Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
22/04/2018 1 INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO Prof.a Mariana Martins Gonzaga do Nascimento Sinais e Sintomas 2 Mariana Gonzaga SINAIS E SINTOMAS • Disúria: arde • Algúria: dor • Polacúria: muitas vezes, pouco volume • Incontinência + Urgência urinária • Sensação de micção incompleta • Dor, pressão, sensibilidade suprapúbica • Urina turva, vermelha e/ou fétida • Geralmente afebril Mariana Gonzaga SINAIS E SINTOMAS • Dor (flanco, suprapúbica, abdominal) • Disúria, algúria, oligúria • Náuseas, vômitos • Mal-estar • Febre alta e calafrios • Hipotensão, choque • Hematúria (30-40% mulheres; não homens) Mariana Gonzaga Obs.: se vaginite, cervicite, corrimento ou doença inflamatória pélvica Infecção Vaginal Obs. 2: idosos – comum só confusão mental 22/04/2018 2 SINAIS E SINTOMAS • Crianças com controle enfincteriano: queixas urinárias + sintomatologia sistêmica • Crianças <24 a 36 meses: sintomatologia sistêmica (febre, vomito, letargia, irritabilidade, hiporexia, crescimento inadequado, dor abdominal, icterícia, hematúria) Suspeitar de ITU em lactentes e crianças com febre>38°C e sem foco infeccioso localizado OU com outro foco de infecção, mas que não evolui bem Mariana Gonzaga Epidemiologia e Fisiopatologia 6 Mariana Gonzaga ITU - EPIDEMIOLOGIA Mulheres: • 30% das mulheres adultas • 1 a cada 4 mulheres até 24 anos • 1 a cada 5 mulheres em sua vida Mariana Gonzaga ITU - PATOLOGIA Tamanho do inóculo + Virulência do Microorganismo + Competência imunitária Mariana Gonzaga 22/04/2018 3 • Homens: >65 anos - incidência maior que mulheres Controle muscular/esfíncteres Hiperplasia prostática ITU - EPIDEMIOLOGIA Mariana Gonzaga ITU - EPIDEMIOLOGIA Mariana Gonzaga Crianças: • Maior incidência no 1º ano de vida • Até 7 anos: 7% das meninas e 2% dos meninos ITU - EPIDEMIOLOGIA Mariana Gonzaga ITU - PATOLOGIA pH ácido Ureia Osmolaridade extrema Ácidos orgânicos Secreções Prostáticas Efeito mecânico Morte bacteriana! Mariana Gonzaga 22/04/2018 4 ITU - PATOLOGIA Glicosaminoglicano +IgA Mariana Gonzaga Adesinas Fatores Predisponentes FATORES EXTERNOS Espermicida/Diafragma Antimicrobianos Anticolinérgicos Mariana Gonzaga 14 ITU - PATOLOGIA Mariana Gonzaga 15 ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS • Efeitos adversos de medicamentos anticolinérgicos: Retenção urinária Constipação MidríaseVisão borradaConfusão Xerostomia Mariana Gonzaga 16 MEDICAMENTOS COM EFEITO ANTICOLINÉRGICOS • Antipsicóticos: – 1ª geração: efeito mais pronunciado (ex.: haloperidol, clorpromazina); – 2ª geração: clozapina > olanzapina > quetiapina > risperidona/ziprasidona • Antidepressivos: – Tricíclicos: amitriptilina/doxepina > nortriptilina > paroxetina > venlafaxina/duloxetina • Antihistamínicos – Difenidramina, dimenidrato > dexclorfeniramina > loratadina/fexofenadina/ cetirizina 22/04/2018 5 Fatores Predisponentes ESTADO DE SAÚDE Diabetes Melitus Imunodeficiência