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MAT-INVESTIGADOR-PENAL-AULA-O1-MAURO-CESAR (1)

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DIREITO PENAL 
TURMA INVESTIGADOR 
DE POLÍCIA CIVIL RJ 2021 
CURSO INTENSIVO 
AULA 1 
PROFESSOR: Mauro Cesar 
E-MAIL: professormaurocesar@gmail.com 
 
APLICAÇÃO DA LEI 
PENAL NO TEMPO 
 
I - INTRODUÇÃO 
- o estudo da lei penal no tempo é de fundamental importância, pois este instituto atua diretamente na 
tipicidade formal da conduta. 
- primeira – e mais importante questão – é quando, NO TEMPO, um crime se considera praticado. 
- O Código Penal adotou a TEORIA DA ATIVIDADE: o crime é considerado praticado no momento da 
conduta; 
 
“Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado”. 
 
- assim, percebe-se que, a capacidade do agente, bem como se o fato praticado é ou não considerado 
crime, serão analisados no momento da ação/omissão. 
ex 1: se um agente atirou em uma pessoa quando contava com 17 anos de idade e a vítima vier a falecer 
quando o agente já tenha completado a maioridade, o agente responderá como menor. 
ex 2: o agente efetua a ação quando a pena máxima para sua conduta era de 5 anos. Tempos depois a 
lei muda e a pena passa a ser de 7 anos, sendo que a consumação do crime só se dá após a mudança da 
lei. O agente responderá com base na lei em vigor no momento da sua ação/omissão. 
 
 
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II - SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
- em regra, vige o PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL (previsto no art. 1º do Código Penal). 
- excepcionalmente, incidirá o PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA (art. 2º do 
Código Penal) 
 
“Art. 2º 
Parágrafo único – A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.” 
 
II.1 – HIPÓTESES POSSÍVEIS DE SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
a) lei posterior torna TÍPICA conduta que era atípica: IRRETROATIVIDADE, devido ao princípio previsto 
no art. 1°, CP – seria hipótese de novatio legis incriminadora; 
b) lei posterior torna ATÍPICA conduta que era típica: RETROATIVIDADE, devido ao princípio insculpido 
no art. 2º, CP – trata-se de abolitio criminis; 
c) lei posterior mantém a conduta típica, mas com PENA MAIS GRAVE: IRRETROATIVIDADE (art. 1º, CP) – 
seria hipótese de novatio legis in pejus; 
d) lei posterior mantém a conduta típica, mas com PENA MAIS BRANDA: RETROATIVIDADE (art. 2º, CP) – 
seria hipótese de novatio legis in mellius. 
 
 
APLICAÇÃO DA LEI 
PENAL NO ESPAÇO 
 
I – O QUE SERIA ESPAÇO? 
- conceito: “ é composto pela superfície terrestre, espaço aéreo, espaço marítimo e o subsolo de um Estado.” 
- tem ligação com o PRINCÍPIO DA SOBERANIA. 
 
I.1 – TERRITÓRIO BRASILEIRO POR EXTENSÃO 
- Esta previsto no artigo art. 5º, § 1º do CP: 
Art. 5º - 
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de 
natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações 
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em 
alto-mar 
 
I.2 – PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE 
- Esta previsto no artigo 5º, §2º do CP: 
Art. 5º 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de 
propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e 
estas em porto ou mar territorial do Brasil 
- exercício da soberania: como em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente nenhum país exerce soberania, a 
lei penal aplicada aos crimes que lá ocorrerem será a da bandeira da embarcação ou aeronave. 
 
 
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II - PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NO CASO DE CONFLITO 
II.1 – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE 
- a lei penal do lugar do crime será sempre aplicada, cabendo ao Estado 
soberano naquele território apurar, processar e julgar todas as infrações 
penais nele ocorridas, não importando a nacionalidade do agente ou da 
vítima; 
 
II.1.1 – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE MITIGADA ou TEMPERADA 
- o Código Penal Brasileiro, como se vê no caput do artigo 5º, adotou o 
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA OU MITIGADA, pois a lei 
penal brasileira será adotada ao crime cometido no território nacional, SEM 
PREJUÍZO DE CONVENÇÕES, TRATADOS E REGRAS DO DIREITO 
INTERNACIONAL. 
- assim, a regra, princípio da territorialidade, é excepcionada, sendo 
temperada pela INTRATERRITORIALIDADE. 
 
 
 
II.2 – PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE 
- excepcionalmente, poderá ser aplicada a lei estrangeira em fatos ocorridos 
no território do Estado soberano, ou a lei daquele Estado soberano em fatos 
ocorridos em território estrangeiro. 
- isso se dará devido à importância do bem jurídico lesado ou à alguma 
característica diferenciadora do agente ou da própria vítima. 
a) extraterritorialidade incondicionada: está prevista no artigo 7º, § 1º do CP. 
b) extraterritorialidade condicionada: está prevista no art. 7º, §2º do Código 
Penal 
c) extraterritoriliadade hipercondicionada: esta prevista no artigo 7º, §§ 2º e 
3º do artigo 7º do Código Penal. 
- aplicam-se, genericamente, aos crimes cometidos por estrangeiro contra 
brasileiro FORA do Brasil. 
 
 
III – CONTRAVENÇÕES PENAIS E LEI PENAL NO ESPAÇO 
- para as contravenções penais tal estudo não importa, na medida em que não haverá a 
aplicação das leis penais brasileiras às contravenções penais ocorridas no estrangeiro, e vice-
versa. 
 
