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Res����ac����ic��21@g�a��.co� _________________________________________________________________________ 1. Anatomia, histologia e os tipos histológicos do câncer de mama; 2. Epidemiologia do câncer de mama; 3. Etiologia (fatores de risco e prevenção) e fisiopatologia do CA de Mama; 4. Sinais e sintomas de CA de Mama; 5. Estadiamento do câncer de Mama (classificação de Birads); 6. Metástase do Ca de Mama; 7. Diagnóstico da CA de Mama; 8. Tratamento do CA de Mama e suas complicações; Res����ac����ic��21@g�a��.co� 1. Anatomia, histologia e os tipos histológicos do câncer de mama; Anatomia e Histologia da mama: As mamas são glândulas sudoríparas modificadas presentes em ambos os sexos, mas que funcionam apenas nas mulheres lactantes, quando produzem leite para nutrir o bebê em resposta à estimulação hormonal. Em termos embrionários, as mamas formam-se como parte da pele, surgindo ao longo das linhas bilaterais que passam entre a axila e a virilha, lateralmente no tronco do embrião. Essas cristas mamárias embrionárias persistem apenas na parte média do tórax, onde se formam as mamas definitivas. Aproximadamente uma pessoa em 500 desenvolve mamilos ou mamas adicionais (acessórios), que podem ocorrer em qualquer lugar ao longo da crista mamária. A base cônica das mamas nas mulheres estende-se da segunda costela superiormente até a sexta costela inferiormente. Sua margem medial coincide com o esterno e seu limite lateral é a linha médio axilar, que é reta e se estende inferiormente a partir do meio da axila. Os músculos profundos às mamas são, a cada lado, o peitoral maior e menor e partes do serrátil anterior e oblíquo externo. As artérias principais para a mama são a artéria torácica lateral e os ramos cutâneos da torácica interna e das intercostais posteriores. Os vasos linfáticos que drenam as mamas se dirigem aos linfonodos parasternais (nódulos ao longo das artérias torácicas internas) e para os linfonodos axilares na axila. O mamilo (papila mamária), a área central saliente da qual o bebê suga o leite, é circundado por um anel de pele pigmentada, a aréola (“pequena área aberta”). Durante a amamentação, grandes glândulas sebáceas na aréola produzem uma secreção oleosa que minimiza cortes e rachaduras na pele do mamilo. Internamente, a glândula mamária consiste em 15 a 25 lobos, sendo cada um deles uma glândula alveolar composta (glândulas mamárias) que se abre no mamilo. Os lobos são separados uns dos outros por uma grande quantidade de tecido adiposo e por faixas de tecido conjuntivo interlobular que formam os ligamentos suspensores das mamas. Esses ligamentos vão dos músculos esqueléticos subjacentes até a derme sobrejacente e fornecem, como o nome sugere, suporte para as mamas. Os lobos da mama consistem em unidades menores chamadas lóbulos, compostas de minúsculos alvéolos, ou ácinos, agrupados como um cacho de uva. As paredes dos alvéolos consistem em um epitélio cubóide simples de células secretoras de leite. Partindo dos alvéolos, o leite passa por ductos cada vez maiores até chegar aos ductos maiores, chamados ductos lactíferos (lactíferos = que transportam leite), situados profundamente no mamilo. Profundo à aréola, cada ducto lactífero possui uma região dilatada chamada seio lactífero, onde o leite se acumula durante a amamentação. A estrutura glandular da mama é pouco desenvolvida nas mulheres não grávidas. Durante a infância, as mamas das meninas consistem apenas em ductos rudimentares, como as mamas dos homens durante toda a vida. Quando uma menina chega à puberdade, esses ductos crescem e ramificam-se, mas os lóbulos e alvéolos ainda não existem. (O aumento da mama na puberdade deve-se à deposição de gordura.) Os alvéolos glandulares finalmente se formam — a partir dos ductos menores — mais ou menos no meio da gravidez, e a produção de leite começa alguns dias após Res����ac����ic��21@g�a��.co� o parto. O câncer de mama, que geralmente surge no sistema de ductos, é uma causa importante de morte por câncer nas mulheres. Estrutura das glândulas mamárias durante a puberdade e na mulher adulta Antes da puberdade, as glândulas mamárias são compostas de porções dilatadas, os seios galactóforos e várias ramificações desses seios, os ductos galactóforos. O desenvolvimento das glândulas mamárias em meninas durante a puberdade faz parte das características sexuais secundárias. Durante esse período, as mamas aumentam de tamanho e desenvolvem um mamilo proeminente. Em meninos as mamas permanecem normalmente planas. O aumento das mamas durante a puberdade resulta do acúmulo de tecido adiposo e conjuntivo, além de certo crescimento e ramificação dos ductos galactóforos. A proliferação dos ductos galactóforos e o acúmulo de gordura se devem ao aumento da quantidade de estrógenos circulantes durante a puberdade. Na mulher adulta, a estrutura característica da glândula - o lóbulo - desenvolve-se a partir das extremidades dos menores duetos. Um lóbulo consiste em vários ductos intralobulares que se unem em um ducto interlobular terminal. Cada lóbulo é imerso em tecido conjuntivo intralobular frouxo e muito celularizado, sendo que o tecido conjuntivo interlobular que separa os lóbulos é mais denso e menos celularizado. Próximo à abertura do mamilo, os ductos galactóforos se dilatam para formar os seios galactóforos. As aberturas externas dos ductos galactóforos são revestidas por epitélio estratificado pavimentoso. Esse epitélio bruscamente se transforma em estratificado colunar ou cubóide nos ductos galactóforos. O revestimento dos ductos galactóforos e ductos interlobulares terminais é formado por epitélio simples cúbico, envolvido por células mioepiteliais. O tecido conjuntivo que cerca os alvéolos contém muitos linfócitos e plasmócitos. A população de plasmócitos aumenta significativamente no fim da gravidez; eles são responsáveis pela secreção de imunoglobulinas (IgA secretora), que conferem imunidade passiva ao recém-nascido. A estrutura histológica dessas glândulas sofre pequenas alterações durante o ciclo menstrual, por exemplo, proliferação de células dos ductos em torno da época de ovulação. Essas mudanças coincidem com o período no qual o estrógeno circulante está no seu pico. A maior hidratação do tecido conjuntivo na fase pré-menstrual pode provocar aumento do volume da mama. O mamilo tem forma cônica e pode ser rosa, marrom claro ou marrom-escuro. Externamente, é coberto por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado contínuo Res����ac����ic��21@g�a��.co� com o da pele adjacente. A pele ao redor do mamilo constitui a aréola. A sua cor escurece durante a gravidez. como resultado de acúmulo local de melanina, e após o parto pode ficar mais claro, mas raramente retorna à sua tonalidade original. O epitélio do mamilo repousa sobre uma camada de tecido conjuntivo rico em fibras musculares lisas. Essas fibras estão dispostas circularmente ao redor dos ductos galactóforos mais profundos e paralelamente a eles quando estes entram no mamilo. O mamilo é provido de abundantes terminações nervosas sensoriais, importantes para produzir o reflexo da ejeção do leite pela secreção de ocitocina. • Glândulas mamárias durante a gravidez e a lactação: As glândulas mamárias sofrem intenso crescimento durante a gravidez por ação sinérgica de vários hormônios, principalmente estrógenos, progesterona, prolactina e lactogênio placentário humano. Uma das ações desses hormônios é o desenvolvimento de alvéolos nas extremidades dos ductos interlobulares terminais. Os alvéolos são conjuntos esféricos ou arredondados de células epiteliais que são as estruturas ativamente secretoras de leite na lactação. Quatro a seis células mioepiteliais de forma estrelada envolve cada alvéolo; elas se localizam entre as células epiteliais alveolares e a lâmina basal do epitélio. Durante a lactação a quantidade de tecido conjuntivo e adiposo diminui consideravelmente em relação ao parênquima. Algumasgotículas de gordura e vacúolos secretores limitados por membrana contendo vários agregados de proteínas de leite são encontrados no citoplasma apical das células alveolares no fim da gestação. Na lactação as células secretoras se tornam cubóides pequenas e baixas, e o seu citoplasma contém gotículas esféricas de vários tamanhos que contêm triglicerídeos principalmente neutros. Essas gotículas de lipídio são liberadas no lúmen envolvidas por uma porção da membrana apical da célula. Lipídios constituem aproximadamente 4% do leite humano. O leite produzido pelas células epiteliais dos alvéolos se acumula no lúmen dos alvéolos e dentro dos ductos galactóforos. Além das gotículas de lipídios, há, na porção apical das células secretoras, um número grande de vacúolos limitados por membrana que contêm caseínas e outras proteínas do leite, que incluem lactalbumina e IgA. As proteínas constituem aproximadamente 1,5% do leite humano. Lactose, o açúcar do leite, é sintetizada a partir de glicose e galactose e constitui aproximadamente 7% do leite humano. Tipos Histológicos: - Carcinoma Invasivo tipo não especial (mais comum - 75% dos casos) 1. Raro antes dos 40 anos de idade; 2. Aspecto nodular, bordas irregulares e espiculadas em mais de 90% dos casos; 3. Células neoplásicas formam cordões, grupos irregulares de células, frequentemente coesas entre si, além de trabéculas; 4. Citoplasma abundante e eosinófilo; 5. Núcleos regulares e uniformes a pleomórficos com nucléolos proeminentes; 6. Microcalcificações e necrose podem estar presentes ou ausentes; Res����ac����ic��21@g�a��.co� - Carcinoma Invasivo, tipo especial - Carcinoma Lobular invasivo (2 tipo mais comum) 1. Representa de 5-15%; 2. Multicentricidade; 3. Bilateralidade; 4. Massa tumoral mal delimitada, irregular e de difícil individualização; 5. Células tumorais não coesivas entre si, dispostas individualmente e infiltrando o estroma → fila indiana 6. Ausência da expressão de E-caderina 7. 