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FICHAMENTO - RUDÉ, G A multidão na História

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RUDÉ, G. A multidão na História
CAP. 5: O LUDISMO 
1. Anos da regência (1811 – 1820) – período mais turbulento da história recente da ING
2. 1812 – primeiro ministro Spencer Perceval assassinado na câmara dos comuns; motins de fome (recrudescimento da taxationpopulaire)
3. 1815 – londrinos se amotinam contra a Lei dos Cereais
4. Um período de rebeliões e levantes dos pobres
5. Motins luditas – “sensacionais” por terem sido tão destrutivos e terem mobilizado uma força militar tão grande (mais 12.000 soldados)
6. Acredita-se que a palavra “ludita” venha de Ned Ludlam, um tecelão que perdeu a calma e quebrou aparatos da fábrica com um martelo
7. Houve várias atividades luditas: motins de fome, conspirações, e, principalmente, a quebra de máquinas (para forçar o empregador a dar concessões, ou como um ato de violência contra a máquina em si)
8. Ondas do ludismo:
a. Onda principal, 1811-1812: iniciada na indústria de renda e malha (nottingham, Leicester, Derby) e se espalha para os colhedores e tecelões de algodão (Yorkshire, Cheshire, Lancashire)
b. Ondas menores: inverno de 1812-1813, 1814, 1816
9. A primeira onda foi motivada pelo estado alarmante da indústria e das más colheitas colheita durante 1809-1812; em grande parte pelas guerras napoleônicas 
10. As dificuldades eram bem maiores para as áreas que produziam para a exportação [acredito que porque a exploração do trabalhador era maior e as indústrias sofreram mais com as guerras nap]
11. Nesses locais, um comerciante arrendava teares, que eram alugados por mestres tecelões, que empregavam tecelões avulsos nas oficinas; produziam principalmente “meias cortadas”
12. Primeira manifestação – fev/1811 em Arnold – tecelões invadiram fábricas de meias e desmontaram seus teares, o que chamou a atenção de distritos vizinhos
13. Em abril houve outro motim em Arnold, mas os militares em breve suspenderam o movimento
14. Em novembro houve uma nova manifestação em locais mais esparsos com centro na aldeia de Bulwell (próxima a Nottingham), onde o líder do Ned Ludd falou pela primeira vez
15. Os luditas eram um grupo organizado, com uma lista de alvos, e contavam com o apoio da população local, inclusive dos mestres tecelões
16. Apesar da forte repressão por parte do governo (mais de 2000 militares, nesse momento), o movimento seguiu quebrando 200 teares por mês até fev/1812 nos arredores de Nottingham
17. Com as conquistas (que duraram pouco) de melhores salários e o fim da produção das “meias cortadas” e a repressão, o movimento esfria e basicamente more naquela região na primavera de 1812
18. Ambos os lados do movimento levaram suas reivindicações para o parlamento, por meio de petições – Lei que tornava a destruição de teares um crime capital em fev/1812
19. Segundo foco do ludismo – Nesse esse ínterim, entretanto, o movimento migra para Lancashire e Cheshire (onde estavam Liverpool e Manchester, as duas maiores cidades depois de Londres). Lá começava a se mecanizar a indústria de algodão com o tear a vapor
20. Com a crise das colheitas, os homens dessa região estavam com menos empregos e passando fome – motins de fome e destruição de máquinas
21. Em fins de 1811, industriais que usavam as máquinas a vapor recebiam ameaças. Em març/1812 houve o primeiro ataque em Stockport na fábrica de sr. Redcliffe, tido como o inventor do tear a vapor
22. Em Manchester, revoltosos invadiram e interromperam uma reunião de comerciantes para aprovar uma petição do regente.
23. As ações continuaram por algumas cidades dessa região, apesar de não serem propriamente luditas, por não quebrarem máquinas
24. Novamente em Stockport, em abr/1812, um grupo saiu quebrando janelas e ameaçando donos de teares a vapor fazendo saudações ao “general ludd”
25. Ataques desse gênero (propriamente luditas) se seguiram em Oldham, Middleton, Holmwood e Bolton
26. Habitantes notáveis de Liverpool, Manchester e Stockport montavam associações voluntárias para se protegerem
27. Com a ação militar pesada mobilizada pelo general Maitland com ligações com guardas e espias , mais de 100 prisioneiros foram feitos e o movimento nessas regiões estava praticamente acabado
28. Terceiro foco do ludismo – região de Yorkshire, vale do Spen: centro de tosquia, produção de lã
29. Nessa região o mestre tosquiador empregava jovens jornaleiros e aprendizes para trabalhar para o fabricante de lã, que era mais rico
30. O mestre e os aprendizes estavam mais ou menos na mesma classe
31. No inverno de 1812, também pelos efeitos das más colheitas nos trabalhadores, as primeiras fábricas de lá foram destruídas
32. Em fevereiro o movimento tomou mais força, quando grupos armados e com os rostos pintados de preto, invadiam casas de mestres tosquiadores e quebravam as tosqueadoras mecânicas
33. Ainda nesses casos, a inspiração em Ned Ludd era visível
34. Os ludistas de Yorkshire tinham uma merecida reputação de serem mais violentos que os demais
35. O assassinato do comerciante John Horsfallem fins de abril serviu para tirar a maior parte do apoio do movimento entre a população e aterrorizar comerciantes, fazendo-os cessar com o uso das máquinas
