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DIREITO DO TRABALHO PARCIAL I

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UNIÃO DAS ESCOLAS SUPERIORES DE RONDÔNIA 
UNIRON 
 
 
 
AMANDA LARISSA CARVALHO BALDUINO 
GABRIEL ARTEAGA FERNANDES TORRES 
RAFAEL SIMÕES DE SOUZA 
RELRISSON CARDOZO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO ESCRAVO 
Imigrantes e o Trabalho Escravo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Velho - Rondônia 
2020 
UNIÃO DAS ESCOLAS SUPERIORES DE RONDÔNIA 
UNIRON 
 
AMANDA LARISSA CARVALHO BALDUINO 
GABRIEL ARTEAGA FERNANDES TORRES 
RAFAEL SIMÕES DE SOUZA 
RELRISSON CARDOZO DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO ESCRAVO 
Imigrantes e o Trabalho Escravo 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de Direito 
do Trabalho I, do 7° semestre do curso de 
Direito, referente a prova parcial I. 
Professor: Adriano Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Velho - Rondônia 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘’O trabalho é a melhor e a pior das 
coisas: a melhor, se for livre; a pior, se 
for escravo. ’’ 
Émile-Auguste Chartier 
1. INTRODUÇÃO 
A presente pesquisa é sobre o trabalho escravo envolvendo imigrantes no Brasil, 
neles iremos trazer situações no qual eles são submetidos e uma análise acerca do 
assunto. 
O objetivo deste trabalho é mostrar todas as circunstâncias envolvidas e as 
causas que levam a esta problemática. 
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica em diversas fontes diferentes, 
buscando um maior entendimento sobre o assunto, foram usadas algumas citações para 
enriquecer o conteúdo. 
Primeiramente abordaremos o contexto histórico do trabalho escravo, 
posteriormente trataremos sobre as medidas legais e criação de políticas públicas 
regionais, nacionais e internacionais para evitar e extinguir essa situação na sociedade. 
Falaremos sobre grandes ativistas na luta contra a escravidão, como Natália Suzuki e 
Luiz Gama, e principalmente Nelson Mandela e o grande legado que ele deixou. Ao final 
faremos uma análise da evolução do trabalho escravo na sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
Há muitos anos fora extinguido o trabalho escravo no Brasil, mas infelizmente 
não é uma realidade vivida em contratações recentes. Imigrantes são obrigados a sair 
de seus países e sujeitam-se a trabalhos que não condizem com as regras estabelecidas 
pela CLT nem tampouco outra forma “legal” de contratação. 
Muito foi tentado no mundo jurídico para inibir essas práticas laborais, como: 
criação de leis mais severas, grupos de combate ao trabalho escravo, normas que 
preceituam os passos em delegação de exploração nos pontos denunciados, etc. 
Um dos principais pilares holísticos foi a criação da Comissão Nacional para 
Erradicação do Trabalho Escravo – CONATRAE, que tem por principal objetivo as 
métricas que definem um combate coercitivo a empregadores que sujeitam seus 
empregados a trabalhos análogos ao escravo. Alterações no código penal brasileiro, com 
significativas alterações em dezembro de 2003, por meio da Lei 10.803. Tanto a 
tipificação quarentista, como a alteração de 2003, criminalizaram esses resquícios do 
modo de produção escravista sob a rubrica de “redução à condição análoga à de 
escravo”. 
Além da forte atuação da Auditoria Fiscal do Trabalho, que se dá em 
conformidade com: a Constituição Federal de 1988, com o Decreto 4.552/02; a 
Consolidação das Leis do Trabalho; os Tratados Internacionais ratificados; a Lei 
