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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE DOUTORADO EM MATEMÁTICA UFPA/UFAM JOSÉ ROBERTO SILVA DO NASCIMENTO NOTAS DE AULA: CURSO DE CÁLCULO BELÉM- PA 2019 Conteúdo A noção de limite 3 0.1 Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 0.1.1 Algumas Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 0.2 Limites no Infinito e Limites Infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 0.2.1 Limites Infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 0.2.2 Limites no Infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 0.2.3 Algumas Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 A noção de Derivada 25 0.3 Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 0.4 Derivabilidade e Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 0.5 Regras de Derivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 0.6 A Regra da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 0.7 Derivada da Função Inversa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 0.8 O Teorema do Valor Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 0.9 Máximos e mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 0.10 Gráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 A noção de Integral 48 0.11 Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 0.12 Propriedades da Integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 0.13 Teorema Fundamental do Cálculo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 1 0.14 Duas Fórmulas para o Cálculo de Integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 0.14.1 Fórmula da Mudança de Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 0.14.2 Fórmula de Integração por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 0.15 Algumas aplicações da integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 A noção de limite o conceito de limite é o mais fundamental do Cálculo; a derivada e a integral, seus principais objetos de estudo são, ambas, formas de limite. Além disso, a idéia de lim- ite permeia nossos argumentos em todo o transcorrer dos cursos de Cálculo e de suas aplicações. Motivação 1. O problema da tangente Um dos problemas que motivam o estude de limite é o do traçado de tangentes, isto é, determinar a reta tangente a uma curva em um dado ponto. Tal problema, facilmente solúvel, quando se trata, por exemplo, de uma circunferência, em que a reta tangente é aquela que a intersecta em apenas um ponto (que é verdadeira neste caso, porém, este fato, de maneira geral não é verdade conforme indicam as figuras abaixo), gera interessantes questões quando tratamos com outras curvas e que nos levam ao conceito de limite, o qual,por sua vez nos motiva a definir o que vem a ser derivada. 3 Para efeito ilustrativo, trataremos um caso particular para tratar a noção intuitiva de limite e determinar o que seria a reta tangente a uma curva em um dado ponto. Para isto, considere a função f : R → R dada por f(x) = x2. Nosso problema consiste em determinar a inclinação da reta tangente ao gráfico de f em um ponto qualquer P = (x0;x 2 0). Considere agora o ponto Q = (x0 + h, (x0 + h) 2) no gráfico de f . A reta secante determinada por tais pontos possui inclinação mPQ dada por mPQ = (x0 + h) 2 − x20 h a qual, após as devidas simplificações, adquire a forma mPQ = 2x0 + h. (1) Observe que, entanto,quanto mais próximo o ponto P estiver do ponto Q, o que equivale dizer que h estará próximo de zero, a reta secante determinada por P e Q estará próxima de uma posição tangente. Contudo, por menor que seja o valor de h haverá sempre um erro ao aproximar a reta tangente pela reta secante. Contornaremos tal problema fazendo o h tender a zero ou, tomar o limite da expressão quando h → 0. Deste modo, a expressão na igualdade (1) assume valor 2x0, ou mais formalmente lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h = 2x0 (2) a qual representa a inclinação da reta tangente ao gráfico da função f no ponto (x0, f(x0)). 