70% são RH+ e HER2- 8. Variante pleomórfica → Comportamento biológico agressivo; - Carcinoma Mucinoso (representa 2%) 1. Grande produção de mucina; 2. Células neoplásicas pequenas e uniformes entre si, aprisionadas em lagos de muco; 3. Tumor bem delimitado; 4. Aparência gelatinosa, bocelada, amolecida; 5. Ótimo prognóstico (80-100%) - Carcinoma Tubular - Carcinoma Cribiforme - Carcinoma com características medulares - Carcinoma com diferenciação apócrina - Carcinoma micropapilífero invasivo - Carcinoma papilífero invasivo - Carcinoma metaplásico Prognósticos: ● Ótimo: tubular, cribiforme e mucinoso; ● Bom: tubular misto, lobular alveolar e misto; ● Reservado: medular, papilar invasivo e lobular clássico; ● Ruim: lobular misto, lobular sólido, ductal SOE e inflamatório; Referências: Marieb, Elaine Anatomia humana / Elaine Marieb, Patricia Wilhelm, Jon Mallatt ; tradução Lívia Cais, Maria Silene de Oliveira e Luiz Cláudio Queiroz ; revisão técnica João Lachat, José Thomazini e Edson Liberti. - São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2014. COELHO, G. P.; Classificação Histológica Do Carcinoma De Mama. Disponível em: https://www.grupodiagnose.com.br/downloads/gco-downloads/38-c5911594121 781cd4edd31b67c729e7fd9ad5b2c-pt-br.pdf. Acesso em: 04 de abr de 2021. Junqueira, Luiz Carlos Uchoa, 1920-2006 Histologia básica I L.C.Junqueira e José Carneiro. - [12. ed]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 2. Epidemiologia do câncer de mama; O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, representando 24,2% do total de casos em 2018, com aproximadamente 2,1 milhão de casos novos. É a quinta causa de morte por câncer em geral (626.679 óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama também é o mais incidente em mulheres de todas as regiões. Para o ano de 2020 foram estimados 66.280 casos https://www.grupodiagnose.com.br/downloads/gco-downloads/38-c5911594121781cd4edd31b67c729e7fd9ad5b2c-pt-br.pdf https://www.grupodiagnose.com.br/downloads/gco-downloads/38-c5911594121781cd4edd31b67c729e7fd9ad5b2c-pt-br.pdf Res����ac����ic��21@g�a��.co� novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100.000 mulheres. A taxa de mortalidade por câncer de mama ajustada pela população mundial apresenta uma curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira, com 14,23 óbitos/100.000 mulheres em 2019. As regiões Sudeste e Sul são as que apresentam as maiores taxas, com 16,14 e 15,08 óbitos/100.000 mulheres em 2019, respectivamente. Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total de óbitos. Esse padrão é semelhante para as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelo Nordeste (15,6%) e Sul (15,4%). A incidência do câncer de mama tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia. Referências: Ministério da Saúde. INCA. Conceito e Magnitude do câncer de mama. 2021. Disponível: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnit ude. Acesso em: 01 de abr de 2021. 3. Etiologia (fatores de risco e prevenção) e fisiopatologia do CA de Mama; Etiologia e Fisiopatologia: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude Res����ac����ic��21@g�a��.co� As causas do câncer de mama permanecem incompletamente compreendidas. No entanto, três conjuntos de influências parecem ser importantes: (1) alterações genéticas, (2) influências hormonais e (3) variáveis ambientais. Alterações Genéticas: Tal como acontece com todos os cânceres, as mutações que afetam proto-oncogenes e genes supressores tumorais no epitélio da mama são subjacentes à oncogênese. Entre as mais bem caracterizadas está a superexpressão do proto-oncogene HER2/NEU, que sofre amplificação em até 30% dos cânceres da mama invasivos. Esse gene é um membro da família do receptor do fator de crescimento da epiderme, e sua superexpressão está associada a um prognóstico sombrio. A amplificação dos genes RAS e MYC também tem sido relatada em alguns cânceres da mama humanos. As mutações dos bem conhecidos genes supressores de tumor RB e TP53 também podem estar presentes. Grande número de genes, incluindo o gene do receptor de estrogênio, pode ser inativado por hipermetilação do promotor. Sem dúvida, o processo de transformação envolve múltiplas alterações genéticas adquiridas, que podem ocorrer em várias combinações, dando assim origem a diferentes subtipos de câncer de mama. O perfil da expressão gênica pode separar o câncer de mama em quatro subtipos moleculares: (1) luminal A (positivo para receptor de estrogênio, negativo para HER2/NEU); (2) luminal B (positivo para receptor de estrogênio, superexpressão de HER2/NEU); (3) positivo para HER2/NEU (superexpressão de HER2/NEU, negativo para receptor de estrogênio); e (4) semelhante ao basal (negativo para receptor de estrogênio e negativo para HER2/NEU). Esses subtipos estão associados a diferentes resultados e, em alguns casos, terapias diferentes. Aproximadamente 10% dos cânceres de mama estão relacionados a mutações hereditárias específicas. As mulheres que carregam um gene de suscetibilidade ao câncer de mama são mais propensas a ter câncer bilateral, a ter outras formas familiares de câncer (p. ex., câncer de ovário), a ter história familiar positivo (isto é, múltiplos parentes de primeiro grau afetados antes da menopausa), a desenvolver câncer de mama antes da menopausa e a pertencer a determinados grupos étnicos (p. ex., as pessoas de ascendênciajudaica asquenazi). Cerca de 33% das mulheres com câncer de mama hereditário apresentam mutações no BRCA1 (no lócus cromossômico 17q21.3) ou BRCA2 (localizado na banda cromossômica 13q12-13). Esses genes codificam proteínas grandes e complexas que não apresentam homologia próxima umas às outras ou a outras proteínas. Embora a base molecular para a sua forte associação ao risco de câncer de mama ainda esteja sendo elucidada, acredita-se que tanto o BRCA1 quanto o BRCA2 funcionem em uma via comum de reparo do DNA. Geneticamente, BRCA1 e BRCA2 são genes supressores tumorais clássicos, pois o câncer surge apenas quando ambos os alelos são inativados ou defeituosos — no primeiro, lesão genética causada por uma mutação germinativa; no segundo, por uma mutação somática Res����ac����ic��21@g�a��.co� subsequente. Os testes genéticos estão disponíveis, mas sua utilidade é complicada pela existência de centenas de alelos mutantes diferentes, sendo que apenas alguns deles conferem suscetibilidade ao câncer. O grau de penetração, idade no início do câncer e suscetibilidade a outros tipos de câncer diferem entre as mutações específicas. A maioria das portadoras, no entanto, desenvolve câncer de mama na idade de 70 anos, em comparação com apenas 7% das mulheres que não carregam uma mutação. O papel desses genes no câncer de mama não hereditário esporádico é menos claro, pois as mutações que afetam BRCA1 e BRCA2 são infrequentes em tumores esporádicos. Doenças genéticas menos comuns associadas ao câncer de mama são a síndrome de Li-Fraumeni (causada por mutações em TP53), a síndrome de Cowden (causada por mutações germinais no PTEN — mencionado anteriormente no carcinoma endometrial) e as dos portadores do gene ataxia-telangiectasia. Influências Hormonais: O excesso de estrogênio endógeno ou, mais precisamente, o desequilíbrio hormonal, tem claramente um papel significativo. Muitos dos fatores de risco mencionados (longa duração de vida reprodutiva, nuliparidade e idade avançada no nascimento do primeiro filho) envolvem aumento da exposição ao estrogênio sem oposição da progesterona. Tumores ovarianos funcionais que elaboram estrogênios estão associados ao câncer de mama em mulheres pós-menopáusicas. Os estrogênios estimulam a produção de fatores de crescimento, como fator de crescimento transformador, o fator de crescimento derivado de plaquetas, o fator de crescimento de fibroblastos e outros, que podem promover o desenvolvimento do tumor através de mecanismos parácrinos e autócrinos. Variáveis Ambientais: As influências ambientais são sugeridas pela incidência variável de câncer de mama em grupos geneticamente homogêneos e as diferenças geográficas na prevalência, como discutido anteriormente. Patologia e história natural: O câncer de mama pode surgir nos ductos intermediários, ductos terminais ou lóbulos. Na maioria dos casos, o diagnóstico de carcinoma lobular e intraductal baseia-se mais na aparência histopatológica que no local de origem. O câncer de mama pode ser in situ (carcinoma ductal e lobular in situ) ou invasivo (carcinoma ductal e lobular infiltrantes). Os subtipos morfológicos de carcinoma ductal infiltrante são os carcinomas cirroso, tubular, medular e mucinoso. O carcinoma ductal infiltrante verdadeiro representa 80% dos tumores invasivos, e os outros 20% são distribuídos uniformemente entre carcinoma lobular e variantes especiais de carcinoma ductal infiltrante. Ao exame mamográfico, os cânceres ductais infiltrantes são caracterizados por uma área densa estrelada ou por microcalcificações. Ao exame microscópico, observam-se estrias arenosas e cretáceas (calcárias, tipo pedra de giz) no tumor, prováveis indicações de reação desmoplásica. Em geral, há invasão do estroma e do tecido