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1 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY PATOLOGIA DA TIREOIDE Anatomia e histologia da glândula tireoide Devemos lembrar que a tireoide é uma glândula que tem esse formato de borboleta, como podemos ver na imagem. É uma glândula localizada na região cervical. Essa, está localizada anteriormente a laringe, ela abraça a laringe com sua face posterior. Lateralmente, a glândula tireoide, passa as artérias carótidas, uma de cada lado. Atrás da traqueia, nós temos o esôfago, e, por isso, qualquer processo que leva a um aumento no tamanho dessa glândula, pode promover a compressão de alguma dessas estruturas que estão próximas a tireoide. A glândula tireoide é constituída por 2 lobos, o lobo direito, e, o lobo esquerdo, que são unidos pelo istmo. Histologicamente, a glândula tireoide é constituída pelos folículos tireoidianos, esses tratam-se da unidade funcional dessa glândula, ou seja, é a estrutura da tireoide que promove o funcionamento/ metabolismo dessa glândula. O folículo tireoidiano trata-se dessa estrutura marcada na imagem acima com a numeração 3. Essa estrutura constituída por um epitélio cuboidal que reveste toda essa estrutura arredondada, esse epitélio é constituído pelas células foliculares, que são as células que exercem a principal função da glândula tireoidiana. Dentro dessa estrutura, rodeada/circundada por essas células foliculares, temos esse material com coloração azulada que vemos nessa foto, que é um material coloide. Dentro desse material coloide, existe uma proteína muito importante para o funcionamento da tireoide, a tireoglobulina. Essa, é utilizada como substrato na produção do hormônio tireoidiano. Bom, então, além do folículo tireoidiano, que vemos em destaque na figura, nós temos, ao redor desses folículos tireoidianos, um outro tipo de célula, que não conseguimos perceber com muita clareza, mas, que está marcada pela seta de número 4, essa, trata-se da célula C, ou, também chamada de célula Parafolicular. Essa célula também tem função importante, ela também produz hormônio da tireoide, sendo essa célula que produz a calcitonina. Esses folículos tireoidianos, vários deles juntos, se organizam em ninhos, ao redor desses ninhos, onde encontramos vários folículos tireoidianos, nós temos septos de tecido conjuntivo fibroso, então, também precisamos lembrar dessa estrutura da tireoide como um todo, ela é constituída pelos folículos tireoidianos, os quais se agrupam se organizam em ninhos ao redor dos quais nós temos septos fibrosos, e, entre os folículos tireoidianos, nós temos as células parafoliculares, ou, células C, que são as células produtoras de Calcitonina. Os folículos tireoidianos, são constituídos pelas células foliculares, e, no seu interior, nós encontramos a tireoglobulina. Na imagem da esquerda, vemos com maior destaque, os vários folículos tireoidianos, organizados formando ninhos, e, nas áreas claras, nas fendas claras que estamos vendo na figura, é onde nós tínhamos os septos fibrosos, o tecido conjuntivo, envolvendo esses ninhos de folículos tireoidianos. Na figura a direita, nós temos os folículos tireoidianos em maior aumento, então, vemos a estrutura do folículo tireoidiano. No número 2, temos o conteúdo interno do folículo tireoidiano, que é um material coloide, onde iremos encontrar, principalmente, a tireoglobulina. O número 4, são as células foliculares. O número 3, as células C, ou, parafoliculares, que são as células produtoras de Calcitonina. A glândula tireoidiana trabalha recebendo estímulos do SNC, lá no hipotálamo, ocorre a produção do hormônio liberador da tireotrofina, também conhecido pela sigla TRH. O hipotálamo produz TRH, e, esse, caindo na circulação sanguínea, irá estimular a porção anterior da hipófise, que DISCIPLINA ANATOMIA PATOLÓGICA II AULA 7- PATOLOGIA DA TIREOIDE PROFESSOR THAIS 2 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY vai então, produzir, e, liberar, o hormônio tireoestimulante, ou tireotrofina, que é o TSH. Então, a hipófise produz, e, libera o TSH, esse, cai na circulação, e, vai até a glândula tireoidiana, e, vai estimular, justamente, as células foliculares, presentes no folículo tireoidiano. As células foliculares, então, nesse momento, vão captar a tireoglobulina presente no material coloide, vão, também, captar molécula de iodo, e, sob ação da enzima peroxidase, a tireoide vai produzir então os hormônios tireoidianos, que são, o T3, e, o T4. O T3, e, o T4 produzidos estarão contidos lá dentro do material coloide, e, vão ser gradualmente liberados na circulação sanguínea. O T3 e o T4 são os hormônios que irão comandar o metabolismo das células do nosso corpo, ou seja, o nosso metabolismo de forma geral. São esses os hormônios responsáveis pelas nossas atividades diárias, e, pelas atividades metabólicas das células. Devemos lembrar também, que além das células foliculares, existem as células C, ou parafoliculares, lá na tireoide, e, essas, produzem a Calcitonina. A função da Calcitonina, é de participar do metabolismo do tecido ósseo, ela vai aumentar a absorção de cálcio pelo osso, e, vai reduzir a reabsorção óssea, ou seja, ela diminui a degradação do tecido ósseo, e, aumenta a captação de cálcio pelo osso, ou seja, ela favorece a calcificação dos ossos. O T3 e o T4, principalmente a fração livre do T4, que não está ligada a nenhuma proteína de transporte, são hormônios responsáveis pelo metabolismo celular, e, o nosso metabolismo de um modo geral. Já as células C, ou células parafoliculares, que estão lá do lado de fora do folículo, elas são produtoras da calcitonina, que vai promover uma absorção de cálcio pelo osso, e, reduzir a reabsorção do tecido ósseo. HIPOTIREOIDISMO Grande parte das doenças tireoidianos podem cursar com um hipofuncionamento das glândulas, ou, um hiperfuncionamento das glândulas. E, nesse contexto, o paciente pode ter um quadro de hiper ou hipotireoidismo. O hipo, e, hipertireoidismo, não são doenças propriamente, são manifestações clínicas de outras doenças. Por isso, iremos falar um pouco agora sobre hipotireoidismo, depois um pouco sobre hipertireoidismo, e, então, iremos estudar as doenças que cursam com esses dois tipos de alteração. Conceito O hipotireoidismo, consiste em um hipofuncionamento da glândula tireoidiana, ou seja, a tireoide está trabalhando pouco, e, se ela está trabalhando pouco, em termos hormonais, o resultado disso será pouca produção de T3 e T4, principalmente, a fração livre, que é a fração dosada no nosso exame de sangue. Portanto, a tireoide, no hipotireoidismo, irá produzir pouco T3, e, pouco T4, então, se nós dosarmos esses hormônios na circulação sanguínea do paciente, veremos níveis abaixo do valor de referência. Epidemiologia O hipotireoidismo, é mais comum em pacientes do