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Centro Universitário Claretiano de Batatais Curso de Graduação em Educação Musical – Licenciatura Avaliação Continuada Educação e Tecnologias de Informação e Comunicação: como as TICs estão sendo utilizadas no ensino musical Nome do Tutor: Ana Paula do C. Marcheti REGIS SAMPAIO SANTANA JUNIOR RA 8098179 BATATAIS 2019 Com o término da Guerra Fria, o uso tecnológico na educação se torna cada vez mais presente, visando a formação cultural e intelectual, bem como a qualificação e instrução profissional. Seguindo esse prisma, a educação musical também teve de se adequar às novas exigências do mundo contemporâneo, sob novas formas de vivência musical e novos meios de ensino e aprendizagem em sala de aula. (KRASTANOV e CORRÊA, 2013) A música sempre caminhou lado a lado com o desenvolvimento tecnológico e não poderia ser diferente no que concerne à educação musical. RUDOLPH (1996), explica o que significa o termo – tecnologia na educação musical: “ ... pode ser descrito como uma palavra que enumera uma ampla variedade de dispositivos e aplicações na música e na Educação Musical, ou seja, recursos tecnológicos que podem ser categorizados em interativos (proporcionam uma aprendizagem mais ativa e efetiva) ou passivos (tocam as músicas ou mostram informações sem que o utilizador interaja diretamente como aparelhos que tocam sons e reproduzem imagens) que podem ser empregues de diversas formas pelo professor de Educação Musical, conforme cada situação, de modo a apoiar e mediar o ensino da música nas suas práticas educativas.”1 Analiticamente, vê-se que a aplicação tecnológica no ensino ocorre gradualmente, passando por fases, até que estejam integralmente inseridas na vida escolar, conforme mostra a Apple Classrooms of Tomorrow (ACOT). Primeiramente temos a “exposição”, onde a escola está se preparando para receber as TICs, modificando sua infraestrutura e os professores se adaptando com as novas tecnologias. Em um segundo momento tem a “adoção”, onde se ensina a utilizar a tecnologia, mas como ainda é uma novidade, os alunos permanecem eufóricos. O terceiro momento é a “adaptação”, nele há uso constante de computadores, há uma economia do tempo de aula, alunos mais envolvidos, soluções de problemas e uso para atividades em casa. O quarto momento é a “apropriação”, que na verdade é mais um modo de vida, onde o professor “não vive sem” as novas tecnologias dispostas em seu dia a dia. E finalmente temos a “inovação” onde os alunos são estimulados a construir seu próprio conhecimento, as aulas são interdisciplinares, o uso da tecnologia é tão comum que não se imaginam uma época em 1 MACHADO, Nuno Carlos Teixeira. O Uso Das Tic Em Educação Musical No 2º Ciclo Do Ensino Básico Nos Distritos De Vila Real E Bragança. Vila Real. 2015. Disponível em: https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/Recursos/Estudos/tese_final_-_nuno_machado_-_2015_- _impressao.pdf Acesso em: 10 de out. de 2019. https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/Recursos/Estudos/tese_final_-_nuno_machado_-_2015_-_impressao.pdf https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/Recursos/Estudos/tese_final_-_nuno_machado_-_2015_-_impressao.pdf que não estivesse presente. (DISSENHA, 2019) NORD (2005), apud RAIMUNDO, vem mostrar que os alunos são ativos em seu aprendizado musical, tendo-se em vista que criam novas composições, são críticos seus e de outrem, além de serem os próprios interpretes. A tecnologia faz com que o aluno mergulhe no estudo musical, tendo prazer em criar e executar diversas músicas. Complementando esse pensamento, GOHN (2003), apud (RAIMUNDO) aponta como a utilização tecnológica no ensino musical é de suma importância para o aprendizado do aluno, dizendo: ...a utilização de software em Educação Musical é extremamente positiva, apresentando vantagens relacionadas com a individualização dos objetivos e processos de aprendizagem, respeitando o rítmo e estilo de estudo de cada aluno, bem como a possibilidade de integração de vários mídias na preparação do material didático, permitindo o desenvolvimento da sensibilidade musical a partir do estabelecimento de relações entre sons, imagens e movimento.2 É importante salientar, que as novas tecnologias não são vistas como um meio de substituição do professor; ao contrário, elas servem para dar suporte em seus ensinamentos, facilitando a forma de ensinar, assim como a de assimilação pelos alunos. Conforme MILETTO (2004), existem três formas de utilização de softwares no ensino de música: 1. Pode-se utilizar softwares musicais que não foram inicialmente criados para a finalidade educativa, tais como editores de