Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1. Seja V um espaço vetorial de dimensão finita, equipado com um produto interno 〈 , 〉 : V× V→ R, e seja T : V→ V um operador linear tal que T ◦ T = idV (sendo idV : V→ V o operador identidade, idV(w) = w para todo w ∈ V). Mostre que T é auto− adjunto ⇔ T é ortogonal Seja T : V→ V um operador linear tal que T ◦ T = idV. Suponhamos que T seja auto-adjunto. Então, para quaisquer v, w ∈ V, tem-se: 〈T (v), T (w)〉 = 〈v, T (T (w))〉 = 〈v, idV(w)〉 = 〈v, w〉 ou seja, T é um operador ortogonal. Suponhamos agora que T seja ortogonal. Então, para quaisquer v, w ∈ V, tem-se: 〈T (v), w〉 = 〈T (v), T (T (w))〉 = 〈v, T (w)〉 ou seja, T é um operador auto-adjunto. 2. Seja T : V→W uma transformação linear. Mostre que, a) Ker(T ) = {v ∈ V : T (v) = 0W} é um subespaço vetorial de V; Como T é uma transformação linear, segue que T (0V) = 0W, ou seja, 0V ∈ Ker(T ). Dados v, w ∈ Ker(T ) e α ∈ K (K = R ou K = C, conforme V seja um espaço vetorial real ou complexo), temos, T (α · v + w) = α · T (v) + T (w) = α · 0W + 0W = 0W ou seja, α · v + w ∈ Ker(T ). Logo, Ker(T ) é subespaço de V. b) Im(T ) = {w ∈W : existe v ∈ V tal que w = T (v)} é um subespaço vetorial de W. Da mesma forma que no item anterior, temos que 0W = T (0V), ou seja, 0W ∈ Im(T ). Dados w1, w2 ∈ Im(T ) e α ∈ K (K = R ou K = C, conforme V seja um espaço vetorial real ou complexo), temos que existem v1 e v2 em V tais que w1 = T (v1) e w2 = T (v2) e assim, α · w1 + w2 = α · T (v1) + T (v2) = T (α · v1 + v2) ou seja, α · w1 + w2 ∈ Im(T ). Logo, Im(T ) é subespaço de W. 1 Prova Substitutiva de Álgebra Linear Resolvida 3. Seja T : R2 → R2 o único operador linear tal que T (1, 1) = (8, 5) e T (−1, 1) = (28, 17). a) Encontre uma base ordenada β de R2 tal que a matriz [T ]ββ seja uma matriz diagonal; Observamos inicialmente que {(1, 1), (−1, 1)} é uma base ortogonal de R2 (com respeito ao produto interno usual 〈(x, y), (a, b)〉 = xa+ yb). Logo, (x, y) = 〈(x, y), (1, 1)〉 〈(1, 1), (1, 1)〉 (1, 1) + 〈(x, y), (−1, 1)〉 〈(−1, 1), (−1, 1)〉 (−1, 1) = x+ y 2 (1, 1) + y − x 2 (−1, 1) Portanto T (x, y) = (x+y 2 )T (1, 1) + (y−x 2 )T (−1, 1) = (x+y 2 )(8, 5) + (y−x 2 )(28, 17) = = (−10x+ 18y,−6x+ 11y) Assim, considerando a base canônica α = {(1, 0), (0, 1)} de R2, temos que [T ]αα = ( −10 18 −6 11 ) O polinômio caracteŕıstico, PT (X) de T é dado por PT (X) = det(X ·I2×2−[T ]αα) = det ( X + 10 −18 6 X − 11 ) = (X+10)(X−11)+108 = X2−X−2 cujas ráızes são λ1 = −1 e λ2 = 2. Calculemos agora os autovetores de T . 1) Autovetores associados a λ1 = −1. Se v = (x, y) é autovetor de T associado ao autovalor λ1 = −1 então ((−1) · I2×2 − [T ]αα) · [v]α = ( 0 0 ) ou seja, ( 9 −18 6 −12 ) · ( x y ) = ( 0 0 ) Assim, x−2y = 0, de onde segue que o vetor v1 = (2, 1) é um autovetor associado ao autovalor λ1 = −1. 2) Autovetores associados ao autovalor λ2 = 2. Se v = (x, y) é autovetor de T associado ao autovalor λ2 = 2 então (2 · I2×2 − [T ]αα) · [v]α = ( 0 0 ) ou seja, ( 12 −18 6 −9 ) · ( x y ) = ( 0 0 ) Assim, 2x − 3y = 0, de onde segue que o vetor v2 = (3, 2) é um autovetor associado ao autovalor λ2 = 2. Com isso, conclúımos que a base β procurada pode ser dada por β = {(2, 1), (3, 2)} b) Determine [T ]ββ. Segue do que foi exposto no item a) que [T ]ββ = ( −1 0 0 2 ) . 