adiposo adjacentes, com reação desmoplásica e fibrótica ao redor do carcinoma invasor. Os tipos especiais de carcinoma ductal infiltrante são incomuns e Res����ac����ic��21@g�a��.co� representam quase 10% dos cânceres infiltrantes. O carcinoma medular , que representa 5 a 8% dos carcinomas de mama, origina-se de ductos maiores da mama e apresenta um infiltrado linfocítico denso. O tumor parece ser uma neoplasia maligna menos agressiva e de crescimento mais lento que outros tipos de carcinoma. Mesmo quando há doença axilar, o prognóstico do carcinoma medular é melhor que o de outras variantes de carcinoma ductal infiltrante. O carcinoma mucinoso (colóide) representa 5% dos cânceres de mama. Ao exame macroscópico, áreas do tumor podem ter aparência mucinosa ou gelatinosa e, ao exame microscópico, são relativamente acelulares. O comedocarcinoma infiltrante representa menos de 1% das neoplasias malignas da mama e é um câncer invasor, caracterizado por focos de necrose que liberam uma substância semelhante à comedonecrose quando biopsiados. Em geral, os comedocarcinomas são neoplasias malignas in situ. O carcinoma papilar é predominantemente ductal não invasor; quando há componentes, deve ser especificado como carcinoma papilar infiltrante. O carcinoma tubular , um câncer de mama bem diferenciado que representa 1 a 2% das neoplasias malignas da mama, raramente metastatiza para linfonodos axilares, e seu prognóstico tende a ser melhor que o do carcinoma ductal infiltrante. Os carcinomas císticos adenóides são tumores de mama raríssimos, histologicamente semelhantes aos observados nas glândulas salivares; são cânceres bem diferenciados com metastização lenta. Fatores de Risco: Idade: O risco aumenta progressivamente ao longo da vida, especialmente após a menopausa, atingindo um máximo em torno dos 80 anos de idade; 75% das mulheres com câncer de mama têm mais de 50 anos de idade, e apenas 5% têm menos de 40. Variações Geográficas: Diferenças surpreendentes nas taxas de incidência e mortalidade do câncer de mama têm sido relatadas por vários países. O risco Res����ac����ic��21@g�a��.co� para o desenvolvimento dessa doença é significativamente maior na América do Norte e no norte da Europa que na Ásia e África. Por exemplo, as taxas de incidência e de mortalidade são cinco vezes maiores nos Estados Unidos do que no Japão. Essas diferenças parecem ser ambientais e não de origem genética, porque os migrantes das áreas de baixa incidência para áreas de alta incidência tendem a adquirir as taxas de seus países adotivos, e vice-versa. Acredita-se que hábitos alimentares, padrões reprodutivos e de amamentação estejam envolvidos. Raça/Etnia: A maior taxa de câncer de mama é em mulheres brancas não hispânicas. No entanto, mulheres hispânicas e afro-americanas tendem a desenvolver câncer em uma idade mais jovem e estão mais suscetíveis a desenvolver tumores agressivos que se apresentam em estágio avançado. Essas disparidades entre etnias são uma área de intenso estudo e, atualmente, acredita-se que ocorrem devido a uma combinação de diferenças genéticas e fatores sociais, como opções de vida e acesso aos cuidados de saúde. Outros Fatores de Risco: A exposição prolongada ao estrogênio exógeno na pós-menopausa, como ocorre no tratamento de reposição hormonal, provou ser útil para a prevenção da osteoporose. No entanto, de acordo com estudos recentes, o uso de curto prazo relativo da terapia hormonal combinada de estrogênio e progestina está associado a um risco aumentado de câncer de mama, diagnóstico em estágio mais avançado de câncer de mama e maior incidência de mamografias anormais. Pelo fato de o relatório de 2002 da Woman's Health Initiative ter sugerido maior dano que benefício na combinação de estrogênio e progestina, ocorreu uma queda acentuada no uso de estrogênio e progesterona, juntamente com uma reavaliação séria da terapia hormonal na perimenopausa. Os contraceptivos orais não mostraram afetar o risco de câncer de mama, mesmo em mulheres que tomaram a pílula por muito tempo ou em mulheres com história familiar de câncer de mama. A radiação ionizante do tórax aumenta o risco de câncerde mama. A magnitude do risco depende da dose da radiação, do tempo desde a exposição e da idade. Somente as mulheres nas quais a irradiação ocorreu antes dos 30 anos, durante o desenvolvimento da mama, parecem ser afetadas. Por exemplo, o câncer de mama desenvolve-se em 20-30% das mulheres que se submeteram à irradiação para linfoma de Hodgkin na adolescência e na faixa dos 20 anos, mas o risco para mulheres tratadas mais tarde na vida não é elevado. É importante salientar que as baixas doses de radiação associadas à triagem mamográfica não têm efeito significativo sobre a incidência de câncer de mama. Muitos outros fatores de risco bem menos estabelecidos, como obesidade, consumo de álcool e dieta rica em gordura, têm sido envolvidos no desenvolvimento do câncer de mama por análise de estudos da população. O risco associado à obesidade é provavelmente devido à exposição da mama ao estrogênio produzido pelo tecido adiposo. Fatores predisponentes Res����ac����ic��21@g�a��.co� Menos de 1% dos cânceres de mama ocorre em mulheres com menos de 25 anos de idade; depois dos 30 anos, há aumento acentuado da sua incidência. Exceto por uma curta estabilização entre 45 e 50 anos, a incidência aumenta continuamente com a idade. História familiar Dentre as mulheres com câncer de mama, 23% têm história familiar da doença. Embora qualquer história familiar de câncer de mama aumente o risco relativo, não há aumento muito significativo se o diagnóstico da doença foi feito após a menopausa em uma parente em primeiro grau ou mais distante. Se a mãe ou irmã de uma mulher teve câncer de mama unilateral antes da menopausa, o risco cumulativo de desenvolver a doença aproxima-se de 30%, enquanto uma mulher cuja mãe ou irmã teve câncer de mama bilateral antes da menopausa tem um risco cumulativo de 40 a 50%. É provável que a maior incidência nessas mulheres se deva a oncogenes hereditários. Cerca de 5 a 10% dos cânceres de mama têm fundo hereditário. Todos os genes herdados são autossômicos dominantes, mas têm penetração variável; dentre os homens, 50% são portadores do gene. As mutações mais comuns são as deleções gênicas de BRCA1 (cromossomo 17q21) e BRCA2 (cromossomo 13q12-13). As portadoras dessas mutações da linhagem germinativa têm um risco de até 4% ao ano de desenvolver câncer de mama e um risco cumulativo de 35 a 85%.4 O risco de desenvolver um câncer de mama contralateral é de até 65% nessas mulheres. A mutação de BRCA1 está associada a aumento do risco de câncer do ovário e da próstata, enquanto o BRCA2, embora menos comum, aumenta o risco de câncer da mama masculina e da próstata. As duas mutações são raras na população geral (0,1%), porém são mais comuns em judeus de descendência asquenazi (1 a 2,3%).5 A realização de determinados exames genéticos deve ser considerada se houver alta probabilidade de que os resultados sejam positivos e de que sejam usados para influenciar decisões a respeito do tratamento clínico da paciente e da família. O aconselhamento genético para teste de BRCA é recomendado em pacientes com três ou mais parentas com câncer de mama ou de ovário com diagnóstico antes dos 50 anos em uma delas, duas parentas em primeiro ou segundo grau com câncer de mama ou de ovário, qualquer parente do sexo masculino com câncer de mama, pacientes cujo câncer foi diagnosticado antes dos 50 anos e qualquer paciente com caso de câncer de mama e ovário na família. As pacientes judias asquenazi devem receber aconselhamento genético em caso de câncer de mama ou de ovário em alguma parenta em primeiro grau, ou em duas parentas em segundo grau do mesmo lado da família. Os testes genéticos são cada vez mais importantes, considerando-se as evidências de que a cirurgia profilática pode evitar novos cânceres e prolongar a sobrevida em alguns casos. Um estudo de coorte multicêntrico prospectivo de 2.482 mulheres com mutações de BRCA1 e BRCA2, entre 1974 e 2008, mostrou que a mastectomia redutora de risco foi associada à diminuição da probabilidade de câncer de mama. A salpingo-ooforectomia redutora de risco foi associada à diminuição da probabilidade de câncer do ovário, primeiro diagnóstico de câncer de mama, mortalidade por todas as causas, mortalidade específica por câncer de mama e mortalidade específica por câncer de ovário. Res����ac����ic��21@g�a��.co� Alimentação, obesidade e álcool Há grandes diferenças geográficas na incidência de câncer de mama que podem estar relacionadas com a alimentação. Uma metanálise mostrou que a alimentação saudável está associada a menor risco de câncer de mama. Embora ainda não se tenha identificado uma relação definitiva entre o consumo total de álcool e o aumento do risco de câncer de mama, o consumo elevado de vinho foi associado ao aumento do risco. Fatores reprodutivos e hormonais O risco de câncer de mama aumenta com a duração da fase reprodutiva de uma mulher. Embora a menarca precoce tenha sido relatada em pacientes com câncer de mama, a menopausa precoce parece proteger contra o desenvolvimento da doença, e a menopausa artificial por ooforectomia reduz ainda mais esse risco. Não há associação nítida entre o risco de câncer de mama e a irregularidade menstrual ou a duração da menstruação. Embora a lactação não afete a incidência de câncer de mama, as mulheres que nunca engravidaram estão sob maior risco de desenvolver câncer de mama que as multíparas. A incidência nas mulheres