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Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 1 Farmacologia Veterinária Júlia Madureira Neves dos Santos Dimas/@surtavet EMENTA: estudo dos principais fármacos; OBJETIVOS: • Conhecer os princípios gerais que regem a farmacologia; • Ação de agonistas e antagonistas dos fármacos; • Identificar os processos que atuam na interação entre o organismo e o fármaco, com seus diversos tipos de mecanismos de ação; • Explicar os efeitos desejados e adversos dos diferentes grupos de fármacos importantes para a pratica profissional do médico veterinário; Porque estudar farmacologia veterinária? "O desejo de ingerir medicamentos é a principal característica que distingue os seres humanos dos animais" • Melhorar a qualidade de vida; • Aliviar ou se possível abolir a dor; • Prolongar a vida; BEM-ESTAR: ciência voltada ao conhecimento e satisfação das necessidades básicas dos animais, nada mais é que satisfazer as necessidades do animal. O Brasil é o segundo maior do mundo em população de cães e gatos e quarto maior do mundo em população de animais de estimação. Introdução à farmacologia: O termo “pharmacology”, vem do grego farmakon que significa droga e logos que significa estudo. No entanto, farmacologia é o estudo das substâncias que interagem com sistemas vivos por meio de processos químicos. A farmacologia é também uma ciência que estuda as interações entre os compostos químicos com o organismo vivo, resultando em um efeito benéfico (medicamento) ou maléfico (tóxico). O que diferencia o efeito benéfico do maléfico é a dose, a dose de um fármaco dependendo do efeito causado no Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 2 animal pode matá-lo. O efeito benéfico se refere ao fármaco > farmacologia, já o efeito adverso (maléfico) se refere ao tóxico > toxicologia. FARMACOLOGIA: tem como objetivo compreender o que o fármaco faz. A farmacologia se refere ao estudo da fonte dos fármacos e da ação e destino das mesmas no organismo. TERAPÊUTICA: é uma aplicação clínica da farmacologia, por sua vez tem como função administrar determinado medicamento para o tratamento e/ou prevenção de doenças. DROGA: matéria prima que pode ser de origem mineral, vegetal ou animal que contém um ou mais fármacos. A palavra droga é anterior ao fármaco, como se fosse uma "matéria bruta" de onde os fármacos são retirados, é qualquer substância química que em quantidade suficiente age sobre um organismo vivo produzindo alterações benéficas ou maléficas. FÁRMACO: substância definida, como propriedades ativas, produzindo efeito terapêutico, também considerado como uma substância que é o princípio ativo (molécula ativa) do medicamento. MEDICAMENTO: é um produto farmacêutico empregado em um organismo vivo visando obter efeito benéfico. São adicionados componentes para que seja administrado terapeuticamente. VEÍCULO OU EXCIPIENTE: substância farmacologicamente inativa usada como veículo para o princípio ativo. O veículo se trata de “tudo que é misturado junto”, já o excipiente “dá forma ao fármaco”, às vezes a molécula não é solúvel ao fármaco, por essa razão adiciona álcool, ou quando a molécula tem um gosto ruim, adiciona se então flavorizantes, ou seja, excipiente sai substâncias que existem nos medicamentos e que completam a massa ou o volume. TERMOS IMPORTANTES: 1- Nome químico (nome utilizado para fabricantes); 2- Nome genérico - Captopril; 3- Nome de Marca ou fantasia – Captopen; PROPRIEDADES DO "FÁRMACO IDEAL": • Efetividade; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 3 • Segurança; Seletividade (o ideal é o fármaco se ligar a um único receptor, porém há casos que ele se liga em outros, por essa razão há os efeitos adversos); Reversibilidade; • Fácil administração; • Mínimas interações; • Isenta de reações adversas (reações adversas: qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não intencional que ocorre com medicamento, exemplos: vômitos, tremores, diarreia...); Porque estudar farmacologia? • Compreender o mecanismo pelo qual uma substância química administrada afeta o funcionamento do organismo; • Compreender o mecanismo pelo qual uma substância química administrada afeta o funcionamento do organismo; • Escolher o fármaco mais adequado para certas características fisiopatológicas; • Para se ter um sucesso terapêutico um tratamento das doenças; O objetivo do uso do fármaco é utilizá-lo como terapêutico, profilaxia/preventivo e diagnóstico; • Vias de administração de medicamentos; Fármaco X Organismo: FARMACOCINÉTICA: “o que o corpo faz com o fármaco”. Na farmacocinética começa com as vias de administração, pois sem ela não tem o seu meio de absorção, na absorção ocorre a passagem do fármaco do local da administração para a circulação sanguínea. A velocidade e eficiência da absorção vai depender dos fatores da via de administração. BIODISPONIBILIDADE: quantidade de fármaco absorvido a partir da forma farmacêutica administrada e velocidade do processo de absorção, ou seja, quantidade de fármaco que aplicou na pele do animal até que ele fosse absorvido, também dado como a concentração da dose até o sítio de ação e também varia conforme a via de administração. Na veia intravenosa ocorre 100% na sua aplicação, porém ao fazer efeito vai caindo, na via intramuscular faz o Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 4 efeito e cai, na veia subcutânea leva muito tempo para fazer o efeito, mas também cai, na via oral é a que ocorre mais perda de biodisponibilidade e é a que menos chega no sítio de ação, visto que alguma coisa se perde no meio do caminho, seja o ph da boca ou do estômago. Exemplo: amoxilina por via oral em geral as soluções têm melhor biodisponibilidade, FARMACODINÂMICA: o que o fármaco faz com o corpo; Formas farmacêuticas: As formas farmacêuticas consistem na forma de apresentação do medicamento. Além princípio ativo na forma farmacêutica existem outras substâncias na composição, como o veículo. Nesse sentido, as formas farmacêuticas, podem