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Anestesiologia Técnicas Anestésicas TÉCNICAS ANESTÉSICAS MANDIBULARES INTRODUÇÃO Em Odontologia, existem diversos tipos de técnicas anestésicas. As classificações vão de acordo com a região a ser anestesiada, maxilar ou mandibular. • Técnica infiltrativa = são anestesias mais profundas, onde o efeito anestésico irá ocorrer pela infiltração de agentes nos tecidos próximos às terminações nervosas. • Técnica por bloqueio = o agente anestésico vai agir sobre o tronco ou ramo nervoso, bloqueando os estímulos nervosos. Existem dois tipos de bloqueios, sendo ele o bloqueio regional e o bloqueio troncular. BLOQUEIO REGIONAL Nessa técnica, o agente anestésico exerce a função sobre os ramos, promovendo anestesia da região inervada por ele. É mais utilizada quando queremos anestesiar os nervos: • Alveolar inferior • Lingual • Bucal BLOQUEIO TRONCULAR O agente anestésico irá exercer a função sobre o tronco nervoso, gerando insensibilidade de várias áreas de inervação (divisões V2 e V3 do nervo trigêmeo) PALAVRAS – CHAVE = técnica por bloqueio, técnica infiltrativa, nervo trigêmeo, bloqueio regional, bloqueio troncular, pterigomandibular, ANESTESIA PTERIGOMANDIBULAR Seu nome correto é Anestesia por Bloqueio Pterigomandibular. Apresenta duas classificações, sendo elas, a técnica direta e a técnica indireta. É uma técnica anestésica indicada apenas, para a região mandibular. Intervenções em dentes inferiores / tecido ósseo Intervenções em assoalho de boca e mucosa Região lateral da língua Ponta da língua da hemi mandibula • Punção da agulha = na região pterigomandibular / retromolar • Nervos anestesiados = alveolar inferior e nervo lingual. • Observação = para anestesiar o nervo bucal, deve ser feita uma complementação da anestesia. TÉCNICA DIRETA – PTERIGOMANDIBULAR Depressão entre a linha obliqua externa e o ligamento pterigomandibular. Sempre 1cm acima do plano oclusal Dentes da hemi arcada abordada, mucosa vestibular e mucosa lingual Pré-molares do lado oposto a ser anestesiado e plano oclusal de molares inferiores. • Inicialmente, colocar o plano oclusal paralelo ao solo. • Após esse processo, tomar como referência o apoio dos pré-molares do lado oposto a ser anestesiado. • Identificar os pontos de reparo e colocar o dedo sobre a oclusal dos molares inferiores do lado a ser anestesiado, até que toque o vértice do trígono retromolar. • Inserir a agulha longa até que ela toque no osso. • Recuar 1mm e depositar a solução anestésica. • Depositar apenas ¼ do tubete COMPLEMENTAÇÃO DO NERVO BUCAL Para anestesiarmos o nervo bucal, devemos utilizar a agulha curta, fazendo a técnica anestésica infiltrativa, introduzindo na mucosa entre os molares inferiores. O nervo bucal inerva: • Periósteo dos molares inferiores • Tecidos moles da região TÉCNICA INDIRETA – PTERIGOMANDIBULAR Dentes da hemi arcada Mucosa vestibular Mucosa jugal Assoalho de boca Língua Comissura labial Lábio inferior Depositar o anestésico em 3 locais* diferentes *Cada local para um bloqueio Utilização de agulha do tipo LONGA 1ª POSIÇÃO Inicialmente, traçar a bissetriz do ângulo das linhas oblíquas interna e externa. • Ponto de punção = na bissetriz do ângulo entre as linhas. • A seringa deve estar paralela ao plano oclusal, alinhada com a superfície oclusal dos molares inferiores • Introduzir a agulha 5mm mais ou menos, aspirar e injetar ¼ do tubete anestésico. 2ª POSIÇÃO Após realizar a anestesia do nervo bucal, introduzir a agulha por mais 5mm mantendo a seringa na mesma orientação da primeira posição. • Em seguida, aspirar. • Injetar o anestésico até atingir ¼ do tubete • Manter a carpule paralela ao plano oclusal • Retirar quase toda agulha (bisel deve estar dentro da mucosa) 3ª POSIÇÃO A agulha deve estar quase toda para fora da mucosa. • Deslocar a seringa para o lado oposto, de modo que o canhão da carpule fique acima dos pré-molares do lado oposto. • Reintroduzir a agulha até que ela toque o osso (injetar um pouco de anestésico durante a introdução). • Recuar a agulha 1mm, aspirar e injetar o restante do anestésico, cerca de ½ tubete. BLOQUEIO REGIONAL DO N. MENTONIANO O bloqueio regional do nervo mentoniano é feito no fundo de sulco entre os pré-molares. Mucosa vestibular Lábio inferior • Inserção da agulha = paralela ao longo eixo do dente, entre os pré-molares. O bisel deve estar voltado para o osso, com a agulha curta. Depositar o anestésico entre o ápice dos elementos