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CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS Matheus Duarte Guerra SAÚDE PERIODONTAL, DOENÇAS E CONDIÇÕES GENGIVAIS É interessante notar que se tratando de um paciente com periodontite, deve-se utilizar o termo “inflamação gengival” ao invés de “gengivite” pois, um caso definido como periodontite não pode também receber a denominação de gengivite. Saúde gengival/ Saúde Periodontal ● SAÚDE CLÍNICA EM UM PERIODONTO ÍNTEGRO: 1.Ausência de perda de inserção ● SAÚDE CLÍNICA EM UM PERIODONTO REDUZIDO: 1.Paciente periodontite-estável: periodontite previamente tratada com sucesso e estável 2.Paciente não-periodontite: perda de inserção não relacionada com inflamação periodontal Gengivite ● Associada ao Biofilme ● GENGIVITE MEDIADA POR FATORES SISTÊMICOS OU LOCAIS: 1.FATORES MODIFICADORES SISTÊMICOS: fumo, hiperglicemia, medicamentos, hormônios, condições hematológicas, ingestão baixa de micronutrientes antioxidantes (ex: vitamina C). 2. FATORES PREDISPONENTES LOCAIS: fatores de retenção de biofilme, xerostomia ● AUMENTO GENGIVAL INFLUENCIADO POR MEDICAMENTO: 1.CICLOSPORINA 2.NIFEDIPINA 3.FENITOÍNA • GENGIVITE EM PERIODONTO ÍNTEGRO 1 Ausência de perda de inserção • GENGIVITE EM PERIODONTO REDUZIDO EM PACIENTE SEM PERIODONTITE PRÉVIA 1 Neste caso, o periodonto é reduzido mas a perda de inserção não é relacionada com inflamação: aumento de coroa, retração por escovação traumática, etc. •INFLAMAÇÃO GENGIVAL EM PERIODONTO REDUZIDO EM PACIENTE COM PERIODONTITE TRATADA COM SUCESSO 1.Neste caso, a periodontite foi previamente tratada com sucesso e encontra-se estável mas apresenta quadro atual de inflamação gengival DOENÇAS GENGIVAIS (não-induzidas por biofilme) ● DESORDENS GENÉTICAS/ DESENVOLVIMENTO 1.Fibromatose Gengival Hereditária ● INFECÇÕES ESPECÍFICAS • BACTERIANA: 1.Neisseria gonorrhoeae, (Gonorréia) 2.Treponema pallidum(sífilis) 3. Mycobacterium tuberculosis(tuberculose) 4.gengiviteestreptocócica • VIRAL: 1Coxsackie (doença da febre aftosa) 2.herpes simples(primário ou recorrente) 3.Varicella zoster (catapora) 4.Molluscum contagiosum 5.papilomavírus 6. Gengivoestomatite Herpética Primária • FÚNGICA: 1.candidíase ● CONDIÇÕES IMUNES E INFLAMATÓRIAS • REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE 1.Alergia de Contato 2.Gengivite Plasmocitária 3.Eritema Multiforme • DOENÇAS AUTOIMUNES 1.Pênfigo Vulgar 2.Penfigóide 3.Líquen Plano 4.Lúpus Eritematoso • CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS GRANULOMATOSAS 1.Doença de Crohn 2.Sarcoidose ● PROCESSO REATIVO • Epulides 1. Epulide Fibrosa 2. Granuloma Fibroblástico calcificante 3. Granuloma Piogênico 4. Granuloma de células Gigantes, periféricas ou central ● NEOPLASIAS Pré Malignas 1. Leucoplasia 2. Eritroplasia Malignos 1. Carcinoma de Células escamosas 2. Leucemia 3. Linfoma ● DOENÇAS ENDÓCRINAS, METABÓLICAS E NUTRICIONAIS 1.DEFICIÊNCIA DE VITAMINA C ● LESÕES TRAUMÁTICAS • FÍSICO 1. Ceratose por fricção 2. Ulceração gengival indusida por escovação 3. Lesão Fractual (autoflagelação) • QUÍMICO 1. Clorexidina 2. ASS 3. Cocaína 4. Peróxido de hidrogênio • TÉRMICO 1. Queimaduras de mucosa ● PIGMENTAÇÕES GENGIVAIS 1. Melanoplasia 2. Melanose do fumante 3. Pigmentação induzida por drogas (antimaláricos,minociclina) 4. Tatuagem de amálgama PERIODONTITE Três diferentes formas de periodontite foram identificadas com base na patofisiologia dessas condições. Para diferenciá-las adequadamente, deve-se observar o histórico do paciente, presença de sinais e sintomas de periodontite necrosante e presença ou ausência de alguma doença sistêmica que possa influenciar a resposta do hospedeiro. DOENÇAS PERIODONTAIS NECROSANTES A periodontite necrosante é caracterizada pela presença de dor, ulceração da margem gengival e depósitos de fibrina em sítios com ausência da ponta da papila interdentária e em alguns casos, exposição do osso alveolar. 