Neuropatias Constipação Gravidez Mariana Gonzaga 17 ITU - PATOLOGIA / ↑Volume urinário (↑volume sanguíneo, TFG) Dilatação da pélvis renal e ureteres ↓Tônus musculatura lisa (progesterona) Compressão dos ureteres ↑Aminoácidos, glicose, vitaminas e outros nutrientes na urina Mariana Gonzaga ITU - PATOLOGIA Mais frequente: 9ª e 17ª semana de gestação Riscos associados: trabalho de parto prematuro, retardo de crescimento fetal, baixo peso ao nascer, anemia, amnionite e transtornos hipertensivos ITU - PATOLOGIA HÁBITOS PREDISPONENTES HÁBITOS Ato sexual Ducha vaginal Ingesta de líquido Esvaziamento Início atividade sexual Novo parceiro Higiene pós-defecação Mariana Gonzaga ITU - PATOLOGIA Infecção do Trato Urinário Alto Infecção do Trato Urinário Baixo Mariana Gonzaga 22/04/2018 6 ITU - PATOLOGIA Mariana Gonzaga ITU - PATOLOGIA ITU NÃO COMPLICADA (90%) X COMPLICADA (10%) Uropatia Obstrutiva ou funcional Hiperplasia prostática Urolitíase Tumores Estenose Disfunção vesical Nefropatia Transplante renal Alterações congênitas Mariana Gonzaga ITU - PATOLOGIA Mariana Gonzaga RECORRÊNCIA • Ocorrerá em 25% das mulheres com cistite • Recidiva: mesmo microorganismo até 3 semanas após melhora • Reinfecção: microorganismo diferente Etiologia 24 Mariana Gonzaga 22/04/2018 7 Confirmação Etiológica JATO MÉDIO APÓS HIGIENIZAÇÃO Urina rotina Gram de gota Urocultura >100.000 UFC COM OU SEM: Piúria Nitrito positivo Cilindros leucocitários Mariana Gonzaga 25 ITU - ETIOLOGIA ITU - ETIOLOGIA BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA (>10.000 UFC/mL) X ABACTERIÚRIA (<10.000 UFC) X ABACTERIÚRIA SINTOMÁTICA Mariana Gonzaga Diagnóstico Patógeno Cistite não complicada Escherichia coli Gravidez Pielonefrite não complicada 1º Escherichia coli 2ª Gram positivas (Staphylococcus saprophyticus) Pielonefrite complicada 1º Escherichia coli 2º Outros: Proteus mirabillis Kleibsiella pneumoniae Pseudomonas aeruginosa Enterococcus faecalis Mariana GonzagaMariana GonzagaWELLS, DIPIRO et al., 2016 27 ETIOLOGIA • Estudo ainda em andamento de uroculturas - laboratórios que atendem os nove Distritos Sanitários de Belo Horizonte entre 13/06/2011 e 31/10/2012 (100.621 amostras positivas): prevalência absoluta de E. coli como microorganismo isolado. ITU em Belo Horizonte ETIOLOGIA Mariana Gonzaga 22/04/2018 8 • Estudo ainda em laboratório particular entre 12/2012 e 04/2013 (413 amostras positivas – comunitárias complicadas e não complicadas): prevalência >70% de E. coli. ITU no Espírito Santo ETIOLOGIA Mariana Gonzaga ITU Hospitalar ETIOLOGIA INFORMAÇÕES AGENTES • Associadas ao uso de sonda vesical de demora em até 97% dos casos • 2ª causa bacteremia hospitalar • 1ª causa bacteremia por G(-) Principais: E. coli, Kleibsiella pneumoniae, Proteus mirabilis Em crescimento: Staphylococcus, Enterococcus faecium e faecalis (VRE), Candida Gram positivas Gram negativas Fungos Mariana Gonzaga Tratamento 31 Mariana Gonzaga Infectious Diseases Society of America, European