se classificar em sólidas, liquidas e semi-sólidas. A princípio, as formas farmacêuticas se diferem nesses tipos para atender as diferentes necessidades fisiológicas, terapêuticas e farmacotécnicas de cada indivíduo, de modo que facilite a administração do medicamento, tornando-o prático, com fácil absorção em diversas regiões do TGI, sem odor muito característico e com duração de efeito terapêutico. SÓLIDAS: a) Comprimidos: são formas farmacêuticas sólidas obtidas por compressão da mistura de pós, contendo princípio ativo e excipiente, tendo como vantagem a boa estabilidade e apresentação, precisão de dosagem, facilidade de administração e desvantagem a impossibilidade de ajuste da dose; *depende da espécie do animal. b) Drágeas: são formas farmacêuticas que são revestidas por substância que resiste a secreção gástrica (acidez) - revestimento de goma-laca, açúcar e corante-, sendo o fármaco liberado no intestino delgado, sendo utilizada, mais frequentemente, para administração oral de medicamentos irritantes da mucosa gástrica. *exemplo: nosaldina. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 5 Em geral as vantagens das formas farmacêuticas sólidas são que, além de serem a principal forma farmacêutica, estas também têm fácil preparação e adaptação terapêutica, fazendo com que tenha uma liberação retardada e prolongada. Em geral as vantagens das formas farmacêuticas líquidas são que, estas são bem aceitas e utilizadas em filhotes, também tem fácil deglutição e fácil preparação e permite a administração de substâncias insolúveis (suspensões). c) Cápsulas: são formas farmacêuticas sólida na qual uma ou mais substâncias medicamentosas são acondicionadas em um pequeno receptáculo à basede gelatina, além de serem pequenos invólucros destinados a conter um pó ou um líquido; d) Pó liofilizado: usado para solução injetável; LÍQUIDAS: a) Soluções: são preparações que contém um ou mais fármacos dissolvidos em solvente adequado, podendo ser administrados por via enteral ou parenteral; *exemplos: soluções orais soluções oftálmicas soluções otológicas soluções injetáveis. b) Xaropes: são preparações líquidas aquosas viscosas (grande quantidade de açúcar) que podem conter mais de um princípio ativo (além de adjuvantes), tendo como vantagens: a sua conservação e estabilidade prolongada devido ao conservante, correção do sabor desagradável do fármaco para o doce e desvantagens: não é recomendado para diabéticos; c) Elixires: são fármacos dissolvidos num solvente alcoólico, que melhora a estabilidade do princípio ativo e também são utilizados para fármacos não solúveis em água; d) Suspensões: são as formas farmacêuticas líquidas que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, no qual as partículas não são solúveis; e) Shampoo: solução ou suspensão, que contém um ou mais princípios ativos, para aplicação nos pelos, também podendo conter princípios medicamentosos ou cosméticos; f) Pour-on/ Spot-on: forma farmacêutica na qual o medicamento é aplicado sobre a pele do animal e difunde-se por toda a superfície corporal ou é absorvido através da pele. Alguns autores costumam diferenciar as duas formas de acordo com o local de aplicação, sendo pour-on: depositada na linha do dorso e spot-on: depositada sobre a cernelha; *muito usada para controle de ectoparasitas em pequenos e grandes animais. Também são lipossolúveis; *exemplos: organofosforados e piretróides. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 6 Em geral as vantagens das formas farmacêuticas semi-sólidas são que permitem o fácil manuseio e aplicação, tem o uso tópico o e é muito utilizado na área de dermatologia. CONCEITOS: FARMACOPÉIA: corresponde ao conjunto de drogas-medicamentos oficializadas e de uso corrente consagradas pela experiência como eficazes e úteis, sendo publicações oficiais de cada país. MEDICAMENTO OFICIAL: é o fármaco que faz parte da Farmacopéia. ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA: é o medicamento industrializado, cuja fabricação é regulamentada por normas governamentais, com fórmula conhecida e de ação terapêutica comprovada, embalado de modo uniforme e comercializado com um nome convencional – medicamento Referência/ similar/ genérico. MEDICAMENTO REFERÊNCIA: também conhecido como “de marca’. SEMI-SÓLIDAS: a) Pomada: consiste em uma solução ou dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em uma base adequada, estas são constituídas de base monofásica (óleos) na qual podem estar dispersos fármacos sólidos ou líquidos; *indicação: são agentes protetores que formam uma barreira oleosa protegendo a pele escoriada ou irritada, servem para aplicação na pele, podem ser destinadas ao uso externo para ação tópica e para fins de proteção ou lubrificação e também são mais resistentes à eliminação pela água; b) Creme: é uma emulsão, formada por uma fase lipofílica e uma fase aquosa, que contém um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada; *indicação: são mais bem aceitos pela pele que as pomadas, são de fácil aplicação e desaparecem com a fricção. Além disso causam menos efeito residual que as pomadas justamente pelo balanço água-óleo, estes produtos saem mais facilmente em contato com água e servem para aplicação na pele ou nas mucosas; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 7 MEDICAMENTOS SIMILARES: é o que tem o mesmo princípio ativo da referência, a mesma concentração, via de administração, forma farmacêutica, posologia e indicação, mas não tem bioequivalência comprovada. Não pode substituir o de referência porque, apesar de garantido pelo Ministério da Saúde, não foi comprovado se a quantidade e a velocidade com que é absorvido pelo organismo são equivalentes (Bioequivalência) ao medicamento tradicional. MEDICAMENTO GENÉRICO: geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade contém o mesmo princípio ativo, na mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência. E o mais importante: é tão seguro e eficaz quanto o medicamento de marca, mas em geral custa menos. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 8 Vias de administração: FARMACOCINÉTICA: o que o corpo faz com o fármaco; FARMACODINÂMICA: o que o fármaco faz com o corpo; ABSORÇÃO: passagem do fármaco do local da administração para a circulação sanguínea. A velocidade e a eficiência da absorção vão depender entre outros fatores da via de administração; - Qual via usar????? Principais vias de administração de medicamentos: 1. VIAS DIGESTIVAS (ENTERAL): ORAL A maioria dos fármacos são consumidos por via oral, podendo ocorrer pouca ou nenhuma absorção até que o fármaco alcance o intestino delgado, a princípio o intestino delgado é o principal local de absorção dos medicamentos e é uma área rica e extensa de vascularização. #OBS: nenhum medicamento é absorvido no esôfago, a maioria dos fármacos são absorvidos no intestino delgado, justamente por serem vascularizados e possuírem vilosidades. As vantagens são que é uma via mais segura, conveniente e econômica, além de ser indolor, possui facilidade de administração e tem possibilidade do uso de lavagem gástrica, em caso de intoxicação, MAS para isso exige colaboração do paciente, pois nem sempre o doguinho, ou qualquer outro animal, permite com facilidade. Ademais em casos de vômitos, anestesia geral, sedação, coma, convulsões (risco de aspiração), é contraindicada, devido a inconsciência dos animais. Suas desvantagens são que o fármaco pode irritar o TGI, em caso de presença de alimento pode também prejudicar a sua absorção, Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 9 no caso de ter um meio ácido (estômago), terá destruição do fármaco, além disso tal medicamento pode vim a sofrer metabolismo de primeira passagem, ou seja, passa pelo fígado, no qual será metabolizado antes de fazer efeito (sistema porta-hepático). No caso dos herbívoros são os que mais sofrem em efeitos de metabolismo de primeira passagem, este metabolismo é considerado a maior fonte na biodisponibilidade. No caso dos ruminantes, o rúmen de bovinos é maior que ovinos e caprinos e devido ao seu ph 5,5-6,5 pode haver retenção de medicamentos de caráter básico e a sua microbiota podem inativar alguns fármacos, aspectos dados como desvantagens também. No caso dos ratos, camundongos e calopsitas, utiliza-se uma gavagem, mas o medicamento além de estar na quantidade certa, tem que haver uma técnica certa de aplicação da gavagem, pois sua utilização incorreta pode causar aspiração da solução para os pulmões, perfurações do esôfago (esofagite - inflamação do esôfago), traqueia ou pulmões, também podendo gerar danos a cavidade oral. SUBLINGUAL: A sua absorção ocorre na mucosa oral (epitélio estratificado pavimentoso e não queratinizado), possui um efeito rápido, porque vai para a jugular, assim evitando metabolismo de primeira passagem, muito usado quando há necessidade de resposta rápida e quando o fármaco é instável ao ph gástrico ou rapidamente metabolizado. Circulação do fármaco: Absorção > distribuição > faz seu efeito > metabolismo > eliminação As cápsulas são formuladas com o objetivo de resistir ao pH ácido do estômago. No intestino o revestimento se dissolve no ambiente alcalinoliberando o medicamento. Evitar: • Irritação gástrica • Destruição do fármaco pelos ácidos gástricos • Formação de complexos dos medicamentos/alimentos Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 10 As desvantagens são que poucos medicamentos são absorvidos adequadamente. RETAL: A sua absorção ocorre na porção final do intestino, sendo muito usada para fazer um efeito no local da administração e reduz ao mínimo a biotransformação hepática do fármaco - 50% da drenagem da região retal contorna a circulação Porta (não penetra inicialmente no fígado) Sua desvantagem é a absorção incompleta e irregular. O uso da via com Diazepam causa convulsão. 2. VIAS PARENTERAIS (INJETÁVEIS): As vantagens em geral são que os medicamentos não passam pelo tubo digestivo, possuem absorção rápida, o efeito inicial é rápido e é útil em animal que está inconsciente ou vomitando. Em relação as desvantagens, é a dor causada, caso seja uma aplicação invasiva pode causar infecção e necessita de assepsia. INTRAVENOSA (IV): A quantidade previsível e a biodisponibilidade são de 100%, também é permitido a aplicação em grandes quantidades, porém a desvantagens são os riscos de embolia e septicemia, além de ser imprópria para substâncias oleosas (quando usada, recomenda-se dissolver em soluções fisiológicas com volumes moderados). INTRAMUSCULAR (IM): Muito usada quando necessita de medicações de ação rápida, porém não imediata, também permite a administração com volumes moderados. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 11 Não exceder o volume: • 5ml pequenos animais adultos; • 10 a 15ml grandes animais adultos; As vantagens são a fácil administração (isto é, com treinamento), vias de escolha para substâncias oleosas e irritantes (aplicadas profundamente no músculo), e evitam o efeito de metabolismo de primeira passagem. Já as desvantagens se relacionam com a dor, os aparecimentos de lesões muscular e nervos. Subcutânea (SC): Usada para medicamento que necessitam ter absorção lenta e constante, também usada para vacinas, tendo como vantagens evitar os efeitos de primeira passagem e ter fácil aplicação. Mas as desvantagens são as administrações de pouco volume e o alto risco de lesões no tecido, como abcessos, necrose e alopecia. EPIDURAL: O fármaco é injetado no espaço epidural (região lombosacral), bloqueando as raízes espinhais. As vantagens são a técnica simples com uma ampla gama de indicações, analgesia pós-operatória em combinação com morfina (até 24 h). Já as desvantagens são a retenção de urina e o bloqueio ineficiente. INTRA-ARTICULAR: *anestésicos locais: Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 12 Aplicado para infiltração de anti-inflamatório/ bloqueio. INTRA-CARDÍACA: *anestésicos locais: Usada para eutanásia e parada cardíaca Outras... INTRAPERIONEAL: INTRAÓSSEA: - Fluidoterapia (aves); - Fluidoterapia (répteis); INTRACELOMÁTICA: - Fluidoterapia (Répteis); - Medicamentos (Peixes); 3. VIAS TÓPICAS OU DÉRMICAS: São utilizadas quando há necessidade de obter-se efeito local, estas são possíveis evitar o efeito de primeira passagem e se aplicam sobre a pele e/u mucosas. *exemplos: antifúngico, antibiótico e anti-inflamatório. Coelhos > ratos > cobais > gato > cães > suínos > seres humanos Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 13 As desvantagens são a fotosensibilidade e o animal consegue retirar o medicamento apenas lambendo. As vias tópicas ou dérmicas são: • Ocular; • Nasal; • Mamária; • Auricular; • Vagina; • Transdérmica (adesivos de efeito sistêmico); *exemplo: fantanila (opioide) – liberação contínua por 72 horas. 