sexo feminino, e, geralmente, em mulheres com uma idade relativamente jovem, mulheres a partir dos 30, 40 anos, então, não são nem pacientes muito adolescentes, na infância, muito jovens, mas, também não são mulheres mais velhas. Classificação O hipo, assim como o hipertireoidismo, pode ter uma causa primária, secundária, ou, terciária. A causa primária, é quando o problema que está causando o baixo funcionamento da glândula, é a própria glândula. E, então, lembramos daquele eixo, hipotálamo-hipófise-tireoide. Hipotireoidismo primário: A glândula, no hipotireoidismo primário, está trabalhando pouco por um problema próprio da tireoide. Hipotireoidismo secundário: No hipotireoidismo secundário, o problema está na hipófise, que é a etapa imediatamente antes da estimulação hormonal da tireoide. Hipotireoidismo terciário: Já no hipotireoidismo terciário, o problema é ainda mais distante, é lá no hipotálamo. Etiologias Existem ainda, classificações dessa condição, de acordo com a causa específica, com a etiologia própria do que causa essa alteração. E, então, veremos, que o hipotireoidismo, écausado muitas vezes, por doenças autoimunes, pelas autoimunidades, e, nesse caso, destacamos, muitas vezes, as 3 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY tireoidites, ou seja, os processos inflamatórios das glândulas tireoidianas, causadas por uma resposta imunológica inadequada do paciente. O sistema imunológico, começa a combater a própria tireoide, fazendo com que ela trabalhe menos, ou seja, um hipotireoidismo primário, nesse caso. Essa é a principal causa de hipotireoidismo, mas existem outras, como por exemplo, pacientes que foram expostos a radioterapia, principalmente, na região de cabeça e pescoço, paciente que esteja tratando um câncer em alguma região de cabeça e pescoço, que tenha uma profissão em que está mais exposto a radiação. Nesses indivíduos, a radiação pode atuar sobre a glândula tireoidiana, e, atacá-la, destruí-la gradativamente, fazendo com que ela comece a trabalhar menos, e, entre em um estado de hipotireoidismo. Além disso, as tireoidectomias, ou seja, a retirada cirúrgica de parte da glândula tireoide, ou, da tireoide como um todo, podendo ser por um tratamento, por exemplo, do hipertireoidismo, já que se a retirada da glândula for pouco a mais do que o necessário, o paciente pode desenvolver um hipotireoidismo. Além disso, outras formas de tratamento do hipertireoidismo também podem causar hipotireoidismo, como ablação, iodo radioativo. Paciente que tem hipertireoidismo, pode ser tratado com iodo radioativo, para que esse iodo, que carrega uma molécula radioativa, seja captado pela célula folicular, essa, habitualmente, capta moléculas de iodo para juntar a tireoglobulina, e, fazer o T3 e T4, mas então, infundimos no paciente um iodo radioativo, e, quando a célula folicular captar essa molécula de iodo com uma partícula radioativa junto, essa, irá destruir parte do tecido tireoidiano, sendo uma forma de tratar o hipertireoidismo, mas, também, se esse tratamento não for muito bem regulado, ele pode causar como efeito colateral, um hipotireoidismo, se essa radiação destruir mais do que o necessário da glândula tireoidiana. Então, essas são as principais causas de hipotireoidismo. Clínica Indivíduos adultos, e, até mesmo crianças, exceto os lactentes. Vão apresentar um quadro clínico que chamamos de mixedema, Esses pacientes, nesse contexto do mixedema, irão apresentar, primeiramente, um perfil sorológico dos hormônios tireoidianos alterados, visto que, se essa glândula tireoidiana está trabalhando menos, ela está também produzindo menos, T3 e fração livre do hormônio T4. Então, ao dosarmos na corrente sanguínea, iremos notar que esse paciente apresenta T3 e T4 livre abaixo do valor de normalidade. O TSH, que é o hormônio tireoestimulante produzido pela hipófise, e, que tem como função estimular a glândula tireoidiana, irá apresentar o mecanismo de feedback negativo, o TSH estará alto, visto que, quando produzimos menos T3 e T4, o nosso organismo recebe a mensagem de que a “tireoide está preguiçosa”, e, para melhorar isso, aumenta a produção/ liberação de TSH para estimulá-la. Então, T3 e T4 estarão baixos, mas, o TSH, estará elevado. Esse é o perfil laboratorial, mas, clinicamente, o paciente irá apresentar alterações correspondentes a uma queda do metabolismo celular. O metabolismo desse paciente como um todo, estará diminuído, então, esse paciente irá se queixar por apresentar peso a mais do que o normal (paciente com sobrepeso, ou, obesidade), é um paciente que estará apático, desanimado, cansado, constantemente, esse, irá também apresentar uma lentidão mental (pensa devagar), uma lentidão física, terá uma certa intolerância ao frio, sentido muito mais frio que o resto das pessoas, ao mesmo tempo, ele terá um quadro de constipação, tem um quadro de sudorese, e, também relata que sua pele parece mais fria e pálida. Isso se explica, já que, esse paciente, vai ter uma diminuição da atividade do SNS, por falta dessa estimulação hormonal, e, por isso, ele estará lento em todas as suas funções, vai ter um quadro de constipação, vai perceber a pele fria e pálida, porque não tem um SNS firmemente atuante para aumentar a circulação sanguínea, para fazer vasodilatação, para fazer o sangue circular mais rapidamente. Os lactentes, desenvolvem um quadro de hipotireoidismo que é chamado de cretinismo. Esse, se desenvolve depois de nascido, em decorrência, principalmente, de uma carência de iodo na alimentação da mãe. Então, a mãe, por alguma razão, em sua alimentação, tem um baixo aporte de iodo, faltando iodo, esse não terá quantidade suficiente para se ligar a tireoglobulina, logo, não há produção de T3 e T4. O cretinismo, é bem raro, visto que, nossa alimentação tem hoje, uma quantidade mínima necessária de iodo, visto que, por lei, o sal de cozinha contem iodo. Entretanto, se mesmo assim, por um motivo qualquer, a mãe não consumiu iodo suficiente na gravidez, essa criança terá como manifestação uma alteração no desenvolvimento do sistema esquelético, e, do SNC. A criança, então, terá alterações esqueléticas, como mal formação na estrutura óssea, como pernas e braços arqueados, baixa estatura. Essa criança, apresenta muitas vezes uma hérnia umbilical. Uma língua maior, e, projetada 4 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY para frente, e, além disso, transtornos do SNC, a criança irá desenvolver, classicamente, um retardo mental. HIPERTIREOIDISMO O contrário de tudo que foi dito até agora, é o hipertireoidismo. Nesse, a glândula trabalha em excesso, e, consequentemente, vai produzir uma quantidade elevada de T3 e T4 livre. A essa situação de valores acima do normal de T3 e T4 na corrente sanguínea, damos o nome de tireotoxicose. Classificação Assim como no hipotireoidismo, o