 
 
 
IV - LOCAL DO CRIME 
- O Código Penal adotou a TEORIA DA UBIQUIDADE: local do crime é aquele no qual se realizou a prática 
de qualquer ato executório ou aquele local no qual o resultado se produziu. 
 
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo 
ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. 
 
 
 
. 
 
 
 
MUITA ATENÇÃO 
NÃO SE APLICA O PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE às 
contravenções penais. 
ATENÇÃO – MÉTODO MNEMÔNICO 
ESTAMOS EM UMA LUTA PARA SERMOS APROVADOS! 
LU – LUGAR: ubiquidade 
TA – TEMPO: atividade 
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TEORIA GERAL DA 
INFRAÇÃO PENAL 
 
I – Conceito de crime: 
- no Brasil, adota-se o CONCEITO ANALÍTICO, TRIPARTIDO OU ESTRATIFICADO DE CRIME. 
- leva em consideração os elementos que compõem a infração penal. 
- os elementos do crime são FATO TÍPICO, ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE) e CULPABILIDADE. 
II – Sujeitos Ativo e Passivo do Crime 
II.1 – Sujeito Ativo 
- é aquele que comete a infração penal. 
a) qualquer pessoa pode figurar como sujeito ativo? 
- não. Apenas as pessoas físicas com 18 anos completos e capazes. 
b) pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo? 
- os Tribunais Superiores entendem que, no que pese serem entes autônomos e distintos dos seus 
membros, as pessoas jurídicas não praticam crimes. 
- não obstante, elas podem ser responsabilizadas por crimes ambientais. 
 
 
 
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II.2 – Sujeito Passivo 
- é a pessoa ou ente que sofre as consequências da infração penal. 
a) quem pode figurar como sujeito passivo da infração penal? 
- qualquer pessoa física ou jurídica ou ente destituído de personalidade 
jurídica pode ser sujeito passivo. 
ex. coletividade. 
OBS: crime vago – é aquele crime no qual o sujeito passivo é o ente 
destituído de personalidade. 
 
II.2.1 – Espécies de sujeito passivo 
a) formal ou constante: é o Estado, interessado na manutenção da paz 
pública e da ordem social. 
b) material ou eventual: é o titular do bem jurídico lesado ou colocado em 
risco. 
 
III – Objetos Material e Jurídico 
a) objeto material: é a PESSOA ou COISA, sobre a qual RECAI a conduta criminosa. 
- nem sempre o objeto material será o sujeito passivo. 
Ex: homicídio (o objeto material – pessoa - será o mesmo que o sujeito passivo -pessoa). 
Ex 2: furto (o objeto material – carteira - não será o mesmo que o sujeito passivo - proprietário). 
 
b) objeto jurídico: traduz o interesse tutelado pela norma incriminadora. 
- normalmente está no Título /Capítulo do Código Penal a que pertence o crime. 
Ex1: (art. 213 do CP) estupro – Crimes contra a Dignidade sexual. 
Ex2: (art. 157 do CP) roubo – Crimes contra o Patrimônio 
OBS1 : crime pluriofensivo – é aquele que lesa ou expõe a perigo mais de um bem jurídico tutelado 
ex. latrocínio - ofensa a vida e ao patrimônio. 
 
 
 
 
ATENÇÃO 
CRIMES SEM OBJETO MATERIAL – falso testemunho e ato obsceno 
- NÃO EXISTE crime sem objeto jurídico 
 
CRIME 
 
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I – SISTEMAS CLASSIFICATÓRIOS DA INFRAÇÃO PENAL 
- O crime é composto do FATO ATÍPICO + ANTIJURIDICIDADE + CULPABILIDADE 
II – FATO TÍPICO 
- CONCEITO: é um fato humano que consistiria em uma conduta produtora de resultado, ajustando-
se formal e materialmente ao tipo penal. 
- é composto por alguns elementos: CONDUTA, RESULTADO, NEXO DE CAUSALIDADE e TIPICIDADE. 
II.1 – Elementos do Fato Típico 
A – CONDUTA/ AÇÃO 
- atualmente, nosso ordenamento jurídico adota a TEORIA FINALISTA DA AÇÃO. 
- a maioria da doutrina no Brasil adotou a TEORIA FINALISTA DA AÇÃO. 
- para os finalistas, a conduta é um COMPORTAMENTO HUMANO VOLUNTÁRIO 
PSIQUICAMENTE DIRIGIDO A UM FIM ILÍCITO. 
A.1 – Hipóteses de ausência de conduta 
a) caso fortuito e força maior: não é um movimento dominado pela vontade, excluindo-se 
a voluntariedade do agente. 
b) estados de inconsciência: também afastam a voluntariedade da conduta. 
Ex: sonambulismo. 
 
 
 
c) movimentos reflexos: não há voluntariedade, excluindo-se a conduta. 
Obs: se houver premeditação (ex: colocar o dedo na parede para tomar choque, não haverá a 
exclusão da conduta). 
d) coação física irresistível: exclui, da mesma maneira, a conduta do agente e, por conseguinte, 
a tipicidade. 
 
A.2 – Conduta comissiva 
- nesse caso, o agente pratica um crime através de um AGIR, desrespeitando um tipo proibitivo 
(é aquele que proíbe algumas condutas, protegendo os bens jurídicos mais importantes). 
- para desrespeitá-lo, o agente realiza uma ação que estava proibida na lei. 
 