Society for Microbiology and Infectious Diseases DIRETRIZ DE TRATAMENTO DE CISTITE NÃO COMPLICADA E PIELONEFRITE EM MULHERES Mariana Gonzaga 32 TRATAMENTO 22/04/2018 9 Mariana Gonzaga Bacteriúria significativa? Sintomas das vias urinárias baixas Urianálise/gram de gota Sintomas das vias urinárias altas ou pielonefrite aguda? SIM NÃO Abacteriúria sintomática SIM Cultura NÃO Terapia curta (1, 3 ou 5 d. conforme agente OU 7 dias*) Paciente crítico ou de alto risco? NÃO 1 dose IV + analgesia SIM Terapia IV Cobrindo G(+) Cura Falha Cultura Terapia 14 dias Cultura Reinfecção (outro) Tratar Recidiva (mesmo) Diagnóstico urológico Terapia curta *7 dias se fator complicador presente: gravidez, >65 anos, diafragma, anomalias Mariana Gonzaga Terapia 7 dias ITU em Belo Horizonte – Mulheres jovens e sexualmente ativas TRATAMENTO Mariana Gonzaga • A sensibilidade foi: – Muito boa: nitrofurantoína, ciprofloxacino, ceftriaxona e aminoglicosídeos (gentamicina e amicacina); – Moderada: sulfametoxazol+trimetoprima e amoxicilina- clavulanato; – Muito ruim: cefalotina; – Péssima: ampicilina. ITU em Belo Horizonte Mariana GonzagaSMS-BH, 2012 36 TRATAMENTO 22/04/2018 10 ITU EM BELO HORIZONTE – MULHERES JOVEM E SEXUALMENTE ATIVAS Mariana GonzagaSMS-BH, 2012 37 NITROFURANTOÍNA • Concentração terapêutica somente na urina • G(-) e G(+) • 5 DIAS SULFAMETOXAZOL+ TRIMETOPRIMA • Sistêmico • G(-) • 3 DIAS FOSFOMICINA • Concentração terapêutica somente na urina • G(-) • Dose única • < eficácia Mariana Gonzaga RENAME RENAME 38 TRATAMENTO CISTITE REMUME 1. Amoxicilina+clavulanato 7 dias 2. Cefalosporinas 7 dias Mariana Gonzaga 39 TRATAMENTO Sinais e/ou sintomas de ITU Urina de rotina + gram de gota + Urocultura + hemograma +PCRF Febre+ausência de outro foco em lactentes UR alterada + gram de gota com uma única bactéria G(-) UC negativa Iniciar tratamento com ATB + controle sintomas + hidratação Suspender *UR= Urinarotina; UC=urocultura ATB=antibacteriano UC positiva Manter Mariana Gonzaga 22/04/2018 11 Antibacteriano Apresentação Posologia Cefalexina 250 mg/5 mL 25-50 mg/kg/dia – dividida em 4 doses por 10 dias Sulfametoxazol+ trimetoprima (> 2 anos) 200 mg+40 mg/5 mL 40+8 mg/kg/dia dividida em 2 doses por 10 dias Nitrofurantoína 1-2 mg/kg/dia única Mariana Gonzaga RENAME 41 TRATAMENTO Antibacteriano Apresentação Posologia Ceftriaxona 500 mg - IV 50-100 mg/kg/dia – dividida em 1-2 doses por 10 dias Gentamicina 20 mg, 40 mg, 80 mg, 120 mg, 160 mg, 280mg - IV 6-7,5 mg/kg/dia dividida em 1-3 doses por 10 dias TRATAMENTO • < 3 meses • Vômitos persistentes • Desidratação moderada/grave • Acometimento do estado geral Mariana Gonzaga Mariana Gonzaga • Com tratamento: melhora em até 3 dias; melhora total em 6 dias. • Sem tratamento: 25-42% das cistites não complicadas se resolvem espontaneamente. Apenas 2% das cistites não complicadas evoluem para pielonefrite. Watchfull waiting: 48 horas sem usar antimicrobiano (Europeu) TRATAMENTO • Inibição da síntese