hipertireoidismo também pode ser primário, secundário, ou, terciário. Ou seja, ele pode decorrer de um problema na glândula tireoidiana (primário), um problema na hipófise (secundário), ou, um problema no hipotálamo (terciário). Etiologias Na maioria das vezes, o hipertireoidismo, assim como no hipo, é por uma causa própria da glândula tireoidiana. Como por exemplo aqui, algumas tireoidites, então, inflamações da glândula tireoidiana, podem causar um estado de hipertireoidismo também, além do hipotireoidismo. Outras causas importantes são, ingestão de hormônios exógenos, pacientes que consomem hormônios tireoidianos, com destaque daqueles que o fazem por conta própria com a intenção de emagrecer. Muitas vezes, vemos pacientes que querem uma fórmula mágica para o emagrecimento, querem continuar comendo à vontade, tem preguiça de fazer atividade física, mas, está sempre insatisfeito com o corpo, e, quer emagrecer. Essa ingestão, tipicamente do Puran T3, para aumentar o metabolismo, e, até mesmo, de pacientes que possuem hipotireoidismo, e, precisam realmente fazer uso dessa medicação. Essa, obviamente, precisa ser controlada de forma bem precisa, visto que, muitas vezes, essa quantidade de hormônio pode ser excessiva. Além disso, existe uma outra condição importante, um outro tipo de tumor ovariano, o chamado Estruma Ovarium esse, é um tumor que se desenvolve no ovário, e, começa a produzir tecido tireoidiano ectópico, e, nesse caso, o paciente, além de produzir T3 e T4 na tireoide, normalmente, ele ainda vai ter esse foco ectópico que vai produzir também hormônio, e, por consequência, na circulação sanguínea, vai haver um excesso de T3 e T4, ou seja, uma tireotoxicose, e, por consequência, o paciente irá apresentar um quadro de hipertireoidismo. Clínica Então, agora o paciente irá apresentar uma perda de peso, aumento do apetite, agitação, nervosismo, insônia, tudo isso porque seu metabolismo está elevado. Além disso o SNS desse paciente, estará funcionando demais, por isso, ele terá aumento da circulação sanguínea, vasodilatação, rubor facial, pele quente, sudorese, taquicardia, palpitação, tremor, dificuldade para se concentrar, instabilidadeemocional (uma hora chora, do nada está rindo), intestino trabalha demais, podendo ter diarreia. DOENÇAS DA TIREOIDE 1- TIREOIDITES Conceito e Etiologia Inflamação da glândula tireoidiana, podendo essa ser aguda ou crônica, tanto faz, ocorre um processo inflamatório. O que acarreta isso, em alguns casos, é uma doença autoimune, visto que, por alguma razão, o SI do paciente, passa a enxergar determinadas moléculas da própria tireoide, como sendo um potencial antígeno, e, tenta ataca- la, com isso, acaba prejudicando o funcionamento da tireoide. Essa, pode também ser causada por processos infecciosos, onde agentes infecciosos, virais, tentam atacar as glândulas tireoidianas, e, prejudicam a sua função. a) Tireoidite de Hashimoto As tireoidites, de modo geral, ocorrem principalmente em mulheres de faixa etária relativamente jovem (30 a 50 anos). Essa, consiste em um processo inflamatório da glândula tireoidiana, ocasionado por um processo 5 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY autoimune. O que ocorre nessa doença, é que, o organismo da paciente, começa a produzir anticorpos contra a tireoglobulina (pequena proteína presente no coloide que é substrato para produção do hormônio tireoidiano). Então, essa paciente, começa a produzir anticorpos anti- tireoglobulina, esse anticorpo se liga a tireoglobulina, e, impede que essa seja usada na fabricação do T3, e, do T4. Além disso, essas pacientes podem produzir anticorpos contra a enzima que produz o T3, e, o T4, a enzima que liga a tireoglobulina, a molécula de iodo, essa enzima chama-se peroxidase, como dito anteriormente. Então, essa paciente pode também produzir anticorpo anti-peroxidase tireoidiana. Nesses dois casos, temos uma autoimunidade humoral, pela produção de anticorpos pelos linfócitos B, que são diferenciados em plasmócitos, mas, as células T, os linfócitos T, também participam da Tireoidite de Hashimoto, já que, essas células produzem citocinas, que vão atacar as células tireoidianas, ou então, os linfócitos T atacam as células diretamente, sem nem precisar produzir citocinas. Portanto, essa autoimunidade, é humoral, ou seja, pela produção de anticorpos anti-tireoglobulina, e, anti- peroxidase, e, é também uma autoimunidade celular, pela ação de linfócitos T, que vão agir atacando diretamente as células foliculares, ou, produzindo citocinas. Portanto, teremos (principalmente, pela ação dos linfócitos T) uma destruição das células foliculares, com isso, elas não conseguem produzir T3 e T4. Além disso, teremos os anticorpos contra tireoglobulina, e, contra a peroxidase, que é a enzima, então, ainda que a célula folicular esteja alguma delas polpadas, elas não terão a tireoglobulina, nem a tireoperoxidase funcionantes para produzir T3 e T4, portanto, essas glândulas tireoidianas terão suas funções completamente comprometidas. (*destacando mais uma vez porque essa próxima informação é muito importante) as células foliculares serão destruídas, principalmente, pela ação dos linfócitos T. Todo esse processo, é gradual, não é da noite para o dia que essa paciente começa a produzir anticorpos, ativa linfócitos T, e, do nada, no dia seguinte, tudo acontece como se fosse um relâmpago que caiu na tireoide. Vai ocorrendo, portanto, uma falência gradual da glândula tireoidiana, incialmente, a paciente pode nem ter alterações laboratoriais, pode também nem ter alterações clínicas, mas, com o tempo, o quadro clínico e laboratorial vai se estabelecendo. Clínica Teremos primeiro, um aumento da glândula tireoidiana, esse aumento, irá se tratar de um aumento difuso, e, simétrico, ou seja, a glândula como um todo aumenta de tamanho/de volume, de forma proporcional (o aumento se dá devido ao aumento do TSH, pelo mecanismo de feedback positivo). Essa glândula tireoidiana não fica dolorosa, portanto, na palpação, essa paciente não irá nos relatar dor alguma, mas, nessa parte do exame físico poderemos perceber um aumento da tireoide. Além disso, essa paciente vai ter um quadro clínico de hipotireoidismo, então, tudo aquilo que foi dito a respeito do hipotireoidismo, poderá ser encontrado nessa paciente. (*muita atenção no que será falado agora). Em um determinado momento da evolução da doença do paciente, esse, pode ter o que chamamos de hashitoxicose, essa, trata-se de uma Tireotoxicose (elevação da quantidade de hormônios tireoidianos), que, ocorre na Tireoidite de Hashimoto. Isso pode ser explicado, já que, imaginando que essa glândula está sendo atacada por célula T, e, o substrato para produção dos hormônios está sendo atacado pelos anticorpos, a glândula está tentando produzir T3 e T4, mas, não