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DEBORAH CRISTINA NASCIMENTO DE OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT TEIXEIRA DE CARVALHO MedEasy Primeira unidade Clínica Cirúrgica Índice MedEasy Megaesofago e Acalasia Câncer de boca Câncer de esofago Insuficiência Venosa Crônica Derrame plural Câncer gástrico Pancreatite Aguda CLÍNICA CIRÚRGICA DEBORAH OLIVEIRA MARIA KAROLINA PALITOT Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Acalasia e Megaesôfago Introdução: O esofago possui uma inervação motora do nervo vago (plexo mioentérico) e possui uma peristalse para o bolo alimentar desce, ocorre pelos neurônios excitatórios como a acetilcolina. OBS.: Pessoas com acalasia carecem de células ganglionares noradrenérgicas, não colinérgica e inibidoras, causando um desequilíbrio na sequência de inibição. O corpo esofágico não possui tônus de repouso mas pode possuir uma peristalse primária, que é iniciada por ativação central não sequencial simultânea, que é uma peristalse propagada por mecanismo periféricos, só que esse peristaltismo não ajuda muito pois é não sequencial, logo, não tem uma sequência de abre e fecha para ajudar o bolo alimentar a descer. O tônus é mais do esfíncter, por isso quando ocorre o afilamento do Esfíncter com a acalasia, não há a peristalse secundária ao bolo alimentar. Doença motora do esôfago que acomete os plexos mioentérico (plexo de Auerbach) e o submucoso (Plexo de Meissner), a causa da destruição dos plexos pode ser idiopática ou pela doença de chagas que é relativamente prevalente no Brasil. Calasia= Relaxamento do esofago, o nome Acalasia quer mostrar uma negação. ou seja, o não relaxamento do esfincter esoagiano inferior, entao a cardia fica apertada e não relaxa para o bolo alimentar descer na deglutição e com o tempo isso piora, ela só não está relaxa como ela está hipertônica. É um distúrbio motor primário A consequência disso tudo é que ocorre uma alteração no corpo esofágico, seja porque ele está trabalhando numa demanda maior ou porque o plexo mioentérico foi destruído, então ocorre uma aperistalse, uma hipocontratilidade do corpo esofágico, e por fim, o esofago nao aguenta mais e dilata-se, e a partir daí, o principal sintoma é a disfagia. A disfagia inicialmente ela é mecânica e com o passar do tempo ela vai se tornando mecânica e motora , a disfagia tem característica de condução e é uma disfagia baixa, na altura torácica, querendo chegar no abdômen, (O paciente irá referir que “entalou” ). O paciente irá relatar que inicialmente era para sólidos, posteriormente passou para líquidos e isso demora anos para acontecer, também irá relatar que ele regurgita a comida e também apresenta muita tosse (a tosse será protetora da via aérea contra broncoaspiração) e esse material parado no esofago gera dor retroesternal no paciente, e com isso o paciente usa mecanismo de descarga esofágica, o paciente come, toma um copão de água e enche o esofago com essa Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira coluna de água para de repente essa água ajudar a esvaziar o esofago, por consequencia disso tudo, o paciente irá ter perda ponderal. Refere-se a acalasia secundária como a acalasia chagásica e acalasia primária como a acalasia idiopática. Distúrbio motor: Aperistalse ou hipocontratilidade do corpo (Peristaltismo primário, não serve para empurrar o alimento) Ausência (hipertenso) de relaxamento do EIE -menos que 75 % Pressão intra-esofágica, normalmente é menor do que a pressão intra-gástrica, entretanto com a acalasia, pode estar aumentada pela presença de resíduos alimentares. Causas idiopáticas: auto-imune reação cruzada com alguns vírus herança autossômica recessiva herbicidas Degenerativas Fatores genéticos (gêmeos idênticos possuem mais chances de ter acalásia idiopática e Sind. de allgrove - triplo a) Uso prolongado de remédios psiquiátricos Situações que simulam a acalasia: Pseudo Acalasia de tumores da cárdia Acalasia secundária a processos extrínsecos DRGF (refluxo) Infecções da orofaringea Esclerodermia Megaesôfago: Esôfago dilatado, alongado e paredes hipertrofiadas Atrofia posterior Falta de peristaltismo no corpo esofágico (há contrações de longa duração e baixa amplitude, entretanto, não “ajuda” tanto em relação ao bolo alimentar pois é um peristaltismo primário) Relaxamento ausente ou incompleto do EIE (o EIE é o que possui a maior peristalse para o bolo alimentar, pois é uma peristalse secundária, entretanto, com a acalasia, não há peristalse) Disfagia lentamente progressiva (demora anos com a disfagia) Ausência de obstrução mecânica. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Manifestações Gastrointestinais da Doença de Chagas Maior incidência no interior do país. 50% sintomático 50% mortalidade Manifestações agudas - 4 a 8 semanas (o paciente associa a uma gripe, mas pode haver uma miocardite e caso aconteça, pode descobrir a doença de chagas no começo) Na grande maioria das vezes, só descobre pela manifestações crônicas. O trypanosoma cruzi faz uma lesão nervosa no plexo mioentérico, podendo ser por uma lesão direta, uma neurotoxina, uma miosina ou a causa mais aceita que é uma reação antígeno - anticorpo. Doença crônica da doença de chagas: Megaesofago Megacólon Mal esvaziamento Gástrico e Gastrite Enteropatia chagásica Diagnóstico: ENDOSCOPIA: Precisa afastar o diagnóstico de câncer, com isso realiza-se a endoscopia. A endoscopia pode vir normal, mas isso não quer dizer que o paciente está livre de ter acalasia. Alguns achados da endoscopia que podem sugerir acalasia: Estase esofagica (Resíduo alimentar no esofago) Esofagite associada a estase pois a estase é irritativa Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Esofago dilatado (Subjetivo) Ao tentar passar do esofago para o estomago, o endoscopista pode perceber que o EEI (esfíncter esofagiano inferior) está apertado (subjetivo) No diagnóstico da endoscopia avalia-se se há esofagite, úlceras ou candidíase. Procura-se estenose orgânicas (tumorações), divertículos do esôfago, realizar biópsias, refluxo. Há endoscopia também tem papel no tratamento, fazendo a dilatação, inserindo a toxina botulínica (para causar o relaxamento do EEI) e o POEM (cirurgia endoscopica) OBS.: objetivos do tratamento endoscópico: alívio de sintomas, vencer a barreira do EIE, melhora do status nutricional, retirada do bolo alimentar pois o bolo alimentar parado é fator de risco para o ca de esôfago (CARCINOMA) e cromoendoscopia. Carcinoma: complicação tardia da acalasia 4-6% - 15 anos e 33 vezes superior do que a população geral. Após a endoscopia, faz-se o exame contrastado radiológico, o esofagograma, encontra-se uma dilataçao do esofago, ou seja, megaesofago, e como tem a resistencia da cardia, a cardia não dilata, então teremos o esofago dilatado que afilano EEI, esse afilamento é chamado de “afilamento em bico de pássaro” e a estase esofágica no achado radiológico é chamada de “ estase radiológica em miolo de pão” porque o resíduo alimentar não contrasta. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Fez ambos os exames e encontrou todos esses achados, para confirmar o diagnóstico faz-se a manometria esofágica (exame que mede as pressões esofágicas de forma dinâmica durante o processo de deglutição). MANOMETRIA = PADRÃO OURO. Encontra-se: Hipocontratilidade e hipotonia (pressão baixa) no corpo esofagiano EEI= relaxamento incompleto e hipertônico (pressão acima do normal) Estase esofágica Melhor avaliação do grau de acometimento. Ondas sincrônicas, de baixa amplitude, espontânea e repetitiva (Peristalse primária e terciária). Confirma-se em acalasia. Pergunta: é necessário diferenciar se a acalasia é chagásica ou idiopática? Não, mas se quiser faz uma sorologia para chagas, o problema é que a acalasia e o megaesofago manifestam-se anos após o contágio e isso pode gerar uma resposta negativa mesmo na presença da doença de chagas. Mais interessante uma história epidemiológica. Endoscopia de um megaesôfago chagásico Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Manometria Esofágica Também há a classificação de Eckardt score Tratamento: Para tratar, é necessário classificar a doença e para isso usa-se do esofagograma contrastado para classificar o quanto o esofago está dilatado. Essa classificação chama-se de Câmara-Lopes. divide-se em: Grau I: Menos que 4 cm Grau II: de 4 a 7 cm Grau III: 7 a 10 cm https://thegastroenterologist.ro/eckardt-score-a-clinical-score-for-achalasia/ Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Grau IV: mais que 10 cm *Dólico megaesofago = o esofago que dilata tanto que