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www.un i su l . b r capa_curvas.pdf 1 20/02/14 14:49 1 UnisulVirtual Palhoça, 2014 Universidade do Sul de Santa Catarina Liderança e Desenvolvimento de Equipes 2 Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Reitor Sebastião Salésio Herdt Vice-Reitor Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional Luciano Rodrigues Marcelino Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos Valter Alves Schmitz Neto Diretor do Campus Universitário de Tubarão Heitor Wensing Júnior Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual Fabiano Ceretta Campus Universitário UnisulVirtual Diretor Fabiano Ceretta Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) - Educação, Humanidades e Artes Marciel Evangelista Cataneo (articulador) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços Roberto Iunskovski (articulador) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria Diva Marília Flemming (articuladora) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social Aureo dos Santos (articulador) Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos Moacir Heerdt Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão Roberto Iunskovski Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos Márcia Loch Gerente de Prospecção Mercadológica Eliza Bianchini Dallanhol 3 Livro didático 2ª edição Revisão e ampliação de conteúdo Alessandra de Oliveira Dâmaris de Oliveira Batista da Silva Viviane Bastos UnisulVirtual Palhoça, 2014 Designer instrucional Carmelita Schulze Liderança e Desenvolvimento de Equipes Desirée de Souza Freccia de Carvalho 4 Livro Didático Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2014 Professor conteudista Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e ampliação de conteúdo Alessandra de Oliveira Dâmaris de Oliveira Batista da Silva Viviane Bastos Designer instrucional Carmelita Schulze Projeto gráfico e capa Equipe UnisulVirtual Diagramador(a) Noemia Mesquita Revisor(a) Jaqueline Tartari, Perpétua Guimarães Prudêncio e Diane Dal Mago ISBN 978-85-7817-632-7 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 658.314 C32 Carvalho, Desirée de Souza Freccia Liderança e desenvolvimento de equipes: livro didático / Desirée de Souza Freccia Carvalho ; design instrucional Carmelita Schulze. – 2. ed., rev. e ampl. / por Alessandra de Oliveira, Dâmaris de Oliveira Batista da Silva, Viviane Bastos – Palhoça : UnisulVirtual, 2014. 119 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-632-7 1. Liderança. 2. Grupos de trabalho. 3. Comportamento organizacional. I. Schulze, Carmelita. II. Oliveira, Alessandra de. III. Silva, Dâmaris de Oliveira Batista da. IV. Bastos, Viviane. V. Título. 5 Sumário Introdução | 7 Capítulo 1 A liderança no contexto organizacional autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Dâmaris de Oliveira Batista da Silva. | 9 Capítulo 2 O exercício da liderança autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Dâmaris de Oliveira Batista da Silva. | 31 Capítulo 3 Trabalho em equipe autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Viviane Bastos. | 51 Capítulo 4 Temas contemporâneos em liderança e o desafio na formação de equipes autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Alessandra de Oliveira e Dâmaris de Oliveira Batista da Silva. | 77 Considerações Finais | 109 Referências | 111 Sobre os Professores Conteudistas | 117 6 7 Introdução O fenômeno da liderança é bastante amplo, abarca muitas questões, por exemplo: qualquer um é capaz de se tornar líder? Existem diferentes tipos de líderes? Chefe é sinônimo de líder numa organização? Os líderes em organizações se assemelham aos líderes em outros âmbitos, como, por exemplo, líderes de guerra e políticos? Aprende-se a se ser líder? Como? Qualquer agrupamento de pessoas possui um líder? A liderança é uma atividade que é partilhada por todos os membros de um grupo que obtém sucesso nas atividades? Ou há sempre a necessidade da liderança ser individual? Qual a diferença entre grupo e equipe no que diz respeito à liderança? As mudanças sociais que ocorrem no decorrer da história humana também levam a mudanças no fenômeno da liderança? Como você pode observar, são muitas as perguntas que podemos fazer sobre liderança. Buscamos responder nesse livro algumas delas, pelo menos, as feitas acima. Claro, como afirmamos também em algumas passagens desse livro, em Administração não há fórmulas mágicas, isto é, receitas acabadas para cada um dos âmbitos de atuação dessa atividade. O que existem são estudos que demonstram a viabilidade de alguns caminhos para se alcançar os objetivos da atividade, no caso, da atividade de gestão de pessoas no que diz respeito à liderança. Assim, esse livro demonstra, com base em teorias acadêmicas científicas, caminhos para desenvolver a liderança, de modo a se formar equipes, já que, como veremos, equipes conseguem atingir resultados qualitativos muito superiores a grupos de trabalho. Assim, estudaremos aqui as diferenças entre líder e chefe, grupo e equipe, liderança compartilhada e liderança individual, os diferentes tipos de liderança e os desafios da liderança em nossos tempos, de modo a deixar claro os benefícios e os desafios de se trabalhar em equipe. Esperamos que esse livro contribua não apenas para sua compreensão do fenômeno da liderança, mas para que você consiga internalizar atitudes que lhe possibilitem trabalhar em equipe, algo essencial para seu constante desenvolvimento não só profissional, mas também pessoal. Bons estudos! As professores: Alessandra de Oliveira, Dâmaris de Oliveira Batista da Silva e Viviane Bastos. 9 Seções de estudo Habilidades Capítulo 1 A liderança no contexto organizacional autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Dâmaris de Oliveira Batista da Silva. Seção 1: Desafios organizacionais contemporâneos Seção 2: Liderar para quê? Seção 3: O que é liderar? O fenômeno da liderança interessa a muitos, pois sabe-se que o novo perfil dos colaboradores e os complexos desafios organizacionais requerem novas práticas de gestão, o que inclui a liderança como fator primordial. A figura do líder emerge em importância com novos conceitos e práticas que aprenderemos ao longo desse capítulo. Focaremos, nesse momento, no desenvolvimento das habilidades de integrar e motivar pessoas para o trabalho exercendo as competências da liderança com ética profissional. 10 Capítulo 1 Seção 1 Desafios organizacionais contemporâneos Autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Dâmaris de Oliveira Batista da Silva Liderar pessoas é ação que transcende o contexto organizacional. Onde houver agrupamento de pessoas e objetivos em comum haverá ali o exercício da liderança. Ações exemplares podemos ver na Religião, nas Artes, nos Esportes, na Política e em tantos outros campos de interesse humano. Aqui deteremos os nossos estudos sobre a Liderança gerencial. Conceitos, princípios e teorias serão apresentados e debatidos com vistas a aprendermos sobre a liderança na gestão de pessoas. A administração transformou-se também em uma ciência. Como fenômeno histórico, cultural e social não tem receitas prontas e aplicáveis a todos os contextos; mas apesar da complexidadeque ela guarda em si, traz consigo muitos avanços no sentido de melhor analisar os motivos pelos quais algumas empresas obtêm êxito e outras, não. E, com certeza, o fenômeno da liderança bem disposta faz-se presente em organizações de êxito. Neste primeiro momento, estudaremos o porquê de a Liderança e as Equipes serem ferramentas organizacionais fundamentais na gestão de qualquer organização. Você já deve ter constatado que o diferencial competitivo das organizações está nas pessoas que as constituem. Estudos de caso de empresas que obtiveram sucesso atestam tal afirmação, como, por exemplo, Google, 3M, MacDonalds, para citar alguns. As pessoas são o polo da criatividade, inteligência e emoção – fenômenos cruciais para a invenção de novos produtos e serviços, motivação para bem atender o cliente e surpreender as metas propostas. Por outro lado, com o crescimento do grau de instrução e o maior acesso às informações, todos nós (colaboradores, clientes, executivos e líderes) estamos mais cientes dos nossos direitos e deveres. Mais atentos estamos às necessidades pessoais e coletivas. Isso requer novas práticas gerenciais, novas formas de nos relacionarmos com os colegas, com os superiores, com o mercado e com clientes. Profissionalizar a gestão, portanto, torna-se imprescindível. 11 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Profissionalizar significa conhecer e fazer uso dos conhecimentos, competências e habilidades já disponibilizadas pela Ciência da Administração com o objetivo de otimizar recursos e alcançar melhores resultados. Usar esses conteúdos faz-se entender que o líder é uma figura indispensável para realizar a articulação entre a missão, visão, valores e as pessoas de uma organização. Ele é elemento importante para a efetivação dos conteúdos que servem de norte a uma organização. Neste momento, vale lembrar alguns conceitos iniciais e importantes: a. Missão organizacional: define a razão de existir. Indica publicamente qual é a identidade da organização. Exemplo Vejamos um exemplo nesse sentido! Missão da UNISUL: Educação e gestão inovadoras e criativas no processo do ensino, da pesquisa e da extensão, para formar integralmente, ao longo da vida, cidadãos capazes de contribuir na construção de uma sociedade humanizada, em permanente sintonia com os avanços da ciência e da tecnologia. Observando a Missão, podemos apreender o que a organização faz, por que o faz, qual é sua particularidade e o que compartilha com as demais instituições. b. Visão organizacional: indica o foco da organização. Para onde vai, o que pretende ser e obter em um determinado período de tempo. Visão da UNISUL: Nesta permanente construção da Missão e na contínua prática dos Valores, até 2013, a UNISUL será reconhecida pela qualidade e excelência de suas ações e serviços. 