4 O objeto “limh→0” apresentado de maneira intuitiva será tratado rigorosamente ao longo do texto. Deve-se observar que o procedimento que acabamos de descrever, muito embora tenha sido aplicado a um caso espećıfico, possui um caráter mais geral. 2. O problema da velocidade Queremos agora determinar a velocidade instantânea de um corpo em movimento. Um caso concreto de um problema como este surge em cinemática em que a equação horária de um corpo em movimento, em alguns casos, pode ser escrita como s(t) = s0 + v0t+ at2 2 em que s = s(t) representa o deslocamento do corpo no instante t. Aqui os métodos clássicos, entendidos como aqueles desenvolvidos antes do advento do Cálculo, mostram-se insuficientes para tratar problemas em que haja variações de velocidade. Nosso objetivo é mostrar a relação que há entre o problema da determinação da reta tangente, vista anteriormente, com o de calcular a velocidade instantânea. Para tal,suponhamos que um móvel esteja se deslocando ao longo de uma reta regido pela equação horária s = s(t) = 3t2 − 5t+ 2 em que s = s(t) representa a distância percorrida pelo corpo no tempo t, sendo s a 5 medida em metros e t em segundos. Desejamos dar um sentido à noção de velocidade em um determinado instante t. Sabemos que a velocidade média de uma part́ıcula em um certo lapso de tempo é o quociente entre a distância percorrida e o intervalo de tempo gasto em percorrê-la. Portanto a velocidade média vm do móvel no intervalo [t, t + ∆t] será dada por vm = s(t+ ∆t)− s(t) ∆t = 6t− 5 + 3∆t. À medida que fizermos o intervalo de tempo bem pequeno, o valor vm obtido acima ficará cada vez mais próximo do da velocidade instantânea no tempo t. O valor preciso será obtido quando fizermos ∆ → 0, o que se lê t tende a zero. Portanto, a velocidade v(t) no instante t será v(t) = lim ∆→0 s(t+ ∆)− s(t) ∆ = 6t− 5. 3. O problema das áreas Aqui desejamos Determinar a área de uma região limitada por uma curva. Quando trabalhamos com poĺıgonos, isto é ,figuras que podem ser decompostas em um número finito de triângulos, o problema das áreas é perfeitamente solúvel por intermédio da Ge- ometria básica. No entanto, quando a figura é curviĺınea a geometria básica é insuficiente. Por exemplo, como calcular a área da região R compreendida entre o gráfico de f , o eixo das abscissas e as retas x = a e x = b? O método para calcular a área da região R consiste fundamentalmente em aproximar a região por figuras mais simples como retângulos, cujas áreas sabemos calcular e tomar 6 o processo de limite. 0.1 Limite Antes de iniciarmos o conceito formal, começaremos com uma pequena digreção infor- mal. Tomemos uma função f : U ⊂ R→ R, e seja p ∈ R um ponto não necessariamente pertencente a U . Suponhamos que exista L ∈ R tal que f(x) se aproxima de L, quando fazemos x se aproximar de p, embora x 6= p. Quando isto ocorre, dizemos que L é o limite de f em p e escrevemos lim x→p f(x) = L. Por exemplo, suponhamos que f seja dada por f(x) = x2 − 1 x+ 1 . Note que f coincide com g(x) = x−1 em R−{−1}. Além disso, observe que f(x) se torna arbitrariamente próximo de −2 = g(−1) bastando tomar x suficientemente próximo de −1. Então escrevemos lim x→−1 x2 − 1 x+ 1 = −2 Note que não estamos interessados em quanto vale f(−1), nem mesmo em saber se f(−1) existe. Estamos interessados exclusivamente no comportamento de f(x) nas prox- imidades de x = −1. Porém, devemos ter cautela uma vez que não estamos apresentando o conceito de limite de maneira formal e rigorosa. Exemplo: Seja f(x) = sen(1/x). Observe que encontramos pontos x suficientemente próximode 0 para os quais f(x) = −1, 0, 1. 