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Resenha crítica sobre o documentário “O dilema das redes
 
O documentário “O dilema das redes” fala sobre a evolução não só tecnológica e funcional das redes sociais como também psicológica, tornando-se cada vez mais detentoras da humanidade e pessoalidade dos indivíduos através de seus acessos constantes a conteúdos pré-estabelecidos pelos certeiros algoritmos. 
Logo no começo do documentário há um questionamento sobre quem é o verdadeiro culpado pelo impacto negativo das redes nas interações humanas, um agente sem nome e sem imagem com tanto poder em mãos. Dentre tantas teorias e suposições de quem poderia ser esse agente, destaca-se um fator consideravelmente relevante nessa discussão: o design das redes. Ex-funcionários de altos cargos das mídias sociais mais famosas do mundo relatam que cada detalhe na aparência de uma rede social é minuciosamente arquitetado para que seja o mais envolvente possível a fim de prender os usuários ao máximo em sua armadilha digital. 
Com o design instigante e os usuários envolvidos, adiciona-se uma outra questão problemática das redes: os anúncios. Conforme uma frase citada no documentário, “se você não está pagando por um produto, então você É o produto.”, há que se afirmar o quão nítida é a manipulação das redes sociais sobre as pessoas ao analisar o fato de que os anúncios e o conteúdo mostrado aos usuários são diferentes para cada perfil de consumo e sua aparente necessidade. Uma área da engenharia dedicada à “modificação psicológica” é utilizada para pensar em funções desse tipo. Às vezes um mesmo conteúdo pode ser mostrado com as mais diversas linhas de pensamentos conforme o seu padrão de busca ou até mesmo a sua localização geográfica. 
Dessa forma, fica difícil de assimilar se as opiniões pessoais de cada um na internet são baseadas de fato em sua vivência e aprendizado próprio ou em algoritmos e informações eletrônicas a respeito do seu perfil digital e, à medida que pesquisamos e busquemos informações na internet, a “memória digital” das redes sociais se aprimoram cada vez mais para apresentar um conteúdo cada vez mais envolvente, fazendo com que os usuários gastem mais e mais de seu tempo nas mídias, aumentando ainda mais seus lucros. Essa falsificação da realidade pode ser claramente exemplificada pelo aumento da influência política na vidas das pessoas através de ditadores e manipuladores políticos que se utilizam das redes sociais para promover suas ideias extremistas e perigosas, como pôde ser visto nas manifestações políticas no Oriente Médio e nas eleições presidenciais brasileiras em 2018, quando um presidente conseguiu se eleger através da propagação de fake News e o uso de slogans e frases prontas reverberadas por ideais conservadores.
Atualmente questiona-se o verdadeiro papel da tecnologia, que deixou de ser meramente funcional, como uma ferramenta, para se tornar um mecanismo quase que com vida própria capaz de prever e manipular o comportamento dos indivíduos. Nunca antes a opinião pública sobre nós mesmo foi tão relevante para a auto-aceitação quanto nos dias atuais, em que curtidas e comentários passaram a quase que definir quem somos. Nem mesmo os próprios criadores desse mecanismo manipulador das redes estão isentos de sua pesada influência. 
A maior ameaça da tecnologia hoje é “a sua capacidade de trazer à tona o pior da sociedade”, o que ocasionará a nossa gradativa extinção, pois a tecnologia evolui num nível desproporcionalmente mais rápido do que a evolução moral da humanidade e, se continuarmos com nossos hábitos atuais nos próximos 20 anos ,” nos destruiremos por causa da nossa ignorância”. 
Por fim, sugere-se que, da mesma forma que um morador de uma casa pague suas contas de energia e água conforme seu consumo, também deve haver uma taxação sobre as empresas em relação à quantidade de informações a que têm acessos, pois a pressão do mercado sobre a indústria da tecnologia fazem com que o impacto negativo das redes das redes sejam um caminho sem volta. Não podemos, portanto, nos permitir sermos reféns desses mecanismos. “Somos mais lucrativos para uma empresa se estivermos olhando para uma tela do que quando vivemos nossas vidas.”
