Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alimentação consciente e intuitiva Módulo I: Introdução à alimentação intuitiva Leonardo Biagio Nutricionista CRN3- 49699 Currículo do Docente ✔Nutricionista CRN3- 49699 ✔Formação em Intuitive Eating PRO Skills Training Teleseminar ✔Especializado em Comportamento Alimentar- IPGS ✔Residente em Saúde Cardiovascular- IDPC ✔Aprimorado de Nutrição em Cardiologia – IDPC Curso “ Alimentação consciente e intuitiva” • Objetivo: introduzir aos profissionais da área da saúde o conceito do comer intuitivo, tais como seus pilares, princípios e estudos científicos. Além disso, auxiliar o profissional para incluir a abordagem na prática clínica. Dividido em 4 módulos: - Módulo I: Introdução à alimentação intuitiva e rejeição da mentalidade de dieta; - Módulo II: Honrar a fome, respeitar a saciedade e descobrir o fator satisfação; - Módulo III: Desafiar o policial alimentar, lidar com os sentimentos sem usar a comida e fazer as pazes com a comida; - Módulo IV: Respeitar o corpo, exercitar-se e honrar a saúde com nutrição gentil. O que é alimentação intuitiva/comer intuitivo? Intuitive Eating (alimentação intuitiva/comer intuitivo) foi criado em 1995 por Evelyn Tribole e Elyse Resch. A abordagem é definida como um processo dinâmico integrativo: É processo pessoal que visa honrar a saúde prestando atenção nas mensagens do corpo atendendo as necessidades físicas e emocionais CORPO MENTE COMIDA (TRIBOLE & RESCH, 2013; VAN DYKE & DRINKWATER, 2013) A abordagem estimula um novo modelo de pensar e sentir em relação ao comer com o objetivo de modificar a rigidez pela flexibilidade. Visa promover a autonomia do indivíduo sobre sua alimentação de forma harmônica e não controladora. (ALVARENGA et al., 2015) O que é alimentação intuitiva/comer intuitivo? O CI é baseado em 4 pilares: (TRIBOLE & RESCH, 2013; VAN DYKE & DRINKWATER, 2013) PERMISSÃO INCONDICIONAL PARA COMER COMER POR RAZÕES FÍSICAS E NÃO EMOCIONAIS CONFIANÇA NOS SINAIS INTERNOS DE FOME E SACIEDADE CONGRUÊNCIA DA ESCOLHA CORPO-COMIDA • Reflete à vontade em comer de acordo com a fome e evita a categorização em alimentos “permitidos” e “proibidos”; • Há relatos na literatura que pessoas que comem incondicionalmente são menos vulneráveis para exageros alimentares e experiências de culpa ao comer. PERMISSÃO INCONDICIONAL PARA COMER (TYLKA & KROON VAN DIEST, 2013) Sinais ternos de fome e saciedade GUIAM o comportamento alimentar; Não confiam e não seguem os sinais de fome e saciedade ↓ habilidade inata de autorregulação da ingestão alimentação ↑ vulneráveis para restrição alimentar ganho de peso ↑ alimentação emocional. CONFIANÇA NOS SINAIS INTERNOS DE FOME E SACIEDADE (TYLKA & KROON VAN DIEST, 2013) É caracterizado quando os indivíduos comem quando estão com fome física e não usam a comida para lidar com desconforto emocionais, como ansiedade, solidão e tédio. COMER POR RAZÕES FÍSICAS E NÃO EMOCIONAIS (TYLKA & KROON VAN DIEST, 2013) CONGRUÊNCIA DA ESCOLHA CORPO-COMIDA A congruência da escolha corpo- comida é descrita como a escolha alimentar que enfatiza a saúde e a funcionalidade do corpo e não a aparência. Princípios do Comer Intuitivo O CI é baseado em 10 princípios 1º Rejeitar a mentalidade de dieta 2º Honrar a fome 3º Fazer as pazes com a comida 4º Desafiar o policial alimentar 5º Sentir a saciedade 6º Descobrir o fator satisfação 7º Lidar com as emoções sem usar a comida 8º Respeitar o corpo 9º Exercitar-se sentindo a diferença 10º Honrar sua saúde com uma nutrição gentil (TRIBOLE & RESCH, 2013) 1º Rejeitar a mentalidade de dieta • “ESTAR DE DIETA” ; • Dietas desregulam os sinais internos; • Promove o ganho e reganho de peso com maior susceptibilidade a compulsões alimentares. • Decisões alimentares são ditadas por regras que definem o que comer, ignorando as preferências alimentares, necessidades energéticas e