10593/02 e a Lei 7998/90, que regula o programa do Seguro-Desemprego; a Instrução 
Normativa nº 91, de 06 de outubro de 2011; a Resolução Normativa CNI nº 93, de 21 de 
dezembro de 2010, e com o Manual de Combate ao Trabalho em Condições Análogas 
às de Escravo, atualizado em 2011 pela SIT/MTE; que em tudo se aplicam aos 
trabalhadores estrangeiros no território nacional em situação migratória regular ou 
irregular, conforme orienta a Nota Informativa Nº 04/2012/RB/GAB/SIT/MTE. 
No ano de 2017 a ONU criticou publicamente as alterações aduzidas na portaria 
1129, PORTARIA Nº 1.129, DE 13 DE OUTUBRO DE 2017, onde os relatores criticaram 
com veemência as novas alterações dadas pela nova legislação, dizendo que era um 
retrocesso no combate ao trabalho escravo no Brasil. Declarando que a nova iniciativa 
“limita a definição de escravidão moderna e pode reduzir o número de vítimas 
detectadas. ” 
Em destaque as últimas notícias pesquisadas na internet, com intervalo do último 
ano, trazemos a exploração de mão de obra com analogia ao trabalho escravo, pois o 
título nos remete justamente ao cultivo do cacau no Brasil, com aproveitamento ilegal do 
trabalho de cidadãos sem condições amparadas as mínimas estabelecidas em lei. 
Chocolate com trabalho escravo: as violações trabalhistas na indústria do cacau 
no Brasil. 
Trabalhadores em péssimas acomodações, sem acesso a banheiro ou água 
potável e recebendo salários que não alcançam a metade do mínimo. A triste realidade 
da produção de cacau no Brasil que beneficia as gigantes do agronegócio. 
A menos 148 pessoas foram resgatadas do trabalho escravo em fazendas de 
cacau nos últimos 15 anos. Boa parte das operações ocorreram no Pará e na Bahia, os 
maiores polos nacionais. As violações aos direitos humanos incluem também ameaças 
de patrões, condições degradantes de moradia e higiene, servidão por dívidas e até 
trabalho infantil. ” 
No presente caso, grandes fazendeiros disponibilizam parte de suas terras como 
loteamento e oferecem essas partes aos “parceiros”, futuros “escravos de trabalho”, 
exigindo o plantio de cacau e a negociação exclusivamente com este, por valor 
infimamente inferior ao praticado no mercado, que por sua vez já possui os pedidos 
certos com grandes fabricantes de chocolate, como: Lacta, Barry Callebaut, Cargill e 
Olam. 
‘’A legislação prevê também que o dono da terra é obrigado a garantir condições 
mínimas de moradia e infraestrutura ao “parceiro’’, além de autonomia nas negociações 
– mas muitas vezes isso não acontece. Em alguns casos, o fazendeiro impõe ao lavrador 
para quem ele deve vender o cacau. Com pouca margem de negociação, os lucros do 
arranjo não alcançam uma remuneração digna e adequada à subsistência. ” – Grifo 
nosso. 
Pensando em excluir a necessidade do contrato de trabalho, alegando a 
inexistência de relação empregador e empregado, explorando trabalhadores com intuito 
de garantir as produções e entregas que negociam com grandes fabricantes. 
Não tão distante ao caso acima, em nossa região recentemente fora deflagrado 
no Estado de Rondônia, uma fazenda que explorava mão de obra de imigrantes na 
fazenda Santa Rita de Cássia, em Pimenta Bueno, Estado de Rondônia. O grupo móvel 
de fiscalização resgatou 17 trabalhadores de condições análogas às de escravo que 
atuavam na derrubada de mata nativa e carregamento de toras em caminhões. Uma 
equipe chegou ao grupo por causa da denúncia da morte de um trabalhador atingido por 
uma árvore durante o desmatamento. 