7 Definição 0.1. Dados f : U ⊂ R → R e um ponto de acumulação p do conjunto U , diz-se que L ∈ R é o limite de f em p se a seguinte condição é satisfeita: Para todo � > 0, exite um número δ = δ(�) tal que x ∈ U, 0 < |x− p| < δ ⇒ |f(x)− L| < �. (3) Escreve-se: limx→p f(x) = L. Observação 0.1. (1) Um fato importante referente ao limite de uma função f é o que afirma que se o limite de f existir num ponto p então este limite é único. (2) O limite de uma função possui uma propriedade de localidade, isto é, se f e g são duas funções que coincidem em um vizinhança do ponto p, com posśıvel exceção do próprio ponto p, então lim x→p f(x) = lim x→p g(x) Exemplo:(1) Se considerarmos f(x) = c (constante) , temos lim x→p f(x) = c. De fato, dado � > 0, qualquer δ > 0nos serve, pois sempre teremos |f(x)− c| = 0 < �. (2) Se f(x) = x, temos limx→p f(x) = p. De fato, dado � > O , se tornarmos δ = � temos 0 < |x− p| < δ ⇒ |f(x)− p| = |x− p| < δ = �. (3) limx→p cosx = cos p. Observe inicialmente que | cosx− cos p| < |x− p| se x, p ∈ R, x 6= p. Dado � > 0, tomando δ = � vem 0 < |x− p| < δ ⇒ | cosx− cos p| < |x− p| < δ = �. 8 Observação 0.2. Dados f : U → R e B ⊂ U , seja p um ponto de acumulação p do conjunto B. Se limx→p f(x) = L, é claro que também para a restrição de f a B temos lim x→p f |B(x) = L Exemplo: limx→p x |x| não existe. De fato, suponha que exista um número L tal que lim x→0 x |x| = L Isto significa que para qualquer � > 0, existe δ = δ(�) > 0 tal que 0 < |x| < δ ⇒ | x |x| − L| < �. Então, para 0 < � < 1, devemos encontrar δ∗ > 0 tal que 0 < |x| < δ∗ ⇒ | x |x| − L| < 1 Para 0 < x < δ∗, temos x |x|=1 e |1− L| < 1, e portanto 0 < L < 2. Para −δ∗ < x < 0 temos x|x|=−1 e | − 1− L| = |1 + L| < 1, 9 e portanto −2 < L < 0 o que é uma contradição pois L não pode ser positivo e negativo ao mesmo tempo. O exemplo anterior sugere a seguinte definição. Definição 0.2. Dados f : U ⊂ R → R e p um ponto de acumulação à esquerda do conjunto U , diz-se que L ∈ R é o limite lateral de f à esquerda de f em p se limx→p f |U∩(−∞,p)(x) = L e denota-se: lim x→p− f(x) = L De modo análogo define-se o limite lateral á direita de f no ponto p lim x→p+ f(x) = L Observação 0.3. Se p é ponto de acumulação à esquerda e à direita do conjunto U , para a função f : U → R, o limite limx→p f(x) existe se, e somente se, os limites laterais limx→p− f(x) e limx→p+ f(x) existirem e forem iguais. Utilizando o recurso dos limites laterais mostraremos que o limite lim x→0 x |x| não existe. Para isto, note que f(x) = 1 para x > 0, e f(x) = −1 para x < 0. Assim, como lim x→0 f |(0,∞)(x) = lim x→0+ f(x) = 1, lim x→0 f |(−∞,0)(x) = lim x→0− f(x) = −1, conclúımos que o limite em questão não existe. Exemplo: Vamos calcular o limite lim x→−3 |x− 3||x+ 4|. 10 Para isto, observe que lim x→−3+ |x− 3||x+ 4| = lim x→−3+ (x− 3)(x+ 4) = 0, lim x→−3− |x− 3||x+ 4| = lim x→−3+ −(x− 3)(x+ 4) = 0, e portanto, lim x→−3 |x− 3||x+ 4| = 0. Veremos à seguir alguns exemplos de funções para os quais o limite não existe. Ex- emplo: Aqui estão quatro funções que, de um modo ou de outro, não admitem limite em algum ponto. (1) f(x) = 1− x |x− 1| (2) g(x) = sen ( 1 x ) (3) h(x) = 1 se x ∈ R−Q,−1 se x ∈ R. (4) k(x) = 1 se x ∈ R− A−1 se x ∈ A , onde A = {x ∈ R;x = 1/n com n ∈ N} Observemos seus gráficos: 11 Esses foram apenas alguns casos de funções que não admitem limites. Há uma in- finidade de outros exemplos, incluindo casos em que a função não admite limite por outras razões. 0.1.1 Algumas Propriedades Veremos a partir de agora algumas propriedades que, em muitos casos, tornam desnecessário recorrer-se à definição de limite para o cálculo. Para nossa comodidade, iremos supor sem mencionar que p é um ponto de acumulação do conjunto U ⊂ R. 12 Na seguinte proposição está subentendido que as funções f e g têm o mesmo domı́nio e que a variável independente x sempre pertence a esse domı́nio. Proposição 0.1. Se limx→p f(x) = L e limx→p g(x) = M , então (1) limx→p(f(x) + g(x)) = L+M, (2) limx→p f(x)g(x) = LM (3) limx→p f(x) g(x) = L/M , se M 6= 0. Proposição 0.2. Seja f : U → R tal que existe L = limx→p f(x). Então f é localmente limitada em p, isto é, existe uma vizinhança V (p) de p e uma constante K > 0 tais que |f(x)| ≤ K, ∀x ∈ V (p) ∩ U. A propriedade acima sugere um critério de não existência do limite. Porém, devemos ter uma certa cautela. Exemplo:(1) Não existem os limites limx→0 1/x e limx→0 1/x 2, pois 1/x e 1/x2 não são localmente limitadas em p = 0. (2) A função f(x) = sen(1/x) é localmente limitada em p = 0, mas, como já vimos antes, não existe limx→0 sen(1/x). Isto é, não vale a rećıproca da proposição 0.2 Uma propriedade interessante do limite de uma função é dado na seguinte. 