença endêmica no Brasil, na Bahia e em Salvador. A dengue é a doença transmitida por artrópodes mais comum e importante no mundo. A incidência de dengue aumentou drasticamente nas últimas décadas, com estimativas de 40% a 50% da população mundial em risco para a doença em áreas tropicais, subtropicais e, mais recentemente, até em áreas temperadas, com estimativa de 390 milhões de casos novos por ano no mundo. São 4 sorotipos de dengue, no atual surto estamos participação do DENV-1 porem há circulação no Estado da Bahia também do DENV-2. Período de incubação médio de 4 a 10 dias (variação de 3-14 dias). Os sintomas variam de 2 a 7 dias (dengue clássica) *. Muitos indivíduos com dengue podem apresentar-se com febre isolada, associada ou não a mialgias que podem se manifestar como uma “dor nas costas”, sem outros sintomas. (quadro brando) Em situações epidêmicas (de surto) um paciente é considerado com suspeito para dengue se apresenta pelo menos um quadro febril inespecífico, sem achados segmentares (tais como dor de garganta, tosse ou dor ao urinar, por exemplo). Crianças menores do que 15 anos geralmente apresentam- se como uma síndrome febril não especifica, que pode ser acompanhada por exantema. (na criança o quadro não é tão clássico, pode até ter manifestações gripais com algumas alterações hematológicas que não acontecem no adulto) FISIOPATOGENIA A biópsia das lesões de pele em pacientes com dengue não fatal e não complicada revela anormalidade dos pequenos vasos sanguíneos, com aumento de volume endotelial, edema perivascular e infiltração de células mononucleares. O mecanismo fisiopatológico na dengue decorre de lesão endotelial direta pelo vírus e processo inflamatório: produção de anticorpos que reagem com o endotélio vascular, produção de TNF-alfa dos macrófagos, produção de quimiocinas dos mastócitos, produção de várias citocinas por monócitos, levando a aumento da permeabilidade vascular e endotelial, com consequente extravasamento de líquido intravascular (soror e plasma) para o 3°espaço (interstício) À medida que o dano vascular progride, maior é o extravasamento, com consequente saída de proteínas (hipoproteinemia, levando a edemas), saída de hemácias (levando a petéquias e sangramentos), com redução progressiva do conteúdo intravascular, e finalmente choque e hemorragia. O vírus da dengue pode danificar o endotélio vascular através de múltiplos mecanismos, incluindo fatores vasoativos de monócitos e linfócitos, e de células extravasculares, como mastócitos e macrófagos teciduais Vários fatores produzidos por células T, monócitos, macrófagos e mastócitos tem sido proposto para aumentar a permeabilidade vascular, incluindo o fator de necrose tumoral (TNF), IL-1B, IL-6, IL-8, fator de inibição da migração de macrófagos (MIF), CCL2 (também conhecido como MCP- 1), HMGB-1 e metaloproteinases. Existe um mecanismo direto de lesão por conta do vírus, mas a maior parte da lesão causada pela dengue hemorrágica é decorrente do próprio mecanismo de defesa da gente. (parecido com a forma da COVID) DV atua no endotélio celular - macrófagos começam a produzir fator de necrose tumoral que vai agir no endotélio causando apoptose. O endotélio vascular com lesão, com aumento da permeabilidade e passagem de hemácias. 