sinais de fome e saciedade. (ALVARENGA et al., 2015) 2º Honrar a fome • Frequentemente o termo fome é erroneamente designado como vontade de comer; • Identificação da fome; • Distinguir do comer emocional; • Como honrar a fome física. (ALVARENGA et al., 2015) 3º Fazer as pazes com a comida • Livrar de regras alimentares, permitir sentir as sensações do corpo quando se come o que realmente deseja, sem gerar culpa ao comer. (ALVARENGA et al., 2015) 4º Desafiar o policial alimentar • Existe uma espécie de monitoramento interno que julga os pensamentos sobre a alimentação, verificando constantemente se há respeito à essas regras alimentares impostas pela mentalidade da dieta. • (ALVARENGA et al., 2015) 5º Sentir a saciedade • É observado que ocorrem dificuldades na identificação da saciedade quando se come distraído, rapidamente, suprimindo a permissão incondicional para comer e não honrando adequadamente a fome. • Bloquear a automatização do comer possibilita sentir o sabor dos alimentos e gera mais conexão com as sensações físicas. (ALVARENGA et al., 2015) 6º Fator satisfação • Propõe o direcionamento em dois aspectos; identificar alimentos que deixam satisfeitos por mais tempo e como a comida também pode gerar prazer. (ALVARENGA et al., 2015) 7º Lidar com os sentimentos sem usar a comida • Está relacionado com lidar com as emoções sem usar a comida. A comida muitas vezes é utilizada para reduzir ou cessar emoções negativas e potencializar positivas. (ALVARENGA et al., 2015) 8º Respeitar o corpo • Para que isso ocorra efetivamente, será necessário rejeitar a mentalidade de dieta. No entanto, praticar esse princípio em uma sociedade que culturalmente enaltece a punição e vergonha do próprio corpo pode ser um processo difícil. (ALVARENGA et al., 2015) 9º Exercitar-se fazendo diferença • Nele o foco da atividade física será o bem-estar e não um método compensatório, punitivo ou obrigatório. (ALVARENGA et al., 2015) 10º Nutrição gentil • A nutrição gentil é definida como escolhas alimentares que honrem a saúde e o paladar, contemplando conceitos, diretrizes e necessidades nutricionais. (ALVARENGA et al., 2015) Principais objetivos do Comer Intuitivo • As autoras indicam que não é necessário seguir a ordem dos princípios, e sim escolher aqueles mais significativo dependendo do contexto. APRENDER a CONFIAR na habilidade de distinguir a sensações físicas e emocionais Desconsiderar a prática de dietas Normalizar a relação entre a comida e corpo Resgatar ou aprender a identificar a fome física, vontade e saciedade (TRIBOLE & RESCH, 2013) Trabalhados de 2 formas: • 1º auxiliando na promoção da consciência corporal- habilidade de escutar e responder as sensações físicas, como fome e saciedade; • 2º atuam na remoção de obstáculos para a consciência corporal. • O CI é uma abordagem inclusiva na nutrição; • Não tem a finalidade de substituir ou desconsiderar a dietoterapia, mas sim ser uma forma eficaz e suporte para que as pessoas possam comer de acordo com sinais internos, mesmo com restrições dietéticas. (TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) Estilos de comedor As autoras relacionam quatro estilos de comedores, são eles: • Comedor cuidadoso; • Profissionais em dietas; • Comedor inconsciente; • Comedor Intuitivo (TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) Estilos de comedor Comedor cuidadoso • Sabe muito sobre nutrição e universo “fitness”; • Monitoram exageradamente a quantidade consumida; • Comem menos do que necessário; • Investigam meticulosamente os rótulos. (TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) Estilos de comedor Profissional em dieta • Já tentoudiversos tipos de dietas; • Facilmente seduzido pela indústria de dietas; • Sabem todas as regras alimentares, decoram porções e calorias; • Manejam a alimentação e atividade física redução de peso; • Podem apresentar