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Artigo TCC Pós Lilia Patricia Dias v2

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17
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
LILIAN PATRICIA DIAS MOURA DE ASSIS
E-MAIL: lilianpatriciadias@hotmail.com
COESÃO E COERÊNCIA NA PRODUÇÃO TEXTUAL: ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA
ESTADUAL PROFº CLETO DE MORAES COSTA
TACURU-MS
Tacuru-MS
2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
LILIAN PATRICIA DIAS MOURA DE ASSIS
COESÃO E COERÊNCIA NA PRODUÇÃO TEXTUAL: ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL PROFº CLETO DE MORAES COSTA
 TACURU-MS
Artigo final elaborado na disciplina de trabalho de conclusão de curso – TCC do curso de Pós Graduação, habilitação em Metodologia do Ensino Superior do Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN, sob a orientação da Profa MSc. Rosilene Moreira.
Tacuru-MS
2016
	 TAL, Fulano. 
Importância Do Preparo Do Enfermeiro Para Prática Docente. Débora Fernanda Haberland. Dourados: UNIGRAN, 2010. 
__ p.
Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu, Especialização em Metodologia do Ensino Superior, apresentado à Coordenação de Pós-Graduação – UNIGRAN.
Orientadora: Profa. M.Sc. xxxxxxxxxxxxxx 
 Profa. Dra. xxxxxxxxxxxxxxxx. 
Obs essa fixa catalográfica fica no verso da folha anterior
Você pode solicitar a ficha preenchida na biblioteca pelo e-mail: fcatalografica@unigran.br
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
LILIAN PATRICIA DIAS MOURA DE ASSIS
COESÃO E COERÊNCIA NA PRODUÇÃO TEXTUAL: ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL PROFº CLETO DE MORAES COSTA
 TACURU-MS
Aprovado em: ____/____/16
Orientador (a): Prof.(a). ______________________________
 __________________________________ ______________________________ Denis D’Amato De Déa Rosilene Moreira de Souza Coordenador de Pós-Graduação Diretora de Pós-Graduação
 
TACURU – MS 
2016
COESÃO E COERÊNCIA NA PRODUÇÃO TEXTUAL: ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL PROFº CLETO DE MORAES COSTA - TACURU-MS.
Lilian Patricia Dias Moura de Assis	Comment by Rosilene: Nome do aluno e nome da orientadora. Veja o modelo.
Pós Graduanda do Curso de
 Metodologia do Ensino Superior
 UNIGRANET – RGM: 703.5795
Resumo:
Este tema Coesão e Coerência na Produção Textual Escrita busca contribuir para que alunos saiam do Ensino Médio apto a elaborar uma produção textual escrita de forma coesa e coerente.	Comment by Rosilene: Espaço simples.
Nas salas de aula do 3º ano do Ensino Médio, na disciplina de Língua Portuguesa com autorização e presença das Professoras regentes assisti aulas específicas de produção de texto, onde após as professoras corrigirem e avaliarem os textos me forneceram uma cópia destes textos para uma comparação e análise de coesão, coerência e gramática. Esta pesquisa foi elaborada de forma coerente, nos permitindo entender melhor o processo do trabalho pedagógico, método e teoria que os embasam.
Com a pesquisa foi possível verificar que realmente os alunos em sua maioria estão concluindo o Ensino Médio e deixando a escola sem conseguir produzir um texto coeso e coerente com ideias organizadas e opiniões relevantes.
Os participantes da pesquisa acreditam que a produção textual deveria compor outra disciplina para que assim pudessem ensinar e cobrar mais dos alunos através de uma carga horária maior.
Assim como a aula de Literatura foi desmembrada da aula de Língua Portuguesa, deveria ser revista à grade curricular na tentativa de adicionar á grade a disciplina de Produção e Interpretação de Texto e a disciplina de Gramática Normativa. Constatamos que além de salas superlotadas, a matriz curricular da disciplina é muito extensa e mesmo com toda dinâmica pedagógica dos professores fica muito difícil aplicar todo conteúdo recomendado e ainda transmitir aulas específicas de produção textual escrita, ou seja, com essa carga horária apertada é necessário que os alunos tenham interesse e iniciativa de estudarem em casa, que sabemos é uma minoria que tem esse interesse.