4. VIA INALATÓRIA: As vantagens são que através dessa via proporciona contato de medicamentos com a grande área do trato respiratório, além de ter uma resposta rápida, e não ter efeito de primeira passagem, porém as desvantagens se referem ao custo elevado. #Fatores que interferem na escolha da via: Fármaco: • Apresentação do medicamento (comprimido, injetável, etc); • Características (irritante); • Custo; • Latência do efeito (tempo para começar a realizar o efeito) *exemplo: Plasil (SC)/(IV); Paciente: • Espécie; • Facilidade de administração; • Doença; *exemplo: vômito – evitar via oral; #Velocidade de absorção: IV > IM > SC > VO; Farmacodinâmica: Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 14 “O que o fármaco faz com o corpo.” Esta estuda os efeitos fisiológicos, bioquímicos e o mecanismo de ação dos fármacos, a ação dos fármacos estimulam ou bloqueiam, nada mais é que a combinação do fármaco com o seu receptor, já o efeito do fármaco consiste em uma alteração final da função biológica em consequência da ação do fármaco. *” TODO FÁRMACO TEM AÇÃO, MAS NEM TODO FÁRMACO TEM EFEITO.” Alvo para a ação do fármaco: • Enzimas *exemplo: AINE’s; • Moléculas transportadoras *exemplo: digitálicos/omeprazol; • Receptores celulares: possui forma direta e forma indireta, na direta tem se a via do canal iônico – onde a maioria são transmissores *exemplo: receptor nicotínico, já a forma indireta, tem se a via por um segundo mensageiro; Para o fármaco produzir efeito precisa de afinidade pelo receptor, isto é, tendência do fármaco em se ligar ao receptor também precisa de eficácia pelo receptor, ou seja, tendência do fármaco em ativar o receptor, uma vez que ligado. - Interação fármaco receptor: ligação de um fármaco – ativação (agonista), neste tem resposta tecidual, afinidade e eficácia, já o sem ativação (antagonista) não tem resposta tecidual, tem afinidade, mas não tem eficácia, estes por sua vez, reduzem a eficácia do fármaco e ocorre um bloqueio somente de um receptor. a) Agonistas totais = fazem efeito máximo, tem afinidade e tem eficácia máxima *exemplo: ach, xilazina, epinefrina e histamina; b) Agonistas parciais = não ocorre efeito máximo e produzem uma resposta mais baixa, mesmo com a ocupação completa dos receptores, possuem afinidade, mas a sua eficácia não é 100%; Os agonistas se dividem em agonistas competitivos e agonistas com sítio alostérico, também denominado de agonistas não competitivo, visto que o Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 15 competitivo é total reversível, parcial reversível (aumenta a concentração do antagonista e diminui a potência de um e outro fármaco) e o irreversível (se liga e não sai mais, só sai quando é metabolizado). Já o sítio alostérico, atua em outro receptor que tem efeitos atenuantes dos efeitos desencadeados pelo agonista. Não está competindo pelo mesmo receptor, mas ainda sim consegue bloquear a célula, assim tendo menor eficácia. O que é dose? É a quantidade adequada de um fármaco que é necessário para produzir certo grupo de resposta terapêutica desejada (mg/Kg) *exemplo: prednisona; Dosagem: inclui, além da dose, a frequência de administração e a duração do tratamento. Tipos de dose: a) DE50: • Dose necessária para produzir determinada intensidade de efeito em 50%; • Dose efetiva de 50%; • Maior afinidade = menor DE50 = maior potência (quantidade de mg para ter um efeito X); b) DL50: • Quantidade para que 50% dos indivíduos apresentem efeito tóxico extremo (morte); Ambas as doses possuem índice terapêutico, ou seja, janela de doses a serem usadas antes de chegar na dose letal. Ademais, quanto maior o índice terapêutico de um fármaco, maior a sua margem de segurança, pois ele indica a distância ente a dose letal e a dose mediana. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 16 Potência: se refere a quantidade do fármaco necessário para produzir um efeito de uma dada intensidade, também é uma medida comparativa entre drogas distintas com mesmo mecanismo de ação. Eficácia:grau de capacidade do fármaco em produzir a resposta desejada, ou seja, efeito máximo independente da dose, muito estimada pela altura da curva. Maior dose = maior o efeito. Farmacocinética: A farmacocinética administra o fármaco e este pode ser absorvido, digerido, metabolizado e eliminado. 1) Absorção: POTÊNCIA: O fármaco X é mais potente que o Y; O fármaco Y por ter a dose maior, pode causar efeitos adversos, como intoxicação; Quanto menor a concentração (dose) do fármaco necessária para desencadear determinado efeito, mais potente é. EFICÁCIA: Fármaco X mais eficaz que o Y; Quanto mais próximo da dose letal, maior a chance do animal vir ao óbito; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 17 Processo pelo qual o fármaco entra na corrente sanguínea atravessando as membranas e barreiras biológicas. A membrana plasmática possui uma parte hidrofílica e uma hidrofóbica e o fármaco tem ambas partes, sendo que a parte polar considera se como impermeáveis e a parte apolar, são permeáveis. Os fármacos que são lipossolúveis atravessam a membrana com facilidade e os hidrossolúveis requerem processos especiais para atravessar a membrana, tais como, canais específicos = proteínas. A absorção é uma etapa importante para todas as vias de administração, exceto intravenosa (IV). Nisso o fármaco deve penetrar no plasma antes de alcançar o seu local de ação. #OBS: a maioria dos fármacos são ácidos fracos ou bases fracas, quando em solução aquosa se apresentam parcialmente ionizadas, depende do ph e do pka (constante de ionização). Quando o ph for igual o pka, significa dizer que 50% da substância está ionizada e os outros 50% não estão ionizadas. As mudanças nos valores do ph da solução alteram profundamente a proporção entre a forma ionizada e não ionizada, visto que as formas não ionizadas atravessam a membrana plasmática facilmente (camada lipídica). Pode se dizer que o meio influencia o ph do fármaco, mas o fármaco não muda. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 18 - Aprisionamento iônico: pka 4,4 e ph 1,4 (estômago) – ph – pka = log(1/IN) = plasma 7,4 Inflamação: libera citocinas ácidas que quando injetada anestésicos locais não infiltram corretamente por serem básicos, ou seja, possuem menor eficácia. *Exemplos: Anestésico local: são bases fracas, assim não conseguem infiltrar adequadamente nos tecidos e são consideradas menos eficazes em tecidos inflamados ou infectados (ph extracelular baixo). Fármacos alcalinos: azitromicina, tem o ph do sangue 7,4 e o ph intracelular 7,0. Passagem de medicamentos por membranas biológicas: Propriedades químicas do fármaco: • Natureza química; • Lipossolubidade / hidrossolubilidade; • Grau de ionização do fármaco: pKa X pH do meio; • Tamanho das partículas e formulação farmacêutica; Fatores que influenciam a absorção Fatores fisiológicos: • pH e fluxo sanguíneo no sítio de absorção; • Área de superfície disponível para absorção; • Tempo de contato com a superfície de absorção; • Espessura da membrana; • Metabolismo de primeira passagem; DISTRIBUIÇÃO DOS FÁRMACOS: Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 19 Processo que transporta os fármacos para os compartimentos do organismo, inclusive para o local de ação. Para o fármaco chegar no receptor tem que estar com grande vascularização e com presença de barreiras corporais. Fármaco > corrente sanguínea Barreiras corporais: Deposição tecidual: • Quem faz o efeito são os fármacos livres; • Tem tendência a se ligar a proteínas plasmáticas, isto é, quando absorvidas; • Em geral vai para o fígado, assim é metabolizado e eliminado; • Pode ser que ocorra um equilíbrio dinâmico; • Fármacos que não se ligam a proteína faz efeito muito mais rápido e são eliminados mais facilmente, estes podem ou não se ligarem a proteínas, tal ligação é reversível; • Somente o fármaco não ligado é capaz de atravessar livremente as membranas celulares - fármaco (livre) + Proteína Fármaco-Proteína (ligada); • Impedem a passagem de células inflamatórias; • 4 tipos: hemato ocular/ hematoencefálica/ hematotesticular/ placentária = o plasma fetal é mais ácido que o plasma materno (ph de 7,0 x 7,4), então ocorre por difusão simples ou aprisionamento iônico (considera se um risco, em caso de fármacos básicos; • Alguns fármacos podem ligar-se também as proteínas teciduais fora dos seus locais de ação (sítios de depósitos); • Alguns fármacos conferem características físicas químicas; • Quando se depositam nesses tecidos, funcionam como reservas; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 20 A distribuição do tiopental pode vir a causar intensa depressão respiratória, uma parte dessa distribuição vai para o SNC e a outra parte vai para o tecido adiposo, a desvantagem está no tempo de monitoramento, justamente por depositar no tecido adiposo. Esse tempo de monitoramento demanda horas, isso traz consequências para a manutenção da concentração plasmática, assim a reduzindo inicialmente, de modo que não seja metabolizado e podendo voltar para a corrente sanguínea e também prolonga a ação dos fármacos, o que é muito ruim. METABOLIZAÇÃO DOS FÁRMACOS: Não ocorre só no fígado, mas o fígado é o órgão principal. Tem como objetivos: • Realizar o término da ação de uma substância, assim detoxificando e inativando os fármacos; • Ativação: formar metabólitos ativos (pró-droga: fármaco aplicado que não faz nenhum efeito e quando é metabolizado se transforma em fármaco ativo), *exemplo: cortisona; • Facilitar a excreção: formar produtos mais polares, ou seja, hidrossolúveis; O metabolismo é o processo pelo qual o organismo induz alterações na estrutura química dos fármacos, tem como função transformar um composto lipossolúvel em uma forma mais hidrossolúvel e mais polar, com intuito de facilitar a sua excreção pelo organismo, geralmente depende de processos enzimáticos. Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 21 A biotransformação envolve duas fases: 1º FASE (catabólica): No reticulo endoplasmático liso dos hepatócitos tem um grupo de enzimas o citocromo p450, este oxida, hidrolisa ou reduz o fármaco junto com NAD, ferro, flavoproteína e oxigênio. • Produz grupos reativos (OH, COOH e NH2); • Esses grupos reativos servem de ponto de ataque para as reações de conjugação; • Consistem principalmente em oxidação, redução ou hidrólise; • Após as reações da Fase I, alguns medicamentos também podem se tornar mais tóxicos ou carcinogênicos do que a droga origina; 2º FASE (anabólicas): • Pode ser chamada de fase de conjugação; • Resulta em um composto menos ativo, menos toxico e mais hidrossolúvel (urina ou bile); • Se tornam inativos e hidrossolúveis, pronto para serem excretados; • Principais moléculas utilizadas nas reações de conjugação: ácido glicurônico, sulfato, acetato, glicina, cisteína, glutationa; • Glicuronização é a reação de conjugação mais comum e a mais importante nos mamíferos; Os felinos tem deficiência na conjugação do ácido glicurônico, com isso não se recomenda paracetamol, pois como não consomem plantas, ele não tem uma substância específica para desenvolver o processo de desintoxicação, sua via da sulfatação é rapidamente saturada _dependendo da dose_ (nos gatos boa parte dos fármacos são sulfatos, isto é, altamente polares e rapidamente excretados pela urina), essa não vai para o citocromo p450, assim não gera a substância altamente tóxica, logo o animal pode vir a óbito por hipóxia, assim transformando a hemoglobina em metahemoglobina, de modo que não transporte O2. “Nem todos os fármacos conjugados com o ácido glicurônico são tóxicos para gatos domésticos;” Alguns felinos tem deficiênciana metabolização de alguns fármacos, por conta da dieta carnívora, falta de exposição a plantas que contém fitoalexinas (grupo de compostos encontrados em plantas crucíferas). Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 22 ELIMINAÇÃO DOS FÁRMACOS: Rins (principal) • Fármacos hidrossolúveis; Fígado (Excreção biliar – fezes) • Fármacos lipofílicos que não são convertidos em hidrofílicos; Pulmão: • Fármacos voláteis; Outros: saliva, suor, leite e ovos (importantes em animais de produção); EXCREÇÃO RENAL: Fármacos penetram nos rins através das artérias renais (se dividem para formar o plexo capilar glomerular); Na excreção renal ocorrem três processos básicos: • Filtração glomerular: (pouco peso molecular, não pode estar ligado a proteína molecular); • Túbulos proximais: mecanismos de transporte ativo, também excreta fármaco ligado a proteínas e com maior peso molecular; • Túbulo distal: os lipossolúveis, porém tem facilidade de reabsorver pelo túbulo, assim diminuindo a excreção renal, tudo por conta do seu epitélio tubular que tem constituição lipoproteica (difusão passiva); *Secreção tubular: aqueles fármacos que não foram eliminados por filtração glomerular, ocorrem em ambos os túbulos. Ainda na eliminação... o ph influencia totalmente, devido suas variações que podem acidificar (+excreção de bases fracas e - excreção de ácidos fracos) ou alcalinizar a urina (-excreção de bases fracas e +excreção de ácidos fracos). Os hábitos alimentares também influenciam; Herbívoro: urina básica//Carnívoro: urina ácida. Em caso de intoxicação basificar o corpo do animal, deixa a urina básica > chega na urina, ioniza e o fármaco é eliminado, o contrário também é válido. Ph ácido/ urina ácida = reabsorção// ph ácido/ urina básica= excreção; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 23 EXCREÇÃO BILIAR: São fármacos lipofílicos que não sofrem biotransformação para hidrofílicos. Além disso, são eliminados junto com a bile (sais biliares); *Clinicamente: ciclo êntero-hepático resulta em um aumento no período da ação do fármaco. Os metabólitos glicuronizados podem ser hidrolisados por b-glicuronidases bacterianas, assim liberando o fármaco (reabsorvido); LEITE: É uma via extremamente importante em fêmeas em amamentação. Os fármacos de bases fracas são encontrados em maior concentração no leite do que no plasma; *Malefício: o antibiótico atrapalha a microbiota do bezerro, assim podendo ocasionar diarreia. *Benefício: se tiver um problema agravante no úbere, o fármaco irá atuar por mais tempo naquele local, por exemplo, em casos de mastite; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 24 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NA FARMACOCINÉTICA Período carência: é o intervalo de tempo, em horas ou dias, que deve ser observado entre a aplicação do agente e a liberação para o consumo do produto de origem animal (carne, leite, ovos e mel) oriundo do animal tratado. A observância do período de carência é, portanto, essencial para que o alimento não possua resíduo do produto em níveis acima do limite máximo permitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Meia-vida plasmática: tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco, após os fenômenos de distribuição, pode ter alteração de acordo com as condições do paciente. FATORES QUE AFETAM O METABOLISMO DOS FÁRMACOS: Interações medicamentosas: ocorrem na biotransformação e está diretamente relacionada com o sistema citocromo P450 (enzimas encontradas no REL) microssomal hepático. a) Fármacos Indutores (estimulação); • São compostos que induzem a atividade de enzimas do CYP450 (enzimas microssomais); • Afetam o outro fármaco que irá interagir; • Aumenta a atividade da enzima CYP; • Aumenta a velocidade do metabolismo do substrato; • Aumenta a velocidade de excreção; • Diminui a concentração do substrato no sangue; • Supondo que tenha uma quantidade X de enzimas e um tempo X, essa quantidade de enzimas, vai induzir a formação de mais enzimas, por isso se recomenda “não ingerir bebida alcoólica junto com remédio”; • Quanto maior a produção de enzimas, maior é a velocidade do metabolismo de substratos; • Quando se tem mais de um fármaco, é necessário evitar a interação se possível e fazer controle de ajuste na dose; • *exemplos: Etanol, Gardenal, Diazepam, Fenilbutazona; • #OBS: enzimas aumentadas, a ação do fármaco será menor; b) Fármacos inibidores: • São compostos que inibem a atividade de enzimas CYP450; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 25 • Diminui a atividade da enzima CYP; • Diminui a velocidade do metabolismo do substrato; • Diminui a velocidade de excreção; • Aumenta a concentração do substrato no sangue; • É basicamente o contrário dos fármacos indutores; • *exemplos: Cimetidina, Cetoconazol, Organofosforados e Cloranfenico; • #OBS: ocorre de ter incompatibilidade farmacêutica entre antimicrobianos e soluções diluentes; Sistema nervoso autônomo (Sna): O SNA, regula as atividades do coração, glândulas e músculo liso, também inerva a maioria dos tecidos e mantém o equilíbrio interno do corpo. É o órgão da consciência, cognição e comportamento, como tal, é a estrutura mais complexa de existência conhecida. Neurônios: são células do tecido nervoso, que são responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo). Células da Glia (neuróglia): participam da atividade neural, da nutrição e de processos de defesa, além da função de sustentação. O sistema nervoso autônomo (SNA), se divide em sistema nervoso simpático (SNS) e sistema nervoso parassimpático (SNP) e por essa razão o ideal é ambos, se encontrarem em equilíbrio (homeostase). Em