Não muito diferente ao caso desvencilhado no Estado de Rondônia, facilmente 
encontramos vários outros casos semelhantes em outros Estados, mostrando que 
infelizmente no Brasil isso ainda é uma situação praticada. Observem os relatos em 
outras manchetes: 
MANAUS – Proprietário da Fazenda Paredão, no município de Jaru, 
em Rondônia, pagará R$ 300 mil para reparar danos a ex-funcionários 
que trabalhavam em regime análogo à escravidão, segundo processo 
apresentado pelo Ministério Público do Trabalho. O acordo que definiu 
a indenização foi firmado na Vara do Trabalho de Humaitá, no interior 
do Amazonas, no 21 de novembro. (AMAZONAS ATUAL 2019). 
Nove trabalhadores foram resgatados em condições análogas à 
escravidão em uma fazenda de plantação de cebolas em Ituporanga, 
no Vale do Itajaí. Eles fazem parte de um grupo de 46 pessoas 
aliciadas em Timbiras (MA) para trabalhar em Santa Catarina, afirma o 
Ministério Público do Trabalho (MPT), sendo que parte delas já havia 
sido resgatada no dia 29 dejulho. (G1 SC, 2020) 
Cafeicultor com selo de qualidade Nucoffee, da Syngenta, é um dos 41 
novos nomes da ‘lista suja’ do trabalho escravo. (REPÓRTER BRASIL, 
2020) 
Desta forma, nos remete ao pensamento que sempre esteve no âmbito jurídico: 
será que nossas leis estão tendo a eficácia necessária em todos os campos planejados? 
Será que as penas são suficientes para causar receio a quem submeteria algum 
trabalhador a este tipo de trabalho? 
Sabemos que as condições de trabalho são guarnecidas por legislações 
próprias, com suporte a outras legislações que contribuem para decisões judiciais em 
cada caso. Mas o que vemos é a indiferença por parte de empregadores que continuam 
com as mesmas idealizações, sempre com mesmo proposito, que é valer-se de mão de 
obra barata para o enriquecimento. Em uma linguajem mais popular, seria: “tirar 
proveito”. 
Ainda com intuito de atravancar crimes desta natureza, recentemente fora 
publicada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública uma portaria que dispõe sobre 
a regularização da situação de migrantes vítimas de trabalho escravo, PORTARIA Nº 87, 
DE 23, DE MARÇO DE 2020, que dispõe sobre o tráfico de pessoas e violação de direitos 
agravadas por sua condição migratória. Essa portaria prevê a regularização de 
imigrantes vítimas de trabalho escravo e tráfico de pessoas. Com a presente medida os 
imigrantes irregulares em situação de vulnerabilidade não serão mais automaticamente 
deportados. 
Ainda nesse prisma jurisdicional, temos várias iniciativas de ativistas, como é o 
caso de Natália Suzuki, coordenadora do programa “Escravo, nem pensar!”, da ONG 
Repórter Brasil, que mantem o site: http://escravonempensar.org.br/, PROGRAMA 
NACIONAL DE PREVENÇÃO AO TRABALHO ESCRAVO, com intuito de manter o 
correto combate ao trabalho escravo, sempre atualizado com informações e notícias 
relacionado ao assunto, entre outros casos de participação incisiva na dissolução de 
contratações nessa modalidade laboral. 
Luiz Gama, que advogou pela libertação de mais de 500 escravos, sem cobrar 
honorários. Se sustentava trabalhando como jornalista. E aos 29 anos de idade já era 
considerado "o maior abolicionista do Brasil", e só recebeu o título de advogado 130 anos 
após sua morte. Destacado pela atual presidente do Conselho de administração do 
Museu Afro Brasil, Lígia Fonseca Ferreira, que é doutora pela Université de Paris III 
Sorbonne, com tese sobre a vida e a obra do escritor, advogado, jornalista e abolicionista 
