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APOSTILA DE Imunologia @odontodn Princípios da imunologia RELAÇÃO PARASITA/HOSPEDEIRO - A imunologia depende da relação parasita/hospedeiro - Existem patógenos que possuem hospedeiros específicos (ex: se manifesta apenas no ser humano), pois necessitam receptores específicos do hospedeiro - Ex: Sars Cov 2. Antigamente, não encontrava receptores na célula humana para se instalar. Entretanto, sofre mutação e passa a encontrar no ser humano os receptores, parasitando-o - Treponema pallidum causadora da sífilis, exclusiva de seres humanos - Existem patógenos com hospedeiros diversos, como staphylococcus aureus que provoca doenças em humanos e animais - Dentro de um mesmo hospedeiro, causam doenças em diferentes tecidos e diferentes gravidades - Ex: E. Coli, no intestino causa doenças menos graves do que no trato gênito uretral - Para que o parasita promova doença ele deve modificar a arquitetura do tecido hospedeiro e alterações na competência imunológica do hospedeiro - De alguma forma, o patógeno deve combater as defesas do hospedeiro para que a doença se manifeste, usando: - Fixação no substrato hospedeiro (adesinas bacterianas e fúngicas). Com isso, o patógeno consegue colonizar o tecido alvo - Cápsula bacteriana - Sequestro de ferro (E. Coli) LESÕES PROVOCADAS - Diretamente pelas bactérias: endotoxinas e exotoxinas - Indiretas: desencadeadas pelo próprio sistema imunológico durante o combate com as bactérias RESPOSTA IMUNE - Trata-se de um conceito amplo e genérico, muitas vezes usada de maneira errada - Conjunto de mecanismos e eventos que visam defender o hospedeiro contra qualquer invasão (vírus, bactérias, lesões físicas como espinho no dedo é considerado invasor) - Diferente de memória imunológica, pois este é apenas um dos elementos da imunidade - A imunidade é uma série de vias bioquímicas e celulares interligadas, ativas o tempo todo, mas que tem sua homeostasia alterada pela entrada do patógeno - O microorganismo invasor se depara com uma série de obstáculos que deverão ser vencidos para desencadear a doença - Obstáculos ● Barreiras físicas: mucosas e pele - Microbiota endógena: bactérias comensais (intestinais, vias aéreas..) também funcionam como barreira, impedindo a entrada de novos patógenos - Renovação celular ● Várias bactérias conseguem vencer esses obstáculos. A segunda ferramenta usada é a imunidade inata: - Mecanismos inflamatórios - Células de fagocitose - Lisozima - Estratégias usadas o tempo todo, sendo a responsável pela maior parte das defesas 1 ● Apenas se a imunidade inata falhar será ativada a imunidade adaptativa, onde formará a memória imunológica - Logo, a imunidade é composta por três principais fatores: 1. Barreiras físicas 2. Imunidade inata 3. Imunidade adaptativa (memória imunológica) RESPOSTA INFLAMATÓRIA - A resposta inflamatória é um sinal que houve invasão de patógeno no organismo Células sentinelas -Responsáveis pela percepção de invasão do patógeno, localizadas nas regiões de interface com o meio externo (tecido epitelial de revestimento como pele, mucosa oral, olho) - Possuem capacidade de fagocitose - Fagocita, engloba e processa (quebra) o agente infeccioso - Durante o processamento é é percebido que existe um invasor. Com isso, as células sentinelas produzem mediadores químicos que manda a informação para o sistema imune Citocinas - Grupo de mediadores químicos produzidas pela célula sentinela após a fagocitose do agente invasor que transmite a informação para o sistema imune - Funciona como um alarme - Ex: IL-1 (interleucina 1), liberada quando o macrófago fagocita uma bactéria G- - TNF alfa: fator de necrose tumoral liberada quando a neisseria adentra a microbiota - IL-6 - COX-2 - Quimiocinas - A resposta inflamatória obrigatoriamente envolve lesão tecidual - Resposta inflamatória pode ou não ser desencadeada por patógeno, como no caso de uma lesão traumática, espinho no dedo, etc. - Inflamação local: As citocinas ficam restritos no local lesionado - Em outra situação, os mediadores químicos caem na corrente sanguínea, se espalhando pelo organismo - O objetivo da ida para a corrente sanguínea é estimular a medula óssea a produzir de células de defesa - Principais mediadores que proliferam células de defesa: IFN e TNF alfa (interferon) - Ou seja, a bactéria promove lesão no periodonto marginal (revestimento). A célula invasora é percebida e fagocitadas pelas sentinelas,induzindo a liberação das citocinas para sinalizar que está acontecendo uma invasão - Dentre as citocinas liberadas está o interferon, que cai na corrente sanguínea e estimula a medula óssea a produzir mais células de defesa que através dos vasos sanguíneos chegam no local da lesão e auxiliam na remoção dos invasores - Reação sistêmica: uma carga microbiana maior estimula uma quantidade maior de citocinas de diferentes tipos (Aumento quantitativo e qualitativo), estimulando muito as células de defesa - Ação subjetiva, não é possível identificar claramente o local afetado (“mal estar”) 2 - A IL1 está relacionada com febre, e IL6 relacionada a falta de apetite ÓRGÃOS LINFÓIDES - Locais onde são produzidas as células de defesa - Os órgãos do sistema imune não estão concentrados em uma região do corpo, diferentemente dos outros sistemas - Os órgãos apresentam diferenças estruturais (morfológicas), interferindo diretamente em diferenças funcionais - Cada órgão do sistema imune terá uma função diferente - ÓRGÃOS LINFÓIDES CENTRAIS (primários) - Medula óssea - Localizado nas trabéculas ósseas - Timo - O timo é muito desenvolvido na infância e regride a medida que a idade avança e o sistema imune amadurece - Sua grande função, além de produzir linfócitos T nas crianças é realizar a seleção negativa (diferenciação do próprio do não próprio, atacando apenas o invasor) - Localizado na cavidade torácica - Função: produção e diferenciação (especialização) dos linfócitos B e T (antes de serem especializados, são pré B e pré T) - Linfócitos T: produzida na medula óssea e especializada no timo - Linfócitos B: produzidas e especializadas na medula óssea - A diferenciação é o que dita a funcionalidade dos linfócitos, ou seja, é como um processo de aprendizado deles de diferenciarem e atacar o antígeno (diferenciado o invasor do constituinte normal do organismo) - Se isso não acontece, o