2 INFECTOLOGIA Dentro do vaso sanguíneo temos os monócitos, linfócitos e o vírus. Fora do endotélio: mastócitos e macrófagos que quando entram em contato com o vírus produz citocinas, interferons e proteases. A gravidade da dengue é proporcional ao grau de vazamento pelos vasos sanguíneos • Se for pequeno, sai o soro • Se for maior, saem proteínas, o plasma • Se for maior, saem células • Se for ainda maior, saem as hemácias DENGUE É UMA DOENÇA DE VAZAMENTO: O MÉDICO DEVE SER UM BOM ENCANADOR (PREVENIR O CHOQUE) DIAGNOSTICO CLÍNICO DA DENGUE A epidemiologia é muito importante. Mosquito de hábito diurno (Aedes aegypti) DENGUE CLÁSSICA Paciente com dengue clássica apresentam-se com um pródomo de calafrios; exantema cutânea, incluindo rash maculo-eritematoso (não é fixo), ou petequial (é fixo); rubor facial, que pode durar de 2 a 3 dias; além de cefaleia retroorbitároa, mal-estar e astenia. *dor articular não é habitual, habitual é dor no ossos e nos músculos Deve-se suspeitar de dengue em indivíduos que apresentam febre alta (39C) de início súbito, cefaleia retro-orbitaria, dores musculares e articulares, náuseas, linfadenopatia satélite, além de exantema (pode ser no início e no final da doença), comum a pele estar “pinicando”. Rash da dengue 3 INFECTOLOGIA NÃO ESQUECER DE REALIZAR A PROVA DO LAÇO Teste simples, de graça Medição indireta da permeabilidade vascular capilar Para fazer o teste da prova do laço deve-se desenhar, no antebraço, um quadrado com uma área de 2,5X2,5 cm e depois seguir estes passos: • Avaliar a pressão arterial da pessoa com o esfigmomanômetro; • Insuflar novamente o manguito do esfigmomanômetro até o valor médios entra a pressão máxima e a mínima. É feito o cálculo pela formula: Pressão Arterial Máxima + Pressão Arterial Mínima dividido por 2, ou seja, se o valor de pressão arterial dor 120X80, deve-se insuflar o manguito até os 100mmHg; • Esperar 5 minutos com o manguito insuflado na mesma pressão; • Depois de 5 minutos de insuflar e retirar o manguito; • Deixar o sangue circular por pelo menos 2 minutos A PROVA DO LAÇO DEVE SER REALIZADA NA TRIAGEM, OBRIGATORIAMENTE, EM TODO PACIENTE COM SUSPEITA DE DENGUE E QUE NÃO APRESENTE SANGRAMENTO ESPONTÂNEO. A PROVA DEVERÁ SER REPETIDA NO ACOMPANHAMENTO CLÍNICO DO PACIENTE APENAS SE PREVIAMENTE NEGATIVA. VERIFICAR A PRESSÃO ARTERIAL E CALCULAR O VALOR MÉDIO PELA FÓRMULA (PAS + PAD) /2; POR EXEMPLO, PA DE 100 X 60 MMHG, ENTÃO 100+60=160, 160/2=80; ENTÃO, A MÉDIA DE PRESSÃO ARTERIAL É DE 80 MMHG. INSUFLAR O MANGUITO ATÉ O VALOR MÉDIO E MANTER DURANTE CINCO MINUTOS NOS ADULTOS E TRÊS MINUTOS EM CRIANÇAS. DESENHAR UM QUADRADO COM 2,5 CM DE LADO NO ANTEBRAÇO E CONTAR O NÚMERO DE PETÉQUIAS FORMADAS DENTRO DELE; A PROVA SERÁ POSITIVA SE HOUVER 20 OU MAIS PETÉQUIAS EM ADULTOS E 10 OU MAIS EM CRIANÇAS; ATENÇÃO PARA O SURGIMENTO DE POSSÍVEIS PETÉQUIAS EM TODO O ANTEBRAÇO, DORSO DAS MÃOS E NOS DEDOS. SE A PROVA DO LAÇO SE APRESENTAR POSITIVA ANTES DO TEMPO PRECONIZADO PARA ADULTOS E CRIANÇAS, ELA PODE SER INTERROMPIDA. A PROVA DO LAÇO FREQUENTEMENTE PODE SER NEGATIVA EM PESSOAS OBESAS E DURANTE O CHOQUE Positiva quando tem mais de 10 A PROVA SERÁ POSITIVA SE HOUVER 20 OU MAIS PETÉQUIAS EM ADULTOS E 10 OU MAIS EM CRIANÇAS; - MINISTÉRIO DA SAÚDE SINAIS DE ALARME • Sinais de alarme são manifestações da gravidade dos distúrbios vasculares e sistêmicos • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e continua (palpar abd é obrigatório) • Vômitos persistentes • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico) *(auscultar, percutir o tórax, avaliar FTV) • Hipotensão postural e/ou lipotimia • Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal • Sangramento de mucosa (olhar a mucosa ocular no paciente) • Letargia e/ou irritabilidade (principalmente em crianças e idosos) • Aumento progressivo do hematócrito (hemograma) *só faz hemograma em paciente de grupo de risco ou que apresenta sinais de alarme DENGUE GRAVE REPRESENTA O ESPECTRO MAIS GRAVE DE MANIFESTAÇÃO DA DOENÇA Choque – ocorrendo quando um volume crítico de plasma é perdido através doe extravasamento, geralmente ocorrendo entre os dias 4 ou 5 da doença, e frequentemente