brasileiro Luiz Gama. Atuante no combate ao regime escravo no Brasil. Dentre outros 
http://escravonempensar.org.br/
que tem como trabalho árduo a deputação e combate a contratações e escravizações 
em todos as regiões do Brasil. 
O grande desafio de todos os juristas, ativistas e cidadãos, é fazer valer o que 
está escrito em normas legais. Ou seja, ainda que existem inúmeras regras, legislações, 
culturas, etc., ao passar dos anos é noticiado vários novos casos de contratações de 
mão de obra análogos ao trabalho escravo. Os casos de pobreza em países vizinhos ao 
Brasil, são os principais motivos para que imigrantes se sujeitem a situações de 
contratações nessa modalidade. Muitas vezes não possuem condições de escolha, 
sendo a única saída a tentativa de conseguir o sustento da sua família, ou mesmo de si. 
No Brasil foi através da colonização que se iniciou as imigrações, com intuito de 
“apropriação militar e econômica da Terra” e de outro lado, começou o movimento de 
escravos africanos pela exportação de lavouras, situação que durou até o ano de 1850, 
que ainda foi “introduzido na colônia cerca de 4 milhões de cativos” 
Além disso, em 1988 houve o grande acontecimento histórico, que foi a abolição 
da escravatura. Contudo, atualmente ainda existe um alto índice de pessoas que estão 
vivendo, uma realidade bem distante dessa liberdade que a Lei Áurea (Lei 3.353) 
proporcionou aos escravos que viviam no Brasil. 
Cabe ressaltar, que o nosso país assume uma posição mundialmente como uma 
forte atração imigratória, pois é visto como uma país emergente, que por sua vez, está 
em constante crescimento, sendo assim, muitos refugiados buscam abrigo nessa Terra 
amada, todavia, nem tudo, é o que parece. 
Diante disso, podemos fazer as seguintes indagações: “Que imigração é essa? 
De pobres não documentados, que viriam desempenhar tarefas com salários mais 
baixos – O país necessita dessa mão de obra? Estamos mesmo vivendo uma escassez 
de mão de obra? ” É claramente visto, que não há necessidade de violar os direitos 
dessas pessoas que visam buscar refúgio, e no lugar disso, ao chegarem em nosso país 
se deparam com a mão de obra escrava, visto que muitos acabam trocando um serviço 
barato, por um prato de comida, e quando isso não acontece, trabalham em péssimas 
condições. Então, nota-se que muitos empresários, usam desta fragilidade dos 
refugiados para enriquecer. 
Nesse sentido, o CONARE- Comitê Nacional para Refugiados aponta que em 
2020, o Brasil tem mais de 43 mil pessoas reconhecidas como refugiadas. Ao passo que, 
em 2010 haviam apenas 4.306, onde a maioria eram de pessoas africanas. 
Cabe traçarmos um paralelo, que não foi somente no Brasil que houve esses 
acontecimentos, os africanos por exemplo são os maiores símbolos desta amargura, 
pois sofreram tanto em sua terra, como fora dela. Convém mencionar, o tão desbravador 
Nelson Mandela, um dos maiores símbolos dos direitos humanos, “cuja dedicação às 
liberdades do seu povo inspira os Defensores dos Direitos Humanos de todo o mundo. 
Nascido em Transkei, África do Sul, Mandela era filho de um chefe tribal, e obteve uma 
educação universitária com uma licenciatura em direito. Em 1944 tornou–se membro do 
Congresso Nacional Africano (CNA) e trabalhou ativamente para abolir as políticas do 
apartheid do Partido Nacional no poder. ” 
Foi tirado da África milhões de africanos para serem explorados nas minas sul-
africanas, onde deixaram seus familiares, suas casas, tudo que tinham foi deixado para 