deixa de ser longitudinal e dobra-se em forma de “joelho”. Obs.: é utilizado mas nem sempre reflete o real, entretanto ajuda ao menos a ver os casos extremos A classificação de Rezende pela manometria é: Incipiente - Calibre mantido, discreta retenção de contraste Não avançada- Aumento moderado de calibre, retenção de contraste e ondas terciárias Avançada- Dólicomegaesofago Ambas as classificações dialogam e tem relações entre sim. Incipiente - Grau I Não avançada- Grau II e III Avançada- Grau IV Classificação de Rezende. Grau I - esôfago hipotônico e presença de bolha gástrica (asterisco). Grau II - esôfago dilatado moderadamente e apresentando ondas terciárias frequentes (cabeças de setas). Grau III - esôfago dilatado e apresentando aspecto de "bico de pássaro" da cárdia (seta); as ondas terciárias estão presentes, porém com menor frequência. Grau IV - dolicomegaesôfago acinético e com aspecto de "bico de pássaro" da cárdia (seta). A partir daí escolhe-se o melhor tratamento para o paciente, onde se tem: 1. Dilatação pneumática da cárdia (método endoscópico) Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Várias dilatações feitas de formas seriadas, repetidas vezes em períodos de 3 semanas. O paciente consegue se adequar bem a esse tratamento. Faz-se a dilatação endoscópica pelo balão da acalasia em cardiotomia incompleta, recidiva pós cirúrgica, Grau I e II, megaesofago avançado sem condições cirurgicas. São preditores de boa resposta da dilatação pneumática da cárdia são acalasia tipo II na classificação de chicago, idade avançada e sexoo feminino. o objetivo é que a pressão do EEI após a dilatação diminua. 2. POEM (MIOTOMIA ENDOSCÓPICA PERORAL) É uma técnica nova chamada miotomia endoscópica peroral (POEM) foi descrita para manejo da acalásia, com resultados promissores nos casos idiopáticos. Entretanto, ainda não há relato na literatura da aplicação desta técnica no tratamento do megaesôfago associado à doença de Chagas. consiste em reduzir a pressão do EEI do esôfago através da secção da camada muscular circular do esôfago distal e cárdia, seguindo a linha da cirurgia endoscópica transluminal por orifícios naturais. Após a miotomia ocorre MUITO refluxo. 3. Cardiomiotomia Laparoscópica (método cirúrgico) Cirurgia de Heller É um ótimo procedimento, rompe-se a musculatura compõe o EEI, entretanto, trata-se o problema que é a descida do bolo alimentar mas perde a função normal que é impedir o refluxo gastroesofágico, por isso esse procedimento vem associado a uma fundoplicatura parcial antirrefluxo para impedir o refluxo em potencial, pois quaando a comida descer o gás desce junto. 90% de eficácia e 4% de complicações. Esse procedimento é de baixo risco. Faz por videolaparoscopia 4. Esofagectomia (método cirúrgico) Retirada do esofago, muito agressivo, reconstroi o transito com um neoesofago, esse procedimento possui muita morbimortalidade e tem resultado intermediário, é mais usado para câncer. 5. Medicamentos Usa-se o nitrato, sildenafil e bloqueador de canal de cálcio pois essas medicações relaxam a musculatura lisa de vários lugares, inclusive do EEI. Útil na fase incipiente, ponte ou recusa para outros tratamento. A melhora é temporária e parcial pois o paciente se acostuma com a medicação. Sildenafil: utilidade clínica não está clara Necessidade de outro tratamento após 6 meses a 1 ano, e começa a apresentar os efeitos colaterais. Possui baixa morbidez mas tem hipotensão postural. 6. Bloqueio com Toxina botulínica Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Ocasiona o relaxamento pois bloqueia a liberação de acetilcolina. Entretanto, tem efeito temporário. CONCLUSÃO: O megaesôfago chagásico é uma doença progressiva e incapacitante que possui diferentes opções de tratamento dependendo de sua evolução e saúde do paciente. A cardiomiotomia de Heller é uma boa opção terapêutica para casos não avançados da doença. Reabordagens operatórias após a aplicação desta técnica podem ser necessárias devido à persistência de sintomas ou evolução do quadro. Para pacientes com megaesofago avançado, opta-se pelo uso de esofagectomia subtotal, ou em casos reservados, cirurgia de serra-dória. Contudo, nenhum desses procedimentos é livre de riscos. Como escolher entre as modalidades? 1. PACIENTE 01: Paciente com a doença inicial Possui alguma comorbidade que o torna com risco cirúrgico elevado, entretanto para endoscopia, não possui riscos. Logo, melhor fazer a dilatação pneumática 2. PACIENTE 02: Doença avançada Esofago inutilizado Nesse caso extremo, parte-se para esofagectomia. 3. PACIENTE 03: Paciente com risco até para endoscopia: usa-se os medicamentos. Reabilitação nutricional Otimizar o estado nutricional sempre. A dilatação pela endoscopia pode ser uma ponte para cirurgia, pois depois dela o paciente passa a se alimentar melhor e a ter condições de fazer a cirurgia Pode-se passar para a sonda nasoenteral e começar uma dieta enteral, quando o paciente estiver reabilitado parte para a cirurgia Dieta orientada + suplementos orais Em último caso: ostomias Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira OBS.: Há a manometriadigital de alta resolução, que é o método mais avançado para estudo dos distúrbios de motilidade do esôfago, ou seja, as alterações relacionadas com as contrações peristálticas e o relaxamento dos esfíncteres deste órgão. Medidas utilizadas na Classificação de Chicago Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Exame Físico e Câncer de Boca ● Diagnóstico diferencial dos tumores cervicais: ❖ Cisto ❖ Linfonodo ❖ Bócio ❖ Metástase ❖ Variação Anatômica ❖ Inflamação ❖ Neoplasia Primária ● Anatomia do pescoço: LINFÁTICOS CERVICAIS Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Observação do padrão vocal do paciente: ❖ Voz nasalada ❖ Rouquidão ● Níveis glanglionares: ❖ I- Cadeia Submentoniana ❖ II- Jugulo Carotídea Alta ❖ III- Jugulo Carotídea Média ❖ IV- Jugulo Carotídea Baixa ❖ V- Espinal ❖ VI- Paratraqueal Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Palpação de tireóide: ➔ Pressionar a região tireoideana contra a traquéia e solicitar que o paciente realizar deglutição; ➔ A tireóide acompanhará o movimento de elevação da laringe e da traquéia; ➔ Exame importante para a investigação da presença de nódulos nesta região, pois durante a deglutição é possível sentir a nodulação nos dedos do examinador. ➔ Exame físico geral e especial (loco-regional) ● Aspecto da lesão: ❖ Cística ❖ Fibroelástica ❖ Endurecida ● Mobilidade: ❖ Fixa ❖ Móvel ❖ Dor ❖ Tamanho ● Forma-Contorno: ❖ Regular ❖ Irregular Tumores da cavidade oral ❏ O câncer da boca (também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral) é um tumor maligno que afeta lábios, estruturas da boca, como gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. É mais comum em homens acima dos 40 anos, sendo o quarto tumor mais frequente no sexo masculino na região Sudeste. A maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados. ❏ A parte posterior da língua, as amígdalas e o palato fibroso fazem parte da região chamada orofaringe e seus tumores têm comportamento diferente do câncer de cavidade oral. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot 1. História clínica 2. Exame físico 3. Exames complementares 4. Diagnóstico 5. Tratamento ❖ Tumores Malignos ❖ Tumores Benignos ● Diferença entre tumor maligno e benigno: ➔Basicamente, a diferença entre benigno e maligno é definida pela aparência e estrutura das células atacadas pelo tumor. Os tumores benignos são constituídos por células bem semelhantes às que os originaram e não possuem a capacidade de provocar metástases. Já os malignos são agressivos e possuem a capacidade de infiltrar outros órgãos, mesmo distantes. ➔A multiplicação celular é “controlada” pelos chamados oncogenes ativadores, que regulam o crescimento e a morte da célula. No tumor benigno há uma mutação na estrutura genética dos oncogenes, mas nada capaz de causar descontrole. O mesmo não ocorre com os tumores malignos, que crescem sem controle por conta da alteração genética. Em resumo, o tumor benigno tem células que crescem lentamente (ou nem crescem) e semelhante às do tecido normal. Na maioria dos casos podem Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot não precisar de cirurgia, e quando essa é necessária,é possível serem totalmente removido (e o paciente curado). ➔Já no tumor maligno as células multiplicam-se rapidamente e têm a capacidade de “invadir” estruturas próximas ou afastadas do local de origem. A cura neste tipo de tumor depende do diagnóstico precoce e do tratamento adotado. ● Lesões e condições