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Slides da Aula I - ESTUDOS DISCIPLINARES VIII

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Unidade I 
Parte I
FORMAÇÃO GERAL 
ÉTICA
Profa. Ana Lúcia Machado da Silva
Moral e ética: definição 1
 Habitualmente, são termos empregados 
como sinônimos.
 Ética e moral: conjunto de regras de 
conduta consideradas como 
obrigatórias.
 Essa sinonímia deve-se à origem dos 
termos: moral latim
ética grego
 Duas culturas nomeavam o campo da 
reflexão sobre os costumes: 
validade e legitimidade.
Moral e ética
Hoje:
 Palavra ética: carrega conotação 
positiva.
 Palavra moral: carrega sentido negativo, 
pejorativo, envergonhado.
 Ética: referência à atitude nobre.
 Moral: torna-se hoje palavra pobre.
 Independente se moral e ética são 
encaradas como sinônimas ou 
diferentes: o conceito é convenção.
Palavras: moral e ética
 Vocábulo “ética”: sucesso hoje.
 Palavra moral: fracasso hoje.
 Lembra “moralismo”, “moralista”.
 Lembra normatização incessante, 
dogmática, de abrangência excessiva, de 
legitimidade suspeita.
 Palavra moralista: na sua origem não 
tem sentido pejorativo (negativo); na 
origem: pessoa preocupada 
com questões morais.
Moral 
Exemplo: Albert Camus, escritor francês, 
era considerado um moralista, pois suas 
obras literárias apresentam temas morais:
 Em “O estrangeiro”: tema é o julgamento 
de alguém que cometeu assassinato.
 Em “A queda”: tema é a reflexão de 
alguém que se surpreendeu com a 
própria covardia.
 Nas obras não há dogmatismo; há 
interpretação (logo, julgamento) de 
ações humanas.
Moral: sentido pejorativo 
 Esse sentido deve-se à onda libertária 
dos anos 1960, durante a qual o lema era 
“proibido proibir” (lema de maio de 1968, 
na França).
 No Brasil, a linha pedagógica do governo 
militar levou o nome de Educação Moral 
e Cívica.
 Então, hoje, fala-se em ética e não em 
moral.
Moral e ética: definição 2
 Outra convenção mais adotada para 
distinguir moral da ética:
 Moral: fenômeno social.
 Ética: reflexão filosófica ou científica 
sobre fenômeno social (moral).
 Fenômeno social: as comunidades 
humanas são regidas por conjunto de 
regras de conduta, por proibições de 
vários tipos, cuja transgressão acarreta 
sanções socialmente organizadas.
Moral e ética
Outra diferença entre moral e ética é:
 Moral: regras que valem para as relações 
privadas: comportamentos que devem 
ter um bom pai ou uma boa mãe, por 
exemplo.
 Ética: regras que regem o espaço 
público. Há referências, por exemplo, a 
“códigos de ética” de variadas 
profissões, “ética na política”, “comitês 
de ética para a pesquisa em seres 
humanos” etc.
Moral e ética: definição 3
 Definição: sem abstração, sem fronteira 
entre privado e público, sem relação com 
“vergonha” de falar em moral.
 Moral: corresponde à pergunta “como 
devo agir?”.
 Ética: cabe responder “que vida eu 
quero viver?”.
 Moral: relaciona-se, então, aos deveres.
 Ética: relaciona-se, então, aos objetivos 
e à qualidade de vida.
INTERVALO
Exemplo
 (Enade 2004 – com adaptações). Analise 
a charge a seguir. 
Exemplo 
A charge de Millôr aponta para: 
a) A fragilidade dos princípios morais. 
b) A defesa das convicções políticas. 
c) A persuasão como estratégia de 
convencimento. 
d) O predomínio do econômico sobre o 
ético. 
e) O desrespeito às relações profissionais. 
 Correta: a)
Exemplo 
 “A fragilidade dos princípios morais.”
 A charge, de forma irônica, critica a ética 
contemporânea nas relações humanas.
 Um dos personagens, ao dizer que pode 
abrir mão de suas convicções morais em 
benefício do outro, nega seus valores 
morais. 
 A atitude do personagem não demonstra 
convicção política. Sua fala explicita a 
postura de um sujeito frágil em seus 
princípios morais.
Plano moral
 Existirá algum grupo humano sem a 
imposição de deveres? Certamente, não.
 Plano moral: sentimento de 
obrigatoriedade já existe e é inerente ao 
ser humano.
 Conforme o dever: o ser humano age, 
não por dever, mas em razão de 
interesses, por medo do castigo ou 
esperança de recompensa.
Plano moral 
 Dever: relaciona-se, muitas vezes, às 
exigências sociais.
 Não matar e não roubar: regras dadas 
pelo Poder Judiciário; se não cumpridas, 
acarretam cadeia ou multa.
 Outros deveres não são jurídicos, mas 
sociais: não trapacear no jogo, cumprir 
promessa; se não cumpridos, acarretam 
a exclusão da pessoa do convívio ou 
demissão por justa causa etc.
Dever 
 Há casos em que a pessoa impõe a si 
mesma deveres morais, que não são 
exigidos pela sociedade. Por exemplo, 
gastar seu tempo em obras 
assistenciais.
 Há casos em que a pessoa age ao 
contrário daquilo admitido como 
moralmente justificado. Por exemplo, o 
escritor francês Vercors, durante a 
ocupação alemã da França, foi obrigado 
a receber em sua casa um oficial alemão. 
Mesmo devendo demonstrar desprezo, o 
autor não suportava a ideia de humilhar 
alguém e não humilhou o oficial. 
INTERVALO
Plano ético
 Ética abrange a questão “que vida eu 
quero viver” e envolve: dinheiro, amor, 
glória, família, paz, lazer, religião etc.
 Essa questão tem sido objeto de livros 
de autoajuda e de muitos estudos sobre 
virtudes.
 Neste início do século XXI, encontrar 
respostas para levar uma vida boa 
parece corresponder a uma urgência 
existencial.
Plano ético
 Em situação em que uma pessoa “tem 
tudo para se sentir feliz” (beleza, fama, 
sucesso, saúde), mas pode se sentir 
desanimada, triste, depressiva.
 Plano ético é, então, ocupado por 
avaliações pessoais a respeito de estar 
vivendo ou não uma vida boa.
Moral e ética
 Ética: deve traduzir um projeto de 
felicidade no qual o outro tem lugar.
 Toda ética contém uma moral, pois cabe 
justamente à moral regrar a vida em 
sociedade.
 Moral não diz o que é ser feliz nem como 
sê-lo, mas sim quais deveres a serem 
obedecidos para que a felicidade 
individual tenha legitimidade social.
3 virtudes morais
1. Justiça.
2. Generosidade.
3. Honra.
1. Justiça: virtude moral necessária para 
toda ética, sem a qual a vida em 
sociedade é impossível.
Princípios: 
 Igualdade: todo ser humano tem o 
mesmo valor.
 Equidade: o ser humano apresenta 
diferença, que deve ser levada em conta.
3 virtudes morais
2. Generosidade: consiste em dar ao outro 
o que falta; é a virtude altruísta por 
excelência.
3. Honra: o autorrespeito é, na verdade, a 
própria honra, o valor moral que a 
pessoa tem aos próprios olhos e a 
exigência feita a outrem para que esse 
valor seja reconhecido e respeitado.
 Honra não é aqui: honrarias, reputação, 
da moral sexual, ações em nome da 
honra.
 Honra aqui é honra-interior; a pessoa 
age em nome de um ideal moral.
Princípio ético-universal
 Não são regras morais concretas.
 São princípios universais de justiça, 
reciprocidade e igualdade de direitos 
humanos.
 Princípio de respeito pela dignidade dos 
seres humanos como indivíduos.
Ética e política
 Ética da conduta política é idêntica a de 
qualquer outra? Ou seja, há uma 
especificidade da ética na política?
 Não há ética específica para política.
 Existe o princípio ou a ética da 
responsabilidade.