trás, para serem levados para a América, onde eram escravizados, trabalhando para os 
homens brancos, era uma crueldade imensa, um crime para a humanidade, e que ainda 
hoje o país sofre as consequências. 
Destarte, foi Nelson Mandela, quem iniciou um grande movimento contra este 
cenário, o líder sul-africano, como político, atuava contra todo processo de discriminação 
gerado pelo Apartheid. E foi pelos seus esforços, que ele se tornou muito importante, 
com a meta de acabar com este regime de segregação racial, conhecido por Apartheid, 
onde milhares de milhares de pessoas foram vítimas, onde muitos tinham suas vidas 
ceifadas pela guerra instaurada durante este regime. 
Logo depois, ao iniciar o movimento anti-apartheid, em 1992, “as leis 
segregacionistas foram finalmente abolidas com o apoio de Mandela e Willem de Klerk”. 
Ademais, Nelson ainda recebeu o prêmio Nobel da Paz, em 1994, e através deste 
reconhecimento, é que foram acabando as práticas racistas na África do Sul, de outro 
lado, após sua candidatura, no ano de 1999, ele ainda chegou a atuar em diversas 
causas de Direitos Humanos, o que até hoje repercute mundialmente, ou seja, Mandela 
se tornou ícone mundial, por lutar fielmente contra o trabalho escravo na sua Terra. 
Importante ressaltar, que Mandela esteve em cárcere, porém, mesmo atrás das 
grades por 27 anos, ele não se manteve inerte, nunca abriu mão de seu povo, e há de 
destacar que muitos lutaram pela liberdade. E com “a libertação de Mandela, o fim do 
apartheid e sua eleição como o primeiro presidente negro da Africa do Sul, foram a 
conclusão de décadas de lutas, de massacres, de prisões, de sacrifícios. Mandela 
aceitou ser eleito presidente, para concluir esse longo caminho, com a consciência de 
que estava longa de ser conseguida a emancipação dos sul-africanos”. 
Atualmente, este grande líder não está entre nós, pois veio a falecer no dia 13 
de dezembrode 2013, todavia, deixou um grande legado, onde muitos criticaram e 
criticam até hoje sua forma de alcançar o fim do Aphartheid, entretanto, concluiu sua 
missão, e sua imagem permanece como a do “maior líder popular africano, porque tocou 
no tema essencial de todo o período histórico da colonização – A ESCRAVIDÃO”. 
Nesse ínterim, apesar de termos grandes exemplos de Defensores dos Direitos 
Humanos, como o citado Mandela, também cabe fazer referência, ao um dos projetos 
do Ministério Público do Trabalho de SP- “ Evento Não Somos Escravos da Moda” - onde 
foi promovida uma ação contra o trabalho análogo ao de escravo, em que pese, são os 
imigrantes e refugiados que vivem este cenário. A exemplo disso Gustavo Tenório 
Accioly, procurador do Ministério Público do Trabalho, e responsável pela organização 
do evento, disse que parte dos trabalhadores de oficinas de costura são migrantes, sejam 
eles nacionais ou internacionais, e que diante da situação de vulnerabilidade e 
invisibilidade, não conseguem denunciar aos órgãos públicos. Por isso, foram 
desenvolvidas uma série de atividades com a finalidade de empoderar essas pessoas, 
tanto brasileiros quanto imigrantes e refugiados. 
Com efeito, muitos outros estados brasileiros também trabalham em prol desse 
movimento, como por exemplo, aponta o site: 
https://www.fundobrasil.org.br/projeto/cedhur/ - No Estado de Minas Gerais: 
Promover e realizar entre refugiados, imigrantes e o poder público 
ações no sentido de garantir o respeito e a observância dos direitos 
humanos, bem como garantir a vocalização das demandas pelos 
próprios refugiados e imigrantes. 
 