frustração com o ciclo vicioso de dietas; • Métodos compensatórios. (TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) Estilos de comedor Comedor inconsciente: • Hábito de comer e fazer outras atividades ao mesmo tempo; • Podem comer sem fome, devido dificuldades em percebê-la; • Realizam jejuns prolongados; • São vulneráveis à rotinas caóticas e presença de comida; • Usam a comida para não lidar com as emoções. Comedor intuitivo: • Comem de acordo com os sinais de fome e saciedade, sem culpa e julgamento. (TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) Evolução histórica do comer intuitivo • A primeira vez que apareceu em um periódico foi em 1998, através de um estudo de Gast & Hawnk potenciais benefícios dessa abordagem; • 1ª escala para avaliar o comer intuitivo em mulheres universitárias (Gast & Hawnk, 2005); Resultados • CI foi significativamente correlacionado com ↓ IMC ↓ TG ↑ HDL (VAN DYKE & DRINKWATER, 2013) (TYLKA & VAN DIEST, 2013) •2006: Tylka elaborou o The Intuitive Eating Scale (IES), que foi aplicado em mulheres com objetivo de analisar os três constructos do CI; •2013: The Intuitive Eating Scale-2 (IES-2) que foi validado com mulheres e homens, com a inclusão do componente de congruência de escolhas alimentares Positivamente associado apreciação corporal, autoestima e satisfação com a vida; Inversamente associado sintomatologia de TA, IMC, internalização de padrão de beleza, vergonha corporal 2018: IES-2 foi traduzida e adaptada para o português brasileiro para indivíduos de ambos os sexos com a faixa etária entre 18 a 40 anos. (VAN DYKE & DRINKWATER, 2013; SILVA et al., 2018) Comer intuitivo e evidências científicas Atualmente: mais de 90 pesquisas com comer intuitivo; ↓ IMC ↓ PAS ↓ compulsão alimentar ↓ insatisfação corporal ↓ sintomatologia de transtornos alimentares ↓ restrição alimentar ↓ depressão Fonte: Curso Intuitive Eating PRO Skills Training “SAÚDE AUTÊNTICA” = consciência interna + valores de saúde externos (diretrizes e consensos científicos comida, corpo e mente. (TRIBOLE & RESCH, 2013) SISTEMA INTERNO pensamentos, emoções e necessidades fisiológicas SISTEMA EXTERNO cultura, comunidade e família. 1º fatores internos (não dependem tanto de outras pessoas) 2º fatores externos padrões de beleza, tradições, crenças e modismo alimentares INTERNO SAÚDE AUTÊNTICA EXTERNO (TRIBOLE & RESCH, 2013) Modelo biomédico/mecanicista • A ciência atual reforça o pensamento mecanicista do homem e do universo, desvalorizando o que é subjetivo, sensorial, cultural ou afetivo; • Vale salientar que segundo a Organização Mundial de Saúde (2006), “saúde é um estado completo de bem estar físico, mental, social e não meramente a ausência de doenças” “Corpo-máquina” • Visão do corpo-máquina de Descartes (1596-1650), que compreende a relação entre o corpo e mente como instâncias separadas; • Diferentemente de Espinosa (1632-1677) integração de corpo e mente. Segundo o autor o corpo humano é uma unidade estruturada e não um agregado de partes; • Ele ainda afirma que o corpo e alma são indissociáveis, não havendo hierarquia entre tais atributos. PENSAMENTOS 1º Rejeitar a mentalidade de dieta 3º Fazer as pazes com a comida 4º Desafiar o policial alimentar 8º Respeitar o corpo SENSAÇÕES FÍSICAS 2º Honrar a fome 5º Sentir a saciedade 6º Descobrir o fator satisfação 9º Exercitar-se sentindo a diferença 10º Honrar sua saúde com uma nutrição gentil SENTIMENTOS 7º Lidar com as emoções sem usar a comida (TRIBOLE & RESCH, 2013) Mindful eating Comer intuitivo • 1995 o termo “mindful eating’’ não era popular. Era utilizado “comer consciente” para descrever o processo de estar atento durante as refeições; • 1999 1º estudo com mindful eating foi publicado (Kristeller and Hallet); • O CI inclui os princípios do mindful eating, além de aspectos como: distorções cognitivas; alimentação emocional; atividade