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Comer intuitivo

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Alimentação consciente e intuitiva 
Módulo I: Introdução à alimentação intuitiva 
Leonardo Biagio 
Nutricionista 
CRN3- 49699 
Currículo do Docente 
✔Nutricionista CRN3- 49699 
✔Formação em Intuitive Eating PRO Skills Training Teleseminar 
✔Especializado em Comportamento Alimentar- IPGS 
✔Residente em Saúde Cardiovascular- IDPC 
✔Aprimorado de Nutrição em Cardiologia – IDPC 
 
 
Curso “ Alimentação consciente e intuitiva” 
 
• Objetivo: introduzir aos profissionais da área da saúde o conceito do comer intuitivo, tais como 
seus pilares, princípios e estudos científicos. Além disso, auxiliar o profissional para incluir a 
abordagem na prática clínica. 
 
Dividido em 4 módulos: 
 
- Módulo I: Introdução à alimentação intuitiva e rejeição da mentalidade de dieta; 
 
- Módulo II: Honrar a fome, respeitar a saciedade e descobrir o fator satisfação; 
 
- Módulo III: Desafiar o policial alimentar, lidar com os sentimentos sem usar a comida e fazer as 
pazes com a comida; 
 
- Módulo IV: Respeitar o corpo, exercitar-se e honrar a saúde com nutrição gentil. 
 
 
O que é alimentação intuitiva/comer 
intuitivo? 
Intuitive Eating (alimentação intuitiva/comer intuitivo) foi criado em 1995 por Evelyn 
Tribole e Elyse Resch. A abordagem é definida como um processo dinâmico 
integrativo: 
 
 
 
 
 
É processo pessoal que visa honrar a saúde prestando atenção nas mensagens do 
corpo  atendendo as necessidades físicas e emocionais 
CORPO MENTE COMIDA 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; VAN DYKE & DRINKWATER, 2013) 
 
 
A abordagem estimula um novo modelo de pensar e sentir em 
relação ao comer com o objetivo de modificar a rigidez pela 
flexibilidade. 
Visa promover a autonomia do indivíduo sobre sua alimentação de 
forma harmônica e não controladora. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
O que é alimentação intuitiva/comer 
intuitivo? 
O CI é baseado em 4 pilares: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; VAN DYKE & DRINKWATER, 2013) 
 
 
PERMISSÃO INCONDICIONAL PARA COMER COMER POR RAZÕES FÍSICAS E NÃO EMOCIONAIS 
CONFIANÇA NOS SINAIS INTERNOS DE FOME 
E SACIEDADE 
CONGRUÊNCIA DA ESCOLHA CORPO-COMIDA 
• Reflete à vontade em comer de acordo com a fome e evita a categorização em 
alimentos “permitidos” e “proibidos”; 
 
• Há relatos na literatura que pessoas que comem incondicionalmente são 
menos vulneráveis para exageros alimentares e experiências de culpa ao 
comer. 
PERMISSÃO INCONDICIONAL PARA COMER 
(TYLKA & KROON VAN DIEST, 2013) 
Sinais ternos de fome e saciedade  GUIAM o comportamento alimentar; 
 
Não confiam e não seguem os sinais de fome e saciedade 
 
↓ habilidade inata de autorregulação da ingestão alimentação 
↑ vulneráveis para restrição alimentar  ganho de peso 
↑ alimentação emocional. 
CONFIANÇA NOS SINAIS INTERNOS DE FOME E 
SACIEDADE 
(TYLKA & KROON VAN DIEST, 2013) 
É caracterizado quando os indivíduos comem 
quando estão com fome física e não usam a 
comida para lidar com desconforto 
emocionais, como ansiedade, solidão e 
tédio. 
COMER POR RAZÕES FÍSICAS E NÃO 
EMOCIONAIS 
(TYLKA & KROON VAN DIEST, 2013) 
CONGRUÊNCIA DA ESCOLHA 
CORPO-COMIDA 
A congruência da escolha corpo-
comida é descrita como a escolha 
alimentar que enfatiza a saúde e a 
funcionalidade do corpo e não a 
aparência. 
Princípios do Comer Intuitivo 
O CI é baseado em 10 princípios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Rejeitar a mentalidade de dieta 
2º Honrar a fome 
3º Fazer as pazes com a comida 
4º Desafiar o policial alimentar 
5º Sentir a saciedade 
6º Descobrir o fator satisfação 
7º Lidar com as emoções sem usar a comida 
8º Respeitar o corpo 
9º Exercitar-se sentindo a diferença 
10º Honrar sua saúde com uma nutrição gentil 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
1º Rejeitar a mentalidade de dieta 
• “ESTAR DE DIETA” ; 
 