13 Proposição 0.3. Sejam f, g : U → R funções tais que • limx→p f(x) = 0 • g é localmente limitada em p = 0 então lim x→0 f(x)g(x) = 0. Exemplo:(1) limx→0 xsen(1/x) = 0, pois este é o limite do produto de uma função limitada (e portanto, localmente limitada) por uma função cujo limite é 0. (2) A hipótese de g ser localmente limitada na proposição 0.3 é essencial. Poe exemplo, se tivermos f(x) = x e g(x) = 1/x, que não é localmente limitada em p = 0, será inválida a conclusão da Proposição 0.3, pois limx→0 f(x)g(x) = 1. Na verdade, quando essa hipótese não é imposta nada se pode dizer, pois se tomarmos agora f(x) = x2 e mantivermos g(x) = l/x, teremos limx→0 f(x)g(x) = 0. A proposição 0.3 é uma consequêfncia do seguinte. Teorema 0.1 (Teorema do Confronto). Sejam f, g, h : U → R e V (p) uma vizinhança do ponto p, tais que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) para todo x ∈ V (p)− {p}. Se limx→p f(x) = limx→p h(x) = L então lim x→p g(x) = L. 14 Observação 0.4. O fato de limx→0 xsen(1/x) = 0 mencionado anteriormente decorre também do Teorema do Confronto, uma vez que −|x| ≤ x · sen(1/x) ≤ |x| e limx→0 |x| = limx→0−|x| = 0. Segue diretamente do Teorema do Confronto o seguinte. Teorema 0.2 (Limite Fundamenta Trigométrico). lim x→0 senx x = 1. Demonstração: � 15 0.2 Limites no Infinito e Limites Infinitos 0.2.1 Limites Infinitos Considere a função f(x) = 1/x2 cujo gráfico é ilustrado à seguir. Observe que f não é uma função localmente limitada em x = 0. Por este motivo, não existe o limite limx→0 1/x 2. Porém, os valores de 1/x2 tornam-se arbitrariamente “grande”desde que tomemos x “suficientemente”“próximo”de 0. Neste caso, escrevemos lim x→0 1/x2 = +∞. Este fato sugere a seguinte. Definição 0.3. Sejam f : U → R e pum ponto de acumulação de U . Dizemos que o limite de f(x) é +∞ quando x→ p e denotamos por lim x→p f(x) = +∞ se, dado qualquer número K > 0, existe δ(K) > 0 tal que x ∈ U, 0 < |x− p| < δ ⇒ f(x) > K. De maneira análoga, temos a seguinte definição. 16 Definição 0.4. Sejam f : U → R e pum ponto de acumulação de U . Dizemos que o limite de f(x) é −∞ quando x→ p e denotamos por lim x→p f(x) = −∞ se, dado qualquer número K > 0, existe δ(K) > 0 tal que x ∈ U, 0 < |x− p| < δ ⇒ f(x) < −K. Devemos observar que +∞ (−∞) não é um número; ele indica que o valor de f(x) torna-se arbitrariamente grande (pequeno) sempre que x tende a p. Exemplo:(1) (2) 17 Considere agora a função f(x) = 1/x. Observe que f não é localmente limitada em 0 e não tem limite +∞ nem −∞. Seu comportamento para x próximo de 0, no entanto, inspira a definição de limites laterais infinitos. Definição 0.5. Dada f : U → R, se p é um ponto de acumulação à esquerda deU e se limx→p f |(−∞,p)∩U(x) =∞ (−∞), dizemos que o limite à esquerda de f em p é ∞ (−∞) e denotamos lim x→p− f(x) =∞ (−∞). De maneira análoga definimos lim x→p+ f(x) =∞ (−∞). Exemplo:(1) 18 (2) (3) Sejam f : U → Re p um ponto de acumulação à esquerda e à direita de U . Então decorre imediatamente da definição que lim x→p f(x) =∞⇔ lim x→p− f(x) = lim x→p+ f(x) 19 0.2.2 Limites no Infinito Considere agora a função f(x) = 1 x + 1. Observe que para x > 0 suficientemente grande, f(x) fica arbitrariamente “próximo”de y = 1. Nessa situação escrevemos lim x→∞ f(x) = 1. Isto sugere a seguinte. Definição 0.6. Sefa f : U → R, e suponha que U ⊂ R não sela limitado superiormente. Dizemos que L é o limite de f quando x→∞ e denotamos lim x→∞ f(x) = L se dado � > 0, existe K = K(�) > 0 tal que x ∈ U, x > K ⇒ |f(x)− L| < �. 