linfócito se torna inativo e morre (seleção negativa), e por isso a célula é capaz de diferenciar o próprio e o não próprio - A falha na seleção negativa pode acarretar em doenças autoimunes - Diferenças entre B e T: - Apresentam destinos diferentes (medula/timo) pois apresentam funções diferentes - Os linfócitos apresentam a mesma origem: célula linfóide progenitora (célula tronco progenitora). Dessa célula, parte se torna pré B e parte pré T - Abrigam locais diferentes no linfonodo - Diferentes receptores de superfície e mediadores químicos se ligam a um receptor específico, direcionando os linfócitos e se diferenciarem em B (medula) e T (timo) - A função é adquirida no processo de especificação. Com isso, produzem coisas diferentes, para combates diferentes - ÓRGÃOS LINFÓIDES PERIFÉRICOS (secundário) - Baço - Linfonodos: concentrados na região axilar, pélvica, mesentério e eixo lombar, tecido mucoso (intestinal, respiratório e mucosa oral, tonsilas adenoide) - Localizados próximo dos vasos linfáticos - Em algumas regiões estão em maiores quantidades 3 - As células de defesa virgens (linfócitos que nuncativeram contato com o patógeno) ficam armazenadas esperando a entrada do patógeno - Após a entrada do patógeno, o antígeno será reconhecido e atacado nos órgãos secundários - O sangue é a via de transporte para a células de defesa, o combate com o patógeno ocorre nos órgãos secundários - Os órgãos secundários abrigam muitas células sentinelas - Essas células são responsáveis por emitir o sinal de que existe um invasor, percebido pelos linfócitos (células apresentadoras de antígeno), gerando o início da resposta imune adaptativa - Os órgãos secundários realizam o tempo todo um monitoramento dos antígenos circulantes, para que seja capaz de reconhecer quando um patógeno entrar - O estímulo é tão grande que ocorre o aumento do tamanho dos órgãos secundários (como os linfonodos, baço, tonsila e MALT) ● Linfonodo - Estrutura arredondada, similar a um feijão - Sempre localizados no sistema linfático - São agregados, formando um cordão - Malha reticular que contém os linfócitos B e T, células sentinelas, linfócitos e células dendríticas - O linfonodo monitora a linfa, que entra nele por um vaso aferente e todo o antígeno presente na linfa será retido na malha reticular - As células sentinelas vão fagocitar o corpo estranho, ativando linfócitos para que o ataque seja iniciado - Áreas principais do linfonodo: - Córtex externo - Os linfócitos B estão localizados no córtex externo, pois ele também tem a capacidade de reconhecer corpos estranhos - Em um indivíduos saudáveis essa função não é usada, mas em uma situação infecciosa os linfócitos B estão ativos - Região paracortical - Abriga as células sentinelas e linfócitos T - Medula - Abriga as células de memória, plasmócitos e mais macrófagos - Onde ocorre a destruição final do patógeno, pois é de onde partem os vasos eferentes - O patógeno entra pela região do córtex (vaso aferente) e sai pela região da medula (vaso eferente) - Linfonodos extraorais: submandibulares, cervicais e extrafaríngeos - Linfonodos intraorais: amígdalas (tonsilas palatinas) ● Baço - Enquanto o linfonodo filtra a linfa, o baço filtra o sangue - Onde ocorre a destruição das hemácias velhas 4 - Regiões: - Polpa vermelha: destruição das hemácias velhas - Zona marginal: rica em células dendríticas, macrófagos e LB. Realiza a captação dos antígenos - Polpa branca: identificação e destruição de antígenos (célula sentinelas), onde ocorre a batalha - Rica em células sentinelas, linfócitos B e T - Baço inchado caso exista patógeno no sangue, pois abriga muitas células de defesa - Perda do baço: em um primeiro momento resulta em perda temporária da resposta imune. Entretanto, o fígado passa a exercer todas essas funções antes realizadas pelo baço, já que possuem a mesma origem embrionária ● Malt - Tecido linfóide associado à mucosa - Presente no epitélio respiratório, pele, sistema genito uretral e gastrointestinal (locais que possuem epitélio de revestimento) - Grupo subepitelial, ou seja, localizados a baixo do epitélio - Onde estão localizados os LB, LT, plasmócitos de anticorpos e fagócitos (destroem efetivamente o invasor) - É a primeira barreira contra patógenos - Realiza processos de exclusão imune e eliminação imune ● Como o tecido linfóide associado a mucosa impede a entrada do patógeno: -Exclusão imune: Muco + IGA (presente na saliva) presentes na superfície não deixa o patógeno se aderir - Caso a exclusão imune falhe e o patógeno conseguir entrar, as células de defesa (sentinelas) do espaço subendotelial farão a destruição (fagocitose e eliminação) CAVIDADE ORAL - A IgA é produzida pelas glândulas salivares, responsável pelo processo de exclusão imune e banha a cavidade oral - Se liga aos vírus e bactérias da superfície e os neutraliza, impedindo sua aderência e reprodução - Ao engolir, as bactérias que estavam na cavidade oral é levada para o sistema digestório, onde será excretado - Por isso, pessoas com hipossalivação apresentam mais propensão a doenças orais, pois o processo de exclusão imune não é eficiente. - Imunidade da mucosa oral: possui ótima barreira, possuindo organização que a permite atuar como malt. É tanto uma barreira quanto órgão linfóide - Barreira física: descamação e dissecação contínua na epiderme - Microbiota bacteriana: exclui bactérias e fungos patogênicos - Queratinócitos: produção de potentes peptídeos antimicrobianos 5 Células envolvidas na resposta imune órgãos linfóides primários - As células de defesa são produzidas na medula óssea vermelha, e ao longo do tempo os órgãos linfóides primários vão atrofiando - O timo torna-se grande atrofia e a medula óssea se transforma em um tecido similar ao adiposo - A quantidade de medula óssea vermelha ligada a produção de células de defesa diminui com o passar do tempo. Isso acontece pois as células de defesa são formadas majoritariamente na infância. Depois disso, toda a gama de células virgens já formada e depois acontece apenas reposição - Na vida “adulta” acontece majoritariamente a especialização das células já existentes PRINCIPAIS ELEMENTOS DO SISTEMA IMUNE 1- Citocinas: mediadores químicos da resposta imunológica que atuam no funcionamento e comunicação do sistema imune - Produzida por células do sist. imune, principalmente linfócitos B e T, TCD4 