está conseguindo, ou, as vezes ainda consegue produzir, mas, não consegue liberá-lo na circulação sanguínea. Portanto, alguma quantidade de T3 e T4 que com muita dificuldade a glândula consegue produzir, fica impactada, e, fica guardada dentro do material coloide, e, a glândula não consegue liberar, pode ser que em um determinado momento da história desse paciente, esse folículo tireoidiano que ficou acumulando T3 e T4 que foi produzido com muito esforço, esse folículo tireoidiano pode se romper, e, quando isso ocorre, ele libera T3 e T4 na circulação, então, esse paciente, que clinicamente tem um quadro constante de hipotireoidismo, pode em um dado momento, começar a apresentar um quadro de hipertireoidismo por ruptura desses folículos tireoidianos, e, liberação desses hormônios. Esse, é, portanto, o quadro de hashitoxicose, sendo um quadro súbito, que dura pouco tempo. Essa ruptura ocorre porque o folículo tireoidiano pode ir ficando repleto desse hormônio que vai ficando acumulado, esse pouco que foi produzido, pode ir acumulando, e, então ele distende o folículo tireoidiano, e, se rompe. Não existe marcador sanguíneo para diagnosticar a ruptura, mas, pelo quadro clínico, associado a um exame laboratorial com T3 e T4 elevados, em uma paciente com Tireoidite de Hashimoto, sabemos que trata-se desse quadro de hashitoxicose. Diagnóstico O diagnóstico é clínico e laboratorial, contando com dosagem dos anticorpos, a história clínica do paciente, o exame físico palpando uma glândula tireoidiana aumentada, exame de imagem mostrando que a tireoide está aumentada difusamente, esses achados citados são suficientes para diagnosticar a Tireoidite de Hashimoto. A ressecção parcial da glândula para exame histopatológico será feita se porventura houver alguma dúvida quanto a diagnóstico. Como estamos falando de uma Tireoidite, ou seja, um processo inflamatório da glândula tireoidiana, veríamos um infiltrado inflamatório crônico, visto que, trata-se de uma doença autoimune, e, nesse caso, o estímulo da inflamação (tireoglobulina, célula folicular e tireoperoxidase) é constante. Esse, será caracterizado por um infiltrado de linfócitos e plasmócitos muito intenso na tireoide desse paciente, tão intenso, que essas células mononucleares irão 6 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY as vezes formar os folículos linfoides, que são estruturas com o centro mais claro, e, a periferia mais escura. Isso é um agregado de linfoides tão grande, que ele se organiza dessa forma, com uma área clara no centro (centro germinativo), e, uma periferia mais escura. Essa presença de folículos linfoides, mostra para mim, que a quantidade de linfócitos nessa tireoide, é extremamente alta. Além disso, como essa célula folicular está sendo atacada/destruída, o folículo tireoidiano vai sofrer um processo de atrofia, então, ele vai ficar bem pequeno, e, às vezes, até some. Além disso, se essa Tireoidite estiver ocorrendo há um bom tempo, podem começar a surgir alterações cicatriciais, como se esse tecido estivesse tentando se recuperar, e, então, pode surgir uma fibrose estromal na glândula tireoidiana, sendo a área rosa mais clara mostrada na imagem a seguir. Na imagem vemos folículos linfoides, onde podemos ver o centro germinativo clarinho, e, naseta de cabo cumprido, podemos ver os folículos tireoidianos. Além disso, podem estar presentes, ou não, as células de Hurthle, essas, nada mais são que células foliculares que sofreram metaplasia. As células foliculares, estão sendo agredidas/atacadas pelos linfócitos T diretamente, ou, pelas citocinas, que esses linfócitos T produzem, essas células foliculares, para então, tentarem sobreviver ao ataque, sofrem um processo de metaplasia, e, ganham um citoplasma amplo, e, rosa mais claro. Essas, podem estar presentes ou não. OBRIGATÓRIO EU VER NA HISTOPATOLOGIA DA TIREOIDE DA PACIENTE PARA DIAGNOSTICÁ-LA COM TIREOIDITE DE HASHIMOTO: INFILTRADO INFLAMATÓRIO CRÔNICO MUITO INTENSO (OU SEJA, LINFÓCITOS E PLASMÓCITOS), E, ATROFIA DO FOLÍCULO TIREOIDIANO (PEQUENO OU DESTRUÍDO). POSSO VER OU NÃO: ÁREAS DE FIBROSE (SE ESSA TIREOIDITE JÁ ESTIVER PRESENTE NO PACIENTE HÁ ALGUM TEMPO, SENDO ESSA FIBROSE UMA TENTATIVA DE CICATRIZAÇÃO DESSA GLÂNDULA QUE ESTÁ SENDO ATACADA) E CÉLULAS DE HURTHLE (CÉLULAS FOLICULARES QUE SOFRERAM METAPLASIA). LEMBRANDO: DIAGNÓSTICO DA TIREOIDITE DE HASHIMOTO É CLÍNICO E LABORATORIAL. b) Tireoidite de De Quervain ou Granulomatosa Essa, como toda Tireoidite, é mais comum no sexo feminino, e, com uma idade entre 30 e 40 anos. Essa, também é uma doença autoimune, mas, ela é autolimitada, essa reação do sistema imunológico ocorre por um período de tempo relativamente curto, e, depois o SI volta a funcionar normalmente, e, para de atacar a glândula tireoidiana. Tratando essa paciente ou não, essa autoimunidade se reverte. Etiologia O que faz com que essa Tireoidite ocorra, são processos infecciosos, especialmente de etiologia viral, ocorrendo em via aérea superior. Portanto, um paciente com infecção viral de via aérea superior, e, que começa a ter alterações na tireoide também. A infecção viral foi o gatilho que iniciou a resposta imunológica exagerada nesse paciente. Os agentes etiológicos principalmente relacionados são Coxsackievirus, Adenovírus, Vírus da Caxumba, Sarampo. Então, qualquer um desses tipos de vírus, irá ativar o SI para combatê-los, CUIDADO FOLÍCULOS LINFOIDES (AGREGADO DE LINFÓCITOS) X FOLÍCULOS TIREOIDIANOS (SOFRE ATROFIA) 7 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY mas, a partir disso, esse SI pode atacar a tireoide também. Essa, é uma ação, principalmente, mediada por linfócitos T. Sinais e Sintomas Nessa, a tireoide também aumenta de tamanho, só que, essa pode crescer de forma assimétrica, pode crescer só um lobo, bem como podem crescer os dois. Esse aumento da glândula, nesse caso, vem acompanhado de dor, já que, está ocorrendo agora um processo inflamatório agudo na tireoide, e, essa, acarreta dor. Esse paciente, vai ter clinicamente, um quadro de hipotireoidismo transitório, já que a glândula está sendo atacada, e, irá produzir menos T3 e T4, e, esse é transitório, já que, quando a paciente melhora do quadro infeccioso, e, o SI para de ser estimulado, porque o vírus já foi eliminado, a tireoide volta a funcionar de forma fisiológica. Ele terá todos os sintomas do hipotireoidismo nessa fase aguda, mas, esse paciente pode também, ter um quadro de febre e calafrios, devido a ao quadro inflamatório e infeccioso que está ocorrendo no organismo do paciente. O tratamento consiste mais em um tratamento sintomático, e, da infecção viral em si. Diagnóstico Clínico e Laboratorial, baseado, principalmente, nessa história de um acometimento infeccioso de via aérea superior, além disso, as alterações no exame físico, como aumento do