A coesão e a coerência em um texto ou em uma redação é a base para uma boa interpretação e para transmissão de sentido do texto, a escrita é uma habilidade muito importante na vida de qualquer pessoa, portanto, deve-se repensar o que significa propriamente a disciplina de Língua Portuguesa, seus referenciais e matrizes curriculares, dando uma ênfase maior a produção textual ou até mesmo uma mobilização dos profissionais docentes na proposta de criação de uma disciplina própria e independente de Produção Textual Escrita assim como a disciplina de Literatura que não é aplicada dentro da disciplina de Língua Portuguesa e sim em hora/aula separada.
	Palavras-Chave:
 Textos, coesão, coerência, escola, alunos.	Comment by Rosilene: Escolha 03 palavras – chaves.	Comment by Rosilene: 
	 Abstract	Comment by Rosilene: Falta
	 Key-words
Introdução
O tema Coesão e Coerência na Produção Textual Escrita pretende identificar e esclarecer as principais dificuldades dos alunos do Ensino Médio ao sair da escola e encarar os desafios na produção textual escrita de exames que definem seus futuros profissionais como ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e vestibulares em geral.
Todo texto deve ter coesão que é um fator de textualidade responsável pela conexão entre as partes e as ideias do texto, determinado em um texto pelos elementos responsáveis pela articulação entre as passagens do texto, ou seja, ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente de outro. É um fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos e coerência que é o modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir na mente dos interlocutores uma configuração veiculadora de sentidos, é resultado de uma construção feita pelos interlocutores numa situação de interação dada pela atuação conjunta de fatores de ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional (CF. KOCH & TRAVAGLIA, 1989 e 1990).	Comment by Rosilene: Citação. Recuo de 4 cm	Comment by Rosilene: (AUTOR, ANO,p.)
A elaboração de redações cada vez mais infundadas e sem sentido tem sido um desafio para os professores responsáveis pela correção de provas como as do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), por exemplo, como a redação é o elemento de maior nota em qualquer exame é necessária uma pesquisa que colabore para que alunos do Ensino Médio terminem o segundo grau apto a realizar uma produção escrita de forma coesa e coerente, embasada e fundamentada nas regras gramaticais e sendo assim, terão maior êxito na vida profissional e pessoal, pois, saber escrever é algo fundamental em nossas vidas.
Os fatores de coesão são aqueles que dão conta da sequenciação superficial do texto, isto é, os mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos linguísticos do texto, relações de sentido. (MARCUSCHI, 1983)	Comment by Rosilene: AUTOR, ANO p.
A coerência, portanto, longe de constituir mera qualidade ou propriedade ao texto, é resultado de uma construção feita por interlocutores, numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma série de fatores e ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional. (cf. KOCH & TRAVAGLIA, 1989 E 1990)	Comment by Rosilene: (AUTOR, ANO, p.)
Existe a necessidade de se entender o porquê desta situação problema através de fundamentação teórica para encontrarmos juntamente com a instituição e colaboradores uma possível solução total ou parcial para o referido problema.
Primeiramente precisamos entender após conversa com os professores deLíngua Portuguesa da instituição, qual o método pedagógico está sendo usado com os alunos do Ensino Médio quando o assunto é ensino/aprendizagem do desenvolvimento da produção textual? Somente a partir daí poderemos dar continuidade ao Projeto de Pesquisa sobre coesão e coerência na produção textual escrita.
