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Patologia da Pele Características de normalidade da pele: - Composta por epiderme e derme. - Células que compõem a pele: Predomínio de queratinócitos, organizados em camadas diferentes. - Camadas que compõem a pele: · Camada basal: Entre a epiderme e a derme existe uma lâmina formando uma rede que é chamada de membrana basal, é sobre essa membrana que se apoiam as células da epiderme, por isso é chamada então de camada basal. Nessa camada têm-se uma alta atividade mitótica (restrito a essa camada) e as células mais jovens permaneceram nessa camada e as mais velhas vão migrar para a superfície. · Nucléolo evidente. · Hipercromasia. · São mais escuras. · Tem formato cúbico ou globoso. · Camada espinhosa: Recebe esse nome por que é possível ver estruturas que se assemelham a espinhos, chamados de dermossomos. As células são hexagonais, formato mais estrelado. · Camada granulosa: Devido ao citoplasma dessa célula que contêm grânulos pois são células mais velhas. Células mais achatadas e pavimentosas. · Camada córnea: Nessa camada não tem mais células, e sim vestígios de células. São os queratinócitos mortos que formam essa camada. Classificação da epiderme: Tec. Epitelial Estratificado Pavimentoso Queratinizado. Na região de junção entre epiderme e derme pode-se perceber a presença de invaginações, chamadas de papilas dérmicas. Elas aparecem em condições de normalidade e em algumas regiões podem ser mais intensas. Dermossomos: Eles dão adesão as células da camada espinhosa. Não é exclusivo da camada espinhosa. Melanóssomos: Células com pigmento amarronzados e repousam sobre a lâmina basal. É uma célula com vários prolongamentos. A melanina é deslocada por meio desses prolongamentos e é injetada nos queratinócitos. A melanina irá proteger o DNA, e então, ela precisa se localizar sobre o núcleo para fazer essa proteção. Alterações histopatológicas da pele Acantólise: · Perda de coesão entre os queratinócitos. · Distanciamento dos queratinócitos. Acantose: · Espessamento da camada espinhosa. · Alongamento das cristas epidérmicas. · Camada espinhosa normal: 12 a 14 queratinócitos. Atrofia: · Redução da espessura da camada espinhosa. · Retificação (redução) das cristas epidérmicas. · Epiderme atrófica, fina. · Perda da projeção das cristas epidérmicas. Bolha: · Cavidade contendo líquido ou sangue de localização subcórnea, suprabasal ou subepidérmica. · Maior que 1,0cm, se for menor que 1.0cm é vesícula. Espongiose: · Edema entre os queratinócitos (pode formas vesículas espongióticas). Paraqueratose: · Retenção de núcleos na camada córnea. Hiperqueratose: · Excesso de queratina, espessamento da camada córnea. Hipergranulose: · Aumento do número de células da camada granulosa. (Normalmente 2 a 3 células). Papilomatose: · Proliferação exofítica da epiderme e da derme papilar, formando projeções. Tumores benignos da epiderme · Ceratose seborreica: · Frequente em adultos ou idosos. · Qualquer parte do corpo (exceto: palmar e plantar). · Lesão pequena, circunscrita e elevada · Pardo-escuro. · Superfície rugosa. · Escamas gordurosas. Tumores epidérmicos pré-malignos e malignos Lesões pré-cancerosas: “O desenvolvimento da malignidade epidérmica é tipicamente procedido por um período de alterações displasicas com progressiva piora”. Queratose actínica · Também chamada de ceratose actínica, senil ou solar. · Lesão pré-maligna da epiderme · Ocorrem na pele lesada pelo sol (face, pescoço, dorso das mãos, mucosa dos lábios e conjuntivas), mais comum em peles claras. · Possuem hiperqueratose (corno cutâneo não é obrigatório). · Normalmente menor que 1cm. · Consistência rugosa semelhante à lixa devido ao acúmulo da queratina. · Marrons acastanhados/ avermelhados/ cor da pele. · Nos lábios: queilite actínica. · Indivíduos imunossuprimidas e idosos de pele mais clara possuem maior risco. · A transformação maligna com o tempo é incerta. · As lesões podem regredir ou permanecer estáveis. · A maioria das lesões se tornam malignas. CEC – Mais comum evoluir para esse tipo de carcinoma. Doença de Bowen · Neoplasia intraepitelial de células escamosas na pele, sem invasão. · Carcinoma in situ (Carcinoma epidermoide in situ, sinônimo de CIC), ou seja, falta pouco para invadir outros órgãos. · Mais comum em pessoas de pele clara. · Risco aumenta com o avançar da idade e o tabagismo. · Geralemente é uma lesão única. · Placa descamada eritematosa e escamosa. · Fatores de risco: 1. Exposição solar prolongada 2. Contato com arsênico (o tumor só aparece muitos anos depois). 