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Problema 01 – Abertura Módulo XIII – Dor - Introdução A anatomia da via da dor é constituída basicamente por fibras aferentes do tipo A e C, pouco mielinizadas; • Em uma escala decrescente das fibras tipo A, esta é considerada a de calibre menor e, portanto, mais rápida na condução do estímulo da dor, classificada como aguda; • A fibra aferente do tipo C, amielínica, com axoplasma quase inexistente, apresentando-se com estímulo nervoso doloroso de velocidade mais lenta; Ambas apresentam, em suas extremidades periféricas, receptores do tipo terminações nervosas livres, que captam da pele e das vísceras os estímulos nocivos térmicos, químicos e mecânicos, em uma tentativa de informar ao córtex sensitivo (área 3, 2, 1 de Brodman) a agressão acometida, para que se obtenha uma resposta compatível ao fato; • Ao serem estimuladas, percorrem um trajeto com início nas terminações nervosas livres; • Passam pelos gânglios espinais, adentram a medula espinal, ascendem ao tronco encefálico, à formação reticular, ao tálamo, às áreas límbicas e, finalmente, ao córtex sensitivo do cérebro; Os estímulos dolorosos transitam por duas vias distintas específicas para cada tipo de dor; • A dor aguda utiliza a via espinotalâmica lateral e a dor crônica, a via espinorreticulotalâmica; • Cada uma obedece a um trajeto, a localização no sistema nervoso central (SNC) e o número de fibras envolvidas, o que determina o tipo de dor; - Trato Espinotalâmico Lateral Embriologicamente, é a mais recente via neoespinotalâmica; Iniciada por estímulos mecânicos ou térmicos, utiliza-se das fibras A (+ rápidas); • É a via que produz a sensação da dor aguda, em pontada, lacerante e bem localizada; Seu impulso é transmitido da periferia do SNC ao córtex cerebral, através de três neurônios; NEURÔNIO I • Do tipo pseudounipolar, cordonal (longo); • Seu prolongamento periférico segue das terminações nervosas livres aos nervos espinais, em suas raízes dorsais, chegando aos gânglios espinhais; • Seu prolongamento central ganha a medula pela divisão lateral da raiz dorsal no sulco lateral posterior, ganha a coluna posterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio II. NEURÔNIO II • Na coluna posterior da medula, ocupa a lâmina 1 de Rexed; • Seu axônio cruza o plano mediano na comissura branca da medula, ganhando o funículo lateral oposto, então ascende como trato espinotalâmico lateral; • Ao nível da ponte, esse trato une-se ao trato espinotalâmico anterior (pressão) e passa a ser denominado lemnisco espinal; • Ascende ao tálamo no núcleo ventral posterolateral (VPL), onde fará sinapse com o neurônio III. NEURÔNIO III • No tálamo, no núcleo posterolateral, essa dor torna-se consciente; forma as radiações talâmicas, ganha a cápsula interna e a coroa radiada; • Chega ao córtex sensitivo do cérebro, no giro pós-central, a partir desse giro, aparecem as representações somatotópicas, capazes de identificar a área comprometida. Problema 01 – Abertura Módulo XIII – Dor - Trato Espinorreticulotalâmico Embriologicamente, é a mais antiga via paleoespinotalâmica; Inicia-se por fatores químicos (produzidos pela própria lesão) e utiliza as fibras C (lentas); Esta via produz dor crônica, mal localizada, difusa, contínua em queimação; Conduz o estímulo da periferia do SNC até o córtex cerebral, através de vários neurônios; NEURÔNIO I • Inicia-se da mesma forma que o neurônio 1 da via espinotalâmica lateral; • É um neurônio pseudo unipolar, cordonal; • Seu prolongamento periférico segue das terminações nervosas livres até o corpo celular nos gânglios espinais, onde ganha o prolongamento central, que adentra a medula espinal em sua coluna posterior, onde faz sinapse com o neurônio II. NEURÔNIO II • Ocupa a lâmina V de Rexed e cruza o lado oposto pela comissura branca ou não cruza; • Seus axônios dirigem-se ao funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto e ascendem para constituir o trato espinorreticular; • Na medula, junta-se ao trato espinotalâmico lateral, vai à formação reticular de todo o tronco encefálico, onde faz sinapse com os neurônios III, IV e V em vários níveis da formação reticular. NEURÔNIO III, IV, V, VI... • Na formação reticular, dão origem às fibras reticulotalâmicas, as quais terminam nos núcleos intralaminares do tálamo, neurônio VI, com grande campo receptivo; • Os neurônios fazem sinapse a partir dessa área do tálamo, com neurônios que se dirigem para áreas límbicas e núcleos da base, neurônios VII, VIII, etc; • Neste nível, o estímulo doloroso ganha respostas automáticas e emocionais a estímulos nocivos, por entrar em contato com estruturas do sistema límbico (circuito de Papez); • Projetam-se a amplas áreas do córtex cerebral sensorial, neurônio IX, podendo chegar até XII. - Via da Dor Visceral Inicia-se nos víscera-receptores, terminações nervosas livres localizadas na parede das vísceras; São fibras viscerais aferentes, originadas dos nervos esplâncnicos; • Utilizam-se dos gânglios simpáticos para chegar ao SNC; • Ganham os nervos espinais pelo ramo comunicante branco e passam ao gânglio sensitivo, onde estão os neurônios 1; Seguem o trajeto das fibras sensitivas da dor, isto é, trato espinotalâmico lateral e espinorreticulotalâmico;
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