Um escritor competente é alguém que sabe reconhecer diferentes tipos de textos e escolher o apropriado a seus objetivos num determinado momento [...] um escritor competente é, também, capaz de olhar para o próprio texto como um objeto e verificar se está confuso, ambíguo, redundante, obscuro ou incompleto. Ou seja: é capaz de revisá-lo até considerá-lo satisfatório para o momento. É, ainda, um leitor competente, capaz de recorrer, com sucesso, a outros textos quando precisa utilizar fontes escritas para a sua própria mudança. (PCNs, 1990, p. 51-52)
[...] texto, em sentido lato, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano, (quer se trate de um poema, quer de uma música, uma pintura, um filme etc.), isto é, qualquer tipo de comunicação realizado através de um sistema de signos. Em se tratando da linguagem verbal, temos o discurso, atividade comunicativa de um falante, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor e o evento de sua enunciação. O discurso é manifestado, lingüisticamente, por meio de textos (sentido estrito). Neste sentido, o texto consiste em qualquer passagem, falada ou escrita, que forma um todo significativo, independente de sua extensão. Trata-se, pois, de uma unidade dê sentido, de um contínuo comunicativo contextual que se caracteriza por um conjunto de relações responsáveis pela tessitura do texto – os critérios ou padrões de textualidade, dentre os quais merecem destaque especial a coesão e a coerência. (FAVERO E KOCH, 2005, p. 26)
Dentre várias deficiências detectadas em redações de vestibulares, concursos e no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), uma das mais graves é a incapacidade de organização de ideias e a opinião destorcida sobre os temas propostos, temas estes que normalmente são situações atuais que estão em destaque na mídia escrita e falada, ou seja, nossos jovens não estão se dedicando a leitura, uma das práticas fundamentais para se escrever bem e com propriedade de conhecimento. Nessa perspectiva, Vargas (2001) cita Gadotti:
O ato de ler é incompleto sem o ato de escrever. Um não pode existir sem o outro. Ler e escrever não apenas palavras, mas ler e escrever a vida, a história. Numa sociedade de privilegiados, a leitura e a escrita são um privilégio. Ensinar o trabalhador, apenas a escrever o nome ou assiná-lo na carteira profissional, ensiná-lo a ler alguns letreiros na fábrica como perigo, atenção, cuidado, para que ele não provoque algum acidente e ponha em risco o capital do patrão não é suficiente... Não basta ler a realidade. É preciso escrevê-la. (VARGAS, 2001, p. 14). 
		A dificuldade de ordenar ideias na produção de um texto pode comprometer a clareza e a evolução lógica do texto e o resultado muitas vezes, é o comprometimento da compreensão. Sobre a falta de clareza nos textos, Bernardo (2000) explica, pelo viés da psicologia, sobre os motivos que podem levar as pessoas a não conseguirem escrever de forma suficientemente organizada. Nessa perspectiva, explica Bernardo (2000):
[...] escrever tem a ver com mágica. Como fazer do papel um espelho, mas um espelho às nossas ordens. “Espelho, espelho meu existe alguém mais angustiado do que eu?” Ao escrever, me revelo – revelo a mim mesmo que posso organizar as palavrinhas [...], organizar, construir e montar um mundo novo. (BERNARDO, 2000, p. 30).
		
A ausência de prazer no ato de pensar e no de escrever revelam o pouco incentivo que os alunos recebem para tais atividades nas escolas. A esse respeito, Bernardo (2000) nos fala de sua experiência:
[...] Reconheço sim, como origem do meu prazer e da minha necessidade de escrever, primeiro, o próprio prazer descoberto do pensar; segundo, o direito de escolher as minhas leituras, as minhas influências e os meus modelos, (direito conquistado fora das escolas, na angústia do menino defronte as estantes das livrarias); terceiro, o desejo. Desejo de modificar o mundo à imagem e semelhança das minhas melhores palavras. (BERNARDO, 2000, p. 19). 
A escrita de qualidade resulta do conhecimento de técnicas específicas, estudo, pesquisa, habilidade para identificar a variedade linguística adequada, de modo que esteja em sintonia com a finalidade a que o texto se propõe, não se admitindo, portanto, que se atribua à intuição ou ao dom o mérito de uma boa produção. Não queremos condenar o ensino da gramática na escola, apenas chamar a atenção para o fato de que, quando se trata de língua materna, os falantes já dominam grande parte da gramática, na prática, diferenciando saber português e saber gramática. Segundo Bechara (2000), uma modalidade adquirida, que deve ser ensinada a fim de permitir que o falante utilize as várias modalidades linguísticas, de acordo com suas necessidades.
Isso nos faz entender que a correção textual ultrapassa o limite da correção gramatical, devemos nos preocupar com outros aspectos relevantes no texto como, por exemplo, a adequação do nível de linguagem de acordo com o contexto, a clareza, a coesão, a coerência dentre outros. Cabe ao professor orientar os alunos, de forma clara, sobre essas variações. Bechara (2000) esclarece que o grande problema da correção está no fato de os falantes não se darem conta de que, na realidade, dominam “duas” línguas – a falada e, alguns, a escrita:
No fundo, a grande missão do professor de língua materna [...] é transformar seu aluno num poliglota dentro de sua própria língua, possibilitando-lhe escolher a língua funcional adequada a cada momento de criação [...]. (BECHARA, 2000, p. 14).