A.3 – Conduta omissiva 
- nesse caso, o agente pratica um crime através de um DEIXAR DE AGIR, quando deveria ter 
agido., desrespeitando um tipo mandamental (é aquele através do qual o direito penal protege 
bens jurídicos determinando a realização de condutas valiosas). 
- para desrespeitá-lo, o agente deixa de realizar uma ação determinada pela lei. 
 
 
B - RESULTADO 
B.1 - Conceito 
- alteração no mundo jurídico, decorrente da conduta do agente, e que com 
ela guarda relação de causa e efeito. 
B.2 – Espécies de Resultado 
a) resultado normativo: é a relevante lesão ou perigo de lesão ao bem 
jurídico tutelado. 
- todo crime possui resultado normativo. 
b) resultado naturalístico: é a própria alteração física, visível, no mundo 
exterior. 
- nem todo crime possui resultado naturalístico. 
B.3 – Qual é o resultado que integra o fato típico? 
- a doutrina moderna entende que é o RESULTADO NORMATIVO 
 
 
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C – NEXO DE CAUSALIDADE 
- o nexo causal é o elo entre a conduta e o resultado. 
- ele pressupõe dois momentos distintos, que são o da causação e o da imputação do 
resultado. 
- Nesse ponto do estudo, analisaremos o nexo de causalidade no que tange à CAUSAÇÃO DO 
RESULTADO. 
 
C.1 – Causa 
- CAUSA é toda AÇÃO ou OMISSÃO sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
C.1.1 - Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais (teoria da “conditio sine qua non”) – 
artigo 13 do Código Penal 
- assim, “todos os fatos antecedentes ao resultado se equivalem, desde que indispensáveis à 
sua ocorrência”, segundo o professor Rogério Greco. 
- neste momento, o operador do direito deverá analisar o vínculo entre a ação e o resultado 
naturalístico decorrente dela. 
 - porém, para evitar-se o que os doutrinadores chamam de “regresso ao infinito”, a teoria da 
“conditio sine qua non” deverá ser analisada conjuntamente com a teoria da eliminação 
hipotética dos antecedentes causais. 
 
 
 
C.1.2 – Processo Hipotético de Eliminação de Thyrén 
- devemos retroceder, no máximo, até a primeira vontade livre e consciente 
que produziu o resultado. 
- a partir daí, tudo que levar à produção do resultado será considerado causa. 
- antes desse marco temporal, não haverá responsabilidade penal. 
- segundo essa teoria, devemos fazer uma operação mental e, nela, suprimir 
a conduta do agente. 
- se o resultado deixar de ocorrer é porque a ação do sujeito deve ser 
considerada causa, o que poderá resultar em responsabilização penal. 
- se suprimida mentalmente a ação do sujeito, o resultado continuar 
ocorrendo, então a ação do sujeito não será considerada causa. 
causas independentes, sejam elas absolutas, sejam elas relativas. 
 
 
D - TIPICIDADE PENAL 
D.1 – Doutrina Majoritária 
- O elemento tipicidade é composto pela TIPICIDADE FORMAL + TIPICIDADE 
MATERIAL 
a) tipicidade formal - é a adequação perfeita da conduta do agente ao tipo 
penal em abstrato. 
b) tipicidade material - relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico 
tutelado. 
- no caso de lesões insignificantes, materialmente falando, não haveria que se 
falar em tipicidade material (PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA). 
D.2 – Tipicidade Conglobante 
 - para o STF, a tipicidade penal seria composta pela TIPICIDADE FORMAL + 
TIPICIDADE CONGLOBANTE. 
- a TIPICIDADE CONGLOBANTE é um corretivo da tipicidade penal. 
 
 
 
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D.2.1 - Requisitos 
- tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem 
jurídico) 
- antinomartividade do ato (ato não determinado ou incentivado por lei). 
 
 
 
 
- assim, a tipicidade conglobante demandaria a soma de uma lesão 
significativa ao bem jurídico tutelado com a conduta do agente ser 
contrária a todo o ordenamento jurídico, e não apenas às leis penais. 
 
 
TIPICIDADE CONGLOBANTE 
TIPICIDADE MATERIAL + ANTINORMATIVIDADE 
 
 
ANTIJURIDICIDADE 
(Ilicitude) 
 
 
ANTIJURIDICIDADE (Ilicitude) 
I – Conceito 
- é a relação de contrariedade entre um fato típico e o ordenamento 
jurídico. 
- quando estiver presente alguma causa que afasta a antijuridicidade, 
esta não estará presente, sendo a conduta normativa. 
 
II – Exigência do elemento subjetivo nas causas de justificação 
- para restar configurada uma das causas de justificação, não basta 
apenas a presença de seus requisitosobjetivos. Além disso, o agente 
que atuou nesse sentido deverá ter a consciência de que está 
atuando amparado por essa excludente da antijuridicidade. 
 
 
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III – Excesso nas causas de justificação 
- o excesso nas causas de justificação, sendo doloso ou culposo, será punido, conforme 
preleciona o parágrafo único do artigo 23 do Código Penal, verbis: 
 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
(...) 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
 
- vale ressaltar que condutas completamente desproporcionais afastam por completo a 
aplicação das causas de justificação, como no exemplo de um adolescente que furta um 
lápis em uma papelaria e é repelido, pelo segurança, com um tiro na cabeça. 
 
