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Raquel Costa – 3º ciclo 1 Anestésicos locais IMPORTANTE: anestesia local é a produção da perda de sensibilidade SEM indução da perda de consciência. Os anestésicos locais exercem seu efeito através do bloqueio dos canais de sódio regulados por voltagem, inibindo a propagação dos potenciais de ação ao longo dos neurônios. Os anestésicos exercem função semelhante a um isolante, pois não permitem que o fluxo de informações neurais passe por aquela área onde o anestésico foi depositado, sendo assim: PREVINEM TANTO A CONDUÇÃO QUANTO A GERAÇÃO DE IMPULSOS NERVOSOS. Os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes apresentam algum grau de atividade vasodilatadora. Um anestésico local para ser considerado ideal: 1) Deve apresentar função específica. 2) Ter ação reversível, com período de recuperação não muito prolongado. 3) Possuir rápido tempo de início de ação e duração de ação adequada. 4) Ser efetivo por injeção ou aplicação tópica. (Não ser irritante ao tecido injetado); 5) Não causar dano permanente às estruturas nervosas. 6) Não ser tóxico sistemicamente. 7) Apresentar alto índice terapêutico. 8) Manter suas propriedades ao ser combinado com outros agentes. 9) Esterilizável, sem perder suas propriedades. 10) Não ser alergênico e não causar dependência. • Vale ressaltar que ainda não existe anestésico local que satisfaça TODOS esses critérios, porém os clinicamente eficazes satisfazem a MAIORIA deles. ESTRUTURA QUÍMICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS TODOS os anestésicos são anfipáticos. Possuem parte hidrofílica, ligada a uma cadeia intermediária que se conecta à parte lipofílica. • Os anestésicos locais sem parte hidrofílica não são indicados para injeção, porém são bons anestésicos tópicos, ex: benzocaína. • A cadeia intermediária pode conter um éster ou uma amida, sendo assim, encontraremos: anestésico local tipo éster e anestésico local tipo amida; BLOQUEIO DO NERVO Injeção próxima a um nervo, causando a perda da sensibilidade periférica; pode ser adicionada com vasoconstritor; • Após o depósito, a solução anestésica se difunde em todas as direções de acordo com os gradientes de concentração. O tempo de início da anestesia deve ser mais curto possível e o tempo de ação suficiente para a realização do procedimento, com ação reversível. Início de ação Duração do efeito Concentração eficaz habitual (%) Procaína (éster) Lento Curta 2-4 Cloroprocaína (éster) Rápido Curta 2 Tetracaína (éster) Lento Longa 0,5 Mepivacaína (amida) Rápido Moderada 2-3 Prilocaína (amida) Rápido Moderada 4 Lidocaína (amida) Rápido Moderada 2 FARMACOLOGIA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS A presença de um anestésico local no sistema circulatório significa que a substância será transportada para todas as partes do corpo. ABSORÇÃO: quando injetados nos tecidos moles, todos os anestésicos locais possuem um alto grau de vasoatividade, porém o grau de vasodilatação é variável e alguns deles podem produzir vasoconstrição. • Os do tipo éster são potentes substâncias vasodilatadoras; • A cocaína é o único anestésico local que produz vasoconstrição consistente. (inicia com vasodilatação e logo após vasoconstrição intensa e prolongada). • A velocidade em que os anestésicos são absorvidos para a corrente sanguínea varia de acordo com a via de administração. DISTRIBUIÇÃO: após absorvidos pela corrente sanguínea, os AL são distribuídos para todos os tecidos do corpo. Tipo éster: metabolizados no plasma; usados preferencialmente em pacientes com insuficiência hepática; Tipo amida: metabolizados no fígado; Raquel Costa – 3º ciclo 2 A velocidade que o anestésico local é removido do sangue é descrita como meia-vida de eliminação, ou seja, tempo necessário para uma redução de 50% do nível sanguíneo. Substância Meia vida, horas Procaína 0,1 Tetracaína 0,1 Articaína 0,3 Cocaína 0,5 Prilocaína 0,7 Lidocaína 1,6 Mepivacaína 1,9 Ropivacaína 1,9 Etidocaína 2,6 Bupivacaína 3,5 METABOLISMO: • Tipo éster: são hidrolisados no plasma pseudocolinesterase. PABA (ácido para-aminobenzóico) é um metabólico desses anestésicos locais tipo éster. o Podem ocorrer reações alérgicas, porém o que ocasiona é o PABA, um dos seus metabólicos. • Tipo amida: raramente causam reações alérgicas; representa o maior interesse nos bloqueios e infiltrações utilizados na odontologia. * EXCREÇÃO: rins – principais órgãos excretores e seus metabólicos. Parte da dose do anestésico local é excretada na urina de forma inalterada. * os ésteres