que têm o primeiro filho em idade avançada é maior que naquelas que têm a primeira gravidez mais jovens. Um estudo histórico bem controlado do Centers for Disease Control and Prevention mostrou que o uso de contraceptivos orais não aumenta o risco de câncer de mama, qualquer que seja a duração do uso, a história familiar ou a coexistência de doença mamária benigna. Uma análise combinada recente de 54 estudos epidemiológicos mostrou aumento pequeno, mas relevante, do risco durante o uso de contraceptivos orais em comparação com as não usuárias; 10 anos após a interrupção, o risco nas ex-usuárias passou a ser igual ao das não usuárias. Embora tenha sido descrito que a terapia a curto prazo com estrogênio para alívio dos sintomas da menopausa não aumente o risco de câncer de mama, esse dado foi refutado pelos resultados do estudo randomizado do Women’s Health Initiative (WHI). Esse estudo prospectivo, que contou com a participação de 16.000 mulheres na pós-menopausa, designadas aleatoriamente para tratamento com estrogênio mais progesterona ou placebo, mostrou associação entre a hormonoterapia e o surgimento de câncer de mama. Os casos de câncer de mama invasivo foram diagnosticados em um estágio mais avançado que os tumores surgidos nas mulheres tratadas com placebo. A partir da análise intermediária, houve interrupção precoce do estudo, e os pesquisadores concluíram que o uso de terapia combinada de estrogênio-progesterona, mesmo por período relativamente curto, aumenta a incidência de câncer de mama invasivo. O risco demonstrado por esse estudo deve ser levado em conta quando se usa a hormonoterapia pós-menopausa para tratar fogachos e osteoporose, por exemplo. História do câncer Nas mulheres com história de câncer de mama, há risco aproximado de 50% de câncer microscópico e de 20 a 25% de câncer clinicamente aparente na mama contralateral, cuja taxa é de 1 a 2% por ano. O carcinoma lobular tem maior incidência de bilateralidade que o carcinoma ductal. A história de câncer de endométrio, ovário ou cólon está associada a aumento do risco Res����ac����ic��21@g�a��.co� de câncer de mama subsequente, assim como uma história de radioterapia para tratamento de linfoma de Hodgkin, mesmo em pacientes com resultado negativo do teste de BRCA1 e BRCA2. Referências: Res����ac����ic��21@g�a��.co� Robbins, patologia básica / Vinay Kumar... [et al] ; [tradução de Claudia Coana... et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2013. 928 p. : il. ; 28 cm. Berek, Jonathan S. Berek eNovak: tratado de ginecologia / Jonathan S. Berek; tradução Cláudia Lúcia Caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte. 15. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2014. 4. Sinais e sintomas de CA de Mama; O câncer de mama muitas vezes é descoberto pelo paciente ou seu médico como massa enganosamente distinta, solitária, indolor e móvel. No momento da detecção clínica, o carcinoma tipicamente tem 2-3 cm de tamanho, e o envolvimento dos linfonodos linfáticos regionais (mais frequentemente axilares) já está presente em cerca de 50% das pacientes. Com exame mamográfico, os carcinomas frequentemente são detectados antes mesmo de se tornarem palpáveis. A média do carcinoma invasivo encontrado por exame mamográfico é de cerca de 1 cm de tamanho, e apenas 15% deles produziram metástases nodais. Além disso, muitas vezes o CDIS é detectado antes do desenvolvimento de carcinoma invasivo durante o exame. À medida que a mulher envelhece, o tecido fibroso da mama é substituído por gordura, e o exame torna-se mais sensível, como resultado do aumento da radioluscência da mama e do aumento da incidência de malignidade. A polêmica atual sobre o melhor momento para se começar o exame mamográfico surge dos esforços para equilibrar os benefícios da detecção precoce do câncer em algumas mulheres com riscos de exposição à radiação e a morbidade e despesa associada aos achados clínicos de lesões benignas da mama (falsos positivos). A ressonância magnética está sendo estudada como um adjuvante do exame mamográfico em pacientes jovens de alto risco, com mamas densas, que são difíceis de examinar através da mamografia. A propagação do câncer de mama ocorre através dos canais linfáticos e hematogênicos. As lesões de localização central e do quadrante exterior tipicamente se espalham primeiro para os linfonodos axilares. Aquelas nos quadrantes mediais internos muitas vezes vão primeiramente para os linfonodos ao longo das artérias mamárias internas. A disseminação mais distante eventualmente se segue e pode envolver praticamente qualquer órgão ou tecido do corpo. Os locais preferidos são pulmões, esqueleto, fígado, glândulas suprarrenais e (menos frequentemente) o cérebro, mas nenhum local está isento. As metástases podem chegar à atenção clínica muitos anos após o controle terapêutico aparente da lesão primária, às vezes até 15 anos mais tarde. Não obstante, a cada ano que passa sem recidiva da doença aumenta a probabilidade de cura. O prognóstico dos cânceres de mama é influenciado pelas seguintes variáveis, sendo que as três primeiras são componentes da classificação de estadiamento do tumor-nódulo-metástase (TNM): • Invasão e tamanho tumoral. Carcinomas in situ apresentam excelente prognóstico (taxa de sobrevida de cinco anos superior a 90%), assim como os carcinomas invasivos menores que 2 cm (taxa de sobrevida de cinco anos de 87%). • Grau de envolvimento dos linfonodos linfáticos. Sem o envolvimento do linfonodo axilar, a taxa de sobrevida de cinco anos é de cerca de 80%. A sobrevida está inversamente relacionada com o número de linfonodos envolvidos e é inferior a 50% com 16 ou mais nódulos envolvidos. A biópsia de linfonodo Res����ac����ic��21@g�a��.co� sentinela é atualmente o esteio para o estadiamento da axila. Esse procedimento identifica o(s) linfonodo(s) primário(s) que drena(m) o parênquima da mama, usando corante ou um marcador radioativo (às vezes, ambos). Uma vez identificados, os linfonodos sentinela são removidos e examinados microscópicamente. Um linfonodo sentinela livre de carcinoma (“linfonodo negativo”) é altamente preditivo de ausência de carcinoma metastático nos linfonodos restantes. Um “linfonodo positivo”, por outro lado, é indicação para dissecção axilar completa, que é usada para estadiar a doença do paciente. • Metástases distantes. Os pacientes que desenvolvem disseminação hematogênica raramente são curáveis, embora a quimioterapia possa prolongar a sobrevida (a taxa de sobrevida de cinco anos é de aproximadamente 15%). • Grau histológico. O sistema de classificação mais comum de câncer de mama avalia a formação de túbulos, grau nuclear e índice mitótico. Carcinomas bem diferenciados estão associados a prognóstico significativamente melhor do que os carcinomas pouco diferenciados. Carcinomas moderadamente diferenciados inicialmente têm bom prognóstico, mas a sobrevida de 20 anos aproxima-se da sobrevida dos carcinomas pouco diferenciados. • Tipo histológico do carcinoma. Todos os tipos especializados de carcinoma da mama (tubular, medular e mucinoso) estão associados a prognóstico um pouco melhor do que os carcinomas de nenhum tipo especial (carcinomas ductais). A grande exceção é o carcinoma inflamatório, que tem prognóstico sombrio. • Presença ou ausência de receptores de estrogênio ou de progesterona. A presença de receptores hormonais confere prognóstico ligeiramente melhor. No entanto, a razão prática para a determinação da sua presença é prever a resposta à terapia. A maior taxa de resposta (aproximadamente 80%) para terapia antiestrogênica (ooforectomia ou tamoxifeno) é observada em mulheres cujas células tumorais expressam receptores de estrogênio e progesterona. Menores taxas de resposta (25-45%) são observadas se apenas o receptor de estrogênio está presente. Se ambos estão ausentes, muito poucas pacientes (menos de 10%) respondem. • Superexpressão de HER2/NEU. A superexpressão dessa proteína ligada à membrana é quase sempre causada por amplificação do gene e pode ser determinada por imuno-histoquímica (que avalia os níveis da proteína) ou por hibridação in situ fluorescente (que avalia o número de cópias do gene). A superexpressão está associada a pior prognóstico. No entanto, a importância clínica de avaliar HER2/NEU reside na previsão da resposta ao trastuzumabe (Herceptin®), um anticorpo monoclonal que se liga à função de HER2/NEU e a inibe. Essa continua a ser um dos exemplos mais bem caracterizados de terapia eficaz dirigida contra uma lesão molecular específica de tumor. A razão para alguns tipos de câncer reaparecerem depois do tratamento pós-operatório e outros não permanece um mistério. Como mencionado anteriormente, o perfil da expressão gênica dos cânceres de mama em microarrays (chips de genes) (Capítulo 5) definiu várias classes moleculares do câncer de mama e também foi usado para desenvolver testes comerciais que podem prever a resposta do tumor de uma paciente individual para a quimioterapia. Atualmente não há dados suficientes sobre o valor prognóstico desses testes. Res����ac����ic��21@g�a��.co� Clínica: Sinais e Sintomas: ● Nódulo palpável; ● Assimetria; ● Retração papilar; ● Aumento da vascularização; ● Abaulamento; ● Endurecimento da mama; ● Retração cutânea; ● Ulceração; ● Hiperemia cutânea; ● Edema cutâneo (casca de laranja); ● Descarga papilar; ● Sangramento; Referências: Robbins, patologia básica / Vinay Kumar... [et al] ; [tradução de Claudia Coana... et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2013. 