precedido por sinais de alarme Acúmulo de líquidos com desconforto respiratórios Sangramentograves 4 INFECTOLOGIA Disfunções orgânicas envolvendo o coração, pulmões, rins, fígado e SNC (pode desenvolver miocardite, encefalite, hepatite) CHOQUE O quadro mais importante a ser diagnosticado é o do choque compensando, pois nessa fase o doente necessita de apoio hídrico e eletrolítico, mas não tem ainda sinais graves do choque Nessa fase o doente tem taquicardia, extremidades frias, pulso fraco e filiforme, redução da pressão de pulso (menor igual 20mmHg) que é a diferença entre a PAS e a PAD. Esse paciente frequentemente apresenta-se também taquipneico e oligurico (<400-500mL/dia ou aproximadamente 20mL/hora em paciente adultos Não esquecer do enchimento capilar – acima de 2 segundos COMPROMETIMENTO PULMÃO/CORAÇÃO Pode ocorrer, na dengue grave, insuficiência cardíaca, miocardite, manifestando-se com redução de fração de ejeção e choque cardiogênico As miocardites por dengue são expressas principalmente por alterações do ritmo cardíaco (taquicardias e bradicardia), inversão da onda T e do segmento ST com disfunções ventriculares (diminuição da fração de ejeção do ventrículo esquerdo), podendo ter elevação das enzimas cardíacas. Síndrome da angústia respiratória, pneumonites e sobrecargas de volume podem ser a causa do desconforto respiratório. MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, incluindo convulsões, irritabilidade, com meningites linfomonocitarias (asséptica ou viral), encefalites (clínica: sonolência, confusão mental, torpor e coma), polirradiculoneurites, polineuropatias. DIAGNOSTICO LABORATORIAL Não é complexo, mas é necessário saber a janela Padrão ouro: NS1 positivo a partir do 1° Dia até o 6 dia de sintomas IgM positiva a partir do 5 dia de sintomas até 10-12 Dia IgG positiva a partir do 9°- 12 dia de sintomas e persiste para toda a vida Rt-PCR para dengue nos primeiros 10 dias De modo geral nos solicitamos o NS1 teste de antígeno de superfície DIAGNOSTICO DE DENGUE PELO LABORATÓRIO INESPECÍFICO Leucograma leucometria normal ou leucopenia com Monocitose é regra, podem aparecer linfócitos a partir do 3 dia doença Hematócrito pode estar normal ou elevado, depende do grau de hemoconcetração que é proporcional ao grau de extravasamento vascular (*no homem acima de 50% nas mulheres acima de 45% - grave) Proteína C reativa; geralmente menor de que 50mg/L (ou 5,0 mg/dL) Plaquetas geralmente menor do que 100.000/mm3 (método de Fõnio é o mais correto para interpretação. Principalmente para valores < 20.000/mm3) TGO/TGP comum esperar alterações, fazendo parte do diagnóstico dengue, com valores de até 10 vezes LS, geralmente com TGO>TGP. (TGO/TGP até 500) TP pode apresentar-se alargado, relação mias direta com a coagulação E O QUE SOLICITAR PAR AO PACIENTE INTERNADO? • Hemograma completo • Na+, K+, ureia, creatinina • Albumina • TGO, TGP, FA, GGT, bilirrubinas • TP, TTPA • Fibrinogênio • Produtos de degradação da fibrina • RX de tórax para avaliação de derrame pleural e aumento área cardíaca (derrame pericárdico) • Ultrassonografia abdome para avaliação de líquido livre cavidade abdominal e espessamento da parede da vesícula biliar. CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Segue mais ou menos a classificação de Manchester _define gravidade e a necessidade de atenção médica imediata 5 INFECTOLOGIA Grupo A MANEJO DO PACIENTE COM SUSPEITA DENGUE O manejo adequado dos paciente depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, das intervenções adequadas para cada estágio da doença, da necessidade de re-estadiar adequando a conduta médica, e por isso é fundamental o exame fisco repetido LEVAR EM CONSIDERAÇÃO Para o