20 De maneira análoga, temos. Definição 0.7. Sefa f : U → R, e suponha que U ⊂ R não sela limitado inferiormente. Dizemos que L é o limite de f quando x→ −∞ e denotamos lim x→−∞ f(x) = L se dado � > 0, existe K = K(�) > 0 tal que x ∈ U, x < −K ⇒ |f(x)− L| < �. Observação 0.5. Quando limx→∞ f(x) = L ou limx→−∞ f(x) = L , dizemos que a reta y = L é uma asśıntota horizontal do gráfico de f . E quando limx→p f(x) = ∞ ou limx→p f(x) = −∞ (valendo também para x→ p+ ou x→ p− ) dizemos que a reta x = p é uma asśıntota vertical para f . Exemplo:(1) 21 (2) (3) 22 (4) 0.2.3 Algumas Propriedades 23 24 A noção de Derivada De um ponto de vista geométrico, a noção de derivada é a de tangência. Numa visão anaĺıtica, a derivada é entendida como taxa de variação , isto é, a razão entre a variação de uma grandeza e a variação de outra, da qual ela depende. Assim, na dinâmica, a velocidade e a aceleração são exemplos de derivada. A velocidade é a taxa de variação do espaço com relação ao tempo e a aceleração é a taxa de variação da velocidade com relação ao tempo . Um dos principais objetivos deste caṕıtulo é estabelecer o conceito de derivada e tornar precisas estas interpretações. Motivação 1. Reta tangente Procuremos entender o que vem a ser a reta tangente ao gráfico de uma função y = f(x) num ponto P = (x0, y0), y0 = f(x0), estando f definida numa vizinhança de x0. Como o único ponto que sabemos pertencer à reta tangente a f em x0 é (x0, y0), para determinar a equação da reta tangente, devemos determinar o seu coeficiente angular m. Para determinarmos esse coeficiente angular, devemos primeiro calcular o coeficiente angular de uma reta secante passando pelos pontos (x0, y0) e (x, f(x)), onde x 6= x0, que é dado por f(x)− f(x0) x− x0 Vamos agora analisar o que acontece quando o ponto (x, f(x)) se aproxima do ponto (x0, y0). Para isto deixemos o ponto (x, f(x)) deslizar ao longo do gráfico de f , tendendo 25 a (x0, y0). Neste processo , a secante pode tender a uma posição limite, isto é, a uma reta limite. Diz-se então que a curva y = f(x) tem uma reta tangente no ponto (x0, y0) e que a reta limite é a reta tangente a essa curva no ponto (x0, y0). . A figura anterior mostra dois casos em que existe a reta tangente t , embora o gráfico à direita possa não corresponder à nossa intuição mais primitiva, por assim dizer , porque a reta tangente corta a curva no ponto de tangência. Também pode não existir a reta limite. Tomemos a reta secante pelos pontos (x, f(x)) e (x0, f(x0)) e consideremos seu coe- ficiente angular , m(x) = f(x)− f(x0) x− x0 . O significado de existir a tal reta limite [não vertical ] é que exista o limite dos coeficientes angulares , com x → 0, limx→x0 m(x) = m0 ∈ R. Neste caso , a reta que passa por (x0, f(x0)) de coeficiente angular m0 será a reta tangente ao gráfico de f em (x0, f(x0)). 2. Velocidade Outra motivação que esteve presente nas origens do conceito de derivada é o conceito de velocidade num determinado instante t. Aqui vamos ver qual a relação da velocidade num instante t com a derivada da função posição s(t). No intervalo entre os instantes t e t0 , temos que a velocidade média é dada por Vm = s(t)− s(t0) t− t0 A velocidade instantânea v(t0) é por definição o limite da velocidade média dado por 26 v(t0) = lim t→t0 s(t)− s(t0) t− t0 = s′(t0) . 0.3 Derivada Definição 0.8. Dada f : U → R, suponhamos que o ponto x0 ∈ U seja também ponto de acumulação de U . Diz-se que f é diferenciável em x0 se existe o limite f ′(x0) = lim x→x0 f(x)− f(x0) x− x0 . Neste caso , o número real f ′(x0) é chamado derivada de f em x0. Às vezes convém escrever a derivada f ′(x0) na forma f ′(x0) = lim h→0 f(x0 + h)− f(x0) h . Exemplos: 27 (5)Um objeto desliza num plano inclinado de modo que a distância que ele percorre em t segundos é s(t) metros , onde s(t) = t 2 + 1/2. Qual a sua velocidade depois de 2 segundos? Em que instante ele tem uma velocidade de 7 metros por segundo? (6)Um projétil é lançado verticalmente para cima a partir do chão com uma velocidade de 30m/s. A altura h(t) atingida em t segundos é dada por h(t) = 30t− 5t2. Quando e com que velocidade o projétil atinge o chão? 28 Definição 0.9. Considere uma função y = f(x) derivável em x0. A reta tangente ao seu gráfico em (x0, y0), y0 = f(x0) é dado por y − y0 = f ′(x0)(x− x0). Exemplos: 29 0.4 Derivabilidade e Continuidade A seguinte proposição estabelece uma condição necessária para que uma função seja diferenciável. Ela e os próximos exemplos ajudam a entender como pode ser uma função não diferenciável em um ponto. Problema 0.1. Se uma função f é diferenciável