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Eixo teorico e fenomenos jurídicos


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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
GABRIELA THIEMI KUBOTA FERREIRA 
FENÔMENOS JURIDICOS 
Maringá
2020
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
GABRIELA THIEMI KUBOTA FERREIRA 
FENÔMENOS JURIDICOS 
Trabalho de dissertação sobre fenômeno jurídico , entregue à disciplina de Pesquisa Jurídica como requisito de avaliação para a nota parcial referente ao 1º Bimestre da primeira série do curso de Direito da Universidade Estadual de Maringá. Turma 2-Matutino. RA119439
Orientador: Professora Doutora Valéria Silva Galdino Cardin.
Maringá
2020
O Eixo teórico-metodológico de formação sociopolítica, constitui a base do saber teórico, metodológico e instrumental. Toda pesquisa é um trabalho de construção de conhecimentos novos, contudo, deve ser ativa engajada e não uma simples captação passiva da realidade, porque o conhecimento não pode ser puro reflexo do real. O objeto real é a coisa existente independentemente de nosso pensamento, quer considerada em si mesmo, quer através de suas manifestações concretas (o fenômeno). Toda investigação supõe um projeto, um corpo teórico, que lhe dá forma, orientação e significado, sendo assim, a ciência jurídica, tanto quando qualquer outra, resulta de um trabalho de construção comandado, em todas as suas fases, pela teoria. Esta ciência estuda o problema do conceito de Direito no decorrer da história, causando diversas interpretações acerca do conceito, resultando na criação de várias correntes de pensamento jurídicos. Mesmo um magistrado atual vê-se em dificuldade em interpretar e aplicar a norma ao caso concreto, devendo partir de algumas das correntes jurídicas que serão apresentadas, a saber, o jusnaturalismo, o juspositivismo ,pós-positivismo o tridimensionalismo jurídicos,e teoria pura do direito .
Por jusnaturalismo, ou Escola do Direito Natural, entende-se a imensa corrente de jusfilósofos e juristas que davam primazia aos princípios anteriores ao homem, os princípios e regras ditos naturais, justas, como o princípio da dignidade humana e o princípio do direito a vida. O jusnaturalismo passou por três estágios na história, compreendendo três vertentes: a teológica, a humana e a racionalista. A primeira, com vigência na Idade Antiga e na Idade Média, o direito natural ligava-se à Religião.  O fenômeno jurídico estava subordinado à vontade divina. A escola teológica “posiciona Deus como legislador, acusando as condutas a serem consideradas ilícitas e impondo punições graduadas conforme o bem ofendido.”. Assim, em suma, esta fase do jusnaturalismo embasava-se nas leis advindas de Deus. A segunda fase, uma versão intermediária do direito natural na Idade Média, de cunho tomista, divide o direito natural em: normas eternas, naturais, humanas e divinas. As eternas são universais e atemporais. As naturais são frutos da busca pela felicidade terrestre. As humanas são criadas pela Razão. E as divinas são produto da criação divina. A terceira fase, o jusracionalismo, contou Hugo Grócio, considerado o “pai do direito natural”, para laicizar o conceito de direito natural, bem como defender que os princípios do direito natural são frutos da razão. Atualmente, o jusnaturalismo vislumbra o direito natural apenas como um conjunto de princípios que orientam o legislador na elaboração das leis positivas .Princípios estes que não podem ser preteridos, sob pena de injustiça na ordem jurídica. São compreendidos, pois, pelos princípios fundamentais como o direito à vida, o direito a liberdade, o direito à igualdade de oportunidade e participação, o direito ao mínimo de civilidade, etc. Foram esses princípios que nortearam os legisladores da Declaração de Direitos Humanos.Já o positivismo jurídico é a doutrina do positivismo de Auguste Comte aplicada no Direito negando abstrações metafísicas e especulações sem experimentação fática. Fiel ao positivismo, o positivismo jurídico nega qualquer elemento de abstração no Direito, sobretudo o Direito Natural, por considerá-lo metafísico e anticientífico. Nessa corrente, o objeto de investigação do Direito deve ser apenas as normas jurídicas existentes e provenientes do Estado, excluindo os juízos de valor do Direito. Para o juspositivista, importa apenas estudar a realidade fática, sem considerar ideias irracionais, como o valor Justiça, do Direito. Por conseguinte, infere-se que os juspositivistas davam primazia absoluta à legislação elaborada pelo poder Legislativo.Em resumo, o Direito Positivo é o único válido no juspositivismo, independente de comportar fundamento ou conteúdo na letra da lei. Diferente dele o pós-positivismo surgiu como uma nova teoria à normatividade, tentando restabelecer uma relação entre direito e ética, pois busca materializar a relação entre valores, princípios, regras e a teoria dos direitos fundamentais e para isso, valoriza os princípios e sua inserção nos diversos textos constitucionais para que haja o reconhecimento de sua normatividade pela ordem jurídica.
Na Teoria Tridimensional do Direito elaborada pelo jurista Miguel Reale o Direito é estruturalmente tridimensional, sendo percebido como elemento normativo, que disciplina os comportamentos individuais e coletivos, pressupondo uma situação de fato que se refere a valores determinados. É buscada, nessa teoria a relação dialética entre fato, valor e norma, reconhecendo o caráter importantíssimo do culturalismo à dinâmica entre tais fatores, que nada mais é que o reflexo da realidade cultural-social na qual o Direito, como corpo normativo está inserido. Sendo por essa tríade, e sem a superioridade específica de cada um sobre o outro, o Direito é, portanto, não relativo, mas sim sujeito a mudanças. Esse movimento dialético dos três elementos (fato, valor e norma) é a forma pela qual devem ser vistas as normas jurídicas, distanciando-se assim de um mero relativismo. 
Já a Teoria Pura do Direito desenvolvida por Kelsen reduz a expressão do Direito à norma jurídica, ele pretendeu proporcionar objetividade, autonomia e neutralidade ao Direito. Kelsen criou uma teoria que se refere somente ao Direito Positivo, desprezando os juízos axiológicos, rejeitando a ideia jusnaturalista, combatendo a metafísica, compreendendo o Direito como estrutura normativa, para ele os fatos sociais e os valores, como a Justiça, não são fatores que conduzem à legitimação do Direito, é possível afirmar-se que a norma jurídica, aceitaria qualquer conteúdo, estando todos obrigados a impor-se a sua imperatividade, mesmo que seja considerada imoral ou injusta.
Pode-se dizer a partir das concepções supracitados que cada corrente se difere ao determinarem um processo de aplicação do Direito. 
Referencias 
PAULINO, Luan Lincoln Almeida. Fundamentos jurídicos. 2014. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/33633/fundamentos-juridicos. Acesso em: 30 out. 2020.
BRAMBILLA, Leandro Vilela. No que consiste o pós-positivismo? 2010. Disponível em: https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2194899/no-que-consiste-o-pos-positivismo-leandro-vilela-brambilla. Acesso em: 30 out. 2020