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Luana Villafuerte – aula + Machado NÚCLEOS DA BASE São massas de substancia cinzenta situadas na base do telencéfalo. Esses núcleos são: claustrum, corpo amigdaloide, núcleo caudado, putâmen e globo pálido. Podem ser incluídas também mais duas estruturas, chamadas de núcleo basal de Meynert e o núcleo accubens. Corpo estriado dorsal: núcleo caudado, putamen e globo pálido. Centro do sistema extrapiramidal que também age modulando a ação do trato corticoespinhal Corpo estraido ventral: núcleos basal de Meynert e acuubens O claustrum está situado entre o putamem e o córtex da insula. Ele tem conexões reciprocas com praticamente todas as áreas corticais Não se sabe ainda exatamente sua função O corpo amigdaloide e o núcleo accubens são importantes componentes do sistema límbico O núcleo basal de Meynert tem a ver com as vias colinérgicas CORPO ESTRIADO: Também é chamado de corpo estriado dorsal É formado pelo núcleo caudado, putâmen e globo pálido. Núcleo lentiforme: putâmen + globo pálido Topograficamante, o putamen é mais ligado ao globo pálido, mas do aspecto estrutural e funcional suas afinidades são com o núcleo caudado O corpo estriado dorsal pode ser dividido em neoestriado e paleo estriado: Neoestriado/striatum: parte recente. Putamen + núcleo caudado Paleoestriado/pallidum: parte antiga. Formado pelo globo pálido O globo pálido se divide em uma parte medial e uma lateral Luana Villafuerte – aula + Machado Existem muitas fibras que ligam o núcleo caudado e o putamen ao globo pálido São essas fibras que, ao convergir para o globo pálido, lhe dão cor mais pálida Uma diferença entre o corpo estriado ventral e dorsal é que as estruturas do ventral são relacionadas com o sistema límbico e participam da regulação do comportamento emocional Principal componente do ventral é o núcleo accubens O corpo estriado não tem conexões diretas aferentes ou eferentes diretas com a medula Suas funções são exercidas por circuitos nos quais áreas corticais de funções diferentes projetam-se para áreas especificas do corpo estriado ligam-se ao tálamo vão para as áreas corticais de origem Desse jeito, temos a alça corticoestriado-talamocorticais, a qual tem 5 circuitos: o motor, oculomotor, pré-frontal dorsolateral, pré-frontal orbitofrontal e circuito límbico Luana Villafuerte – aula + Machado Circuito motor: Origina-se nas áreas motoras do córtex e na área somestesica Projeta-se para o putamen de maneira somatotópica para cada região do córtex há uma região correspondente no putamen A partir do putamen, o circuito motor pode ir por duas vias: direta e indireta Via direta: conexão do putamen se faz diretamente com o pálido medial. Do pálido medial vai para os núcleos ventral anterior e ventral alteral do tálamo daí se projetam para as mesmas áreas motoras de origem Via indireta: a conexão é com o pálido lateral. Do pálido lateral temos projeções para o núcleo subtalamico Do núcleo subtalamico vai para o pálido medial Do pálido medial vai para o tálamo e depois para o córtex, como na via direta Ligado ao circuito motor, temos um circuito subsidiário: putamen mantém conexões reciprocas com a substancia negra É importante porque as fibras nigroestriatais são dopaminérgicas e fazem ação modulatoria sobre o circuito motor Faz uma ação excitatória na via direta e inibitória na via indireta Ter duas ações diferentes são justificadas pelo fato do putamen ter 2 tipos de receptores diferentes: D1 excitator e D2 inibidor Como o circuito funciona? Nas duas vias o pálido medial mantémuma inibição permanente dos dois núcleos talâmicos inibição das duas áreas motoras do córtex. Na via direta: putamen inibe o pálido medial cessa a inibição deste sobre o tálamo ativa o córtex facilita os movimentos Na via indireta: acontece o contrario; a projeção excitatória do do núcleo subtalamico sobre o pálido medial aumenta a inibição desses sobre os núcleos talâmicos inibe o córtex inibe os movimentos A ação excitatória das fibras dopaminérgicas nigroestriatais sobre o putamen também inibe o pálido medial, com efeito parecido da via direta temos ativação do córtex motor, estimulando os movimentos Luana Villafuerte – aula + Machado FUNÇÕES DO CORPO ESTRIADO: Podem ser funções motoras e não motoras A atividade tônica inibitória das eferências do pálido medial é um freio permanente para movimentos