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Apostila III - História da Educação

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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Profa Esp Débora Cabrera Novaes 
 
Revisão Textual: 
Profa Vera Lidia de Sa Cicaroni 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta unidade vamos conhecer as fases por que passou a Educação no Brasil; 
vamos conhecer os aspectos religiosos, políticos e culturais que influenciaram e 
marcaram profundamente seu processo histórico, o qual se iniciou com a chegada 
da Companhia de Jesus, teve continuidade com as reformas realizadas pelo 
Marquês de Pombal e fechou esse período da história com a vinda da Corte Real de 
D. João VI para o Brasil. 
Além das indicações de leitura que são muito interessantes para que você 
compreenda melhor o assunto, também indicaremos um filme, cujo tema 
complementa as discussões propostas nesta unidade. 
Assista ao filme e faça as leituras indicadas; assim você irá complementar a sua 
aprendizagem de uma forma bastante interessante! 
 
A unidade III vai tratar de um momento muito importante dentro da 
História da Educação, pois abordaremos a história da educação 
no Brasil. Veremos como se desenvolveu a educação no período 
compreendido entre a Colônia e o Império. Os temas a serem 
estudados mostrarão os interesses culturais, políticos, religiosos e, 
principalmente, as concepções europeias que influenciaram 
diretamente a educação no Brasil. Estudamos, na Unidade II, a 
importância das diferentes abordagens pedagógicas, algumas das 
quais foram trazidas ao nosso país. No entanto o sistema 
educacional que aqui se desenvolveu não levou em consideração 
a cultura de um povo que já habitava o país antes do processo de 
colonização. Este e outros aspectos importantes serão 
apresentados nesta unidade. 
 
 
 A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil 
 As reformas realizadas pelo Marquês de Pombal 
 A Educação no Brasil: da Colônia ao Império 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
O contexto inicial da educação brasileira insere-se em um universo 
religioso e político 
 
O período colonial teve uma longa duração e, por 
muito tempo, esteve sob o domínio do poder da Igreja. Os 
jesuítas chegaram ao país, enviados pela Companhia de 
Jesus, com a seguinte missão: catequizar os povos do 
Novo Mundo. O objetivo era impor a religião católica aos 
nativos em substituição à cultura indígena. 
Embora, para a Igreja, os interesses políticos se 
sobrepusessem aos direitos humanos, as tribos abrigadas 
pelos jesuítas gozavam de certa proteção, uma vez que 
esses religiosos impunham respeito e, assim, dificultavam a 
captura dos índios por aqueles que os queriam como escravos. Quando os jesuítas 
foram expulsos e retornaram à sua terra de origem, os índios, fechados em sua 
própria cultura, ficaram à mercê dos bandeirantes e de outros que visavam à 
escravidão desse povo. 
 
 Existe a educação de cada categoria de sujeitos de 
um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que 
se encontram. Existe entre povos que submetem e 
dominam outros povos, usando a educação como um 
recurso a mais de sua dominância (Brandão, 1989, p. 
10). 
 
 
As primeiras escolas criadas pelos jesuítas eram frequentadas por filhos de 
índios e filhos de colonos. No entanto a relação ensino-aprendizagem estabelecida 
nessas escolas tinha objetivos diferentes: de uma lado, catequizar os indígenas e, de 
outro, instruir os filhos dos colonos. 
Com base no documento Radio Studiorum, que organizava as normas e 
regras que orientavam o processo de educação realizado pelos jesuítas, muitos 
colégios foram criados e estruturados. Assim sendo, os jesuítas detinham o 
Contextualização 
Fonte: 
http://www.openphoto.net 
Fonte: 
http://www.openphoto.net 
 