É nas redações sem propósitos nem público leitor definidos (só o professor lê e, marca um “ok” ou com sua rubrica, traduzindo a ideia de que nada tem para dizer sobre o que leu - ou não leu?) que muitos professores “vão levando” o ano letivo e reclamando que os alunos não sabem escrever. Escrever é um processo e, como tal se dá em diversas etapas. A primeira delas é o planejamento, sugerido por Antunes (2006, p.55) da seguinte forma: “a) delimitar o tema de seu texto e aquilo que lhe dará unidade; b) eleger os objetivos; c) escolher o gênero; d) delimitar os critérios de ordenação de ideias; e) prever as condições de seus leitores e a forma linguística (mais formal ou menos formal) que seu texto deve assumir.”
A segunda etapa é a escrita propriamente dita e envolve reflexão e escolhas (das estruturas frasais, do vocabulário etc.). A terceira etapa, tão importante quanto às demais, é a da revisão e da reescrita. É esta a fase que, em geral, não permitimos que nossos alunos concretizem – nunca há tempo! – conforme ressalta Antunes (2006):
Como se vê, não basta o cumprimento da etapa de escrever. É preciso que se providencie uma etapa anterior e uma outra posterior à escrita propriamente. Cada uma tem uma função de grande importância para que nossas produções linguísticas resultem adequadas e relevantes.
Possivelmente, a qualidade, por vezes pouco desejável, dos textos escritos por nossos alunos se deva também à falta de oportunidade para que eles planejem e revejam esses textos. A prática das “redações” escolares – normalmente realizada num limite escasso de tempo, frequentemente improvisada e sem objetivos mais amplos que aquele de simplesmente escrever leva os alunos a produzir textos de qualquer maneira, sem um planejamento prévio e, ainda, sem uma diligente revisão em busca da melhor forma de dizer aquilo que se pretende comunicar. Essa busca da “melhor forma” fica sinalizada no texto pelas rasuras, que indicam exatamente a outra opção que pareceu mais adequada que a anterior. O professor, normalmente, tem inibido o uso da rasura, deixando passar a falsa ideia de que palavra certa já se encontra na primeira tentativa.Como lembra Calil (1998: 59): “Para a Escola, a rasura é apenas uma marca que deve ser eliminada”, pois suja o texto que, por isso mesmo, deve ser passado a limpo. Apagam-se, assim, os sinais de que entre a primeira versão do texto passado a limpo houve uma leitura avaliativa e se decidiu por uma outra forma considerada mais adequada”.
A maturidade na atividade de escrever textos adequados e relevantes se faz assim, e é uma conquista inteiramente possível a todos – mas é “uma conquista”, “uma aquisição”, isto é, não acontece gratuitamente, por acaso, sem ensino, sem esforço, sem persistência. Supõe orientação, vontade, determinação, exercício, prática, tentativas (com rasuras, inclusive!), aprendizagem. Exige tempo, afinal. (ANTUNES, 2006, p. 59-60).
Sendo assim, segundo Koch (2001), há três componentes no processo de composição de um texto: o linguístico (gramática e léxico), o enciclopédico (conhecimento de mundo) e o interacional (a linguagem como meio de interação). Ensinar a compreender um texto é, portanto, saber lidar com esses componentes textuais.
Segundo Bentes (2001) o conceito de texto deve levar em conta que:
 A produção textual é uma atividade verbal, isto é, os falantes ao produzirem um texto, estão praticando ações, atos de fala. Sempre que se interage por meio da língua, ocorre a produção de enunciados dotados de certa força, que irão produzir no interlocutor determinado(s) efeito(s), ainda que não seja(m) aquele(s) que o locutor tinha na mira.
 A produção textual é uma atividade verbal consciente, isto é, trata-se de uma atividade intencional, por meio da qual o falante dará a entender seus propósitos, sempre levando em conta as condições em que tal atividade é produzida, nessa concepção, o sujeito falante possui um papel ativo na mobilização de certos tipos de conhecimentos, de elementos lingüísticos, de fatores pragmáticos e interacionais, ao produzir um texto. O sujeito sabe o que faz, como faz e com que propósito faz;
A produção textual é uma atividade interacional, ou seja, os interlocutores estão obrigatoriamente e de diversas maneira, envolvidos nos processos de compreensão de um texto. (BENTES, 2001, p. 254-255).