tamanho da glândula, dor grade a palpação da região cervical, febre e calafrios, se houver dúvidas, a USG da tireoide irá mostrar que essa está aumentada de tamanho. Se porventura persistir alguma dúvida desse diagnóstico, ou, se por alguma razão esse paciente for submetido a ressecção parcial dessa glândula, veríamos no exame histopatológico alterações distintas em cada fase da doença. FASE INICIAL, veríamos grande quantidade de neutrófilos, já que temos um processo inflamatório agudo. Com o passar do tempo, o processo agudo, pode sofrer uma CRONIFICAÇÃO. Ao longo dos dias, portanto, esses neutrófilos podem dar lugar as células de inflamação crônica, diminuindo a quantidade de neutrófilos, com aumento da quantidade de linfócitos e plasmócitos. Nessa, veremos um infiltrado inflamatório crônico, com a presença de linfócitos e monócitos, e, além disso, temos a formação de granuloma, sendo isso que dá o nome dessa doença (Também pode ser chamada de Tireoidite Granulomatosa). Esse granuloma se caracteriza por células epitelioides ao centro, células inflamatórias (linfócitos e plasmócitos) na periferia, e, a presença de células gigantes multinucleadas. Além disso, nessa fase de cronicidade da doença, os folículos tireoidianos estarão colabados, produzindo menos hormônios, sendo mais uma razão para entendermos o hipotireoidismo. Se ainda assim, esse processo inflamatório ocorrer, teremos uma FASE CICATRICIAL, um processo de fibrose dessas glândulas tireoidianas, e, então, essa tireoide irá começar a apresentar um tecido conjuntivo fibroso como uma cicatriz que ficou desse processo inflamatório. Nesse momento, podemos ainda, ver um pouco de células inflamatórias crônicas. 2- DOENÇA DE GRAVES Essa, leva a um quadro de hipertireoidismo, essa, também é mais comum em mulheres, e, mulheres jovens (entre 20 e 30 anos). Também é uma doença autoimune, só que, nesse caso, essas pacientes produzem anticorpos que vão se ligar as células foliculares, no receptor que essas células tem para o TSH, sendo que o TSH é produzido na hipófise, e, atua na tireoide, se ligando ao receptor do TSH na célula folicular. Em tese, essa célula folicular deveria ser impedida de produzir o hormônio, já que o anticorpo se ligou ao receptor do TSH na célula folicular, entretanto, esse anticorpo que se ligou, ao invés de inibir, ele vai estimular essa célula folicular, já que ele “finge que é” a molécula do TSH. Essa célula agora, será estimulada em excesso, mais do que, se fosse o TSH que estivesse ligado a esse receptor. 8 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Sinais e sintomas Tipicamente, o paciente com a doença de Graves, apresenta uma tríade, sendo o primeiro componente, hipertireoidismo, o segundo elemento, é uma exoftalmia ou Oltalmopatia infiltrativa (olho esbugalhado, protuso), e, o último elemento, trata-se de uma mixedema pré-tibial. O paciente terá todas as alterações do hipertireoidismo, e, além disso, um bócio, aumento considerável da glândula tireoidiana, de forma difusa, e, simétrica. A glândula começa a trabalhar demais, e, aumentar de tamanho, de uma forma muito importante, já que, ela está sendo estimulada pelo TSH normal que a hipófise está produzindo, e, pelo anticorpo, que finge ser um TSH mais potente ainda. Laboratorialmente, teremos um quadro de tireotoxicose, ou seja, elevação do T3, e, do T4 livre. Esse paciente apresenta esse globo ocular tão proeminente, porque começa a haver hipertrofia dos músculos extra- orbitários, na parte posterior do globo ocular, além disso, ocorre acúmulo de células inflamatórias, e, de edema, nos tecidos retro-orbitais, e, também, ocorre aumento da quantidade de adipócitos, e, de tecido conjuntivo. Tudo isso se acumula na parte de trás do globo ocular, fazendo com que o globo ocular se projete mais para frente. Além do quadro de hipertireoidismo, e, da exoftalmia, o paciente pode ter também o que chamamos de dermopatia infiltrativa, que é sinônimo do mixedema pré-tibial, essa, é uma condição mais rara, não é todo paciente com doença de Graves que apresenta esse mixedema pré-tibial não, são poucos, na verdade, mas, ela pode estar presente, e, completa a tríade que foi falada anteriormente. Isso, trata- se do espessamento/enrijecimento da pele na região pré- tibial na face anterior, como vemos na imagem acima. Isso se dá porque ocorreacúmulo de células inflamatórias nesse local, causando essa imagem característica, podendo essa ser para gente uma dica na realização do exame físico desse paciente, mas, devemos lembrar que essa dermopatia infiltrativa é incomum. Diagnóstico Então, a doença de Graves, mais uma vez, pode ser diagnosticada apenas com os dados clínicos, e, laboratoriais, os quais são muito sugestivos. Entretanto, como essa glândula tireoidiana cresce bastante, muitas vezes, ela irá precisar ser ressecada cirurgicamente, e, obviamente, nesse momento, ela irá precisar ser avaliada, tanto macro, quanto microscopicamente. Observamos na tireoide desses pacientes, um aumento no tamanho, e, na quantidade dessas células foliculares, ou seja, uma hiperplasia, e, uma hipertrofia dessas células foliculares, já que elas estão sendo estimuladas em excesso pelo anticorpo que se ligou ao receptor do TSH. Esses estímulos, fazem com que as células entrem em divisão, e, aumentem de tamanho. Um folículo tireoidiano normal, cabem 1000 células foliculares, mas, de repente, essas células entram em multiplicação, e, aumentam de quantidade, e, também, aumentam de tamanho. Nesse mesmo folículo tireoidiano, agora tem que caber 10000 células, sendo que, além de tudo, essas células estão aumentadas de tamanho. Com isso, essas células que revestem os folículos vão começar a se espremer, e, formar pseudopapilas, ou seja, falsas papilas, com isso, esse epitélio vai se invaginar para dentro do folículo tireoidiano, fazendo essas falsas papilas. Essas são chamadas de “falsas papilas”, visto que, uma papila verdadeira, precisa ter um eixo central, contendo um vaso sanguíneo, que vai levar nutrientes para aquela papila, e, tecido conjuntivo, que vai sustentar aquela papila. Nesse caso, isso não acontece, visto que, a pseudopapila formada é simplesmente a projeção do epitélio para dentro do folículo tireoidiano, formando uma falsa papila, já que essas células estão se espremendo para caber em um pequeno espaço, por isso fazem essas invaginações. Iremos encontrar, também, ao redor dos folículos, infiltrados inflamatórios mononucleares, ou seja, linfócitos, e, plasmócitos, principalmente. Esse infiltrado inflamatório estará presente em quantidades variadas, podendo ser só um pouco, mais ou menos, ou, muitas células inflamatórias, variando caso para caso, portanto, isso confirmaria meu diagnóstico de doença de Graves. 