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Espondilite Anquilosante Como a Fisioterapia auxilia no Tratamento

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ESPONDILITE
ANQUILOSANTE: COMO A
FISIOTERAPIA AUXILIA NO
TRATAMENTO
por Natália Freitas | jun 20, 2018 | Fisioterapia
Especí:ca, Fisioterapia Reumatológica | 2 Comentários
Você sabia que a Espondilite
Anquilosante pode acometer diversas
regiões do corpo? Por isso quando
diagnosticada, é importante realizar um
bom tratamento para ser obter uma
reabilitação eficaz. Mas como a
Fisioterapia auxilia para este
tratamento?
Nesta matéria separei os principais tipos
de tratamentos fisioterapêuticos que
auxiliam para a reabilitação da
Espondilite Anquilosante e de que
maneira cada uma dessas atua. Continue
lendo e confira!
O que é a Espondilite
Anquilosante?
A Espondilite Anquilosante (EA), é uma
doença crônica de caráter reumatológico
que atinge principalmente o esqueleto
axial e articulações, como: a sacrilíaca,
ombro, tornozelo, joelhos, entre outras.
É desenvolvido um quadro inflamatório
nas regiões próximas as articulações,
fadiga muscular, calcificação e alteração
postural, além de em casos avançados
um provável desenvolvimento de
comprometimento cardiovascular e
respiratório. A causa da doença é
atualmente desconhecida, mas há um
peso grande do fator genético.
Essa patologia pode ocasionar, entre
diversas disfunções, uma restrição
funcional e um quadro doloroso, devido
a calcificação das articulações
principalmente as da coluna. Quando há
um avanço na doença a coluna desses
pacientes é nomeada como coluna de
bambu, pois nos exames de imagem a
coluna vertebral fica semelhante a
imagem de um bambu, pois as vertebras
se fundem.
Na grande maioria dos casos, a
espondilite anquilosante inicia
geralmente com aparecimento de uma
inflamação na região sacrilíaca, muitas
vezes só encontrada através de
ressonância magnética.
Nessa doença reumatológica, existe um
quadro doloroso bem acentuado que é
um dos causadores da limitação
funcional e do quadro psicológico. Há
casos em que a EA vem acompanhada
de outros sintomas além dos articulares,
como: uveítes, psoríase, reto colites,
padrão respiratório restrito, cefaleias.
Existem diversos meios de avaliação dos
pacientes com espondilite anquilosante,
alguns deles são:
BASDAI (Bath Ankylosing Spondylitis
Disease Activity Index) é considerado um
dos mais usados e avalia a progressão e
atividade da patologia;
BASFI (Bath Ankylosing Spondylitis
Functional Index) avalia o caráter
funcional do paciente portador e o quanto é
afetado nas AVD’s (atividade de vida
diárias);
Body Chart que avalia a dor do paciente
através de locais marcados em um desenho
pelo próprio indivíduo.
ASQoL (Ankylosing Spondylitis Quality
of Life Questionnaire) que analisa a
qualidade de vida específico do paciente
com EA.
DFI (Dougados’ Functional Index) que
avalia a capacidade funcional, mas não
especifico da EA.
Prevalência: existe um fator
genético? O que é o HLA B27?
A prevalência da doença é em homens,
pardos, entre 15- 35 anos e que na
maioria possui fator HLA-B27 positivo.
O HLA-B27 é um fator genético que
indica que o paciente tem traços
genéticos que sinalizam predisposição a
desenvolver doenças como a espondilite
anquilosante. É analisado esse fator
através de um exame de sangue.
Vale ressaltar que o paciente possuir o
HLA B27 positivo não significa que
obrigatoriamente vai desenvolvê-la e
que existem casos de pacientes que não
possuem o marcador genético e são
diagnosticados com espondilite
anquilosante. Em todo caso é sempre
necessário a realização de outros exames
clínicos e de imagem.
Tratamento
A espondilite anquilosante ainda não
possui cura logo seus tratamentos se dão
através de métodos para melhorar
qualidade de vida do paciente e para
diminuir ou estagnar a velocidade do
progresso da doença.
Todos os tratamentos têm evidências
clínicas, porém não são comprovados
cientificamente que em todos os
pacientes de espondilite anquilosante
irão ser efetivos e que será um
tratamento único para todos.
Farmacológico: O tratamento
farmacológico mais aplicado nos dias
atuais é o uso de anti-inflamatórios não
esteroidais (AINES) e imunobiológicos
que vão desacelerar a evolução da doença
e diminuir o quadro inflamatório e álgico.
Assim como com outros fármacos o corpo
se adequa e o efeito da medicação no
organismo do indivíduo pode diminuir,
então ainda tem muito o que explorar na
descoberta de outros fármacos.
Psicológico: É uma doença que geralmente
assusta e causa um impacto psicossocial no
paciente. Existe uma necessidade em
alguns casos também de acompanhamento
psicológico para que haja uma aceitação e
entendimento da doença.
Nutricional: existem estudos, como o de
CHUNG, T.M. (1996), que mostram a
importância da intervenção nutricional
para a redução do processo inflamatório e
redução da dor crônica. Já que é uma
patologia que integra um quadro
inflamatório e relacionado a inflamação e
calcificação de regiões articulares, é
necessário uma suplementação e mudanças
alimentares na rotina do paciente,
orientado por um nutricionista.
