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Victoria Karoline Libório Cardoso Sangramento Uterino Anormal Definição Aumento da frequência, do volume ou da duração da menstruação. Volume normal da menstruação: (na prática) troca de absorventes em períodos > 3 horas. Repercussões: ● Anemia. ● Dismenoréia. ● Limitação das atividades. ● Absenteísmo. ● Piora da qualidade de vida. ● Influência nos aspectos psicológicos e sociais. Etiologia Investigação das irregularidades menstruais pelo método PALM-COEIN. ● PALM = causas estruturais. Pólipos Adenomas Leiomiomas Malignos ● COEIN = causas não estruturais. Coagulopatia Ovário (disfunção) Endometriais Iatrogênicas Não classificadas História clínica Início da avaliação: confirmar que a paciente não está grávida e que o sangramento é de fato uterino. Coleta de informações: ● Hábitos sexuais (risco para gravidez e IST´s); ● Passado de cirurgias ginecológicas e obstétricas; ● Uso de contraceptivo e medicações; ● Patologias prévias: doença celíaca, tireoidiana, hematológica... ● Características do ciclo menstrual: duração, frequência, regularidade e volume. ● Sintomas associados: febre, dor abdominal, corrimento, alterações urinárias e galactorréia. Exame físico Locais potenciais de sangramento: vulva, vagina, colo de útero, uretra, ânus e períneo. Evidenciar achados como: laceração, ulceração, corrimento vaginal, corpos estranhos ou massas. Características uterinas: ● Tamanho: 7,5 cm de comprimento e 5 cm de largura. ● Volume: 50 a 90 cm³. Exames laboratoriais ● Beta-HCG: para descartar gravidez. ● Hemograma completo: avalia anemia secundária e possível infecção pelo aumento de leucócitos. ● Testes tireoideanos: avaliação de hipo/ hipertireoidismo. ● Dosagem de prolactina: útil em uso de determinados medicamentos ou galactorréia. ● Níveis de andrógenos: avaliação de hirsutismo. ● LH e FSH: avaliação de distúrbio ovulatório. Exames de imagem Importante para quando o exame físico está normal, mas a paciente apresenta queixas e/ou resposta insatisfatória ao medicamento. Ultrassonografia (USG): 1° escolha, sendo a transvaginal a mais importante. Victoria Karoline Libório Cardoso USG abdominal: Caso a visualização do útero não seja possível. Ressonância magnética: quando há necessidade de uma avaliação não possibilitada pela USG. Tomografia computadorizada: para suspeita de doenças malignas e metástases. Diagnóstico PALM Pólipos Hiperplasia de glândulas endometriais e estroma. São benignos e geralmente assintomáticos. Diagnóstico: ● Na investigação de SUA ou de infertilidade; ● Achado acidental na USG ou na histeroscopia; ● Visualização de células endometriais na citologia cervical; ● Pólipos prolapsados no exame físico. Adenomas Glândulas endometriais e estroma presentes na musculatura uterina (adenomiomatose uterina). Útero aumentado devido uma hipertrofia e hiperplasia do miométrio, causada por indução do tecido endometrial ectópico. Principais sintomas: ● Dismenorreia. ● Menorragia. ● Dor pélvica crônica. Na USG, pode-se visualizar um útero aumentado, sem endometriose ou miomas. Leiomiomas Tumores pélvicos monoclonais e benignos, originados das células musculares lisas do miométrio. Sintomas: ● Dor e pressão pélvica. ● Menorragia. ● Pode acometer: trato urinário, quando comprimido pelo tumor, podendo causar infertilidade. Malignos Sarcoma endometrial: ● Dores e distensão abdominal. ● Sintomas urinários. Obs: pode ser assintomático. Carcinoma endometrial: ● Investigação de sangramento uterino anormal. ● Achados inesperados na citologia cervical. Diagnóstico COEIN Coagulopatias Achados sugestivos no exame físico: ● Equimoses. ● Hematomas de tecidos moles, profundos e extensos. Pesquisa por história familiar ou HPP de distúrbios de coagulação. Investigação por hemograma e testes de coagulação: Victoria Karoline Libório Cardoso ● Tempo de sangramento. ● Tempo de protrombina. ● Tempo de tromboplastina parcial ativada. ● Tempo de trombina. Distúrbios ovulatórios Características: irregularidade menstrual de 2 meses ou mais, com períodos de anovulação - pode haver ausência ou aumento da intensidade do sangramento. É comum em pacientes nos extremos da idade reprodutiva, com síndrome do ovário policístico ou com distúrbios endócrinos. Endometriais Infecções e inflamações no endométrio. Sinais e sintomas: ● Dismenorreia; ● Corrimento vaginal, podendo ter odor fétido; ● Distúrbios urinários. ● Dores abdominais. Iatrogênicas Sangramento anormal causado por: ● Medicações: anticoagulantes, contraceptivos hormonais (principalmente os com progesterona), antibióticos ... ● Uso de DIU. Tratamento Causas estruturais (PALM) Pólipos: retirada ambulatorial ou remoção histeroscópica. ● Histerectomia: indicada quando não há vontade de manter a capacidade reprodutiva. Adenomas: anticoncepcionais orais combinados, progestagênios ou sistema intrauterino liberador de levonorgestrel. Leiomiomas: ● Tratamento farmacológico dependendo da localização. ● Miomas submucosos: remoção histeroscópica; ● Miomas intramurais: remoção laparoscópica ou laparotômica; ○ Miomas muito grandes, usam-se análogos de GnRH antes da cirurgia por 3 meses. ● Quando não há vontade de reprodução, a histerectomia é uma opção. Malignos: a abordagem é individualizada, de acordo com as características do tumor. Causas não estruturais (COEIN) O tratamento dessas etiologias não estruturais pode ser com medicações hormonais ou não hormonais. Hormonais: ● Contraceptivo oral combinado; ● Progestagênio isolado oral; ● DIU com liberação de progestagênio; Não hormonais: ● Fibrinolíticos e antiinflamatórios - reduzem o sangramento e agem contra a dismenorreia.
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