Constatamos assim a necessidade de uma mudança na postura do professor quanto ao seu aperfeiçoamento, à qualidade dos textos produzidos e a avaliação dessa produção. Avaliar um texto é estar atento ao domínio dos recursos de organização das informações e ideias, a escolha do vocabulário adequado, ao domínio das regras gramaticais da língua, ao emprego dos sinais de pontuação pertinentes e essas habilidades só se adquirem a partir do momento que os textos sejam vistos como gêneros integrados em diferentes práticas sociais. Conforme Fiorin (1997):
O problema central de nossa escola é que tem ela uma concepção inadequada do texto. Ele é visto como uma grande frase ou como uma soma de frases. Ora, não é uma coisa nem outra. A escola vê o texto como uma grande frase ou uma soma de frases, pois ensina a estruturar o período a maior unidade sobre a qual se debruça. E exige que os alunos produzam textos. (FIORIN, 1997, p. 8-9).
Além dos vários elementos citados acima, para se construir um texto, os fatores de coesão e coerência textuais assumem um papel relevante. Koch (2001, p. 35) define coesão textual como “o fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligados, por meio de recursos também linguísticos, formando sequências veiculadoras de sentidos”. Sobre a coerência textual, afirma a autora que é “o modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente dos interlocutores, uma configuração veiculadora de sentidos”. Ou seja, para a autora não há uma fronteira nítida entre problemas de coesão e coerência, normalmente, um problema é resultado do outro.
a produção de um escrito pode proporcionar: prazer de inventar, de construir um texto, prazer de compreender como ele funciona, prazer de buscar palavras, prazer de vencer as dificuldades encontradas (o prazer do ‘Ah! Sim! ...), prazer de encontrar o tipo de escrita e as formulações mais adequadas à situação, prazer de progredir, prazer da tarefa levada até o fim, do texto bem apresentado. (JOLIBERT, 1994, p. 16).
O texto é um produto da atividade discursiva. Em um texto circulam, interagem e se integram informações várias, explícitas ou implícitas evidentes por si mesmas ou dependentes de interpretação. Por isso, um texto é necessariamente fruto de uma construção de sentido em que cooperam quem o anuncia e quem o recebe”. (AZEREDO, 2000).
Após todas as observações apontadas neste contexto, podemos concluir que a leitura e a escrita fazem parte das necessidades básicas do homem moderno. Nos dias atuais não basta identificar sílabas, escrever o próprio nome, saber anotar um endereço ou um número de telefone. É necessário ser um bom leitor e escrever bem.
O bom leitor é aquele que consegue ler nas entrelinhas e relacionar com outros textos lidos, incluindo textos literários, mas não basta ser apenas um bom leitor, é preciso escrever bem, saber produzir um texto dentro de suas regras gramaticais, com organização de ideias coesas e coerentes, registrar pensamentos, fatos, conversas, descobertas, a história de um povo, etc. Através de textos de diversos gêneros que devem ser escritos de forma clara e objetiva.
significa lidar com a complexidade do ato de compreender e a multiplicidade de processos cognitivos que constituem a atividade em que o leitor se engaja para construir o sentido de um texto escrito. (KLEIMAN, 2002, p. 9).
Buscaremos através de teorias e situações observadas no dia a dia da rotina escolar uma mudança para esta realidade dos alunos que terminam o Ensino Médio e deixam a escola com grandes dificuldades e limitações na produção de um texto coeso e coerente com ideias organizadas através das regras gramaticais da Língua Portuguesa, tendo em vista, que essa habilidade é de grande importância na vida e nos exames e provas que decidem o futuro do jovem que acaba de deixar a escola e sonha com um curso superior ou com um concurso público, por exemplo.
Deparamos-nos com um tradicionalismo que se impõe a qualquer tentativa de mudança, onde os professores visam ensinar aos alunos conteúdos gramaticais sistematizados, esquecendo-se que somente no desenvolvimento da produção textual esses conhecimentos são uteis.