12 Capítulo 1 Este reconhecimento, segundo a própria instituição, exigirá que ela assuma (UNISUL, 2014): 1 - Em relação ao Ensino: 1.1 - Consolide a posição de liderança em graduação entre as universidades catarinenses. 1.2 - Consolide posição de liderança em educação a distância e educação continuada, em nível nacional, alcançando a sua inserção plena no mundo virtual e globalizado, como provedora de ciência e tecnologia. 1.3 - Alcance posição de liderança entre as melhores universidades catarinenses no segmento de pós-graduação. 2 - Em relação à Pesquisa: 2.1 - Consolide a pesquisa científica como essencial à Universidade e parte integrante e indissociável do processo de ensino e aprendizagem. 2.2 - Promova áreas de pesquisa avançada reconhecida pela comunidade científica nacional. 3 - Em relação à Extensão: 3.1 - Consolide a extensão como mecanismo integrado e indissociável do processo de ensino e aprendizagem. 3.2 - Transforme a extensão em instrumento gerador de iniciativas comunitárias autossustentáveis e da educação continuada. 4 - Em relação à Gestão: 4.1 - Internalize práticas e processos modernos de gestão, adequados à dimensão da Universidade e coerentes com sua Missão, seus Valores e sua Visão. Conhecendo a Visão podemos saber quais são os objetivos principais daquela organização, e podemos antever algumas de suas ações. Sabemos o que pretende alcançar e quando. 13 Liderança e Desenvolvimento de Equipes c. Valores organizacionais: toda empresa tem princípios, formalizados ou não. Por meio deles todas as pessoas guiam os seus comportamentos enquanto trabalham. Os valores simbolizam as crenças e representam os meios pelos quais pretendem alcançar sua visão. Versão resumida dos valores da UNISUL: 1 - Sendo a missão da UNISUL a formação integral de cidadãos, a UNISUL assume: 1.1 - que o Aluno constitui seu valor essencial; 1.2 - que o Professor é o promotor, guia, orientador e facilitador por excelência desse processo; 1.3 - que o processo educativo prepare o aluno para o mercado e para a vida; 1.4 - que os relacionamentos acadêmicos e de gestão primam pela humanização e pela transparência; 1.5 - exercício permanente da participação, da solidariedade, da cooperação, da integração, do compartilhamento e da responsabilidade; 1.6 - direito ao crescimento contínuo e integral das pessoas e da coletividade. 2 - Sendo componente de sua Missão a prática da gestão inovadora e criativa no processo do ensino, da pesquisa e da extensão, a UNISUL assume: 2.1 - gestão humanizada; 2.2 - construção da sociedade mais humana, em permanente sintonia com os avanços da ciência e da tecnologia; 2.3 - promoção do desenvolvimento regional, integrado nos processos globais e interdependentes; 2.4 - permanente sintonia das pessoas e da Universidade com o meio e o mundo; 2.5 - que os processos de gestão sejam conduzidos com prudência, disciplina, transparência e eficácia. 3 - Enfim, a UNISUL assume que a busca permanente de construir sua Missão, e a consciência e a prática de seus Valores constituem seu compromisso e sua postura ética essencial, capaz de criar o ambiente propício ao exercício da ética individual, da satisfação pessoal e profissional e da construção da melhor qualidade de vida de toda a comunidade da Universidade e do meio em que ela atua. 14 Capítulo 1 Para criar, manter e gerenciar com eficiência uma organização, sabemos que estes 3 elementos (Missão, Visão e Valores) são extremamente importantes, visto que por meio deles a empresa define: • o que faz; • como faz; • para que faz; • quando faz; • como quer ser conhecida pelos outros (clientes, parceiros, concorrentes e colaboradores). Sem a Empresa conhecer a si mesma, seus limites e possibilidades, objetivos e crenças, a liderança das pessoas ficará mais difícil. Tais definições são o início da articulação dos integrantes, de todos que direta ou indiretamente fazem a organização existir e acontecer cotidianamente. Com essas primeiras linhas, podemos reafirmar que emerge a importância do líder a fim de que a articulação entre a missão, visão, valores e as pessoas seja uma constante rumo à real efetivação e ao alcance dos resultados esperados. Para explicitar isso, relacionando arte e vida, lembramos a seguinte fala de Lewis Carroll (2002) por meio dos seus personagens: “O senhor poderia me dizer, por favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui? Isso depende muito de para onde você quer ir, respondeu o Gato. Não me importo muito para onde..., retrucou Alice. Então não importa o caminho que você escolha, disse o Gato.” (LEWIS, 2014. Disponível em http://www.ebooksbrasil.org/ eLibris/alicep.html, acesso em 02/10/2013). 15 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Seção 2 Liderar para quê? A liderança não é fenômeno atual. Registros históricos apontam o exercício do liderar a milênios. Percebemos diferenças no conceito, nametodologia, no objetivo e nas técnicas, mas a presença de uma figura frente a uma equipe, e conduzindo-a a um objetivo, é prática humana antiga. O que temos, desde o final do século XX, é a indicação de que o tema cresce de importância. Tal fato é atestado pelo crescimento das publicações sobre o tema. Livros, artigos científicos e textos em revistas temáticas – todos apontam para um incremento da importância do papel do líder. Alguns autores destacam o fenômeno da Globalização para esse aumento da importância do líder. A competição pelo mercado alargou seus horizontes e graças às tecnologias e novas formas, leis e práticas de comércio internacional temos acesso a ideias, produtos e serviços que incrementam tanto o padrão de consumo e grau de exigência quanto a forma de pensar, agir e querer. Novas necessidades, desejos e comportamentos são criados pelo contato intensificado com outros padrões culturais. Toda essa realidade resultou em uma busca acirrada por melhores índices de qualidade e produtividade nas organizações. Nunca antes se competiu tanto; afinal novos (e muitos) atores passam a participar da trama das relações. Nunca nós, os clientes, recebemos tantas ofertas de produtos e serviços, e estas ofertas nunca foram tão rapidamente copiadas. Os nascidos antes da década de 80 lembram quando para cada produto havia 1 ou 2 marcas disponíveis no mercado. Com a quebra das barreiras comunicacionais, relacionais e a expansão das interações internacionais, as opções são infinitas. Com a variedade de produtos e serviços no mercado, podemos escolher mais, e, com isso, aprender e ser pessoas com outros níveis de exigência por produtos, serviços. Do ponto de vista dos consumidores, o processo informacional reconfigura a idéia de mercado consumidor, na medida em que o lugar geográfico não se constitui mais como fator preponderante. Ao mesmo tempo, o consumidor, do escritório de sua casa, tem à sua disposição todo um conjunto de empresas a lhe oferecer bens e serviços com detalhamento de preço e qualidade jamais vistos. Portanto, a delimitação do mercado consumidor potencial hoje é significativamente complexa, tanto em termos de perfil quanto de quantificação. (SIQUEIRA; SPERS, 2013, p. 166) 16 Capítulo 1 Isso, no entanto, trouxe novas necessidades e estilos de liderança. Pois, conhecer o mercado e suas potencialidades exige alta capacidade de aprendizagem e mudança de todas as organizações. Tudo isso em um intenso ritmo que só é possível se as pessoas estiverem envolvidas com os objetivos organizacionais. Pessoas aqui entendidas como todos os que direta e indiretamente integram a rede de relações da organização: colaboradores, gestores, líderes, clientes, fornecedores, parceiros, competidores, para citar alguns exemplos. Ainda sobre o cenário competitivo e a forma de as organizações posicionarem-se frente ao mesmo, Cunha e Corrêa (2013) realizaram um estudo teórico-histórico sobre como as organizações têm monitorado seu próprio desempenho e quais elementos têm sido priorizados na gestão nos últimos anos. Trata-se de algo que não pode ser desconsiderado pela liderança em uma organização. Modelos de avaliação de desempenho e eficiência: uma perspectiva histórica [...] A concepção de avaliar desempenho e produtividade (eficiência) nas organizações surgiu dos ideais positivistas, numa revolução científica em que a matemática servira de respaldo para as experimentações e validações dos processos operacionais. Essas ideias influenciaram posteriores estudiosos da Administração, por exemplo, os clássicos Taylor e Fayol, que se apoiavam na medição de tempos e cálculos de posicionamento para a busca de melhor produtividade das atividades operacionais. Assim, os primeiros esforços para se mensurar desempenho e eficiência em formas estruturadas datam do século XIX, ainda que sob objetivos pontuais e descentralizados de algumas áreas ou setores (TEZZA, BORNIA, VEY, 2010). Com a maior estruturação do campo acadêmico das pesquisas em Administração, alguns estudos diretamente relacionados com a mensuração de desempenho surgiram na década de 1950. Nessa época, Martindell (1950) já prescrevia um padrão de avaliação de desempenho mensurável, entretanto ainda com pouca maturidade conceitual, porque havia muita subjetividade no estabelecimento de ponderações e formulação de indicadores (CORRÊA, 1986). Buscava-se, nesse momento, quantificar medidas operacionais para que o gestor pudesse melhor monitorar o desempenho das atividades. (RIDGWAY, 1956). Outro conceito amplamente difundido nessa época foi a administração por objetivos preconizada por Drucker (1954), pela qual a organização deveria conter indicadores de desempenho de diversas áreas da organização, e sua mensuração deveria ocorrer por meio de um conjunto de indicadores provenientes dessas diferentes áreas. Esse conceito sustentava-se na ideia de integrar diferentes unidades e departamentos num mesmo plano de controle para se atingir a estratégia organizacional, tal como previam os primeiros modelos, por exemplo, o francês Tableau de Bord. (EPSTEIN e MANZONI, 1998). 