Ética da responsabilidade
 Valoriza, sobretudo, as consequências 
da ação e a relação entre meios e fins.
 Preocupa-se com a prática e adapta-se à 
tomada de decisões no mundo político.
INTERVALO
Exemplo
 (Enade 2010 – com adaptações). Analise 
a charge abaixo.
Exemplo
 A charge representa um grupo de 
cidadãos pensando e agindo de modo 
diferenciado, frente a uma decisão cujo 
caminho exige um percurso ético. 
Considerando a imagem e as ideias que 
ela transmite, avalie as afirmativas a 
seguir. 
I. A ética não se impõe imperativamente 
nem universalmente a cada cidadão; 
cada um terá de escolher por si mesmo 
os seus valores e as suas ideias, isto é, 
praticar a autoética. 
Exemplo 
II. A ética política supõe o sujeitoresponsável por suas ações e pelo seu 
modo de agir na sociedade. 
III. A ética pode se reduzir ao político, do 
mesmo modo que o político pode se 
reduzir à ética, em um processo a 
serviço do sujeito responsável. 
Exemplo 
IV.A ética prescinde de condições 
históricas e sociais, pois é no homem 
que se situa a decisão ética, quando ele 
escolhe os seus valores e as suas 
finalidades. 
V. A ética se dá de fora para dentro, como 
compreensão do mundo, na perspectiva 
do fortalecimento dos valores pessoais.
Exemplo 
É correto apenas o que se afirma em: 
a) I e II
b) I e V
c) II e IV
d) III e IV
e) III e V
Correta:
a) I e II
Corretas 
Afirmativas corretas:
I. A ética não se impõe imperativamente 
nem universalmente a cada cidadão; 
cada um terá de escolher por si mesmo 
os seus valores e as suas ideias, isto é, 
praticar a autoética. 
II. A ética política supõe o sujeito 
responsável por suas ações e pelo seu 
modo de agir na sociedade. 
Discussão 
 A figura mostra uma pessoa com um 
ponto de interrogação acima da cabeça 
(uma pessoa em dúvida). Esse indivíduo 
tem de decidir, “sozinho”, se atravessa 
ou não a “ponte da ética”. 
Discussão 
 A maioria dos indivíduos mostrados na 
figura “opta pelo abismo”. 
 Apenas um “atravessou a ponte”. 
 No enunciado é dito que há “um grupo 
de cidadãos pensando e agindo de modo 
diferenciado, frente a uma decisão cujo 
caminho exige um percurso ético”. 
Conclusão 
 Cada indivíduo deve “escolher por si 
próprio os seus valores e as suas ideias: 
praticar a autoética”, ou seja, “a ética 
não se impõe imperativamente nem 
universalmente a cada cidadão”. 
 A ética política supõe o sujeito 
responsável por suas ações e pelo seu 
modo de agir na sociedade. 
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade I
Parte II 
FORMAÇÃO GERAL-
LÓGICA
Prof. Ana Lúcia Machado da Silva
Lógica 
 Etimologicamente, lógica vem do grego 
“logos” (palavra, expressão, conceito, 
discurso, razão)
 Lógica é uma disciplina propedêutica, 
instrumento que permite a rigorosidade 
na filosofia e na ciência
 Lógica: dá as regras do pensamento 
correto
Exemplo
Veja há se uma ordem na seguinte 
classificação encontrada por Borges em 
uma enciclopédia chinesa:
 “Os animais se dividem em: a) 
pertencentes ao imperador, b) 
embalsamados, c) domesticados, d) 
leitões, e) sereias, f) fabulosos, g) cães 
em liberdade, h) incluídos na presente 
classificação, i) que se agitam como 
loucos, j) inumeráveis, k) desenhados 
com um pincel muito fino de pêlo de 
camelo l) etc, m) que acabam de quebrar 
a bilha, n) que de longe parecem 
moscas.
Exemplo 
No exemplo, encontramos:
 Mistura de assuntos
 Falta ordem na classificação
 Falta critério único 
 Leva-nos a querer aproximar e distinguir 
os animais pelas suas semelhanças e 
diferenças, buscando uma coerência de 
princípio
 Ao tentar compreender a realidade, 
procuramos forma correta para pensá-la
Definição de lógica
 Aristóteles (grego, séc. IV a.C.): é ciência 
da demonstração
 Maritain (francês, séc. XX): a arte que 
nos faz proceder com ordem, fácil e sem 
erro, no ato próprio da razão
 Aranha e Martins (brasileiras, séc. XX): é 
a ciência da consequência e da verdade 
da argumentação; é a ciência das leis 
ideais do pensamento e a arte de aplicá-
las corretamente na procura e 
demonstração da verdade
Vocabulário básico
 Particular: refere-se a alguns indivíduos 
de uma espécie; supõe um todo do qual 
se considera só uma parte. Ex: alguns 
homens, várias pessoas, muitos cães
 Geral: refere-se à totalidade de 
indivíduos de uma espécie. Ex: homem, 
pessoa, cão referem-se a todos os 
homens, a todas as pessoas, a todos os 
cães
Vocabulário básico
 Subjetivo: conhecimento que depende 
do ponto de vista pessoal, individual, e 
não é fundado no objeto, mas 
condicionado somente por sentimentos 
ou afirmações arbitrárias do sujeito
 Objetivo: conhecimento fundado na 
observação imparcial, independente das 
preferências individuais. Pode ser 
comprovado.
Vocabulário básico
 Imagem: representação mental, de 
natureza sensível (envolve nossos 
sentidos), e, de certa forma, concreta e 
particular
 Conceito: representação intelectual de 
um objeto e, portanto, imaterial, abstrata 
e geral. Trata-se de apreender as 
características essenciais do objeto
 Abstração: abstrair significa isolar, 
separar de. Isolamos, separamos, um 
elemento, considerando apenas os 
aspectos comuns dos objetos.
INTERVALO 
Lógica 
 Ajuda-nos a diferenciar os raciocínios 
válidos dos raciocínios não válidos e a 
tomar decisões segundo critérios que 
envolvem ―pensar sobre o problema
 a lógica nos auxilia a tomar como ponto 
de partida os conhecimentos aceitos 
como verdadeiros e, então, formular leis 
gerais, fazer encadeamentos de ideias e 
concluir sobre ―novas verdades 
(argumentação). 
Exemplo 1
 exemplo: supomos que todas as 
lanchonetes do Brasil vendessem 
refrigerantes. A partir dessa frase, 
poderíamos concluir que, no Brasil, 
todos os refrigerantes são vendidos 
apenas em lanchonetes? 
 Não, esse raciocínio não é válido, pois 
dizer que todas as lanchonetes do Brasil 
vendem refrigerantes não é a mesma 
coisa que dizer que todos os 
refrigerantes do Brasil são vendidos em 
lanchonetes. 
Exemplo 2
 (Enade 2009). A urbanização no Brasil 
registrou marco histórico na década de 
1970, quando o número de pessoas que 
viviam nas cidades ultrapassou o 
número daquelas que viviam no campo. 
No início deste século, em 2000, 
segundo dados do IBGE, mais de 80% da 
população brasileira já era urbana. 
Considerando essas informações, 
estabeleça a relação entre as charges: 
Exemplo 2
Porque
Exemplo 2
Com base nas informações dadas e na 
relação proposta entre essas charges, é 
correto afirmar que 
a) a primeira charge é falsa e a segunda é 
verdadeira. 
b) a primeira charge é verdadeira e a 
segunda é falsa. 
c) as duas charges são falsas. 
d) as duas charges são verdadeiras e a 
segunda explica a primeira.
e) as duas charges são verdadeiras, mas a 
segunda não explica a primeira. 
Análise do exemplo 2
 O texto inicial diz que ―a urbanização no 
Brasil registrou marco histórico na 
década de 1970, quando o número de 
pessoas que viviam nas cidades 
ultrapassou o número daquelas que 
viviam no campo. 