em um ponto x0 , então f é cont́ınua em x0 . Não vale a rećıproca da proposição. Exemplo:A função f(x) = |x| é cont́ınua, mas não é derivável em x = 0. De fato, não existe f ′(0) = limh→0 |h|/h, pois lim h→0− |h|/h = −1 lim h→0+ |h|/h = 1 Estas expressões definem, respectivamente, a derivada à esquerda e a derivada à direita de f em 0 . Mais geralmente, Definição 0.10. Seja f : U → R e x0 ∈ U um ponto de acumulação à esquerda de U . Definimos a derivada à esquerda de f no ponto x0 pelo limite f ′(x−0 ) = lim x→x−0 f(x)− f(x0) x− x0 . De maneira análoga define-se a derivada à direita de f no ponto x0 por f ′(x+0 ) = lim x→x+0 f(x)− f(x0) x− x0 . É claro que se x0 é um ponto de acumulação à esquerda e à direita de U então f é derivável no ponto x0 se, e somente se suas derivadas laterais em x0 existem e coincidem. 30 Exemplos: 31 0.5 Regras de Derivação 32 33 0.6 A Regra da Cadeia 34 35 36 0.7 Derivada da Função Inversa 37 38 39 0.8 O Teorema do Valor Médio O teorema que dá nome a esta seção tem papel central no Cálculo. Inúmeros argu- mentos da teoria e de suas aplicações dependem dele. Do ponto de vista da dinâmica tem a seguinte interpretação: “Durante um movimento retiĺıneo há um instante em que a velocidade instantânea é igual à velocidade média”. Teorema 0.3 (Teorema do Valor Médio). Se f é uma função cont́ınua em [a, b] e de- rivável em (a, b) , então existe c ∈ (a, b) tal que f(b)− f(a) = f ′(c)(b− a) . Algumas Aplicações do Teorema do valor Médio 1. Se f for uma função derivável em um intervalo I e se sua derivada se anula em todos os pontos de I, então f será constante em I. 2. Se f for uma função derivável em um intervalo I e se f ′(x) > 0 em todos os pontos no interior do intervalo I, então f será crescente em I. 3. Se f for uma função derivável em um intervalo I e se f ′(x) < 0 em todos os pontos no interior do intervalo I, então f será decrescente em I. 40 41 42 0.9 Máximos e mı́nimos O assunto desta seção é indispensável e m muitas aplicações. Definição 0.11. Seja f uma função definida num intervalo I. Diz-se que x0 ∈ I é ponto de máximo relativo [ou local] de f , se existe uma vizinhança V de x0 tal que f(x) ≤ f(x0), para todo x ∈ V ∩ I. Neste caso, f(x0) é chamado um valor máximo relativo [ou local] . Se existe uma vizinhança V de x0 tal que f(x) ≥ f(x0), para todo x ∈ V ∩ I, diz-se que x0 é um ponto de mı́nimorelativo [ou local] e f(x0) um valor mı́nimo relativo [ou local] . 43 44 0.10 Gráficos 45 46 47 A noção de Integral O conceito de integral surge de tanto de problemas geométricos quanto de problemas dinâmicos. Embora este assunto possa parecer completa mente independente do caṕıtulo ante- rior, a integral tem uma estreita e surpreendente ligação com a derivada, traduzida pelo Teorema Fundamental do Cálculo. Motivação 1. Área Seja f uma função cont́ınua definida no intervalo fechado [a, b]. Do ponto de vista geométrico, a integral definida de f da esquerda para a direita em [a, b] é definida por ∫ b a f(x)dx = As − Ai 48 onde As é a área da região superior em [a, b] dada por Rs = {(x, y);x ∈ [a, b] e 0 ≤ y ≤ f(x)} e Ai é a área da região inferior em [a, b] dada por Ri = {(x, y);x ∈ [a, b] e f(x) ≤ y ≤ 0}. 2. Dinâmica(Problemas Inversos) Vimos como obter a velocidade a partir da posição: a velocidade no tempo t é igual a inclinação da reta tangente ao gráfico da posição no ponto t. De maneira análoga, vimos como obter a aceleração a partir da velocidade. E quanto ao caminho inverso? Como obter a função posição a partir da função velocidade e, de modo similar, como obter a função velocidade a partir da função aceleração? Do ponto de vista dinâmico, o conceito de integral surgiu para responder esses problemas cinemáticos inversos. Por exemplo, num lançamento vertical de corpo, na ausência de atrito, a integral definida da função aceleração entre os instantes 0 e t é igual a variação da velocidade entre esses dois instantes. Por outro lado, a integral definida da função velocidade entre os instantes 0 e t é igual a variação da posição entre esses dois instantes. 