cerca de ¼ do tubete. RAMOS INCISIVOS Para esses ramos, a técnica utilizada é a técnica terminal infiltrativa (ramos terminais do nervo alveolar inferior). São responsáveis por inervar toda a bateria anterior e inferior e a polpa dos dentes desde o primeiro pré-molar até incisivo central. TÉCNICA VAZIRANI AKINOSI Também é conhecida como técnica da boca fechada. Borda anterior do ramo mandibular Plano oclusal dos molares inferiores Borda livre da gengiva marginal dos dentes superiores TÉCNICA • Tracionar os lábios e a bochecha do lado a ser anestesiado. • Os nervos anestesiados são: alveolar inferior, milohioideo, lingual, mentual e incisivo. TÉCNICA DE GOW GATES É um bloqueio do tronco do nervo mandibular, tanto da parte anterior quanto da parte posterior. Auriculotemporal Alveolar inferior Milohioideo Mentoniano Lingual Bucal Incisivo • Ponto de reparo = cúspide palatina do 2º molar superior. A introdução da agulha fica distal ao 2ºMS. TÉCNICA • Traçar uma linha da comissura até o tragus • Palpar a região do côndilo • Introduzir a agulha do lado oposto (muito mais superior) na altura do 2º Molar (ter como referência, a cúspide palatina) até chegar no osso. ______________________________________ OBS: essas são as principais técnicas anestésicas para a região da mandíbula. Porém, existem outras técnicas complementares com algumas indicações mais específicas, na mandíbula. TÉCNICAS COMPLEMENTARES As técnicas complementares para anestesias em mandíbula estão citadas abaixo: Anestesia submucosa Anestesia intraseptal Anestesia intraóssea Anestesia paradental Anestesia intrapulpar Anestesia intraligamentar Anestesia subperióstica 1. ANESTESIA SUBMUCOSA A solução anestésica é depositada no tecido mole que cobre a zona em que será realizado o procedimento (zona de intervenção) → por difusão, através da região, insensibiliza as terminações nervosas livres. Anestesia da mucosa oral Anestesia de tecido conjuntivo subjacente à mucosa Cirurgias de partes moles 2. ANESTESIA INTRASEPTAL A solução anestésica injetada, passa pela estrutura óssea esponjosa e avança para os canalículos e lacunas ósseas → anestesiando as terminações nervosas livres que inervam o alvéolo dental, atingindo o ligamento periodontal. Periodontia Dentística Endodontia 2.1 TÉCNICA → ANESTESIA INTRASEPTAL O primeiro passo é penetrar a agulha pela papila gengival, de modo que a sua ponta penetre no septo ósseo, entre dois dentes. 3. ANESTESIA INTRAÓSSEA O agente anestésico deve ser depositado no osso medular, entre as corticais ósseas. A sua indicação é para casos especiais, não tão comumente usada. 3.1 TÉCNICA → ANESTESIA INTRAÓSSEA Inicialmente, o cirurgião deve realizar uma anestesia submucosa, fazer a incisão da mucosa até o periósteo e deslocar. → em seguida, fazer um orifício na cortical óssea com uma broca. OBS: a trepanaçãoóssea não deve ser de diâmetro maior do que da agulha, a fim de evitar um possível refluxo da solução anestésica. 4. ANESTESIA PARADENTAL A solução anestésica deve ser injetada no ligamento alvéolo-dental, introduzindo a agulha sobre a borda livre da gengiva → lado mesial do dente. A sua indicação é para pacientes hemofílicos. 4.1 TÉCNICA → ANESTESIA PARADENTAL A técnica é simples, apenas posicionar a agulha sob a borda livre da gengiva e injetar a solução anestésica. 5. ANESTESIA INTRAPULPAR Talvez a anestesia mais dolorosa de todas. Consiste em depositar a solução anestésica diretamente na câmara pulpar. Está indicada caso todas as outras técnicas falharem. 5.1 TÉCNICA → ANESTESIA INTRAPULPAR Posicionar a agulha diretamente na polpa dentária e injetar a solução anestésica. É uma técnica extremamente dolorosa. 6. ANESTESIA INTRALIGAMENTAR A agulha entra no sulco gengival, paralelamente, atingindo as fibras periodontais cervicais. Anestesia de apenas 1 dente Injetar a solução sob pressão do LP É uma técnica complementar Injetar apenas 2 a 3 gotas no LP Agulha curta ou extra curta 7. ANESTESIA SUBPERIÓSTICA É responsável por anestesiar a trama fibrosa periostal → junto ao osso ou ao interior dele. 7.1 TÉCNICA → ANESTESIA SUBPERIÓSTICA Penetrar a agulha na mucosa → deve ser a agulha curta, penetrando o mais próximo possível do ápice, numa angulação de 60 a 90° → face vestibular sob o periósteo. _____________________________________________ Anotações Complementares _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________ _________________________
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