IV – Consequências 
- presente uma das causas de justificação (excludentes da antijuridicidade), não 
haverá mais que se falar no estudo do crime pois, segundo seu conceito 
analítico, crime é todo fato típico, antijurídico e culpável. 
 
 
 
V – Consentimento do Ofendido 
- é considerado causa supralegal de exclusão da antijuridicidade. 
V.1 – Requisitos para o consentimento válido 
a) capacidade jurídica do ofendido: ele deverá ter maturidade e sanidade mental; 
b) bem disponível: o ofendido não poderá abrir mão da proteção do Estado no caso de bens 
indisponíveis; 
c) consentimento anterior ou concomitante à conduta; e 
d) manifestação de vontade idônea e clara: a vontade do ofendido não poderá estar maculada por 
coação, erro, fraude ou por qualquer outro defeito previsto na lei civil. 
 
VI – Legítima Defesa (artigo 25 do CP) 
- conceito: é aquela resposta apta a repelir de si ou de outrem uma agressão atual e ilegítima 
 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem 
 
- trata-se de uma reação imediata do ofendido, que atua concomitantemente à agressão que está 
ocorrendo ou na iminência de ocorrer, para fazer cessar tal agressão injusta. 
 
 
 
 
VI.1 – Requisitos objetivos da legítima defesa 
a) agressão injusta; 
b) agressão atual ou iminente; 
c) uso moderado dos meios necessários; 
d) proteção ao direito próprio ou alheio. 
OBS 1: ataque de animais – em regra, não há que se falar em legítima defesa, 
mas sim estado de necessidade. 
- no entanto, se o dono do animal estiver utilizando este para atacar alguém, 
e este alguém, ou terceiro, repelir tal agressão injusta, será considerado 
legítima defesa; 
 
OBS2: agressão injusta – é aquela não amparada por TODO o ordenamento 
jurídico. - ela deve ser apta a lesionar ou por em perigo o bem jurídico 
tutelado. 
 
 
 
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VI.2 – Uso moderado dos meios necessários 
- o agente deverá utilizar os meios disponíveis para cessar a agressão 
injusta (análise diante do caso concreto). 
- a proporcionalidade deverá estar presente. 
OBS 1: meios necessários – são os meios indispensáveis e suficientes 
para o exercício eficaz de defesa. 
- havendo mais de um, será considerado necessário aquele que evite a 
agressão e que ocasione menor lesão ao agressor. 
OBS 2: uso moderado – será aferido analisando-se o emprego dos meios 
disponíveis e a intensidade da agressão sofrida. 
- acaso se exceda no uso da legítima defesa, o agente responderá pelo 
excesso, conforme explicado em aulas passadas, nos moldes do artigo 
23, parágrafo único do Código Penal. 
 
 
VII – Estado de Necessidade 
- o agente pratica uma conduta típica. Como há dois interesses protegidos pelo Direito, aceita-se o sacrifício 
de um para salvaguardar o outro, já que é impossível, diante do caso concreto, salvar todos os bens jurídicos 
em perigo. 
 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não 
provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
 
- no Brasil, estará em estado de necessidade quem sacrificar um bem de igual ou menor valor do que o bem 
preservado. 
- quando o bem sacrificado for de maior valor do que o bem protegido, o parágrafo 2º do artigo 24 prevê a 
atenuação da culpabilidade do agente, após a ponderação dos bens envolvidos na conduta que ensejou o estado de 
necessidade. 
 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um 
a dois terços. 
VII.2 – Requisitos objetivos do estado de necessidade 
a) provocação involuntária do perigo – aquele que, por sua vontade, provocou o perigo, não poderá invocar a 
justificante do estado de necessidade. 
- vontade é DOLO (quem causou culposamente poderá invoca-lo). 
 
 
 
 
b) existência de perigo inevitável e atual: deverá haver uma probabilidade concreta de dano ao bem 
jurídico tutelado. 
OBS 1: perigo inevitável – não permite outro meio de fuga, tendo o agente, como única alternativa para 
proteger o bem em perigo, sacrificar outro bem jurídico. 
OBS 2: perigo atual – é o que está ocorrendo, é o perigo presente. 
- aqui o legislador não abarcou o perigo iminente, mas apenas o atual. 
 
c) ausência de dever legal de enfrentar o perigo; 
 
Art. 24. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
 
- o direito não transforma os ocupantes de certas carreiras em super-heróis; 
- no caso concreto, se ficar constatado a total impossibilidade de se proteger o bem jurídico tutelado, o 
estado de necessidade também poderá afastar a antijuridicidade da conduta. 
 
d) salvaguarda de direito próprio ou alheio 
- o perigo poderá atingir bens próprios ou de terceiros, sendo possível que o agente atue sacrificando 
um bem jurídico para proteger outro, de terceiro. 
- não se exige nenhuma relação jurídica entre o salvador e o proprietário do bem jurídico salvaguardado. 
 
 
 
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VIII – Estrito cumprimento de um dever legal 
- está previsto no artigo 23, III do Código Penal. 
Art. 23. Não há crime quando o agente pratica um fato: 
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá 
pelo excesso doloso ou culposo 
VIII.1 – Análise Jurídica 
- o dever de agir deverá estar previsto em lei, e seu cumprimento deverá respeitar 
os princípios da PROPORCIONALIDADE e da RAZOABILIDADE. 
- não serão aceitos abusos e nem excessos, conforme previsto no parágrafo único. 
Ex 1: oficial de justiça que penhora um bem, retirando-o da casa de um cidadão; 
Ex 2: servidor responsável pelo cumprimento de um mandado de prisão, que retira 
a liberdade de outrem, não comete crime, pois está amparado em uma causa 
excludente da antijuridicidade. 
 