0.11 Integral Sejam f : [a, b] → R uma função limitada e P = {x0, x1, ..., xn} ⊂ [a, b] um conjunto finito de modo que a = x0 < x1 < · · · < xn = b o qual iremos chamar de partição do intervalo [a, b] e denotaremos por P : a = x0 < x1 < · · · < xn = b. Os intervalos [xi−1, xi] são chamados subintervalos da partição P . O comprimento 49 do subintervalo [xi−1, xi] da partição será denotado por ∆xi, ou seja, ∆xi = xi − xi−1, i = 1, 2, ...n. Definição 0.12. Seja P : a = x0 < x1 < · · · < xn = b uma partição do intervalo [a, b]. Os números S(P , f) = n∑ i=1 Mi∆xi, s(P , f) = n∑ i=1 mi∆xi, onde Mi = sup x∈[xi−1,xi] f(x), mi = inf x∈[xi−1,xi] f(x), são chamados, respectivamente, soma superior e sorna inferior da função f relativamente à partição P. Observação 0.6. Observe que s(P , f) ≤ S(P , f). Esta última desigualdade continua válida mesmo que as partições sejam distintas, isto é, se P e Q são partições do intervalo [a, b] então s(P , f) ≤ S(Q, f). No caso em que f(x) ≥ 0, para todo x ∈ [a, b], a soma inferior de é uma aproximação por falta da área sob o gráfico de f . 50 Para funções que satisfazem f(x) ≥ 0, para todo x ∈ [a, b], a soma superior é uma aproximação por excesso da área sob o gráfico de f . Definição 0.13. Sejam Π o conjunto de todas as partições de [a, b] e f : [a, b]→ R uma função limitada , então os números ∫ b a f(x) dx = sup P∈Π s(P , f) e ∫ b a f(x) dx = inf P∈Π S(P , f) são, respectivamente, a integral inferior e a integral superior de f . Se f ; [a, b]→ R é uma função limitada, então ∫ b a f(x) dx ≤ ∫ b a f(x) dx Definição 0.14. Diz-se que uma função f limita da em [a, b] é Riemann integrável ou, simplesmente, integrável em [a, b] se ∫ b a f(x) dx = ∫ b a f(x) dx . Chamamos este valor de integral de f em [a, b] , ou de a a b, e denotamos ∫ b a f(x)dx . 51 Desde o ińıcio desta seção a condição a < b tem sido admitida. Por esta razão , eatabelecemos ∫ a a f(x)dx = 0. Exemplos:(1) Se f(x) = K, x ∈ [a, b], então f é integrável e ∫ b a f(x)dx = K(b− a). De fato, para toda partição P de [a, b] temos S(P , f) = s(P , f) = K(b− a). (2) Se f(x) = x, x ∈ [a, b] então f é integrável e ∫ 1 0 f(x)dx = 1 2 . De fato, consideremos uma partição P : 0 = x0 < x1 < · · · < xn−1 < xn = 1 com xi = i/n, i = 1, 2, ..., n. Assim. ∆xi = 1/n para todo i = 1, 2, ..., n. Deste modo S(P , f) = n∑ i=1 Mi∆xi = n∑ i=1 i n 1 n = 1 n2 n∑ i=1 i = 1 n2 n(n+ 1) 2 = n+ 1 2n De modo análogo, s(P , f) = n∑ i=1 mi∆xi = n∑ i=1 i− 1 n 1 n = 1 n2 n∑ i=1 (i− 1) = 1 n2 (n− 1)n 2 = n− 1 2n . Observe agora que 52 n− 1 2n = s(P , f) ≤ sup P∈Π s(P , f) = ∫ b a f(x) dx ≤ ∫ b a f(x) dx = inf P∈Π S(P , f) ≤ S(P , f) = n+ 1 2n isto é n− 1 2n =≤ ∫ b a f(x) dx ≤ ∫ b a f(x) dx ≤ n+ 1 2n . Assim, fazendo n→∞ conclúımos que 1 2 =≤ ∫ b a f(x) dx ≤ ∫ b a f(x) dx ≤ 1 2 , ou seja, ∫ 1 0 f(x)dx = 1/2. (3) A função f : [a, b]→ R, a < b, definida por f(x) = 1, se x for irracional0, se x for racional não é integrável. De fato, para toda partição P de [a, b] temos s(P , f) = 0 e S(P , f) = b− a. Assim, ∫ b a f(x) dx = 0 6= b− a = ∫ b a f(x) dx Observação 0.7. Nos exemplos anteriores, as funções satisfazem f(x) ≥ 0 em seus domı́nios e a integral corresponde a medida da área compreendida abaixo do gráfico de f e o eixo x. Porém, se f : [a, b]→ R é uma função integrável tal que f(x) ≤ 0, x ∈ [a, b], então ∫ b a f(x)dx ≤ 0 e o número − ∫ b a f(x)dx corresponde a área compreendida acima do gráfico de f e o eixo x. 53 A esta altura é natura l perguntar-se: Existem muitas funções integráveis ? O teorema a baixo dá uma resposta inicial a esta questão. Teorema 0.4. Toda função cont́ınua f : [a, b]→ R é integrável. As proposições a seguir mostram que o conjunto das funções integráveis em um in- tervalo [a, b] é bem maior do que pode sugerir o teorema anterior. Problema 0.2. Toda função monótona f : [a, b]→ R é integrável. Problema 0.3. Se f : [a, b] → R é limitada e tem apenas um número finito de pontos de descontinuidade, então f é integrável Problema 0.4. Se f : [a, b] → [c, d] é integrável e g : [c, d] → R é cont́ınua, então a função h(x) = g(f(x)) é integrável em [a, b]. Observação 0.8. Se uma função f é nula em [a, b] , exceto em um número finito de pontos C1, ..., cn ∈ [a, b] , então f é integrável e∫ b a f(x)dx = 0. 