e TCD8, células dendríticas e macrófagos (sentinelas) - Desencadeia efeito sistêmico de acordo com o tipo celular em que se ligar (função mediadora) - Função mediadora: permite a comunicação entre células da resposta imune e ativa cascata de sinalização em outras células - Ao liberar a citocina, ela se liga no receptor, dispara cascata de reações que geram efeito sistêmico ● Ex: interleucina 1 (citocina liberada na presença de bactérias G-) - Macrófago fagocita G- e contato com camada de LPS induz liberação de interleucina 1 (receptor no hipotálamo) - Ao se ligar no hipotálamo = febre CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE - Célula tronco pluripotente: só se diferencia em células sanguíneas (eritrocitos, plaquetas, glóbulos brancos (leucocitos) - As células tronco vão se especializar nas células sanguíneas, e os mediadores da especialização são as citocinas, liberadas principalmente pelo linfócito T - Dessa células são geradas duas populações: mielóide e linfóide - Essa classificação faz com que células se diferenciam pela função e por características morfológicas - A linhagem mielóide também gera células que não são de defesa: megacariócito (plaquetas, relacionado a coagulação) e eritrócitos (hemácias) ● Linhagem mielóide - Mielóide: resposta imune inata e processos inflamatórios - Todas as células suas células produzidas e diferenciadas na medula óssea - Não existe seleção negativa, pois não precisam aprender a diferenciar o próprio do não próprio - As células de origem mielóide em hipótese alguma ataca uma célula própria do organismo, pois apresentam em sua superfície receptores exclusivos para estruturas fundamentais e essenciais a patógenos - Leucócitos: dividido em células que fazem fagocitose ou não 6 - Também diferenciado pelo tipo de - Relacionadas a resposta imune inata (acontece o tempo todo e não gera memória imunológica) - 2 grupos: - Série granulocítica - Células com núcleo lobado (grânulos citoplasmáticos e vesículas oxidativas e ácidas) - Eosinófilos, neutrófilos, basófilos - Núcleo arredondado e grande capacidade de fagocitose - Monócitos e macrófagos - Os linfócitos vem da linhagem linfóide e possui núcleo esférico - Logo, o principal fator diferenciador entre linhagem mielóide e linfóideé função - Mielóide: resposta imune inata e processos inflamatórios NEUTRÓFILOS - Também conhecido como polimorfonucleares - Núcleos bilobado (grânulos) - Responde a infecção bacteriana rapidamente - Neutrofilia (aumento de neutrófilos circulantes) é características de infecção - Grânulos - Azurófilos: enzimas oxidativas - Mieloperoxidase e β – glucuronidase - Específicos: lisozima e lactoferrina - Lisozima destrói parede bacteriana (dentro dos neutrófilos também tem) - Lactoferrina: impede o sequestro de ferro da bactéria e consequentemente sua reprodução (ferro não disponível para reprodução bacteriana) - Por isso o neutrófilo é específico para doenças bacterianas: lisozima e lactoferrina - Se for doenças causada por outro patógeno (não bactérias), serão usados os grânulos azurófilos ● Em situação de neutrofilia (alta taxa de neutrófilos): deve analisar o tipo de neutrófilo - Bastonete (jovem, acabou de sair da medula óssea): - Alta quantidade significa estado infeccioso, liberando neutrófilos rapidamente provavelmente para combater infecção bacteriana - Responsável por aumentar a quantidade de neutrófilos (neutrofilia) - Segmentado (totalmente diferenciado): - Seu aumento representa organismo saudável, ou seja, a medula não está sobrecarregada pois não existe nada que os neutrófilos devem combater COMBATE - O combate acontece no tecido conjuntivo, e não no sangue. Se o patógeno permanece no sangue, existe sepse. O sangue deve ser apenas veículo de transporte até o tecido conjuntivo que o patógeno está - Nesse momento, o neutrófilo sai do vaso sanguíneo e chega no tecido conjuntivo (atravessa o endotélio dos vasos), processo chamado de diapedese. - Diapedese: migração da célula de defesa do vaso sanguíneo para o tecido conjuntivo onde ocorre a invasão - A célula sabe seu destino por quimiotaxia (liberação de mediadores químicos, como interleucina 1 e 8, sendo que a 8 atrai os neutrófilos) - Quem permite a adesão no tecido são duas proteínas de membrana integrina e icam(permite adesão e achatamento, podendo rolar) - O neutrófilo deve atravessar a barreira que é o vaso sanguíneo, acontecendo eventos: 7 1. Neutrófilo se adere a barreira (permitido pela integrina e icam), antes o rolamento foi possibilitado pela selectina 2.Integrina, selectina e icam permitem o achatamento do neutrófilo, permitindo que ele grude no endotélio. 3. O próximo passo deve ser abrir a adesão do endotélio para que o neutrófilo consiga passar. Isso é feito pela interleucina 1 (aumenta permeabilidade vascular). 4. A interleucina 8 direciona o neutrófilo pro local onde deve ir - Eventos coordenados que devem acontecer nessa ordem específica EOSINÓFILOS - Células relacionadas a fagocitose e liberação de grânulos (degranulação) - Principal ação está relacionada ao ataque a vermes e parasitas - Eosinofilia (aumento de eosinófilos): característica de presença de vermes, deve ser feito um exame de fezes para procurar ovos de parasitas - Cada bolinha: grânulo que contém fosfatase ácida e peroxidase - A saída do eosinófilo em direção ao líquido intersticial para atacar um verme, se mobilizam ao redor do verme, liberam o conteúdo dos grânulos e na sequência realizam a fagocitose - Neutrófilos respondem rapidamente a invasão bacteriana, os eosinófilos são mais eficientes ao ataque de vermes - Cada célula da linhagem mielóide possui uma especialidade - Também se relacionam a resposta inflamatória e reações alérgicas - Além das fosfatase ácida e peroxidase (ataque aos vermes), também possuem grânulos com histamina, envolvidos na resposta inflamatória e alérgica BASÓFILO/MASTÓCITO - Mesmos tipos celulares, entretanto, basófilo é a forma sanguínea. Ao sofrer diapedese, sair do sangue e ir para o tecido, passa a se chamar mastócito - São as únicas células da linhagem mielóide que não possuem capacidade de fagocitose. Sua ação é na degranulação (liberação de seu conteúdo para o meio externo -exocitose dos grânulos-) - Os grânulos contêm histamina e heparina, diretamente relacionadas a reação alérgica (alergia) - Ações: espasmo de musculatura lisa, bronquioespasmo, extravasamento