 No início deste século, em 2000, 
segundo dados do IBGE, mais de 80% da 
população brasileira já era urbana. Ou 
seja, houve uma inversão do percentual 
de pessoas que viviam no campo e na 
cidade: ―antes, a maioria da população 
do Brasil vivia no campo; ―hoje, a 
maioria da população do Brasil 
vive na cidade. 
Análise do exemplo 2
 hoje temos ―enxadas paradas (ou seja, 
pouca gente no campo) e ―inchadas 
paradas (ou seja, muita gente na cidade). 
Pela leitura do texto inicial e pela lógica, 
concluímos que as duas charges são 
verdadeiras! 
 Agora, vamos analisar a palavra 
PORQUE, que ―liga as duas charges. 
Essa palavra indica que a segunda 
charge seria a causa e a primeira charge 
seria a sua consequência. 
Análise do exemplo 2
 Usando a lógica, concluímos que esse 
raciocínio NÃO é correto, pois foi a saída 
de pessoas do campo (primeira charge -
causa) que ocasionou o ―caos urbano 
(segunda charge - consequência) e não o 
contrário. 
 Assim podemos concluir, pela nossa 
análise lógica de ―causa e efeito, que as 
duas charges são verdadeiras, mas a 
segunda não explica a primeira, ou seja, 
resposta (e). 
De modo geral, podemos pensar no 
esquema a seguir:
CONSEQUÊNCIA 
(fato resultante de outro) 
Porque
CAUSA 
(um fato que dá origem a outro) 
Raciocínio
INTERVALO
Raciocínio
 Raciocínio: é um tipo de operação 
discursiva do pensamento, consistente 
em encadear logicamente juízos e deles 
tirar uma conclusão.
 Ex:
Toda baleia é um mamífero.
Ora, nenhum mamífero é peixe.
Logo,a baleia não é peixe.
Proposição 
 Proposição: formada por ideias (ou 
conceitos ou termos). Ex: baleia, 
mamífero, peixe
Ex: 3 proposições:
Toda baleia é um mamífero.
Ora, nenhum mamífero é peixe. premissas
Logo, a baleia não é peixe. Conclusão
 Proposição: representação lógica do juízo
Princípios da lógica
Princípio da identidade: 
 uma proposição verdadeira será sempre 
verdadeira e uma proposição falsa será 
sempre falsa. 
 Exemplo: A caneta é caneta. 
 Princípio do não contraditório: uma 
proposição nunca pode ser verdadeira e 
falsa simultaneamente. 
 Exemplo: A caneta não é “não caneta”. 
Princípios da lógica
Princípio do terceiro excluído:
 uma proposição ou será verdadeira ou 
será falsa, não existindo outra 
possibilidade. 
Exemplo: Ou aquilo é caneta ou aquilo não 
é caneta. 
Negação de uma proposição
 Se uma proposição é verdadeira, a sua 
negação é falsa. 
 Se uma proposição é falsa, a sua 
negação é verdadeira. 
Exemplo 1. 
 Proposição: Morangos são frutas. 
 Negação: Morangos não são frutas
 A proposição do exemplo 1 é verdadeira, 
consequentemente a sua negação é 
falsa.
Negação de uma proposição
 Exemplo 2. 
 Proposição: Renata tem cabelos loiros. 
 Negação: Renata não tem cabelos loiros. 
 Se a proposição do exemplo 2 for 
verdadeira, a sua negação é falsa. 
 Se a proposição do exemplo 2 for falsa, a 
sua negação é verdadeira. 
 Cuidado: A sentença “Renata tem 
cabelos castanhos” não é a negação 
(completa) da sentença “Renata tem 
cabelos loiros”. Negar que Renata tenha 
cabelos loiros deve incluir as 
possibilidades de Renata ter cabelos 
castanhos, ruivos, pretos... 
Negação de uma proposição
Exemplo 3. 
 Proposição: O número 2,73 é um número 
inteiro. 
 Negação: O número 2,73 não é um 
número inteiro. 
 A proposição do exemplo 3 é falsa, 
consequentemente a sua negação é 
verdadeira. 
 Exemplo 4. 
 Proposição: O número 273 é um número 
inteiro. 
 Negação: O número 273 não é um número 
inteiro. 
 A proposição do exemplo 4 é verdadeira, 
consequentemente a sua negação é falsa. 
INTERVALO
Conectivos 
 conectivos são palavras que ligam 
proposições, ou seja, são palavras 
usadas na formação de outras 
sentenças. Os principais conectivos são 
as partículas: e, ou, se, somente se, se... 
então 
 Conjunção: conectivo E. 
 Exemplo: Cícero estuda de manhã e 
Márcia trabalha à tarde. 
Conectivos
Disjunção: conectivo ou. 
 Exemplo: O Brasil está situado na 
América do Sul ou a Itália está situada na 
Europa. 
Implicação: condicional se... então. 
 Exemplo: Se São Paulo é um estado do 
Brasil, então todo paulista é brasileiro. 
Equivalência: condicional se e somente se. 
 Exemplo: Eva será aprovada se e 
somente se tirar nota maior do que 6 no 
exame de Matemática.
Proposições compostas 
(“ligadas” por conectivos)
Ex. 1 – Conjunção: conectivo E. 
Proposição composta: Carolina vestirá roupa 
branca e irá ao cinema. 
 Se Carolina vestir roupa branca e também 
for ao cinema, a proposição acima será 
verdadeira (V). 
 Se Carolina vestir roupa branca e não for 
ao cinema, a proposição acima será falsa 
(F). 
 Se Carolina não vestir roupa branca e for 
ao cinema, a proposição acima será falsa 
(F). 
 Se Carolina não vestir roupa branca e não 
for ao cinema, a proposição acima será 
falsa (F).
Proposições compostas 
(“ligadas” por conectivos)
 uma sentença formada por duas 
proposições conectadas pela conjunção 
“e” é verdadeira se e somente se ambas 
as proposições forem verdadeiras, 
conforme esquema que segue
proposição p proposição q p “e” q 
Verdadeira verdadeira verdadeira
verdadeira falsa falsa
falsa verdadeira falsa 
falsa falsa falsa 
Proposições compostas 
(“ligadas” por conectivos)
Ex. 2 – Disjunção: conectivo ou. 
Proposição composta: Carolina vestirá 
roupa branca ou irá ao cinema. 
 Se Carolina vestir roupa branca ou for ao 
cinema, a proposição acima será 
verdadeira (V). 
 Se Carolina vestir roupa branca, mas não 
for ao cinema, a proposição acima será 
verdadeira (V). 
 Se Carolina não vestir roupa branca, mas 
for ao cinema, a proposição acima será 
verdadeira (V). 
 Se Carolina não vestir roupa branca e 
não for ao cinema, a proposição acima 
será falsa (F). 
Proposições compostas 
(“ligadas” por conectivos)
 uma sentença formada por duas 
proposições conectadas pela conjunção 
“ou” é falsa se e somente se ambas as 
proposições forem falsas, conforme 
esquema que segue. 
proposição p proposição q p “e” q 
falsa falsa falsa 
verdadeira verdadeira verdadeira 
verdadeira falsa verdadeira
falsa verdadeira verdadeira
Lógica 
 Todo brasileiro é corintiano. Qual é a 
negação total dessa afirmação (ou seja, a 
mínima condição para que essa 
afirmação seja falsa)? 
a) Nenhum brasileiro é corintiano. 
b) Existe brasileiro que não é corintiano. 
c) Todo não brasileiro é corintiano. 
d) Todo não brasileiro não é corintiano. 
e) Todo brasileiro não é corintiano. 
Lógica
b) Existe brasileiro que não é corintiano. 