indesejados A necessidade de realizar um movimento interrompe esse freio, permitindo a liberação do comando motor ordenado pelo córtex cerebral. Assim, os núcleos da base têm um papel na preparação de programas motores e na execução automática de programas motores já aprendidos Observou-se que é necessário haver um equilíbrio entre a via direta e indireta diversas síndromes são ocasionadas por alterações nesse equilíbrio Coisinhas que Marcio falou: Temos o centro branco, na visão frontal do telencefalo, observado a área cortical do telencefalo de forma acizentada (contém corpos de neurônios). No centro branco do cérebro temos fibras brancas, que são milinizadas, que podem ser de associação e de projeção. As de associação temos as curtas e longas (as longas podem ser interhemisfericas – comissuras- e intrahemisfericas). Além do emaranhado branco, temos os núcleos da base entremeados nessa substancia. São 5 núcleos da base (claustrum é muito pouco descrito – não discutiremos. O corpo amigdaloide também não será discutido agora, e sim em sistema limbico). Iremos discutir o corpo estriado, formado pelo caudado, putamen e globo pálido O corpo estriado é dividido em ventral e dorsal. A porção dorsal esta relacionada principalmente com a motricidade somática – movimentos voluntários dos músculos esqueléticos. O ventral está muito relacionado com aspectos do comportamento. O accubens recebe a dopamina e está relacionado com a área de recompensa, comportamento aditivo faz parte do sistema de recompensa O núcleo de Meynert tem neurônios de acetilcolina O caudado e o putamen são muito próximos, estão mais lateralizados Eles são separados pelas fibras corticoespinhais, que formam a capsula interna capsula interna que faz a separação entre o caudado e do putamen (núcleo lentiforme) Quando eu falo em núcleo lentiforme, estamos falando do globo pálido + putamen são separados pela capsula interna, que é formada por fibras corticoespinhais O putamen está mais próximo do globo pálido do que do caudado. Mas, funcionalmente, é muito mais próximos do caudado que do globo pálido. Núcleo caudado + putame = estriado/neoestriado Globo pálido sozinho é chamado de paleoestriado também O globo pálido pode ser dividido em externo/lateral e em interno/medial Temos ainda duas estruturas que, do ponto de vista estrutural, não são classificadas como núcleos da base (porque topograficamane não estão no telencefalo) , mas funcionalmente podem ser classificadas como núcleos da base. Uma delas é a substancia negra (está no mesencéfalo) e outra é o núcleo subtalamico (diencéfalo) Na substancia inonimata, temos os núcleos de corpos celulares que forma o núcleo de Meynert Varias áreas corticais enviam informações para os núcleos da base, os quais possuem canais internos, onde a informação trafega de um para outro, refinando (uma estrutura com função semelhante é o cerebelo) Essa organização onde a informação entra nos núcleos da base e se difunde entre eles por canais específicos refinam as informações e fazem parte de diversas coisas, como a motricidade somática Quanto temos um movimento voluntario, a informações, depois de distribuídas pelo córtex, chagam aos núcleos da base.Essa informação entra nos núcleos da base, a nível de neoestriado é ai que acontece a entrada das informação motora somática. Depois, ela passa para o tálamo. Os núcleos da base regulam, refina, a programação motora imediatamente antes dela ser executada Não é uma região de iniciação dos movimentos e sim regulação deles. O globo pálido interno é a via de saída da informação motora somática Luana Villafuerte – aula + Machado Entrada: neoestriado Saída: globo pálido interno Via indireta: antes de chegar no globo pálido interno para sair, ela passa pelo globo pálido externo, núcleo subtalamico globo pálido interno Quando o globo pálido externo está sendo estimulado pelo caudado e Via direta: neoestriado e globo pálido interno. É uma via que facilita o movimento, pois o neocortex ativa o caudado e o putamem esses dois liberam mais gaba no globo pálido interno (inibindo-o) globo pálido interno inibe o tálamo normalmente, mas como ele está sendo inibido, não inibe o tálamo tálamo fica estimulado Então : Globo pálido interno inibe o tálamo normalmente se o globo pálido inteno está inibido tálamo fica liberado facilita o movimento As informações se originam no córtex Temos vias