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GONÇALVES, Lisbeth Rebollo Entre cenografias, o museu e a exposição de arte no século XX - Resumo

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Obra: “Entre cenografias: o museu e a exposição de arte no século XX”. 
Autora: Lisbeth Rebollo Gonçalves 
Referência: GONÇALVES, Lisbeth Rebollo. Entre cenografias: o museu e a 
exposição de arte no século XX. Edusp, 2004. 
 
Sobre a obra: 
 
Lisbeth Gonçalves define as exposições como o meio de comunicação 
entre a arte e o espectador. Os objetos raramente são capazes de transmitir a 
mensagem por si só, são necessários os recursos expográficos para 
estabelecer um diálogo com o visitante a fim de proporcionar entendimento da 
mostra. Os recursos expográficos, como o uso da luz, cor, paredes, plotagens, 
textos, são recursos de qualidade semântica, pois atuam objetivando a 
transmissão de um significado. As mostras de artes, acrescidas dos recursos 
visuais, transmitem sensações tanto quanto as obras de arte em si, 
especialmente quando representadas em uma cenografia dramatizada, ou seja, 
com recursos teatrais capazes de provocar reações mais profundas no 
visitante. A autora defende que a cenografia pode ser realizada tanto por um 
especialista, um arquiteto, um cenógrafo teatral ou o próprio curador do museu. 
A cenografia é constantemente alvo de debate, a técnica do “cubo branco” 
onde o local que acomoda a exposição é munido apenas de paredes brancas, 
sem nenhuma intervenção de cor, luz, sombra etc., é defendida por ser um 
método que não interfere na interpretação da obra. Por outro lado, as técnicas 
utilizadas para captar a atenção do visitante, através dos recursos 
cenográficos, tornam-se eficazes, dentre outros fatores, ao estimular a 
visitação à exposição. As instalações desempenham papel fundamental na 
explanação que o artista deseja alcançar com suas obras, evocam uma gama 
de sensações e alteram significativamente a interpretação por parte do 
visitante. É importante lembrar que a exposição acompanha as mudanças da 
arte contemporânea, como no uso de novas técnicas, novos matérias etc., 
enfim, um novo tipo de linguagem em constante mudança. 
O entendimento da arte é gerado por meio da exposição, como um 
discurso social, uma vez que esta exercerá papel mediador entre a instituição e 
os visitantes. A exposição é local de experimentação tanto para o especialista 
como para o público, para o especialista à medida que ele constrói, através das 
cenografias, um processo de interpretação da arte e para o visitante à medida 
que este realiza o percurso expográfico e interpreta o conjunto de estímulos 
oferecidos. 
A autora apresenta o caso de diferentes museus dos Estados Unidos 
para firmar a evolução e os diferentes significados atribuídos ao museu no 
decorrer do tempo. No século XX, na década de 70, com surgimento de novas 
definições sobre museu, torna-se evidente que as instituições museológicas 
voltam-se, desde então, à valorização do público. O foco no público traz em si 
uma preocupação recorrente, a interpretação daquilo que se é transmitido ao 
visitante, uma vez que o público deve estar ciente que a exposição é resultado 
de um processo que permeia interpretações e não a implicação de uma única 
visão possível. 
Os museus, e demais instituições museológicas, lidam diariamente com 
um público cada vez mais heterogêneo, para administrar tal situação, o curador 
busca, por meio de diversas técnicas expográficas, otimizar a visita de cada 
visitante. É primordial ao curador a consciência da mensagem que transmite 
ao público, ao mesmo tempo em que instiga o visitante a questionar a 
informação apresentada, proporcionando-lhes uma visão crítica quanto ao 
acervo exposto.

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