 Se pelo menos um brasileiro não for 
corintiano, a proposição ―Todo 
brasileiro é corintiano torna-se falsa. Ou 
seja, se existir brasileiro que não seja 
corintiano então se nega que ―Todo 
brasileiro é corintiano. Ou ainda, basta 
que um único brasileiro não seja 
corintiano para que ―Todo brasileiro é 
corintiano seja uma proposição falsa.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade I
Parte III 
FORMAÇÃO GERAL
CULTURA E SOCIEDADE DIGITAL
Prof. Ana Lúcia Machado da Silva
Aspectos da cultura
 palavra cultura: vem do latim colere, que 
significa cultivar está de forma estrita 
ligada ao conceito de civilização
 sentido de cultivo “do conhecimento, 
crenças, arte, moral, lei, costumes e 
todos os outros hábitos e aptidões 
adquiridos pelo homem como membro da 
sociedade” (SANTAELLA)
 a comunicação também faz parte do que 
se denomina cultura
Aspectos da cultura
existem seis categorias para a palavra 
cultura, são elas:
 descritiva : apresenta caracteres gerais 
para conseguir definir a cultura
 Histórica: dá prioridade na tradição que é 
passada e na hereditariedade das 
práticas
 Normativa: enfatiza os valores e regras 
que são impostas
 Psicológica: tem como objetivo as 
questões psicológicas como o 
aprendizado
 Estrutural: relaciona-se aos padrões 
 genética : dá ênfase às questões 
genéticas.
Em resumo...
 Cultura: descrição de toda a organização 
simbólica de um determinado grupo ou 
conjunto de grupos, junto com isso à 
transmissão da organização e conjuntos 
de valores que foram descritos sem 
esquecer que apoiado à descrição é 
agregado à representação que o grupo 
ou o conjunto de grupo faz de si mesmo 
e como são suas relações com outros 
grupos e com o universo natural
Em resumo...
Cultura: prioriza a referência “aos 
costumes, às crenças, à língua, às ideias, 
aos gostos estéticos e ao conhecimento 
técnico, que dão subsídios à organização do 
ambiente total humano, quer dizer, a cultura 
material os utensílios, o habitat e, mais 
geralmente todo o conjunto tecnológico 
transmissível, regulando as relações e os 
comportamentos de um grupo social com o 
ambiente” (SANTAELLA)
Eras culturais
1. a cultura oral, 
2. cultural escrita, 
3. cultura impressa, 
4. a de massas, 
5. a cultura da mídias e 
6. a cultura digital.
Eras culturais
mudanças culturais e tecnológicas a partir 
do século XIX:
 cultura de massas: explosão dos meios 
de reprodução técnico-industriais –
jornal, fotocinema -, 
 seguida dos meios eletrônicos de difusão 
– rádio e televisão -, produziu um 
impacto até hoje atordoante naquela 
tradicional divisão da cultura em erudita, 
culta de um lado, ecultura popular de 
outro. 
Eras culturais
 a cultura das mídias: tende a aparecer 
como um fenômeno dinâmico que 
possibilita aos sujeitos escolher entre um 
e outro produto simbólico, 
X
 na cultura de massas: o sujeito não tem 
essa opção, e os produtos massivos são 
produzidos por poucos e consumidos 
por uma massa que não tem poder para 
interferir.
INTERVALO 
Conteúdo da cultura
“Até o final do século XIX, não era tão 
complicado quanto hoje determinar as 
formas, os códigos e gêneros da cultura. As 
belas artes (desenho, pintura, gravura, 
escultura), as artes do espetáculo (música, 
dança, teatro) e as belas letras (literatura) 
foram sendo codificadas com certa precisão 
desde o Renascimento, podendo ser 
distinguidas com alguma clareza do 
folclore, das formas populares de cultura. “
Conteúdo da cultura
“A partir da revolução industrial, entretanto, 
esse cenário se complicou. O aparecimento 
de meios técnicos de produção cultural 
(fotografia e cinema) e a crise dos sistemas 
de codificação artísticos efetuado pela arte 
moderna, na pintura, música, teatro, dança 
foram dissolvendo os limites bem 
demarcados entre arte e não arte” 
(Santaella).
Cultura pós-moderna 
 paralelo entre a globalização, a revolução 
digital e a própria pós-modernidade
 cultura midiática: é a responsável pela 
ampliação dos chamados mercados 
culturais e responsável por colocar em 
evidência a expansão e criação de novos 
hábitos no consumo de cultura e através 
dela é possível entender a dinâmica 
cultural 
Cultura pós-moderna 
 desde meados dos anos 90, ocorreu a 
revolução digital (ou cibercultura ou 
cultura digital) 
 digitalização e compressão de dados
 converter informações como texto, vídeo, 
som ou imagem em apenas uma 
linguagem (a universal)
 ligação da informática com as 
telecomunicações, fato esse que permite 
acesso e troca de informações com o 
mundo todo, ou seja, ocorreu um 
processo de distribuição e difusão da 
informação de uma maneira muito veloz.
Cultura digital ou cibercultura 
 a mistura de áudio, vídeo e dados é 
justamente o fenômeno da multimídia e 
dentro dela ocorreu à convergência das 
quatro principais formas de 
comunicação: escrita, audiovisual, 
telecomunicações e a informática.
 inclui os fenômenos materiais, processos 
naturais e simulações sensoriais
Suporte 
 Antes da digitalização, os suportes eram 
incompatíveis: papel para o texto, 
película química para fotografia ou filme, 
fita magnética para o som ou vídeo. 
Atualmente, a transmissão da informação 
digital é independente do meio de 
transporte (fio de telefone, onda de rádio, 
satélite de televisão, cabo). 
 Sua qualidade permanece perfeita, 
diretamente do sinal analógico que se 
degrada mais facilmente; além disso, sua 
estocagem é menos onerosa. 
Relação 
 relação entre a máquina e o usuário: é 
negociação
 consegue ser processada por meio de 
uma linguagem nova, estritamente um 
apanhado de sistemas interativos com 
uma configuração por meio de uma 
combinação a-linear interativa composta 
de nós e conexões chamados de 
Hipertexto e Hipermídia.
INTERVALO 
Base da era digital ou cibercultura
(Enade 2011). Leia o texto que segue. 
 A cibercultura pode ser vista como 
herdeira legítima (embora distante) do 
projeto progressista dos filósofos do 
século XVII. De fato, ela valoriza a 
participação das pessoas em 
comunidades de debate e argumentação. 
Na linha reta das morais da igualdade, ela 
incentiva uma forma de reciprocidade 
essencial nas relações humanas. 
Desenvolveu-se a partir de uma prática 
assídua de trocas de informações e 
conhecimentos, coisa que os filósofos do 
Iluminismo viam como principal 
motor do progresso. 
Base da era digital ou cibercultura
 A cibercultura não seria pós-moderna, 
mas estaria inserida perfeitamente na 
continuidade dos ideais revolucionários e 
republicanos de liberdade, igualdade e 
fraternidade. A diferença é apenas que, 
na cibercultura, esses ― valores se 
encarnam em dispositivos técnicos 
concretos. Na era das mídias eletrônicas, 
a igualdade se concretiza na 
possibilidade de cada um transmitir a 
todos; a liberdade toma forma nos 
softwares de codificação e no acesso a 
múltiplas comunidades virtuais, 
atravessando fronteiras, enquanto a 
fraternidade, finalmente, se traduz em 
interconexão mundial. (P. Lévy)
Base da era digital ou cibercultura
O desenvolvimento de redes de relacionamento 
por meio de computadores e a expansão da 
Internet abriram novas perspectivas para a 
cultura, a comunicação e a educação. 
De acordo com as ideias do texto acima, a 
cibercultura
a) representa uma modalidade de cultura pós-
moderna de liberdade de comunicação e ação. 
b) constituiu negação dos valores progressistas 
defendidos pelos filósofos do Iluminismo. 
c) banalizou a ciência ao disseminar o 
conhecimento nas redes sociais. 
d) valorizou o isolamento dos indivíduos pela 
produção de softwares de codificação. 
e) incorpora valores do Iluminismo ao favorecer 
o compartilhamento de informações e 
conhecimentos. 
Base da era digital ou cibercultura
 Alternativa correta “e”. 
