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Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: História da Arte, da Arquitetura e da Cidade 1 Professora: Lúcia Tone Hidaka Aluno: Maryanna Luyza Florêncio Matrícula:14111455 MUMFORD, Lewis. Santuário, aldeia e fortaleza. In: ______. A Cidade na História: suas origens, transformações e perspectivas. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Cap. 1, p. 9-36. O questionamento em torno de como se formou as cidades, se vê em meio a uma indefinição pelo seu do passado ter sido enterrado, ou mesmo transformado. Analisar a origem das mais antigas e obscuras cidades até a sua atual formação, não apenas observando o seu lado histórico, mas também o psicológico, como também entender a natureza original das funções. Assim vê-se o objetivo de compreender e enxergar a importância do mesmo para se alcançar uma nova forma para a cidade. A concepção de como se iniciou os primeiros princípios de ajuntamentos, utiliza-se da natureza para explicar a ideia de fixação do homem. Os pontos fixos dos mortos formaram a primeira semente do que seria cidade, servindo para os encontros periodicamente daqueles que compartilhavam de uma mesma crença. Mas domesticação e fixação do homem, se deu por meio da cultivação de plantas e criação de animais para a garantia do seu sustendo, fazendo crescer o seu interesse na reprodução, atribuindo à mulher ao caráter de importância em vários departamentos dessa nova economia. Começou-se a inserir armas e instrumentos, principalmente os recipientes para armazenamento e conservação dos alimentos excedentes, devido ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária. Neste período também iniciou a criação do sistema de irrigação, fossos, drenos, entre outros. Partiram para o começo das primeiras aldeias, que vieram por meio do agrupamento das famílias em seu próprio lar e crença, mas que compartilhavam o mesmo modo de vida. Dividia-se os trabalhos pela força e habilidades, não pelos conhecimentos e praticas como nos dias de hoje. Com a expansão das aldeias, os novos conceitos de organização, governo, justiça começaram a surgir, visando a ordem. Resultou que o caçador começa a realizar um papel de protetor da aldeia, contra as feras, por suas habilidades de caça, tendo o poder, seguido do prosperamento da aldeia. Contudo o aldeão torna-se passivo, com intuito de vencer a força e a violência imposta. Com o intercâmbio entre os grupos paleolíticos e neolíticos realizou-se a troca de experiências, armas e culturas, sendo esta união conluio na origem das cidades, onde a mulher perdeu seu papel de idolatria para a figura do homem dominante, que junto com a cooperação tem-se um modelo de vida que vem sendo trabalhado, permanecendo até os dias de hoje. Palavras-chaves: Origem. Cidades. Homem. Aldeias. Universidade Federal de Alagoas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: História da Arte, da Arquitetura e da Cidade 1 Professora: Lúcia Tone Hidaka Aluno: Maryanna Luyza Florêncio Matrícula:14111455 MUMFORD, Lewis. Santuário, aldeia e fortaleza. In: ______. A Cidade na História: suas origens, transformações e perspectivas. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Cap. 1, p. 9-36. “As origens da cidade são obscuras, enterrada ou irrecuperavelmente apagada uma grande parte de seu passado, e são difíceis de pesar suas perspectivas futuras.” (p. 09) “A possibilidade de se construir um novo tipo de cidade que, livre das contradições anteriores, enriquecerá e incentivará de maneira positiva o desenvolvimento humano?” (p. 09) “Compreender a natureza histórica da cidade e distinguir, entre as funções originais, aquelas que dela emergiram e aquelas que podem ser invocadas.” (p. 09) “No alvorecer da História, a cidade já é uma forma amadurecida. Em nossa tentativa de obter melhor visão do seu atual estado, devemos espreitar por sobre a linha do horizonte histórico, a fim de vislumbrar os obscuros traços de estruturas ainda mais antigas e de funções ainda mais primitivas.” (p.09 – 10) “Precisamos de uma nova imagem da ordem, que abrangerá o orgânico e o pessoal, e acabará por abraçar todos os cargos e funções do homem. Somente se pudermos projetar essa imagem, seremos capazes de encontrar uma nova forma para a cidade.” (p. 100) “É possível que alguns dos sítios utilizados mais tarde já tenham sido temporariamente ocupados.” (p.10 - 11) “Se quisermos identificar a cidade, devemos seguir a trilha para trás, partindo das mais completas estruturas e funções urbanas conhecidas.” (p. 11) “A vida humana agita-se entre dois polos: movimento e repouso. (...) Em todos os níveis da vida troca-se a mobilidade pela segurança ou, ao contrário, a imobilidade pela aventura.” (p. 11) “Os grupos de reprodução de dimensões maiores, ajuntando correntes diversas, introduzem possibilidades de variação genética que não existem nos pequenos grupos humanos, onde o casamento é restrito.” (p. 11) “A natureza própria divisão do trabalho, a própria diferenciação de castas, a prática da guerra, a instituição da realeza, a domesticação de outras espécies e o emprego da escravidão, existem em certos ‘impérios de formigas’, milhões de anos antes de se reunirem na cidade antiga. (...) Este é um exemplo de paralelismo e convergência.” (p. 12) “No desenvolvimento dos aglomerados humanos permanentes, encontramos a expressão de necessidades animais semelhantes às que se verificam em outras espécies sócias. (p. 12) “Os mortos foram os primeiros a ter uma morada permanente: uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedras, um túmulo coletivo.” (p. 13) “Os primeiros indícios de vida cívica, provavelmente muito antes de poder sequer suspeitar-se de qualquer agrupamento permanente das aldeias. Não se tratava de um mero ajuntamento por ocasião do acasalamento, ou de um regresso provocado pela fome. (...) Ali no centro cerimonial verificava-se uma associação dedicada a uma vida mais abundante; não simplesmente um aumento de alimentos, mas um aumento de prazer social. (...) A própria representação da arte acrescentou algo tão essencial à vida humana quanto as recompensas canais da caça. Tudo isso tem algo a ver com natureza da cidade histórica.” (p. 14) “Marcos fixos e pontos sagrados de encontro, periódica ou permanentemente, ajuntavam aqueles que compartilhavam as mesmas práticas mágicas ou crenças religiosas.” (p. 15) “Dois dos três aspectos originais de colonização temporária se ligam as coisas sagradas e não simplesmente a sobrevivência física.” (p. 16) “Assim, antes mesmo que a cidade seja um lugar de residência fixa, começa como um ponto de encontro aonde periodicamente as pessoas voltam: o ímã precede o recipiente, e essa faculdade de atrais os não-residentes para o intercurso e o estímulo espiritual, não menos do que para o comércio, continua sendo um dos critérios essenciais da cidade.” (p. 16) “O primeiro germe da cidade é, pois, o ponto de encontro cerimonial, que serve de meta para a peregrinação: sítio ao qual a família ou os grupos de clã são atraídos, a intervalos determinados e regulares, por concentrar, além de quaisquer vantagens naturais que possa ter, certas faculdade ‘espirituais’ ou sobrenaturais, faculdades de potência mais elevada e maior duração.” (p. 16) “O acaso e a sorte competem com a esperteza e a perícia na economia do homem de então (...) é obrigado a viver dia a dia, mantendo-se em pequenos grupos móveis.”(p. 17) “O próprio tempo exigido para o crescimento de árvores frutíferas denota uma contínua ocupação e persistente cuidado.” (p. 17) “Esse processo de colonização, domesticação, regularidade alimentar, veio introduzir uma segunda fase.” (p. 17) “A domesticação geral foi o produtofinal de um crescente interesse pela sexualidade e reprodução; e foi acompanhada de um papel mais importante atribuído a mulher em todos os departamentos.” (p. 18) “A domesticação, em todos os seus aspectos, implica duas largas mudanças: a permanência e continuidade residência e o exercício do controle e previsão dos processos outrora sujeitos aos caprichos da