8 
monopólio da educação e os padres eram preparados e instruídos para ensinar. 
Dessa forma, durante um longo período, ninguém se atreveu a questionar o ensino 
estruturado pela Companhia de Jesus. 
A educação no Brasil sofreu intensa influência europeia, o que teve aspectos 
positivos e negativos. Por um lado, trouxe para cá os ideais iluministas que 
fundamentaram algumas reformas educacionais; por outro, essa influência pode ser 
entendida como uma forma de dominação. 
A Educação brasileira, em seus passos iniciais, teve erros e acertos, mas 
deixou uma importante herança para as fases seguintes. Cursos importantes foram 
criados, os quais formaram vários intelectuais brasileiros que, mais tarde, deram 
grande contribuição para o desenvolvimento do processo educacional no país. 
No entanto, observa-se com nitidez que a Educação estava vinculada a um 
poder central que a usava como instrumento de dominação. 
A princípio ensinava-se em todo e qualquer lugar; o ensino não acontecia 
necessariamente em uma sala de aula. Mas, quando houve maior preocupação com 
a estruturação do ensino, destacou-se o descaso para com a formação dos 
professores e com o investimento no ensino elementar, contrapondo-se à priorização 
do ensino superior. 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
A Educação e a fase política que predominam no período entre a Colônia e o 
Império podem ser compreendidas sem três fases: a primeira, a fase da chegada dos 
jesuítas; a segunda, a das reformas realizadas pelo Marquês de Pombal; e a terceira, 
a vinda da Corte portuguesa ao Brasil, trazida por D. João VI. 
 
Figura 1: Florian Pauckeu, uma redução guarani, mostrando ao centro um exercício da cavalaria 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cavalaria_Guarani.jpg 
 
A Educação no Brasil iniciou-se no período colonial com a chegada, em 
1549, dos padres jesuítas a Salvador, mais precisamente com Manuel da Nóbrega, 
membro da Companhia de Jesus, cujo ensino tinha como objetivo a propagação da 
fé. 
Qual a razão da vinda dos jesuítas ao Brasil? Com a ruptura do cristianismo e 
o avanço do protestantismo iniciado por Martinho Lutero, a Igreja católica 
procurava bases para frear o protestantismo. Com esse intuito, o Papa Paulo III 
Farnese fez uma convocação e, assim, criou-se o Concílio de Trento (1546-1563). 
Em 1534, Inácio de Loyola(1491-1556) fundou a Companhia de Jesus. A 
educação orientada pelos Jesuítas estava voltada para a memorização e a formação 
para o magistério, através de manuais, normas e informações bibliográficas. Suas 
normas para a Educação são definidas no documento “Organização dos Planos de 
Estudos”, chamado Ratio Studiorum. 
 
 
10 
A intenção era propagar a religião católica pelos países do novo mundo, 
entre eles o Brasil, uma terra a ser colonizada e catequizada. Assim traçaram-se 
novos rumos para a missão da Companhia de Jesus. 
 A ordem religiosa instalou-se no litoral. Penetrando nas aldeias indígenas, 
aprenderam o tupi-guarani e fizeram funcionar uma escola de ler e escrever, com o 
fim de substituir a cultura indígena. 
 João de Aspilcueta Navarro foi o primeiro jesuíta a aprender a 
língua dos índios. O padre foi um dos primeiros missionários a chegar 
com a Companhia de Jesus. 
Na realidade seu nome correto era Juan Azpilikueta, porém, 
como os portugueses tinham uma grande dificuldade em pronunciá-
lo, acabaram aportuguesando, primeiro chamando-o de Navarro, 
depois de Aspilcueta Navarro como ficou conhecido. 
Manoel da Nóbrega e Aspilcueta Navarro juntaram-se a José de Anchieta, 
que, por sua vez, era o responsável pela organização do ensino dos índios e dos 
filhos dos colonos. Anchieta, para atrair os alunos, utilizava recursos interessantes, 
como teatro, música, poesia. Énecessário que fique bem claro que todo esse 
aprendizado tinha como conteúdo principal a religião e a moral cristã. 
A princípio, a educação iniciou-se com a instrução e a catequese dos índios e 
dos filhos dos colonos, com o objetivo da formação de novos sacerdotes e da elite 
intelectual. 
A educação ou catequese indígena fazia parte de um jogo de interesses que 
visavam, predominantemente, à integração dos índios ao processo de colonização e 
à sua conversão ao cristianismo, roubando-lhe sua herança cultural. Porém alguns 
colonos também queriam os índios para utilizá-los como escravos. Foi um conflito 
injusto. 
Por isso é injusto considerar o índio preguiçoso, sem levar em 
conta que, na sua cultura, tanto o objetivo do trabalho como 
o seu ritmo são bastante diferentes dos impostos pelos 
europeus (Aranha, 1996, p. 101). 
Figura 2: Símbolo da 
Companhia de Jesus 
Fonte: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Co
mpanhia_de_Jesus 
 
11 
 
Pode-se dizer que os índios passaram por um processo chamado aculturação, 
processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes originam 
mudanças importantes numa delas ou em ambas. No caso, a 
mudanças ocorreram apenas em uma, monopolizando-a. 
Os jesuítas tinham o apoio do governo de Portugal e, 
por isso, ganhavam doações de terras para realizarem o 
trabalho de catequização. 
 