9 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 3- BÓCIO MULTINODULAR Bócio é um aumento tão grande da glândula tireoidiana, que faz com que a região cervical fique nitidamente aumentada. No caso do bócio multinodular, essa glândula tireoide aumenta, formando vários nódulos dentro dela, por isso, é chamada de “multinodular”. Classificações O Bócio Multinodular, pode ser classificado como endêmico, ou esporádico. Bócio Endêmico: Esse, pode ser causado pela carência de iodo na alimentação, ou seja, se, porventura, nós não tivéssemos sal de cozinha iodado, e, não ingeríssemos iodo na quantidade adequada, poderíamos desenvolver o bócio multinodular. Em dias atuais, o bócio endêmico não costuma ocorrer, já que contamos com o sal iodado. Bócio Esporádico: Essa, ocorre quando não se sabe o porque do paciente ter desenvolvido bócio, essa, é a causa principal de bócio multinodular, nos dias atuais. Nesses pacientes, a glândula tireoide cresce muito, formando esse bócio. Esse bócio, essa glândula tireoidiana aumentada de tamanho, vai começar a comprimir estruturas adjacentes. Lembrando do início da aula, as estruturas adjacentes são as artérias carótidas nas laterais, posteriormente, sendo abraçada pela tireoide, temos a traqueia, e, atrás da traqueia, temos o esôfago. Portanto, nesse bócio multinodular, essas estruturas podem ser comprimidas, e, então, causar sintomas clínicos devido essas compressões. Paciente pode ter dificuldade respiratória, por compressão da traqueia. Pode ter disfagia, se o esôfago for comprimido, tudo isso pode ocorrer nesse paciente. Bócio Mergulhante: Esse ocorre quando a tireoide cresce tanto, que ela se desloca, e, cai dentro do mediastino do paciente, e, fica lá, perto do brônquio principal, comprimindo pulmão, comprimindo coração. A tireoide, literalmente, mergulha no mediastino do paciente. O tratamento dessa condição, será, obviamente, cirúrgico, onde iremos ressecar pelo menos uma parte da tireoide, para diminuirmos seu tamanho. Mas, devemos lembrar que esse quadro é recorrente, portanto, se não retirarmos completamente a tireoide do paciente, ela pode voltar a crescer com o tempo. Fisiopatologia Ocorre um aumento da glândula tireoide, e, esse aumento, se dá, principalmente, pela formação de nódulos. Nódulos esses de tamanhos variados, e, irregulares. Portanto, essa glândula irá crescer de forma assimétrica, tomando, muitas vezes, uma forma diferente da forma habitual. O que acontece aqui, é que o hormônio TSH, vai estimular a glândula tireoidiana a trabalhar, e, esse estímulo, por alguma razão, ele vai ser exagerado. Mas, ao mesmo tempo que o TSH estará estimulando a glândula tireoidiana, a tireoide desse paciente não consegue produzir T3 e T4 de forma adequada, portanto, T3 e T4 estarão diminuídos, mas, o valor diminuído estará bem próximo do valor normal. Então, trata-se daquele paciente com T3 e T4 limítrofes, ou um valor dentro da taxa de normalidade, mas bem pertinho do limite inferior, ou, aquele paciente que já atingiu o limite inferior, mas, está ali com um valor não muito baixo. De qualquer forma, a hipófise do meu paciente, enxerga como se a tireoide estivesse preguiçosa, e, então, aumenta ainda mais a produção de TSH. TSH vai estimular a tireoide, mas, a tireoide continua não conseguindo produzir T3 e T4 de forma adequada, mas ela aumenta de tamanho, e, isso vai acontecendo como um círculo vicioso, sendo isso que faz a tireoide aumentar de tamanho, e, como dito, aumento de tamanho, acaba formando nódulos de tamanhos variados. Ocorre esse aumento no tamanho da tireoide, também por um processo de hiperplasia, e, de hipertrofia das células foliculares. Vista macroscópica: A glândula cresce de forma assimétrica, e, esse aumento leva a formação de nódulos, os quais, são facilmente perceptíveis a olho nu. Se retirarmos a tireoide desse paciente, vemos que a superfície externa está toda cheia de nodulações, se cortarmos essa tireoide, vemos nódulos no interior das glândulas, e, esses estão repletos de material gelatinoso. Além disso, podemos ter áreas de hemorragia, sangramento dentro da tireoide, bem como, áreas de calcificação. Vista microscópica: Vemos microscopicamente, uma hiperplasia nodular da tireoide (*atenção, já que esse termo é o sinônimo histopatológico dessa doença). Posso chamar o bócio multinodular, de “Hiperplasia nodular da Tireoide”, esse termo que virá descrito no laudo que viemos a perceber (*cuidado para não confundirmos com hiperplasia nodular da próstata). Isso significa um aumento da quantidade dessas células tireoidianas, principalmente, das células 10 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY foliculares, e, isso faz com que a tireoide comece a apresentar nódulos macroscópicos, e, nódulos que serão também perceptíveis microscopicamente. Microscopicamente, dentro dos nódulos, veremos folículos tireoidianos dilatados, com muito material coloide no interior, sendo alguns menores, outros maiores, e, esses terão tamanhos variados. O epitélio que reveste esses folículos tireoidianos estarão achatados/planos, o que mostra para a gente que essas células não estão trabalhando direito, não estão conseguindo produzir hormônios, já que, o normal, são essas células terem formato coloidal, mas, ela fica achatada, como se fosse uma células pavimentosa. E, esses nódulos que se formam, e, percebemos microscopicamente, não tem nenhuma cápsula de tecido conjuntivo ao redor, ou seja, ausência de cápsula de revestimento. NEOPLASIAS DA TIREOIDEQuando falamos de neoplasias da tireoide, o principal achado clínico que nos faz pensar nessa possibilidade é a presença de nódulos na região cervical. Geralmente, é a razão pela qual, o paciente busca atendimento médico. Por isso, a pesquisa da neoplasia tireoidiana, sempre se inicia na pesquisa por nódulos tireoidianos. Esses nódulos podem ter tamanhos, e, quantidades variadas. Toda vez que nós avaliarmos um nódulo na região cervical, especialmente, em topografia de tireoide, nós temos que procurar alguns sinais, que podem ser indicativos de malignidade, nem todo nódulo tireoidiano vai ser câncer de tireoide, vai ser uma neoplasia maligna, pode ser, na verdade, uma neoplasia benigna, ou, qualquer outro processo. Fatores que nos devem fazer pensar em malignidade O que nos deve chamar atenção para aquele nódulo tratar- se de uma neoplasia maligna: ▪ Paciente masculino; ▪ Nódulo único (já que quando são vários, devemos pensar em bócio multinodular); ▪ Paciente jovem (idoso preocupa um pouco menos); ▪ Exame de imagem com contraste iodado, e, perceber se ele capta esse contraste iodado. Nódulos que chamamos de nódulos frios, ou seja, que não captam contraste no exame de imagem, são mais preocupantes. ▪ Histórico de radiação em região de cabeça e pescoço. 