da parede celular • Boa atividade: E. coli • Atividade variável: Proteus, Kleibsiella, Pseudomonas • Tomar em jejum (alimentos – 50% absorção) • Sem efeitos adversos documentados FOSFOMICINA – USO E SEGURANÇA Mariana Gonzaga 22/04/2018 12 Mariana Gonzaga • G(-): E. coli, Kleibsiella sp., Enterobacter sp. • G(+): Enterococcus sp. • Inibição da acetilcoenzima A e outras enzimas – metabolismo glicose • Interferência da síntese de RNA/DNA • Concentração terapêutica somente na urina (ácida) • Tomar com alimentos (reduz efeito gastrointestinais) • Reações adversas: erupções cutâneas, pneumonite intersticial reversível (idosos), anemia megaloblástica ou hemolítica, icterícia colestática, cefaleia, tonturas, polineuropatias, urina marrom. • Final da gestação (não usar no 3º trimestre): anemia hemolítica neonatal • Contraindicado: disfunção renal (<30-50 mL/min - controverso) NITROFURANTOÍNA – USO E SEGURANÇA Mariana Gonzaga NITROFURANTOÍNA – USO E SEGURANÇA Mariana Gonzaga • G(-): E. coli, Haemophilus influenzae, Klebsiella spp., Proteus spp., Enterobacter spp., Shigella spp., Serratia spp., Vibro cholerae • Distribuição sistêmica com eliminação renal rápida COTRIMOXAZOL E. coli 20:1 Sulfametoxazol:trimetoprima (concentração in vivo) 48 COTRIMOXAZOL 22/04/2018 13 Análogos estruturais do PABA e inibidores competitivos da diidropteroato sintetase Bactérias capazes de usar folato pré-formado não apresentam sensibilidade (= célula humana) Inibidor específico da diidrofolato redutase de microorganismos inferiores 49 COTRIMOXAZOL (FUCHS; WANNMACHER, 2010; TAVARES, 2009; BRUNTON et al., 2012) 50 COTRIMOXAZOL CRISTALÚRIA • Elevada porcentagem da forma acetilada relativamente insolúvel na urina Mariana GonzagaWHALEN, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017 51 SULFAS - EFEITOS ADVERSOS REAÇÕES DERMATOLÓGICAS • Comum: urticária, erupção cutânea, prurido • Síndrome de Steven-Johnson, necrólise epidérmica tóxica, dermatite esfoliativa Mariana Gonzaga IMAGEM: https://www.tuasaude.com/sindrome-de-stevens-johnson/ WHALEN, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017 52 SULFAS - EFEITOS ADVERSOS 22/04/2018 14 REAÇÕES GASTROINTESTINAIS • Comum: náusea, vômito, anorexia • Diarreia, colite pseudomembranosa Mariana Gonzaga DIARREIA COLITE PSEUDOMEMBRANOSA WHALEN, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017 53 SULFAS - EFEITOS ADVERSOS SULFAS - EFEITOS ADVERSOS REAÇÕES ADVERSAS GASTROINTESTINAIS • Comum: náusea, vômito, anorexia • Diarreia, colite pseudomembranosa REAÇÕES ADVERSAS HEMATOLÓGICAS • Leucopenia, trombocitopenia • Agranulocitose, anemia aplástica HEPATOTOXICIDADE • Hepatite, colestite, necrose hepática • Hiperbilirubinemia • ↑ efeito an coagulante da VARFARINA (inibição metabolismo hepático) • ↑ risco de supressão medular com METOTREXATO • ↑ Risco de hipoglicemia com SULFONILUREIAS Mariana GonzagaWHALEN, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017 55 SULFAS - PRINCIPAIS INTERAÇÕES Mariana Gonzaga Risco C – Kernicterus* *Criança < 2 anos risco equivalente WHALEN, 2016; FUCHS, WANNMACHER, 2017 56 SULFAS - EFEITOS ADVERSOS Contra-indicados no 3º trimestre de gestação e durante a amamentação: indução de kernicterus (=encefalopatia bilirrubínica). 