chamadas de subsidiarias, que modulam aa tividade as via principal. Exemplo: substancia negra A conexão entre núcleos é feito a apena pelo GABA um núcleo vai inibindo o outro mas existe uma exceção, que é o núcleo subtalamico, o qual tem o Glutamato como neurotrasmissro principal extitatório A via indireta inibe as vias talamocorticais, ou seja, inibe o movimento Caudado e putamen são ativados inibem o globo pálido externo o globo pálido externo inibido deixa de inibir o subtalamo o subtalamo desinibido secreta glutamato no globo pálido interno estimula a ativação do globo pálido interno, fazendo com que ocorra uma maior liberação de GABA inibe o tálamo Quando a informação vai pelos núcleos da base, temos as duas vias levando a informação. O que acontece é que o sistema vai confrontar essas duas vias, fazendo com que o resultado final seja uma liberação maior ou menor do tálamo, tendo maior ou menor movimento Para que o movimento seja fino e bem executado, é necessário que aconteça esse confrontamento Dopamina é facilitadora do movimento, fazendo isso de duas formas, uma vez que ela ativa a via direta (facilita o movimento) e inibe a via indireta Isso acontece porque os receptores das vias diretas e indiretas são diferentes. Os que compõem a via direta, são do tipo D1 ou seja, quando a dopamina se liga a D1, ocorre a ativação. Os neurônios caudado-putamen que compõem a via indireta têm receptores D2 O resultado da ligação da dopamina com D2 é uma hiperpolarização, inibindo o movimento Se tivermos um problema no aporte dopaminérgico, a nível de substancia negra, o movimento será inibido os movimentos ficam mais rígidos, ficarão hipocinéticos. É isso que acontece no Parkinson. Se o individuo tiver uma lesão no núcleo do subtalamo, os movimentos estarão facilitados deixa de estimula o pálido interno. O globo pálido interno deixando de ser estimulado, deixa de liberar GABA no tálamo se deixamos de inibir o tálamo, ele se trona ativo. É isso que acontece no hemibalismo A precisão do movimento é dada pelos núcleos da base Luana Villafuerte – aula + Machado APLICAÇÃO CLÍNICA: Os transtornos do corpo estriado são hipocinéticos ou hipercinéticos, ou comportamentais e emocionais Em todos esses distúrbios temos alterações nos movimentos motores finos Todos esses transtornos do movimento são abolidos quando o paciente dorme DOENÇA DE PARKINSON: Perde a dopamina. A substancia negra deixa de produzir a dopamina, não fazendo a inibição. Isso acontece pela lesão das vias estriadonigrais MANIFESTAÇÕES MOTORAS: Temos uma tríade clássica do parkinsonismo: Tremor em repouso/acinético: geralmente assimétrico, piorando com o estresse emocional e melhorando durante o movimento voluntario presentes durante o repouso e somem no movimento Bradicinesia: lentidão do movimento voluntário e redução do movimento automático (ex: fáscies em mascar, marcha e voz são “arrastadas”), sem que haja plegia ou paresia o problema não é de força e sim de modulação Rigidez: hipertonia de toda a musculatura esquelética e alteração de postura. Rigidez acinética que confere a postura do parkinsoniano, encurvado e com a marcha festiginosa Além disso, tem-se grande dificuldade de dar inicio aos movimentos. Luana Villafuerte – aula + Machado Em Parkinson, a disfunção está na susbtancia negra ocorre a diminuição da dopamina nas fibras nigroestriatais cessa a atividade moduladora que essas fibras exercem sobre as vias diretas e indiretas aumento da inibição dos núcleos talâmicos Sua terapia foi inicialmente feita pela tentativa de aumentar o teor de dopamina nas fibras nigroestriatais. Mas, a dopamina só atravesaa a barreira hematoencefálica em altas concentrações, que acabam sendo toxicas para o restante do organismo. Porém, seu isômero diidroxifenilalanina consegue atravessar a barreira, usando como medicamento que melhora os sintomas da doença de Parkinson O que acontece é que, com a perda da aferencia dopaminérgica para o estriado, ocorre a diminuição da atividade da via direta (onde a dopamina tem efeito excitatório). Quando isso acontece, aumenta a via indireta (onde a dopamina tem ação inibitória). Assim, temos um aumento na atividade do pálido media aumento da inibição dos neurônios talamocorticais gera os sintomas hipocinéticos característicos da doença. Em relação à via indireta, ocorre uma excessiva atividade do núcleo subtalamico Em relação à