• Dietas desregulam os sinais internos; 
 
• Promove o ganho e reganho de peso com maior susceptibilidade a 
compulsões alimentares. 
 
• Decisões alimentares são ditadas por regras que definem o que comer, 
ignorando as preferências alimentares, necessidades energéticas e sinais de 
fome e saciedade. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
2º Honrar a fome 
• Frequentemente o termo fome é erroneamente designado como vontade de 
comer; 
• Identificação da fome; 
• Distinguir do comer emocional; 
• Como honrar a fome física. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
3º Fazer as pazes com a comida 
• Livrar de regras alimentares, permitir sentir as sensações do corpo 
quando se come o que realmente deseja, sem gerar culpa ao comer. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
4º Desafiar o policial alimentar 
• Existe uma espécie de monitoramento interno que julga os 
pensamentos sobre a alimentação, verificando constantemente se 
há respeito à essas regras alimentares impostas pela mentalidade 
da dieta. 
• 
 
(ALVARENGA et al., 2015) 
5º Sentir a saciedade 
• É observado que ocorrem dificuldades na identificação da saciedade quando se 
come distraído, rapidamente, suprimindo a permissão incondicional para comer e 
não honrando adequadamente a fome. 
• Bloquear a automatização do comer possibilita sentir o sabor dos alimentos e 
gera mais conexão com as sensações físicas. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
6º Fator satisfação 
• Propõe o direcionamento em dois aspectos; identificar alimentos que 
deixam satisfeitos por mais tempo e como a comida também pode 
gerar prazer. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
7º Lidar com os sentimentos sem usar a comida 
• Está relacionado com lidar com as emoções sem usar a comida. A 
comida muitas vezes é utilizada para reduzir ou cessar emoções 
negativas e potencializar positivas. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
8º Respeitar o corpo 
• Para que isso ocorra efetivamente, será necessário rejeitar a mentalidade 
de dieta. No entanto, praticar esse princípio em uma sociedade que 
culturalmente enaltece a punição e vergonha do próprio corpo pode ser 
um processo difícil. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
9º Exercitar-se fazendo diferença 
• Nele o foco da atividade física será o bem-estar e não um método 
compensatório, punitivo ou obrigatório. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
10º Nutrição gentil 
• A nutrição gentil é definida como escolhas alimentares que honrem a 
saúde e o paladar, contemplando conceitos, diretrizes e necessidades 
nutricionais. 
(ALVARENGA et al., 2015) 
Principais objetivos do Comer Intuitivo 
• As autoras indicam que não é necessário seguir a ordem dos princípios, e sim 
escolher aqueles mais significativo dependendo do contexto. 
 
APRENDER a 
CONFIAR na 
habilidade de 
distinguir a 
sensações físicas 
e emocionais 
Desconsiderar 
a prática de 
dietas 
Normalizar a 
relação entre a 
comida e corpo 
Resgatar ou 
aprender a 
identificar a fome 
física, vontade e 
saciedade 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Trabalhados de 2 formas: 
 
• 1º auxiliando na promoção da consciência corporal- habilidade de escutar e 
responder as sensações físicas, como fome e saciedade; 
 
• 2º atuam na remoção de obstáculos para a consciência corporal. 
 