17 Liderança e Desenvolvimento de Equipes O grande desafio é que, até a década de 1960, grande parte das empresas realizava suas avaliações de desempenho exclusivamente por meio de indicadores financeiros e contábeis (JOHNSON e KAPLAN, 1987), o que trouxe insatisfação aos estudiosos e práticos da área, por dois grandes motivos. Primeiro, porque indicadores financeiros eram voltados ao curto prazo, num momento em que emergia a ideia de que o desempenho deveria ser fruto de uma análise das capacidades futuras da organização. (BUCHELE, 1962). Essas limitações foram superadas, principalmente, com o advento da Administração da Qualidade Total. Ela trouxe uma filosofia cuja perspectiva era de longo prazo e que considerava a temporalidade para as medidas de desempenho, além de direcionar-se com maior ênfase à eficiência, por meio da utilização de medidas que mensuravam as atividades em relação à qualidade e padronização dos produtos e processos. (JURAN, 1969). Não obstante isso, muitos indicadores relevantes para atender às novas expectativas gerenciais não vinham sendo considerados nas medidas contábeis e financeiras, como os de qualidade, satisfação do consumidor, satisfação do empregado e inovação. (ITTNER e LARCKER, 1998). Dessa forma, no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, houve uma exacerbada busca sobre o que exatamente mensurar (NEELY e outros, 2000), gerando o levantamento de possíveis dimensões de análise a serem consideradas nesse processo de avaliação. Culminou-se no desenvolvimento de modelos de avaliação balanceados entre as multidimensões da organização. (BOURNE e outros, 2000). Consequentemente, outro conceito que ganhou considerável relevância na área foi a ideia de se ter um modelo capaz de integrar as diferentes medidas de desempenho. (BITITCI e outros, 1998). A utilização de indicadores não financeiros em conjunto com os financeiros passou a oferecer maior sustentação para o controle administrativo das organizações, que entendiam que os indicadores financeiros eram limitados diante das incertezas, principalmente, do ambiente externo. (VAIVIO, 1999). A década de 1990 caracterizou-se, portanto, pelo advento de diversos modelos direcionados às tendências da época, resultando no estabelecimento de indicadores no formato de scorecards que abrangiam diversas informações (LOHMAN, FORTUIN, WOUTERS, 2004) de múltiplas perspectivas da organização. Por exemplo, Fitzgerald e outros (1991) sugeriram um modelo de avaliação de desempenho com seis perspectivas (qualidade, flexibilidade, utilização de recursos e inovação que geram competitividade e desempenho financeiro). Essa mesma ideia guiou modelos posteriores, como o popular BSC de Kaplan e Norton(1992), no qual as perspectivas financeiras e de clientes seriam determinadas pelas perspectivas de inovação e processos internos da organização. Essa concepção deixa clara não somente a integração de indicadores financeiros e não financeiros, mas também a importância da concepção de causa-efeito para os modelos de avaliação de desempenho e eficiência organizacional. Essas relações foram mais bem representadas pelos mapas estratégicos, amplamente divulgados por Kaplan e Norton. (2004). 18 Capítulo 1 Como as medidas de desempenho devem ser desenvolvidas com base no estabelecimento de uma estratégia que determina os objetivos da organização (KAPLAN e NORTON, 1992), considerar que as medidas de desempenho derivam da estratégia global da organização garante que se estabeleça uma relação entre a operacionalização e a estratégia da organização. Dentro desse conceito, o sistema de avaliação de desempenho das organizações é uma forma pela qual os administradores têm melhor controle gerencial da organização e, assim, podem operacionalizar a estratégia estabelecida (KAPLAN e NORTON, 2008), assegurando que as ações das organizações estejam alinhadas com seus objetivos e estratégias traçados. (LYNCH e CROSS, 1991). Com isso, ter-se-ia o que Kaplan e Norton (2006) denominaram alinhamento estratégico. Pode-se notar, todavia, que os modelos existentes eram desenvolvidos focando-se exacerbadamente no aspecto interno da organização. Diante dessa limitação, os modelos, principalmente do início dos anos 2000, caracterizavam-se por buscar atender aos interesses dos stakeholders como objetivos centrais da organização, e estabelecer, consequentemente, a estratégia organizacional. Destacam-se como modelos atentos aos stakeholders o Prisma de Desempenho desenvolvido por Neely, Kennerley e Adams (2000) e o Integrated Performance Measurement System apresentado por Bititci e outros (1998). Ainda nessa perspectiva externa, pôde-se destacar a preocupação com o âmbito social e ambiental trazido pelo Sigma Sustainability Scorecard (THE SIGMA PROJECT, 2003) e a corrente atualmente mais popular, que é a orientação aos consumidores. (OSTERWALDER e PIGNEUR, 2010). O que se pode perceber nessa evolução cronológica dos modelos e conceitos sobre avaliação e desempenho é que cada modelo desenvolvido trouxe consigo um viés voltado especificamente ao elemento novo que ele trazia. Isso não somente coloca o balanceamento de indicadores em risco, como também coloca a incapacidade de modelos prontos serem aplicados em organizações e poderem contar com todas essas variáveis relevantes para uma avaliação e desempenho. Além dessa diversidade de modelos e conceitos, há, ainda, um movimento dialético da área em elementos centrais, como: o foco de atuação dos modelos (mensuração de desempenho versus gestão de desempenho); a perspectiva estratégica do modelo (operacional versus estratégico); a orientação de usuário das informações (executivos versus stakeholders e clientes); a abordagem de uso (interna e transacional versus externa relacional). Essas mudanças alteraram a perspectiva de definições essenciais estáticas para os modelos. Depara- se, portanto, com um cenário que torna irrefutável a necessidade de se terem modelos específicos para atenderem os diferentes objetivos estratégicos de cada setor ou tipo de organização e orientarem-se aos seus reais usuários e finalidades de uso. Fonte: Adaptado de CUNHA, J. A. C.; CORRÊA, H. L. Avaliação de desempenho organizacional: um estudo aplicado em hospitais filantrópicos. Revista de Administração de Empresas – RAE, São Paulo. 2013, vol. 53, n.5, pp.485-499. 19 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Diante disso, observamos que, conforme o contexto histórico-cultural e ainda de acordo com o ramo de negócio e os objetivos da organização, o foco no monitoramento do desempenho frente à competição do mercado pode variar de monitoramento econômico, financeiro e contábil, para avaliação estratégica dos processos, produtos, serviços e/ou, ainda, mais recentemente, para o acompanhamento também de questões mais subjetivas e focadas nas pessoas, tais como qualidade, satisfação, capacidades, condição à inovação, por exemplo. Sobreviver integra os principais objetivos de pessoas e organizações, e estar no mercado com competência, qualidade e produtividade pode ser considerado a razão de ser do líder. No cenário organizacional atual, a partir da reflexão de Cordeiro e Ribeiro (2013), podemos inferir que a necessidade da liderança pode sustentar-se nos seguintes pilares: • Foco Estratégico: atribui-se ao líder a necessidade de conhecer o mercado, parceiros e competidores; desenvolver técnicas de pesquisa para planejar respostas e ações inovadoras. • Foco Participativo: vive-se em um mundo com pessoas melhor informadas e mais conscientes de seus direitos e deveres. O incremento educacional e as novas formas de relação exigem outras formas de gestão. O modelo participativo impulsiona o exercício de uma liderança democrática, atenta às experiências, ideias e sugestões dos demais; tem-se, com esse foco, uma liderança que coopera. • Foco Holístico: as incertezas quanto ao futuro põem o ser humano em uma sensação de ameaça. Esta exige um pensar mais abrangente, que considere necessidades sem esgotar as fontes que as suprem. A noção de que o todo é maior do que as partes que o compõem exige das organizações um pensar ecologicamente responsável. O líder, a partir desse foco, também deve estar focado no contexto ambiental. • Foco Empreendedor: tem uma conotação mais inovadora e, para isso, requer alto conhecimento do mercado e a manifestação de habilidades e competências que mobilizem a equipe em direção à construção de novos produtos e serviços. O líder empreendedor transforma a crise em uma oportunidade. Sejam por motivos econômico-financeiros, culturais e sociais, a Liderança é fenômeno que requer estudo constante porque está inserida na trama das relações humanas. Como mudamos, novos padrões para o exercício da mesma são exigidos a cada fase/contexto do viver em sociedade. Saber identificar o foco a adotar e, por conseguinte, quais ações tomar é mais um desafio que se apresenta às organizações e justifica a necessidade de um líder. 