 Resenha crítica sobre o filme “Bicho de sete cabeças”
O filme “O bicho de sete cabeças” conta a história de um adolescente que, ao se iniciar no uso de maconha e ser descoberto pelo pai, é internado à força em um hospital psiquiátrico para “tratar seu vício” na substância e lá sofre os mais diversos tipos de abusos físicos, psicológicos e morais, sendo essa a principal crítica exposta na obra: os absurdos do sistema manicomial.
 No início é mostrado o jovem Neto se envolvendo com um grupo de amigos que o influencia ao uso de entorpecentes, consumo de bebidas alcoólicas e atos de vandalismo, e ele cede para se enquadrar nesse círculo. Quando Wilson, o pai de Neto, descobre o envolvimento de seu filho com maconha, fica extremamente revoltado e irado, tomando a atitude extrema de internar o filho num hospital psiquiátrico.
Em sua estadia no hospital, Wilson passa por situações deploráveis de tortura física e psicológica, agressão, falta de saneamento básico, etc., que o levam a desenvolver problemas psíquicos reais, diferente de quando chegou no local. Nessa parte da trama podemos ver as condições abusivas e insanas às quais os pacientes eram sujeitos, privando-os quase totalmente de seus direitos humanos básicos de saúde, privacidade, individualidade e liberdade ao serem expostos a punições e torturas por tentarem se livrar daquele ambiente hostil. 
Tamanha é a falta de profissionalismo, ética e empatia dos funcionários dos hospitais (os dois em que Neto esteve, mas incluindo também muitos outros na vida real) que é mostrado o médico psiquiatra em ligação falando que é preciso arrumar mais pacientes para a instituição, caso contrário não seria mais recebida a verba do governo, mostrando o seu total interesse em apenas ganhar dinheiro, não em ajudar seus pacientes. Os pais de Neto e o próprio governo acabaram por se tornar cúmplices dessa barbaridade ao não se atentarem aos sinais no comportamento de seu filho e não investigarem mais a fundo os métodos utilizados no hospital e o direcionamento das verbas. Após sair do manicômio, Neto até tentou retomar sua vida normal a fim de agradar sua mãe, porém as sequelas deixadas pelo tratamento deplorável que recebeu o deixaram inapto a desenvolver até mesmo tarefas simples as quais já estava acostumado antes. Sua vida nunca mais tornou a ser a mesma. Revoltado com o total descaso do pai em relação à sua situação e a barbaridade a que foi acometido, ele decide tentar acabar à força com o seu sofrimento através de uma tentativa de suicídio. Essa atitude chama a atenção do pai, que o tira imediatamente do hospital em que o filho se encontra. 
Neste filme, a diretora Lais Bodonzky expõe questões muito sérias e, infelizmente, atuais para os nossos dias, que são as crueldades cometidas em hospitais psiquiátricos sob o sistema manicomial, onde os enfermeiros e profissionais de saúde tratam os pacientes como se fossem animais(apesar de que eles também não merecem um tratamento podre assim), enjaulados e largados à mercê do próprio instinto, andando nus e brigando uns com os outros por coisas fúteis. Os pacientes eram alocados em selas minúsculas, escuras e isoladas como forma de punição por qualquer ato mínimo de rebeldia, ferindo suas liberdades. Também eram sujeitos a tratamentos de eletrochoque quando em momentos de agitação elevada, tratamento este que causa severas consequências psicológicas reais em quem o sofre. Essas e muitas outras situações hediondas eram comuns e negligenciadas em hospitais psiquiátricos manicomiais até o ano de 2001, quando foi sancionada a Lei de Reforma Psiquiátrica, que passou a proibir esse tipo de procedimento terapêutico e assegurou dignidade, liberdade, respeito e os devidos direitos aos pacientes em tratamento psiquiátrico. Por mais triste que seja saber que precisou de tanto tempo, lutas e sofrimentos de inúmeraspessoas para que a sociedade finalmente chegasse ao ponto racional de entender que todo indivíduo, sejam quais forem suas condições físicas e mentais, merecem o devido cuidado e assistência de forma equalitária, ainda assim é um passo muito importante na luta pela defesa de um maior e máximo alcance dos direitos humanos a todo tipo de indivíduo com as suas mais diversas características.