“incorpora valores do Iluminismo ao 
favorecer o compartilhamento de 
informações e conhecimentos. “
 Justificativa. O texto apresenta a 
cibercultura como uma forma de 
continuidade das ideias e dos valores 
iluministas. 
texto no ciberespaço 
Hipermídia: relacionada à rede de acesso 
que permite “hibridização de linguagens, 
processos signícos, códigos, mídias que ela 
aciona e, consequentemente, na mistura de 
sentidos receptores, na sensorialidade
global” (SANTAELLA)
 relaciona a uma manipulação sinestésica, 
onde o leitor interage, manipula, cria 
[novos] sentidos e contribui na realização
texto no ciberespaço 
 estrutura é hiper, não sequencial, 
multidimensional e alterável, porém com 
orientações e/ou guias que ajudam o 
usuário a navegar e reconfigurar a 
experiência, dando uma sensação de 
poder que na verdade o usuário acredita 
dominar sem limitações
Cibercultura 
 Enfim, a tecnologia computacional está 
fazendo a mediação das novas relações 
sociais, de nova autoidentidade e do 
novo tátil, o computador notepad se 
tornaram essenciais à vida social e se 
constituem nas condições para a criação 
da cibercultura. Esta vai se 
estabelecendo firmemente na medida em 
que crescentemente usamos formas 
mediadas de comunicação digital.
INTERVALO 
Cibercultura
 o papel da cibercultura está 
reconfigurando pensamentos devido ao 
seu uso constante e necessário, a forma 
que tais tecnologias são apresentadas 
acaba por ser uma imposição visto que 
se o mundo tornou-se adepto da 
cibercultura os órgãos, instituições, 
governos e sociedades acabam por aliar-
se à cibercultura para absorver suas 
facilidades e com isso obter sucesso na 
extensão do trabalho que estiver sendo 
desenvolvido. 
Cibercultura e exclusão
(Enade 2011). Exclusão digital é um 
conceito que diz respeito às extensas 
camadas sociais que ficaram à margem do 
fenômeno da sociedade da informação e da 
extensão das redes digitais. O problema da 
exclusão digital se apresenta como um dos 
maiores desafios dos dias de hoje, com 
implicações diretas e indiretas sobre os 
mais variados aspectos da sociedade 
contemporânea. 
Cibercultura e exclusão
 Nessa nova sociedade, o conhecimento é 
essencial para aumentar a produtividade 
e a competição global. É fundamental 
para a invenção, para a inovação e para a 
geração de riqueza. As tecnologias de 
informação e comunicação (TICs) 
proveem uma fundação para a 
construção e aplicação do conhecimento 
nos setores públicos e privados. 
Cibercultura e exclusão
 É nesse contexto que se aplica o termo 
exclusão digital, referente à falta de 
acesso às vantagens e aos benefícios 
trazidos por essas novas tecnologias, pormotivos sociais, econômicos, políticos 
ou culturais. 
 Considerando as ideias do texto acima, 
avalie as afirmações a seguir. 
I. Um mapeamento da exclusão digital no 
Brasil permite aos gestores de políticas 
públicas escolherem o público-alvo de 
possíveis ações de inclusão digital. 
Cibercultura e exclusão
II. O uso das TICs pode cumprir um papel 
social, ao prover informações àqueles 
que tiveram esse direito negado ou 
negligenciado e, portanto, permitir 
maiores graus de mobilidade social e 
econômica. 
III. O direito à informação diferencia-se dos 
direitos sociais, uma vez que esses estão 
focados nas relações entre os indivíduos 
e, aqueles, na relação entre o indivíduo e 
o conhecimento. 
Cibercultura e exclusão
IV.O maior problema de acesso digital no 
Brasil está na deficitária tecnologia 
existente em território nacional, muito 
aquém da disponível na maior parte dos 
países do primeiro mundo. 
É correto apenas o que se afirma em 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) III e IV. 
d) I, II e III. 
e) I, III e IV. 
Cibercultura e exclusão
 Afirmativa (I) – correta. 
 Justificativa. De acordo com o texto, cabe 
aos gestores de políticas públicas o 
desenvolvimento de ações de inclusão 
digital. 
 Afirmativa (II) – correta. 
 Justificativa. A inclusão digital se dá por 
meio do provimento das TIC aos setores 
excluídos do acesso à tecnologia e à 
informação. 
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade I 
Parte IV 
FORMAÇÃO GERAL
BIO-SOCIODIVERSIDADE
Profa. Ana Lúcia Machado da Silva
Ser humano
 Multidimensional.
 Ex: ser humano é biológico, psíquico, 
social, afetivo e racional.
 Conhecimento pertinente é 
multidimensional: não isola uma parte do 
todo nem uma parte da outra.
 Complexo: conhecimento deve enfrentar 
a complexidade: elementos inseparáveis 
constitutivos do todo.
 União: unicidade e multiplicidade.
Antinomia
 Século XX: os progressos estão 
dispersos, desunidos devido à 
especialização.
 Provoca a disjunção entre a humanidade 
e as ciências, e as ciências em 
disciplinas.
 Problema essencial: limitar o 
conhecimento do todo ao conhecimento 
de suas partes; valorizar inteligência 
parcelada, compartimentada, 
mecanicista, reducionista que rompe o 
complexo do mundo em fragmentos, 
separando o que está unido.
Falsa racionalidade
 A racionalização abstrata e 
unidimensional.
Por toda parte e durante décadas, soluções 
presumivelmente racionais trazidas por 
peritos convencidos de trabalhar para a 
razão e para o progresso causaram:
 Ex: desmatamento que causa 
desequilíbrio hídrico e a desertificação 
das terras.
 Grandes monoculturas eliminam as 
pequenas policulturas e agravam o êxodo 
rural e a favelização urbana.
Ensinar a condição humana
Mundo fragmentado em três estratos 
sobrepostos e não comunicantes: 
 homem-cultura;
 vida-natureza;
 física-química.
 Mas no cosmos, na Terra que é “a 
totalidade complexa físico-biológica-
antropológica, onde a vida é uma 
emergência da história da Terra, e o 
homem, uma emergência da história da 
vida terrestre.” (Edgar Morin)
 Coloca-se a complexidade do que é ser 
humano: “a animalidade e a 
humanidade constituem, juntas, 
nossa condição humana”. 
Homem e cosmos
 Somos originários do cosmos, da natureza, 
da vida. 
 Mas devido à própria humanidade, à nossa 
cultura, à nossa mente, à nossa 
consciência, tornamo-nos estranhos a este 
cosmos que nos parece secretamente 
íntimo. 
 Nosso pensamento e nossa consciência 
fazem-nos conhecer o mundo físico e 
distanciam-nos dele. O próprio fato de 
considerar racional e cientificamente o 
universo separa-nos dele.
 Desenvolvemo-nos além do mundo físico e 
vivo. É neste ‘além’ que tem 
lugar a plenitude da humanidade. 
Condição humana
 O homem não nasceu humano, se tornou 
humano num constante processo de 
aprendizado, marcado por evoluções, 
adaptações e construção cultural. 
 A educação contribuirá com a 
“aprendizagem da compreensão e da 
lucidez” e na “mobilização de todas as 
aptidões humanas”. (Edgar Morin)
No humano do humano
 cérebro/mente/cultura, sendo cada um 
dos termos é necessário ao outro;
 razão/afeto/pulsão, em que as relações 
entre as três instâncias não são apenas 
complementares, mas também 
antagônicas;
 e indivíduo/sociedade/espécie: “todo 
desenvolvimento verdadeiramente 
humano significa o desenvolvimento 
conjunto das autonomias individuais, 
das participações comunitárias e do 
sentimento de pertencer à espécie 
humana.” (Edgar Morin)
Condição humana
 O ser humano não consegue viver só de 
racionalidade, autonomamente. 
 Ele carece do afetivo, do lúdico, do 
imaginário tal qual é capaz de 
objetividade e racionalidade.
homo complexus 
 No século XXI, conhecer o ser humano é, 
antes de mais nada, situá-lo no universo 
e não separá-lo dele. (Edgar Morin)
INTERVALO 
Condição humana e biodiversidade
 Como ser vivo do planeta Terra, a 
humanidade depende vitalmente da 
biosfera terrestre, devendo, então, 
reconhecer sua identidade terrena física 
e biológica.