 
 
VIII.2 – Atuação da polícia e estrito cumprimento de um dever legal 
- a atuação de policiais que se defendem da resistência de bandidos é 
hipótese de LEGÍTIMA DEFESA. 
 
VIII.3 – Funcionário público e estrito cumprimento de um dever legal 
 - o agente deverá atuar, sempre, respeitando a lei, dentro dos limites da 
razoabilidade e da proporcionalidade, sob pena de responder 
criminalmente por isso. 
 
IX – Exercício Regular de um Direito 
- o direito exercido conforme previsto e fomentado pela lei, desde que 
respeitados os parâmetros legais, não será considerado crime. 
Ex: defesa daposse, previsto no artigo 1210, § 1º do Código Civil. 
 
 
 
 
CULPABILIDADE 
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I - Conceito 
- a culpabilidade é o terceiro substrato do crime (Teoria Tripartite). 
- é o juízo de reprovabilidade extraído de como o sujeito ativo se posicionou, pelo seu 
consentimento e querer, diante do episódio com o qual se envolveu. 
 
II – Teoria Limitada da Culpabilidade 
- tem base finalista. 
- é composta dos seguintes elementos: 
a) imputabilidade 
b) exigibilidade de conduta diversa 
c) potencial consciência da ilicitude 
 
III – Elementos da Culpabilidade 
III.1 – Imputabilidade 
- trata-se da capacidade de imputação, o conjunto de condições pessoais que conferem ao 
sujeito ativo a capacidade de discernimento e compreensão, para entender seus atos e 
determinar-se conforme esse entendimento. 
 
 
 
III.1.1 – Sistemas de imputabilidade 
a) sistema biológico: leva em conta somente o desenvolvimento 
mental do agente. 
- não considera sua capacidade de entendimento e autodeterminação 
no momento da conduta. 
- para tal sistema, todo louco é inimputável. 
b) sistema psicológico: é exatamente o oposto do biológico. 
- o que não importa para o biológico importa para o psicológico. 
- tal sistema considera apenas se o agente, no momento da conduta, 
tem ou não capacidade de entendimento e autodeterminação; 
- não se importa com o desenvolvimento mental do agente 
 
c) sistema biopsicológico: considera inimputável aquele que, em 
razão de sua condição mental era, ao tempo da conduta, 
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. 
 
 
 
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ATENÇÃO 
O BRASIL ADOTOU O SISTEMA BIOPSICOLÓGICO COMO REGRA! 
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III.1.2 – Hipóteses de inimputabilidade (não imputabilidade). 
a) anomalia psíquica: está prevista no caput do artigo 26, CP. 
 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado (BIOLÓGICO), era, ao 
tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento 
(PSICOLÓGICO).(g.n.) 
 
- o Brasil adotou o critério BIOPSICOLÓGICO. 
- o agente, no momento da conduta, deve ser incapaz de entender o caráter 
ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento. 
OBS 1: doença mental – essa expressão deve ser tomada em sua maior 
amplitude e abrangência, isto é, qualquer enfermidade que venha debilitar as 
funções psíquicas. 
 
 
 
OBS 2: consequências da inimputabilidade – o agente será denunciado, responderá ao 
processo e receberá uma SENTENÇA ABSOLUTÓRIA IMPRÓPRIA, que resultará na 
imposição de uma MEDIDA DE SEGURANÇA. 
 
OBS 3: semi-imputabilidade – está prevista no parágrafo único do artigo 26 do CP. 
 
Art. 26. 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de 
perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não 
era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento 
 
- o semi-imputável também será denunciado, sofrerá um processo e, caso seja condenado, o 
juiz poderá optar pela DIMINUIÇÃO DA PENA ou pela aplicação da MEDIDA DE SEGURANÇA. 
- trata-se do SISTEMA VICARIANTE. 
 
 
b) idade do agente: está prevista no artigo 27 do CP 
 
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às 
normas estabelecidas na legislação especial 
 
- aqui, o critério adotado foi o SISTEMA BIOLÓGICO, considerando que não importa se o agente 
tinha a consciência do caráter ilícito do fato, bastando a idade do agente. 
 
OBS 1: emancipação – eventual emancipação civil não retira a PRESUNÇÃO ABSOLUTA de 
inimputabilidade na órbita penal. 
OBS 2: emoção e paixão – não excluem a imputabilidade penal 
 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: 
I - a emoção ou a paixão. 
c) embriaguez acidental completa: art. 28 do CP 
 
 
 
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III.2 – Potencial Consciência da Ilicitudade 
- outro pressuposto (ou elemento) da culpabilidade é a potencial consciência da ilicitude. 
- trata-se da POSSIBILIDADE DE O AGENTE CONHECER O CARÁTER ILÍCITO DO SEU 
COMPORTAMENTO. 
 
III.2.1 – Hipótese de exclusão 
- ocorrerá no ERRO DE PROIBIÇÃO, previsto no artigo 21 do CP. 
 
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, 
isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência 
da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. 
 
OBS: inescusabilidade do desconhecimento da lei – o erro de proibição não pode ser 
confundido com o mero desconhecimento da lei. 
 