1.1 Doenças periodontais necrosantes em pacientes comprometidos crônica e gravemente • Em adultos • Em crianças 1.2 Doenças periodontais necrosantes em pacientes comprometidos temporária e/ou moderadamente • Em pacientes com gengivite • Em pacientes com periodontite • Gengivite necrosante: processo inflamatório agudo do tecido gengival caracterizado pela presença de necrose/ulceração das papilas interdentais, sangramento gengival e dor. Outros sinais e sintomas associados podem incluir halitose, pseudomembranas, linfadenopatia regional, febre e sialorreia (em crianças). • Periodontite necrosante: processo inflamatório do periodonto caracterizado pela presença de necrose/ulceração das papilas interdentais, sangramento gengival, halitose, dor e perda óssea rápida. Outros sinais e sintomas associados podem incluir formação de pseudomembrana, linfadenopatia e febre. • Estomatite necrosante: condição inflamatória severa do periodonto e da cavidade oral em que a necrose dos tecidosmoles se estende além da gengiva, e a desnudação óssea pode ocorrer por meio da mucosa alveolar, com áreas aumentadas de osteíte e formação de sequestro ósseo. Tipicamente ocorre em pacientes sistêmica e severamente comprometidos PERIODONTITE Definida como “doença inflamatória crônica multifatorial associada com biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição progressiva do aparato de inserção dental”. Clinicamente, caracteriza-se por: 1. Perda de inserção detectada em dois ou mais sítios interproximais não adjacentes; ou 2. Perda de inserção de 3 mm ou mais na vestibular ou lingual/palatina em pelo menos 2 dentes, sem que seja por causa de: 1) recessão gengival de origem traumática; 2) cárie dental estendendo até a área cervical do dente; 3) presença da perda de inserção na face distal de um segundo molar e associado ao mau posicionamento ou à extração de terceiro molar; 4) lesão endoperiodontal drenando por meio do periodonto marginal; ou 5) ocorrência de fratura radicular vertical. - ESTÁGIOS Estágios de periodontite levam em consideração: 1. A severidade é determinada pela medida de perda de inserção clínica e de perda óssea verificada radiograficamente e, pelo número de dentes perdidos devido à periodontite. 2. A complexidade é determinada pela dificuldade envolvida no controle da doença e na reabilitação funcional e estética da dentição do paciente. Dessa forma, o escore de cada um dos estádios é baseado na perda de inserção interproximal devido à periodontite e na perda óssea marginal. Ele é atribuído baseado no dente mais afetado . Estágio I Característica determinante: 1-2 mm de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda radiográfica no terço coronal (< 15%). Características secundárias: profundidade de sondagem de até 4 mm, sem perda dental devido à periodontite e padrão de perda óssea horizontal. Estágio II Característica determinante: 3-4 mm de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda radiográfica no terço coronal (15-33%). Fatores que modificam o estágio: profundidade de sondagem de até 5mm, sem perda dental devido à periodontite e padrão de perda óssea horizontal. Estágio III Característica determinante: 5 mm ou mais de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda óssea radiográfica se estendendo à metade ou ao terço apical da raiz. Fatores que modificam o estágio: profundidade de sondagem de 6mm ou mais, com perda dental devido à periodontite em até 4 dentes. Pode ter perda óssea vertical de até 3 mm, lesões de furca grau II ou III e defeito de rebordo moderado. Estágio IV Característica determinante: 5 mm ou mais de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda óssea radiográfica se estendendo à metade ou ao terço apical da raiz. Fatores que modificam o estágio: perda dentalde 5 ou mais dentes devido à periodontite. Além dos fatores de complexidade listados no estágio III, pode ocorrer disfunção mastigatória, trauma oclusal secundário (mobilidade grau 2 ou 3), defeito de rebordo grave, problemas mastigatórios, menos de 20 dentes remanescentes (10 pares de antagonistas) GRAUS Graus de periodontite levam em consideração a evidência ou risco de progressão e antecipam