 
Por que será que o governo de Portugal apoiava a Educação? 
 
É possível dizer que a Educação podia ser utilizada como uma ferramenta de 
domínio político e religioso, ou seja, de jogo de interesses sobre aquele que pensava 
que aprendia. 
O Brasil precisava desenvolver escolas que contemplassem a educação dos 
filhos de colonos brancos e mestiços. Dentro do plano de ensino havia aulas de 
português, religião, música instrumental, canto orfeônico e as aulas de ler e escrever. 
Uma das marcas da educação colonial era a falta de interesse pelas atividades 
técnicas e científicas, priorizando as escolas de leitura e escrita. 
Os colégios de maior influência foram o de Todos os Santos (Bahia), o de 
São Sebastião (Rio de Janeiro) e o Colégio São Paulo (São Paulo), considerados 
como centros de formação de religiosos. Esses colégios ministravam as aulas 
segundo o sistema educacional dos jesuítas. 
Vamos relembrar a Unidade I, na qual falamos sobre a filosofia da escolástica 
e a organização dos estudos. 
Fonte: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=search&w=1&txt=school&p=3 
 
12 
Os jesuítas tinham o monopólio do ensino. Durante muito tempo ninguém se 
atreveu a questionar o ensino ministrado e sistematizado pelos jesuítas, orientado 
por um conjunto de normas e regras organizadas em um documento chamado, 
como já mencionamos na Unidade I, de Radio Studiorum.Além do ensino regular, 
também articulavam um curso básico de Humanidades, em que se estudavam 
Letras Humanas, Filosofia/Ciência e Teologia. Porém os jovens que pertenciam à 
elite e que quisessem finalizar os seus estudos tinham que se deslocar para a Europa. 
No século XVIII, com a decadência da Igreja Católica, denunciava-se o 
dogmatismo da escolástica e os jesuítas foram expulsos de vários países. O Papa 
Clemente XIV extinguiu a Companhia de Jesus em 1773. 
A Companhia de Jesus foi expulsa do Brasil e de Portugal pelo Marquês de 
Pombal. 
 
 
As reformas realizadas pelo Marquês de Pombal 
 
Marquês de Pombal nasceu em Lisboa (1669) e seu nome era Sebastião José 
de Carvalho e Melo. Foi ministro do reino em Portugal e um dos principais 
responsáveis pela a expulsão da Companhia de Jesus tanto do Brasil quanto de 
Portugal. Tinha uma simpatia pela visão iluminista 
Realizou uma série de reformas, chamadas de Reformas Pombalinas, 
realizadas em 1772, e que deram início à 2ª fase da Educação no Brasil, período em 
que o Estado assumiu a responsabilidade pela Educação em Portugal e no Brasil. 
O sistema educacional, nessa fase, sofreu uma desestabilização, porque os 
jesuítas possuíam muitos colégios e um sistema de ensino estruturado e, com a sua 
expulsão, essa estrutura desapareceu. 
A intenção das reformas pombalinas era inserir o país no mundo moderno, 
no qual eram valorizadas as ideias propagadas pelo Iluminismo. 
 
13 
O Iluminismo foi um período muito rico em reflexões pedagógicas. Um 
dos aspectos mais marcantes estava na Pedagogia Política, como vimos 
na unidade passada. 
No contexto do Iluminismo, não fazia sentido atrelar a educação à 
religião, como nas escolas confessionais, nem aos interesses de uma 
classe, como queria a aristocracia. 
A educação pública trouxe, para o ensino no Brasil, pessoas leigas, sem um 
preparo adequado, representantes de ideias que o Estado defendia, retrocedendo, 
de certa forma, a educação construída pelos jesuítas, no que se refere à estrutura. 
As reformas pombalinas introduziram as aulas avulsas (aulas 
régias) com disciplinas isoladas, como: gramática latina, primeiras letras, 
retórica, filosofia. 
Esse período da Educação formou importantes intelectuais para o 
Brasil, como, por exemplo, José Joaquim de Azeredo Coutinho, que 
fundou o Seminário de Olinda, em 1800. 
O Marquês de Pombal assumiu a Universidade de Coimbra dentro dos ideais 
iluministas e, dessa forma, muitos jovens saíam do Brasil para irem complementar os 
seus estudos em Coimbra. 
Não podemos deixar de observar que, nesse período, houve uma grande 
desestruturação no sistema educacional, talvez causada pelo fato de a Educação não 
ter sido priorizada dentro de um contexto mais amplo. 
 