20 Capítulo 1 Seção 3 O que é liderar? O início desta seção de estudo propõe-lhe uma reflexão. Resgate em sua memória nomes de líderes que marcaram a história da humanidade em diferentes contextos. Utilize o quadro a seguir para registrar suas anotações. Contexto Exemplos Político Religioso Esportivo Científico Artístico Profissional Empresarial Social Na busca por conhecer e aprender sobre o exercício da liderança, o Jornalista Anaz publicou sua seleção com líderes que marcaram a história da humanidade. Esse autor destaca a interação pessoal como aspecto que sustenta o nascimento e a manutenção da liderança. Em sua percepção, além dos grandes líderes religiosos como Jesus, Moisés, Buda e Maomé, os campos militar e político são profícuos locus para a aprendizagem sobre mobilização de pessoas. Vejamos sua listagem (Fonte: ANAZ, 2013). • Péricles (495 a.C. - 429 a.C.) Ele foi o mais brilhante político da Grécia antiga. Excepcional orador e estrategista,foi seguidamente eleito pelos cidadãos atenienses como chefe de Estado. Sob sua liderança, Atenas tornou-se a mais rica e poderosa cidade-estado grega. O apogeu ateniense resultou também no período de maior produção artística e intelectual da Grécia. Foram tempos do nascimento da filosofia e da construção dos templos de mármore, como os que compuseram a Acrópole. A beleza e a sabedoria desenvolvidas sob o comando de Péricles constituíram um conjunto de pensamentos e manifestações artísticas que formaram o berço da civilização ocidental.Figura 1.1 - Péricles. Fonte: Pressfield (2014). 21 Liderança e Desenvolvimento de Equipes • Alexandre, o Grande (356 a.C. - 323 a.C.) Os ensinamentos da Grécia antiga fariam surgir um dos mais impressionantes e ambiciosos líderes de todos os tempos: Alexandre, o Grande. Tendo Aristóteles como tutor, o macedônio Alexandre tornou-se aos 20 anos de idade rei da Macedônia e da Grécia. Guerreiro corajoso, excepcional cavaleiro, estrategista brilhante e líder carismático, ele iniciou suas conquistas militares contra os persas e não parou até dominar todo o mundo conhecido. Seu império englobou a Grécia, o Egito, a Fenícia, a Babilônia e a Ásia Menor. Em uma época da história, do rio Nilo até a Sibéria todos estavam sob o julgo de Alexandre. Mas o mundo conhecido não lhe bastava e ele partiu para conquistar a Índia, realizando uma de suas maiores proezas militares. • Júlio César (100 a.C. - 44 a.C.) Roma tornou-se o maior e mais poderoso império da Antiguidade. O principal responsável por isso foi Caio Júlio César, um excepcional chefe do exército romano que obtinha suas vitórias militares de forma tão rápida que cunhou a famosa expressão “vini, vidi, vinci” (vim, vi e venci). Ele foi responsável por uma das mais difíceis e importantes conquistas romanas: a Gália (atual França). Após, seduziu Cleópatra e reuniu o antigo Egito ao Império Romano. Assim como suas habilidades militares, ele também tinha um senso administrativo excepcional e graças a isso colocou ordem num Império que necessitava muito de tal ordem dado o seu tamanho e poder. Figura 1.2 – Alexandre, o Grande. Fonte: Obvious (2014). Fonte: Roma (2014). Figura 1.3 – Júlio César. 22 Capítulo 1 • Átila, o Huno (406 - 453) A Idade Média começou quando o caos tomou conta e o Império Romano começou a ser varrido do mapa. Entre os responsáveis por isso estavam os hunos, guerreiros de baixa estatura, de pele amarela, olhos puxados e inseparáveis de seus cavalos. Átila foi o poderoso rei desse povo. Ele liderou hordas de hunos em ataques devastadores, nos quais pilhavam e incendiavam tudo que encontravam em seu caminho. Após não terem mais o que saquear no Oriente, os hunos voltaram-se para um enfraquecido Império Romano. Átila liderou um exército gigantesco que conquistou metade do mundo conhecido. Era um homem simples, mas inteligente e temido a ponto de seu nome tornar-se sinônimo de crueldade e barbárie por séculos. • Carlos Magno (747-814) Poucos líderes souberam realizar conquistas militares e governar ao mesmo tempo. Um deles, e talvez o mais impressionante nesse sentido, foi Carlos Magno, rei dos Francos, dos Lombardos e primeiro Imperador do Império Romano do Ocidente, cuja restauração ele conduziu com suas conquistas militares e habilidades políticas e administrativas. Rei dos Francos, um dos mais poderosos ducados da Alemanha, ele começou suas conquistas militares pela França, depois avançou para a Itália, onde deu terras ao Papa, foi para a Espanha, de onde expulsou os árabes, rumou para a Áustria, derrotando os bárbaros que a haviam invadido, e conquistou o restante da Alemanha. Acreditando ser o guia supremo de todos os cristãos, Carlos Magno mostrou-se um monarca poderoso e sábio. Valorizava a educação do povo, apoiava as artes e as ciências. Seu reinado foi um dos poucos momentos de prosperidade na Europa da Idade Média. 1.4 – Átila, o Huno. Fonte: Anaz (2014). Fonte: Wikimedia Commons (2014). 1.5 – Carlos Magno. 23 Liderança e Desenvolvimento de Equipes • Napoleão Bonaparte (1769-1821) Pode-se dizer que ele foi o último grande conquistador da história. Nascido na ilha de Córsega, que acabara de ser vendida aos franceses pelos genoveses, Napoleão Bonaparte formou-se em uma escola militar em Paris e quando eclodiu a Revolução Francesa tornou-se oficial superior em um destacamento contra as reações contrarrevolucionárias. Nomeado general, liderou uma improvável conquista da Itália, liderando um exército sem recursos. Após a Itália, pressionou o Império Austríaco a ceder para a França boa parte da Alemanha. Estrategista fora do comum, era amado por seus soldados e pelo povo francês. Com um golpe de estado, assumiu o poder na França e iniciou uma campanha expansionista que o fez dominar quase toda a Europa no começo do século 19. Seu império chegou a ser maior do que o de Carlos Magno. • Franklin Delano Roosevelt (1882-1945) Ele foi o único a ser eleito presidente dos Estados Unidos por quatro mandatos (1933-1945) e teve que lidar com duas das maiores crises do século 20: a Grande Depressão nos anos 1930 e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Num século em que a democracia passou por seus principais testes, Roosevelt foi um líder excepcional, que colocou os Estados Unidos na condição de maior potência econômica e militar do mundo e fez a democracia vencer a ameaça do nazismo, tornando-a o sistema político mais admirado do planeta. Graças à liderança de Roosevelt, o sistema democrático mostrou que pode ser a melhor resposta em momentos de graves crises econômicas e políticas, quando a tentação totalitária ilude nações inteiras. 1.6 – Napoleão Bonaparte. Fonte: Wikipédia (2014). 1.7 – Franklin Delano Roosevelt. Fonte: WIKIPEDIA (2014). 24 Capítulo 1 • Adolf Hitler (1889-1945) Ele liderou uma nação inteira numa das mais pavorosas aventuras da história (estima-se que a Segunda Guerra Mundial teve como saldo quase 60 milhões de mortos). Sua enorme capacidade de liderar de forma demagógica e de insuflar ódio e radicalismo no povo alemão fez de Hitler um símbolo da pura maldade dos tempos modernos. Inimigo de todos os ideais democráticos, ele ironicamente ascendeu ao poder a partir de eleições e coligações partidárias num dos períodos mais democráticos da história alemã. A grave crise econômica na Alemanha nos anos 30 fomentou a revolta suficiente na população para que visse a guerra como uma saída. Hitler soube ser carismático e ambicioso o suficiente para aproveitar-se disso e fazer da Alemanha nazista um dos mais poderosos impérios militares da história. • Mahatma Gandhi (1869-1948) Lutar sem armas contra aquele que tinha sido um dos maiores impérios do mundo foi a missão de Mahatma Gandhi. Com sua filosofia da não-violência e sua paixão pela liberdade, ele foi um ícone do fim do colonialismo. Gandhi tornou-se o mais proeminente líder do movimento de independência da Índia em relação ao domínio britânico ao promover uma crescente campanha de desobediência civil. Entre os protestos que liderou estavam o boicote aos produtos britânicos e a luta contra o tratamento injusto destinado aos que estavam nas castas mais baixas no sistema social indiano. Um dos mais frequentes métodos de protesto de Gandhi era a greve de fome, que se mostrou uma arma eficaz à medida que o governo britânico tinha muito receio de que a sua morte levasse a um violento levante popular. 1.8 – Adolf Hitler. Fonte: News Magazine (2013). 1.9 - Mahatma Gandhi. Fonte: Filosofia esoterica (2014). 25 Liderança e Desenvolvimento de Equipes • Martin Luther King (1929-1968) Sua campanha contra a segregação racial e sua luta pelos direitos civis transformou os Estados Unidos e serviu de exemplo para outras lutas pela igualdade racial no mundo inteiro. Da mesma forma que Gandhi, Martin Luther King usava da filosofia da não-violência para lutar pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, um país então com uma série de leis segregacionistas. Sua prisão durante um protesto em 1960, que resultou na intervenção para que ele fosse solto, feita pelo então candidato à presidência John F. Kennedy, deu a King ea sua luta uma projeção nacional. Três anos depois ele liderou o que foi a mais impactante manifestação pelos direitos civis na história dos Estados Unidos: a marcha sobre Washington que reuniu mais de 200 mil pessoas, entre elas Bob Dylan e vários artistas, líderes políticos, sindicais e religiosos. Foi durante essa manifestação de protesto que King fez seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”. Provavelmente em sua lista particular de líderes, a qual foi solicitada aqui no início desta seção, o critério utilizado por você para escolher os nomes que ali você apresentou seja o mesmo que sustenta a escolha de Anaz nesta lista que acabamos de apresentar. Isto é, podemos depreender dessa lista de Anaz que ser Líder é ser uma pessoa que tem poder e exerce autoridade sob um agrupamento de pessoas e com elas constrói e/ou realiza um projeto. Algo é feito ou transformado pela ação de um líder com sua equipe. Líderes, portanto, planejam, sonham, mobilizam e executam. A pergunta que provavelmente lhe veio agora é: - tais habilidades e competências de um líder são inatas ou construídas? Nascemos líderes ou podemos aprender a ser líderes? 