 Hominização: animalidade e humanidade 
constituem a nossa condição humana. 
(como já dito)
 Respeito e conhecimento sobre a 
biodiversidade.
Situação de reflexão
(Enem 2003). A biodiversidade diz respeito 
tanto a genes, espécies, ecossistemas, como 
a funções, e coloca problemas de gestão 
muito diferenciados. É carregada de normas 
de valor. Proteger a biodiversidade pode 
significar: 
 a eliminação da ação humana, como é a 
proposta da ecologia radical; 
 a proteção das populações cujos 
sistemas de produção e cultura repousam 
num dado ecossistema; 
 a defesa dos interesses comerciais de 
firmas que utilizam a biodiversidade como 
matéria-prima, para produzir mercadorias. 
Situação de reflexão
 De acordo com o texto, no tratamento da 
questão da biodiversidade no Planeta, 
a) o principal desafio é conhecer todos 
problemas dos ecossistemas, para 
conseguir protegê-los da ação humana.
 Incorreta. Justificativa: De acordo com o 
texto, não existe apenas um modelo de 
defesa da biodiversidade. Em algumas 
propostas apresentadas, pode haver o 
equilíbrio entre a natureza e a ação 
humana. 
Situação de reflexão
b) os direitos e os interesses comerciais dos 
produtores devem ser defendidos, 
independentemente do equilíbrio 
ecológico. 
 Incorreta. Justificativa: O equilíbrio 
ecológico é uma preocupação para a 
proteção da biodiversidade. 
c) deve-se valorizar o equilíbrio do meio 
ambiente, ignorando-se os conflitos 
gerados pelo uso da terra e seus 
recursos. 
 Incorreta. Justificativa: Os conflitos 
gerados pelo uso da terra e de seus 
recursos também devem ser 
levados em consideração para 
a proteção da biodiversidade. 
Situação de reflexão
d) o enfoque ecológico é mais importante 
do que o social, pois as necessidades 
das populações não devem constituir 
preocupação para ninguém. 
 Incorreta. Justificativa: De acordo com o 
texto, o enfoque ecológico é tão 
importante quanto o enfoque social ou 
econômico para a proteção da 
biodiversidade. 
e) há diferentes visões em jogo, tanto as 
que só consideram aspectos ecológicos, 
quanto as que levam em conta aspectos 
sociais e econômicos. 
Situação de reflexão
 Alternativa “e” – correta. 
 Justificativa: O texto não apresenta 
apenas uma visão com enfoque 
ecológico, privilegiando a natureza, mas 
também aspectos sociais e econômicos 
que discutem a proteção das populações 
cujos sistemas de produção e cultura 
repousam num dado ecossistema e a 
defesa dos interesses comerciais de 
firmas que utilizam a biodiversidade 
como matéria-prima, para produzir 
mercadorias. 
Condição humana e biodiversidade
 Como diz Morin: “Interrogar nossa 
condição humana implica questionar 
primeiro nossa posição no mundo”. 
 O fluxo de conhecimentos, no final do 
século XX e início do séc.XXI, traz nova 
luz sobre a situação do ser humano no 
universo.
INTERVALO
Situação de reflexão
(Enade 2009). O Ministério do Meio 
Ambiente, em junho de 2009, lançou 
campanha para o consumo consciente de 
sacolas plásticas, que já atingem, 
aproximadamente, o número alarmante de 
12 bilhões por ano no Brasil. Veja o slogan
dessa campanha: 
Situação de reflexão
O possível êxito dessa campanha ocorrerá 
porque:
I. se cumprirá a meta de emissão zero de 
gás carbônico estabelecida pelo 
Programa das Nações Unidas para o 
Meio Ambiente, revertendo o atual 
quadro de elevação das médias térmicas 
globais. 
II. deixarão de ser empregados, na 
confecção de sacolas plásticas, 
materiais oxibiodegradáveis e os 
chamados bioplásticos que, sob certas 
condições de luz e de calor, se 
fragmentam. 
Situação de reflexão
III. serão adotadas, por parcela da 
sociedade brasileira, ações 
comprometidas com mudanças em seu 
modo de produção e de consumo, 
atendendo aos objetivos preconizados 
pela sustentabilidade. 
IV.haverá redução tanto no quantitativo de 
sacolas plásticas descartadas 
indiscriminadamente no ambiente, como 
também no tempo de decomposição de 
resíduos acumulados em lixões e aterros 
sanitários. 
Situação de reflexão
Estão corretas somente as afirmativas:
a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) III e IV.
 O slogan diz respeito à promoção do 
consumo consciente e, portanto, envolve 
a sociedade em uma ação comprometida 
com o meio ambiente. 
 A campanha implica a redução do 
número de sacolas plásticas utilizadas e 
na consequente redução de resíduos 
tóxicos agressivos ao ambiente. 
Biodiversidade 
 Conceito originário da biologia, 
significando o estudo da diversidade da 
vida animal e vegetal, micro e macro.
 No entanto, todos têm responsabilidade 
sobre a preservação da vida no planeta 
Terra: cidadãos conscientes e 
governantes em geral.
(http://famanet.br/pdf/ingresso/cartilha_
enade_2009.pdf)
Biodiversidade 
 Preservar: é a palavra-chave da 
biodiversidade. 
 Quando uma vida é extinta, seja ela de 
animal ou vegetal, a harmonia é quebrada 
e o meio em volta fica mais pobre, 
deficitário. 
 Ameaça de extinção da fauna e da flora 
num determinado bioma ou ecossistema 
põem em risco todas as espécies de vida 
ali existentes. 
 São as consequências de um desastre 
dessa magnitude que preocupam 
cientistas, governantes e 
cidadãos de todo mundo.
Biodiversidade
 Do ponto de vista econômico: a 
biodiversidade produz uma grande 
quantidade de produtos e empregos, 
gerando a necessidade de preservar para 
viver. 
 Indústrias de alimentos, cosméticas e 
farmacêuticas se beneficiam diretamente 
da diversidade vegetal em biomas ricos 
em flora nativa. 
 A exploração econômica é feita de forma 
sustentada, sem ameaçar a extinção do 
ecossistema, o que a torna eticamente 
correta e valorizada.
Biodiversidade
 No Brasil, consideramos a soma da fauna 
e da flora, o que restou da Mata Atlântica 
ainda é o ecossistema mais diversificado, 
quantitativamente com mais espécies. 
 A Amazônia, por outro lado, considerando 
sua extensão ou tamanho, é o bioma mais 
rico em diversidade vegetal para a 
exploração econômica. Também é o mais 
ameaçado. 
 No geral, todos os ecossistemas 
brasileiros são importantes para o 
equilíbrio ecológico e, consequentemente, 
para a preservação da 
biodiversidade.
INTERVALO
Condição humana
 A partir do século XX, entramos na fase 
da mundialização.
 Após 1989, a generalização da economia 
liberal, a mundialização, está cada vez 
mais um todo interdependente.
 Enquanto o europeu está no conforto de 
bens planetários (bens importados de 
todo lugar), grande número de africanos, 
asiáticos e sul-americanos estão em 
circuito de miséria.
Condição humana
 Desigualdades econômicas inerentes ao 
sistema capitalista.
 O sistema cria riquezas, mas não 
consegue acabar com a pobreza, a 
miséria. 
 O crescimento do consumo em todo o 
mundo de produtos, aparelhos e 
engenhocas eletrônicas da revolução 
tecnológica convive lado a lado com 
bolsões de misérias, com milhões de 
pessoas em risco de insegurança 
alimentar. Esta é uma das contradições da 
globalização: gente e países 
ricos, emergentes e pobres no 
mesmo sistema.
Condição humana e IDH
 O Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH) é uma medida comparativa de 
pobreza, alfabetização e esperança de 
vida para os diversos países do mundo. 
