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Rabdomiólise equina

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Rabdomiólise Equina 
 
Sinônimos: ​miopatia paralítica; azotúria (RIET-CORREA, 2001); “doença da segunda- feira” (REED;  
BAYLY; SELLON, 2004). 
 
O que é?: ​É uma miopatia do exercício, acomete principalmente equinos alimentados com rações      
concentradas ricas em CHO, submetidos ao exercício após período de descanso e inatividade 
(RIET-CORREA, 2001; THOMASSIAN, 2005 ). Também pode ser observada em animais que se 
alimentam apenas com pastagem, porém, são submetidos a excesso de exercícios após longos 
períodos de descanso (RIET-CORREA, 2004). 
Geralmente os cavalos têm rabdomiólise por esforço por dois motivos: ele tem uma miopatia 
subjacente (rabdomiólise crônica por esforço) ou passou por exercícios físicos excessivos 
(rabdomiólise por esforço esporádica). Nos casos de rabdomiólise crônica por esforço, o animal 
passou por episódios repetidos de rabdomiólise após sessões curtas de exercício. Os animais que 
passaram por excesso de exercício, podem passar apenas por um episódio de rabdomiólise, pois a 
crise é causada por fatores ambientais e físicos, em oposição a uma condição patológica muscular. 
(REED; BAYLY; SELLON, 2004). 
 
Sinais Clínicos: Os sinais podem iniciar pouco tempo após o exercício, ocorre disfunção muscular    
com dificuldade para locomoção, principalmente dos posteriores, relutância para se locomover, 
tremores musculares, sudorese excessiva, dor e incoordenação motora. Em casos mais graves 
podem permanecer em decúbito e apresentar mioglobinúria, dependendo do grau de severidade 
das lesões musculares e da mioglobina eliminada pelos rins. Acomete músculos da região glútea, 
femoral e lombar (músculos: glúteos, quadríceps e ílio-psoas), que se apresentam com consistência 
aumentada e dor à palpação, estão tensos, firmes, contraídos. A frequência cardíaca e respiratória 
podem estar aumentadas, e a temperatura pode chegar à 40,5°C (RIET-CORREA, 2001; 
THOMASSIAN, 2005). A recuperação pode levar poucas horas até 2-4 dias (RIET-CORREA, 2001). 
 
Fisiopatologia: ​As lesões são causadas pelo ácido láctico produzido durante o metabolismo de  
glicogênio durante o exercício. Ele se acumula nos músculos e destrói as células, liberando 
mioglobina, que é filtrada pelos rins, caracterizando a coloração da urina. O acúmulo do ácido láctico 
no sangue leva a um desequilíbrio ácido-base, resultando em acidose metabólica, que leva ao 
aumento da frequência cardíaca e respiratória e congestão das conjuntivas. Ocorre lesão dos túbulos 
renais durante a filtração da mioglobina, causando nefrose e o animal pode morrer por insuficiência 
renal. (THOMASSIAN, 2005). 
 
Achados laboratoriais: CK, LDH, AST indicam lesão muscular e geralmente estão acima dos valores  
séricos normais para animais submetidos a exercícios forçados e de alta intensidade (THOMASSIAN, 
2005). 
 
Necrópsia: principalmente os músculos mais acometidos se apresentam escuros, edemaciados, 
podendo ser observadas áreas de cor mais clara, amarelas ou hemorrágicas. Os rins podem estar 
edemaciados e de cor escura (RIET-CORREA, 2001). 
 
Histologia: Nos músculos: necrose segmentar; Nos rins: nefrose com presença de mioglobina 
(RIET-CORREA, 2001). 
 
Diagnóstico: ​histórico + sinais clínicos + determinação dos níveis séricos de CPK (ou CK)  
(RIET-CORREA, 2001) 
 
Diagnósticos diferenciais: outras doenças que causam necrose segmentar dos músculos esqueléticos,  
como intoxicações por antibióticos ionóforos e ​Senna occidentalis​, tétano, laminite (apesar dela 
poder ser secundária ao quadro de rabdomiólise, piorando prognóstico), trombose das artérias 
ilíacas, sequela de castração, problema de coluna, cólica, antrax, cistite, linfadenite iguinal/ poplítea, 
intoxicação por monensina, nefrite, pleurite, doença do músculo branco, doença da medula 
espinhal, claudicação do membro proximal. (RIET-CORREA, 2001; REED; BAYLY; SELLON, 2004; 
THOMASSIAN, 2005). 
 
Tratamento: A terapia deve ser instituída rapidamente (thomassian, 2005), o tratamento é 
sintomático, com antiinflamatórios, anti-histamínicos, reestabelecimento do equilÍbrio 
hidroeletrolítico e ácido-base, além da privação de exercícios (RIET-CORREA, 2001). Deve ser feito 
sedativo para tranquilizar o animal e reduzir dores musculares, vitamina B1, E e selênio (essenciais 
para o funcionamento do músculo (REED; BAYLY; SELLON, 2004)), corticosteróide, bicarbonato de 
sódio e, ocasionalmente, diurético osmótico. Flunitrazepam tem sido usado para tranquilização e 
relaxamento muscular. Os rins devem ser monitorados e deve-se prestar atenção às características 
da urina. A fluidoterapia deve ser feita para manutenção com Ringer Lactato, auxiliando na diurese. 
Em caso de cianose, deve ser feita oxigenoterapia de emergência. o bicarbonato (5-10%) deve ser 
feito na dose de 0,5ml/ Kg, IV, lento, observando ritmo e profundidade da respiração. O retorno ao 
exercício deve ser gradual e pode ser feita natação (THOMASSIAN, 2001). 
 
Prevenção: Reduzir a quantidade de ração pela metade nos períodos de repouso, fornecer verde e 
realizar execícios leves para manter o tônus muscular e a forma física (THOMASSIAN, 2005). 
 
 
REFERÊNCIAS:  
 
THOMASSIAN, A. ​Enfermidades dos Cavalos​. 4. ed. Livraria Varela: São Paulo, 2005. 
 
REED, S. M.; BAYLY, W. M.; SELLON, D. C. ​Equine Internal Medicine​. Saunders: St. Louis, 2004. 
 
RIET- CORREA, F. Rabdomiólise dos Equinos. In: RIET- CORREA, F.; SCHILD, A. L.; MENDEZ, M. D. C.; 
LEMOS, R. A. A. ​Doenças dos Ruminantes e Equinos​. 2. ed. Livraria Varela: São Paulo, 2001.

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