928 p. : il. ; 28 cm. Res����ac����ic��21@g�a��.co� 5. Estadiamento do câncer de Mama (classificação de Birads); A classificação atual leva em consideração parâmetros: • Anatômicos: tamanho tumoral (T), acometimento linfonodal (N) e metástase à distância (M). • Moleculares: grau tumoral (G), status dos RE, RP e HER2. • Genéticos: baseados em painéis multigênicos (p. ex., Oncotype DX, Mammaprint). Orienta-se a manutenção dos grupos de estádio anatômicos, pois podem ser aplicados aos pacientes com câncer de mama em todo o mundo independentemente da disponibilidade de análises de biomarcadores ou ensaios multigênicos. Contudo, os marcadores moleculares e os testes genéticos possibilitam um estadiamento com mais significados prognósticos e preditivos dos fatores biológicos. Desse modo, a paciente deve ser classificada conforme: ESTADIAMENTO: ● Estadiamento Anatômico (TNM): T (Tumor) T0: tumor oculto; T1: até 2 cm; ● T1 mi < 1mm;● T1a 1-5mm ● T1b 6-10mm ● T1c 11-20mm T2: 21 a 50 mm T3: >50 mm T4: localmente avançado Res����ac����ic��21@g�a��.co� ● T4a: acometimento de parede torácica ● T4b: ulceração, edema, nódulo cutâneo, nódulo satélite ● T4c: T4 a + T4 b ● T4d: Carcinoma inflamatório (casca de laranja) N (Linfonodos): N0: sem linfonodos suspeitos; N1: linfonodos axilares ipsilaterais móveis (níveis I e II); N2a: linfonodos axilares ipsilaterais fixos (níveis I e II); N2b: linfonodos da mamária interna, sem linfonodos axilares suspeitos; N3a: linfonodos infraclaviculares ipsilaterais; N3b: linfonodos acometidos em mamária interna e em axila ipsilateral; N3c: linfonodos supraclaviculares ipsilaterais. M (Metástase): M0: sem evidências de metástase; M1: presença de metástase; ● Estadiamento Prognóstico Clínico: Tumores são heterogêneos (outros fatores além de tamanho, linfonodos e metástases) Grau Tumoral (G1 / G2 / G3) HER2 (+/-) Receptor de Estrogênio (+/-) Receptor de Progesterona (+/-) Oncotype DX e Mammaprint *Receptores negativo: pior prognóstico; ● Estadiamento Prognóstico Patológico: Estadiamento após a cirurgia (exame histopatológico); Referências: FILHO, A.L.D.S.; D'ABREU, B.F. Protocolos e condutas em ginecologia e obstetrícia. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2021. 9786557830789. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@ 0.00:38.8. Acesso em: 02 abr 2021. 6. Metástase do Ca de Mama; As células cancerígenas podem se disseminar para qualquer parte do corpo. A maioria das células tumorais que se desprendem do tumor primário é transportada pelo sangue ou pelos gânglios linfáticos através do corpo. A circulação destas células explica porque o câncer de mama muitas vezes se dissemina para os gânglios linfáticos da axila (linfonodos https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@0.00:38.8 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@0.00:38.8 Res����ac����ic��21@g�a��.co� axilares). Isso é denominado comprometimento linfonodal ou doença regional. O tumor que se dissemina para outros órgãos ou para os nódulos linfáticos distantes do tumor primário é denominado doença metastática. Os locais mais comuns de metástases dos tumores de mama são os pulmões, ossos e fígado. Entretanto, a doença pode também se disseminar para outras partes do corpo como cérebro, cavidade abdominal, ovários e pele. Referências: Instituto Oncoguia. Sobre o câncer de mama avançado. 2014. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sobre-o-cancer/6239/826/. Acesso em: 06 de abr de 2021. 7. Compreender como funciona o diagnóstico da CA de Mama (diagnóstico diferencial); É fundamental o planejamento de estratégias de controle do câncer de mama por meio da detecção precoce. Quanto mais cedo um tumor invasivo é detectado e o tratamento iniciado, maior a probabilidade de cura. Por esse motivo, várias ações vêm sendo implementadas para diagnosticar o câncer nos estádios iniciais. Entretanto, em virtude da individualização orgânica e da extrema heterogeneidade tumoral associada à presença de fatores de risco conhecidos e não conhecidos, o câncer de mama é considerado uma doença de comportamento dinâmico em constante transformação (INCA, 2019). Anamnese • Tempo dos sintomas. • Fatores de risco. • História familiar. Exame físico • Inspeção estática. • Inspeção dinâmica. • Palpação das fossas supra e infraclaviculares. • Palpação das axilas. • Palpação bidigital das mamas. Achados anormais • Nódulo. • Descarga papilar suspeita (translúcida, sanguinolenta). • Assimetrias. • Abaulamento. • Retração da pele ou da papila. • Sinais inflamatórios (pele em casca de laranja, calor, eritema). • Massa axilar. Exames complementares • USG das mamas. • RMN das mamas. • Tomossíntese. Exames com lesões suspeitas • Core biopsy. • Mamotomia. • PAAF. http://www.oncoguia.org.br/conteudo/sobre-o-cancer/6239/826/ Res����ac����ic��21@g�a��.co� RASTREAMENTO: (Ministério da Saúde) (Risco habitual) Mamografia de rastreamento x Mamografia diagnóstica rastreamento: paciente assintomática; Método:: mamografia Idade: de 50-69 anos Frequência: bienal Exame clínico: anual > 40 anos USG é um método complementar; pedir ambos de uma vez não é correto; Tomossíntese: não é tão disponível; RASTREAMENTO: (Ministério da Saúde) (Alto risco) ● Mutação BRCA1 / BRCA2 / parentes de 1° grau com mutação comprovada → MMG anual, a partir dos 30 anos de idade; RMN anual a partir dos 25 anos; ● Mulheres com risco ao longo da vida > 20% → MMG anual 10 anos antes do diagnóstico do parente mais jovem (>30 anos); RMN a partir dos 25 anos; ● Mulheres com irradiação torácica entre 10 e 30 anos → MMG anual 8 anos após o tratamento; não antes de 30 anos; RMN a partir dos 25 anos; ● Mutação com história pessoal de : HLA, CLIS, HDA, CDIS ou Carcinoma Invasor → MMG anual a partir do diagnóstico; RMN a partir dos 25 anos; USG deve ser utilizada como substituta a RMN para mulheres que não puderem realizá-la; MINISTÉRIO DA SAÚDE (pacientes de alto risco): Exame clínico anual + MMG anual > 35 anos Mamografia A mamografia é o único exame de rastreamento de câncer mamário que afeta comprovadamente os índices de mortalidade a partir da detecção de tumor em fase pré-clínica, sendo a principal entre uma variedade de modalidades de imagens desenvolvidas. No entanto, convém ressaltar que mesmo nas melhores circunstâncias a mamografia apresenta até 20% de taxa de falso-negativo. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda mamografia anual a partir dos 40 anos de idade. O Res����ac����ic��21@g�a��.co� exame mamográfico pode ser analógico ou digital, o qual parece ser mais vantajoso em pacientes com mamas densas e na pré-menopausa, além de melhorar a avaliação de lesões como calcificações, apesar de ambos os métodos apresentarem acurácia diagnóstica semelhante. Res����ac����ic��21@g�a��.co� USG das mamas A ultrassonografia ou ecografia tem grande aplicabilidade na propedêutica mamária por ser um método não invasivo, não ionizante, dinâmico, multiplanar, portátil e de baixo custo que consegue encontrar e caracterizar a maioria das lesões da mama, além de ser o melhor método para guiar biópsias percutâneas. Apesar disso, não é um substituto da mamografia. Durante muitos anos, o papel da ultrassonografia no rastreamento foi proscrito em razão de sua limitação em detectar calcificações que são o apanágio da expressão do carcinoma in situ da mama. É possível visibilizar e caracterizar calcificações ao ultrassom, desde que elas estejam sobre um fundo que lhes faça contraste – um cisto, um ducto ou uma lesão expansiva sólida. Na ausência desse cenário, a detecção de calcificações por meio da ultrassonografia é limitada e, por isso, o papel como método primário de rastreamento pertence à mamografia. Na verdade, a mamografia e a ultrassonografia não são concorrentes, mas métodos complementares por excelência. Aplicações Da Ultrassonografia Mamária: Rastreamento em mamas densas A sensibilidade da mamografia para detecção de câncer de mama na população em geral é de 85%, ao passo que em mulheres com mamas densas é de 47,8% a 64,4%. Essa redução se deve à falta de contraste entre o tecido mamário denso e o carcinoma, que também é denso (“branco sobre branco”). Mulheres com tecido mamário extremamente denso à mamografia também têm 4,7 vezes mais risco de desenvolver a doença do que aquelas com mamas lipossubstituídas. Além disso, no momento do diagnóstico, apresentam tumores maiores e linfonodos já comprometidos, e também estão mais sujeitas a apresentar carcinoma de intervalo. Mulheres com mamas densas representam o maior percentual dentro da população conhecida como “risco intermediário”, ou seja, um risco de 15% a 20% de desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Apesar de ter sido historicamente relegada como ferramenta diagnóstica, ou seja, usada para esclarecer acha-dos jádetectados pela mamografia ou ao exame clínico, inúmeros trabalhos têm mostrado que a ultrassonografia tem papel relevante como auxiliar no rastreamento do câncer em pacientes com mamas densas. Schaefer, em 2010, publicou o resultado de um estudo multicêntrico com 41.564 mulheres, indicando que, naquelas com densidade mamária C e D (BI-RADS 2013 – 5a a B Figura 3B.1 redução da sensibilidade da mamografia em mama densa. A partir de 2009, em vários estados americanos, os serviços de mamografia passaram a ser obrigados a notificar em seus resultados os casos de mulheres com mamas heterogeneamente densas e extremamente densas, alertando que elas podem se beneficiar do acréscimo da ultrassonografia ou ressonância nuclear magnética em seu rastreamento. Avaliação