 Seu cálculo resulta em valor que vai de 0 
(zero) a 1 (um), sendo que, quanto mais 
próximo da unidade, mais desenvolvido 
é considerado o país. 
 A escolaridade inclui a alfabetização dos 
adultos e a educação primária, 
secundária e terciária da população 
em geral. 
Condição humana e IDH
 O PIB per capita entra no cálculo do IDH 
como um substituto de uma medida do 
padrão de vida ou de distribuição de 
renda. O gráfico abaixo mostra a 
evolução do IDH de 1975 a 2004 para 
várias regiões do planeta.
Condição humana e IDH
 Viver sem eletricidade afeta muitas 
dimensões do desenvolvimento humano. 
Os serviços de geração, distribuição e 
uso de energia desempenham um papel 
fundamental não apenas no apoio ao 
crescimento econômico e à geração de 
empregos, mas também no reforço da 
qualidade de vida das pessoas. 
 Cerca de 1,6 bilhões de pessoas no 
mundo não têm acesso a tais serviços. 
 A maioria vive na África subsaariana e no 
sul da Ásia, onde apenas cerca de um 
quarto das pessoas utiliza 
modernos serviços de energia. 
Condição humana e IDH
 Essas pessoas vivem sem uma lâmpada 
elétrica em suas casas e dependem da 
queima de biomassa (madeira e estrume 
animal) para obter energia. Enquanto o 
acesso à energia está aumentando em 
todo o mundo em desenvolvimento, o 
progresso dessas nações continua lento e 
desigual. 
 IDH > 0,8 indica alto desenvolvimento 
humano.
 0,5 < IDH < 0,799 indica médio 
desenvolvimento humano. 
 IDH < 0,5 indica baixo 
desenvolvimento humano.
Condição humana e IDH
 Sem a disponibilidade das modernas 
fontes de energia, não se atinge o alto 
desenvolvimento humano. 
Situação de reflexão
 (Enade 2008) Nos anos recentes, a noção 
de exclusão social tem sido utilizada 
como um conceito teórico pelas ciências 
sociais e como uma categoria empírica 
pelos movimentos sociais e pela gestão 
pública. Embora não haja consenso 
sobre o conceito de exclusão, há alguns 
aspectos frequentemente lembrados a 
esse respeito: ruptura de laços sociais; 
precária inserção no mundo do trabalho 
e baixas condições de qualidade de vida; 
frágil incorporação dos direitos 
de cidadania. 
Situação de reflexão
 Considerando como válidos esses 
aspectos, é correto afirmar que haverá 
exclusão social quando houver: 
I. relações de conflito em uma sociedade. 
II. trabalho infantil. 
III. trabalho para todos, mas com 
remuneração diferenciada. 
IV.falta de saneamento básico em algumas 
comunidades. 
V. baixo índice de eleitoras mulheres. 
Situação de reflexão
 “I” e “III” – incorretas. 
 Justificativa. As relações de conflito em 
uma sociedade têm, comumente, caráter 
político ou religioso. Trabalho para 
todos, mas com remuneração 
diferenciada pode decorrer de variações 
de categorias profissionais, funções 
desempenhadas, tempo de serviço etc. 
Situação de reflexão
 “II”, “IV” e “V” – corretas. 
 Justificativa. Foi dito, no enunciado, que 
os aspectos que caracterizam a exclusão 
social são: ruptura de laços sociais, 
precária inserção no mundo do trabalho, 
baixas condições de qualidade de vida e 
frágil incorporação dos direitos de 
cidadania. 
 Frente a esses aspectos, podemos 
considerar como fatores de exclusão o 
trabalho infantil, a falta de saneamento 
básico e o baixo índice de eleitoras 
mulheres. 
Sociodiversidade
 a existência simultânea de grupos 
humanoscom a posse de recursos 
sociais próprios;
 padrões próprios de organização social, 
com modelos diferentes de autoridade 
política, de acesso à terra, de padrão 
habitacional, de hierarquias de valores 
ou prestígio etc.
Sociodiversidade e exclusão
 na maioria das sociedades democráticas, 
os excluídos têm os seus direitos de 
minoria assegurados legalmente: direito 
de existirem enquanto tal, enquanto 
minoria, com sua livre manifestação 
respeitada;
 mas isto não impede que a violação dos 
direitos de existência e manifestação 
dessas minorias inexista como 
fenômeno globalizado;
 ações afirmativas de indivíduos e de 
ONGs têm demonstrado que há muito 
que fazer para diminuir a exclusão.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade I 
Parte V 
FORMAÇÃO GERAL
RELAÇÃO ARTE E MUNDO
Profa. Ana Lúcia Machado da Silva
Arte
 Arte: forma de organização, modo de 
transformar a experiência vivida em 
objeto de conhecimento.
 É um caso privilegiado de entendimento 
intuitivo do mundo, tanto para o artista 
que cria obras concretas e singulares 
quanto para o apreciador que se entrega 
a elas para atingir o sentido.
Arte 
 O artista: vê, ouve, o que está por trás da 
aparência exterior do mundo.
 Pelo poder seletivo e interpretativo dos 
seus sentidos, percebe formas que não 
podem ser nomeadas, porque elas 
precisam ser sentidas e não explicativas.
Arte 
 Com base nessa intuição, o artista não 
cria mais cópias da natureza.
 Cria símbolos dessa mesma natureza e 
da vida humana.
 Símbolos: não são entidades abstratas; 
são obras de arte, objetos sensíveis, 
concretos, individuais, que representam 
por analogia, semelhança de forma, a 
experiência vital intuída pelo artista.
Arte 
 A tela de Mondrian não reproduz de 
forma figurativa, icônica, a cidade de 
Nova Iorque; representa de forma 
analógica a vivência do artista em 
relação à cidade.
“New York city”
Mondrian, 1941-42
Arte 
 A tela revela na simplicidade dos traços, 
nas várias direções das linhas, na 
expressão do rosto e na pose das mãos 
uma maneira de ver o mundo que pode 
ser compreendida intuitiva e 
imediatamente.
“O grito”
Munch, 1895
Arte 
 Ao apreciar uma obra de arte, fazemos 
por meio dos sentidos: visão, audição, 
tato, cinestesia e, se a obra for 
ambiental, até o olfato.
 A partir dessa percepção sensível 
podemos intuir a vivência do artista: uma 
visão nova, uma interpretação nova da 
natureza e da vida.
 O artista atribui significados ao mundo 
por meio da sua obra.
Arte 
 Na obra de arte, o tema em si não é 
importante, mas o tratamento que se dá a 
ele.
 Luz, cor, volume, peso, espaço, dados 
sensíveis, não são experimentados da 
mesma maneira na vida do dia a dia e na 
arte.
 No cotidiano, usamos dados para 
construir, por meio do pensamento 
lógico, conceito de mundo físico.
 Em arte, esses dados são usados para 
alargar o horizonte de nossa experiência 
sensível.
 O artista não copia o que é; cria 
o que poderia ser.
INTERVALO 
Aplicação 
 (Enade 2008) O filósofo alemão Friedrich 
Nietzsche (1844-1900), talvez o pensador 
moderno mais incômodo e provocativo, 
influenciou várias gerações e 
movimentos artísticos. O 
Expressionismo, que teve forte 
influência desse filósofo, contribuiu para 
o pensamento contrário ao racionalismo 
moderno e ao trabalho mecânico, através 
do embate entre a razão e a fantasia. 
Aplicação 
 As obras desse movimento deixam de 
priorizar o padrão de beleza tradicional 
para enfocar a instabilidade da vida, 
marcada por angústia, dor, inadequação 
do artista diante da realidade. Das obras 
a seguir, a que reflete esse enfoque 
artístico é:
Aplicação
Aplicação
 O quadro de Munch não prioriza o 
padrão de beleza tradicional. A imagem 
nos remete à ideia de instabilidade da 
vida, de angustia, de dor e de 
inadequação do artista diante da 
realidade. 
Aplicação
 (Enade 2010). 
 Painel da série Retirantes, de 
Cândido Portinari. 