Por todos esses aspectos, podemos observar que as leis existem, projetos e 
campanhas, contudo, incumbe ao Poder Judiciário fazer valer estes dispositivos, bem 
como, punir de forma ainda mais severa os responsáveis por essas práticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.fundobrasil.org.br/projeto/cedhur/
3. CONCLUSÃO 
A escravidão no Brasil infelizmente persistiu até os dias atuais e os imigrantes 
irregulares tem sido as maiores vítimas desse sistema que insiste em resistir às diversas 
lutas e conquista dos direitos humanos. 
A exploração de mão de obra de imigrantes irregulares com exposição ao 
trabalho escravo é uma realidade decorrente das relações capitalistas modernas, surge 
como um dos efeitos das práticas empresariais de precarização e flexibilização de 
direitos trabalhistas. 
Zygmunt Bauman esclarece que a globalização trouxe para dentro das relações 
de trabalho a tendência de flexibilizar regras já estabelecidas, que interpretam ser 
excessivamente rígidas, com o escopo de encorajar os investidores das grandes 
corporações. Em meio à influência da globalização, a retração do mercado interno, e a 
necessidade de redução de custos, acabou-se por flexibilizar as relações de trabalho, 
consequentemente aumentou-se a sua precarização. 
Com as transformações do modelo de produção capitalista, que passou do 
fordismo para o toyotismo, vieram também novas características como terceirização, 
acumulação flexível de capital e flexibilização trabalhista. Tal modelo de produção 
transfere parte da produção para terceiros, gerando a terceirização, flexibilização, a 
subcontratação e etc. 
A indústria têxtil tem aparecido constantemente como exploradora da mão de 
obra escrava no mundo, sempre por trás de um contrato de terceirização, prestação de 
serviços, e etc. Em muitos casos a forma de contratação entre as empresas tem servido 
de justificativa para o desrespeito à dignidade da pessoa humana, ao direito a uma vida 
e trabalho dignos. 
A sociedade demonstra alguma evolução no sentido de tipificar ilegalidades com 
escopo de protege à dignidade da pessoa humana e os direitos fundamentais e sociais, 
porém ainda existe um longo caminho de lutas e conquistas a ser trilhado. 
No Brasil alguns casos foram apurados e condenados, no entanto diversos 
outros casos têm se escondido por trás da legalidade da terceirização ou contratação de 
empresas intermediárias. O capitalismo trouxe uma busca excessiva pelo lucro, e nesse 
anseia o ganho econômico em detrimento do respeito a direitos humanos, sociais e 
trabalhistas. 
É cristalina a necessidade de uma mobilização nacional e internacional para o 
combate ao trabalho escravo contemporâneo, com sanções significantes, 
responsabilização de todos os envolvidos, e fiscalização eficiente. Não é admissível que 
com tantos anos de lutas e avanços ainda tenhamos que discutir quanto vale a liberdade 
e a dignidade da pessoa humana. 
Não se pode medir economicamente os prejuízos da desvalorização do trabalho, 
direitos sociais não possuem preço. O filósofo iluminista Immanuel Kant ao definir 
dignidade conseguiu expressar esse conceito com profunda fidelidade: “Quando uma 
coisa tem um preço, pode pôr-se em vez dela qualquer outra equivalente; mas quando 
uma coisa está acima de todo o preço e, portanto, não permite equivalente, então tem 
ela dignidade”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
PORTAL FECOMERCIARIOS. Após a morte de trabalhador 17 são resgatados da escravidão 
em desmatamento. Disponível em: <https://portalfecomerciarios.org.br/noticia/28354/apos-
morte-de-trabalhador-17-sao-resgatados-da-escravidao-em-desmatamento>. Acesso em: 25 
setembro 2020. 
 