vascular (provocando coceira), aumento da produção de muco (secreção nasal, olhos lacrimejando), formação de edemas em urticária (características de reação alérgica) - Em um exame de sangue para comprovar uma alergia, os basófilos deverão estar aumentados - Para degranulação, é necessário um estímulo (ligação de anticorpo - IGE ligado no receptor) - Possuem na membrana um receptor específico, para um anticorpo específico. Somente quando o IGE se liga ao receptor, a ordem para degranulação acontece - Antihistaminicos (antialérgicos): atuam impedindo a degranulação, impedindo a liberação dos grânulos (histamina) - Com isso, a reação alérgica não acontece MONOCITOS/MACRÓFAGOS - Os macrófagos são os monócitos que migram do sangue para o tecido 8 - Célula com maior capacidade de fagocitose de microorganismos - Respondem também a IL8 e quimiotaxia, interagem (ligação) com o patógeno, liga uma sinalização que é abraçado pela membrana do macrófago e sofre o ataque dos lisossomos - O patógeno é totalmente destruído e seu conteúdo liberado no meio externo - A fagocitose só acontece na forma de macrófago, que é encontrado no tecido - No tecido epitelial sempre será encontrado macrófagos - Na fagocitose, o macrófago não elimina simplesmente o patógeno, mas sim, o processa - Durante o processamento, o macrófago libera citocinas (“alarmes”), que passa a informação para o sistema imune que o hospedeiro está sendo invadido e que novas células de defesa deverão ser ativadas - Dentre as células de defesa ativadas estão os linfócitos T, ou seja, a partir do macrófago que os linfócitos T são ativados por meio da liberação de citocinas - Macrófago: Sentinela, central de inteligência (identifica o tipo de patógeno), ativa os linfócitos T e recrutam outras células de defesa - Espera que a ordem seja passada, e conforme a sinalização que o linfócito T passar, o macrófago atua ou não - Na doença autoimune, o macrófago pode ter recebido a ordem errada do linfócito T - Nessa situação, o macrófago “caça” um anticorpo ● Linhagem linfóide - Linfócitos B, Linfócitos T e células NK - Derivadas de uma célula linfóide CARACTERÍSTICAS - As células NK não são linfócitos, mas tem origem linfóide - Linfócitos B e células NK são produzidas e diferenciadas na medula óssea - O linfócito T é produzido na medula óssea (pré T, precursor), e é maturado no timo (onde sofre diferenciação) - Medula óssea: produz pré linfócito B - Cai na corrente sanguínea - Diferenciada no timo - O timo gera células TCD4, TCD8 e linfócitos T reguladores ● Leucemia - Existem diferentes tipos de leucemia (linfóide, mielóide), que está relacionada com a célula progenitora e por isso possuem terapias diferentes - A leucemia mais grave é a que acontece com a célula mais indiferenciada (passando de pluripotente para o primeiro grau de diferenciação, passo 1). Nesse momento, a taxa mitótica é muito grande - Não está maturada. Entra na corrente sanguínea sem saber como se portar, danificando o organismo 9 - Nesse caso, sería benéfico um transplante de medula óssea, oferecendo a primeira célula (célula tronco auto renovada) e não os intermediários, pois ela repõe todas as outras - Nocaute: eliminação das células problemáticas (aplasia) e colocação de célula tronco nova - Miastenias grave: doença autoimune de timo, onde as células não passam pela seleção negativa, logo, as células não sabem diferenciar as células próprias das nãopróprias - Consequência imediata da remoção do timo: pacientes não produzem linfócito T maduro, capaz de atuar na resposta imune - A ausência de linfócitos T gera pacientes imunodeprimidos - O timo começa a regredir depois dos 10 anos, depois dos 20 anos não é mais produzida células T. Existem algumas células T virgem, que servem de reservatório de resposta imune - Se a remoção do timo for feita antes dos 10 anos, a imunodeficiência é muito mais grave - Se for retirada com 20 anos, existem células de defesa virgem no baço, tonsilas etc, que só precisam entrar em contato com o antígeno para atuar - Nesse caso, as células responsáveis pela defesa do organismo são os outros linfócitos e células de origem mielóide - Se o timo funcionasse, geraria células TCD4, TCD8 e linfócitos T reguladores - As células de origem linfóide não são produzidas toda a vida, apenas durante a infância - Depois dessa época, o organismo não está desprotegido, pois foram produzidos linfócitos virgens, prontos para responder na idade adulta - Infância: período em que muitos linfócitos virgens são ensinados a atacar. As crianças ficam muito doentes, e tomam vacinas, ambos estimulando o sistema imune e a formação de células de memória - Nesse caso, muitas células virgens são expostas ao agente agressor, fazendo com que a células de memória sejam formadas - A recuperação e a resposta imune é gerada mais rapidamente nas crianças CÉLULAS NK - Função citotóxica - Possuem dois receptores: KIR e HLA - KIR (parecido com imunoglobulina). Passa por todas as células do corpo (vistoria) para identificar células anormais - Marca HLA (auto antígeno produzido por células do hospedeiro que estão saudáveis) - Se o KIR interage com fator HLA de uma célula saudável ela é mantida - Se o KIR não encontra o fator HLA, a célula NK destrói essa célula por degranulação, contendo fatores tóxicos que provocam a apoptose e morte da célula alvo 10 - Se a célula NK não consegue se ligar, ela libera grânulos citotóxicos - Essas vesículas tóxicas são danosas para sua própria membrana da célula NK, logo, ela também morre - Ativa contra vírus, fungos e células cancerígenas - As células NK têm função também na verificação na mitose - Elas morrem mas a célula progenitora repõe as células NK. Seu processo de diferenciação é mais simples, ou seja, sua reposição é constante LINFÓCITOS - Em um exame de sangue, não é possível diferenciá-los, pois não existe nenhuma diferença morfológica entre os linfócitos - São diferenciados por receptores de superfície (marcadores), que acontece na maturação no timo ou na medula óssea, ditando sua funcionalidade - As células de origem mielóide não são produzidas toda a vida, apenas durante a infância - Depois dessa época, o organismo não está desprotegido, pois foram produzidos linfócitos virgens, prontos para responder na idade adulta LINFÓCITOS B - Linfócito pré B produzido e maturado na medula óssea - O linfócito B maduro assim que sai da medula óssea é chamado de virgem. Ele vai para o baço, tonsilas e órgãos linfóides secundários - É armazenado nos órgãos linfóides secundários até que ocorra um estímulo - Depois de sair da medula óssea, apresenta um receptor BCR, responsável por identificar o patógeno (identifica e reconhece o invasor) - Linfócito B se liga ao BCR, que é internalizado e estimula o linfócito B entrar em expansão clonal (muitas mitoses sucessivas), ou seja, aumento numérico de linfócitos B para que exista uma quantidade de células de defesa compatível com a quantidade de microorganismos - A partir do reconhecimento e englobamento do patógeno pelo linfócito B e BCR, faz com que o linfócito B se prolifere e se diferencie - Ao mesmo tempo que o número de células B aumentam, ocorre a diferenciação dessas células - Linfócitos B diferenciados: plasmócitos, células produtoras de anticorpos - O linfócito B só serve para identificação, a célula com função maior é o plasmócito - O BCR pode ser ativado de duas formas 1. Direta: Patógeno se liga diretamente no BCR (ativação mais rápida) 2. Indireta: Através do linfócito TCD4 (ativação mais lenta) - Independente da ativação ser direta, sempre o linfócito B é ativado e entra em expansão clonal - A ordem do CD4 vem em forma de citocinas - Medula óssea: linfócito B maduro - Órgãos linfóides secundários: linfócito B virgem (maduro, mas nunca teve contato com patógeno). Ficam ali até aparecer um patógeno, quando é ativado de forma direta ou indireta - A maior parte das células da expansão clonal os linfócitos se tornam plasmócitos (maioria), que formarão anticorpos ou células de memória - As células de memória guardam a informação para que se um novo vírus igual um que já tenha tido contato, a velocidade da resposta imunológica é maior 11 ● Tipo de anticorpo produzido é diferente de acordo com forma de ativação - IGM: anticorpo gerado pela ativação direta do patógeno, gerando esse único tipo de anticorpo, o IGM - Anticorpo de ação rápida, e por isso, as células de memória gerada a essa ação é mais curta (não é útil a longo prazo) - IGG, IGA, IGE: gerado pela ativação indireta (TCD4). Por ser um processo quimicamente refinado, são gerados plasmócitos capazes de produzir todas as classes de anticorpos (IGG, IGA, IGE) - Resposta mais eficiente e gera memória imunológica a longo prazo - Resposta mais lenta - Mais eficiente, pois além da formação da memória imunológica, a ativação por CD4 gera todos os tipos de anticorpos - Ambos são necessários, pois por mais que a ativação direta produz todo tipo de anticorpos, o IGM reduz a quantidade de patógenos rapidamente - O melhor é que esses dois processos acontecem simultaneamente, pois enquanto todos os anticorpos são formados, o IGM está combatendo os antígenos - É ativado diretamente pois reconhece patógenos que contenham lipídios, carboidratos e proteínas em sua estrutura LINFÓCITOS T - Os linfócitos T, por terem passado pela seleção negativa no timo, só reconhecem antígenos que contenham proteínas (peptídeos), pois muitas vezes a diferença de antígeno e auto antígeno (próprio) é uma sequência de peptídeos - Mecanismo de ativação e ação muito mais refinado e complexo, pois reconhece diferenças mais específicas, para não correr o risco de atacar os constituintes normais do hospedeiro - Se diferenciam em TCD4 e TCD8, que reflete no modo de ação e no tipo de patógeno escolhido - O linfócito T nunca se encontra com o patógeno. Ele sempre é ativado por uma célula apresentadora de antígeno (Sentinela), localizadas em região de mucosa e interface - Encontradas na musosa oral, genitrouretral, baço, linfonodo, tonsilas - Células com grande capacidade de fagocitose - O linfócito T é ativado por reação em cadeia pelas células apresentadoras de antígenos (CAA) - Tipos de CAA: células dendríticas e macrófagos (células com grande capacidade de fagocitose) - São encontrados em locais diferentes: macrófagos em tecidos de sustentação e órgãos linfóides secundários enquanto as dendríticas são encontradas entre as células epiteliais (mucosa de revestimento), embora também esteja presente nas células de tecidos secundários - A CAA realiza a fagocitose do patógeno: quebra o patógeno em diferentes partes, seleciona uma dessas porções e a coloca em uma proteína produzida por ela mesma (CAA) chamada de MHG - Durante o processamento do patógeno, a célula reconhece se o patógeno é intracelular ou extracelular - O complexo MGH + peptídeo é exposto na membrana da célula apresentadora de antígeno e levado até o linfócito T virgem 12- Verde: célula apresentadora de antígeno, carregando o peptídeo (vermelho) - Azul: LT virgem, que é ativado gerando expansão clonal (aumento numérico) - Após a expansão clonal, pode ser gerado dois tipos de linfócitos T: CD4 E CD8 ● Tipos de linfócito T - TCD4 produz de várias citocinas, enquanto o TCD8 é responsável pela liberação de mediadores citotóxicos - Não são produzidos ao mesmo tempo - Na expansão clonal já é predeterminado o tipo de linfócito que ele será - O que determina: tipo de peptídeo selecionado e o tipo de MHC que o peptídeo se liga - A CAA produz dois tipos de MHC, tipo 1 e tipo 2 - Conforme a natureza do antígeno fagocitado se liga a diferentes tipos de MHC - MHC tipo 1: gera o TCD8 - Peptídeos provenientes de vírus, fungos, bactérias intracelulares e células tumorais, ou seja, agressores intracelulares - A destruição de patógenos intracelulares é feita pelo TCD8, por isso, no processamento da célula apresentadora de antígeno, ela analisa se o patógeno é intra ou extracelular - No caso dos intracelulares, é colocado o MHG tipo 1 - A destruição dos patógenos intracelulares é feito liberando mediadores citotóxicos que ficam na membrana da célula alvo, criando poros e que atingem a mitocôndria queimarem por stress (burn oxidativo). Com isso, a célula alvo (patógeno) sofre apoptose em sequência e morre - Diferença CD8 e NK: CD8 não morre no processo, pois a liberação é mais controlada - CD8 também libera citocinas, como as supressoras (controlam a resposta imunológica, ou seja, identificam a situação controlada e interrompe o processo de ataque). - MHC tipo 2: induz a expansão clonal e diferenciação de linfócitos TCD4 - Se durante o processamento for identificado que o patógeno é extracelular, o peptídeo é ligado no MHC tipo 