 
A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil 
 
Quando Napoleão invadiu Portugal, a Corte portuguesa veio para o Brasil, 
trazida por D. João VI, rei de Portugal, e instalou-se na cidade do Rio de Janeiro, 
que passou a ser a sede do governo. 
 
14 
João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio 
Domingos Rafael de Bragança. Por incrível que pareça esse era o 
nome completo de D. João VI. 
A Educação no Brasil, no período desde a chegada dos 
jesuítas até sua expulsão e, em seguida, com o processo de 
desagregação e decadência sofrido durante a vigência do sistema de 
educação imposto na colônia pelas reformas pombalinas, deixou 
marcas. Somente com a chegada de D. João VI, as estruturas da 
política educacional foram modificadas. 
Com a vinda da família real, em 1808,o ensino superior 
passou por um processo de organização, uma vez que se pretendia transformar o 
Brasil e torná-lo semelhante à Corte em Portugal. Por esse motivo, abriram os 
portos, criaram a Imprensa Régia, o Jardim Botânico, a biblioteca, museu, a escola 
de artes, o que trouxe uma grande contribuição para o desenvolvimento cultural. 
Mais adiante, no período do Império deu-se o surgimento de uma nova classe 
social, a pequena burguesia, com o grande crescimento urbano, as pessoas são 
levadas para cidades, principalmente de Minas Gerais para trabalhar na exploração 
dos minérios e na plantação de cana-de-açúcar. Essa nova urbanização exigia uma 
outra educação para formar pessoas capazes de atuar na política e na administração 
do país. 
A educação surgia como um processo de instrumentalizar a 
classe social emergente. 
Em 1808 foram criados o curso de Cirurgia, na Bahia, e os 
cursos de Cirurgia e Anatomia, de Medicina, além da Academia 
Real Militar, no Rio de Janeiro. 
O ensino, na Corte, foi estruturado em três níveis: 
primário (escola de ler e escrever), secundário (aulas régias) e 
superior. 
A Corte retornou a Portugal em 1821 e, um ano depois, em 1822, a 
Independência política no Brasil foi instaurada por D. Pedro I. 
Fonte: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/F
icheiro:David_napoleon.jpg 
 
15 
Após a Constituiçãode 1824, a Educação passou a contar com as escolas 
primárias, ginásios e universidades. Porém não havia uma conformidade entre as 
propostas de ensino. Optou-se pela adoção de um método através do qual os 
alunos ajudariam uns aos outros mutuamente, ou seja, os mais adiantados 
ajudariam aqueles que apresentassem dificuldades na aprendizagem; o comando 
ficaria sempre nas mãos dos mais adiantados. Esse método, conhecido como 
método lancasteriano, teve início na Índia com Andrew Bell e depois foi recriado na 
Inglaterra. 
Em 1838, foi criado o Colégio Pedro II, destaque na época, o qual teve 
grande importância para a Educação. Foi criado para atender à educação do curso 
secundário, porém o seu foco passou a ser a preparação para o ensino 
superior.Com o passar do tempo, o currículo do Colégio foi submetido a várias 
reformulações, de acordo com as mudanças de concepções e pensamentos que 
eram trazidas da Europa. Esse currículo era trabalhado segundo um programa que 
ora priorizava o ensino literário ora, o científico. 
Em comparação com a educação europeia, observa-se uma inadequação do 
nível de ensino, pois a qualidade deste ficava muito aquém daquela almejada 
segundo os padrões europeus. Além de não haver preocupação com a formação 
científica, o ensino estava mais voltado aos jovens do que às crianças. 
Em 1850 consolidou-se o Império, iniciando uma nova fase na área da 
Educação, e, em 1854, criou-se a Inspetoria-Geral da Instrução Primária e 
Secundária do Município da Corte, com o objetivo de supervisionar o ensino. 
Após oitenta anos da expulsão dos jesuítas, a iniciativa privada organizou-se 
para criar colégios dentro dos modelos deixados, por eles, como herança. Um 
exemplo é o Colégio Caraça, em Minas Gerais, administrado por padres. 
Os protestantes também trouxeram sua contribuição, criando escolas dentro 
dos padrões educacionais americanos, como o Colégio Mackenzie, fundado em São 
Paulo, no ano de 1870, e o Colégio Americano, em Porto Alegre, fundado em 1885, 
entre outros. 
A visão de criar, no século XIX, colégios orientados pelos padrões religiosos ia 
em direção oposta à dos outros países. Percebe-se nessa tendência os resquícios 
 