AMAZONAS ATUAL. Fazendeiro pagará R$ 300 mil para reparar danos por trabalho análogo à 
escravidão. Disponível em: <https://amazonasatual.com.br/fazendeiro-pagara-r-300-mil-para-
reparar-danos-por-trabalho-analogo-a-escravidao/>. Acesso em: 20 setembro 2020. 
 
G1 SC. Trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão em fazenda em SC. 
Disponível em: <https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/08/11/trabalhadores-sao-
resgatados-em-condicoes-analogas-a-escravidao-em-fazenda-em-sc.ghtml>. Acesso em: 20 
setembro 2020. 
 
REPORTER BRASIL. Cafeicultor com selo de qualidade NuCoffe, da Syngenta, é um dos 41 
novos nomes da lista suja do trabalho escravo. Disponível em: 
<https://reporterbrasil.org.br/2020/04/cafeicultor-com-selo-de-qualidade-nucoffee-da-syngenta-
e-um-dos-41-novos-nomes-da-lista-suja-do-trabalho-escravo/>. Acesso em: 20 setembro 2020. 
 
MIGRAMUNDO. Migrantes e refugiados são destaque em projeto contra o trabalho escravo na 
moda. Disponível em: <https://www.migramundo.com/migrantes-e-refugiados-sao-destaque-em-
projeto-contra-o-trabalho-escravo-na-moda/>. Acesso em: 25 setembro 2020. 
CONECTAS. ONU critica portaria que enfraquece o combate ao trabalho escravo. Disponível 
em: <https://www.conectas.org/noticias/trabalho-escravo-3?gclid=CjwKCAjw-
5v7BRAmEiwAJ3DpuAyniX8rVmq0aVfLRYzeO7nCk0OLEmOSxcbAvPGm07guRLkafh6r0hoCCY0Q
AvD_BwE>. Acesso em: 26 setembro 2020. 
 
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Portaria n° 1.129. 13 out 2017. Edição 198. Seção 01. Página 82. 
Poder Executivo, Brasília, DF. 
 
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Portaria n° 87. 23 mar 2020. Edição 57. Seção 01. Página 76. 
Poder Executivo, Brasília, DF 
 
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS. Manual de recomendações de rotinas de prevenção e 
combate ao trabalho escravo de imigrantes. Brasília, 2013. 
https://portalfecomerciarios.org.br/noticia/28354/apos-morte-de-trabalhador-17-sao-resgatados-da-escravidao-em-desmatamento
https://portalfecomerciarios.org.br/noticia/28354/apos-morte-de-trabalhador-17-sao-resgatados-da-escravidao-em-desmatamento
https://amazonasatual.com.br/fazendeiro-pagara-r-300-mil-para-reparar-danos-por-trabalho-analogo-a-escravidao/
https://amazonasatual.com.br/fazendeiro-pagara-r-300-mil-para-reparar-danos-por-trabalho-analogo-a-escravidao/
https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/08/11/trabalhadores-sao-resgatados-em-condicoes-analogas-a-escravidao-em-fazenda-em-sc.ghtml
https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2020/08/11/trabalhadores-sao-resgatados-em-condicoes-analogas-a-escravidao-em-fazenda-em-sc.ghtmlhttps://reporterbrasil.org.br/2020/04/cafeicultor-com-selo-de-qualidade-nucoffee-da-syngenta-e-um-dos-41-novos-nomes-da-lista-suja-do-trabalho-escravo/
https://reporterbrasil.org.br/2020/04/cafeicultor-com-selo-de-qualidade-nucoffee-da-syngenta-e-um-dos-41-novos-nomes-da-lista-suja-do-trabalho-escravo/
https://www.migramundo.com/migrantes-e-refugiados-sao-destaque-em-projeto-contra-o-trabalho-escravo-na-moda/
https://www.migramundo.com/migrantes-e-refugiados-sao-destaque-em-projeto-contra-o-trabalho-escravo-na-moda/
https://www.conectas.org/noticias/trabalho-escravo-3?gclid=CjwKCAjw-5v7BRAmEiwAJ3DpuAyniX8rVmq0aVfLRYzeO7nCk0OLEmOSxcbAvPGm07guRLkafh6r0hoCCY0QAvD_BwE
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DELGADO, M. G. Curso de direito do trabalho: obra revista e atualizada conforme a lei da 
reforma trabalhista e inovações normativas e jurisprudenciais posteriores. 18ª edição, 2019.

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