cancerizáveis: 1. Leucoplasia: ❏ lesão pré-maligna mais comum ❏ etiologia desconhecida ❏ não pode ser removida por raspagem ❏ assintomática ➢ Diagnóstico: ★ Biópsia Conduta: Presença de displasia Localização – assoalho e língua Não fumante ★ Tratamento: Displasia = cirurgia Sem Displasia = observação, parar uso de substâncias irritantes Uso de vitamina A + bleomicina tópica 2. Eritroplasia: ❏ Causa desconhecida ❏ Assintomática ❏ Localização: assoalho da boca e palato ❏ Bem delimitado ❏ 90% = displasia severa ou carcinoma in situ ➢ Diagnóstico: ★ Biópsia (vermelho por mais de 14 dias) ★ Tratamento: ❏ Cirúrgico com margem de segurança ❏ Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot 3. Queilite actínica: ❏ Exposição excessiva aos raios ultravioleta ❏ Localização: lábio inferior ❏ Atrofia do vermelhão, com áreas avermelhadas, associada fissuras,ulcerações, ressecamento do lábio, descamação ❖ Diagnóstico: ★ Biópsia ★ Tratamento: ➢ Vermelhectomia ➢ Laser ➢ 5FU 4. Líquen plano: ❏ Etiologia desconhecida ❏ Lesão atrófica e erosiva ou úlcera ❏ Tumor maligno da cavidade oral ❏ 95% carcinoma espinocelular ❏ Incidência acima dos 50 anos ❏ Sexo: 3/1 ❏ Localização: língua, lábio inferior, gengiva, área retromolar, palato mole, mucosa jugal e palato duro ❏ Nos EUA cerca de 10 casos/100000 habitantes ❖ Fatores de risco: ● Fumo ● Bebida alcoólica ● Fatores genéticos ● Exposição solar ● Traumas crônicos ● Vírus herpes? Vírus papiloma? Classificação TMN - Estadiamento Tx – tumor primário não pode ser classificado T0 – sem evidência T1 – tumor menor que 2cm T2 – tumor maior de 2cm e menor de 4cm T3 – tumor maior de 4cm T4 - tumor invade estrutura adjacente Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Nx – linfonodo não pode ser avalizado N0 – ausência de linfonodo metastático N1 – linfonodo de até 3cm ipsilateral N2a – linfonodo de 3cm a 6cm único ipsilateral N2b – vários linfonodos menores de 6cm N2c – linfonodos bilaterais menores 6cm N3 – linfonodo maior de 6cm Mx – metástase não pode ser avaliada M0 – ausência de metástase à distância M1 – presença de metástase à distância Diagnóstico dos tumores da cavidade oral: ❏ História clínica ❏ Exame clínico ❏ Exame macroscópico ❏ Exame microscópico ❏ Exames complementares ❖ Sempre pensar em câncer ❖ Sempre investigar como câncer ❖ Tudo que não é considerado normal e anatômico deve ser investigado ❖ Desconfiar sempre das lesões que não melhoram com tratamento instituído ❖ Evitar chegar nessa condições!!!!! Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot da Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Câncer de Esôfago O carcinoma de células escamosas é o mais comum dos cânceres esofágicos no mundo inteiro e ocorre mais frequentemente em homens acima de 60 anos. É quase seis vezes mais comum em afro-americanos do que em caucasianos. Acomete principalmente os terços médio e inferior do esôfago. Ao passo que o Adenocarcinoma é mais comum em brancos Os países com maior incidência de Ca de esôfago são da Ásia e da África, como China, Cingapura, Irã, Rússia e África do Sul. Nesses locais, o tipo mais comum ainda é o carcinoma escamoso… Atualmente, se reconhecem dois tipos histológicos principais de câncer de esôfago: (1) carcinoma escamoso (ou epidermóide); e (2) adenocarcinoma. O escamoso se desenvolve no epitélioestratificado não queratinizado, já o adenocarcinoma se desenvolve no epitélio de barrett, que é uma condição do esôfago de barrett (esofagite erosiva por consequência do DRGE) Fatores de risco: Escamoso: Tabagismo, etilismo, comidas com nitratos, tilose palmoplantar, deficiencia de Zn, Se e vitamina A, HPV, radiação, infecções fúngicas crônicas e acalasia. Adenocarcinoma: O principal fator de risco é o epitélio de barrett, entretanto há estudos que mostram que a obesidade e o tabagismo também pode ocasionar o adenocarcinoma O carcinoma de células escamosas envolve a transição do epitélio escamoso normal do esôfago para um epitélio escamoso displásico. Sua patogenia molecular ainda é indefinida, porém sabe-se que há o envolvimento da perda de diversos genes supressores de tumor, incluindo p53 e p16/INK4a. A fisiopatologia do adenocarcinoma está intimamente relacionada com a Doença do refluxo gástrico de longo termo e com o Esôfago de Barrett. Estudos sugerem que a progressão do Esôfago de Barrett para o adenocarcinoma ocorre durante um longo período suficiente para que aconteça aquisição gradual de alterações genéticas e epigenéticas. No esôfago de Barret há uma transdiferenciação de um epitélio normal esofágico para o epitélio do intestino delgado. Essa Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira metaplasia acentua o risco de mutações e defeitos de reparo do DNA, elevando o risco de formação do adenocarcinoma. Manifestações Clínicas O paciente procura o médico com queixa de Disfagia rapidamente progressiva, é diferente do megaêsofago porque a do megaêsofago demora 3 anos, e a disfagia do câncer demora de 2 a 3 meses. O “problema” é que quando ele vai sentir a disfagia , o câncer já está bem avançado e o esofago quase “fechando” O paciente pode ter odinafagia, sialorréia, regurgitação, hematêmese (por lesão do tumor, por exemplo), caquexia. Os sintomas iniciais podem ser inespecíficos, tais como uma dor retroesternal mal definida ou queixas de “indigestão”. No entanto, a principal manifestação clínica é a disfagia, que geralmente se inicia para sólidos e, após um período variável, evolui para líquidos. A perda ponderal é um achado clássico, sendo geralmente maior do que o esperado pelo grau de disfagia e de evolução mais rápida, quando comparada às condições benignas (ex.: acalásia). Lesões mais avançadas apresentam-se com halitose e, às vezes, tosse após ingestão de líquidos – a dificuldade de ingestão de líquidos indica que o lúmen já foi quase completamente comprometido ou, menos comumente, indica a formação de uma fístula esofagotraqueal ou esofagobrônquica. A rouquidão por envolvimento do nervo laríngeo recorrente e a hematêmese são sintomas menos comuns. Icterícia (infiltração hepática metastática) e dispneia (infiltração pulmonar metastática) são manifestações menos prevalentes, e indicam doença extremamente avançada...Infelizmente, para ter disfagia mecânica, o câncer já deve ter envolvido grande parte da circunferência esofágica (em geral > 2/3 do lúmen)... Sinais e sintomas de doença avançada: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira ● Afagia (incapacidade para deglutir) ● Pneumonia aspirativa (estenose do esôfago) ● Rouquidão (Infiltração do nervo laríngeo recorrente) ● Tosse durante a deglutição ● Insuficiência Respiratória ● Hematêmese maciça (sangramento intenso pela boca) ● Linfonodomegalia cervical (se você consegue palpar glândulas na região cervical, é sinal de metástase) ● Icterícia (metástase hepática) ● Ascite (metástase peritoneal) O adenocarcinoma é derivado do epitélio de Barrett – metaplasia intestinal que complica alguns pacientes com DRGE erosiva. Portanto, este tumor é localizado no terço distal do esôfago e, eventualmente, se confunde com o adenocarcinoma da cárdia (junção esofagogástrica). Em alguns países, como os EUA, o adenocarcinoma já é, de longe, o tipo mais comum de câncer de esôfago (70%)! No Brasil e em outros países pobres, o tipo mais comum ainda é o escamoso.. Fatores de risco: ● Tabagismo - 5 a 10 x ● Etilismo - 2 a 7x ● Más condições de higiene oral ● Uso crônico de bebidas quentes ● Compostos N nitrosos em vegetais ● Acalasia ou megaêsofago avançado - 16 x ● Lesão cáustica do esôfago ● Esôfago de Barrett ● Gastrite atrófica (ainda há pesquisas)) ● Ingestão de aflatoxinas (fungos) ● Deficiências nutricionais (Vitaminas A e C, Ferro e Zinco) ● Síndrome de Plummer-Vinson ou Paterson-Brown-Kelly ● Ingestão de nitrosaminas e hidrocarbonetos aromáticos (detergentes, petróleo…) ● Tilose palmo/plantar - Síndrome de Howel - Evans ● Papilomavírus Humano ● Divertículo de Zenker Fatores de Risco – Carcinoma Escamoso Hábitos de Vida: os principais fatores de risco Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira para o Ca escamoso, no Brasil e no mundo, são o etilismo e o tabagismo. No Brasil, a grande maioria dos pacientes com Ca escamoso do esôfago tem história de tabagismo e etilismo pesado, este último geralmente de bebidas destiladas, como os aguardentes (o risco com cerveja e vinho é menor). Também é fator de risco a ingestão habitual de bebidas muito quentes (em torno de 65o C), como o chá consumido em algumas regiões do Irã e da Rússia. Fatores Dietéticos: (1) alimentos ricos em compostos N-nitrosos, como os nitratos (metabolizados em nitritos) e as nitrosaminas (ex.: produtos defumados); (2) contaminação com fungos produtores de toxina; (3) deficiência de selênio, zinco, molibdênio e vitaminas (principalmente vitamina A). Doenças Esofágicas: (1) acalásia; (2) síndrome de Plummer-Vinson; (3) estenose cáustica. “A incidência de carcinoma de esôfago pode aumentar em até 3.000 vezes em relação à população geral, em pacientes com história de ingestão de cáusticos”. O intervalo observado entre a injúria cáustica e o surgimento do carcinoma escamoso pode chegar a 40 anos!!! Genética: a principal doença hereditária que predispõe ao Ca escamoso é a tilose palmar e plantar, um raro distúrbio genético autossômico dominante, caracterizado por hiperceratose na palma das mãos e planta dos pés. O risco de Ca de esôfago nesses pacientes se aproxima a 95%, apresentando-se, geralmente, após os 65 anos de idade. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Outros Fatores: bulimia, infecções fúngicas crônicas, HPV, exposição à radiação, história pessoal de câncer no trato aerodigestivo (cabeça, pescoço e pulmão), presença de divertículos no esôfago e doença celíaca. Fatores de Risco – Adenocarcinoma O fator de risco mais importante, e até pouco tempo atrás considerado o único existente para este tipo histológico, é a presença do epitélio de Barrett, secundário à forma erosiva da esofagite de refluxo. As células do epitélio de Barrettevoluem para câncer através de um processo de displasia progressiva. Cerca de 10-15% dos pacientes com DRGE sintomática desenvolvem esôfago de Barrett. Desses, cerca de 1 a cada 200 pacientes-ano desenvolve adenocarcinoma de esôfago (incidência de 0,5% ao ano). Recentemente, foi proposto que o tabagismo e a obesidade também são fatores de risco para o adenocarcinoma! O etilismo, por outro lado, NÃO está associado ao adeno (o consumo de vinho tinto, inclusive, parece reduzir a incidência de adenocarcinoma do esôfago)... Acredita-se também que o uso de bisfosfonatos orais (ex.: alendronato) esteja implicado no risco de câncer de esôfago (tanto escamoso quanto adenocarcinoma). O FDA recomenda que esta classe de drogas seja contraindicada nos portadores de esôfago de Barrett! Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Diagnóstico Para o diagnóstico do adenocarcinoma esofágico utiliza-se principalmente a endoscopia digestiva alta. Importante que ela seja realizada periodicamente de acordo com o grau de metaplasia do paciente, para um melhor seguimento dos pacientes que possuem alto risco para desenvolvimento dessa patologia. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Cromoscopia Digital: Cromoscopia: Lugol – Se liga ao glicogênio presente na célula. Como as neoplásicas são pobres em glicogênio, se coram menos. NBI: Endoscopia com aumento de tamanho. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Irressecável = Muito provavelmente já invadem outros locais e provavelmente não tem mais possibilidade de cirurgia Os tumores de esôfago são mais bem diagnosticados pela análise conjunta da Esofagografia Baritada (preferencialmente com técnicas de duplo contraste) e endoscopia digestiva alta (esofagoscopia) com biópsia.. No exame baritado, a diferenciação entre estenose péptica e câncer de esôfago não é difícil: neste último, é nítida a irregularidade da mucosa e a súbita transição entre o esôfago normal e a obstrução (“sinal do degrau”). Em relação à localização do tumor, cerca de 50% encontram-se no terço médio, 25% no terço superior e 25% no terço inferior. Pelo aspecto endoscópico, o Ca de esôfago pode ser classificado em três tipos: (1) polipóide exofítico (60% dos casos); (2) escavado ou ulcerado (25% dos casos); e (3) plano ou infiltrativo (15% dos casos) O Estudo Radiológico Contrastado Esôfago-Estômago-Duodeno é útil para o diagnóstico do carcinoma do esôfago por evidenciar um defeito de preenchimento por conta da lesão na mucosa ou evidenciar um trânsito prejudicado do contraste por conta de crescimento de massa no lúmen. Porém para realizar um diagnóstico definitivo utiliza-se endoscopia para uma visualização direta da lesão. Uma vez vista, realiza-se biópsia para a confirmação diagnóstica por meio de histopatologia e imuno-histoquímica. Para a detecção de linfonodos locais utiliza-se ultrassom endoscópica. Para análise de outros sítios de metástase pode-se utilizar Tomografia Computadorizada de tórax e abdome ou PET-Scan. Tumores de Terço médio e proximal faz-se a broncoscopia e laringoscopia Ecoendoscopia ou Ultrassonografia: Refere-se a quanto o tumor está infiltrado na parede e a metástase linfonodal Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira OBS.: A aparência radiológica da neoplasia de esôfago na esofagografia é de uma súbita redução do lúmen (aspecto de degrau de escada ou maçã mordida), diferente da observada em patologias benignas em que o afunilamento é progressivo (ex.: aspecto em bico de pássaro na acalásia). ex da foto: esofagografia baritada ESTADIAMENTO É importante lembrar que o ca de esôfago é muito agressivo, porque não existe a serosa na parede do esôfago e logo ele consegue se disseminar para os linfonodos e para os órgãos adjacentes com muita facilidade. Usa-se a escala TMN, T de tumor (extensão), N de linfonodos (quantos) e M de metástase a distância. Os exames utilizados para o estadiamento são: (1) Ultrassom endoscópico: atualmente é o melhor exame para definir os componentes T e N do estadiamento. Sempre que possível o componente N deve ser confirmado por meio da coleta de material por PAAF (Punção Aspirativa com Agulha Fina) (2) RX de tórax: alterado em 50% dos pacientes; pode mostrar adenopatia mediastinal, derrame pleural e metástases pulmonares; Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira (3) TC toraco abdominal: avalia o tamanho do tumor, os linfonodos mediastinais e as metástases a distância (ex.: fígado e linfonodos celíacos) (4) Broncofibroscopia: mostra a invasão traqueobrônquica (fístula esofagotraqueal); indicada especialmente nos cânceres do esôfago proximal e nos pacientes com tosse persistente (5) Mediastinoscopia e laparoscopia com biópsia: avalia linfonodos e metástases a distância. Os linfonodos celíacos são bem avaliados na laparoscopia – o seu acometimento contraindica a cirurgia curativa para a maioria dos autores; (6) PET-scan: é mais sensível que a TC e o US endoscópico para determinação de metástases a distância . Apesar do alto custo, a tendência atual é que se analisem conjuntamente os resultados da TC com o PET (PET-TC) Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Classificação TNM avalia grau de disseminação do Tu – T: tamanho e infiltração da parede esofágica – N: presença ou não de linfonodos comprometidos – M: presença ou não de metástases • Estádios I e II: doença ressecável • Estádio III: ressecabilidade curativa difícil • Estádio IV: doença não-ressecável e incurável Tumor: • TX. Tumor não pode ser avaliado. • T0. Ausência de tumor. • Tis. Displasia de alto grau • T1. O tumor se desenvolveu na lâmina própria, muscular da mucosa ou submucosa. • T1a. O tumor invade a lâmina própria ou a muscular da mucosa • T1b. O tumor invade a submucosa • T2. O tumor invade muscular própria. T3. O tumor invade a adventícia. • T4a. O tumor invade a pleura, o pericárdio ou o diafragma. • T4b. O tumor invade a traqueia, aorta, espinha dorsal ou outras estruturas importantes. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Linfonodos regionais: A quantidade de linfonodos • NX. Linfonodo regional não pode ser avaliado. • N0. Ausência de linfonodo comprometido. • N1. Até 2 linfonodos regionais comprometidos. • N2. De 3 a 6 linfonodos regionais comprometidos. • N3. Mais de 7 linfonodos regionais comprometidos. Metástase: • M0. Metástase à distância não pode ser avaliada. • M1. Metástase à distância. G= quanto mais indiferenciado pior!!!! Estadio III- Faz-se a radioquimioterapia. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira A sequência de estadiamento que é seguida na grande maioria dos casos, na prática, é a seguinte: (1) Diagnóstico de Ca de esôfago por biópsia endoscópica (precedida ou não pela realização de esofagografia); (2) TC toraco abdominal para determinar a presença de metástases a distância cujaexistência já classifica o doente no Estágio IV, independentemente de outros fatores. O PET-scan tem sido cada vez mais utilizado em associação à TC. Todavia, como se trata de exame menos específico (uma área de captação anormal pode corresponder, por exemplo, a uma infecção ou outro processo inflamatório), recomenda-se que qualquer suspeita de metástase pelo PET seja confirmada por biópsia antes de se excluir o paciente da possibilidade de tratamento cirúrgico; (3) Na ausência de metástase a distância, um Ultrassom Endoscópico (USE) é realizado para avaliar a penetração do tumor na parede esofagiana, bem como avaliar a extensão da doença para os linfonodos locorregionais. Devido à excelente sensibilidade do USE, a mediastinoscopia tem sido pouco indicada; (4) A laparoscopia é considerada “opcional”, sendo, contudo, fortemente recomendada em pacientes com adenocarcinomas localizados na porção intra-abdominal do esôfago ou próximos à junção esofagogástrica, bem como nos pacientes com suspeita de disseminação intra-peritoneal.. Para ambos os tipos histológicos de neoplasias do esôfago aqui citadas, o tratamento pode ser cirúrgico ou clínico. A cirurgia é o pilar para o tratamento curativo. Dependendo do local acometido pode ser realizado uma esofagectomia total ou subtotal. Dependendo do estágio do tumor, pode-se proceder com quimioterapia neoadjuvante (antes da operação) e/ou adjuvante (após a operação), para a obtenção de melhores resultados. A sobrevida em cinco anos do Ca de esôfago, de acordo com o estadiamento final (clínico + cirúrgico) é a seguinte: Estágio I: 60%; Estágio II: 30%; Estágio III: 20% Estágio IV: 4%. Em pacientes com razoável estado geral (nutridos, com albumina próximo ao normal) e sem comorbidades preocupantes (cardiopatia, pneumopatia, hepatopatia, nefropatia), a cirurgia curativa pode ser tentada na ausência de metástases a distância (incluindo linfonodos a distância) e de um T4 irressecável. Em pacientes com tumores T1 sem metástases (Ca de esôfago precoce), inclusive, pode-se optar pela ressecção endoscópica da lesão... Cerca de 40--50% dos pacientes com Ca de Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira esôfago encontram-se no grupo “ressecável”. Mesmo assim, a cura só é alcançada em 10-35% dos casos. A estratégia cirúrgica curativa proposta pela maioria dos autores envolve a realização de esofagectomia + linfadenectomia regional, com margens de segurança de pelo menos 8 cm. Cerca de 75% dos pacientes diagnosticados com Ca de esôfago já apresentam invasão linfática no momento do diagnóstico. Os tumores do terço superior ou médio drenam para linfonodos cervicais profundos (supraclaviculares), paraesofágicos, mediastinais posteriores e traqueobrônquicos. Os do terço distal, para os linfonodos paraesofágicos, celíacos e do hilo esplênico. As metástases à distância mais importantes são: fígado e pulmão, ocorrendo também para ossos e rins. O chamado câncer de esôfago precoce é aquele que invade até a submucosa (T1 ou Estágio I). Infelizmente, esta é uma apresentação rara deste câncer Invasão de Aorta: ângulo de Picus - Ângulo de contato com a aorta maior que 90o demonstra invasão da aorta. Tratamento: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira A estratégia cirúrgica curativa proposta pela maioria dos autores envolve a realização de esofagectomia + linfadenectomia regional, com margens de segurança de pelo menos 8 cm. Vale ressaltar que a reconstrução do trânsito deve ser, sempre que possível, com o estômago! Um estômago normal bem dissecado alcança prontamente o pescoço em todos os pacientes. A interposição do cólon tem a desvantagem de requerer três anastomoses (coloesofagostomia, colojejunostomia e colocolostomia), sendo uma cirurgia de maior morbimortalidade. Só é indicada em pacientes com gastrectomia total ou parcial prévia ou quando o tumor avança sobre o estômago. Deve ser realizada rotineiramente uma jejunostomia para alimentação enteral no pós-operatório. No pré-operatório, em pacientes desnutridos por disfagia, sempre que possível deve-se dilatar a estenose com a implantação endoscópica de um stent esofagiano, e Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira inserir um cateter de Dobb-Hoff para garantir aporte nutricional de pelo menos 2.000 kcal/dia, postergando a cirurgia até a melhora nutricional. As duas técnicas mais utilizadas para esofagectomia pelos cirurgiões torácicos são: (1) Esofagectomia Transtorácica; e (2) Esofagectomia Trans-Hiatal. Cada uma possui vantagens e desvantagens sobre a outra. Tumor precoce (apenas 5% dos casos): – Cirurgia ---- Esofagectomia – Mucosectomia endoscópica Tumor não-avançado: – Cirurgia ------- Esofagectomia ----- Quimio-Radioterapia adjuvante Tumor avançado: – Ressecável : Quimio-Radioterapia neo-adjuvante, Reestadiamento com TC , Cirurgia ---- Esofagectomia Irressecável ou inoperável: Quimio-Radioterapia isolada Tumor Precoce (5% dos casos) Cirurgia: Esofagectomia – Padrão Standard Pacientes inoperáveis, adere a radio e quimioterapia. Há a possibilidade de fazer uma ressecção endoscópica, antes da submucosa: Só retira a lesão, sem retirar os linfonodos (Mucosectomia endoscópica) Ressecção endoscópica da mucosa (EMR) ou Ressecção endoscópica da submucosa (ESD). Tumor não-avançado: Cirurgia: Esofagectomia Cirurgia assistida por vídeo-toracoscopia. Esfagectomia Trans-hiatal Quimio-Radioterapia adjuvante: A radioterapia não costuma ser feita de forma isolada na abordagem neoadjuvante (pré-operatória). Sua principal utilidade é o controle local do tumor, mas por si só não confere aumento na sobrevida. A quimioterapia também não costuma ser feita de forma isolada, e sua principal utilidade é o controle da disseminação linfática locorregional do tumor. Já a radioquimioterapia neoadjuvante tem fornecido resultados mais favoráveis nos pacientes com Ca de esôfago, sendo indicada principalmente nos estágios IIA, IIB e III. A combinação de radio e quimioterapia tem o potencial de aumentar o tempo de sobrevida! O tipo de tumor que responde melhor à radioquimioterapia é o carcinoma de células escamosas OBS.: Pacientes não candidatos à cirurgia, simplesmente pelo alto risco cirúrgico, ou por possuírem doença avançada, também podem se beneficiar da radioquimioterapia. O esquema é semelhante ao da “radioquimio” Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Terapia Paliativa Para os pacientes com tumor irressecável, devemos prover conforto e qualidade de vida. O uso de dilatadores esofágicos ou stents permite a reconstituição do trânsito alimentar por um período curto. A terapia fotodinâmica utiliza uma substância sensibilizadorapor via venosa seguida pela aplicação do laser. Sonda de Dobbhoff (nutrição enteral), Prótese auto-expansiva Riscos e Complicações Cirúrgicas: • Mortalidade: 5-20% • Principais complicações precoces: – Atelectasia, BCP, derrames pleurais – Arritmia cardíaca, IAM – Infecção de ferida, mediastinite, fístula – Lesão de nervo laríngeo recorrente • Complicação tardia: – Estenose de anastomose Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Questões (UNICAMP-SP 2016) Homem, 72 anos, com disfagia progressiva há 6 meses, anorexia e emagrecimento, foi diagnosticado com câncer em terço médio do esôfago. No estadiamento, detectou-se disseminação local com invasão da aorta e brônquio fonte esquerdo, metástases ganglionares mediastinais e fígado. Qual a justificativa para o comportamento agressivo desse tipo de câncer? A Estar localizado no terço médio do esôfago B O tipo histológico mais comum ser o adenocarcinoma C Estar relacionado com o esôfago de Barrett D Ausência da camada serosa do esôfago Resposta: Uma das características próprias do esôfago, diferenciando-o dos demais componentes do trato gastrointestinal , é a ausência de serosa. Isso faz com que o esôfago não tenha uma barreira física importante que dificulte a disseminação do câncer, o que explica o câncer de esôfago ser tão agressivo. Quando se chega ao diagnóstico a doença já está bem avançada, sem possibilidade de cura. (HSPE 2014) Para a confirmação de suspeita de tumores malignos do esôfago, assinale os itens a seguir: I-Disfagia progressiva, inicialmente para sólidos e depois para líquidos II- Perda de peso e dor torácica III- Exame físico habitualmente negativo. É correto afirmar que implica(m) diagnóstico(s) presuntivo de tumor de esôfago o que está contido em: A: I, II E III B: I E II Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira C: APENAS I D: APENAS II Resposta: Todas as alternativas estão corretas. A disfagia progressiva é o sintoma mais frequente e se inicia com dificuldade para sólidos, evoluindo para alimentos pastosos e depois líquidos. Normalmente a queixa aparece quando se obstrui mais de 50%da luz esofágica e se associa com rápida perda de peso, odinofagia e regurgitação. Na fase avançada pode ter sintomas da invasão do tumor em estruturas adjacentes como