1.10 - Martin Luther King. Fonte: MAILONLINE (2014). 26 Capítulo 1 Para refletirmos sobre tal questão, recorreremos às contribuições da Psicologia, ciência que estuda e intervém sobre a subjetividade, pensamentos, sentimentos e comportamento. Encontraremos três vertentes que explicam o fenômeno da liderança: • inatista; • ambientalista; • sociointeracionista. Acompanhe a seguir uma breve definição de cada uma dessas teorias psicológicas que podem ser levantadas para explicar a questão da liderança. 3.1 Inatista Para os inatistas, existiriam manifestações e possibilidades humanas que são anteriores a qualquer experiência. O ser humano, portanto, insere-se em um dado contexto impactando-o com suas características que independem da relação objetiva e prática. A partir dessa forma de pensar, estudaríamos os líderes a partir do que eles têm de singular e específico em suas histórias individuais. Veremos, a seguir, teorias acerca da liderança, as quais têm a perspectiva de estudar e desenvolver líderes a partir de suas competências de habilidades individuais sem considerar o contexto e suas interferências. A lógica dessa compreensão pode ser representada assim: S = sujeito da relação. O = objeto da relação, que poderá ser outra pessoa, um objeto, um agrupamento, o meio ambiente. A relação entre esses dois elementos é representada por: Como você pode observar, o sujeito é quem determina as suas relações com o objeto. Este último não determina o sujeito, nem o influencia. A flecha representa a direção do impacto na relação. A liderança compreendendo esse tipo de compreensão de como se dá a relação psicológica do sujeito (o líder) com o objeto (liderados) é aquela que diz que, por natureza, o líder se faz. Isto é, que o líder possui atributos que lhe pertencem naturalmente e que lhe fazem conseguir liderar. S O 27 Liderança e Desenvolvimento de Equipes 3.2 Ambientalistas Os ambientalistas, que têm a Teoria Comportamental (também conhecida como Behaviorismo) como exemplo, consideram que a mente humana é como uma tábua rasa. O que isso significa? Tudo o que pensamos, sentimos, desejamos e fazemos é resultado de nossas experiências com o mundo e com as demais pessoas. Trazendo tal linha de reflexão para o nosso tema, podemos inferir que as habilidades de liderança seriam totalmente possibilitadas pelo contexto onde a pessoa foi criada, as experiências de vida às quais se submeteu, aos treinamentos que vivenciou. Para essa proposição, a relação entre a pessoa e o outro seria assim representada. Assim, a relação entre sujeito e objeto considerando os símbolos que antes atribuímos a esses elementos, pode aqui ser representada da seguinte forma: S O 3.3 Sociointeracionismo Já para a vertente sociointeracionista, o mundo, a forma de viver e as relações sociais experienciadas impactuam o sujeito de forma a lhe proporcionar certas formas de ser, pensar, viver. Essas experiências constroem o sujeito que, por sua vez, também tem características e possibilidades próprias, pelo fato de ser um ser humano singular. Refletindo sobre essa proposta e trazendo-a ao nosso tema, as experiências de vida do sujeito constroem possibilidades para que ele aprenda certas habilidades. Ele se apropria destas, mas não apenas as repete. Integra com outras aprendizagens já vividas, incrementa, amplia, refaz e devolve ao mundo em forma de comportamentos novos. Ele transforma o que o mundo lhe proporciona criando, assim, uma relação de mútua interferência. Uma relação dialética que poderá ser assim representada: S O 28 Capítulo 1 Para esta corrente do pensamento, portanto, a liderança parte do contato, da aprendizagem e da experiência em um contexto de liderar e de ser liderado. Independentemente de qual dessas três vertentes da psicologia se segue para entender a origem da liderança, a literatura especializada sobre o tema apresenta o líder como aquele que, por meio do conhecimento, de habilidades e competências, poderá: • influenciar atitudes; • criar ou modificar comportamentos; • mobilizar, inflamar e inspirar; • ir à frente e mostrar o caminho; • dirigir pessoas. (Maximiano, 1986; Goleman, 2002; Drucker, 1997; Hersey & Blanchard, 1986; WEBSTER`S, 1999; Newstrom & Keith, 1992). Líder, portanto, difere-se muitas vezes do chefe. Afinal, este último pode não ter a característica de realizar ações cooperativas e não coercitivas, algo que é típico dos comportamentos elencados no parágrafo anterior. Mas, claro, isso não quer dizer que não se possa ter um chefe que é líder. E, para ver exemplos de indivíduos que possuem esses comportamentos, é um ótimo recurso recorrer ao cinema. Assim, para você aprender mais sobre o que é e para que ser líder, seguem as seguintes sugestões de filmes com suas respectivas sinopses: • Spartacus. Spartacus (Kirk Douglas), um homem que nasceu escravo, labuta para o Império Romano enquanto sonha com o fim da escravidão. Ele, por sua vez, não tem muito com o que sonhar, pois foi condenado à morte por morder um guarda em uma mina na Líbia. Mas seu destino foi mudado por um lanista (negociante e treinador de gladiadores), que o comprou para ser treinado nas artes de combate e se tornar um gladiador. Até que um dia, dois poderosos patrícios chegam de Roma, um com a esposa e o outro com a noiva. As mulheres pedem para serem entretidas com dois combates até morte e Spartacus escolhido para enfrentar um gladiador negro, que vence a luta mas se recusa a matar seu opositor, atirando seu tridente contra a tribuna onde estavam os romanos. 29 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Este nobre gesto custa a vida do gladiador negro e enfurece Spartacus de tal maneira que ele acaba liderando uma revolta de escravos, que atinge metade da Itália. Inicialmente as legiões romanas subestimaram seus adversários e foram todas massacradas, por homens que não queriam nada de Roma, além de sua própria liberdade. Até que, quando o Senado Romano toma consciência da gravidade da situação, decide reagir com todo o seu poderio militar. (Fonte: Adoro Cinema. Disponível em http://www. adorocinema.com/filmes/filme-5370/. Acesso 02/10/2013.) • Duelo de Titãs: Herman Boone (Denzel Washington), um técnico de futebol americano contratado para trabalhar no comando de um time universitário dividido pelo racismo, os Titans. Inicialmente, Boone sofre preconceitos raciais por parte dos demais técnicos e até mesmo de jogadores do seu time, mas aos poucos ele conquista o respeito de todos e torna-se um grande exemplo para o time e também para a pequena cidade em que vive.(Fonte: Adoro Cinema. Disponível em http://www.adorocinema.com/filmes/filme-27445/ Acesso em 02/10/2013.) Esses filmes, baseados em fatos reais, demonstram, cada um com seu estilo, o nascimento, a metodologia e os resultados de diferentes estilos de liderança. 31 Seções de estudo Habilidades Capítulo 2 O exercício da liderança autor: Desirée de Souza Freccia de Carvalho Revisão e Ampliação de conteúdo: Dâmaris de Oliveira Batista da Silva. Seção 1: O papel da liderança na organização Seção 2: Teorias sobre desenvolvimento da liderança Com este capítulo você poderá compreender o exercício da liderança em uma perspectiva histórica. Também poderá conhecer as principais contribuições das teorias acerca do desenvolvimento da liderança. A partir disso, estudaremos como a ciência tem compreendido a liderança, quais variáveis afetam a formação das competências de um líder, como o líder age, como ele influencia as pessoas, dentre outros aspectos que ganham importância à medida que a partir da compreensão dos fatos podemos intervir sobre eles, inclusive sobre a perspectiva do autodesenvolvimento. 