 
III.3 – Exigibilidade de Conduta Diversa 
- exige-se que o agente, nas circunstâncias de fato, tivesse possibilidade de realizar outra conduta de 
acordo com o ordenamento jurídico. 
 
III.3.1 – Hipóteses de Exclusão 
a) coação irresistível – está prevista na primeira parte do artigo 22 do CP 
 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível (...) só é punível o autor da coação ou da ordem 
a.1) requisitos 
- a coação deve ser MORAL, uma vez que a coação física exclui a conduta. 
- a coação moral deve ser IRRESISTÍVEL. 
- se a coação for resistível, poderá figurar como ATENUANTE DA PENA (art. 65, III, “c”, CP) 
 
a.2) consequências: só será punível o AUTOR DA COAÇÃO, nos termos do art. 22 do CP. 
- o autor será punido como AUTOR MEDIATO. 
ex: Mévio coagiu moral e de forma irresistível Tício para matar Caio, e Tício praticou o delito. 
- somente Mévio será punido, como autor mediato. 
 
 
b) obediência Hierárquica – está prevista na segunda parte do artigo 22 do CP. 
 
Art. 22 - Se o fato é cometido (...) em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, 
só é punível o autor da coação ou da ordem 
 
b.1) requisitos 
- ordem de superior hierárquico: é a manifestação de vontade do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é 
subordinado, no sentido de que realize uma conduta. 
OBS: a subordinação doméstica (pai e filho), eclesiástica (bispo e sacerdote) ou privada (diretor e secretária) não configuram 
causas de exclusão do art. 22 do CP. 
- a pessoa tem que deter uma função pública e a ordem deve ser emitida no âmbito público. 
- ordem não manifestamente ilegal: não claramente ilegal. 
 
b.2) consequências: o art. 22, CP afirma que somente é punível o autor da ordem. 
- do subordinado não é exigível conduta diversa, observando-se que o autor da ordem será punido como autor mediato. 
 
 
 
 
 
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ATENÇÃO 
As causas excludentes da culpabilidade são chamadas DIRIMENTES ou EXCULPANTES, 
enquanto as causas de exclusão da antijuridicidade são chamadas DESCRIMINANTES ou 
JUSTIFICANTES. 
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CONCURSO DE PESSOAS 
 
 
 
CONCURSO DE PESSOAS 
 
I – Conceito 
- ocorrerá quando mais de uma pessoa concorrer para o mesmo evento criminoso. 
 
II – Classificação dos crimes quanto ao concurso de pessoas 
II.1 – CrimeMonossubjetivo 
- poderá ser cometido por uma ou mais pessoas. 
- trata-se crime de CONCURSO EVENTUAL. 
- é a REGRA no Código Penal. 
ex. homicídio, furto, roubo, estupro, calúnia, etc. 
 
 
II.2 – Crime Plurissubjetivo 
- exige a participação de várias pessoas, somente podendo ser cometido desta maneira. 
- é crime de CONCURSO NECESSÁRIO, dividindo-se em três espécies: 
a) de condutas paralelas: as várias condutas dos vários agentes se auxiliam mutuamente. 
ex: associação criminosa (art. 288 do CP). 
b) de condutas contrapostas: as condutas dos vários agentes são praticadas umas contra as outras. 
ex: rixa (art. 137 do CP). 
c) de condutas convergentes: as condutas se encontram e, desse modo, nasce o crime. 
ex: antigo adultério 
OBS: importância do concurso de pessoas – iremos estudar o concurso de pessoas para os DELITOS 
MONOSSUBJETIVOS, já que nos crimes plurissubjetivos a pluralidade de pessoas já é elementar do 
crime. 
 
 
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III – Autor 
- a teoria que prevalece é a TEORIA RESTRITIVA ou OBJETIA 
- autor é aquele que pratica a conduta descrita no tipo penal. 
ex. no homicídio é quem mata; no furto é quem subtrai; no estupro é quem 
realiza os atos, etc. 
 
OBS: teoria do domínio do fato – autor é quem tem o domínio final sobre o 
fato; é quem tem o poder de decisão. 
ex. no homicídio é quem manda matar. 
 
 
 
 
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ATENÇÃO 
- é a teoria adotada pela doutrina moderna, somente tendo aplicação nos CRIMES 
DOLOSOS. 
IV – Coautor 
- estará presente quando ocorrer uma pluralidade de autores. 
- quando tem um agente cometendo o fato, é AUTOR. 
- quando tem mais de um, é COAUTOR. 
 
OBS: teorias adotadas 
a) teoria restritiva - coautor nada mais é do que a pluralidade de agentes praticando o núcleo do tipo 
penal. 
ex. art. 121, CP: A e B matam. 
- se o A mata e B somente auxilia, B não é coautor. 
b) teoria do domínio do fato – coautoria é a pluralidade de agentes com o poder de decisão. 
ex. autor é quem determina o homicídio. 
- se mais de um agente determina o homicídio, ambos são coautores. 
 
OBS 2: coautoria em crime de mão própria 
- o crime de mão própria não admite coautoria, considerando que não admite divisão de tarefas. 
- é o chamado CRIME DE CONDUTA INFUNGÍVEL. 
- o crime de mão própria admite somente participação. 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
OBS: advogado e crime de falso testemunho 
a) doutrina tradicional – é crime de mão própria, não admitindo coautoria. 
- logo, o advogado responderá como PARTÍCIPE do delito. 
 
b) STF – não ignora que o falso testemunho seja crime de mão própria, mas admite coautoria. 
- assim, o advogado é COAUTOR do crime de falso testemunho. 
- adotou a TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO. 
 