aparecem na urina na forma mais inativa que as amidas. AÇÕES SISTÊMICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS • SNC: principal alvo; ação depressora. Níveis tóxicos: crise convulsiva tônico-clônica generalizada (pico de excitação); depressão respiratória (quanto maior o nível tóxico, maior a depressão). ANESTÉSICOS LOCAIS UTILIZADOS Lidocaína: anestésico local mais comumente aplicado na odontologia. - Concentração: 2% - Início de ação: 2 a 3 min. - Dose máxima: 7,0 mg/Kg em adultos, não ultrapassando 500mg ou 13 tubetes anestésicos. - Pode ser encontrada nas concentrações de 1% e 2%, com ou sem vasoconstrictor e na concentração de 5% na forma tópica. Prilocaína: duas vezes mais tóxica que a lidocaína. - Concentração: 3% - Início de ação: 2 a 4 min. - Dose máxima: 6,0 mg/Kg, não ultrapassando 400mg ou 7 tubetes anestésicos. - Pode ser encontrada na concentração de 3% e tem como vasoconstrictor a felipressina. A técnica infiltrativa oferece pouco tempo de anestesia pulpar, enquanto o bloqueio regional fornece anestesia pulpar de até 60 minutos. Mepivacaína: potencial de toxicidade 2 vezes maior que a lidocaína; vantagem: maior duração anestésica em relação aos outros anestésicos. - Concentração: 2% com vasoconstritor e 3% sem vasoconstritor. - Início de ação: 1,5 a 2 min. - Dose máxima: 6,6 mg/Kg, não excedendo 400mg ou 11 tubetes de anestésicos. Bupivacaína: potencial anestésico 4 vezes maior que a lidocaína, porém toxicidade 4 vezes menor. ▪ Anestésico local de longa duração. ▪ Possui ação vasodilatadora maior em relação a lidocaína, mepivacaína e prolocaína. - Início de ação: 6 a 10 min. - Dose máxima: 1,3 mg/Kg, não excedendo 90 mg ou 10 tubetes. - Indicações básicas na odontologia: 1) Procedimentos dentários prolongados, quando é necessária anestesia pulpar por mais de 90 minutos. 2) Controle da dor pós-operatória. Os AL atravessam rapidamente a barreira hematoencefálica; também cruzam com rapidez a placenta e entram no sistema circulatório do feto em desenvolvimento. Por isso, evita-se o uso em primeiro e segundo trimestre de gravidez. • Raramente indicada a crianças; • Contraindicada para pacientes jovens, ou naqueles que há aumento do risco de lesão pós- operatória dos tecidos moles produzida por automutilação (pessoas com deficiência física ou mental). Raquel Costa – 3º ciclo 3 Articaína: menos tóxica quando associada com a lidocaína; baixa toxicidade quando administrada em via endovenosa. - Dose máxima de 6,6 mg/Kg não excedendo 500mg ou 6 tubetes. EMLA: (mistura eutética de anestésico local), é uma combinação de lidocaína e prilocaína administrada topicamente como creme ou emplastro. - Maior concentração de anestésico local por gota em contato com a pele do que preparações tópicas convencionais. Utilizada em crianças que têm pavor da dor das injeções. FARMACOLOGIA DOS VASOCONSTRITORES o Principal vantagem: absorção lenta do sal anestésico, que reduz a toxicidade deste, aumenta a duração da anestesia, possibilita o uso de quantidades menores de solução, além de aumentar o efeito anestésico. Após injeçãodo anestésico local, os vasos sanguíneos da área dilatam-se, resultando em um aumento da perfusão no local, levando a reações como: ▪ Aumento do sangramento no local do tratamento; ▪ Aumento na velocidade de absorção do anestésico local para o sistema cardiovascular, que por sua vez retira do local da injeção (redistribuição) • Os vasoconstritores são drogas que contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual. Eles são adicionados às soluções anestésicas locais para EQUILIBRAR as ações vasodilatadoras dos anestésicos locais. ADRENALINA o Possui ação direta no sistema cardiovascular, de modo que aumenta o volume sistólico e a frequência, ocasionando uma redução geral da eficiência cardíaca. NORADRENALINA o Induz vasoconstrição mais acentuada, ocasionando dano tecidual maior. o Praticamente não interfere na frequência cardíaca. • Contraindicado a pacientes em uso de antidepressivos tricíclicos. FELIPRESSINA o Não provoca estímulo cardíaco direto, porem pode elevar de forma significativa as pressões sistólica e diastólica. • Boa opção para pacientes com disritmia e hipertensão pH dos anestésicos locais sem um vasoconstritor entre 5,5 a 7,0. Quando injetado nos tecidos, rapidamente retorna aos 7,4 normais no local da injeção. As soluções contendo vasopressor são acidificadas pelo fabricante, fazendo com que o período de eficácia da droga seja prolongado. Raquel Costa – 3º ciclo 4
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