tosse, expectoração (fístula esofagobrônquica), dor torácica, rouquidão (invasão dos nervos laríngeos recorrentes). Geralmente não há alteração significativa no exame físico, exceto quando a doença se espalha para linfonodos subjacentes e supraclaviculares e se tornam palpáveis (sinal de Troisier) (UFMS 2013) Sobre a doença do refluxo gastroesofágico versus câncer de esôfago. é correto afirmar que: A: É um dos fatores de risco mais importante para o desenvolvimento do adenocarcinoma de esôfago B:O refluxo crônico está associado ao esôfago de Barrett, precursor pré-maligno do carcinoma espinocelular C: Aumenta o risco quanto de carcinoma espinocelular quanto de adenocarcinoma D: O risco do esôfago de Barrett se tornar adenocarcinoma de esôfago é de 10% por paciente/ano E: O adenocarcinoma de esôfago nada tem a ver com refluxo crônico esofágico e sim com outros fatores de risco como tabagismo e etilismo Resposta: Letra A. A DRGE aumenta consideravelmente o risco de desenvolvimento do adenocarcinoma de esôfago em médio e longo prazos, mas não tem nada a ver com o carcinoma espinocelular. O refluxo cônico está associado ao esôfago de Barrett, que p precursor maligno do adenocarcinoma e aproximadamente 20% dos pacientes com esôfago de Barrett desenvolvem câncer esofágico por ano. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Varizes e Insuficiência Venosa Crônica ● Primeiramente entender que: ➔ Microvarizes são mais comuns em meninas e que começam a aparecer quando dão início ao período menstrual ( questões hormonais) ➔ O diagnóstico da IVC consiste na inspeção do membro inferior, na qual serão visualizadas as varizes, e geralmente a paciente chega ao consultório se queixando da estética das pernas. ➔ FISIOPATOLOGIA BÁSICA: o sangue ao invés de seguir seu fluxo normal, faz o sentido inverso causam o refluxo do sistema venoso. Esse refluxo ocorre porque as válvulas presentes nas colunas das veias não estão funcionando da maneira correta. No decorrer do tempo, essas veias dilatam, gerando uma maior pressão nos capilares, ocorre extravasamento de hemácias e danos à pele desse paciente (hiperpigmentação). ➔ Danos à pele= demora anos, não é de uma hora pra outra ( afinal trata-se de uma patologia crônica). ➔ Não se sabe a causa da insuficiência das válvulas = se atribui à uma causa primária. ❏ Fatores Predisponentes: ● Idade= exposição da força da gravidade no decorrer dos anos ● Sexo feminino=hormônios/ uso de anticoncepcional ● Gravidez= o útero gravídico comprime as veias da pelve, e por consequência as veias das pernas. ● Profissionais que passam muito tempo em pé ● Trombose venosa profunda ★ Praticamente todo adulto tem varizes. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot CEAP: ➢ Clínica ➢ Etiologia ➢ Anatomia ➢ Fisiopatologia Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot OBSERVAÇÕES: ➢ Maior o refluxo= mais pigmentação na pele = eczema/ hipercromia ➢ A partir do CEAP 2 = solicitar exame de imagem ( ECODOPPLER VENOSO) ➢ Se apresenta úlcera= tecido fibrosado/ necrosado com lesão = CEAP 6 Questão (UNIFESP – 2010) Paciente portador de varizes em membros inferiores, com quadro de hiperpigmentação, lipodermatoesclerose e eczema deverá ser classificado pelo critério clínico CEAP como: A – C3 B – C2 C - C1 D – C5 E – C4 ● Etiologia Congênita= não se sabe pq a válvula deixou de funcionar Primária Secundária ● Anatomia= orienta a intervenção (voltado ao especialista) Superficiais Profundas Perfurantes Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot ● Fisiopatologia Refluxo Obstrução = trombo Refluxo e obstrução ● Quadro clínico ● Exames complementares Eco doppler= a partir do CEAP 2 Tratamento (CEAP 1): Escleroterapia ( glicose injetável ) Meia elástica Compressão (15-20mmHg/20-30 mmHg/30-40 mmHg) -Altura (3/4, 7/8, meia-calça) Tratamento CEAP 2-5: Diosmina 450 mg + Hesperidina 50 mg 12/12 horas – 02 meses= pode ser prescrito no PSF (venotônicos) Meia elástica Compressão (15-20 mmHg/20-30 mmHg/30-40 mmHg) -Altura (3/4, 7/8, meia-calça) Espuma/Cirurgia Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Tratamento CEAP 6: Diosmina 450 mg + Hesperidina 50 mg 12/12 horas – 02 meses Bota de Unna – contra-indicado se houver infecção Antibioticoterapia, se infectado (flogose e secreção purulenta)= cultura e antibiograma = eritromicina Espuma/Cirurgia Repouso com a perna elevada= melhorar a circulação sanguínea ❏ Eco doppler= tratamento das veias superficiais e perfurantes FIXANDO O CONHECIMENTO: Quanto à classificaçãoclínica CEAP, podemos afirmar, exceto: A - A classe 1 corresponde a telangiectasias ou veias reticulares. = menores de 3mm correto B - A classe 2 corresponde a eczema varicoso. errado= ceap 4 C - A classe 3 corresponde a presença de edema. correto D - A classe 5 corresponde a alterações tróficas com úlcera cicatrizada. correto E - A classe 4 corresponde a alterações tróficas na pele. correto A respeito das úlceras venosas pode-se afirmar: A - Localiza-se inicialmente na planta do pé com evolução progressiva, podendo acometer toda circunferência da perna. B - Apresentam forma irregular com bordas mal definidas e fundo de coloração pálida, tem base de tecido necrótico, é francamente purulenta nos casos de infecção. C - A pele circunjacente nunca apresenta alterações tróficas tais como: hiperpigmentação, dermatite, lipodermatosclerose e atrofia branca. D - Dificilmente são produzidas por trauma como o ato de coçar áreas de eczema, iniciando-se pequenas e rapidamente evoluindo quando não se controla o edema ou ocorre infecção secundária. E - A evolução máxima do quadro de hipertensão venosa é a úlcera venosa. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Os flebotônicos estão indicados para: A - Auxiliar no tratamento sintomático das varizes. B - Evitar o surgimento de novas varizes e curar as já existentes. C - Tratar todas as patologias vasculares periféricas. D - Curar as úlceras da insuficiência venosa crônica. E - Tratar a claudicação em arteriopatas. Qual o exame de escolha para o estudo do refluxo no sistema venoso: A - Pressão venosa ambulatorial B - Eco-Doppler C - Flebografia D - Pletismografia (CEREM-BAHIA) Paciente sexo feminino, 55 anos de idade, diabética, hipertensa e tabagista há 25 anos. Refere dor tipo sensação de peso nas pernas há mais de 20 anos com piora nos últimos 5 anos, predominantemente no final do dia. Refere que progressivamente surgiram veias dilatadas, manchas escuras e edema em ambas as pernas, mais intensamente na perna direita na qual surgiu ferida que não está cicatrizando, a despeito dos cuidados locais. Diante do quadro apresentado: A - Identifique o provável diagnóstico. RESPOSTA: Insuficiência Venosa Crônica / Varizes de Membros Inferiores com complicações. B - Identifique a topografia/localização e o tipo de leito da ferida na perna direita, mais prováveis. RESPOSTA: Área Peri-maleolar medial/interna e leito com tecido de granulação (vermelho, não isquêmico). C - Indique o exame mais adequado a ser solicitado para avaliar a suspeita diagnóstica. RESPOSTA: Eco-Color-Doppler Venoso de Membros Inferiores. (UFT – Res Méd – Angiorradiologia e Cirurgia Endovascular – 2015) A insuficiência venosa crônica é responsável por morbidade elevada, devido a úlceras de membros inferiores e infecções. É importante o conhecimento desta patologia, sendo que as duas principais causas são síndrome pós-trombótica e varizes primárias. Na fisiopatologia da insuficiência venosa crônica a hipertensão venosa é decorrente de que? A - Pressão aumentada nas arteríolas B - Infecções de repetição C - Pressão aumentada nos capilares = extravasamento de hemácias, prurido D - Obstrução das arteríoloas Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot E - Nenhuma das alternativas está correta. tem sim questão genético= hormônios aumentados ou diminuídos CONSIDERAÇÕES FINAIS: ➢ Exercício físico exacerbado= musculação muito pesada= pressão aumentada=pode causar varizes ➢ Meia coringa=média compressão= 30 mmHg ➢ Possuir varizes se relaciona sim com o fator genético = hormônios aumentados ou diminuídos (principalmente entre as mulheres de uma mesma família) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Derrame Pleural Aspectos Gerais: Principais mecanismos fisiopatológicos: •Aumento da pressão hidrostática intravascular •Redução da pressão oncótica intravascular •Aumento da pressão intersticial •Redução do clearence linfático •Ruptura orgânica traumática e extravazamento de conteúdo para cavidade pleural •Transporte transdiafragmático Derrame Pleural: Desequilíbrio entre a produção (ou extravasamento) de