manejo de grupos especiais: • Lactente menores do que 2 anos adultos maiores de 65 anos; gestantes; paciente com asma; DM, HAS, cardiopatas (principalmente Coronariopatas que fazem uso de antiagregante plaquetário), pneumopatas, paciente com disfunção renal ou hematológica GRUPO A • Caso suspeito de dengue • Não pertence a grupos especial de atenção • Ausência de sinais de alarme *paciente com febre, dor de cabeça, dor no corpo, prova do laço negativa Conduta • Beber líquido • Orientar sobre os sinais de alarme • Evitar situações de exposição de desidratação • Prescrever paracetamol e/ou dipirona • Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides • Orientar repouso e hidratação oral (1 copo de água em meia e meia hora) • Orientar o paciente para: » Não se automedicar. » Procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou sinais/sintomas de alarme. • Agendar o retorno para reavaliação clínica no dia de melhora da febre (possível início da fase crítica); caso não haja defervescência, retornar no quinto dia de doença. • Notificar, preencher “cartão da dengue” e liberar o paciente para o domicílio com orientações. • Orientar sobre a eliminação de criadouros do Aedes aegypti. • Os exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica. Sua realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica GRUPO B • Caso suspeito de dengue • Ausência de sinais de alarme Apresenta sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço positiva). Ou pertence a grupos especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lactentes – menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes). - MS Conduta • Prescrever paracetamol e/ou dipirona • Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides • Orientar repouso e hidratação oral • Acompanhamento em leito de observação até resultados exames laboratoriais e evolução na unidade 6 INFECTOLOGIA Grupo C GRUPO C Caso suspeito de dengue. Presença de algum sinal de alarme. • Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. • Vômitos persistentes. • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico). • Hipotensão postural e/ou lipotímia. • Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal. • Sangramento de mucosa. • Letargia e/ou irritabilidade. • Aumento progressivo do hematócrito. Para os pacientes do grupo C, o mais importante é iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção, independentemente do nível de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares. Reposição volêmica com 10 ml/kg de soro fisiológico na primeira hora. (venoso) Devem permanecer em acompanhamento em leito de internação até estabilização – mínimo 48 horas. Conduta Os exames de imagem recomendados são radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. Outros exames poderão ser realizados conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma. Proceder a reavaliação clínica (sinais vitais, PA, avaliar diurese: desejável 1 ml/kg/h) após uma hora, Manter a hidratação de 10 ml/kg/hora, na segunda hora, até a avaliação do hematócrito que deverá ocorrer em duas horas (após a etapa de reposição volêmica). Pacientes do grupo C devem permanecer em leito de internação até estabilização e critérios de alta por um período de pelo menos 48 horas. Se houver melhora clínica e laboratorial após a(s) fase(s) de expansão, iniciara fase de manutenção: • Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas. Se houver melhora iniciar segunda fase • Segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com soro glicosado. Se não houver melhora clínica e laboratorial conduzir como grupo D GRUPO D Caso suspeito de dengue Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave de órgãos. SINAIS