Resenha crítica sobe o documentário “Indústria Americana”
Quando as fábricas da General Motors fecharam em Dayton, na crise econômica dos EUA em 2008, mais de 10mil postos de trabalho foram perdidos. Alguns anos mais tarde, em 2010, indústrias chinesas começaram a investir fortemente em linhas de produção americanas, reabrindo antigas fábricas já fechadas, como foi o caso da GM, retratado ao longo do documentário. 
No momento em que a empresa Fuyao se consolidou na antiga fábrica automobilística em Dayton, houve uma grande expectativa por parte de muitos dos ex-funcionários da GM que foram recontratados para prestar serviços à indústria chinesa, enquanto que outros se incomodavam com o fato de estarem “descendo de nível” ao se sujeitarem a empregos com salários mais baixos e condições menos confortáveis. Já os funcionários chineses nem se davam ao trabalho de reclamar, apesar de estarem sob um contrato de trabalho de dois anos sem pagamento extra, porque faz parte da cultura da China exaltar o trabalho e o esforço máximo como formação de caráter, dignidade e disciplina. Aliado a essa ideologia, o presidente da empresa aproveita para exigir ainda mais produtividade e resultados de seus funcionários, muitas vezes expondo-os à fadiga física e mental. 
Com o passar do tempo, a Fuyao foi se mostrando uma empresa de caráter abusivo e inflexível, determinando tarefas, funções e prazos cada vez mais complexas e sem o devido aumento salarial justo ou sem lhes oferecer condições saudáveis e seguras para exercê-las. Os funcionários trabalham em condições desfavoráveis e precárias e sequer tendo o direito a um sindicato, visto que o presidente, Cao Dewang, é ferrenhamente contra o sindicato, pois normas e protocolos a seguir diminuem a capacidade produtiva da empresa, ainda que assegure os direitos do trabalhador. Após reclamações e alguns incidentes mais sérios, a Fuyao fez uma revisão da segurança do trabalho que mostrou claramente as situações insalubres as quais muitos funcionários eram sujeitos. Contudo, o técnico responsável pela vistoria, sendo instigado pela empresa, não efetivou muito a resolução dos sérios problemas avaliados, dizendo com negligência: “Todos dizem que querem mais segurança, mas segurança não paga as contas”. Por conta dos riscos e exigências inalcançáveis e intermináveis da indústria, alguns funcionários resolveram se unir para tentar implantar um sindicato na empresa, garantindo seus direitos básicos de saúde e proteção contra acidentes no trabalho. 
Tamanha foi a reivindicação por um sindicato, apesar de Cao ter deixado claro inúmeras vezes que não permitiria isso, que foi concedida uma votação para decidir se o haveria ou não. Os pró-sindicato se esforçaram ao máximo para conscientizar as pessoas da necessidade de se unir por seus direitos, até mesmo colocando seus empregos em risco, explicando aos colaboradores mais simples de entendimento que a função do sindicato seria a de mediar a relação entre funcionário e liderança, tornando esse círculo o mais seguro e formal possível. Em contrapartida, a Fuyao também investiu de forma pesada em convencer os empregados a não apoiar um sindicato, pois ele limitaria seus benefícios já recebidos ou por receber e, de acordo com a firma, eles já tinham esses direitos e “privilégios” assegurados pela própria empresa. Porém, apesar de muitos saberem que isso não era verdade, ainda assim o resultado da votação foi negativo para a criação do sindicato, visto a lavagem cerebral feita pela empresa sobre os funcionários. Esse tipo de situação só deixa mais claro ainda a falta de empatia e humanidade nas pessoas do meio comercial, mostrando o pior de sua insensibilidade e mesquinhez, colocando sempre o dinheiro na frente das pessoas da maneira mais grotesca e trapaceira possível.

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