22/04/2018 15 SULFAS - PACIENTES ESPECIAIS • Crianças: – Não deve ser usado em crianças<2 meses (kernicterus) • Idosos: – Avaliar função hepática e renal; – Risco mais elevado de desenvolver reações adversas graves. Mariana Gonzaga QUINOLONA DE 2ª GERAÇÃO • G(-) • 3 DIAS QUINOLONA DE 3ª GERAÇÃO/ RESPIRATÓRIAS • G(-) e G(+) • 3 DIAS R E S I S T Ê N C I A Segurança! SUPERINFECÇÃO TRATAMENTO Mariana Gonzaga Ciprofloxacino Levofloxacino Moxifloxacino Gemifloxacino G(-) e Staphylococcus Streptococcus Enterococcus Atípicas (Mycoplasma, Chlamydia, Mycobacterium) Anaeróbias QUINOLONAS - PERFIL TERAPÊUTICO Mariana Gonzaga RESISTENTE! RESISTENTE! RESISTENTE! Geração Exemplares Características 1ª Ácido nalidíxicoO • Ação limitada a G(-) enterobactérias; cobre sobretudo E. coli; • Indução rápida de resistência durante tratamento: em desuso. 2ª NorfloxacinoO LomefloxacinoO OfloxacinoO,IV,Oft CiprofloxacinoO,IV,Oft PefloxacinoO,IV • Ação contra G(-); em menor extensão, contra G(+); • Principais G(-): E. coli, Kleibsiella, Proteus, Haemophillus, Moraxella, Enterobacter, Serratia, Shigella • Ação moderada contra Pseudomonas (ciprofloxacino + ativo); • Cobre Staphylococcus (exceto cepa MRSA); • Não cobre bem: Streptococcus pneumoniae ou Enterococcus • Uso: ITU baixo/alto, preferencialmente complicada, DST, prostatite, infeções de pele e tecidos moles 3ª LevofloxacinoO,IV,Oft GatifloxacinoOft MoxifloxacinoO,IV,Oft (respirarórias) • Cobertura = 2ª geração + Streptococcus, Enterococcus, Mycoplasma, Chlamydia, Legionella, Brucella e Mycobacterium • Boa ação contra Pseudomonas aeruginosa • Moxifloxacino – melhor atividade contra G(+); • Uso: PAC 4ª Besifloxacino Oft GemifloxacinoO • Cobertura = 3ª geração + anaeróbias; • Uso: = infecção intrabdominal, pneumonia hospitalar e inflamação pélvica LEGENDA: G(-): gram-negativa; G(+): gram-positiva; MRSA – Staphylococcus aureus resistente à meticilina; ITU: infecção do trato urinário; DST: doença sexualmente transmissível; PAC: pneumonia adquirida na comunidade; O: oral, IV: intravenoso; Oft: colírio 22/04/2018 16 DELAFLOXACINO • G(+): Staphylococcus aureus (incluindo MRSA), Streptococcus spp., Enterococcus faecalis. • G(-): Escherichia coli, Enterobacter cloacae, Klebsiella pneumoniae, and Pseudomonas aeruginosa. QUINOLONAS - PERFIL TERAPÊUTICO Mariana Gonzaga Mariana Gonzaga porinas DNA dobrado e superenrolado em espirais Gram (-) Gram (+) Topoisomerase IVDNA-girase ou Topoisomerase II DNA (FUCHS; WANNMACHER, 2010 ; TAVARES, 2009; BRUNTON et al., 2012) Membrana externa Membrana citoplasmática QUINOLONAS – MECANISMO DE AÇÃO • Inibição irreversível da DNA- girase ou topoisomerase II (torna o DNA compacto e ativo) • DNA - ocupa