Aplicação
João Cabral de Melo Neto. Morte e vida severina
Aplicação
 Analisando o painel de Portinari 
apresentado e o trecho destacado de 
Morte e Vida Severina, conclui-se que: 
a) Ambos revelam o trabalho dos homens na 
terra, com destaque para os produtos que 
nela podem ser cultivados. 
b) Ambos mostram as possibilidades de 
desenvolvimento do homem que trabalha 
a terra, com destaque para um dos 
personagens. 
c) Ambos mostram, figurativamente, o 
destino do sujeito sucumbido pela seca, 
com a diferença de que a cena 
de Portinari destaca o 
sofrimento dos que ficam. 
Aplicação
d) O poema revela a esperança, por meio de 
versos livres, assim como a cena de 
Portinari traz uma perspectiva próspera 
de futuro, por meio do gesto. 
e) O poema mostra um cenário próspero 
com elementos da natureza, como sol, 
chuva, insetos, e, por isso, mantém uma 
relação de oposição com a cena de 
Portinari. 
Aplicação
 Alternativa “c” – correta. Justificativa. 
Tanto o poema quanto a charge tratam 
figurativamente do destino do homem 
que trabalha na terra, sujeito esse que se 
encontra à mercê da miséria, da seca e 
da exploração. No quadro de Portinari, 
ênfase especial é dada à condição 
daqueles que permanecem nessa 
situação, sem reais perspectivas de 
melhora de qualidade de vida. 
INTERVALO
Função da arte
1. Função pragmática ou utilitária:
 A arte é útil para alcançar um fim não 
artístico: não é valorizada por si mesma, 
mas só como meio de alcançar uma 
outra finalidade.
 Idade Média: arte serviu para ensinar 
princípios a religião católica e para 
relatar as histórias bíblicas --- finalidade 
pedagógica.
 Contrarreforma: arte barroca foi usada 
para emocionar os fiéis em tentativa de 
segurar os fiéis dentro da religião ---
finalidade religiosa.
Função da arte
 No século XX, no realismo socialismo: a 
arte tinha finalidade de retratar a 
melhoria das condições de vida do 
trabalhador, bem como retratar as 
principais figuras da revolução 
socialista.
 Arte engajada, década 50/60: a arte 
servia para conscientizar sobre a 
situação socioeconômica.
 Assim, os critérios para analisar a arte 
são externos à obra: critério moral do 
valor da finalidade a que serve; critério 
de eficácia (se o fim foi atingido). 
Função da arte
2. Função naturalista:
 Refere-se aos interesses pelo conteúdo 
da obra; pelo que a obra retrata. 
 A obra é encarada como espelho, que 
reflete a realidade e nos remete 
diretamente a essa realidade.
 Obra tem função referencial: enviar-nos 
para fora do mundo artístico, para o 
mundo dos objetos retratados.
 Critérios de avaliação da arte: correção da 
representação; inteireza; vigor.
 Essa tendência vigorou até o 
fim do séc. XIX, quando surgiu a 
fotografia.
Exemplo de ruptura de arte 
naturalista 
 (Enem 2002). O autor da tira utilizou os 
princípios de composição de um 
conhecido movimento artístico para 
representar a necessidade de um mesmo 
observador aprender a considerar, 
simultaneamente, diferentes pontos de 
vista. 
Exemplo
 Das obras reproduzidas, todas de autoria 
do pintor espanhol Pablo Picasso, 
aquela em cuja composição foi adotado 
um procedimento semelhante é:
Exemplo
 Alternativa “e” – correta. A imagem 
representa distintos pontos de vista de 
um mesmo observador. Em outras 
palavras, o mesmo observador parece ver 
a mulher a partir de duas diferentes e 
simultâneas perspectivas. 
 Rompe a função naturalista da arte.
Função da arte
3. Função formalista:
 É a única função que se ocupa da arte 
enquanto tal e por motivos que não são 
estranhos ao âmbito artístico.
 Buscamos os princípios que regem a 
organização interna da arte.
 A obra pode ser: pictórica, escultórica, 
arquitetônica, musical, teatral, 
cinematográfica etc. --- todas comportam 
uma estrutura interna de signos 
selecionados. 
 Valorização da experiênciaestética por 
meio da percepção e intuição; 
intensifica a consciência do 
mundo.
INTERVALO 
Aplicação 
(Enade 2009). Leia o trecho abaixo. 
 O sertão vai a Veneza. 
 Festival de Veneza exibe “Viajo porque 
preciso, volto porque te amo”, de Karim 
Aïnouz e Marcelo Gomes, feito a partir de 
uma longa viagem pelo sertão nordestino. 
[...] Rodaram 13 mil quilômetros, a partir 
de Juazeiro do Norte, no Ceará, passando 
por Pernambuco, Paraíba, Sergipe e 
Alagoas, improvisando dia a dia os locais 
de filmagem. “Estávamos à procura de 
tudo que encetava e causava 
estranhamento. 
Aplicação 
 Queríamos romper com a ideia de lugar 
isolado, intacto, esquecido, arraigado 
numa religiosidade intransponível. Eu 
até evito usar a palavra ‘sertão’ para ter 
um novo olhar sobre esse lugar”, conta 
Karim. A ideia era afastar-se da imagem 
histórica da região na cultura brasileira. 
“Encontramos um universo plural que 
tem desde uma feira de equipamentos 
eletrônicos a locais de total desolação”, 
completa Marcelo. 
(CRUZ, Leonardo. Folha de S. Paulo, p. E1, 
05.09.2009.) 
Aplicação
A partir da leitura desse trecho, é incorreto
afirmar que: 
a) A feira de equipamentos eletrônicos, 
símbolo da modernidade e da tecnologia 
sofisticada, é representativa do contrário 
do que se pensa sobre o sertão 
nordestino. 
b) As expressões isolamento, 
esquecimento e religiosidade, utilizadas 
pelos cineastas, são consideradas 
adequadas para expressar a atual 
realidade sertaneja. --- alternativa com 
afirmativa incorreta.
Aplicação
c) O termo “sertão” tem conotação 
pejorativa, por implicar atraso e pobreza; 
por isso, seu uso deve ser cuidadoso. 
d) Os entrevistados manifestam o desejo de 
contribuir para a desmitificação da 
imagem do sertão nordestino, congelada 
no imaginário de parte dos brasileiros. 
e) Revela o estranhamento que é comum 
entre pessoas mal informadas e 
simplificadoras, que veem o sertão como 
uma região homogênea. 
Aplicação
O filme – uma arte – como ruptura:
 A feira de equipamentos eletrônicos, 
citada pelos cineastas Karim Aïnouz e 
Marcelo Gomes, rompe com o imaginário 
coletivo acerca do nordeste brasileiro.
 Os entrevistados manifestam o desejo de 
contribuir para a desmitificação da 
imagem do sertão nordestino, congelada 
no imaginário de parte dos brasileiros. 
 Revela o estranhamento que é comum 
entre pessoas mal informadas e 
simplificadoras, que veem o sertão como 
uma região homogênea. 
Interpretação da obra de arte
 Atribuição de significados pelo 
espectador se dá em níveis.
 1º nível: do sentimento.
 2º nível: da interpretação.
Arte: instaura um universo de significações 
jamais esgotado:
 Universo de significações de uma obra.
 Intencionalidade do autor.
 Significados atribuídos à obra pelo 
espectador, sem desrespeitar a proposta 
da obra.
 Significado arbitrário, não 
pertencente ao universo da 
obra e não podemos impor a ela.
Aplicação
 Dentre estas imagens, de Portinari, o que 
podemos ler?
Aplicação
Aplicação 
 Os pés retratados são justamente aqueles 
que vão ao encontro do texto de Portinari: 
são pés disformes que contam uma 
história de miséria e dificuldades. 
Confundem-se com as pedras e com o 
solo em que se apoiam. São pés que 
funcionam como mapas, sinalizando os 
caminhos percorridos, cheios 
de obstáculos. 
ATÉ A PRÓXIMA!

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