fluido e sua reabsorção no interior da cavidade pleural Ex.: Hidrotórax, Piotórax ou Empiema pleural, Hemotórax, Quilotórax Manifestações Clínicas: Diagnóstico: ➢ Radiografia Simples de Tórax •Método diagnóstico inicial •Sensibilidade dependente do volume da efusão •Baixa especificidade Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot •Importância das incidências •Auxilia na determinação etiológica do derrame Tomografia Computadorizada de Tórax: •Auxilia na determinação etiológica do derrame pleural •Método diagnóstico de alta sensibilidade e especificidade •Quantificação e qualificação do derrame (livre ou septado) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Ultrassonografia de Tórax: •Método de alta senso- especificidade •Quantificação e qualificação do derrame •Auxilia na realização de procedimentos de punção e drenagem •Portabilidade e facilidade no manuseio Toracocentese (Aspectos Gerais): •Introdução de agulha através da parede torácica com intuito de penetrar a cavidade pleural •Tipos: diagnóstica e terapêutica Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot •Toracocentese diagnóstica: coleta de material para estudo bioquímico, citológico e microbiológico •Toracocentese terapêutica (alívio): esvaziamento de cavidade pleural objetivando alívio dos sintomas (dispneia, tosse, etc.) Toracocentese (Indicações): •DIAGNÓSTICA: Todo e qualquer derrame pleural diagnosticado clínico e radiologicamente, exceto se: 1) volume estimado inferior a 300ml, e/ou 2) etiologia bem definida (ex.: derrames transudativos) TERAPÊUTICA: Ainda que etiologia definida, todo derrame pleural sintomático Toracocentese (Estudo do líquido pleural): •Análise macroscópica (cor, odor, turbidez, viscosidade, coagulabilidade) •Estudo bioquímico (pH, DHL, glicose, proteínas, colesterol, triglicerídeos, amilase, ADA) •Estudo citométrico (leucometria total e diferencial) •Estudo citopatológico (citologia oncótica) Estudo microbiológico (pesquisa de baar, pesquisa de fungos, cultura para germes piogênicos, cultura para fungos, etc.) Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Toracostomia com drenagem pleural fechada Definição: colocação de dreno torácico de PVC em abertura torácica prévia (toracostomia), mergulhado em mecanismo valvulado unidirecional (selo d’água) Indicações: •Empiema pleural •Hemotórax •Quilotórax •Pneumotórax •Pós-operatório de cirurgia torácica TIPOS DE DERRAME PLEURAL: TRANSUDATO: •É o fluido de baixo conteúdo protéico, resultado de alterações na pressão hidrostática, com permeabilidade vascular normal. EXEMPLOS DE DP TRANSUDATIVO: •DP cardiogênico •DP hepatogênico (hidrotórax hepático) •DP nefrogênico EXSUDATO: •Fluidos ricos em proteínas e células que extravasam para o interstício (ou terceiro espaço) devido a permeabilidade vascular aumentada. Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot EXEMPLOS DE DP EXSUDATIVO: •DP parapneumônico •TB pleural •DP paraneoplásico Critérios de Light: •A presença de pelomenos UM critério positivo para exsudato é definitivo Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot DERRAME PLEURAL E SUAS EXPRESSÕES CLÍNICAS: Derrame Pleural Cardiogênico Maior causa de derrame pleural transudativo Causa: ↑Pressão Hidrostática da AP Derrame pleural bilateral em 80% dos pacientes Quadro clínico associado a ICC Causa incomum: pericardiopatia com tamponamento cardíaco Tratamento: farmacológico; toracocentese de alívio (apenas se sintomático) Derrame Pleural Hepatogênico: Também conhecido como hidrotórax hepático Associado a cirrose hepática e a hipertensão portal Patogenia: Poros transdiafragmáticos e passagem de líquido ascítico / hipoalbuminemia Geralmente à direita Tratamento: clínico farmacológico / abordagem do derrame quando sintomático Derrame Pleural Nefrogênico: Associado a nefropatias: •Insuficiência renal crônica •Síndrome nefrótica Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Patogenia: Elevação da pressão hidrostática / hipoalbuminemia Tratamento: •Clínico farmacológico •Hemodiálise •Abordagem do derrame quando sintomático Derrame Pleural Paraneoplásico: Associado a: •Neoplasia maligna primária de pulmão •Neoplasia maligna primária de pleura •Neoplasias malignas secundárias: mama, timo, ovário, etc. Patogenia: obstrução de canais linfáticos na pleura parietal Produção contínua de líquido pleural Tratamento: •Drenagem pleural fechada •Pleurodese Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Derrame Pleural Parapneumônico: DPP: qualquer derrame pleural associado a pneumonia bacteriana DPP Complicado: não resolvido sem o uso de toracocentese e/ou toracostomia. Empiema Pleural: qualquer coleção purulenta na cavidade pleural “Nem todo empiema é um DPP, tampouco todo DPP é um empiema” Derrame Pleural / TB pleural: Associado a tuberculose pleural (extrapulmonar) Patogenia: obstrução de canais linfáticos na pleura parietal Produção contínua de líquido pleural (derrame pleural recidivante Clínica: dor torácica pleurítica, perda ponderal, picos febris periódicos, contato com fonte bacilífera Tratamento: •Drenagem pleural fechada •Esquema básico com tuberculostáticos: RIPE Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Derrame Pleural Parapneumônico: Fase Exsudativa (Fase I) •Aumento da permeabilidade capilar com edema intersticial •Extravasamento de líquido inflamatório do interstício para a cavidade pleural •Bioquímica: redução LDH, aumenta Glicose, aumenta pH •Citometria: reduz WBC •Microbiologia: Estéril (Cultura negativa) Fase Fibropurulenta (Fase II) •Extravasamento de grande quantidade de líquido inflamatório para a cavidade pleural •Bioquímica: aumento LDH, redução Glicose,redução pH •Citometria: aumento WBC (PMN), debris celulares •Microbiologia: aumento Bactérias (Cultura positiva) •Deposição de fibrina sobre a pleura visceral e parietal (delimitação do processo inflamatório) Fase Organizacional (Fase III) •Formação de loculações no interior da cavidade pleural •Crescimento de fibroblastos com subsequente fibrose pleural e encarceramento pulmonar •Possibilidade de drenagem espontânea através da parede torácica (empyema necessitatis) ou através do pulmão (fístula broncopleural). DIAGNÓSTICO: Considerar DPP em pacientes não-responsivos a ATB Importância de diagnóstico rápido e precoce Impacto do nível educacional e qualidade do sistema de saúde na evolução da doença Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Ultrassonografia •Vantagens: portabilidade, dinamismo, guia de procedimentos •DPP livre X DPP septado •Quantificação do líquido (< 10mm e > 10mm) Tomografia Computadorizada: •Melhor definição •Auxílio no diagnóstico diferencial •DPP livre versus septado •Auxílio na indicação e planejamento cirúrgico (septações, espessamento pleural) Antibioticoterapia: •Comunitária ou Hospitalar? •Inicialmente empírica e depois guiada por antibiograma •Farmacocinética: grau de penetração pleural do antibiótico •Uso de anaerobicidas Toracocentese: •Abordagem invasiva inicial •Punção Diagnóstica: Coleta de líquido pleural •Indicação: lâmina lateral > 10-20mm ou Volume > 300-500ml •Contra-indicado em DPP septados Toracostomia com Drenagem Fechada: •Indicação: DPP complicado •Aspecto do LP: citrino escuro, com grumos ou debris, turvo, viscoso. •Citobioquímica: redução pH, redução Glicose, aumento DHL, aumento PTN, aumento WBC •Microbiologia: aumenta Bactérias •Contra-indicado em DPP septados Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Descorticação Pulmonar por Vídeo: •DPP com resposta incompleta a drenagem pleural fechada •Empiema pleural multisseptado •Espessamento pleural e encarceramento pulmonar •Técnica: comunicação das lojas pleurais, remoção da capa de fibrina sobre a pleura visceral, lise de aderências pleurais, remoção do derrame residual, liberação do diafragma e seio costofrênico, coleta de material para análise Deborah Oliveira Maria Karolina Palitot Drenagem pleural aberta (Pleurostomia): •Falha de todas as formas de tratamento •Empiema diagnosticado tardiamente •Vantagens: Alta precoce e maior autonomia ao paciente •Desvantagens: Estética Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Câncer Gástrico Anatomia do estômago O estômago é o órgão do aparelho digestivo, fica entre o esofago e o duodeno, ele é dividido pela cárdia que é a válvula de entrada do estômago, na sequência há o fundo, o corpo, o antro do piloro e o piloro que é a válvula de saída. Em relação a vascularização há: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Temos a principal irrigação que é a Art. Gástrica esquerda, depois temos a art. Gástrica direita, art. gastroepiplóica direita e art gastroepiplóica esquerda. Em relação a drenagem linfática, o estômago vai ter drenagem linfática para linfonodos perigástricos e os principais são da região da cárdia e o da pequena curvatura. OBS.: Isso é importante de saber pois quando se tira uma parte do estômago, ele continua funcionando e viável, justamente pelas artérias que o irrigam, Incidência e mortalidade: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Globalmente: ● Quarto câncer em incidência ● Segunda causa de mortalidade por câncer ● 60% dos casos em países em subdesenvolvidos (Ásia e América do sul) ● ⅔ com doença localmente avançada ou metastática a apresentação 1. Dos pacientes submetidos a ressecção com intenção curativa, 60% recorrem. 