física e movimento que busca o prazer; rejeição da mentalidade de dieta. (TRIBOLE & RESCH, 2013) Mentalidade de dieta • É definida como uma forma de controle social com consequente mal-estar que permeia nossa experiência com a comida e corpo. Produzida socialmente Internalizada Relação corpo/comida (ALVARENGA et al., 2019; NATACCI, 2011) • Dicotomização alimentar categorizando os alimentos entre bom/ruim; • A luta do indivíduo contra suas vontades de comer: ↑ frustração Compulsão alimentar (tempo) Sofrimento gerado Mentalidade de dieta (ALVARENGA et al., 2019; NATACCI, 2011) DESEJO DE FICAR MAGRO DIETA FISSURA PELOS ALIMENTOS PROIBIDOS (redução do autocontrole) EXAGERO ALIMENTAR REGANHO DO PESO DILEMA DO PRATICANTE DE DIETAS • Além disso, os indivíduos podem ficar mais irritados, ansiosos, depressivos e com forte reatividade emocional. • A fragilização no plano emocional pode induzir a comer para busca de reconforto (comer emocional) (NATACCI, 2011; TRIBOLE & RESCH, 2013) • Quando os autores afirmam que dietas não funcionam, isso não significa que não resulta em perda de peso, mas pelo fato de não permitir a manutenção da perda em longo prazo; • ABORDAGEM TRADICIONAL não é eficaz, pois, mais de 95-98% dos pacientes reganham peso, após 3-4 anos da intervenção; • O número de dietas para perda de peso vem aumentando, assim como, informações nutricionais e práticas de atividades físicas, no entanto, as taxas de obesidade também se elevam paralelamente. Ineficácias das dietas (CADENA-SCHLAM, 2015; NATACCI, 2011) • 1940: O interesse em estudar a ineficácia das dietas ; • Prática de dietas e reganho de peso; • Em estudo de Stice et al., em um follow up de 3 anos adolescentes com histórico de dietas tinham 3 x mais obesidade, quando comparado com o grupo que não realizava dietas; • Mais de ⅓ do peso perdido é reganho em 1 ano; • Ciclo de reganho de peso e saúde cardiovascular; Ineficácias das dietas (DULLO et al., 2012; RASMUSSEN et al., 2016) OBJETIVO: Determinar os comportamentos não saudáveis para controle de peso entre adultos jovens com obesidade/sobrepeso e associá-los das mudanças no IMC e riscos cardiometabólicos em follow-up de 7 anos. Métodos: Estudo de coorte longitudinal; n= 5.552 indivíduos Amostra significativa de adolescentes americanos que foram acompanhados até a fase adulta (National Longitudinal Study of Adolescent for Adult Health) Critérios de inclusão: adultos jovens (20-39 anos) com obesidade/sobrepeso; RESULTADOS • Indivíduos com sobrepeso/obesidade com CTA tiveram o ↑ IMC quando comparado com aqueles sem CTA (homens e mulheres); • Mulheres são mais engajadas em CTA; Mudanças no IMC (ambos os sexos); Incidências de riscos cardiometabólicos (DM em homens) Indivíduos com CNSCP → ganho de peso/IMC e DM Homens com CA → maior incidência de DLP (p= 0,001) • Follow-up de 32 anos dos participante do estudo Framingham Heart Study; • Homens (N= 1367) • Mulheres (N= 1804) • Resultados associação entre reganho de peso e mortalidade por DCV na população mais jovem. (DULLOO, A.G et al., 2015) (DULLOO, A.G et al., 2015) • Envolveu gêmeos, demonstrou que a dieta por si só aumenta o peso, elucidandoque ela age independentemente dos fatores genéticos; • Objetivo: Avaliar se a intervenção intensa focada na perda de peso, poderia reduzir a morbidade e mortalidade cardiovascular; • N = 5145 sobrepeso e obesidade com DM 2; • Grupo intervenção: ↓ calorias ↑ atividade física • Grupo controle: educação em DM • Follow-up de 9 anos • (Look AHEAD Research Group, 2013) • Resultados: 403 eventos no grupo intervenção/ 418 eventos no grupo controle; • Discussão: No follow-up não houve diferença significativa entre os dois grupos, em relação à morbidade/mortalidade cardiovascular; • Estudos de intervenções de estilo de vida em ensaios clínicos promovem inicialmente uma perda de 7-10% em um ano, no entanto, pode ocorre