2 - O único linfócito T com capacidade de ativar os linfócitos B são os TCD4 - Resposta dirigida (específica) para o tipo de patógeno reconhecido pela CAA - A maior parte da expansão clonal se torna TCD4 efetora (classe 2), TCD8 efetora (classe 1) e uma pequena parcela, em ambos os casos, gera células de memória - A célula T efetora produz diferentes tipos de citocinas - Através do processo de diferenciação desencadeado pelo MGC tipo 2, muitos tipos de CD4 são formados (também chamados de helper). Todos tem em comum a produção de citocina - O TCD4 não tem um alvo específico como os CD8, mas ele é o estrategista que dispara a ordem por meio de citocinas - Controla toda a resposta imunológica, independente do tipo de antígeno. Inclusive, libera citocinas que ativam o linfócito TCD8 - Cada população de CD4 formado, gera um tipo diferente de citocina, que vai ativar um tipo diferente de estratégia 13 - Exemplos - Subpopulação TH1: libera citocinas relacionadas a resposta inflamatória, ativam células de fagocitose - TH2: ativam o linfócito B indiretamente, estimulando-o a produzir os diferentes tipos de anticorpos. Os anticorpos são muito - eficientes para patógenos extracelulares - TH3: igA e tolerância imunológica - Doença autoimune: pode ser gerado por falha na seleção negativa, e o linfócito T é ativado em qualquer situação (minoria) - O peptídeo que ativa CD4 ou CD8 é ativado erroneamente (confundido como auto antígeno) e começa a atacar o próprio hospedeiro - As doenças autoimunes geradas por mal funcionamento do timo são minoria - Pode ser desencadeadas por vírus, medicamentos, transfusão de sangue e qualquer fator que influencia no mecanismo de processamento e identificação do patógeno ● HIV+: imunodeficiência secundária - Comprometimento da imunidade foi consequência da ação de um vírus - A célula alvo do HIV são os linfócitos TCD4, pois ele exerce o controle de tudo - Ao entrar, o vírus mistura o seu material genético com o do TCD4, que impede a produção de qualquer citocina. Com isso, mesmo que ele se diferencie nas outras populações, todas as citocinas produzidas por eles terão sua produção comprometida - O controle do TCD4 não é efetivo pois a ordem não é passada através da citocina, e com isso, a resposta imune é comprometida - Vários vírus tentam suprimir a resposta imune, mas de forma temporária. Já o HIV consegue controlar o TCD4, e pessoa fica sem capacidade de defesa 14 Tipos de resposta imune - Existem dois tipos de resposta imune: adaptativa e inata - Não existe uma situação onde apenas uma é ativada, sempre acontece a ativação em conjunto - Existem situações em que uma delas acontece de uma forma rápida e intensa, onde a outra não consegue ajudar, mas nunca pois a outra estava inativada - O sistema imune está trabalhando o tempo todo, inclusive no estado saudável do paciente IMUNIDADE - Termo genérico - Envolve série de mecanismos - Função: realizar a defesa do organismo contra a invasão de agentes patogênicos - Proteção ampla: impede a entrada, combate do patógeno dentro do hospedeiro, preparo para o próximo ataque - Grupo de eventos bioquímicos e celulares que estão ativos e em equilíbrio, que é alterado pela entrada de patógenos - O equilíbrio é alterado assim que o microorganismo invasor rompe uma das barreiras físicas (pele, mucosa oral, respiratória, gênito uretral..), que fazem parte do sistema imunológica - Mecanismo de descamação do epitélio é uma barreira de resposta imune - A microbiota (bactérias favoráveis) também servem como barreira física - A própria pele, que possui células de defesa, impede a entrada de m.o invasor - Se o patógeno conseguir romper a barreira física, ele vai se deparar com a imunidade inata (presente desde o nascimento) - Elementos da resp. imune inata: inflamação - Células de fagocitose (neutrófilos/macrófagos) e lisozima também são elementos desse tipo de imunidade - Depois do rompimento da imunidade inato, pode apresentar sinais e sintomas. Caso aconteça, a imunidade adaptativa é ativada - A imunidade adaptativa é composta pelos mecanismos dos anticorpos e imunidade celular 1- Barreiras físicas 2- Imunidade inata 3- Imunidade adaptativa PATÓGENO E ANTÍGENO - O gatilho para que esses eventos aconteçam é o antígeno, presente no patógeno - Na composição dos patógenos, existem diferentes estruturas que fazem parte de sua composição. Podem estar na superfície ou intracelular, e são chamados de antígenos (compõe a estrutura do patógeno) - São os antígenos que ativam as células de defesa e desencadeiam a resposta imune - O patógeno rompe com o equilíbrio das vias bioquímicas e células, enquanto o antígeno é a parte do patógeno reconhecido pelas células da resposta imune - O antígeno desencadeia diversas respostas imunológicas, que serão específicas para o combate dele - Pode ser considerado o ponto fraco do patógeno, pois o antígeno permite a resposta imune ser iniciada 15 - A região do antígeno reconhecida pela célula de defesa é o epítopo ou imunógeno - Algumas células de defesa reconhecem o patógeno todo, mas uma resposta mais eficiente é alcançada desencadeada pelo reconhecimento dos antígenos - Ex. Patógeno- bactéria - Antígeno: fímbria, cápsula, parede celular, flagelos.. - A vacina é produzida identificando os antígenos, que ativarão o sistema imune a gerar resposta - A célula de defesa se adere no epílogo (parte do antígeno) ● Classificação dos antígenos - Antígenos T dependente: antígenos proteicos (formados por aminoácidos) - Ativam as células B, mas principalmente, ativam as células T (únicos capazes de ativá-las, em especial, os TCD4) - A ativação do CD4 produz citocinas e ativa todas as outras células de defesa (helper), econsequentemente, ocorre a formação de memória imunológica - A fagocitose acontece em patógeno intra ou extracelulares - Crescimento e diferenciação das células produtoras de anticorpos - Os antígenos T dependentes devem ser processados, ou seja, são provenientes de patógenos fagocitados pela célula apresentadora de antígeno - Possuem um tamanho menor - Devido ao processamento, o antígeno T dependente obrigatoriamente gera memória imunológica - MHC ligado ao antígeno (epítopo) é exposto ao meio externo e se liga ao linfócito T - Liberação das citocinas, ativam o linfócito B, que se diferenciam em plasmócitos que produzem os anticorpos que destroem o patógeno - A resposta imune nesse caso é mais efetiva, pois realiza a produção de memória imunológica - Antígeno T independente - O processamento leva tempo e gasto de energia, por isso, o mecanismo independe existe para que a ativação seja mais rápida - Ele é ativado quando o antígeno não é proteico (ativado por carboidrato ou lipídio) - Nesse caso, não existe processamento nem participação de células T - Vão existir a produção de outros tipos de anticorpos (IGM) - IGM: produzido rapidamente, eficaz mas não gera memória imunológica - Um mesmo patógeno pode possuir antígenos T dependentes e independentes - MHC ligado ao antígeno (epítopo) é exposto ao meio externo e se liga ao linfócito T - Liberação das citocinas, ativam o linfócito B, que se diferenciam em plasmócitos que produzem os anticorpos que destroem o patógeno ● Resposta imune inata - Memória germinativa (já nasce com o indivíduo, não precisa ser desenvolvida) - Dois elementos atuantes: - Elemento celular (fazem a detecção, fazendo a fagocitose e apoptose) e reparação do tecido lesionado - Mediadores químicos: associam aos microorganismos e os eliminam - As funções dos mediadores químicos são: opsonização, inibição de crescimento, bloqueio de disseminação e recrutamento de defesa - Células capazes de lidar com patógenos extracelulares, ativando células de fagocitose e intracelulares (macrófago) 16 CARACTERÍSTICAS - Os elementos dela são encontrados em região de interface (em contato com o meio externo), pois suas células atuam mecanicamente/fisicamente - Resposta inespecífica: lida com todos os patógenos da mesma forma - O que as células de defesa identificam são estruturas comuns a diversas classes de microorganismos, e principalmente, elementos essenciais deles para sua sobrevivência - Devido as estratégias reconhecerem características pertencentes apenas a microorganismos, não existe o risco de desenvolvimento de autoimunidade e ataque do hospedeiro (não existe similaridade estrutural). Nunca irá reagir contra o hospedeiro ELEMENTOS - Pele, trato gastrointestinal e trato respiratório (tecido epitelial) - Células coesas e justapostas, unidas pelos desmossomos, formando uma barreira física - Também acontece mecanismos químicos, como a lisozima - Elementos celulares: - Neutrófilos e macrófagos ativos contra patógenos extracelulares - Células NK: ativa contra patógenos intracelulares - Mediadores químicos - Proteínas plasmáticas circulantes: citocinas e sistema complemento SISTEMA COMPLEMENTO - Grupo de 20 proteínas encontradas no sangue ou associada no endotélio do vaso - São proteínas inativas (devem ser ativadas) - 2 vias de ativação: via clássica e alternativa - Aparece tanto na resposta imune inata quanto adaptativa. Na resp. imune. inata, a via alternativa é ativada, e na adaptativa a clássica - Via alternativa: basta o patógeno encontrar a proteína C3B inativa no sangue. Quando se encontra com um patógeno, se ligando a sua superfície, é ativada e ela dispara uma cascata de eventos - C3B ativa: ataca o patógeno de duas formas - Recruta células de fagocitose (macrófagos e neutrófilos) e ativa o MAC (complexo de ataque a membrana) - Sistema complemento se deposita na superfície da célula para ativar o macrófago - Alguns patógenos possuem cápsula, que impedem a deposição de C3B e - MAC: proteínas organizadas se unem e se depositam na superfície da membrana, fazendo poros nela, gerando perda de água da célula e lise osmótica - C3B está inativo quando não existe patógeno no organismo - Via clássica: resposta imune adaptativa - Reconhece complexos imunes - Caso o patógeno possua cápsula, a resposta imune adaptativa é ativada. Nesse caso, o sistema imune produz anticorpos, que se liga na cápsula - O C3B está inativo pois não consegue se ligar na parede por conta da cápsula, logo, ele se liga no anticorpo, permitindo que o macrófago o reconheça o complexo antígeno + anticorpo ● Resposta imune adaptativa 17 - Se o patógeno consegue ser mais rápido que a resposta imune inata, é ativada a resposta imune adaptativa - Liberação de citocinas pelas células apresentadoras de antígeno faz com que essa resposta imune seja ativada - Para ser ativada, precisa ser ativada pelo microorganismo - Memória específica: gera uma estratégia exclusiva para cada patógeno. Isso acontece devido o processamento - Depende de antígenos proteicos, que ativam o processamento - Devido o reconhecimento de antígenos (estruturas menores), pode muitas vezes ocorrer autoimunidade, já que podem ser semelhantes a algum componente do hospedeiro - Doença autoimune: pode ser gerada devido reconhecimento errado do antígeno, onde gera proteínas de ataque contra o próprio hospedeiro pois possui sequências peptídicas semelhantes a de um patógeno - Todas as doenças autoimunes são geradas por erro na resposta imune adaptativa - Pode ser causada por falha na seleção negativa dos linfócitos T, realizadas no timo - Gera memória imunológica - A cada contato com o patógeno, a resposta será mais rápida e eficiente CÉLULAS DA RESP. IMUNE ADAPTATIVA - Linfócitos T e linfócitos B (principais) - Linfócitos B atuam produzindo anticorpos, que se ligam ao m.organismo e bloqueia a capacidade de invasão (patógenos extracelulares) - Linfócitos B: atuam pelo CD4 e CD8 - TCD4: estimula tanto LB quanto TCD8 - TCD8: destroem células de patógenos de patógenos intracelulares - A partir deles, outras células podem ser recrutadas - LB: reconhece o microrganismo, e com isso, se diferencia em plasmócito, produzindo anticorpos específico contra a cápsula que se ligam ao m.o - Anticorpos recrutam células de fagocitose e C3B - Epitopo ligado ao MHG classe 2: ativação CD4, produz citocinas, que ativa macrófago e recrutam outras células - Resposta imune inata: ativada em horas. Uma carga viral baixa é combatida rapidamente por ela - Sinais e sintomas: o sistema imune não está ineficiente, mas sim que ele está tentando neutralizar o invasor, e não é tão rápida pois é necessária a resposta imune adaptativa e o reconhecimento - Se a resposta imune inata consegue combater o patógeno, o paciente não criou memória imunológica - Acontece quando o patógeno entra em contato com linfócitos virgens, ou seja, os que nunca tiveram contato com o patógeno específico - Profissionais recebem maior carga viral 1. Fase de reconhecimento do patógeno - São fagocitados pelos linfócitos B