32 Capítulo 2 Seção 1 O papel da liderança na organização Sequer é preciso fazer pesquisa apurada para constatar o interesse contínuo pelo tema liderança. Programas de Pós-Graduação, publicações científicas e outras do cotidiano estampam em seus títulos tal intenção. Já no senso comum observamos que há uma crença na diferença entre gestor e líder. O que é ser um líder? Quem precisa de líder? São perguntas que ecoam em diversas instâncias, inclusive já foram muito debatidas no âmbito acadêmico. Ao final do séc. XX Warren Bennis falou que: O gerente administra, o líder inova; o gerente é uma cópia, o líder é original; o gerente focaliza-se em sistemas e estruturas, o líder focaliza-se nas pessoas; o gerente tem uma visão a curto prazo, líder tem a perspectiva do longo prazo; o gerente pergunta como e quando, o líder pergunta o que e por quê; o gerente tem seus olhos sempre nos limites, o líder tem seus olhos sempre nos horizontes; o gerente limita, o líder dá origem; o gerente aceita o status quo, o líder desafia; o gerente é o clássico bom soldado, o líder é a própria pessoa; o gerente faz certo as coisas, o líder faz as coisas certas. (BENNIS apud Bergamini, 1994, p.108). Nesta lógica, Bergamini (1994) prosseguia sua reflexão pontuando que o gestor faz mais uso dos conhecimentos técnico-administrativos, enquanto que o líder parte do próprio autoconhecimento, aspecto que o habilita a ser menos controlador das pessoas que compõem sua equipe. O relacionamento do líder é devotado às pessoas; seus objetivos, crenças e valores direcionam-se a isso. O gestor seria mais focado na tarefa; e o líder, nas pessoas. Destaca a autora que ser gestor não significa, necessariamente, ser líder, e vice-versa. O sujeito líder pode saber trabalhar com a equipe, mobilizá-la para o alcance dos objetivos, mas ser desprovido de conhecimentos técnicos, operacionais, dentre outros – algo que, via de regra, deve ou, pelo menos, deveria pertencer ao gestor. Em tempos de crescimento do acesso à informação e dos índices educacionais, parece emergir a necessidade de novas formas de relacionamento com os subordinados. O papel de chefe, o discurso que apela ao cargo (faça por que estou mandando) parecem cair em desuso e novas formas de relação superior subordinada são exigidas. Novas condições educacionais, culturais e sociais demandam por novas formas de se administrarem recursos, pessoas e objetivos organizacionais. 33 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Outros autores, por sua vez, concordam que as duas figuras são importantes à organização. Gestor e líder, cada qual com sua função e importância, são indispensáveis à organização. Vejamos o quadro em destaque a seguir para entender uma explicação para isso. A mudança do paradigma da liderança A palavra chefe mudou completamente de sentido nos últimos tempos. Como afirma Jay A. Conger, presidente do Instituto de Liderança da Universidade do Sul da Califórnia (USC), ela não mais significa realização e autoridade. Agora a palavra simboliza distância dos outros, dureza irracional e outras conotações não muito atraentes. É interessante observar que as organizações estão substituindo o título de gerente pelo de líder de equipe, coordenador de processo, facilitador, etc. Isso significa que não haverá mais líderes? Não. Significa que o estilo antigo de liderança se desgastou. Atingiu seus sucessos e esbarrou em seus obstáculos. Pelas peculiaridades da economia moderna e pelas necessidades da empresa do futuro (a virtualidade, a flexibilidade, a rapidez, a inovação, a consciência, o funcionamento em rede, a emoção), a liderança salvadora, quase religiosa, tem poucas chances de sobreviver. Segundo Edgar H. Schein, professor de gestão da Sloan School, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o papel da liderança depende da situação particular, da tarefa e das características dos subordinados. Nós tendemos a tratar a liderança como um vácuo, em vez de especificar a relação do líder com a organização, num dado período, diz Schein. O que ele quer dizer é que não faz sentido traçar o perfil do líder, se não se levar em conta a organização que vai ser liderada. Não existe a figura do líder ideal, aplicável a qualquer caso. Como diz o guru da administração, Peter Drucker: A única definição de líder é alguém que tem seguidores. Dessa forma, cada empresa terá de encontrar sua própria fórmula de liderança, adequada à sua cultura, ao seu negócio, ao seu mercado. Mas, assim como a nova economia dita algumas tendências para as organizações, e as que se adaptarem melhor terão mais sucesso - também os líderes mais aptos a lidar com essas tendências farão um trabalho melhor. A lógica de frisar as diferenças entre chefe e subordinados está ultrapassada, diz Rosabeth Moss Kanter, professora de gestão da Harvard Business School. Segundo ela, líderes do futuro deverão ter as qualidades de líderes de sempre: um olho para a mudança e uma mão firme para dar a visão e a segurança de que a mudança pode ser administrada. Trata-se de uma voz que articula a vontade do grupo e a molda para fins construtivos e uma habilidade para inspirar pela força da personalidade. 34 Capítulo 2 Segundo Dave Ulrich, professor de administração da Escola de Negócios da Universidade de Michigan, apontado pela revista Business Week como o maior educador sobre recursos humanos no EUA, os líderes do futuro serão conhecidos mais pelo que entregam do que pelo que dizem, mais pelo que moldam do que pelo que controlam. Se há uma característica imprescindível nos líderes, ela é simplesmente esta: a inteligência. Como diz Rosabeth Moss Kanter, da Harvard Business School: ”A função intelectual dos líderes tem sido frequentemente negligenciada nas discussões sobre liderança. Carisma, força de personalidade, habilidades interpessoais têm sido mais faladas que o poder do cérebro requerido de líderes para pensar nos problemas e achar novas soluções”. Numa economia em que o principal produto é o conhecimento, o ideal é que a liderança seja uma espécie de destaque entre pares. Essa situação faz com que o líder tenha necessidade de um novo leque de qualidades. Entre essas qualidades, o guru da administração C. K. Prahalad, professor da Universidade de Michigan destaca: • Pensamento sistêmico - a capacidade de considerar as várias áreas da empresa e suas relações com as outras; • Competência intercultural - a capacidade de compreender diferenças; • Treinamento contínuo e extensivo; • Padrões pessoais e de comportamento. Fonte: (RUGGIERO, A. Disponível em http://rh.com.br/Portal/Geral/Blog_Alberto_Ruggiero/5490/a- mudanca-do-paradigma-da-lideranca.htmlAcesso em 30/10/2013. De chefe à líder, de líder à autonomia, é a proposta de Mintzberg (2007). Segundo o autor, nas últimas décadas, a academia e as organizações devotaram interesse supremo ao papel do líder e este desvinculado do seu entorno, do contexto e das pessoas com as quais se relaciona. Por anos teorias e discursos enalteceram, deificaram e singularizaram a figura do líder. Vejamos aqui uma crítica a isso apresentada no jornal Época Negócios: 35 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Quem precisa de líder? “É claro que liderança pode fazer diferença”, escreveu num artigo para o jornal Financial Times. Mas é frequente que ela se torne uma tautologia: mostre à imprensa uma companhia de sucesso e ela lhe mostrará um grande líder. É tão mais fácil do que tentar entender o que realmente aconteceu. O exemplo de Mintzberg é o mítico renascimento da IBM, nos anos 90. Quando a liderança importa, como foi provavelmente o caso de Lou Gerstner, então executivo- chefe da IBM, que liderança é essa? De acordo com relatos internos, a IBM entrou no negócio eletrônico porque um programador levou a ideia a um gerente, e este juntou um grupo que a implementou. “Qual o papel de Gerstner?”, escreveu Mintzberg. “Quando ele finalmente ouviu sobre a iniciativa, encorajou-a. Isso foi tudo. Em vez de dar direção, apoiou a direção de outros.” Algo semelhante aconteceu com Steve Jobs. Talvez não na Apple, mas seguramente na Pixar. A Pixar fazia aparelhos de imagem. Jobs a comprou porque pretendia usar a tecnologia em seu próximo computador. Mas alguns funcionários gostavam de desenhos animados – e conseguiram fazer alguns curta-metragens com a desculpa de promover o maquinário em congressos. Conforme os desenhos foram fazendo mais sucesso, o papel de Jobs foi similar ao de Gerstner: deixou a turma trabalhar. (Por essa permissão, é frequente ouvirmos que Jobs revolucionou a indústria do cinema.) Nenhum desses relatos significa que o líder seja desnecessário. Apenas que se atribui a ele uma visão e um protagonismo irreais, e isso provoca distorções na maneira como encaramos o trabalho. Como diz Mintzberg: “Toda vez que usamos a palavra liderança, temos de lembrar que ela isola um indivíduo e trata os demais como seguidores. É esse o mundo que queremos? De seguidores? Isso tornará melhores nossas instituições e nossas sociedades?”. A mistificação do líder pode surpreender o próprio líder. Luiz Ernesto Gemignani, ex- presidente e atual presidente do conselho da Promon, afirma: “A glamourização me incomodava. Me sentia até um pouco envergonhado. Mas, às vezes, por interesse da empresa ou por vaidade, eu aceitava”. Segundo ele, a melhor metáfora para o líder atual é do jardineiro. “O trabalho é resultado de esforços coletivos. O líder cumpre um papel importante, talvez um pouquinho mais importante que os outros. É o maestro da orquestra. Mas é exaltado, as pessoas o aplaudem de pé.” Fonte: (COHEN ET AL, 2013. Disponível em <http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/ noticia/2013/03/quem-precisa-de-lider.html>Acesso em 5 de jan de 2013). 36 Capítulo 2 O que percebemos nos argumentos da crítica à ênfase na liderança não é propriamente na existência do líder em si, mas no papel, valor e estilo que lhe é atribuído. Os exemplos fundamentados no quadro apresentado mostram a existência de alguém frente ou junto com a equipe. Destacamos, no entanto, que de nada adianta trocarmos o verbete de chefe para líder se na prática as formas de exercício do comando não acompanharem a evidente evolução política, cultural e social em diversas organizações e formas de trabalho. Nos exemplos em destaque, houve uma pessoa que articulou os objetivos, que integrou o objetivo da tarefa e mobilizou pessoas criando e/ou possibilitando as condições necessárias para a execução eficiente. Partimos da perspectiva, portanto, de que o líder é necessário no contexto organizacional por ser ele o porta-voz de toda uma cultura organizacional e o mediador entre a organização e os colaboradores. Com ele pode-se deflagrar o processo de construção de objetivos e metodologias para o alcance dos resultados estratégicos da tarefa. Veremos, na próxima seção, que ao longo dos tempos o conceito e demais aspectos teóricos acerca do tema variaram. Seção 2 Teorias sobre Liderança De acordo com as características culturais, históricas e sociais, abordagens distintas sobre ser líder surgiram. Observaremos, a seguir, que as teorias partem de práticas, seus limites e possibilidades. Uma necessidade do cotidiano provoca o desenvolver do estudo, da formulação de explicações que, por sua vez, transformam o como fazer liderança de pessoas. Cada tempo e seus valores, cada negócio e suas especificidades, demandam formas de compreensão do que vem a ser um líder. 