o reganho desse peso gradualmente; • O grupo controle teve perda de peso de 3,5%, porém foi sustentável à longo prazo. • Conclusões: Portanto, uma intervenção de estilo de vida intensa, não reduziu a mortalidade/morbidade em indivíduos com sobrepeso e obesidade com diagnóstico de DM tipo II, quando comparado com o grupo controle. • (Look AHEAD Research Group, 2013) Efeitos das dietas Dietas restritivas mecanismos biológicos adaptação do metabolismo; • Redução da taxa de metabolismo basal; • Redução de massa muscular; • Acúmulo de gordura (reganho de peso); • Desregulam hormônios da fome e saciedade. A cada dieta o corpo se adapta e aprende como “sobreviver” Tornando a redução de peso mais difícil • Emerge sensação de fracasso. Crença que houve uma falha no empenho do tratamento, mas na realidade o sistema de dietas foram criados para fracassar. Efeitos das dietas • DIETAS podem ser encaradas como uma forma de controle da vida; Geralmente, as pessoas iniciam as dietas durante fases de transição - adolescência, casamento, separação, sair de casa, novo emprego. VIDA SOCIAL PSICOLÓGICO COMPORTAMENTAL (TRIBOLE & RESCH, 2013) INÍCIO DA REJEIÇÃO DA MENTALIDADE DE DIETA “Não estar em dieta” seria assustador e com isso surgem medos conflitantes. Segue abaixo exemplos de medos e as possíveis soluções: Medo: “se eu parar de fazer dieta, não irei conseguir parar de comer”. Realidade: as dietas são gatilhos para comer mais, como um mecanismos de sobrevivência, logo, praticar dietas restritivas potencializará os episódios de compulsão alimentar. (TRIBOLE & RESCH, 2013) INÍCIO DA REJEIÇÃO DA MENTALIDADE DE DIETA Medo: “eu não sei como comer, quando não estou em dieta”. Realidade: pessoas que vivem cronicamente em dietas, podem apresentar dificuldades em não depender mais de fatores externos (ex: dietas para guiar o consumo alimentar); CI sensibilizá-los para os sinais internos de fome e saciedade para que dessa forma eles atuem como referências na regulação do consumo alimentar. (TRIBOLE & RESCH, 2013) INÍCIO DA REJEIÇÃO DA MENTALIDADE DE DIETA Medo: “Eu irei perder o controle”. Realidade: No processo de se tornar um “comedor intuitivo”, amplifica- se a confiança nos sinais de fome e saciedade, proporcionando autonomia e empoderamento e ↓ necessidade de estímulo externos para decidir o que, quanto e quando comer. (TRIBOLE & RESCH, 2013) Segundo Tribole & Resch: “ninguém pode ser especialista de você, somente você saberá seus pensamentos, sentimentos e experiências. Você é o especialista do seu próprio corpo”. • CAMUFLAGEM da mentalidade de dieta; • não segue oficialmente uma dieta por escrito; • permanece com pensamentos e comportamentos pautados na mentalidade de dieta que promovem a restrição alimentar. PSEUDODIETA Contar/limitar carboidratos; Comer somente alimentos “seguros” Comer somente em determinados horários (TRIBOLE & RESCH, 2013) Punir-se quando comer alimentos considerados “proibidos”; Enganar a fome (ex: chá, café ou água) Julgar que merece comer baseando-se na refeição anterior IDENTIFICAR comportamentos durante a consulta (TRIBOLE & RESCH, 2013) Como incluir o princípio “rejeitar a mentalidade de dieta” na prática? • Será necessário a mudança de um paradigma; • Paradigma é um modelo de referência para perceber e entender o mundo; • Nesse cenário de gerenciamento de peso, a dieta é um paradigma cultural para controlar a comida e peso; • Modificações na forma de pensar mais autônomo da própria alimentação e rejeitar a mentalidade. (TRIBOLE & RESCH, 2013) Construção de um novo paradigma • Passo 1: Identificar e conhecer os danos causados pela dieta (biológicos emocionais); • Passo 2: Reconhecer a dieta como um problema. Isso irá auxiliar no rompimento da crença que dietas funcionam; • Passo 3: Não é questão de falta de força de vontade; • Passo 4: Diminuir o autoritarismo, autocrítica e culpa; • Passo 