1- ADENOMA FOLICULAR Trata-se de uma neoplasia benigna da tireoide, portanto, o paciente pode desenvolver esse adenoma, e, não vai a óbito por conta desse adenoma, esse adenoma não vai se espalhar, se metastatizar. Esse forma nódulo na tireoide, mas, é um nódulo benigno. Esse nódulo se forma a partir da proliferação descontrolada das células do epitélio folicular, aquelas células foliculares que revestem o folículo tireoideano, começam a entrar em várias divisões, e, isso faz com que surja um nódulo na tireoide desse paciente. O nódulo do adenoma é não captante de contraste, o que nos mostra que existem exceções para regra de possível malignidade. O adenoma leva a formação de um nódulo único, sendo mais uma quebra da nossa regra, já que não trata-se de um nódulo maligno, apesar de único. Esse nódulo é também bem delimitado, e, SEMPRE encapsulado por uma cápsula de tecido fibroso (*essa informação é muito importante). Microscopia A exceção do que vimos das patologias da tireoide até o momento, esse diagnóstico, PRECISA DE UM EXAME HISTOPATOLÓGICO SEMPRE, e, isso se aplica a todas as neoplasias malignas, e, benignas. A olho nu, vendo um nódulo bem delimitado e encapsulado, não nos permite dizer que trata-se de uma neoplasia benigna. Microscopicamente, é constituído por folículos muito pequenos com pouca quantidade de coloide e células de Hurthle. Sempre é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, e, essa deve estar intacta sempre. 11 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY 2- CARCINOMA PAPILÍFERO Mais comum em mulheres jovens (25-50 anos), e, é a principal neoplasia maligna da tireoide. Surge na célula epitelial folicular que reveste o folículo tireoidiano. Leva a formação de um nódulo único (pode ter dois focos, mas é incomum) que pode ser encapsulado ou não, e, recebe esse nome de carcinoma papilífero, por, geralmente formar papilas, as quais podem ser vistas macroscopicamente e microscopicamente. Microscopia Só posso dar o diagnóstico, se eu fizer avaliação microscopica desse nódulo. Como é papilífero, vai levar a formação de papilas verdadeiras (já que possuem eixo central, com vaso sanguíneo, que vai levar ao suprimento de sangue dessas papilas, e, tem também, um eixo de tecido conjuntivo, que vai levar a sustentação dessa papila). Além dessas papilas, a superfície dessas papilas será revestida por células neoplásicas, e, no carcinoma papilífero, as células neoplásicas, são as células foliculares atípicas. Olhando mais de perto, veremos algumas alterações celulares, que são clássicas do carcino papilífero. Essas alterações celulares, são as alterações que me permitem o diagnóstico desse carcinoma papilífero. É tão mais importante, que existe um tipo de carcinoma papilífero que não forma papila, e, sabemos que é papilífero por essas alterações celulares. Temos 3 dessas alterações celulares: a) Clareamento nuclear- Faz lembrar os olhos da Orfã Annie: Essas células irão apresentar o núcleo muito claro, como se não tivesse nada dentro do núcleo. b) Pseudoinclusões nucleares: Se tem pseudo, a inclusão é falsa. Uma inclusão nuclear verdadeira, é a inclusão que um vírus faz no núcleo de uma célula. Nesse caso, não tem infecção viral, o que ocorre aqui, é que o citoplasma se dobra dentro do núcleo, e, faz uma sombra, essa sombra, fica parecendo uma “bolinha dentro do núcleo”, e, a imagem é semelhante a uma inclusão nuclear verdadeira, mas não é. c) Fendas intranucleares- Grooves: Esses, são riscos, quase retos no núcleo, e, então, o núcleo da célula fica parecendo um grão de feijão. Se além disso, eu visualizar papilas macroscopicas, e, microscópicas, melhor ainda para o diagnóstico, se não existir papilas, continua valendo o critério nuclear como diagnóstico. Se tiver uma dessas alterações, já posso diagnosticar, mas, preciso de uma boa quantidade de células com essa alteração. O ideal, é encontrarmos a 3. Pode ainda haver uma outra alteração, sendo essa uma dica muito interessante para nós, a presença dos Psamomas, ou Corpos Psamomatosos, esses, são focos de calcificação dentro do tumor, as quais podem ser vistas microscopicamente. Se antes de ver alterações nucleares, já começo a ver esses Psamomas, já começo a desconfiar que trata-se de um carcinoma papilífero, e corro para olhar a cara das células dessa neoplasia. 3- CARCINOMA FOLICULAR Essa, é a segunda neoplasia maligna mais comum da tireoide, perdendo em incidência apenas para o Carcinoma Papilífero. Tem um prognóstico pior que o Carcinoma Papilífero, mas, os dois costumam ter bons prognósticos. Portanto, o prognóstico não é tão ruim, nem do papilífero, nem do folicular, e, do papilífero é melhor ainda. Ocorre também mais frequentemente em mulher, e, agora, em mulheres de idade mais avançada, e, também surge nas células do epitélio folicular, por isso, recebem o nome de carcinoma. Esse, assim como o Papilífero, assim como o Adenoma Folicular (neoplasia benigna) também leva a formação de nódulo único, mais comum que ocorra um nódulo só. Esse nódulo, pode ou não ter uma cápsula de tecido conjuntivo ao redor. Microscopia Microscopicamente, é o que me permite o diagnóstico. Para diagnosticar o Carcinoma Folicular, nós iremos ver esse nódulo que a neoplasia faz, podendo ou não ter uma cápsula de tecido conjuntivo ao redor, e, nós vemos, dentro do nódulo, vários folículos tireoideanos pequenos, com um pouco de coloide dentro. Às vezes, da inclusive a impressão de que não há folículo, já que fica uma área mais sólida, cheia de célula folicular anormal dispersa, sem formar folículo, e, as vezes os vemos. Microscopicamente, o Adenoma Folicular é IDÊNTICO ao Carcinoma Folicular, mas, no Adenoma, a cápsula não pode estar infiltrada. Se a cápsula estiver invadida pela neoplasia, ou, então, uma invasão de vasos que estão presentes nessa cápsula, se eu vejo vaso sanguíneo na cápsula, com células neoplásicas dentro, tenho diagnóstico de Carcinoma Folicular. Além disso, o que me ajuda a diferenciar o Carcinoma Folicular do Carcinoma Papilífero, primeiro, é que não forma papila, mas, foi dito que nem todo Carcinoma Papilífero forma papila, e, nesse caso, vamos usar como critério as alterações nucleares, já que, o Carcinoma ADENOMA FOLICULAR: CÁPSULA INTACTA. CARCINOMA FOLICULAR: INVASÃO DA CÁPSULA, OU, DE VASOS CAPSULARES. 