dos achados: A ultrassonografia deve sempre fazer parte da investigação de nódulos palpáveis, dor mamária e de fluxo papilar, mesmo quando a mamografia é negativa. ● Nódulo Palpável Res����ac����ic��21@g�a��.co� Para o estudo de uma anormalidade palpável, a varredura ecográfica deve ser combinada à palpação para a exata correlação dos achados clínicos e ultrassonográficos. ● Dor Mamária Dor é a queixa mais frequente relacionada com as mamas: 70% das mulheres experimentam algum grau de mastalgia ao longo da vida, cuja causa é inespecífica, benigna ou até extramamária. Apesar de a anamnese e o exame físico serem suficientes para a condução da maioria desses casos, a ultrassonografia pode fornecer informações adicionais sobre as pacientes com dor caracterizada como não cíclica e unilateral, sendo considerada o exame por imagem de primeira linha. A ultrassonografia pode revelar cistos tensos e inflamados, abscessos, hematomas e focos de esteatonecrose quando existe história de cirurgia e trauma. Em alguns tipos excepcionais de carcinoma que apresentam intenso infiltrado inflamatório peritumoral, como o carcinoma medular, e naqueles em que existe invasão perineural ou da parede torácica, a mastalgia pode ser um sintoma revelador. A mamografia só deve ser incluída na propedêutica da mastalgia nas pacientes com mais de 40 anos de idade. Fluxo Papilar: O fluxo papilar representa a terceira causa relacionada com a mama que leva uma mulher a procurar uma consulta médica. Sua prevalência é de 5% a 10%. Na maioria das vezes, a origem da descarga papilar é benigna e decorrente de ectasia ductal, alteração fibrocística ou de lesões papilares intraductais benignas. Entretanto, em diferentes séries, o risco de lesão maligna, representada por carcinoma ductal in situ, varia de 5% a 23%. A anamnese e o exame clínico são essenciais para orientar o algoritmo da investigação, separando a descarga papilar não espontânea, bilateral e multi orificial – geralmente benigna – daquela espontânea, cristalina, serossanguinolenta ou francamente sanguínea e uniorificial – suspeita e merecedora de aprofundamento propedêutico. No primeiro grupo não estão indicados estudos por imagem nas pacientes com menos de 40 anos. Nas com mais de 40 anos estariam indicadas mamografia e ultrassonografia diagnósticas, caso ainda não tenham sido realizadas recentemente no contexto do rastreamento. Segundo a National Comprehensive Cancer Network (NCCN) versão 1.2015, em pacientes com fluxo papilar suspeito e com menos de 30 anos, a ultrassonografia das mamas é o primeiro método de imagem indicado, seguido ou não de mamografia. Nas mulheres com mais de 30 anos estariam indicadas a mamografia e a ultrassonografia, a qual apresenta maior sensibilidade na detecção de lesões intraductais e especificidade de 75% a 85%. RNM das mamas O uso da ressonância nuclear magnética (RNM) em mastologia data do final da década de 1980 e início dos anos 1990, com a crescente evolução e reanálises de seu papel no diagnóstico e acompanhamento do câncer de mama. A RNM como propedêutica em mastologia se consolidou nos últimos anos como ferramenta importante e, em alguns cenários, imprescindível para avaliação de lesões mamárias e também de mamas operadas e com implantes. Res����ac����ic��21@g�a��.co� Limitações e Vantagens no Emprego do Método: A RNM é um método importante e tem como vantagens o esclarecimento de imagens que geram dúvidas nos métodos de imagem rotineiros em mastologia (mamografia e ecografia) e a possibilidade de avaliação de mamas densas e mamas com próteses sem as limitações da mamografia nesses casos específicos, além de não utilizar radiação ionizante. Entretanto, como todo método de imagem, tem suas limitações, sendo as principais: necessidade de realização do exame em um período do ciclo com menor estimulação de estrogênio e progesterona (segunda semana do ciclo); dificuldade de diagnóstico de lesões pouco proliferativas, como carcinoma in situ de baixo grau e até mesmo carcinoma invasor bem diferenciado (pouca angiogênese, pouco realce pelo meio de contraste); falso-positivo de lesões benignas proliferativas ou muito vascularizadas, como linfonodos e hiperplasias típicas; passado recente de cirurgia ou radioterapia (pode haver realce relativo a processos inflamatórios). Indicações: O rastreamento de pacientes de alto risco é um dos usos mais bem estabelecidos da RNM das mamas. Segundo a American Cancer Society, a ressonância deve ser utilizada anualmente, em adição à mamografia, com base em evidência científica, para pacientes com mutações conhecidas dos genes BRCA1 ou BRCA2, ou para aquelas pacientes com risco relativo ao longo da vida > 20% (calculado por modelos de cálculo de risco já validados). Algumas situações, entretanto, não apresentam evidência científica, mas são de modo geral condições em que a RNM também está indicada anualmente em adição à mamografia. São elas: pacientes submetidas a radioterapia do tórax entre 10 e 30 anos de idade (por linfomas, por exemplo) e pacientes com síndromes genéticas conhecidas que sabidamente cursam com aumento do risco de desenvolvimento de neoplasia mamária (Li-Fraumeni, Cowden). Pacientes com diagnóstico anterior de neoplasia de mama ou aquelas com diagnóstico de lesões de alto risco e ainda as pacientes com risco relativo de desenvolvimento da doença entre 15% e 20% ao longo da vida e também pacientes com mamas extremamente densas na mamografia podem ser candidatas à RNM de ma-ma para rastreio. Nesses casos, não há evidência contra nem a favor, ficando a critério clínico a decisão de solicitação ou não do exame. Pacientes com risco relativo de desenvolvimento de câncer de mama < 15% não têm indicação para realização do exame, o qual está contraindicado para rastreamento. O uso da RNM para caracterização de lesões mamárias também está bem estabelecido. BI-RADS: Sistema de análise das imagens das mamas; MMG, USG E RMN; ● BI-RADS 0: Inconclusivo; necessita de outros métodos; (complementar com outro método) ● BI-RADS 1: Sem achados ao exame; (rotina) ● BI-RADS 2: Achados benignos; (rotina) ● BI-RADS 3: Achados provavelmente benignos; (controle mamográfico semestral por 2 a 3 anos para confirmar a Res����ac����ic��21@g�a��.co� estabilidade da lesão; lesão estável = baixa-se para bi-rads 2); ● BI-RADS 4: Achados suspeitos de malignidade; (avaliação histopatológica); ● BI-RADS 5: Achados altamente sugestivos de malignidade; (chance de 95% de ser câncer); (avaliação histopatológica); ● BI-RADS 6: Achados com malignidade confirmada; (tratamento); Tomossíntese A tomossíntese mamária, uma tomografia de campo limitado, adicionada a técnica mamográfica surge como opção de imagem da mama que elimina a sobreposição de tecidos. Na tomossíntese múltiplas projeções são obtidas enquanto o raio emitido pela fonte segue uma angulação semicircular pré-definida; a angulação utilizada varia de acordo com o fabricante; as projeções obtidas (cortes) ainda podem ser reconstruídas numa imagem mamográfica sintetizada, dependendo do modelo do “software”. A dose de radiação do método associada a mamografia digital, ambas realizadas em tempoúnico, não excede a dose glandular média de segurança. Um monitor de trabalho (workstation) permite visualizar as imagens produzidas corte a corte, além da comparação destas imagens entre si: a mamografia 2D, a tomossíntese e a mamografia sintetizada aprimorando a qualidade do laudo (AGUILAR, 2009). Um número expressivo de estudos prospectivos e alguns estudos retrospectivos compararam a mamografia digital de campo total isoladamente com a mamografia digital de campo total associada a tomossíntese (GILBERT et al, 2015; GREENBERG, 2014; VEDANTHAM, 2015); os resultados obtidos mostram aumento na taxa de detecção de câncer de mama, em especial na forma invasiva, e diminuição dos resultados falso positivos da mamografia, reduzindo consequentemente a taxa de “recall” quando a tomossíntese é utilizada. A adição desta técnica à mamografia mostra evidências de aumento da especificidade e sensibilidade para tumores invasivos. Os achados mais evidenciados pela tomossíntese são as distorções de arquitetura e as assimetrias focais; no caso das calcificações, os focos são melhor visualizados pela mamografia digital e a tomossíntese não acrescenta benefício expressivo. PAAF: Punção Aspirativa com Agulha Fina - Diferenciação entre sólido e cístico; - Punção de linfonodos suspeitos; - Se negativo, não exclui malignidade; - Complicações: hematoma; infecções; Biópsia com agulha grossa: (mais utilizado) - Core biópsia; - Nódulo sólido; - Microcalcificações agrupadas; - Distorções do parênquima; - Complicações: sangramentos, infecção, pneumotórax; - Biópsia a vácuo (mamotomia); (consegue fragmentos mais grossos); - Nódulo sólido pequeno; - Microcalcificações agrupadas; - Lesões sólido císticas; - Complicações: sangramento, hematoma, infecção; Biópsia Cirúrgica: (raro) Res����ac����ic��21@g�a��.co� - Incisional; - Excisional; Pode ser guiada por: USG, RX (estereotaxia), RMN, à mão livre; Técnicas de biópsia É preferível que a paciente participe do planejamento de seu tratamento. Na maioria dos casos, a biópsia inicial pode ser seguida por tratamento definitivo em data posterior. Essa conduta torna possível que o médico discuta outros meios de intervenção cirúrgica com a paciente que tem uma neoplasia maligna; além disso, dá à paciente a oportunidade de ouvir uma segunda opinião antes do tratamento definitivo. Punção aspirativa por agulha fina Em geral a PAAF é realizada em lesões palpáveis