 
• O CI é uma abordagem inclusiva na nutrição; 
 
• Não tem a finalidade de substituir ou desconsiderar a dietoterapia, mas sim ser 
uma forma eficaz e suporte para que as pessoas possam comer de acordo com 
sinais internos, mesmo com restrições dietéticas. 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) 
 
 
Estilos de comedor 
As autoras relacionam quatro estilos de comedores, são eles: 
• Comedor cuidadoso; 
• Profissionais em dietas; 
• Comedor inconsciente; 
• Comedor Intuitivo 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) 
 
 
Estilos de comedor 
Comedor cuidadoso 
• Sabe muito sobre nutrição e universo “fitness”; 
• Monitoram exageradamente a quantidade consumida; 
• Comem menos do que necessário; 
• Investigam meticulosamente os rótulos. 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) 
 
 
Estilos de comedor 
Profissional em dieta 
• Já tentoudiversos tipos de dietas; 
• Facilmente seduzido pela indústria de dietas; 
• Sabem todas as regras alimentares, decoram porções e calorias; 
• Manejam a alimentação e atividade física  redução de peso; 
• Podem apresentar frustração com o ciclo vicioso de dietas; 
• Métodos compensatórios. 
 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) 
 
 
Estilos de comedor 
Comedor inconsciente: 
 
• Hábito de comer e fazer outras atividades ao mesmo tempo; 
• Podem comer sem fome, devido dificuldades em percebê-la; 
• Realizam jejuns prolongados; 
• São vulneráveis à rotinas caóticas e presença de comida; 
• Usam a comida para não lidar com as emoções. 
 
Comedor intuitivo: 
• Comem de acordo com os sinais de fome e saciedade, sem culpa e julgamento. 
 
 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013; ALVARENGA et al., 2015) 
 
 
Evolução histórica do comer intuitivo 
• A primeira vez que apareceu em um periódico foi em 1998, através de um estudo 
de Gast & Hawnk  potenciais benefícios dessa abordagem; 
 
• 1ª escala para avaliar o comer intuitivo em mulheres universitárias (Gast & Hawnk, 
2005); 
Resultados 
• CI foi significativamente correlacionado com ↓ IMC ↓ TG ↑ HDL 
(VAN DYKE & DRINKWATER, 2013) 
(TYLKA & VAN DIEST, 2013) 
•2006: Tylka elaborou o The Intuitive Eating Scale (IES), que foi aplicado em mulheres 
com objetivo de analisar os três constructos do CI; 
 
•2013: The Intuitive Eating Scale-2 (IES-2) que foi validado com mulheres e homens, 
com a inclusão do componente de congruência de escolhas alimentares 
 
Positivamente associado  apreciação corporal, autoestima e satisfação com a vida; 
 
Inversamente associado  sintomatologia de TA, IMC, internalização de padrão de 
beleza, vergonha corporal 
2018: IES-2 foi traduzida e adaptada para o português brasileiro para indivíduos 
de ambos os sexos com a faixa etária entre 18 a 40 anos. 
 
 
(VAN DYKE & DRINKWATER, 2013; SILVA et al., 2018) 
Comer intuitivo e evidências científicas 
Atualmente: mais de 90 pesquisas com comer intuitivo; 
 
 
↓ IMC 
↓ PAS 
↓ compulsão alimentar 
↓ insatisfação corporal 
↓ sintomatologia de transtornos alimentares 
↓ restrição alimentar 
↓ depressão 
Fonte: Curso Intuitive Eating PRO Skills Training 
“SAÚDE AUTÊNTICA” = consciência interna + valores de saúde externos 
(diretrizes e consensos científicos  comida, corpo e mente. 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
SISTEMA INTERNO  pensamentos, emoções e necessidades fisiológicas 
 
SISTEMA EXTERNO  cultura, comunidade e família. 
 