0.12 Propriedades da Integral Na proposição a seguir veremos algumas propriedades elementares da integral. Problema 0.5. Se f, g : [a, b] → [c, d] são funções integráveis e c ∈ R então valem as seguintes afirmações: (1) f + g e cf são integráveis e ∫ b a [f(x) + g(x)]dx = ∫ b a f(x)dx+ ∫ b a g(x)dx ∫ b a cf(x)dx = c ∫ b a f(x)dx (2) Se f(x) ≤ g(x) em [a, b] então ∫ b a f(x)dx ≤ ∫ b a g(x)dx 54 (3) Se c ∈ (a, b) então f é integrável em [a, c] e [c, b] e vale ∫ b a f(x)dx = ∫ c a f(x)dx+ ∫ b c f(x)dx Observação 0.9. Se f : [a, b]→ R é integrável, então definimos ∫ b a f(x)dx = − ∫ a b f(x)dx. Se f, g : [a, b] → R são integráveis, então fg é integrável.Porém, infelizmente, a integral do produto de duas funções em geral não é o produto das suas integrais. Tome por exemplo, f(x) = g(x) = x, x ∈ [−1, 1]. Então 0 = ∫ 1 −1 f(x)dx ∫ 1 −1 g(x)dx 6= ∫ 1 −1 f(x)g(x)dx = ∫ b a x2dx > 0. 0.13 Teorema Fundamental do Cálculo O Teorema Fundamental do Cálculo torna o Cálculo Integral viável, já que a definição de integral, embora engenhosa e bonita, como ferramenta de cálculo é muito enredada. Teorema 0.5 (Teorema Fundamental do Cálculo). Sejam I ⊂ R um intervalo fechado, limitado, não degenerado, f : I → R uma função cont́ınua e F : I → R uma função. As seguintes afirmações são equivalentes: 1. Existe a ∈ I tal que F (x) = F (a) + ∫ x a f(s)ds, x ∈ I 2. F é diferenciável e F ′(x) = f(x) para todo x ∈ I. Definição 0.15. Seja f uma função integrável num intervalo I . Dado a ∈ I, toda função F : I → R da forma F (x) = C + ∫ x a f(s)ds, x ∈ I onde C ∈ R é arbitrário,chama-se integral indefinida de f . 55 As integrais indefinidas de f são usualmente denotadas por ∫ f(x)dx Definição 0.16. Sej a f : I → R, com I ⊂ R um intervalo. Diz-se que F : I → R é uma primitiva da função f se é diferenciável e F ′(x) = f(x), x ∈ I. Pelo Teorema Fundamental do Cálculo, calcular a integral de uma função cont́ınua num intervalo I, equivale ao de encontrar uma sua primitiva. Ou seja, ∫ b a f(x)dx = F (b)− F (a) o qual denota-se ∫ b a f(x)dx = [F (x)]ba . Exemplos: 56 0.14 Duas Fórmulas para o Cálculo de Integrais Apresentaremos nesta seção duas fórmulas para o cálculo de integrais de certas funções, a saber, a fórmula da mudança de variáveis em integrais e a fórmula de in- tegração por partes. 0.14.1 Fórmula da Mudança de Variáveis Sejam f : [a, b] → R cont́ınua e g : [c, d] → R de classe C1, com g([c, d]) ⊂ [a, b]. Então ∫ g(b) g(a) f(x)dx = ∫ b a f(g(t))g′(t)dt. Exemplos: 57 0.14.2 Fórmula de Integração por Partes Um dos artif́ıcios mais bonitos do cálculo integral baseia-se na regra de derivação do produto. É a integração por partes. Se u, v : [a, b]→ R são funções de classe C1 , então ∫ b a u(x)v′(x)dx = [u(x)v(x)]ba − ∫ b a v(x)u′(x)dx. Exemplos: 58 0.15 Algumas aplicações da integral Abaixo são listados três aplicações da integral. 1. Área de conjuntos planos 2. Comprimento de arco 3. Volume de um sólido de revolução Exemplos: 59 Bibliografia [1] Francisco Júlio Sobreira de Araújo Corrêa. Cálculo Diferencial e Integral. EAD- UFPA [2] Francisco Júlio Sobreira de Araújo Corrêa. Introdução à Análise Real . EAD-UFPA [3] David Armando Zavaleta Villanueva. Prinćıpios de Análise e Exerćıcios de Matemática. Editora Livraria da F́ısica. [4] Plácido Zoega Táboas . CÁLCULO EM UMA VARIÁVEL REAL. EdUSP. [5] CÁLCULO I, vol 0,1,2,3. CEDERJ 60 A noção de limite Limite Algumas Propriedades Limites no Infinito e Limites Infinitos Limites Infinitos Limites no Infinito Algumas Propriedades A noção de Derivada Derivada Derivabilidade e Continuidade Regras de Derivação A Regra da Cadeia Derivada da Função Inversa O Teorema do Valor Médio Máximos e mínimos Gráficos A noção de Integral Integral Propriedades da Integral Teorema Fundamental do Cálculo Duas Fórmulas para o Cálculo de Integrais Fórmula da Mudança de Variáveis Fórmula de Integração por Partes Algumas aplicações da integral
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