 
CRIME AGENTE CONCURSO DE PESSOAS 
COMUM não exige condição especial admite coautoria e participação 
PRÓPRIO exige condição especial admite coautoria e participação 
DE MÃO PRÓPRIA exige condição especial admite apenas participação 
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V – Partícipe 
V.1 – Conceito 
- partícipe é o COADJUVANTE do crime. 
- é aquele que não realiza, nem direta, nem indiretamente o verbo núcleo do tipo, mas sim uma CONDUTA 
ACESSÓRIA. 
V.2 – Espécies de participação 
a) moral – o partícipe INDUZ ou INSTIGA o autor do crime 
b) material – o partícipe presta ASSISTÊNCIA ao autor do crime, auxiliando o mesmo. 
OBS: como já dito, para a teoria extensiva, não existe a figura do partícipe. 
 
V.3 – Teorias da Participação 
- a participação não integra a conduta típica, sendo alcançada pela norma de extensão do artigo 29 do CP. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida 
de sua culpabilidade. 
Ex: A, auxiliado por B, mata C. 
- para B ser punido, devemos aplicar a TIPICIDADE INDIRETA, utilizando-se a norma do artigo 29 do CP. 
- A, por sua vez, será punido através da TIPICIDADE DIRETA. 
 
 
 
 
V.3.1 – Teoria da Acessoriedade Mínima 
- a punição da participação depende apenas de um fato TÍPICO. 
V.3.2 – Teoria da Acessoriedade Média ou Limitada 
- a punição do partícipe depende de um fato principal TÍPICO e ILÍCITO, não necessariamente 
culpável. 
V.3.3 – Teoria da Acessoriedade Máxima 
- a punição da participação depende de um fato principal TÍPICO, ILÍCITO e CULPÁVEL. 
V.3.4 – Teoria da Hiperacessoriedade: 
- a punição da participação depende de um fato principal TÍPICO, ILÍCITO, CULPÁVEL e PUNÍVEL. 
OBS 1: teoria adotada – prevalenece na doutrina e na jurisprudência que o Código Penal 
adotou a TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA. 
 
OBS 2: induzimento de menor inimputável ao cometimento de crime – o maior responderá 
como AUTOR MEDIATO, já que o adolescente servirá como instrumento do maior que o 
induziu. 
 
 
VI – Autoria Mediata 
- autor mediato é aquele que, SEM REALIZAR DIRETAMENTE A CONDUTA 
DESCRITA NO TIPO, comete o fato punível, como personagem principal, por 
intermédio de outra pessoa, usada como seu instrumento para o 
cometimento do crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATENÇÃO 
o autor mediato realiza a conduta indiretamente 
AUTOR MEDIATO PARTÍCIPE 
não realiza o verbo do tipo não realiza o verbo do tipo 
personagem principal personagem coadjuvante 
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VI.1 – Hipóteses de Autoria mediata 
a) erro determinado por terceiro: previsto no art. 20, §2º do CP; 
Art. 20: 
(...) 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
b) coação moral irresistível: previsto no art. 22, primeira parte do CP); 
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível (...), só é punível o autor da 
coação. 
c) obediência hierárquica: prevista no art. 22, segunda parte do CP; 
Art. 22 - Se o fato é cometido em estrita obediência a ordem, não manifestamente 
ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor (...) da ordem. 
d) caso do instrumento impunível: previsto no art. 62, III do CP 
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: 
(...) 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal 
- é hipótese de agravante de pena. 
 
 
VII – Autor de Escritório 
- é uma forma especial de autoria mediata. 
- pressupõe uma máquina de poder determinando a ação de funcionários, aos quais, no entanto, não 
podem ser considerados meros instrumentos nas mãos dos “chefões”. 
- o autor de escritório tem PODER HIERÁRQUICO sobre seus funcionários. 
- é hipótese TÍPICA DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. 
VIII – Requisitos do Concurso de Pessoas 
a) pluralidade de agentes – por óbvio, faz-se necessário mais de um agente para a prática do delito; 
b) relevância causal das várias condutas – as condutas de cada um dos agentes devem ser relevantes; 
c) liame subjetivo entre os agentes – é necessário observar que o concorrente deverá ter a consciência 
de que coopera e colabora para o ilícito, convergindo sua vontade ao ponto comum da vontade dos 
demais participantes. 
 
 
 
 
Obs: homogeneidade de elementos subjetivos – é IMPRESCINDÍVEL!!! 
- assim, não haverá participação culposa em crime doloso, nem participação dolosa em crime culposo. 
 
 
 
ATENÇÃO 
apesar de possível, não é exigido acordo prévio entre os agentes 
IX – Autoria Colateral 
- quando houver ausência de liame subjetivo, o concurso de pessoas desaparecerá, e haverá 
AUTORIA COLATERAL. 
Ex: A e B querem matar a vítima C. 
- ambos, sem combinar e sem saber da presença no local um do outro,atiram na vítima C. 
- nos exames, fica comprovado que a vítima morreu em face do disparo de A. 
- A responderá pelo homicídio e B pela tentativa. 
- haverá autoria colateral quando dois agentes convergirem em suas condutas para a prática de 
um fato delituoso, mas sem atuar unido pelo liame subjetivo. 
 