1º fatores internos (não dependem tanto de outras pessoas) 
 
2º fatores externos  padrões de beleza, tradições, crenças e modismo 
alimentares 
INTERNO 
SAÚDE 
AUTÊNTICA 
EXTERNO 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Modelo biomédico/mecanicista 
• A ciência atual reforça o pensamento mecanicista do homem e do 
universo, desvalorizando o que é subjetivo, sensorial, cultural ou 
afetivo; 
 
• Vale salientar que segundo a Organização Mundial de Saúde (2006), 
“saúde é um estado completo de bem estar físico, mental, social e não 
meramente a ausência de doenças” 
“Corpo-máquina” 
• Visão do corpo-máquina de Descartes (1596-1650), que compreende a 
relação entre o corpo e mente como instâncias separadas; 
 
• Diferentemente de Espinosa (1632-1677)  integração de corpo e 
mente. Segundo o autor o corpo humano é uma unidade estruturada e 
não um agregado de partes; 
 
• Ele ainda afirma que o corpo e alma são indissociáveis, não havendo 
hierarquia entre tais atributos. 
 
PENSAMENTOS 
1º Rejeitar a mentalidade de dieta 
3º Fazer as pazes com a comida 
4º Desafiar o policial alimentar 
8º Respeitar o corpo 
SENSAÇÕES FÍSICAS 
2º Honrar a fome 
5º Sentir a saciedade 
6º Descobrir o fator satisfação 
9º Exercitar-se sentindo a 
diferença 
10º Honrar sua saúde com uma 
nutrição gentil 
SENTIMENTOS 
7º Lidar com as emoções 
sem usar a comida 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Mindful eating Comer intuitivo 
• 1995  o termo “mindful eating’’ não era popular. Era utilizado “comer consciente” 
para descrever o processo de estar atento durante as refeições; 
• 1999  1º estudo com mindful eating foi publicado (Kristeller and Hallet); 
 
• O CI inclui os princípios do mindful eating, além de aspectos como: 
 distorções cognitivas; 
 alimentação emocional; 
 atividade física e movimento que busca o prazer; 
 rejeição da mentalidade de dieta. 
 (TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Mentalidade de dieta 
• É definida como uma forma de controle social com consequente 
mal-estar que permeia nossa experiência com a comida e corpo. 
 
Produzida 
socialmente 
Internalizada 
Relação 
corpo/comida 
(ALVARENGA et al., 2019; NATACCI, 2011) 
 
 
• Dicotomização alimentar  categorizando os alimentos entre bom/ruim; 
 
• A luta do indivíduo contra suas vontades de comer: 
 
↑ frustração 
Compulsão alimentar (tempo) 
Sofrimento gerado 
Mentalidade de dieta 
(ALVARENGA et al., 2019; NATACCI, 2011) 
 
 
DESEJO DE 
FICAR 
MAGRO 
DIETA 
FISSURA 
PELOS 
ALIMENTOS 
PROIBIDOS 
(redução do 
autocontrole) 
EXAGERO 
ALIMENTAR 
REGANHO 
DO PESO 
DILEMA DO 
 PRATICANTE 
DE DIETAS 
• Além disso, os indivíduos podem 
ficar mais irritados, ansiosos, 
depressivos e com forte 
reatividade emocional. 
 
• A fragilização no plano emocional 
pode induzir a comer para busca 
de reconforto (comer emocional) 
(NATACCI, 2011; TRIBOLE & RESCH, 2013) 
 
 
• Quando os autores afirmam que dietas não funcionam, isso não significa que não 
resulta em perda de peso, mas pelo fato de não permitir a manutenção da perda 
em longo prazo; 
 
• ABORDAGEM TRADICIONAL  não é eficaz, pois, mais de 95-98% dos pacientes 
reganham peso, após 3-4 anos da intervenção; 
 
• O número de dietas para perda de peso vem aumentando, assim como, 
informações nutricionais e práticas de atividades físicas, no entanto, as taxas de 
obesidade também se elevam paralelamente. 
Ineficácias das dietas 
(CADENA-SCHLAM, 2015; NATACCI, 2011) 
• 1940: O interesse em estudar a ineficácia das dietas ; 
• Prática de dietas e reganho de peso; 
 
• Em estudo de Stice et al., em um follow up de 3 anos  adolescentes 
com histórico de dietas tinham 3 x mais  obesidade, quando 
comparado com o grupo que não realizava dietas; 
 
• Mais de ⅓ do peso perdido é reganho em 1 ano; 
 
• Ciclo de reganho de peso e saúde cardiovascular; 
Ineficácias das dietas 
(DULLO et al., 2012; RASMUSSEN et al., 2016) 
 
 
OBJETIVO: Determinar os comportamentos não saudáveis para controle de 
peso entre adultos jovens com obesidade/sobrepeso e associá-los das 
mudanças no IMC e riscos cardiometabólicos em follow-up de 7 anos. 
 