natureza. Ao lado disso, encontram-se os hábitos de amansamento, nutrição e criação.” (p. 18) “Graças a divisão do cuidado com os filhos pela comunidade, pôde prosperar um número maior deles. Sem esse longo período de desenvolvimento agrícola e doméstico, os excessos de alimento e capacidade de trabalho que tornaram possível a vida urbana não teriam existido.” (p. 19) “A agricultura trouxe o excesso de alimentos e a colonização permanente, tornaram-se essenciais ou utensílios de armazenamento de toda sorte.” (p. 23) “Com o armazenamento, vieram a continuidade e os excedentes, sobre os quais seria possível descansar em temporadas de falta. A guarda, à parte e em segurança, de sementes para o plantio do ano seguinte, foi o primeiro passo para a acumulação de cabedal.” (p. 23) “Nota-se o quanto a cidade deve, tecnicamente, à aldeia: dela surgiram, diretamente ou pela elaboração, o celeiro, o banco, o arsenal, a biblioteca, o armazém. Lembremo-nos também de que a vala de irrigação, o canal, o reservatório, o fosso, o aqueduto, o dreno, o esgoto, também constituem recipientes destinados ao transporte automático ou à armazenagem.” (p. 23) “Por toda parte, a aldeia é um pequeno agrupamento de famílias, variando talvez entre meia dúzia e três vintenas, cada qual com seu próprio lar, seu próprio deus doméstico, seu próprio oratório, seu próprio cemitério, dentro da casa ou em algum campo comum de sepultamento. Falando da mesma língua.” (p. 25) “Seguremos o que é bom e não procuremos mais’ era a fórmula que traduzia seu contentamento.” (p. 26) “O chefe da casa desempenhava funções sacerdotais de sacrifício e oração, como ainda faz nas famílias judias ortodoxas, por ocasião da Páscoa.” (p. 27) “O aparecimento real da cidade ocorreu como resultado final de uma união mais remota entre os componentes paleolíticos e neolíticos. Essa união, se minha suposição é correta foi sustentada.” (p. 28) “Nem a cultura paleolítica nem a neolítica era capaz de fazer por si mesma o que as duas afinal conseguiram realizar por uma união dos seus talentos e funções complementares.” (p. 29) “Com a agricultura, reduziram-se as oportunidades do caçador. (...) Mas, com o tempo, talvez os confortos e sociabilidades da pequena povoação tenham produzido certa insatisfação e inveja, por mais desdenhosamente que pudesse o caçador rejeitar a rotina repetitiva, a segurança sem riscos, que a agricultura bem-sucedida trouxera consigo.” (p. 29) “Em troca de sua parcela de abundância, o predador pode guardar o ninho contra seus inimigos.” (p. 29) “O caçador desempenhou um papel útil na economia neolítica. Com o seu domínio das armas, com as suas habilidades na caça, protegeria a aldeia contra seus inimigos mais sérios, provavelmente os únicos: o leão, o tigre, o lobo, o aligátor.” (p. 30) “Entretanto, a própria prosperidade e tranquilidade da aldeia neolítica pode ter feito com que seus protetores trocassem o papel de cão de guarda pelo de lobo, exigindo, por assim dizer, ‘pagamento de proteção’, numa transação cada vez mais unilateral. (...) Essa evolução natural do caçador, tornando-se chefe político, provavelmente abriu caminho para sua ulterior subida ao poder.” (p. 30 - 31) “A cidade, pois, se interpreto suas origens corretamente, foi o principal fruto da união entre a cultura neolítica e uma cultura paleolítica mais arcaica. No novo meio proto-urbano, o macho tronou-se a figura dominante; a mulher passou ao segundo lugar.” (p. 34 - 35) “Os componentes originais da cidade jamais desapareceram inteiramente; aliás, cada um deles continuou a florescer por si mesmo, ainda que certa parte da sua existência pudesse ficar absorvida pela cidade. Assim a aldeia se multiplicou e propagou sobre a Terra inteira, de maneira mais rápida e mais eficiente que a cidade; e, embora se ache agora prestes a se deixar vencer pela urbanização, conservou os antigos costumes populares durante milhares de anos e sobreviveu à continuada ascensão e destruição de sua rivais maiores, mais ricas, mais atraentes.” (p. 36) Página 1 de 5