 Leia não para contradizer nem para acreditar, mas para ponderar e
considerar. Alguns livros são para serem degustados, outros para 
serem engolidos, e alguns poucos para serem mastigados e digeridos.
A leitura torna o homem completo, as preleções dão a ele prontidão, e
 a escrita torna-o exato. (BACON, Francis, 1597 – O Livro das 	Comment by Rosilene: ( AUTOR, ANO e p)
 Citações, p.19)
 
Apenas o conhecimento dos aspectos gramaticais e discursivos não transforma o aluno em um bom escritor, é preciso trabalhar com os alunos a capacitação na produção textual através dos critérios de clareza, precisão, correção e organização. Nas bancas de vestibulares e exame do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) a redação tem maior peso e pode até mesmo eliminar o candidato que não conseguir expressar suas ideias de maneira organizada através de uma produção textual escrita coesa e coerente.
É comum que os professores em uma aula ou no máximo em duas, peçam aos alunos que escrevam seus textos com temas escolhidos por eles ou pelos próprios alunos, imaginando que neste curto espaço de tempo seja possível passar e ensinar todas as etapas que um processo de produção textual exige e com isso o ato de escrever torna-se para os alunos uma atividade bloqueadora e estressante e não prazerosa e criativa como deveria ser.
a produção de um escrito pode proporcionar: prazer de inventar, de construir um texto, prazer de compreender como ele funciona, prazer de buscar as palavras, prazer de vencer as dificuldade encontradas (o prazer do ‘ Ah!Sim! ...), prazer de encontrar o tipo de escrita e as formulações mais adequadas à situação, prazer de progredir, prazer da tarefa levada até o fim, do texto bem apresentado. (JOLIBERT, 1994, p.16)
O aluno precisa saber que além do prazer a escrita tem outras funções muito importantes para sua vida, pois a dinâmica pedagógica apenas leva o aluno a valorizar o texto escrito para o professor. Precisa compreender que o domínio da escrita lhe proporciona “poder” como um fator decisivo, contribuindo para que seja ouvido, respeitado, compreendido, ou seja, a escrita é uma das formas pelas quais se manifesta sua visão de mundo. Portanto, buscamos com esse trabalho contribuir para que alunos saiam do Ensino Médio apto a elaborar uma produção textual escrita de forma coesa e coerente.
 Material e Métodos
Tomei como referência para elaboração pesquisa, a pesquisa bibliográfica, baseando-se em materiais já elaborados sobre o assunto, tais como, livros que contenham as informações necessárias para responder questionamentos e inquietações sobre o assunto abordado.
Num segundo momento optei pelo tipo de pesquisa exploratória, uma vez que, este tipo de pesquisa como destaca Gil (1996, p.45) “tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”.
Utilizei a conversa informal, ou seja, sem entrevista com questões prontas, a fim de ouvir e entender a opinião e a justificativa do problema com dois professores que regem as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Estadual Cleto de Morais Costa, localizada na Rua José Carlos de Castro Alexandria, 1242 – Tacuru-MS, são eles: Professora Lucimeire Antonieta Correia, 41 anos, Graduada no Curso de Letras/Espanhol pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) de Amambai-MS e pela Professora Regiane Garcia, 39 anos, Graduada no Curso Letras/Inglês também pela UEMS de Amambai-MS que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado. Além disso, visitei e observei as aulas sobre produção textual com autorização da direção da escola durante o período de 09 á 20 de Maio de 2016. 
Nas salas de aula do 3º ano do Ensino Médio, na disciplina de Língua Portuguesa com autorização e presença das Professoras regentes assisti aulas específicas de produção de texto, onde após as professoras corrigirem e avaliarem os textos me forneceram uma cópia destes textos para uma comparação e análise de coesão, coerência e gramática.
Esta pesquisa foi elaborada de forma coerente, nos permitindo entender melhor o processo do trabalho pedagógico, método e teoria que os embasam.
Resultados e Discussões
A presente pesquisa investigou os resultados apresentados a seguir:
Com a pesquisa foi possível verificar que realmente os alunos em sua maioria estão concluindo o Ensino Médio e deixando a escola sem conseguir produzir um texto coeso e coerente com ideias organizadas e opiniões relevantes.