Métodos: Estudo de coorte longitudinal; 
 n= 5.552 indivíduos 
Amostra significativa de adolescentes americanos que foram acompanhados 
até a fase adulta (National Longitudinal Study of Adolescent for Adult Health) 
 
Critérios de inclusão: adultos jovens (20-39 anos) com obesidade/sobrepeso; 
 
 
RESULTADOS 
 
• Indivíduos com sobrepeso/obesidade com CTA tiveram o ↑ IMC quando 
comparado com aqueles sem CTA (homens e mulheres); 
 
• Mulheres são mais engajadas em CTA; 
Mudanças no IMC (ambos os sexos); 
Incidências de riscos cardiometabólicos (DM em homens) 
Indivíduos com CNSCP → ganho de peso/IMC e DM 
Homens com CA → maior incidência de DLP (p= 0,001) 
• Follow-up de 32 anos dos participante do 
estudo Framingham Heart Study; 
• Homens (N= 1367) 
• Mulheres (N= 1804) 
 
• Resultados  associação entre reganho de 
peso e mortalidade por DCV na população 
mais jovem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
(DULLOO, A.G et al., 2015) 
(DULLOO, A.G et al., 2015) 
• Envolveu gêmeos, demonstrou que a dieta por si só aumenta o peso, 
elucidandoque ela age independentemente dos fatores genéticos; 
 
 
 
• Objetivo: Avaliar se a intervenção intensa focada na perda de peso, poderia reduzir a 
morbidade e mortalidade cardiovascular; 
 
• N = 5145 sobrepeso e obesidade com DM 2; 
 
• Grupo intervenção: ↓ calorias ↑ atividade física 
• Grupo controle: educação em DM 
• Follow-up de 9 anos 
 
 
 
 
• 
 
 
 
 
(Look AHEAD Research Group, 2013) 
• Resultados: 403 eventos no grupo intervenção/ 418 eventos no grupo controle; 
 
• Discussão: No follow-up não houve diferença significativa entre os dois grupos, em 
relação à morbidade/mortalidade cardiovascular; 
 
• Estudos de intervenções de estilo de vida em ensaios clínicos  promovem 
inicialmente uma perda de 7-10% em um ano, no entanto, pode ocorre o reganho 
desse peso gradualmente; 
 
• O grupo controle teve perda de peso de 3,5%, porém foi sustentável à longo prazo. 
 
• Conclusões: Portanto, uma intervenção de estilo de vida intensa, não reduziu a 
mortalidade/morbidade em indivíduos com sobrepeso e obesidade com 
diagnóstico de DM tipo II, quando comparado com o grupo controle. 
 
 
 
 
 
 
• 
 
 
 
 
(Look AHEAD Research Group, 2013) 
Efeitos das dietas 
Dietas restritivas  mecanismos biológicos  adaptação do metabolismo; 
 
• Redução da taxa de metabolismo basal; 
 
• Redução de massa muscular; 
 
• Acúmulo de gordura (reganho de peso); 
 
• Desregulam hormônios da fome e saciedade. 
 A cada dieta o corpo se adapta e aprende como “sobreviver” 
 
 
 Tornando a redução de peso mais difícil 
 
• Emerge sensação de fracasso. Crença que houve uma falha no empenho 
do tratamento, mas na realidade o sistema de dietas foram criados para 
fracassar. 
 
 
Efeitos das dietas 
• DIETAS podem ser encaradas como uma forma de controle da vida; 
 
Geralmente, as pessoas iniciam as dietas durante fases de transição - 
adolescência, casamento, separação, sair de casa, novo emprego. 
VIDA SOCIAL PSICOLÓGICO COMPORTAMENTAL 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
INÍCIO DA REJEIÇÃO DA MENTALIDADE DE DIETA 
“Não estar em dieta” seria assustador e com isso surgem medos conflitantes. Segue 
abaixo exemplos de medos e as possíveis soluções: 
 
Medo: “se eu parar de fazer dieta, não irei conseguir parar de comer”. 
 