36. A partir de então os movimentos luditas cessaram (também por ações militares. 100 luditas foram presos em Yorkshire)
37. A partir de então, o grosso das ações luditas teria terminado, apesar de algumas eventuais movimentações não muito significantes em 1813, 1814 e 1816
38. Uma diferença entre a primeira e asdemais ondas é que o objetivo da primeira era usar a quebra das máquinas como forma de conseguir melhorias salariais, enquanto para asoutras duas o objetivo era a própria destruição das máquinas, que eram odiadas
39. Havia uma certa crença de que os luditas pretendiam derrubar o governo à força (era uma época de revoluções), que circulava mais entre as comadas populares, mas também nas camadas dirigentes – errado
40. Houve pretensões políticas eventuais, mas eram mais coisas de infiltrados do que orientações formais do movimento
41. O sucesso dos luditas foi temporário, embora bastante amplo (em Nottingham os fabricantes pararam de fazer meias cortadas e aumentaram os salários; em Yorkshire, os mestres da lã deixaram de usar as máquinas de tosquear; só nos condados do norte, onde as fábricas que usavam maquinas a vapor eram poucas e grandes, não houve ganhos). Assim que os líderes foram presos e enforcados, os comerciantes se sentiram confortáveis para revogarem as concessões
42. A organização muito desenvolvida dos luditas e a simpatia popular por eles foram duas grandes justificativas do sucesso do movimento
43. Esse movimento estava acabado já em 1817. Tinha espaço no mundo pré-industrial e não num mundo industrial posterior
CAP. 12: O CARTISMO
44. Foi uma transição inglesa das formas mais antigas de movimento social para as mais novas, primeiro movimento independente da classe trabalhadora britânica
45. Foi o assunto mais pungente nos 10 primeiros anos do reinado de Vitória (1837-1901)
46. Não foi um movimento socialista, se inspirava nos movimentos parlamentares radicais do passado
47. Grande parte do entusiasmo dos artesãoscom o projeto veio da decepção com os liberais que não lhes deram direito de voto na Reforma de 1832
48. Willliam Lovett e a Associação dos Trabalhadores de Londres formulam em 1838 os Seis Pontos da Carta do Povo (sufrágio universal masculino, pagamento aos deputados, voto secreto, parlamentos anuais, etc.)
49. Foi um resultado da nova Inglaterra industrial
50. Tinham a carta como fim para se livrarem da fome, do desemprego, dos baixos salários, as longas jornadas de trabalho e reparar males sociais com a Lei dos Pobres
51. Havia inclusos no movimento lados divergentes: trabalhadores das antigas indústrias domésticas, tecelões, de Yorkshire; e os trabalhadores fabris das novas indústrias, os trabalhadores do algodão e mineradores 
52. Haviam líderes de todos os tipos: radicais à moda antiga, defensores do sindicalismo, jacobinos, socialistas e Fergus O’Connor, que não tinha alinhamento específico e era apoiado por todos
53. Foi um movimento nacional,mas tendia a recorrer a formas locais de ação
54. O único denominador comum entre os participantes era o apoio à Carta do Povo
55. O núcleo da campanha era conseguir assinaturas para petições ao parlamento
56. A primeira foi lançada em Birmingham em 1838 e teve 1.280.000 assinaturas – foi rejeitada por “ameaçar a propriedade”. A mesma coisa aconteceu em 1842 (com 3.317.702 assinaturas) e 1848 (6.000.000 assinaturas) 
57. Lançaram a Associação Nacional da Carta, que juntava 48.000 membros em 1842
58. Durante a terceira tentativa, em 48, foi feita uma grande manifestação em Londres, que foi reprimida por 170.000 policiais e marcou o fim do Cartismo como um movimento político nacional
59. Essas tentativas institucionais foram acompanhadas de greves, motins e manifestações pelos defensores do cartismo
60. Três momentos de depressão econômica que marcaram essas manifestações: primavera de 1837 a janeiro de 1840, jul a set de 1842 e fev a ago de 1848
61. O primeiro movimento em 1837antecedeu a publicação da carta. Era uma mobilização contra a Lei dos Pobres de 1834
62. 30.000 mineiros fizeram greve em apoio à carta logo antes de ela ser apresentada ao parlamento e vários outros eventos após ela ser recusada
63. Devido à divisão dos lideres e a falta de interesse, o movimento fracassou
64. Depois em nov de 1839 e no inverno de 39-40, ocorreram dois movimentos igualmente fracassados 
65. Segunda fase: se inicia no verão de 1842, também independentedos líderes cartistas nacionais: os Motins Plug-Plot (eles tiravam os tampões das caldeiras, atrapalhando o funcionamento das máquinas). Difundiu-se em várias áreas industriais
66. Quando uma conferência cartista dá seu aval ao movimento, uns dias depois dele começar, ele já estava esfriando, terminando pouco depois com prisões e degredos em massa
67. A última fase: menos generalizada e menos significativa, em 1848, foram explosões sociais locais
68. O movimento social de 1842 foi o mais significativo 
69. “Anos Quarenta da Fome”: numa população de 16 milhões, 1,4 milhão dependia de assistência aos pobres; série de más colheitas; aumentos significativos no preço do pão
70. A Associação Nacional da Carta foi uma precursora de um partido trabalhista

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