ou guiada por ultrassonografia, com uma agulha de calibre 20 ou 22. A técnica tem alto nível de exatidão diagnóstica, com baixas taxas de falso-negativos e com resultados falso-positivos raros, porém persistentes. Na maioria das séries descritas, as taxas de falso-negativos variam de 10 a 15%, e as taxas de falso-positivos costumam ser inferiores a 1%, enquanto as amostras insuficientes representam cerca de 15% dos casos.23 Se uma massa parece ser maligna ao exame físico, à mamografia ou em ambos, os resultados da citologia por PAAF podem auxiliar o diagnóstico definitivo, embora a retirada de um fragmento costume ser a escolha nessas circunstâncias. Resultados negativos da PAAF não excluem neoplasia maligna e devem ser avaliados por biópsia de um fragmento ou biópsia excisional tradicional das lesões suspeitas. Em mulheres jovens, é prudente acompanhar uma massa de aparência benigna por um ou dois ciclos menstruais. A confirmação de um fibroadenoma clinicamente evidente por PAAF pode servir de base para o acompanhamento com observação sem excisão. É possível usar a PAAF para aspirar líquido de lesões císticas, sobretudo das que têm aparência benigna. Nos cistos benignos, o exame citológico não é necessário caso não haja sangue no líquido e o cisto desapareça após a aspiração. Biópsia por agulha (punção biópsia): A punção biópsia (core needle biopsy ou core biopsy) pode ser realizada em nódulos palpáveis e impalpáveis na mama. A realização de core biopsy, em vez de PAAF , em uma lesão palpável tem a vantagem de obter material mais fidedigno para diagnóstico, inclusive para avaliar a existência de receptores de estrogênio e progesterona e Her2/neu, substituindo assim a PAAF , a menos que se esteja fazendo a aspiração de uma massa cística. A core biopsy de lesões impalpáveis da mama é guiada por mamografia ou ultrassonografia. Lesões detectadas por RM não detectáveis por mamografia ou ultrassonografia podem ser biopsiadas sob orientação da RM. Unidades mamográficas com orientação estereotáxica computadorizada podem ser usadas para localizar anormalidades e realizar core biopsy sem cirurgia, chamada de mamotomia. Com a orientação da imagem, introduz-se uma agulha de biopsia na lesão e retira-se um fragmento de tecido para exame histopatológico. Muitas vezes, para aumentar o volume de tecido removido para exame, empregam-se aparelhos com sucção. Costuma-se usar um clipe Res����ac����ic��21@g�a��.co� de titânio que marca o local da biópsia e serve de guia, caso haja necessidade de excisão adicional. A ultrassonografia pode ser usada para fazer core biopsy de lesões impalpáveis. Por ser menos invasiva e menos dispendiosa que a mamotomia, a core biopsy é preferida nas lesões acessíveis. Caso não se faça um diagnóstico definitivo, esses procedimentos devem ser seguidos por biópsia cirúrgica. Biópsia cirúrgica A biópsia cirúrgica pode ser realizada caso não seja possível biopsiar a lesão com agulha ou se for mostrada pela PAAF ou core biopsy uma lesão que pode estar associada à neoplasia maligna, como hiperplasia ductal atípica (HDA) ou carcinoma lobular in situ (CLIS). A excisão deve ser realizada quando os resultados da biópsia com agulha são questionáveis ou divergem dos achados clínicos. É preciso obter um diagnóstico histopatológico inquestionável de câncer antes do tratamento do câncer de mama. Pode-se usar o diagnóstico citológico se o nódulo parecer maligno ao exame clínico ou à mamografia. A biópsia cirúrgica pode ser feita no consultório, sob anestesia local, da seguinte maneira (embora essa técnica tenha sido amplamente substituída pela core biopsy e seja desnecessária na maioria das vezes): 1. A paciente é posicionada e a localização da massa é confirmada 2. Usa-se anestesia local para infiltração da pele e do tecido subcutâneo adjacente à massa palpável 3. Realiza-se uma incisão cutânea diretamente sobre a massa. A posição da incisão é fundamental; deve estar situada de modo que seja possível excisá-la com uma elipse de pele caso a paciente necessite de mastectomia subsequente ou posicionada esteticamente, de modo que se possa fazer a mastectomia parcial através dela. As incisões periareolares só são apropriadas nas lesões próximas do complexo aréolo-papilar 4. A massa é delicadamente apreendida com pinça de Allis ou com um ponto (sutura) de apoio e tracionada para o campo operatório (local da incisão). 5. Sempre que possível, a excisão deve ser completa. Nas lesões maiores, cuja excisão completa é difícil, podem ser retirados apenas fragmentos (biópsia incisional) para diagnóstico. Ao fazê-la, deve-se proceder ao corte de congelação para confirmar que há tecido adequado para diagnóstico. É preferível obter amostra dessas massas por PAAF ou core biopsy e, raramente (ou nunca), indica-se a biópsia incisional. 6. Uma vez retirada a massa, obtém-se hemostasia adequada e fecha-se a incisão. O resultado estético é melhor quando não se reaproxima o parênquima mamário profundo. A gordura subcutânea pode ser reaproximada por sutura com fio fino absorvível, e a pele pode ser fechada com sutura subcutânea e curativo compressivo. Biópsia guiada por agulha A biópsia de lesões impalpáveis pode ser um procedimento difícil que requer grande cooperação entre o cirurgião e o radiologista. Com a orientação de ultrassonografia, mamografia ou RM, introduz-se uma agulha ou fio especializado no parênquima mamário no local da anormalidade suspeita ou próximo a ela. Alguns mamografistas injetam um corantebiológico no parênquima mamário para facilitar a localização. O cirurgião Res����ac����ic��21@g�a��.co� analisa as imagens e localiza a anormalidade próxima à extremidade do fio ou da agulha. Além disso, para localizar diretamente a lesão, é possível fazer a ultrassonografia intraoperatória. Faz-se uma incisão diretamente sobre a anormalidade, com excisão de uma pequena parte do tecido mamário suspeito. Nas lesões detectadas por mamografia, faz-se a radiografia da peça para confirmar a excisão da anormalidade. Muitas vezes, o radiologista introduz uma agulha na peça, no local da anormalidade, a fim de facilitar a avaliação histológica e garantir que o patologista examine o local da anormalidade. A biópsia guiada por agulha deve ser feita somente quando a lesão é inacessível à biópsia por agulha ou se houver a possibilidade de estar associada à neoplasia maligna, como a HDA. Referências: Berek, Jonathan S. Berek e Novak: tratado de ginecologia / Jonathan S. Berek; tradução Cláudia Lúcia Caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte.15. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2014. FILHO, A.L.D.S.; D'ABREU, B.F. Protocolos e condutas em ginecologia e obstetrícia. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2021. 9786557830789. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@ 0.00:38.8. Acesso em: 02 abr 2021. SILVA, C.H.M.; COUTO, H.L.; JUNIOR, W.J.D.A. Manual SOGIMIG de mastologia. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2018. 9786557830185. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830185/cfi/62!/4/4@0. 00:0.00. Acesso em: 02 Apr 2021. Sociedade Brasileira de Mastologia. Tomossíntese: diferenças da mamografia, vantagens e indicações. Disponível em: https://www.sbmastologia.com.br/medicos/wp-content/uploads/2017/09/Tomoss %C3%ADntese.pdf. Acesso em: 02 de abr de 2021. 8. Tratamento do CA de Mama e suas complicações; Cirúrgico: Mastectomia radical: O tratamento tradicional do câncer de mama é cirúrgico, mas o tipo de intervenção ainda é uma questão controversa e altamente emocional. De acordo com o conhecimento atual sobre o comportamento biológico do câncer de mama, não há https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@0.00:38.8 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@0.00:38.8 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830185/cfi/62!/4/4@0.00:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830185/cfi/62!/4/4@0.00:0.00 https://www.sbmastologia.com.br/medicos/wp-content/uploads/2017/09/Tomoss%C3%ADntese.pdf https://www.sbmastologia.com.br/medicos/wp-content/uploads/2017/09/Tomoss%C3%ADntese.pdf Res����ac����ic��21@g�a��.co� justificativa para a cirurgia destrutiva local. A mastectomia radical não é mais indicada, exceto nas circunstâncias mais incomuns, com acometimento extenso do músculo peitoral por extensão direta do tumor. Mastectomia radical modificada: Ao contrário da mastectomia radical, a radical modificada preserva o músculo peitoral maior. A retirada da mama é semelhante à empregada na mastectomia radical; mas nem a dissecção dos linfonodos axilares nem a excisão cutânea são tão extensas. Assim, não há necessidade de enxerto cutâneo. As taxas de sobrevida da mastectomia radical e da radical modificada não são diferentes, mas os resultados funcionais e estéticos desta última são melhores. Mastectomia total: A mastectomia total é a retirada de toda a mama, a papila e o complexo areolar sem ressecção dos músculos subjacentes ou excisão intencional dos linfonodos axilares. Os linfonodos em posição baixa na parte superior externa da mama e na parte inferior da axila costumam ser excisados. As taxas de controle local com a mastectomia total são semelhantes às obtidas com a mastectomia radical ou radical modificada, mas o risco de recorrência axilar é maior. No passado, pelo menos 15 a 20% das pacientes tratadas apenas com mastectomia total tinham recorrência regional. Com o acréscimo da biópsia de linfonodo sentinela, que seleciona pacientes com linfonodos negativos, as taxas de recorrência