e apresentados para os linfócitos T - Duração em torno de 4 dias - A interação é demorada pois depois desse processo ocorre a expansão clonal, ou seja, os linfócitos entram em mitose para acompanhar a alta carga microbiana - Depois da expansão clonal, acontece a segunda fase → Reconhecimento: ligação do patógeno com LB, processamento do patógeno pela CAA, expansão clonal (mitose) 18 2. Ativação - Ocorre diferenciação dos linfócitos - LB → plasmócito, começa a secretaranticorpos - LT CD4 → produz citocina - LT CD8 → produz mediadores citotóxicos 3. Fase de eliminação do antígeno - Ataque ao agente desencadeador do processo - Resposta imune humoral (baseada em anticorpos) e resposta imune celular (baseado em mediadores citotóxicos e citocina) - Se o patógeno for intracelular: mais atividade da imunidade celular (produz o CD8) - Patógeno extracelular, a resposta imune humoral é mais ativa, pois é mediada por anticorpos → O interessante é ativar as 2 respostas, para que o TCD4 seja ativada ANTICORPOS - (formato de Y): neutraliza cápsula, camada de LPS, toxina microbiana - Região FC: antígeno que ficará exposta, que se ligará na célula de fagocitose - Região FAB: região de reconhecimento de antígeno, onde o patógeno vai se ligar → “ o Y se posiciona de cabeça pra baixo, fab perto do antígeno” - Os anticorpos desempenham diferentes ações: - Aglutinar bactérias (IGA é a responsável por isso) - Opsonização: função de sinalizar quem deve ser fagocitado - Ativação do sistema complemento, ativando o MAC - Degranula células de defesa (mastócito degranula e tem efeito tóxico) - Pode se ligar a toxina para impedir que ela se ligue em algum alvo - Independente do mecanismo de ação, o FC sempre se liga na célula efetora e o FAB se liga no patógeno - Tipos de anticorpos: - IGG: memória imunológica - Menor anticorpo de todos, mais abundante e mais eficiente, menor tamanho e por isso atravessa o endotélio dos vasos e barreira placentária (defesa do feto) - IGM: - Tentâmero: união de 5 anticorpos - Produzido mais rapidamente, e o primeiro a ser produzido - Difícil de ser encontrado nos tecidos devido ao seu tamanho, mas, muito eficiente na mucosa intestinal 19 - Bom aglutinador (várias bactérias se ligam nele e são eliminadas) - IGA: - Abundante no sangue - Na cavidade oral: dímero de IGA, presente na saliva - Aglutinador (várias bactérias ligadas na região FAB) - Presente no trato respiratório, colostro (leite materno) e secreções - Impede aderência: eficiente contra cárie, se liga na fímbria e impede que ela se adere na superfície do esmalte, sendo lavada e engolida - IGE: - Região FC específica para mastócito (eosinófilo também) - Associado a alergia: processo alérgico, IGE induz degranulação de mastócito e basófilos → Depois da eliminação dos patógenos ocorre a morte da célula de defesa, que marca a entrada na última fase 4. Homeostasia (contração) - As células de defesa devem morrer nesse momento para não começarem a atacar o próprio corpo e gerar autoimunidade - A célula de defesa que sobrevive a apoptose formam a memória imunológica, que vão reconhecer o patógeno em um segundo contato ( a memória imunológica marca a fase de homeostasia) - A memória imunológica permite resposta mais rápida e eficiente nos contatos subsequentes - Vacina: estimula formação de células de memória sem que o indivíduo apresente sinais e sintomas (doente) 20 Bibliografia - Aulas de imunologia ministradas pela professora Eleonora Picoli pela FOUNIP - Células natural killer e vigilância imunológica, Mariana Jobim; Luiz F. J. Jobim, disponível em:, https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_a rttext&pid=S0021-75572008000500009 -Aula 1 órgãos linfóides leucócitos de Cristiano Thomaz, disponível em: https://pt.slideshare.net/CristianoThomaz1/a ula-1-orgos-linfoides-leucocitos1 - Canal Cecierj, Componentes estruturais de um linfonodo disponível em: https://canal.cecierj.edu.br/recurso/8326 - DR. PEDRO PINHEIRO, Síndrome mielodisplásica (mielodisplasia) - Sintomas e tratamento, disponível em: https://www.mdsaude.com/hematologia/sin drome-mielodisplasica/ -Marcela Lemos, O que pode ser eosinófilos altos ou baixos, disponível em: https://www.tuasaude.com/eosinofilos/ - Henrique C Teixeira, Proteínas de checkpoint imunológico como novo alvo da imunoterapia contra o câncer: revisão da literatura, disponívem em: https://www.researchgate.net/figure/Figura- 1-Regulacao-da-ativacao-dos-linfocitos-T-pela -expressao-de-CTLA-4-A-Numa_fig1_3376136 90 -Toda matéria, anticorpos disponível em: https://www.todamateria.com.br/anticorpos/ 21 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572008000500009 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572008000500009 https://pt.slideshare.net/CristianoThomaz1/aula-1-orgos-linfoides-leucocitos1 https://pt.slideshare.net/CristianoThomaz1/aula-1-orgos-linfoides-leucocitos1 https://canal.cecierj.edu.br/recurso/8326 https://www.mdsaude.com/medicos-autores/ https://www.mdsaude.com/hematologia/sindrome-mielodisplasica/ https://www.mdsaude.com/hematologia/sindrome-mielodisplasica/ https://www.tuasaude.com/marcela-lemos/ https://www.tuasaude.com/eosinofilos/ https://www.researchgate.net/profile/Henrique_C_Teixeira https://www.researchgate.net/publication/337613690_Proteinas_de_checkpoint_imunologico_como_novo_alvo_da_imunoterapia_contra_o_cancer_revisao_da_literatura https://www.researchgate.net/publication/337613690_Proteinas_de_checkpoint_imunologico_como_novo_alvo_da_imunoterapia_contra_o_cancer_revisao_da_literatura https://www.researchgate.net/publication/337613690_Proteinas_de_checkpoint_imunologico_como_novo_alvo_da_imunoterapia_contra_o_cancer_revisao_da_literatura https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Regulacao-da-ativacao-dos-linfocitos-T-pela-expressao-de-CTLA-4-A-Numa_fig1_337613690 https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Regulacao-da-ativacao-dos-linfocitos-T-pela-expressao-de-CTLA-4-A-Numa_fig1_337613690 https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Regulacao-da-ativacao-dos-linfocitos-T-pela-expressao-de-CTLA-4-A-Numa_fig1_337613690 https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Regulacao-da-ativacao-dos-linfocitos-T-pela-expressao-de-CTLA-4-A-Numa_fig1_337613690 https://www.todamateria.com.br/anticorpos/
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