 
 
Realidade: as dietas são gatilhos para comer mais, como um mecanismos de 
sobrevivência, logo, praticar dietas restritivas potencializará os episódios de 
compulsão alimentar. 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
INÍCIO DA REJEIÇÃO DA MENTALIDADE DE DIETA 
Medo: “eu não sei como comer, quando não estou em dieta”. 
 
 
 
 
Realidade: pessoas que vivem cronicamente em dietas, podem apresentar 
dificuldades em não depender mais de fatores externos (ex: dietas para guiar o 
consumo alimentar); 
 
CI  sensibilizá-los para os sinais internos de fome e saciedade para que dessa 
forma eles atuem como referências na regulação do consumo alimentar. 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
INÍCIO DA REJEIÇÃO DA MENTALIDADE DE DIETA 
Medo: “Eu irei perder o controle”. 
 
 
 
 
Realidade: No processo de se tornar um “comedor intuitivo”, amplifica-
se a confiança nos sinais de fome e saciedade, proporcionando 
autonomia e empoderamento e ↓ necessidade de estímulo externos 
para decidir o que, quanto e quando comer. 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Segundo Tribole & Resch: 
“ninguém pode ser especialista de 
você, somente você saberá seus 
pensamentos, sentimentos e 
experiências. Você é o especialista do 
seu próprio corpo”. 
 
 
• CAMUFLAGEM da mentalidade de dieta; 
• não segue oficialmente uma dieta por escrito; 
• permanece com pensamentos e comportamentos pautados na mentalidade 
de dieta que promovem a restrição alimentar. 
 
PSEUDODIETA 
Contar/limitar carboidratos; 
Comer somente alimentos “seguros” 
Comer somente em determinados horários 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Punir-se quando comer alimentos considerados “proibidos”; 
Enganar a fome (ex: chá, café ou água) 
Julgar que merece comer baseando-se na refeição anterior 
IDENTIFICAR 
comportamentos 
durante a consulta 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Como incluir o princípio “rejeitar a 
mentalidade de dieta” na prática? 
 
 
• Será necessário a mudança de um paradigma; 
 
• Paradigma é um modelo de referência para perceber e entender o mundo; 
 
• Nesse cenário de gerenciamento de peso, a dieta é um paradigma cultural para 
controlar a comida e peso; 
 
• Modificações na forma de pensar  mais autônomo da própria alimentação e 
rejeitar a mentalidade. 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Construção de um novo paradigma 
• Passo 1: Identificar e conhecer os danos causados pela dieta (biológicos 
emocionais); 
 
• Passo 2: Reconhecer a dieta como um problema. Isso irá auxiliar no 
rompimento da crença que dietas funcionam; 
 
• Passo 3: Não é questão de falta de força de vontade; 
 
 
• Passo 4: Diminuir o autoritarismo, autocrítica e culpa; 
 
• Passo 5: Não é o indivíduo que falha e sim as dietas que foram 
criados para serem um fracasso. Dietas reforçam sentimentos de 
falha e frustração; 
 
• Passo 6: Desenvolver mais autocompaixão. 
 
 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Histórico de dietas 
• Objetivo: paciente entender o ciclo de reganho de peso (dietas); 
• CI não é sobre números e peso; 
• CI não é uma dieta; 
 
 Você perdeu peso 
PERMANTEMENTE 
ou foi só 
TEMPORÁRIO? 
Você é como diversas 
pessoas que reganham 
o peso? 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
IDADE 
RAZÃO 
PARA 
COMEÇAR 
TIPO DE 
DIETA 
QUANTO 
TEMPO 
FICOU 
NESSA 
DIETA? 
VOCÊ 
PERDEU 
PESO? 
SE VOCÊ 
PERDEU, 
POR 
QUANTO 
TEMPO 
MANTEVE? 
VOCÊ 
REGANHOU 
O PESO? 
VOCÊ 
REGANHOU 
AINDA MAIS 
O PESO? 
OUTROS 
(Adaptado “Your Dieting History: The Intuitive Eating Workbook) 
• Início da dieta: Você se sentiu pressionado para perder peso pela família, 
amigos ou profissional da área de saúde? 
 