local devem diminuir em pacientes submetidas à mastectomia total e linfonodos negativos em comparação com aquelas que tinham status axilar desconhecido no passado. Mastectomia com preservação da pele e da papila: O número de pacientes com cânceres pequenos incipientes vem crescendo; outras estão sendo submetidas à mastectomia profilática em virtude de mutações genéticas e de outras lesões de alto risco. As pacientes podem decidir se submeter a uma mastectomia com preservação da pele (MPPe) e retirada do complexo aréolo-papilar (CAP), que deixa uma “bolsa” de pele para acomodar a reconstrução mamária, bem como a uma mastectomia com preservação da papila (MPPa), que conserva o CAP. Esses dois procedimentos estão sendo estudados por sua possível utilidade e segurança em várias situações clínicas. Séries retrospectivas mostram que a MPPa não influencia a sobrevida, embora não tenha sido realizado um estudo randomizado prospectivo. Radioterapia pós-mastectomia: McWhirter desenvolveu a combinação de mastectomia total seguida por radioterapia. Muitos defenderam a radioterapia adjuvante associada a vários procedimentos cirúrgicos. Estudos que afirmam haver aumento da sobrevida geral costumam ser invalidados por uso de controles históricos e inexatidão do estadiamento pré-operatório. Estudos clássicos, tanto randomizados prospectivos quanto de controles históricos, mostraram que a radioterapia adjuvante melhora o controle local, mas não as taxas de sobrevida geral. As diretrizes da American Society of Clinical Oncology recomendam radioterapia Res����ac����ic��21@g�a��.co� pós-mastectomia nas mulheres com tumores primários T3 (> 5 cm) e quatro ou mais linfonodos axilares positivos. Tratamento conservador da mama com ou sem radioterapia: O tratamento apenas com radioterapia, sem excisão do tumor, está associado a uma alta taxa de recorrência local, assim como a excisão local sem radioterapia. Quase na mesma época, no estudo NSABP B-06, as pacientes com câncer de mama inicial (estágio I ou II, T1 ou T2 e N0 ou N1) foram randomizadas para mastectomia radical modificada, mastectomia segmentar (tumorectomia) e dissecção de linfonodos axilares, ou mastectomia segmentar , dissecção de linfonodos axilares e radioterapia pós-operatória. Ao contrário da quadrantectomia realizada no estudo de Milão, a mastectomia segmentar retira apenas o tumor e uma pequena margem de tecido adjacente normal, com melhores resultados estéticos. A combinação de mastectomia segmentar (com margens cirúrgicas negativas), dissecção de linfonodos axilares e radioterapia pós-operatória é tão eficaz quanto a mastectomia radical modificada no tratamento de pacientes com câncer de mama em estágios I e II. Vários outros estudos prospectivos randomizados também não mostraram diminuição da sobrevida geral em mulheres tratadas com preservação da mama. O status dos linfonodos axilares e o número de linfonodos acometidos é o mais importante fator prognóstico em pacientes com câncer de mama primário. A melhor descrição do conceito que fundamenta a dissecção do linfonodo sentinela é a própria definição de linfonodo sentinela, o qual tem a maior possibilidade de abrigar metástase em caso de doença axilar. O exame do linfonodo sentinela dissecado prevê com exatidão a situação de toda a cadeia de linfonodos. A retirada de apenas um ou dois linfonodos possibilita o estadiamento exato da axila com morbidade mínima. Terapia sistêmica adjuvante: Em muitas pacientes, o controle local e regional do câncer de mama é alcançado apenas com uma combinação de cirurgia e radioterapia. Cerca de 90% das pacientes nunca terão recorrência local e, nesses casos, podem desenvolver doença metastáticas. O objetivo do tratamento sistêmico adjuvante é eliminar metástases ocultas durante o período pós-operatórioinicial e, assim, diminuir o risco de recorrência local e a distância. A terapia sistêmica adjuvante prolonga a sobrevida de algumas pacientes com câncer de mama. Em pacientes com tumores favoráveis e baixo risco de recorrência e morte subsequente, como aquelas cujo câncer mede menos de 1 cm, com linfonodos negativos e histopatologia favorável, o benefício é pequeno e pode não justificar os riscos da terapia sistêmica. O tratamento sistêmico adjuvante reduz em 25% ao ano as chances de morte tanto em pacientes com linfonodos negativos quanto positivos. Como essa diminuição do risco é relativamente constante, o benefício absoluto é muito menor nas pacientes com doença favorável com linfonodos negativos, que nas pacientes com doença de maior risco e linfonodos positivos e/ou pacientes com marcadores biológicos desfavoráveis, como doença triplo negativa ou Her-2/ neu-positiva. Nas pacientes com linfonodos negativos, o benefício absoluto pode ser mínimo, mas é de 10 a 20% naquelas com acometimento de linfonodos. Ao decidir o Res����ac����ic��21@g�a��.co� tratamento, é preciso considerar os riscos inerentes à quimioterapia citotóxica e à hormonoterapia. Os esquemas padrões causam muitos efeitos colaterais, e foi mostrado que pacientes submetidas à quimioterapia queixam-se com maior frequência de déficits neurocognitivos crônicos que em controles não tratadas. O impacto desses déficits ainda é indefinido. O tratamento sistêmico com tamoxifeno está associado a uma maior incidência de câncer de útero, ressecamento vaginal e fogachos, enquanto os inibidores da aromatase estão associados à osteoporose e a sintomas musculoesqueléticos. A seleção das pacientes que devem receber terapia adjuvante pode ser uma decisão difícil, que muitas vezes requer a análise de vários fatores prognósticos e preditivos, identificação das pacientes em risco de recorrência e quantificação desse risco. De acordo com os dados disponíveis, atualmente, a quimioterapia adjuvante é recomendada nas mulheres com chance de recidiva maior que 10% em 10 anos. A escolha do tratamento depende da avaliação de fatores de risco específicos. Terapia hormonal: A manipulação hormonal com tamoxifeno ou um inibidor da aromatase, sozinha ou combinada a um esquema citotóxico, é benéfica em grupos selecionados de mulheres. O tamoxifeno, um análogo do estrogênio, proporciona benefícios consideráveis tanto antes quanto depois da menopausa; usado em uma dose de 20 mg/dia durante 5 anos, diminui cerca de 50% o risco anual de recorrência e em torno de 25% o risco anual de morte. Esses benefícios ocorrem nos casos de tumor receptor de estrogênio positivo, submetidos ou não à quimioterapia. O tamoxifeno, quando combinado à quimioterapia citotóxica, aumenta a sobrevida em mulheres com linfonodos axilares positivos e receptor de estrogênio positivo. Em pacientes com linfonodos negativos e receptor de estrogênio positivo, o acréscimo de tamoxifeno à quimioterapia aumentou as taxas de sobrevida sem doença após 5 anos de acompanhamento. Os inibidores da aromatase passaram a ser oferecidos com frequência como opção de tratamento de primeira linha para terapia adjuvante. As pesquisas sugerem que a substituição do tamoxifeno por um inibidor da aromatase, como o letrozol, após 2,5 anos ou 5 anos, pode aumentar a sobrevida, embora o uso concomitante dos dois fármacos não seja vantajoso. Referências: Berek, Jonathan S. Berek e Novak: tratado de ginecologia / Jonathan S. Berek; tradução Cláudia Lúcia Caetano de Araújo, Tatiane da Costa Duarte.15. ed. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2014. FILHO, A.L.D.S.; D'ABREU, B.F. Protocolos e condutas em ginecologia e obstetrícia. [Digite o Local da Editora]: MedBook Editora, 2021. 9786557830789. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@ 0.00:38.8. Acesso em: 02 abr 2021. 9. EX T RA: Como deve ser a conduta multiprofissional direcionando a paciente? No caso da mulher com câncer de mama, a equipe multiprofissional deve resgatar os valores humanos em seu processo de trabalho, desconstruindo o cuidado mecanizado e https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@0.00:38.8 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786557830789/cfi/159!/4/4@0.00:38.8 Res����ac����ic��21@g�a��.co� rotinizado, proporcionado uma práxis inovadora e transformadora da relação profissional e paciente, permitindo a esta mulher um atendimento holístico, ou seja, promovendo o restabelecimento da saúde em seu sentido mais amplo: o indivíduo visto como um ser biopsicossocial e espiritual. Sob essa ótica, humanizar a saúde compreende o respeito à unicidade de cada pessoa, personalizando a assistência e transformando as práticas de saúde no sentido de pautar o cuidado mais no sofrimento do que na doença, a ponto de esta prática reconhecer e lidar com a dor e aflição humana. Logo, a solidariedade à mulher em pré-operatório de mastectomia, envolve o trabalho em equipe, no sentido mais elementar da palavra, como um grupo integrado em prol de algo em comum, uma equipe agrupada, ou seja, unida em direção ao cuidado humanizado da paciente, e não como um grupo que cumpre suas funções de forma individual. Referências: NASCIMENTO, K. T. S.; Cuidar integral da equipe multiprofissional: discurso de mulheres em pré-operatório de mastectomia. Esc. Anna Nery vol.18 no.3 Rio de Janeiro July/Sept. 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452014000300435&script=sci_ar ttext&tlng=pt. Acesso em: 04 de abr de 2021. https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452014000300435&script=sci_arttext&tlng=pt https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-81452014000300435&script=sci_arttext&tlng=pt
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