via indireta, ocorre uma excessiva atividade do núcleo subtalamico é um importante fator na produção de sintomas Lesões nesse núcleo reduzem a excitação excessiva do pálido medial reduzem os sinais do Parkinson COMO IDENTIFICAR O PARKINSON NA FASE INICIAL: 1. Paciente no inicio da doença, ao andar, movimenta apenas um braço 2. Ao chegar diante de um desnível, ele freia congelamento. MANIFESTAÇÕES NÃO-MOTORAS: Disautonomias: constipação, urgência miccional, hipotensão postural Distúrbio do sono Distúrbios psiquiátricos: depressão, ansiedade, podendo evoluir para demência Declínio cognitivo Disfunção executiva COREIA: Caracteriza-se por movimentos repetitivos e involuntários, de inicio abrupto, explosivo, geralmente de curta duração Tem-se também hipotonia e distúrbios neuropsiquiátricos, como habilidade afetiva e sintomas obsessivo-compulsivo e hiperatividade Os movimentos são curtos e desorganizados Os sinais motores são devidos ao comprometimento do circuito motor. Os outros sintomas são por conta do comprometimento de circuitos pré-frontais É uma doença que acontece principalmente em crianças. É uma doença autoimune, com comprometimento dos núcleos da base. Lesões nos núcleos putamen e caudado SINDROMES COREICAS AGUDAS: Coreia de Sydenham (reumática): Causa mais frequente de coreia na infância Complicação pós-infecção estreptocócica hemolítica do grupo A Manifestação clinica tardia (1 a 6 meses após quadro infeccioso) Luana Villafuerte – aula + Machado Manifestações clinicas: Movimentos involuntários bruscos em extremidades e face Disartria Movimentos menos intensos podem ser confundidos com inquietude ou agitação Sintomas obsessivos compulsivos ou alterações comportamentais Não consegue fazer a protusão da língua direito O repouso é importante para recuperação da coreia. SINDROMES COREICAS CRONICAS PROGRESSIVAS: Doença de Huntington: Etiologia hereditária autossômica dominante Degeneração neuronal predominantemente no corpo estriado e córtex cerebral Iniciogradual e progressão subsequente Manifestação clinica surge após 4ª década de vida O quadro clinico é dominado por uma síndrome coreica associada a alterações mentais (distúrbios psiquiátricos e cognitivos) A evolução é invarialvelmente fatal em um período de 10 a 15 minutos HEMIBALISMO: Caracteriza-se por movimentos involuntários de grande amplitude e forte intensidade, de inicio e fim abruptos, unilaterais e que envolvem predominantemente os segmentos proximais dos membros. A causa mais comum é lesão nos núcleos subtalamicos, geralmente resultantes de pequenos acidentes vasculares Se assemelha ao movimento de uma pessoa arremessando um objeto Em casos mais graves, esses movimentos não cessam com o sono, causando a exaustão do doente É uma doença hipercinética. Assim, deve-se geralmente à diminuição da atividade excitatória das projeções do núcleo subtalamico para o pálido medial, diminuindo o efeito inibidor dele sobre os núcleos talâmicos e sobre as áreas motoras do córtex essas áreas acabam respondendo de forma exagerada aos comandos corticais ou de aferencias, além de aumentarem a tendência dos neurônios corticais dispararem espontaneamente, dando origem aos movimentos involuntários DISTONIA: Movimentos involuntários, geralmente em torção, variando em velocidade, de rápidos a lentos Fisiopatologia desconhecida Quanto à etiologia podem ser: primarias ou secundarias Encontramos em paciente que tiveram uma encefalopatia billirubidica Podem ser classificadas de acordo com o território muscular envolvido em: Focal Segmentar Luana Villafuerte – aula + Machado Hemidistonia Multifocal Generalizada Podemos tratar essa distonia colocando um eletrodo na região dos núcleos da base. Caibra do escrivão: é como se fosse uma crise epiléptica focal Torcicolo espasmódico: pescoço fica rígido sem conseguir voltar para o lugar, é secundário à distonia PANDAS: Distúrbios neuropsíquicos associados com infecções estreptocócicas É o acrômio utilizado para a associação de distúrbios ou tiques obsessivos-compulsivos de gravidade variável e infecções estreptocócicas em crianças Etiologia: possivelmente autoimune pós-infecção estreptocócica (semelhante à coreia de Sydenham) Manifestações clinicas: TOC Tiques Déficit de atenção e hiperatividade, depressão, ansiedade, distúrbios do sono Alterações motoras finas (escrita)
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