3. Imunossupressão (incluindo AIDS e doenças autoimunes). 4. HPV 5. Exposição prolongada a raio X. 6. Fatores genéticos. Carcinoma de células basais · (Basocelular – CBC). · Câncer de pele mais comum em humanos (75%). · Idosos acima de 60 anos. · Mais comum em pessoas de pele clara. · Baixa capacidade de provocar metástase, ou seja, doença de malignidade local. · Regiões de pele expostas ao sol. · Crescimento lento. · Neoplasia maligna, porém, raramente provoca metástase. · Não pode ser classificado como benigno. · Tem relação com imunossupressão e defeitos hereditários no reparo do DNA. · Aspectos clínicos: · Pápulas perolados. · Telangectasia. · Alguns podem ter melanina. · As lesões avançadas podem ulcerar. “A extensa invasão local dos ossos ou seios faciais pode ocorrer depois de muitos anos de negligência ou em tumores raramente agressivos, justificando o termo antigo – ulceras roedoras – porém é muito raro”. · Patogenia: · Via Hedgehog · Essa via envolve alguns genes, como o gene PTCH (patched), que produz uma proteína receptora e também o gene SMO produz uma proteína SMO. ] · Essa é a via mais associada ao CBC. · Em condições de homeostasia, têm-se na membrana célular duas proteínas, que são chamadas de proteína PTCH e proteína SMO. A proteína PTCH tem um receptor, nesse receptor se ligam fatores de crescimento, exemplo SHH, quando esse fator de crescimento se liga ao receptor, é necessário que “avise” o núcleo que isso ocorreu para que possa dividir, isso ocorre por meio da transdução de sinal, e quem é responsável por fazer isso é a proteína SMO. Fisiologicamente, quando não tem fatores de crescimento, a proteína PTCH e SMO ficam acopladas, e quando esse fator de crescimento se liga é que elas se separam, e é nessa separação que a SMO avisa ao núcleo para ele entrar em divisão celular. Quando PTCH está mutado, ela não pode mais acoplar com a proteína SMO, logo, SMO fica livre e fica mandando o sinal para o núcleo para ele entrar em divisão celular desregulada, levando ao crescimento anormal que é o CBC. Síndrome do carcinoma basocelular nevoide – SCCBN (Nevo de células basais ou síndrome de Gorlin) · É uma desordem autossômica dominante. · Múltiplos carcinomas de células basais. · A maior parte se desenvolve antes dos 20 anos. · Acompanhada de várias outras condições (tumores), como o queratocisto odontogênico. · Pode estar associado a calcificações intracranianas, fenda labial e palatina, segmentação anormal das vértebras e anomalias da costela. · Histopatológico: · As células tumorais lembras as células basais, elas sãos coesas e justapostas, o que dificulta muito sua metástase. · As células se organizam paralelamente uma as outras e bem visto na periferia (em paliçada). Carcinoma de células escamosas (CCE ou CEC) · Carcinoma espinocelular, epidermoide ou carcinoma de células escamosas. · 2° tumor mais comum que surge em sítios expostos ao sol. · Incidência maior em homens. · Geralmente são descobertos quando pequenos e podem ser excisados. · Lesões muito invasivas. · Evolução rápida · Metástases precoces (linfáticas e viscerais) · Lábios e ouvidos possuem maior índice de recorrência e metástase. · Sítios preferenciais de metástases: Linfonodos regionais, fígado, pulmões e cérebro. · Etiologia: · Radiações (UVB, UVA, raios X). · HPV · Carcinógenos químicos (arsênico, hidrocarbonetos) · Infecções crônicas (lúpus vulgar, sífilis). · Doenças congênitas (xeroderma pigmentoso,albinismo). · Aspecto clínico: · Placas eritematosas e escamosas. · Podem ser nodulares, · Produção variável de queratina · Podem ulcerar. · Fatores de pior prognóstico – parâmetros clínicos: · Orelhas · Lábios · Pálpebras · Imunossupressão · Lesões recorrentes. · Fatores de pior prognóstico – parâmetros histopatológicos: · Lesões que apresentam mais de 2,0cm de diâmetro e mais de 0,4cm de espessura. · Aqueles que já invadiram vasos linfáticos e que estão muito próximos de vasos sanguíneos (neurotropismo ou lesões perineurais). · Tem baixo nível de diferenciação, ou seja, quando menor diferenciada, mais agressivo é. · Sua patogenia está relacionada com as alterações em p53, em RAS e são tumores esporádicos X precursores. · A incidência do tumor é proporcional ao grau de exposição solar durante a vida. · Imunossupressão crônica contribui para a carcinogênese pois reduz a vigilância do hospedeiro, aumenta a susceptibilidade dos queratinócitos à infecção e transformação por vírus oncogênicos e está relacionado com o HPV dos subtipos 5 e 8.
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