X – Autoria Incerta 
- ocorrerá quando, no mesmo caso da autoria colateral, não for possível determinar qual dos 
comportamentos causou o resultado. 
EX: no mesmo exemplo anterior, ocorrerá a autoria incerta quando não for possível precisar 
qual disparo matou C. A e B responderão pela tentativa. 
 
 
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XI – Consequências do Concurso de Pessoas: 
a) teoria unitária ou monista – haverá uma pluralidade de agentes, 
com pluralidade de condutas, sendo que todos responderá pela 
MESMA INFRAÇÃO PENAL. 
- é a REGRA prevista no art. 29 do CP. 
 
b) teoria pluralista – haverá pluralidade de condutas, com pluralidade 
de agentes e os agentes deverá ser punidos com PENAS e TIPOS 
PENAIS DIVERSOS 
- é a EXCEÇÃO. 
ex. art. 124 e 126, CP: gestante que consente o aborto e terceiro 
provocador; corrupção ativa e corrupção passiva. 
 
 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
 
 
CONCURSO DE CRIMES 
I – Introdução 
- ocorrerá quando o agente, mediante uma ou mais condutas, realizar uma PLURALIDADE DE 
CRIMES. 
- poderá ocorrer entre infrações penais de qualquer espécies (crime omissivo, comissivo, 
culposo, doloso, tentado, consumado, simples, qualificado, etc). 
 
II – Concurso Material (artigo 69 do Código Penal) 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade 
em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de 
detenção, executa-se primeiro aquela. 
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de 
liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição 
de que trata o art. 44 deste Código. 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá 
simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
- também é chamado de CONCURSO REAL de crimes. 
 
 
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II.1 – Requisitos 
a) pluralidade de condutas 
b) pluralidade de crimes. 
 
II.2 – Espécies 
a) homogêneo – ocorrerá uma pluralidade de crimes da mesma espécie. 
ex: dois ou mais homicídios 
b) heterogêneo – ocorrerá uma pluralidade de crimes de espécies distintas. 
ex: homicídio e estupro 
 
II.3 – Regras para a fixação da pena 
- o juiz aplicará o sistema do CÚMULO MATERIAL. 
- primeiro ele individualizará a pena de cada um dos crimes e depois somará todas 
as penas. 
 
 
III – Concurso Formal (artigo 70 do Código Penal) 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes 
resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste 
Código 
- esta regra do concurso formal foi criada para beneficiar o agente. 
 
III.1 – Requisitos 
a) unidade de conduta: essa conduta poderá ser dividida em vários atos. 
b) pluralidade de crimes. 
ex 1: A conduzindo automóvel, atropela B e C, causando a morte dos pedestres. - tenho a ocorrência do 
art.302 do CTB por duas vezes, aplicando-se a regra do concurso formal de crimes. 
ex 2: A entra em um ônibus e, mediante grave ameaça, rouba pertences dos passageiros. 
OBS: roubo em coletivo - de acordo com STF: roubo em coletivo, temos uma só conduta, dividida em 
vários atos. 
 
 
III.2 – Espécies de Concurso Formal 
a) homogêneo – ocorrerá quando os crimes, decorrentes de uma única conduta, forem da mesma espécie. 
ex: vários roubos em um ônibus. 
b) heterogêneo – ocorrerá quando os crimes, decorrentes de uma única conduta, forem de espécies distintas. 
ex: A atropela dois pedestres, um morre e o outro se lesiona. 
III.3 – Concurso formal Próprio (perfeito ou normal) 
- ocorrerá quando o agente, apesar de provocar dois ou mais resultados, não tiver agido com intenção 
independente em relação a cada crime 
- não há desígnios autônomos. ex: atropelamento. 
III.4 – Concurso formal impróprio (imperfeito ou anormal) 
- ocorrerá quando o agente provocar dois ou mais resultados, realizando apenas uma conduta, mas agindo com 
DESIGNÍOS AUTÔNOMOS em relação a cada crime. 
ex: caso do roubo no coletivo. 
- agente atuou com uma vontade independente em cada crime. 
ex 2: A quer matar B, atira e acaba matando também C – concurso formal. 
- a diferença é que se A atirar querendo matar também B, ou assumindo o risco de matá-lo, será caso de CONCURSO 
FORMAL IMPRÓPRIO. 
- agora, se A quis matar B e sem querer também mata C, será caso de CONCURSO FORMAL PRÓPRIO. 
 
 
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IV – Aplicação da pena no caso de concurso formal de crimes 
a) concurso formal próprio – como ocorre SEM desígnios autônomos, o juiz aplicará a pena 
mais grave dentre as cominadas para os vários crimes cometidos pelo agente. - rm seguida, 
majorará essa pena de um “quantum” anunciado em lei – um sexto até a metade. (SISTEMA 
DA EXASPERAÇÃO). 
b) concurso formal impróprio – aqui, o agente atuou COM desígnios autônomos. 
- aplica-se o SISTRMA DO CÚMULO MATERIAL: o juiz individualizará e somará as penas dos 
vários crimes praticados pelo agente. 
ATENÇÃO: cúmulo material benéfico – a pena aplicada no concurso formal próprio jamais 
poderá ser maior que a aplicada caso tivéssemos um concurso material. 
 
 
 
 
 
 
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ATENÇÃO 
- o sistema da exasperação não poderá fazer com que a pena do concurso formal 
próprio fique maior do que a gerada pelo cumulo material 
- se isso acontecer, o juiz deverá abandonar o sistema da exasperação e aplicar o 
sistema do concurso material

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