o risco de progressão futura, a possibilidade de insucesso na terapia periodontal e o risco da doença periodontal impactar de maneira negativa a saúde sistêmica do paciente. Grau A – progressão lenta Característica determinante: evidência direta de não progressão de perda de inserção por 5 anos ou indireta de perda óssea/ano de até 0,25 mm. Características secundárias: pacientes com grande acúmulo de biofilme, mas pouca destruição periodontal. Fatores de risco que podem modificar a graduação: sem fatores de risco (tabagismo ou diabetes mellitus). Grau B – progressão moderada Característica determinante: evidência direta de progressão inferior a 2 mm em 5 anos ou indireta de perda óssea/ano de 0,25-1 mm. Características secundárias: destruição compatível com depósitos de biofilme. Fatores de risco que podem modificar a graduação: fumantes abaixo de 10 cigarros ao dia ou HbA1c < 7% em pacientes com diabetes mellitus. Grau C – progressão rápida Característica determinante: evidência direta de progressão igual ou superior a 2 mm em 5 anos ou indireta de perda óssea/ano superior a 1 mm. Características secundárias: a destruição excede ao esperado para a quantidade de biofilme. Padrões clínicos específicos sugerem períodos de rápida progressão e/ou acometimento precoce da doença (por exemplo, padrão molar/incisivo e ausência de resposta esperada às terapias de controle do biofilme). Fatores de risco que podem modificar a graduação: tabagismo (10 ou mais cigarros/dia) ou pacientes com diabetes mellitus (HbA1c igual ou superior a 7%). A evidência direta é baseada em observações longitudinais disponíveis, tais como radiografias antigas de boa qualidade. A evidência indireta é baseada no exame de perda óssea em função da idade no dente mais afetado da dentição. O grau da periodontite pode ainda ser modificado pela presença de fatores de risco. Deve-se então inicialmente considerar uma taxa moderada de progressão (grau B) e procurar se existem evidências diretas ou indiretas de uma maior progressão que justifique a aplicação do grau C. O grau A é aplicado para os casos em que a doença encontra-se controlada. Se o paciente apresentar fatores de risco associados com uma maior progressão da doença ou menor resposta ao tratamento periodontal, o escore do grau deve ser aumentado independentemente dos critérios primários de taxa de progressão. PERIODONTITE COMO MANIFESTAÇÃO DE DOENÇAS SISTÊMICAS Desordens sistêmicas que apresentam um grande impacto na perda dos tecidos periodontais por influenciar a inflamação gengival. DESORDENS SISTÊMICAS QUE INFLUENCIAM A INFLAMAÇÃO GENGIVAL ● DESORDENS GENÉTICAS: associadas com desordens imunológicas, que afetam o tecido gengival e a mucosa oral, que afetam o tecido conjuntivo, desordens metabólicas e endócrinas -Associadas a desordens imunológicas 1. Neutropenia Clínica e familiar 2. Síndrome de Down 3. Síndrome da deficiência da adesão de leucócitos 4. Sindrome de Papillon-Lefèvre 5. Síndrome de Chediak- Higashi -Doenças que afetam a mucosa oral e o tecido gengival 1. Epidermólise bolhosa 2. Deficiência de plasminogênio -Doenças que afetam o tecido conjuntivo 1. Síndrome de Ehlers-Danlos 2. Angiodema 3. Lúpus Eritematoso Sistêmico -Doenças Metabólicas e endócrinas ● Doença do armazenamento do glicogênio ● Hipofosfatasia ● Raquitismo Hipofosfatêmico ● DOENÇAS DE IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA: 1. neutropenia adquirida 2. infecção por HIV ● DOENÇAS INFLAMATÓRIAS: 1. epidermólise bolhosa adquirida 2. doença inflamatória do intestino OUTRAS DESORDENS SISTÊMICAS QUE INFLUENCIAM A PATOGÊNESE DAS DOENÇAS PERIODONTAIS • DIABETES • OBESIDADE • OSTEOPOROSE • ARTRITE • ESTRESSE EMOCIONAL • DEPRESSÃO • TABAGISMO • USO DE MEDICAMENTOS OUTRAS CONDIÇÕES QUE AFETAM O PERIODONTO •Neoplasias •GRANULOMATOSE COM POLIANGITE •HISTIOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS •GRANULOMA DE CÉLULAS GIGANTES •HIPERPARATIREOIDISMO •ESCLEROSE SISTÊMICA E DOENÇA DO DESAPARECIMENTO ÓSSEO
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