2.1 Teoria das características ou Abordagem dos Traços A História da Administração é marcada pela integração com outras ciências e profissões a fim de melhor compreender e intervir sobre seu foco de ação. Administradores desenvolveram estudos integrados também no tema liderança. A teoria das características ou Abordagem dos traços é das mais antigas, na História da Administração. Seu foco de estudo está nas características que os líderes têm e que aumentam a probabilidade de o mesmo alcançar o sucesso em suas ações. 37 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Teóricos como Kirkpatrick, Locke, MacClelland, Judge, Bono (Muchinsky 2004) não chegaram a um conjunto específico de traços da personalidade, mas apontam que as personalidades estudadas apresentam com maior frequência as seguintes características: Quadro 2.1 - Características dos líderes segundo a Abordagem dos Traços Traços da Personalidade dos Líderes Significado Alto nível de energia e tolerância ao estresse Essas características possibilitam ao líder um melhor enfrentamento do cotidiano acelerado e competitivo, dos conflitos inerentes à função e das tensões referentes às tomadas de decisões. Maturidade emocional O líder age menos na defensiva, tem manifestações emocionais mais estáveis e melhor autocontrole. Integridade O comportamento do líder é compatível com os valores. Autoconfiança Essa característica torna o líder mais persistente e focado nos objetivos, apesar dos desafios. Aprazibilidade e extroversão O líder é pessoa de agradável convivência e centrado nas pessoas. Fonte: elaborado pela autora a partir de Muchinsky, 2004 Essa teoria preocupou-se mais em descrever as características de personalidade dos líderes do que investigar as condições para o surgimento, aprendizagem e desenvolvimento das mesmas. Seu foco era o indivíduo, não o contexto de sua formação. O próprio método de estudo deu margem a equívocos nos resultados. Observados apenas os traços dos líderes da época (início do século XX), as características levantadas fecharam-se para a compreensão dos líderes de outras culturas, contextos e momentos históricos. Quem seria líder? Aquele que nascesse com determinados traços físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a tarefa. Por exemplo: deveria ter estatura alta, bela aparência, força física etc. Contudo, se tentarmos enquadrar, nesta teoria, personagens como Napoleão, Rosa de Luxemburgo e Ghandi, o resultado será decepcionante, servindo para nos mostrar apenas uma coisa: que liderança não é inata. (VERGARA, 2007, p.62). 38 Capítulo 2 Stoner e Freeman (1994) destacam a importância de termos uma leitura crítica desta teoria. Se fôssemos adotar o objetivo e o método da Abordagem dos traços da personalidade na atualidade, quais características encontraríamos? Na procura das características mensuráveis da liderança, os pesquisadores utilizaram duas abordagens; (1) comparar as características das pessoas que se revelaramcomo líderes com as características daquelas com quem isso não aconteceu; e (2) comparar as características dos líderes eficazes com as dos líderes ineficazes. (STONER & FREEMAN, 1999, p. 345) Tais autores questionam e convidam-nos a pensarmos que: • Napoleão e Abraham Lincoln são notórios líderes da História mundial. Não se questiona suas capacidades em mobilizar pessoas para um determinado objetivo. No entanto, eles não tinham características como extroversão e aprazibilidade, por exemplo. • as diferenças culturais podem trazer fortes impactos a esta forma de compreender a liderança. O aumento da participação das mulheres e dos deficientes físicos no mercado de trabalho, estas e outras minorias estão galgando novos cargos e imprimindo novas formas de ser, fazer, de se comportar como líder. Certamente, ao analisarmos líderes eficazes e líderes ineficazes em diferentes segmentos de negócios, identificaríamos novas possibilidades. Cada pessoa traz consigo outras características pessoais que não tinham vez e voz no início do século XX, época das primeiras formulações dos traços de liderança. McClelland et al. (apud Muchinsky, 2004) perceberam ainda que o líder tem necessidade de liderar. Chamaram tal processo de motivação. “Motivação é a força que estimula as pessoas a agir. No passado, acreditava- se que essa força era determinada principalmente pela ação de outras pessoas, como pais, professores ou chefes. Hoje, sabe-se que a motivação tem sempre origem numa necessidade. (...) Na verdade, motivação é consequência de necessidades não satisfeitas.” (GIL, 2001, p. 202). 39 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Os líderes teriam necessidade de liderar. (MUCHINSKY, 2004; STONER & FREEMAN, 1994). Teriam alguma destas características: • necessidade de poder; • necessidade de realização; • necessidade e afiliação. Tais necessidades, quando insatisfeitas, agiriam como motivos provocadores do comportamento de liderar. O líder com necessidade de poder precisa e gosta de se perceber em ações de influência, controle, gestão de pessoas, tarefas, por exemplo. Já o líder com necessidade de realização precisa realizar algo. Tem um projeto, um sonho e um foco e mobiliza pessoas e recursos para o alcance do seu objetivo. E o líder com necessidade de afiliação valoriza o estar em ações coletivas e sociais, trabalha com outras pessoas e busca relacionamentos. Podemos identificar qual é a motivação do líder, observando suas necessidades comportamentais. Suas ações refletem a necessidade de trabalhar em equipe e mobilizar pessoas? Ou seu comportamento indica que ele tem um projeto e quer veementemente alcançá-lo? O estilo de trabalhar com a equipe indica que o líder está atento a formas e técnicas de controle? O líder poderá vir a ser caracterizado por uma necessidade que o motiva a exercer a liderança, ou varia entre uma e outra. Prosseguindo na ânsia de identificar as características específicas dos líderes, os autores identificaram algumas habilidades como pertencentes a estes: • Habilidades técnicas: significa saber fazer. O líder tem as habilidades necessárias para o cotidiano. Ele entende da natureza, da operação, do método do trabalho em que está envolvido. Atua no operacional. • Habilidades conceituais: saber entender. O líder sabe perceber, analisar, compreender as características do negócio, avaliar tendências. Atua mais em um âmbito cognitivo. • Habilidades interpessoais: saber trabalhar em equipe. O líder articula pessoas, distribui tarefas, envolve em torno dos objetivos. Sabe estar em conjunto e cria ambientes de cooperação no trabalho. 40 Capítulo 2 O líder pode ter só 1 dessas habilidades? Ou é necessário que tenha as 3? Percebe- se, na prática, que existem líderes que se destacam em 1 dessas habilidade; mas há, também, líderes que, conforme o contexto e o desafio, oferecem esta ou aquela habilidade. É como se cada desafio tivesse suas próprias demandas. 2.2 Teorias Comportamentais Saindo do foco nas características individuais, os pesquisadores de Administração e Psicologia passaram a investigar os comportamentos dos líderes eficazes. O que eles fazem? Como fazem? Passaram a adotar a abordagem comportamental: uma concepção de que a liderança é mais bem compreendida em termos das ações adotadas por um indivíduo ao liderar um grupo. (MUCHINSKY, 2004, p.411) Após as devidas observações, as pesquisas com este enfoque podem ser concentradas em dois aspectos: • as funções da liderança; • os estilos de liderança. Quanto às funções da liderança, um líder pode ter comportamentos mais voltados para a tarefa (modo de trabalhar, prazos, aspectos técnicos, por exemplo) ou voltados às pessoas (manter o grupo, mediar conflitos, incentivar, dentre outras ações). Qual é a melhor função? As duas são necessárias para o exercício de uma liderança eficaz. O que se percebe é um trânsito entre os dois estilos ou, ainda, o líder detendo mais uma função, enquanto um colega exerce a outra. Esse foco do líder (na tarefa ou nas pessoas) determinará o seu estilo. Vejamos: Quadro 2.2 - Estilos de liderança Estilos de liderança Comportamentos observáveis Orientado para a tarefa Supervisionam de perto os empregados para garantir que a tarefa seja executada satisfatoriamente. Para eles, fazer com que o trabalho seja realizado é mais importante do que o crescimento ou a satisfação pessoal dos empregados. Orientado para as pessoas Tentam motivar, em vez de controlar os subordinados. Buscam relações amigáveis, confiantes e respeitosas com os empregados, que frequentemente têm permissão para participar das decisões que os afetam. Fonte: (MUCHINSKY, 2004, p. 346). 