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Bruna Costa Wanderley GASTRO Março/2019 1 ULCERA PÉPTICA 1. INTRODUÇÃO: • Solução de continuidade da mucosa gastrointestinal estendendo-‐se além de muscular da mucosa, atingindo a submucosa. • Ulcera duodenal (UD) > Ulcera gástrica (UG); • Complicações: sangramento, perfuração e estenosa; • H. pylori: UD – 90 a 95%; UG 60-‐ 70% Obs: tanto para gastrite como para úlcera a principal causa é por H.pylori. Sendo a segunda principal causa o anti-‐ inflamatório. As úlceras pépticas ainda são “pépticas”? Sim, apesar do melhor entendimento dos mecanismos envolvidos na formação ulcerosa, especialmente no que diz respeito aos mecanismos de reparo tecidual, não há dúvida da importância do poder péptico do conteúdo gástrico na gênese da lesão! Basta atentarmos para o princípio de seu tratamento: a inibição da secreção ácida. 2. SINTOMAS: • Desconforto em região epigástrica (epigastralgia); • Dor em jejum; • UG – 4 tempos: dói-‐come-‐passa-‐dói • UD – 3 tempos: dói-‐come-‐passa • Despertar noturno (clocking): dor as 3 da manhã. • Complicações: hematêmese, melena, sinais de peritonite 3. DIAGNÓSTICO: • Endoscopia Digestiva Alta • Exames Radiológico CLASSIFICAÇÃO SAKITA A1: -‐ Base lisa, recoberta por fibrina espessa e suja, com restos necróticos e/ou hematina; -‐ Bordas bem definidas, escavadas ou irregulares, com edema e hiperemia; -‐ Não há convergência de pregas. A2 -‐ Base limpa e clara, com fibrina espessa, esbranquiçada ou amarelada; -‐ Forma arredondada ou ovalada; Bordas bem definidas, regulares, sem edema, com discreto halo de hiperemia; -‐ Pode existir convergência discreta de pregas para a lesão. H1: -‐ Convergência de pregas regulares que desaparecem em um tecido deprimido e hiperemiado; -‐ Fina camada de fibrina que recobre o centro da depressão. H2: -‐ Processo final da reparação – semelhante à fase anterior; -‐ Camada de fibrina mais tênue no centro da área deprimida. S1 (Cicatriz vermelha) -‐ Nítida convergência de pregas que desaparecem regularmente em tecido deprimido, avermelhado, sem depósito de fibrina. -‐ Considerada fase de cicatriz instável. S2: -‐ Área ou linha esbranquiçada, recoberta por mucosa, com convergência de pregas regulares; -‐ Cicatriz estável. 4. ÚLCERAS BENIGNAS X MALIGNAS • Neoplasias mimetizam úlceras benignas em 20%; ATENÇÃO! Bruna Costa Wanderley GASTRO Março/2019 2 • Formato Irregular • Fundo com material necrótico • Palidez, eritema irregular, fragibilidade, depressão da mucosa adjacente; • Pregas espessadas, com interrupção abrupta, baqueteamento, afilamento; UG: Sempre realizar biópsia 5. ÚLCERA DUODENAL: A patogênese da úlcera duodenal relacionada ao H. pylori é bem compreendida... O microorganismo, ao infectar cronicamente a mucosa antral, inibe a produção de somatostatina pelas células D. A perda deste fator inibitório promove hipergastrinemia leve a moderada, tendo como resposta a hipercloridria; A maior secreção de HCl pelo estômago faz o duodeno receber maior carga ácida, induzindo a formação de metaplasia gástrica no bulbo duodenal. Isso permite a infecção do bulbo duodenal pela bactéria, provocando duodenite, seguida de úlcera. Outro importante efeito da bactéria é inibir a produção de bicarbonato pela mucosa duodenal. 6. TIPOS CLÍNICOS DE ÚLCERAS GÁSTRICAS * Tipo I ou úlcera da pequena curvatura (55- 60% dos casos). * Tipo II ou úlcera do corpo gástrico associada à úlcera duodenal. * Tipo III ou úlcera pré-pilórica. * Tipo IV ou úlcera da pequena curvatura, par- te alta, próximo à junção gastroesofágica. As úlceras tipo II e III são as úlceras gástricas que possuem relação direta com a hipercloridria, e sua patogênese é semelhante à da úlcera duodenal. 7. TRATAMENTO • IBP ou Bloqueador de H2 – 4-‐6 semanas • Suspender AINES, se possível • Sempre tratar H. pylori, se presente • UG – repetir EDA Em relação ao fumo e álcool: O fumo: “os pacientes que não fumam apresentam cicatrização melhor e mais rápida do que os fumantes”. O fumo prejudica os mecanismos de reparo e proteção mucosa! O álcool: o álcool NÃO induz a formação de úlceras, porém, aumenta o risco de hemorragia digestiva em portadores de úlcera péptica bem estabelecida e, portanto, deve ser evitado durante o tratamento. 8. COMPLICAÇÕES: Hemorragia digestiva alta Hemorragia digestiva alta Perfuração Hemorragia digestiva alta Perfuração Estenose Bruna Costa Wanderley GASTRO Março/2019 3 É IMPORTANTE SABER:
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