2 4. Sejam V um espaço vetorial com dim(V) = 7 e T : V→ V um operador linear tal que λ1 = −3, λ2 = 0 e λ3 = 2 são seus únicos autovalores. Denotando por PT (X) e MT (X) os polinômios caracteŕıstico e minimal de T respectivamente, assinale em quais situações T é diagonalizável. a) PT (X) = [X(X − 2)]2(X + 3)3 e MT (X) = X5 −X4 − 8X3 + 12X2; b) PT (X) = (X − 2)5X(X + 3) e MT (X) = X3 +X2 − 6X; c) PT (X) = (X − 2)5X(X + 3) e MT (X) = X4 −X3 − 8X2 + 12X. Os polinômios caracteŕıstico, PT (X), e minimal, MT (X), possuem as mesmas ráızes. Como, em cada item, PT (X) possui somente 3 ráızes (−3, 0 e 2), temos que as ráızes de MT (X) são também −3, 0 e 2. Para que T seja diagonalizável, o polinômio minimal deve se expressar como produto de fatores lineares distintos, ou seja, MT (X) = X(X + 3)(X − 2). Assim, MT (X) deve ser um polinômio de grau 3. Com isso, nos itens a) e c) o operador T NÃO É DIAGONALIZÁVEL. No item b) temos que MT (X) = X 3 + X2 − 6X = X(X + 3)(X − 2). Portanto, no item b) temos que T é diagonalizável. 5. Considere a quádrica com equação: 2xy − 2 √ 3yz − y = 8. Aplique o procedimento de diagonalização de formas quadráticas para determinar o que essa quádrica representa. Seja α = {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} a base cnônica de R3 e seja [v]α = xy z . Temos que, 2xy − 2 √ 3yz − y = 8 ⇔ ( x y z )0 1 01 0 −√3 0 − √ 3 0 xy z + (0 −1 0) xy z = 8 ⇔ ([v]α)t · [Q]αα · [v]α + ( 0 −1 0 ) · [v]α = 8 sendo Q : R3 → R a forma quadrática Q(x, y, z) = 2xy − 2 √ 3yz. • Diagonalização de Q PQ(x) = det x −1 0−1 x √3 0 √ 3 x = x3 − x− 3x = x3 − 4x = x(x− 2)(x+ 2) Assim, Q possui 3 autovalores, λ1 = 0, λ2 = 2 e λ3 = −2. • Autovetor normalizado v1, associado ao autovalor λ1 = 0 0 −1 0−1 0 √3 0 √ 3 0 xy z = 00 0 ⇔ −y = 0−x+√3z = 0√ 3y = 0 ⇔ y = 0 x = √ 3z Assim, podemos escolher v1 = ( √ 3 2 , 0, 1 2 ). • Autovetor normalizado v2, associado ao autovalor λ2 = 2 2 −1 0−1 2 √3 0 √ 3 2 xy z = 00 0 ⇔ 2x− y = 0−x+ 2y +√3z = 0√ 3y + 2z = 0 ⇔ x = y 2 z = − √ 3 2 y Assim, podemos escolher v2 = ( 1√ 8 , 2√ 8 ,− √ 3√ 8 ) = ( √ 2 4 , √ 2 2 ,− √ 6 4 ). 3 • Autovetor normalizado v3, associado ao autovalor λ3 = −2−2 −1 0−1 −2 √3 0 √ 3 −2 xy z = 00 0 ⇔ −2x− y = 0−x− 2y +√3z = 0√ 3y +−2z = 0 ⇔ x = −y 2 z = √ 3 2 y Assim, podemos escolher v3 = (− 1√8 , 2√ 8 , √ 3√ 8 ) = (− √ 2 4 , √ 2 2 , √ 6 4 ). Se β = {v1, v2, v3} e [v]β = X1X2 X3 então, 2xy − 2√3yz − y = 8 se, e somente se, ( X1 X2 X3 )0 0 00 2 0 0 0 −2 X1X2 X3 + (0 −1 0) √ 3 2 √ 2 4 − √ 2 4 0 √ 2 2 √ 2 2 1 2 − √ 6 4 √ 6 4 X1X2 X3 = 8, ou seja, 2xy − 2 √ 3yz − y = 8 ⇔ 2X22 − 2X23 − √ 2 2 X2 − √ 2 2 X3 = 8 ⇔ 2(X22 − 2 · √ 2 4 X2 + 2 16 )− 4 16 − 2(X23 + 2 · √ 2 4 X3 + 2 16 ) + 4 16 = 8 ⇔ 2(X2 − √ 2 4 )2 − 2(X3 + √ 2 4 )2 = 8 ⇔ (X2 − √ 2 4 )2 22 − (X3 + √ 2 4 )2 22 = 1 Trata-se portanto de um CILINDRO HIPERBÓLICO. 6. Sejam V e W espaços vetoriais de dimensão finita e seja T : V → W uma transformação linear. Mostre que, a) Se dim(V) > dim(W) então, T não é injetora; Temos que, dim(W) < dim(V) = dim(Ker(T )) + dim(Im(T )) ≤ dim(Ker(T )) + dim(W) Logo, dim(Ker(T )) > 0, de onde segue que T não é injetora. b) Se dim(V) < dim(W) então, T não é sobrejetora. Temos que, dim(Im(T )) ≤ dim(Ker(T )) + dim(Im(T )) = dim(V) < dim(W). Logo, Im(T ) 6= W, portanto T não é sobrejetora. 4
Compartilhar