grande espaço • Extremidades do DNA determinam síntese descontrolada de RNA mensageiro e proteínas • Principal mecanismo contra bactérias gram-negativas. (+) (-) (-) (-) (-) QUINOLONAS – MECANISMO DE AÇÃO 22/04/2018 17 • Inibição da topoisomerase IV (separa “moléculas-filhas” de DNA encadeadas – replicação) • Bactéria perde habilidade de replicação • Principal mecanismo contra bactérias gram-positivas Quinolonas - QUINOLONAS – MECANISMO DE AÇÃO • Resistência principalmente em Pseudomonas, Enterobacteriacea e Staphylococcus sp.; • 20-30% das E. coli nos EUA resistentes • Resistência crescente em: Salmonella, Neisseria gonorrhoeae e Streptococcus pneumoniae. Mariana Gonzaga Enterobacter, Escherichia, Kleibsiella, Proteus, Salmonella, Serratia, Shigella QUINOLONAS - RESISTÊNCIA • Indução de resistência em ambiente hospitalar: – Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA); – Pseudomonasprodutoras de carbapenemase; – Acinetobacter baumanii multi-resistentes; – Enterobacteriacea multi-resistentes. Substituição preferencial por PENICILINA + INIBIDOR DE β-LACTAMASE ou aminoglicosídeos para cobrir G(-) e Pseudomonas. (ampicilina+sulbactam; piperacilina+tazobactam) (IDSA, 2011; AMECI, 2013; BRASIL, 2012)Mariana Gonzaga QUINOLONAS - RESISTÊNCIA QUINOLONAS - EFEITOS ADVERSOS Mariana Gonzaga Última atualização: 08/03/2018 22/04/2018 18 Mariana Gonzaga QUINOLONAS - EFEITOS ADVERSOS • Efeitos Adversos GRAVES: – Tendinite ou ruptura do tendão do calcâneo, dor/fraqueza muscular, dor/inchaço articular (efeito tóxico sobre fibras de colágeno – idosos/doença renal/corticoesteróides) – Neuropatia periférica - pode ser irreversível (cuidado: miastenia gravis) – Efeitos no SNC: confusão mental, psicose, ansiedade, insônia, depressão, halucinações, pensamentos suicidas (sobretudo idosos) – Prolongamento do intervalo QT (Torsade de Pointes) QUINOLONAS - EFEITOS ADVERSOS Mariana Gonzaga QUINOLONAS - EFEITOS ADVERSOS • Outros efeitos adversos: – Alergias e reações cutâneas: rash cutâneo (mais comum), fototoxicidade, urticária, angioedema, vasculite; – Alterações na glicemia – Diarreia por Clostridium difficile QUINOLONAS - EFEITOS ADVERSOS Mariana Gonzaga 22/04/2018 19 Mariana GonzagaFUCHS, WANNMACHER, 2017; TAVARES, 2009 73 QUINOLONAS - EFEITOS ADVERSOS • Redução da absorção por interação com cátions bi e trivalentes na dieta, nutrição enteral ou antiácidos (interação mais reduzida na 3ª geração) ( TATRO, 2011; CLARK et al., 2013; BRUNTON et al., 2012; FUCHS; WANNMACHER, 2010) QUINOLONAS - INTERAÇÕES Mariana Gonzaga • Inibição enzimática hepática Mariana Gonzaga QUINOLONAS - INTERAÇÕES • Prolongamento de QT (Torsade de Pointes) • Aumento do efeito anticoagulante da varfarina 1ª 2ª 3ª 4ªGeração Espectro Atividade G(+) Atividade G(-) Desvantagem Aumento da CIM Redução da CIM Mariana Gonzaga CEFALOSPORINA - PERFIL 22/04/2018 20 1ª Geração Cefalotina Cefazolina Cefalexina (VO) Cefadroxila (VO) G(+) G(-) Moderada: E. coli, Proteus