12 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY Folicular não tem Clareamento Nuclear, Pseudoinclusões nucleares, nem, Fendas Intranucleares. COMO FAZEMOS O DIAGNÓSTICO DE UMA NEOPLASIA TIREOIDIANA? Paciente vai chegar no consultório, e, vai relatar, ou vamos encontrar um nódulo na região cervical.Iremos fazer anamnese, perguntar se tem história de radiação de cabeça e pescoço, vou para o exame físico, palpar esse nódulo. Posteriormente, será feito um exame de imagem, provavelmente, uma USG para visualizar esse nódulo, ao exame físico podemos já ter dica, se ela está aumentada de tamanho por inteiro, já não penso em nódulo neoplásico, se ela está toda aumentada, e, tem vários nódulos, já pensamos em Bócio Multinodular. No exame de imagem, ele vai ver se o nódulo é único, ou múltiplo. Vai ser o conteúdo desse nódulo, se é um conteúdo sólido, se é um conteúdo cístico, se é um conteúdo sólido e cístico. E, por último, temos a etapa de tentar confirmar os diagnósticos. Como foi dito, os diagnósticos de neoplasias da tireoide, precisam de um estudo anatomopatológico. Então, nesse momento, já fiz exame físico, já fiz exame de imagem, normalmente, USG, e, então, vem a etapa seguinte de investigação desse nódulo, que é a PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina), essa, é feita usando um ultrassom, e, geralmente, o radiologista, endocrinologista, ou, mesmo o patologista, usa um aparelho de ultrassom localiza o nódulo da tireoide, pega uma agulha com a seringa, e, introduz no nódulo, e, aspira o conteúdo desse nódulo. Feito isso, dentro da seringa, ele terá retirado o conteúdo desse nódulo, ele vai então, esguichar esse conteúdo da seringa em cima de uma lâmina, faz um raspado, e, agora, temos uma lâmina com o PAAF da tireoide desse paciente. O que vemos, microscopicamente nessa lâmina, são as células desse nódulo soltas pela lâmina. Quando vemos essas células soltas, já podemos ter dicas diagnósticas, e, em alguns casos, já é possível fazer o diagnóstico desse paciente. Se na PAAF, estamos vendo células soltas, e, não estamos vendo tecidos organizados, como vemos na histologia, dessas neoplasias tireoidianas que estudamos: Adenoma folicular- Podemos ver as células foliculares, às vezes, conseguimos ver até microfolículos. Carcinoma papilífero- Se puncionarmos, podemos ver as alterações celulares do carcinoma papilífero, podemos então, ver clareamento nuclear, fenda intranuclear, e, podemos ver, a pseudoinclusão. Vendo isso, já temos o principal diagnostico. Carcinoma folicular- Se puncionarmos, vemos aquelas células foliculares soltas, e, às vezes, até organizadas em microfolículos. ATENÇÃO NÃO CONSEGUIMOS, PELA PAAF, DIFERENCIAR O CARCINOMA FOLICULAR DO ADENOMA FOLICULAR, JÁ QUE, FALTA A CÁPSULA. PRECISO, NESSES CASOS, DE LOBECTOMIA OU TIREOIDECTOMIA. 4- CARCINOMA MEDULAR Bem menos comum em relação aos outros, e, diferente do Carcinoma Folicular, e, do Carcinoma Papilífero, esse Carcinoma Medular não surge nas células foliculares, ele vai surgir na Célula Parafolicular, ou célula C, sendo aquela que produz Calcitonina, e, está presente ao redor dos Folículos Tireoideanos. Esses pacientes que desenvolvem Carcinoma Medular, podem apresentar, no exame de sangue, um aumento da Calcitonina Sérica. Então, se estivermos investigando nódulo tireoidianos, devemos dosar Calcitonina, sendo uma dica importante de Carcinoma Medular. Esse carcinoma, pode ser considerado um Carcinoma Neuroendócrino. Essa expressão, quer dizer que as células neoplásicas dessa neoplasia são capazes de produzir, e, liberar substâncias hormonais, e, neurotransmissores, além da Calcitonina, que já é um hormônio, eles podem produzir ACT, Serotonina. Peptídeo Intestinal Vasoativo, etc. Quando produz uma dessas, ou várias dessas substâncias, o Carcinoma Medular pode produzir o que chamamos de Síndrome Paraneoplásica, ou seja, o paciente pode ter manifestações clínicas, resultante da característica mutagênica dessas células. Além disso, ele pode estar associado a outros tipos de neoplasias, especialmente, as Síndromes Neuroendócrinas, essas, são neoplasias que levam a formação de outros cânceres, que são produtores de hormônios, ou, câncer em outras glândulas endócrinas. Esse paciente, pode então, ter além do carcinoma medular, neoplasia na suprarrenal, neoplasia do tipo Feocromocitoma, e, outras alterações, em outros órgãos endocrinológicos, o que chamamos de Síndromes Neuroendócrinas, mas, eles podem surgir também sozinhos, sem outros tipos de neoplasias, e, então, temos as formas esporádicas do carcinoma medular. Diagnóstico macro e microscópico O Carcinoma Medular, leva a formação de um nódulo na tireoide, e, todas as neoplasias que estudamos hoje levarão a isso. Então, por si só, a macroscopia não me permite diagnóstico, sendo esse permitido apenas pela microscopia. O Carcinoma Medular, ele vai ser bem diferente de todos os outros que estudamos hoje, esse, será constituído por uma célula com formato poligonal, que fica agrupada, formando ninhos, ou trabéculas. Não vejo folículos, nem nada disso, já que, essas células, não são células que derivam das células foliculares, elas surgem das células parafoliculares, por isso, não veremos folículos com coloide no interior. Portanto, essas células se organizam formando ninhos ou trabéculas, e, costumamos encontrar, entre essas células, depósito de material amiloide, ou seja, material proteináceo (resto de ANAMNESE E EXAME FÍSICO EXAME DE IMAGEM (USG) PAAF 13 DIGITADA POR JÚLIA ROBADEY proteínas plasmáticas) com coloração rosa claro, ou mais puxado para roxo, que se deposita ao redor dessas células. 5- CARCINOMA ANAPLÁSICO Esse, é o mais raro de todos, bem como, o mais perigoso, tendo o pior prognóstico. Esse, surge da célula epitelial do epitélio folicular, sendo, nesse sentido, igual ao Carcinoma Folicular, e, o Carcinoma Papilífero. Esse nome “anaplásico”, todas as vezes que ouvirmos esse nome, quer dizer que as células dessa neoplasia são muito variadas em aspecto microscópico, elas não têm diferenciação. Essas neoplasias anaplásicas são sempre pouco diferenciadas, ou mesmo, indiferenciadas, ou seja, são muito pouco parecidas com a célula original. Então, no carcinoma anaplásico, a célula será muito diferente da célula folicular normal. Se ele é muito anaplásico, e, portanto, tem aspecto indiferenciado, ele vai ser mais agressivo, e, aqui, entendemos o porquê do Carcinoma Anaplásico ser a neoplasia da tireoide de pior prognóstico. Pode estar presente sozinho, ou, associado a outros tipos histológicos de cânceres da tireoide. Microscopia Microscopicamente, como foi dito, são constituídos por células muito bizarras, muito diferentes da célula folicular normal, embora, tenha surgido delas. Então, veremos células gigantes, e, nesse caso, não são células gigantes da inflamação granulomatosa, são apenas células grandes, e, que podem ter mais em um núcleo, sem ter nada a ver com a inflamação crônica. Então, veremos que essas células anormais/anaplásicas podem ser células muito grandes, com vários núcleos, ou seja, podem ser células gigantes, ou, podem ser células que chamamos de fusiformes, com citoplasma mais alongado. Então, elas podem ter aspectos muitos variados, o que faz com que ela seja uma neoplasia anaplásica. Não formam folículos tireoidianos, não vemos coloide. DO MELHOR PARA PIOR PROGNÓSTICO: PAPILÍFERO> FOLICULAR> MEDULAR> ANAPLÁSICO.
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