2. 3. Maioria das recidivas em até 3 anos 4. 5. Recorrência locorregional em até 45% 6. 7. Disseminação peritoneal em 50 % Susceptibilidade Genética: ● Polipose e adenomatosa familiar: A polipose adenomatosa familiar ocorre em uma a cada 8.000 a 14.000 pessoas. Os pólipos estão presentes em 50% das pessoas até os 15 anos de idade e em 95% das pessoas até os 35 anos de idade. ● Síndrome de Peutz Jegher: A Síndrome de Peutz-Jeghers (SPJ) é uma doença autossômica dominante caracterizada por polipose hamartomatosa do trato gastrintestinal, associada à pigmentação melânica cutâneo-mucosa ● Polipose Juvenil Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira ● HNPCC ● Síndrome de Li-Fraumeni - Mutação p 53 ● BRCA-2 ● HDGC ● Mutação do gene E-caderina - câncer gástrico difuso hereditário - 80% de chances - gastrectomia total profilática ● Síndrome de Lynch OBS.: Doenças Genéticas dependente de alteraçõesdo DNA: Oncogenes Antioncogenes Múltiplos erros genéticos. Epidemiologia: Tumores benignos 1. Pólipos adenomatosos 2. Pólipos hiperplásicos: Tipo histológico mais comum, benigno, ocorre após cirurgias gástricas, hiperplasia e dilatação cística da Gl. Gástricas. 3. Pólipos de Glândulas fúndicas 4. Leiomiomas 5. Schwannomas 6. Acidentais (-2 cm e ressecção endoscópica) Tumores Malignos 1. 95% Adenocarcinoma: tumor da mucosa, pode ser: Papilar, tubular, mucinoso, anel de sinete, pequenas células. 2. 5% tumores neuroendócrinos, linfomas, leiomiossarcomas, tumores estromais (GIST), tumores metastáticos Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Fatores de Risco: Nutricional: ● Baixo consumo de gorduras ou proteínas ● Carne ou peixe salgados ● Consumo alto de nitrato ● Alto consumo de carboidratos complexos ● Vegetais frescos e frutas ● Chá verde e alho ● Baixo consumo de vitaminas A e C Ambientais: ● Deficiência de água potável ● Falta de refrigeração ● Tabagismo ● Temperatura alta (aminas heterocíclicas) ● Fatores ocupacionais (quem trabalha com agrotóxico, detergente…), Social: ● Classe social baixa Médica: ● Cirurgia gástrica prévia ● Infecção por H. Pillory ● Gastrite e atrofia gástrica ● Pólipos adenomatosos ● Operações Gástricas: Gastrectomia Billroth II - Refluxo biliar. Lesões predisponentes: ● Adenomas gástricos (epitelial e mesenquimal) ● Polipose gástrica difusa ● Gastrite atrófica ● Anemia perniciosa ● Metaplasia intestinal Outros: ● Sexo masculino Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Quadro Clínico: Há três tipos de câncer gástrico 1. Adenossarcoma (MAIS COMUM) 2. Linfoma 3. Leiomiossarcoma Em seus estágios iniciais o câncer gástrico pode muitas vezes ser assintomático ou provocar sintomas inespecíficos, dificultando o diagnóstico precoce. Os sintomas tardios incluem inchaço, disfagia, dor epigástrica ou saciedade precoce. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Sinais de neoplasia avançada: ● Hepatomegalia nodular ● Ascite ● Gânglio de Virchow - Neoplasia avançada ● Prateleira de Blummer- é uma constatação sentida no exame retal que indica um tumor com metástase ● Periumbilical - Irmã Maria José https://pt.qwe.wiki/wiki/Medical_findings https://pt.qwe.wiki/wiki/Rectal_examination https://pt.qwe.wiki/wiki/Neoplasm Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Classificações do adenocarcinoma: Classificação de Lauren: Classificação Microscópica. Divide o câncer do tipo ADENOCARCINOMA em dois subtipos, o intestinal e o difuso. Subtipo intestinal: está mais relacionado a fatores ambientais, possui melhor prognóstico, é bem diferenciado, acomete mais homens e indivíduos mais velhos, apresentando disseminação hematogênica, está associado à gastrite crônica atrófica (H. Pillory) e pólipos. Subtipo difusa: Relação mais familiar, relacionado com o tipo sanguíneo A, atinge a faixa etária mais jovens (mulheres com menos de 50 anos), possui células pouco diferenciadas (+ agressivo) e do tipo anel de sinete. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Classificação de Borrmann: É uma classificação macroscópica para achados endoscópicos. Este sistema divide o adenocarcinoma gástrico em cinco tipos. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Mais utilizada entre os endoscopistas. Tipo I é projetado (para cima), e os tipos II, III e IV são deprimidos (para baixo). ● Borrmann I -- Lesão polipóide ou vegetante, bem delimitada. ● Borrmann II -- Lesão ulcerada, bem delimitada, de bordas elevadas ● Borrmann III-- Lesão ulcerada, infiltrativa em parte ou em todas as suas bordas. ● Borrmann IV-- Lesão difusamente infiltrativa, não se notando limite entre o tumor e a mucosa normal. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Diagnóstico: A endoscopia quando combinada a biópsia e citologia tem precisão diagnóstica de 98% para ambos os tipos de câncer gástrico. Indicações de EDA: - Pacientes acima de 45 anos que apresentem a síndrome dispéptica. - Síndrome dispéptica + sinal de alarme, como: Perda de peso, anemia, disfalgia, vômitos recorrentes, história familiar. Confirmado adenocarcinoma gástrico: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Marcadores: ● CA 19-9 ---- 62% ● ● CEA: Monitoramento, pouco específico e pode ser alto em metástase (M1), O CEA pode ser alto em outras ocasiões, como em tabagismo, doença não maligna, DPOC, pancreatite e insuficiencia renal. ● CA 72-4 ou TAG 72: predizer o retorno da malignidade, monitorar o tratamento Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Ultra Sonografia endoscópica (USE) Invasão do câncer gástrico e metástases linfonodais regionais permite estadiamento Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Tomografia computadorizada: Profundidade, delimitando áreas de fibrose Envolvimento de órgãos adjacentes Avaliação de metástases do linfonodo Estadiamento: Faz-se: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Tomografia computadorizada de abdome e tórax USG endoscópico PET Videolaparoscopia Sistema TNM: TNM - Classificação de Tumores Malignos ( Classification of Malignant Tumours ) é o sistema mais usado para a classificação de tumores malignos e a descrição de sua extensão anatômica, desenvolvido e publicado pela União Internacional contra o câncer. OBS.: Para completar o estadiamento deve-se realizar a dissecção de pelo menos 15 linfonodos. O câncer de estômago pode ser classificado no sistema TNM quanto ao grau de invasão do tumor, ao número de linfonodos acometidos e à presença ou não de metástases. O prognóstico depende do estágio da doença e da localização do tumor. Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Classificação do adenocarcinoma gástrico: Câncer avançado: ele está depois da sua mucosa Câncer precoce: apenas na mucosa e submucosa. Para saber se o câncer é precoce ou avançado, faz-se uma ecoendoscopia. Estação Linfáticas no Câncer Gástrico: Maria Karolina Palitot Deborah Oliveira Tratamento: ● Se a doença for localizada e for um câncer gástrico precoce (Limitado à mucosa) do subtipo intestinal, menor que 2 CM e não possui metástase de linfonodo nem a distância. Indicado fazer Mucosectomia endoscópica ● Se a doença for localizada e for um câncer gástrico não metastático, com linfonodos positivos mas sem metástase a distância , Observa-se: Se os tumores forem proximais consegue-se realizar gastrectomia total e linfadenectomia D2 + reconstrução. Se os tumores forem distais, realiza-se gastrectomia subtotal (preservação da cárdia) e linfadenectomia D2 + Reconstrução. OBS.: Nesses casos de câncer gástrico não metastático, deve-se realizar uma terapia adjuvante de quimioterapia e radioterapia (Se os tumores forem T3 ou T4 ou N+) OBS.: Nos casos de tumores localmente avançados: Optar por uma terapia alternativa ** Terapia Alternativa: Quimioterapia neoadjuvante ---- cirurgia --- quimioterapia adjuvante. ● Doença Metastática:
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