partituras, sequenciadores, editores de áudio, entre outros; 2. Existem programas desenvolvidos especialmente para o ensino musical, como softwares de percepção musical, de teoria da música, de solfejo e outros que auxiliam a prática de determinado instrumento musical; 3. A programação sônica, que permite criar seu próprio software para serem utilizados tanto no ensino como na prática musical, aqui encontra-se a programação computacional Existem inúmeros programas que podem ser utilizados em sala de aula, como softwares para edição de partitura, de gravação de áudio, de instrução musical, de musicalização, de sequenciamento musical, de síntese sonora, entre 2 GOHN (2003) apud, RAIMUNDO, António. As Novas Tecnologias no Processo Ensino / Aprendizagem da Educação Musical – Breve Reflexão Disponível em: http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_02/ame_07_n2_elvas_02.htm Acesso em: 09 de out. de 2019. http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_02/ame_07_n2_elvas_02.htm outros. Cabe ao professor se qualificar cada vez mais e integrar essas novas tecnologias, aplicando-as sempre que achar conveniente ao desenvolvimento de seu pupilo. Levando os itens supracitados à prática em sala de aula, podemos dar alguns exemplos de como essas tecnologias poderiam ser aplicadas para: • Promover o protagonismo e identidade musical do aluno - poder-se-ia realizar gravações, utilizando de um captador ou microfone, um computador e um software de gravação e edição de áudio; • Musicalizar e ajudar apreciação dos alunos - utilizar sintetizadores virtuais, com extenso banco de dados sonoros • Auxiliar na prática musical – criar acompanhamento em um sequenciador digital com inúmeras possibilidades de instrumentos à disposição • Realizar composições – utilizar um editor de partituras para a criação de uma obra inédita realizada pelo aluno. (MACHADO, 2015) Além de todo esse arsenal de sugestões, ainda tem em auxilio do professor a internet. Nela o professor poderá guiar o aluno em pesquisas sobre história da música, biografias, apreciação, entre tantas outras atividades que podem ser desenvolvidas. O mundo mudou e a forma com que o ensino musical é ministrado também deve acompanha-lo. Ainda existem muitos empecilhos para a aplicação de novas tecnologias em sala de aula, principalmente quando se trata do ensino público, que ainda não consegue fornecer o aparato tecnológico adequado a implementação das TICs. No entanto, mesmo com um smartphone (que quase todos os alunos possuem) ou com um simples computador, pode ser oferecida aos alunos uma gama de aplicações dessas tecnologias que foram apresentadas e que despertarão no aprendiz entusiasmo e desejo de aprender cada vez mais essa arte tão bela que é a música. Dessa forma, o aluno aprenderá muito mais que a técnica de um determinado instrumento, pois também desenvolverá sua capacidade em lidar com o mundo atual, sua formação cultural e intelectual. REFERENCIA UTILIZADA DISSENHA, Susana Ester Kruger. Unidade 1 – O Processo De Integração Das Tdic’s À Educação Musical. Claretiano Rede de Educação, 2019. Disponível em: http://mdm.claretiano.edu.br/culdigtecedumus-crc/2016/12/05/unidade-1-oprocinttdiedumus/. Acesso em: 06 de out. 2019. KRASTANOV, S. V.; CORRÊA R. A. Fundamentos Históricos e Filosóficos da Educação. Claretiano – Batatais. 2013 MACHADO, Nuno Carlos Teixeira. O Uso Das Tic Em Educação Musical No 2º Ciclo Do Ensino Básico Nos Distritos De Vila Real E Bragança. Vila Real. 2015. Disponível em: https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/Recursos/Estudos/tese_final_- _nuno_machado_-_2015_-_impressao.pdf Acesso em: 10 de out. de 2019. MILETTO, Evandro M.et al. Educação Musical Auxiliada por Computador: Algumas Considerações e Experiências. UFRGS. 2004. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/549/000503806.pdf?sequenc Acesso em 10 de out. de 2019. RAIMUNDO, António. As Novas Tecnologias no Processo Ensino / Aprendizagem da Educação Musical – Breve Reflexão Disponível em: http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_02/ame_07_n2_elvas_02.htm Acesso em: 09 de out. de 2019. http://mdm.claretiano.edu.br/culdigtecedumus-crc/2016/12/05/unidade-1-oprocinttdiedumus/ http://mdm.claretiano.edu.br/culdigtecedumus-crc/2016/12/05/unidade-1-oprocinttdiedumus/ https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/Recursos/Estudos/tese_final_-_nuno_machado_-_2015_-_impressao.pdf https://erte.dge.mec.pt/sites/default/files/Recursos/Estudos/tese_final_-_nuno_machado_-_2015_-_impressao.pdf https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/549/000503806.pdf?sequenc http://www.cefopna.edu.pt/revista/revista_02/ame_07_n2_elvas_02.htm