41 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Este estilo de liderança não é inato, não pertencente apenas às características do indivíduo, mas é o resultado comportamental de uma série de influências, tais como: tipo de negócio, prazos, desafios organizacionais, demandas dos colaboradores, fatores ambientais, dentre outros. O estilo é, portanto, situacional, de forma que um líder poderá transitar entre estes focos conforme a necessidade. BERGAMINI (2004) e Hofstede (1991) destacam que essa habilidade, de compreender as variáveis situacionais para melhor exercer um estilo de liderança, é fundamental, pois possibilita ao líder trabalhar melhor com culturas diferentes (pessoas, organizações e até mesmo países). Pesquisadores da Universidade de Ohio propõem que não é possível focar na tarefa e nas pessoas ao mesmo tempo, visto que os comportamentos que cada foco empenha são totalmente diferentes e incompatíveis. Qual é o melhor estilo? Novamente destacamos a necessária consideração do contexto e da demanda. Observemos este exemplo: Comandantes das Forças Aéreas com alto nível de consideração (pelas pessoas) foram avaliados como menos eficazes do que comandantes orientados para as tarefas. É possível que o ambiente mais autoritário dos militares, junto com a crença das tripulações de aeronaves de que as decisões rápidas e duras são essenciais em situações de combate, tenha levado os líderes orientados para as pessoas a serem avaliados como menos eficazes. Por outro lado, supervisores e administradores fora das áreas de produção em grandes empresas eram avaliados como mais eficazes quando eram avaliados com alto nível de consideração (pelas pessoas). (STONNER E FREEMAN, 1994, P. 348) Para exercer a sua função como líder, segundo a Teoria Comportamental, os comportamentos mais observados no exercício da liderança são comunicação, apoio, gestão de conflito e desenvolvimento de equipe, motivação, reconhecimento e recompensa, planejamento e organização, solução de problemas, consultoria e delegação, monitoramento, informação e esclarecimento. (MUCHINSKY, 2004)2.3 Teorias Contingenciais As teorias contingenciais partem do pressuposto de que as técnicas administrativas têm desempenho dependente das circunstâncias a que se referem. Com essa perspectiva, pesquisadores passaram a buscar as variáveis que afetavam a eficácia dos líderes em cada situação enfrentada. 42 Capítulo 2 Observemos o quadro a seguir com alguns dos fatores que alteram o desempenho do exercício da liderança: Quadro 2.3- Fatores que influenciam o estilo de liderança. Fatores Significados Personalidade, experiências e expectativas do líder Quem somos, o que fazemos e o que já vivemos modelam a forma como vemos o outro, o desafio, a equipe e a empresa. Esse aspecto mais singular enfatiza as experiências que o líder já vivenciou no exercício da liderança. Expectativas e o comportamento do superior Tendemos a aprender a exercer o estilo de liderança do superior; por vezes até seguimos os mesmos padrões comportamentais. Exigências da tarefa O conteúdo da tarefa, o tempo que dispomos para desempenhá-la (dentre outras variáveis) contribuem para delimitar o estilo de liderança. Tarefas que exigem maior criatividade requerem um líder diferente daquelas que são mais prescritas. Expectativas e comportamento dos pares Esse fator diz respeito à forma como o líder é percebido pelos pares. A qualidade da relação, o teor emocional que circula entre as pessoas altera o desempenho do líder. Características, expectativas e comportamento dos subordinados Assim como ocorre com os pares, com os colaboradores também acontece de o nível cognitivo, experiencial, emocional alterar o comportamento do líder. Cultura e políticas organizacionais Valores e práticas das empresas alteram o estilo pessoal de cada colaborador e líder. Fonte: Adaptado de Stoner e Freeman (1994, p. 350). Essa teoria considera que o comportamento do líder é influenciado fortemente pelo relacionamento que estabelece com pessoas (superior, pares, colaboradores, parceiros) e com os desafios das tarefas. Uma ação que requeira maior urgência exigirá um desempenho e a entrega de emoções e habilidades diferentes daquela outra que exija maior tempo de estudo, reflexão e planejamento, por exemplo. 43 Liderança e Desenvolvimento de Equipes Alguns modelos teóricos de Abordagens Contigenciais: • Liderança Situacional: Desenvolvida por Paul Hersey e Kenneth H. Blanchard parte do pressuposto de que a eficácia do líder é alterada pela maturidade dos subordinados. A maturidade aqui é entendida como sendo desejo de realização, disposição para aceitar responsabilidades e capacidade e experiência para execução da tarefa. No início do relacionamento, quando a tarefa ainda não é de todo conhecida, é necessário que o líder seja mais focado na tarefa em si, a fim de que os colaboradores possam ser instruídos quanto às regras e métodos. Na medida em que estes aprendem o foco, gradativamente, deixa de ser o aspecto operacional da tarefa o foco do líder, passa a ser mais o relacional, visto que os colaboradores já galgam novos patamares de conhecimento e habilidade. O líder, então, deixa de ser tão direcionador e passa a exercer mais função de apoio e motivação. Pode-se observar que essa teoria vê a liderança transitando em diferentes estilos, aspecto este não percebido em outras propostas. O líder poderá ser, num primeiro momento, mais preocupado com o operacional, com o método, com a execução em si e, noutro momento, deixar a equipe executar e servir como apoio focando os relacionamentos, por exemplo. • Liderança e situação de trabalho: Desenvolvida por Fred E. Fiedler, essa teoria, também contigencial, questiona a teoria anterior e traz a percepção de que para o administrador não é fácil (e rápido) perceber quando é necessário mudar o enfoque de sua ação e o seu estilo de liderança. No entendimento deste pesquisador é mais fácil mudar a situação ou a pessoa que ocupa a liderança do que o estilo do líder propriamente dito. No entendimento dele as pessoas não mudam assim tão facilmente. Percebeu, ainda, que a relação do líder com os colaboradores é a principal variável que afeta o estilo de liderança em algum grau. Com aqueles companheiros de trabalho preferidos (CTP) o líder poderá se mostrar mais amigável, caloroso; já com os menos preferidos tende a ser mais autoritário e controlador da tarefa. O foco aqui parece ser o elo afetivo-emocional que o líder estabelece com os colaboradores. 44 Capítulo 2 Fiedler ainda destaca que a estrutura da tarefa também influencia o estilo do líder, pois se as ações são muito estruturadas, com operações bem específicas e os colaboradores já sabem o que deve ser feito, cabe ao líder um estilo; àquelas ações não tão prescritas ou àquelas que ainda precisam ter maior / melhor estruturação, o papel do líder muda qualitativamente. Outro aspecto percebido por Fiedler é o poder do cargo. Conforme o grau hierárquico que o líder ocupa, maior será o poder que ele terá e diferente igualmente será sua influência sobre as pessoas. O presidente tem um poder inerente ao cargo que difere do poder de um supervisor de produção, por exemplo. • Abordagem caminho – objetivo: Formulada por Martin Evans e Robert House, aborda o papel do líder no caminho que conduz ao alcance dos objetivos. Baseados em uma teoria das motivações (em que as pessoas envolvem-se mais quando sabem das recompensas que receberão por suas ações e o grau de atratividade delas), os autores refletiram que para alcançarmos um objetivo podemos ter diversos caminhos e meios. Cabe ao líder conhecer tudo isso e orientar os colaboradores da melhor forma, fazendo saber a recompensa que obterão pós alcance das metas. O estilo do líder influencia, portanto, a escolha das recompensas, o grau de atração delas, o caminho a seguir e a forma como os colaboradores perceberão tudo isso. Poderá ser mais centrado nos fatores tempo de execução, qualidade, produtividade ou ainda nas pessoas e suas interações, aprendizagens e satisfação. No trilhar do caminho, Muchinsky (2004) ainda destaca que o líder poderá ser mais diretivo, prestativo, participativo ou orientado para realizações, quando fixa objetivos com altos níveis de expectativas. Para o autor, os líderes realmente eficazes articulam estes quatro meios de se alcançarem os objetivos. Como forma de ilustrar tal reflexão pensemos na seguinte situação: A equipe precisa entregar um Projeto dentro de 30 dias. Vejamos como cada um desses líderes comporta-se em relação a isso, de acordo com essa teoria: » O líder diretivo dirá claramente objetivos, metodologias, lembrará o tempo disponível, distribuirá tarefas entre os integrantes. Ele é direto e explícito. 45 Liderança e Desenvolvimento de Equipes » O líder prestativo criará todas as condições favoráveis para que a equipe faça e entregue o projeto no prazo estipulado. Ele presta o contexto, as informações, o material, tudo o que for necessário para que a equipe bem trabalhe. » O líder participativo não apenas diz o que e o como deve ser feito e cria as condições para, mas faz junto, participa ativamente da construção do projeto. » O líder orientado para realizações articula objetivos, meios, prazos, tarefas e condições, participa junto, mas faz questão de lembrar, por exemplo, que, se o prazo final é 30 dias, a equipe poderá fazer o projeto em 20 dias e ainda entregar algo a mais; este líder anseia por desafios superados e instiga a sua equipe para ir além do que é esperado. 2.4 Abordagem do Poder French e Raven observaram que no exercício da influência os líderes fazem uso de diferentes tipos de poder. Suas observações e pesquisas chegaram a 5 poderes, a saber: • Poder de coerção; • Poder de recompensa;
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