algumas Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 26 situações é necessário a maior ativação de algum dos dois sistemas, sendo um pouco mais do SNS. O desequilíbrio desse sistema pode causar até doenças no corpo. Quando o animal está dormindo o processo de circulação sanguínea é menor, devido o metabolismo baixo, o SNP é ativado. Quando o animal se encontra em maior nível de ansiedade, estresse e depressão tem maior ativação do SNS. Quando excede essa ativação causa doenças psicossomáticas (doenças provocadas por alterações emocionais), também diminui a produção de muco do estômago, deixando o epitélio mais ácido (gastrite nervosa, intenso estresse). SNS = luta e fuga, adrenérgico, catabólico; *exemplo: animal correndo; SNP = colinérgico, anabólico, considerado um sistema de conservação; *exemplo: animal dormindo; SNS SNP Midríase Miose Maior força de contração Menor força de contração Maior contratilidade Menor contratilidade Dilatação – musculatura esquelética Broncoconstrição Constrição – pel, mucosa e vísceras Maior motilidade Broncodilatação Dilatação de esfíncteres Glicogenólise Maior secreção de glândulas Gliconeogênese - O neurotransmissor liberado no SNS é norepinefrina ou noradrenalina que atua em receptores adrenérgicos (alfa e beta); Receptores colinérgicos: M (M/1.2.3.4.5) e N, sendo Muscarínico nos órgãos, tendo como neurotransmissor a acetilcolina; 3 exceções: glândula suprarrenal, vasos sanguíneos periféricos e glândulas sudoríparas; #OBS: receptor M, se divide em M1: SNS e periférico, células parietais e gástricas/ M2: coração, músculo liso e pré-sinapse/ M3: glândula exócrina, músculo liso visceral; RECEPTORES DE ACH: M2 e M4: são inibitórios • Menos canais de cálcio; • Maior condutância de potássio; M1, M3 e M5: são excitatórios • Mais canais de cálcio; • Menor condutância de potássio; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet27 • Potencial de ação X potencial de membrana; • Terminal do axônio: são estruturas (junções) altamente especializadas, responsáveis pela transmissão dinâmica do impulso nervoso, de um neurônio para outro, ou para outro tipo celular; • As sinapses podem ser elétricas ou químicas, por meio das sinapses, um neurônio pode transmitir mensagens para células ou até milhares de neurônios diferentes; • Os neurotransmissores são responsáveis por transmitir o impulso nervoso, sendo que se divide em excitatório e inibitório; Resumindo... Sistema nervoso simpático (Sns): A localização e o efeito, varia de acordo com o posicionamento dos vasos em alfa e beta: visto que alfa faz contração e beta faz dilatação; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 28 LOCALIZAÇÃO E EFEITO: 4 FÁRMACOS QUE ATUAM NO SNA: • Agonistas adrenérgicos = simpaticomiméticos = fazem a mesma função da NOR; • Antagonistas adrenérgicos = simpaticolíticos = impede a NOR; • Agonistas colinérgicos = parassimpaticomiméticos; - Atua no músculo liso, músculo ciliar, pulmão, coração e útero; • Vasoconstrição; • Aumento da resistência periférica; • Aumento da pressão arterial; • Midríase; • Secreção salivar; • Glicogenólise hepática; - Atua no pâncreas, plaquetas e neurônios pré-sinápticos; • Inibição da liberação de noradrenalina; • Inibição da liberação da insulina; • Agregação plaquetária; * atuam como auto receptores controlando a liberação de noradrenalina, pois se a noradrenalina (NOR) é liberada o tempo todo, o indivíduo pode ficar aloprado. Sabe- se que a NOR, é produzida feixe pré-sináptico e é liberado na vesícula, a própria NOR faz um feedback (-) e se liga no receptor alfa (2), assim essa consegue fazer sua própria regulação, como se auto controlasse; - Alfa 2 inibitório: inibe a liberação de NOR e insulina, atua como auto receptor; - Encontrado no coração; • Inotropismo positivo (maior contratilidade) no coração; • Cronotropismo positivo (maior frequência) no coração; • Resposta: taquicardia; - Atua na musculatura lisa; • Broncodilatação; • Vasodilatação; • Relaxamento do músculo liso visceral; - Encontrado nos efeitos metabólicos do tecido adiposo; • Lipólise; *não é muito importante, pois é um receptor para medicina humana; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 29 • Antagonistas colinérgicos = parassimpaticolíticos; Simpaticomiméticos São agonistas adrenérgicos, também chamados de adrenomiméticos. A NOR, não pode ser liberada constantemente e tem 2 enzimas que atuam a degradando: COMT (central, tem sua própria ação/MAO (periferia). Os simpaticomiméticos, imitam o efeito da transmissão nervosa e esses fármacos podem estimular receptores adrenérgicos de forma direta ou indireta. A princípio, os simpaticomiméticos, se dividem em ação direta e ação indireta, sendo que os de ação direta, são as catecolaminas e não catecolaminas e os de ação indireta não tem classificação. CATECOLAMINAS DE AÇÃO DIRETA: Simpaticomiméticos de ação direta são agentes que atuam diretamente nos receptores adrenérgicos (alfa e beta), *exemplos: noradrenalina, adrenalina, dopamina, isoprotenerol e dobutamina; a) Adrenalina (epirefrina): São adrenérgicos de ação direta e não seletivos; - Ação: • Dose alta: vasoconstrição (alfa 1), broncodilatação (beta 2), inibição da secreção (antígeno-dependente) de mastócitos (choque anafilático) (beta 2) etc.; • Dose baixa: efeito vasodilatador; - Efeitos: • Vasoconstrição (arteríolas da pele - receptores alfas) - aumento da resistência periférica total; • Bronquíolos: ocorre relaxamento (receptores betas) - aumenta a força de contração do miocárdio (efeito inotrópico positivo) e a frequência cardíaca (efeito cronotrópico positivo) b) Noradrenalina (norepinefrina): Utilidade clínica: asma, choque anafilático (hipotensão e broncoespasmo), choque cardiogênico, parada cardíaca, vasoconstritor associado a anestésicos locais -em extremidades, junto com a NOR, causa hipóxia > necrose, também tem utilidade clínica em hemorragias localizadas (aplicação tópica); Efeitos adversos: hipertensão, vasoconstrição, taquicardia, arritmias