Kleibsiella pneumoniae Inativa: H. Influenzae Pseudomonas Muito ativa Cocos Inativa: MRSA Pneumococo resistente à penicilina Enterococcus 2ª Geração Cefoxitina Cefuroxima (VO) Cefaclor 3ª Geração Cefotaxima Ceftriaxona Ceftazidima 4ª Geração Cefepima Principal indicação Subst. penicilina Profilaxia Menos ativa que 1ª ger. Cocos Boa: E. coli, Proteus Kleibsiella H. Influenzae Moraxella Neisseria Inativa: Pseudomonas Pouco uso Induz resistência Melhor atividade: Estreptococo Moderada: S. Aureus (exceto ceftazidima) Ceftazidima: P. Aeruginosa Ativa: Enterobact. Neisseria Indução β-lactamases Meningite, gonorreia, Pseudomonas Boa: S. Aureus Boa: P. Aeruginosa + resistentes às β-lactamases Uso restrito amplo espectro Paciente com pielonefrite aguda complicada Hospitalizado nos últimos 6 meses? Possui cateter urinário? Institucionalizado? 7 dias de ampicilina PIELONEFRITE AGUDA COMPLICADA 3 dias de terapia combinada: Gentamicina + Ampicilina NÃOSIM* 7 dias de ATB amplo espectro 3 dias de terapia combinada: Gentamicina ou Tobramicina** + ATB amplo espectro*** *Risco elevado de Pseudomonas ou Enterecoccus **Tobramicina + ativa se for Pseudomonas **ATB = ceftazidima; piperacilina, aztreonam, meropenem Mariana Gonzaga Aminoglicosídeos em outra aula... • Uso de analgésicos urinários (ex.: fenazopiridina) não recomendado: mascara sintomas de terapia inefetiva • Resposta rápida ao tratamento com antimicrobiano • 200 mg 3x ao dia - VO TRATAMENTO Mariana Gonzaga Profilaxia 80 Mariana Gonzaga 22/04/2018 21 Mariana Gonzaga Higienização 81 PROFILAXIA • Controle da constipação • Ingesta adequada de água + evitar atraso na micção • Urinar antes e após ato sexual Mariana GonzagaGUPTA et al. Guideline IDESA/ESMID. 2011 82 Mariana Gonzaga Cranberry • Aumenta atividade antibacteriana da urina: ↓ adesão bacteriana • Interação: varfarina (↑sangramento), ranitidinae omeprazol (↓efe vidade) • Sem eficácia: idosos, comorbidades importantes, crianças, tratamento • Uso com cautela na nefrolitíase PROFILAXIA •Cápsula (100-500 mg) • Suco sem açúcar: 300 a 750 mL/dia Mariana Gonzaga 22/04/2018 22 Lactobacilus • Revisão Sistemática: “Uso de probióticos para a prevenção de infecções do trato urinário em adultos e crianças” • Não superior a Placebo 2015 Dec 23;(12):CD008772. PROFILAXIA Mariana Gonzaga • Profilaxia pós-coito (dose única): – Se recorrência ≥ 3 episódios ao ano – Associação ao ato sexual – Nitrofurantoína 50 mg – Sulfametoxazol-trimetoprima 40+200 mg – Cefalexina 500 mg – 6 a 12 meses (retornar se necessário) PROFILAXIA Mariana GonzagaGUPTA et al. Guideline IDESA/ESMID. 2011 • Profilaxia com antimicrobianos: – Se recorrência não associada ao ato sexual; se profilaxia pós-coito falha; se risco de recorrência complicada – 6 a 12 meses (retornar se necessário) – Sulfametoxazol-trimetoprima 40+200 mg – Nitrofurantoína 50 mg – Norfloxacino 200 mg PROFILAXIA Ao deitar, 3x/semana Mariana GonzagaGUPTA et al. Guideline IDESA/ESMID. 2011
Compartilhar