• Como você se sentiu com a primeira dieta? Foi fácil, sem esforços? 
 
• Atualmente, você acha mais difícil ficar em dieta, por motivos físicos ou 
mentais? 
(Adaptado “Your Dieting History: The Intuitive Eating Workbook) 
• Objetivo: trabalhar as consequências das dietas. 
Como a dieta interfere sua vida? 
SINTOMAS 
SOCIAIS 
SINTOMAS 
PSICOLÓGICOS 
SINTOMAS 
COMPORTAMENTAIS 
SINTOMAS 
FISIOLÓGICOS 
(Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) 
FISIOLÓGICOS 
Ganho de peso 
Redução do metabolismo 
Fissura por carboidratos 
Hipoglicemia 
Desconexão com os sinais de saciedade 
Cronicamente cansado 
Mulheres: ausência ou desregulaçao da 
menstruação 
SOCIAIS 
Comer diferente dos outros 
Comparar sua comida (quantidade e 
qualidade) 
Ficar preocupado com o que as pessoas 
pensam sobre sua alimentação 
Ficar preocupado com o que as pessoas 
pensam sobre seu corpo 
Cancelar eventos sociais (comida servida) 
Evitar eventos sociais 
Interfere as relações 
(Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) 
PSICOLÓGICOS 
Preocupação com a comida 
Ter regras rígidas sobre comida 
Contagem de calorias, carboidratos 
Dicotomia alimentar 
Se sentir culpado ao comer o “alimento 
proibido” 
Mau humor 
Medo de sentir fome 
Fantasiar sobre os alimentos 
Medo de sentir a saciedade 
Não confiar no corpo 
SOCIAIS 
Comer diferente dos outros 
Comparar sua comida (quantidade e 
qualidade) 
Ficar preocupado com o que as pessoas 
pensam sobre sua alimentação 
Ficar preocupado com o que as pessoas 
pensam sobre seu corpo 
Cancelar eventos sociais (comida servida) 
Evitareventos sociais 
Interfere as relações 
(Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) 
• Como a dieta afeta sua vida social? 
 
• Como afeta seu comportamento alimentar? 
 
• Como afeta sua mente e humor? 
 
• Quanto tempo e dinheiro você gasta com isso? 
 
• Considerando seu histórico de dietas e as consequências, quais seriam suas 
razões para deixar de fazer dietas? 
(Adaptado “Inventory of how dieting has interfered with your life”: The Intuitive Eating Workbook) 
• Objetivo: Trabalhar a crenças relacionadas à perda de peso 
 
• De forma geral, quais suas crenças sobre a perda de peso? 
 
• Quais suas crenças sobre o seu próprio processo de perda de peso? 
 
• Quais as origens dessas crenças? 
 
• A perda de peso mudaria a sua vida? 
 
 
 
 
“Deixando as fantasias” 
(TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Atividade da escrita 
1- Escreva seu nome com a mão dominante e preste atenção na 
caneta em sua mão, enquanto você escreve. 
2- Agora escreve seu nome novamente mas agora com a mão não 
dominante e também preste atenção no processo 
3- Agora compare as escritas. Tem diferenças? 
4- Como você se sentiu escrevendo com a mão não dominante? 
Quais pensamentos e sensações surgiram, durante o processo? 
(Adaptado “Intuitive Eating: Workbook. TRIBOLE & RESCH, 2013) 
Recomendações de livros 
O livro “The intuitive eating: 
workbook” foi elaborado para 
indivíduos que desejam 
adquirir habilidades do CI e 
profissionais de 
saúde/pesquisadores que 
podem aplicar os exercícios 
com os clientes/pacientes, 
além disso, favorece o aumento 
das produções científicas.

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