etc.; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 30 São efeitos associados a vasoconstrição dos leitos vasculares e aumenta a pressão sistólica e diastólica, a NE não relaxa a musculatura lisa dos brônquios; • Norepinefrina sintética dura um tempo X; • Não causa broncodilatação (usa adrenalina); • Atua bem em alfa (1) e beta (1); c) Dobutamina: • Rapidamente metabolizada pela MAO e COMT (curta t ½ - 5 a 10 min) - meia vida -; • Intermediário metabólico da NE Receptores dopaminérgicos (D1 a D5); • Atividade sobre receptores adrenérgicos: D > beta > alfa; - Ação: • Doses altas: efeitos inotrópicos positivos (b1), vasoconstrição (a1) – aumento RPT; • Doses baixas: efeito vasodilatador (receptor D1 vasculares) - (importância – leito renal e coronário) -; - Efeito: • Aumenta o débito (contratilidade) tendo discreta alteração da frequência cardíaca (efeito inotrópico maior que cronotrópico); - Utilização: • Tt curto prazo da descompensação cardíaca (ICC / Infarto), tendo como administração: endovenosa de infusão lenta - t ½ vida: dobutamina (cerca de 2 minutos), ocorre metabolização: hepática; NÃO CATECOLAMINAS DE AÇÃO DIRETA : • São agonistas de receptores alfa 1 = *exemplo: fenilefrina e metaraminol; • São agonistas de receptores a2 = *exemplo: xilazina, detomidina, medetomidina e dexmedetomidina; Seletivos alfa (1): a) Fenilefrina: Agonista principalmente dos receptores a1 Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 31 - Ação: • Vasoconstrição (a1); • Midríase (a1); - Utilização: • Descongestionante nasal tópico / midriático em preparações oftálmicas; Agonista principalmente dos receptores alfa 1; • Tem ação prolongada por ser insensível a COMT; Seletivos alfa (2) -inibitório-: Alfa 2, atua no SNC e no SNP; *exemplos: xilazina, clonidina, romifidina, detomidina e medetomidina; • Os agonistas de receptores α-2 de ação central, inibe a liberação de norepinefrina no CVM diminuindo a descarga simpática; • São fármacos sedativos utilizados na rotina anestésica da medicina veterinária; - Utilização: • Procedimentos na rotina anestésica; • Sedação / contenção física; • Terapia complementar no tratamento da dor; #OBS: tudo que um sedativo precisa, se encontra nas características acima; - Efeitos: - Efeitos no sistema cardiovascular: EFEITOS = SEDAÇÃO A ativação do receptor α-2 pré-sináptico inibe a liberação de noradrenalina na fenda sináptica. O tronco cerebral tem ação reticular e é a região com maior presença de células noradrenérgicas (localizadas no núcleo neural - Locus coeruleus) –importante modulador do estado de alerta, sendo principal local de ação dos agonistas adrenérgicos alfa (2). Se a NOR está sendo impedida de ser liberada, o animal entra em sedação e fica em estado de sonolência; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 32 • Ocorre a inibição do tônus simpático ocasionada pela redução da liberação pré-sináptica de noradrenalina que favorece a atividade do sistema parassimpático (SNP) -acetilcolina; • Alterações observadas: diminuição na frequência cardíaca e redução no débito cardíaco; - Efeitos no sistema respiratório: • Promovem depressão respiratória de forma variável entre as espécies; • Efeitos adversos: bradicardia, depressão respiratória, hipotensão arterial, arritmias cardíacas e êmese (ação de vomitar = jejum antes da cirurgia) - em doses baixas para anti-intoxicar-; a) Xilazina: A dose não tem a ver com o tamanho e sim com o metabolismoe sensibilidade do animal; #OBS: em equinos a Xilazina e a Sepromazina causa exposição do pênis e pode causar necrose. No caso dos ruminantes, a xilazina não é muito usada > sensível; b) Detomidina: Apresenta ação similar à Xilazina, entretanto com potência dez vezes maior e efeitos mais prolongados; • Utilizado comumente em equinos para promover sedação, analgesia e relaxamento muscular; • Pode ser absorvida através da pele humana intacta; portanto, deve-se evitar a exposição humana, além disso pode ser encontrado em apresentações de uso humano, porém com literatura técnica que baseia seu uso na medicina veterinária. O uso de suas informações é de responsabilidade do médico veterinário; Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 33 c) Medetomidina: • 10 vezes mais potente que a Xilazina; • Efeito similar a Xilazina, porém com duração de 1-3h; • É um analgésico e sedativo, muito usado em cães e gatos; • Frequentemente usada em combinações com opióides; • Após a administração são notadas a presença de vasoconstrição periférica e bradicardia acentuada; AGONISTAS DE RECEPTORES BETA (2): *exemplos: Salbutamol, Terbutalina, Metaproterenol; Terbutalina / Albuterol / Clembuterol / Salbutamol: - Efeito: • Broncodilatação; • Usados por via parenteral ou aerossóis; • Uso: asma, reações alérgicas e são potencializados pelos corticoides; - Efeitos adversos: -ativação receptor alfa e beta adrenérgico- • Taquicardia, vasoconstrição, hipertensão, tremores / excitação e sudorese (equinos); SIMPATICOMIMÉTICOS DE AÇÃO INDIRETA: • São gentes que atuam principalmente na liberação de NE ou inibem a receptação de NE; • *exemplos: Anfetamina, Efedrina, Feniletilamina e antidepressivos tricíclicos; Simpaticolíticos: Resumo elaborado por Júlia Madureira// @surtavet 34 São antagonistas adrenérgicos; • Antagonistas alfa (1) *exemplo: Prazosina, Tansolusina; • Antagonistas alfa (2) *exemplo: Ioimbina, Atipamezol, Tolazolina; Alfa (1): a) Prazosina: • Bloqueia ação da noradrenalina no receptor a1 seletivo e competitivo; - Efeito: • Relaxa musculatura lisa arterial e venosa Diminuição tônus musculatura lisa uretral (felinos); - Utilização: • Hipertensão / ICC / resistência uretral; - Efeitos indesejáveis: • Hipotensão; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Slides do professor: Bruno Costa Resumo de fisio 2 SNS (Júlia Madureira) https://www.vetsmart.com.br/be/produto/2131/detomidina https://en.wikipedia.org/wiki/Medetomidine https://pt.virbac.com/cao/produtos-cao/sistema-nervoso-central/medetor.html
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