Quando questionados sobre a falta de habilidade na produção de textos tanto os alunos como as professoras regentes da disciplina de Língua Portuguesa na Escola Cleto de Moraes Costa, concordam que o maior problema é a pouca carga horária da disciplina para a quantidade de conteúdo a ser aplicado; acreditam que aula de Língua Portuguesa, seus referenciais e matrizes curriculares enfatizam muito a gramática e a interpretação de textos; já a elaboração de textos, a produção escrita fica com pouco tempo de hora/aula para que os professores consigam ensinar e avaliar os textos dos alunos.
Os participantes da pesquisa acreditam que a produção textual deveria compor outra disciplina para que assim pudessem ensinar e cobrar mais dos alunos através de uma carga horária maior.
Assim como a aula de Literatura foi desmembrada da aula de Língua Portuguesa, deveria ser revista à grade curricular na tentativa de adicionar á grade a disciplina de Produção e Interpretação de Texto e a disciplina de Gramática Normativa;
Transformando a disciplina de Língua Portuguesa em duas disciplinas individuais aumentando o tempo de hora/aula e assim o professor teria mais tempo para se dedicar ao ensino com qualidade dos dois paralelos da Língua Portuguesa.
Foi possível observar que mais aulas de produção textual, principalmente no Ensino Médio, diminuiria o índice de reprovação em exames e vestibulares por redações sem fundamento teórico e gramatical.
Constatamos que além de salas superlotadas, a matriz curricular da disciplina é muito extensa e mesmo com toda dinâmica pedagógica dos professores fica muito difícil aplicar todo conteúdo recomendado e ainda transmitir aulas específicas de produção textual escrita, ou seja, com essa carga horária apertada é necessário que os alunos tenham interesse e iniciativa de estudarem em casa, que sabemos é uma minoria que tem esse interesse.
Conclusões
Ao final desde artigo constata-se que realmente há muito que se fazer para que os alunos terminem o ensino médio produzindo textos bem construídos, coesos e coerentes, mas, as soluções existem, de acordo com o projeto de pesquisa realizado antes da produção deste artigo, dos professores entrevistados e da opinião dos próprios alunos, o ponto de partida para solução do problema é o aumento do tempo de hora/aula ou até mesmo a criação de uma nova disciplina de produção textual escrita.
Os fatores de coesão são aqueles que dão conta da sequenciação superficial do texto, isto é, os mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos linguísticos do texto, relações de sentido. (MARCUSCHI, 1983, p.31)
A coerência, portanto, longe de constituir mera qualidade ou propriedade ao texto, é resultado de uma construção feita por interlocutores, numa situação de interação dada, pela atuação conjunta de uma série de fatores e ordem cognitiva, situacional, sociocultural e interacional. (cf. KOCH & TRAVAGLIA, 1989 E 1990, p. 42)
A coesão e a coerência em um texto ou em uma redação é a base para uma boa interpretação e para transmissão de sentido do texto, a escrita é uma habilidade muito importante na vida de qualquer pessoa, portanto, deve-se repensar o que significa propriamente a disciplina de Língua Portuguesa, seus referenciais e matrizes curriculares, dando uma ênfase maior a produção textual ou até mesmo uma mobilização dos profissionais docentes na proposta de criação de uma disciplina própria e independente de Produção Textual Escrita assim como a disciplina de Literatura que não é aplicada dentro da disciplina de Língua Portuguesa e sim em hora/aula separada.
A habilidade de se escrever bem é tão importante quanto à de se ler bem, seria uma solução viável incluir mais uma disciplina na área de Língua Portuguesa, dividindo-se em três partes: Literatura (leitura e interpretação de textos), Língua Portuguesa (Gramática, linguística e exercícios práticos) e Produção Textual Escrita (elaboração de frases, orações e textos), uma disciplina não deixaria de complementar a outra, mas, seriam estudadas individualmente, dando mais tempo para o professor planejar e executar as aulas e aos alunos mais tempo para estudar e se dedicar a cada uma das disciplinas.
Referências Bibliográficas:
ABREU, A. S. A arte de argumentar. São Paulo: Ateliê, 2001.
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2006.	Comment by Rosilene: ANTUNES, I.
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.	Comment by Rosilene: IDEM
AZEVEDO, I. B. de. Diretrizes gerais. In: _______. O prazer da produção científica. 4.ed. Piracicaba: Unimep, 1992. P. 28-33.
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