5: Não é o indivíduo que falha e sim as dietas que foram criados para serem um fracasso. Dietas reforçam sentimentos de falha e frustração; • Passo 6: Desenvolver mais autocompaixão. (TRIBOLE & RESCH, 2013) Histórico de dietas • Objetivo: paciente entender o ciclo de reganho de peso (dietas); • CI não é sobre números e peso; • CI não é uma dieta; Você perdeu peso PERMANTEMENTE ou foi só TEMPORÁRIO? Você é como diversas pessoas que reganham o peso? (TRIBOLE & RESCH, 2013) IDADE RAZÃO PARA COMEÇAR TIPO DE DIETA QUANTO TEMPO FICOU NESSA DIETA? VOCÊ PERDEU PESO? SE VOCÊ PERDEU, POR QUANTO TEMPO MANTEVE? VOCÊ REGANHOU O PESO? VOCÊ REGANHOU AINDA MAIS O PESO? OUTROS (Adaptado “Your Dieting History: The Intuitive Eating Workbook) • Início da dieta: Você se sentiu pressionado para perder peso pela família, amigos ou profissional da área de saúde? • Como você se sentiu com a primeira dieta? Foi fácil, sem esforços? • Atualmente, você acha mais difícil ficar em dieta, por motivos físicos ou mentais? (Adaptado “Your Dieting History: The Intuitive Eating Workbook) • Objetivo: trabalhar as consequências das dietas. Como a dieta interfere sua vida? SINTOMAS SOCIAIS SINTOMAS PSICOLÓGICOS SINTOMAS COMPORTAMENTAIS SINTOMAS FISIOLÓGICOS (Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) FISIOLÓGICOS Ganho de peso Redução do metabolismo Fissura por carboidratos Hipoglicemia Desconexão com os sinais de saciedade Cronicamente cansado Mulheres: ausência ou desregulaçao da menstruação SOCIAIS Comer diferente dos outros Comparar sua comida (quantidade e qualidade) Ficar preocupado com o que as pessoas pensam sobre sua alimentação Ficar preocupado com o que as pessoas pensam sobre seu corpo Cancelar eventos sociais (comida servida) Evitar eventos sociais Interfere as relações (Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) PSICOLÓGICOS Preocupação com a comida Ter regras rígidas sobre comida Contagem de calorias, carboidratos Dicotomia alimentar Se sentir culpado ao comer o “alimento proibido” Mau humor Medo de sentir fome Fantasiar sobre os alimentos Medo de sentir a saciedade Não confiar no corpo SOCIAIS Comer diferente dos outros Comparar sua comida (quantidade e qualidade) Ficar preocupado com o que as pessoas pensam sobre sua alimentação Ficar preocupado com o que as pessoas pensam sobre seu corpo Cancelar eventos sociais (comida servida) Evitareventos sociais Interfere as relações (Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) • Como a dieta afeta sua vida social? • Como afeta seu comportamento alimentar? • Como afeta sua mente e humor? • Quanto tempo e dinheiro você gasta com isso? • Considerando seu histórico de dietas e as consequências, quais seriam suas razões para deixar de fazer dietas? (Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) • Objetivo: Trabalhar a crenças relacionadas à perda de peso • De forma geral, quais suas crenças sobre a perda de peso? • Quais suas crenças sobre o seu próprio processo de perda de peso? • Quais as origens dessas crenças? • A perda de peso mudaria a sua vida? “Deixando as fantasias” (TRIBOLE & RESCH, 2013) Atividade da escrita 1- Escreva seu nome com a mão dominante e preste atenção na caneta em sua mão, enquanto você escreve. 2- Agora escreve seu nome novamente mas agora com a mão não dominante e também preste atenção no processo 3- Agora compare as escritas. Tem diferenças? 4- Como você se sentiu escrevendo com a mão não dominante? Quais pensamentos e sensações surgiram, durante o processo? (Adaptado “Intuitive Eating: Workbook. TRIBOLE & RESCH, 2013) Recomendações de livros O livro “The intuitive eating: workbook” foi elaborado para indivíduos que desejam adquirir habilidades do CI e profissionais de saúde/pesquisadores que podem aplicar os exercícios com os clientes/pacientes, além disso, favorece o aumento das produções científicas.
Compartilhar