16 
deixados pela Igreja. Na época os colégios sem vínculos religiosos eram mais 
inovadores e progressistas. 
Pouco se falava na formação dos mestres; foram criados alguns cursos 
normais, com duração de dois anos, em algumas cidades do Rio de Janeiro, como 
Niterói, da Bahia, do Ceará e de São Paulo. 
Até esse momento não se falava em educação feminina, pelo simples motivo 
de que as mulheres, no período do Império, eram submissas em todos os aspectos, 
dedicando-se apenas às atividades domésticas. Poucas tinham acesso à leitura. Os 
dados apontam a existência de 174 escolas femininas, somente em 1873, em São 
Paulo. 
A Reforma Leôncio de Carvalho, em 1879, significou uma importante 
renovação para a Educação no período do Império, na medida em que propunha a 
liberdade no ensino. 
Leôncio de Carvalho, ministro do Império e professor da Faculdade 
de Direito de São Paulo, criou o Decreto de nº 7.247, que instituiu 
a liberdade no ensino. Essa reforma abrangia os ensinos primário e 
secundário, no município da Corte, e também o ensino superior, 
em todo o País. Segundo esse decreto, qualquer pessoa que se 
sentisse preparada tinha liberdade para formular o seu próprio 
método e ensinar. 
 
A partir daí surgiram os exames vagos e 
rigorosos, com frequência livre, pois a lei entendia 
que, no ensino superior, o aluno deveria ter 
liberdade de frequência e assumir as suas 
ausências. A lei também estabeleceu a organização 
do ensino por matérias, ou seja, os alunos 
poderiam escolher as disciplinas a serem cursadas 
na escola e as que cursariam fora do ambiente 
escolar, condicionando o ensino aos exames. 
 
17 
Exemplo: vestibular. 
Dentro do contexto apresentado percebe-se que não houve um grande 
desenvolvimento na área da Educação; houve, sim, uma sistematização de projetos 
educacionais que deixaram suas consequências, até os dias de hoje, na Educação 
Nacional. 
 
O contexto educacional do Brasil apropriou-se dos interesses da 
elite, uma vez que era esta que dominava a estrutura social, e, 
assim sendo, a Educação seguia os moldes que atendiam aos 
interesses de quem estava no poder. Foi um período de descaso 
para com a formação de professores, fato que demonstra a pouca 
importância dada à educação elementar. 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
Leitura: 
GHIRALDELLI, JR. P. Filosofia e História da Educação. 
2 ed. São Paulo: Cortez, 2000. (leitura do capítulo 2: Colônia 
e Império) 
 
Filme: 
A missão: https://www.youtube.com/watch?v=5x0KhlMUfVg 
 
Artigos: 
ALMEIDA, Maria Regina. C. Os índios na história do 
Brasil.Rev. Bras. Hist. V. 30. nº 59. São Paulo. ISSN 0102-
0188. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
01882010000100015&script=sci_arttext 
 
CARVALHO FILHO, Luís F. Impunidade no Brasil – Colônia- 
Império.Rev. Estudos Avançados. v.51. nº 51. São Paulo. 
ISSN 0103-4014. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
40142004000200011&script=sci_arttext 
Para aprofundamento de seus estudos, 
segue a indicação de um material 
complementar, que contribuirá para 
melhor compreensão dos temas 
estudados nesta unidade. 
É importante que a leitura seja da obra 
original. 
 
19 
 
 
 
 
 
 
ARANHA, M.L. A história da educação e da pedagogia : Geral e 
Brasil .3.ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
BRANDÃO. C. R. O que é educação . 5ª ed. São Paulo: Brasi liense, 
2005. 
GUIRALDELLI JUNIOR, P. História da educação . 2 ed. São Paulo : 
Cortez, 2000. 
RIBEIRO, M.L.S. História da educação brasileira : Organização 
escolar. 18 ed. Campinas: Autores Associados, 2003. 
ROMANELLI, O. O. História da educação no Brasil. 27 ed. 
Petrópolis: Vozes, 2002. 
XAVIER, M. E.S.P. História da educação : A escola no Brasil . São 
Paulo, FDT, 1994. 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
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