DE CHOQUE A) TAQUICARDIA. B) EXTREMIDADES DISTAIS FRIAS. C) PULSO FRACO E FILIFORME. D) ENCHIMENTO CAPILAR LENTO (>2 SE GUNDOS). E) PRESSÃO ARTERIAL CONVERGENTE (< 1,5 ML/KG/H). H) HIPOTENSÃO ARTERIAL (FASE TARDIA DO CHOQUE). I) CIANOSE (FASE TARDIA DO CHOQUE). J) EXTRAVASAMENTO DE LÍQUIDOS COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA K) SANGRAMENTO GRAVE OU DISFUNÇÃO GRAVE DE ÓRGÃOS (CORAÇÃO, SNC, DENTRE OUTROS) *atenção para o choque hemorrágico pois pode necessitar de hemoderivados 7 INFECTOLOGIA Grupo D Conduta Reposição volêmica (adultos e crianças): Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução salina isotônica: 20 ml/kg em até 20 minutos, em qualquer nível de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares. (vaso calibroso- gelco 14 ou 16, as vezes dois acessos) Caso necessário, repetir por até três vezes, de acordo com avaliação clínica Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas. Estes pacientes necessitam ser continuamente monitorados. Ideal UTI Repetir fase de expansão até três vezes. Se não tiver melhor da PA após isso inicia droga vasoativa Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar para a fase de expansão do grupo C e seguir a conduta recomendada para o grupo. Estes pacientes devem permanecer em acompanhamento em leito de UTI até estabilização (mínimo 48 horas), e após estabilização permanecer em leito de internação. PERSISTÊNCIA DO CHOQUE Se o hematócrito estiver em queda e houver persistência do choque-investigar hemorragias e avaliar a coagulação Passar para o uso de drogas vasopressoras como noradrenalina de forma mais rápida se houver persistência do choque após hidratação vigorosa. USO DE HEMODERIVADOS Na presença de hemorragia, transfundir concentrado de hemácias (10 a 15ml/kg/dia) Na presença de coagulopatias avaliar necessidade de uso de plasma fresco (10ml/kg), vitamina K endovenosa e criopecipitado (1U para cada 5-10kg) Considerar a transfusão de plaquetas nas seguintes condições: sangramento persistente não controlado, depois de corrigidos os fatores de coagulação e do choque, e com trombocitopenia significativa (normalmente<20.000/mm3) HT EM QUEDA, HEMODINÂMICA NORMALIZADA Se o hematócrito estiver em queda com resolução do choque, ausência de sangramentos, mas com o surgimento de outros sinais de gravidade, observar: • Sinais de desconforto respiratório, sinais de insuficiência cardíaca congestiva e investigar hiperhidratação. (em alguns casos o uso de diurético) Deve-se tratar com diminuição importante da infusão de líquido, uso de diuréticos e drogas inotrópicas, quando necessário INDICAÇÕES PARA INTERNAÇÃO HOSPITALAR a) Presença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou comprometimento grave de órgão (grupos C e D). b) Recusa a ingestão de alimentos e líquidos. c) Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade. d) Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde. e) Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc. f) Outras situações a critério clínico. INDICAÇÕES DE ALTA HOSPITAL a) Estabilização hemodinâmica durante 48 horas b) Quadro clínico sem sinais de gravidade c) Hematócrito normal e estável por 24 horas. d) Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm³. Orientar hidratação em casa e repouso e atentar-se a sinais de alarme CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR (SEGUNDO O MS) • OS PACIENTES PRECISAM PREENCHER TODOS OS SEIS CRITÉRIOS A SEGUIR: • ESTABILIZAÇÃO HEMODINÂMICA DURANTE 48 HORAS. • AUSÊNCIA DE FEBRE POR 48 HORAS. • MELHORA VISÍVEL DO QUADRO CLÍNICO. • HEMATÓCRITO NORMAL E ESTÁVEL POR 24 HORAS. • PLAQUETAS EM ELEVAÇÃO E ACIMA DE 50.000/MM³.
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