Um ponto muito importante para o
tratamento desses indivíduos com
espondilite anquilosante é que o mesmo
deve ser multidisciplinar e com todos os
profissionais envolvidos se
comunicando e traçando uma linha de
intervenção. A comunicação entre
profissões traz avanços em qualquer
tratamento partindo do princípio que
você obterá mais informações e controle
sobre o quadro clínico.
Além do tratamento farmacológico,
nutricional e psicológico é indicado
também o tratamento fisioterapêutico.
Tratamento fisioterapêutico na
Espondilite Anquilosante
Não existe um tratamento ou protocolo
fisioterapêutico único e centralizado,
pois não há estudos suficientes que
tenham notoriedade científica onde pode
afirmar que sempre a fisioterapia tem
efeito positivo e efetivo em todos os
pacientes.
Pesquisas e relatos de caso mostram que
a intervenção fisioterapêutica nesses
pacientes acarreta em uma evolução ou
manutenção da qualidade de vida e
aspecto funcional do indivíduo. E
através disso, com poucos estudos, a
fisioterapia é classificada clinicamente
como essencial junto aos fármacos para
o tratamento da doença e prevenção dos
sintomas.
Como explanado no início, a espondilite
anquilosante é uma doença que afeta
principalmente as articulações, em foco
principal as articulações intervertebrais,
que traz uma diminuição da capacidade
funcional, alteração postural, quadro
doloroso e consequente restrição nas
atividades diárias do indivíduo.
Vale atentar que durante o quadro
inflamatório agudo ativado da doença é
aconselhado que se evite atividades
como corridas, exercícios que
sobrecarregue a coluna, saltos,
abdominais, pois pode piorar o quadro
álgico do paciente.
A partir desse ponto é indicado que seja
frequente a realização de exercícios
físicos, mas evitando aqueles que
possuam alto impacto articular, seja na
fase de agudização da dor ou não, para
não sobrecarregar e nem ativar um
quadro inflamatório.
A melhora na qualidade de vida e
independência funcional do paciente
com EA deve ser o objetivo principal do
fisioterapeuta. Um ponto muito positivo
do uso de técnicas e modalidades
fisioterapêuticas para esses pacientes é o
estímulo a movimentar o corpo que traz
junto aos milhares benefícios, o prazer
(endorfina) liberado pela atividade física
realizada.
Exemplo de alguns tipos de modalidades
fisioterapêuticas são:
Hidroterapia;
Reeducação postural global;
Eletroterapia;
Termoterapia;
Fototerapia;
Pilates;
Exercícios resistidos;
Exercícios domiciliares.
Hidroterapia
A Hidroterapia é uma modalidade
terapêutica muito utilizada em
patologias reumatológicas, como a EA,
pois a água, principalmente quando
aquecida, auxilia:
no relaxamento muscular;
diminuição de fadiga;
melhora da circulação sanguínea;
diminuição do quadro álgico;
e melhora da função respiratória.
Em consequência aos efeitos da
submersão da água aquecida melhora a
amplitude de movimento e torna mais
efetivos os exercícios de fortalecimento
muscular, além de ser uma atividade de
baixo impacto nas articulações.
Além de todas essas vantagens, a
hidroterapia é vista por algunspacientes
como uma terapia relaxante e que não
trará aumento da dor.
Pilates
O pilates é uma atividade de baixo
impacto ideal para esses pacientes. A
alteração postural é um dos sinais mais
clássicos da patologia, logo, se é
essencial atividades que trabalhem
exercícios com atenção voltado à
manutenção e correção postural.
Também existe um trabalho de
relaxamento e de respiração que auxilia
na diminuição das dores, melhoria do
padrão respiratório restrito, em alguns
pacientes, e na melhora de autoestima
dos pacientes que tem que lidar com um
diagnóstico difícil.
O profissional especializado sempre
deve ficar atento a um quadro presente
de fadiga muscular e de dor na definição
de exercícios quanto a intensidade e
execução. Quanto a frequência e tempo
de duração da atividade varia de cada
paciente e evolução do mesmo na
atividade.
Eletrotermofototerapia
O uso de recursos, como: TENS
(neuroestimulação elétrica transcutânea),
FES (estimulação elétrica funcional),
ultrassom, infravermelho, crioterapia,
entre outras diversas modalidades
terapêuticas, tem sua importância, pois
quando associados a exercícios ou a
fármacos (iontoforese) tem seus efeitos
potencializados.
Esses recursos como já dizem,
trabalham com ondas de choque
estimulantes, ondas sonoras inaudíveis
ao ser humano, infravermelho e uso da
mudança térmica local para intensificar
o tratamento.
Esses meios quando combinados com
outras técnicas são ideais para:
redução da dor articular e muscular;
fortalecimento;
relaxamento;
melhora na amplitude de movimento.
Muitos deles principalmente o
infravermelho, parafina e o uso da manta
térmica, que trabalham com o calor, tem
ação vasodilatadora onde acarreta uma
melhora no quadro álgico e relaxamento
muscular. Vale ressaltar a importância de
que esses meios sejam aplicados por um
profissional capacitado no manejo
dessas técnicas e mecanismos.
RPG (Reeducação postural
global)
O RPG é uma técnica fisioterapêutica
que busca correção postural,
alongamento muscular e melhora da
amplitude de movimento. Como já
citado, a EA tem como um dos sinais e
evolução a alteração postural, que causa
dor, aumento do quadro inflamatório e
redução da qualidade de vida do
paciente.
A aplicação dessa modalidade em
pacientes com espondilite anquilosante
traz muitos benefícios, principalmente
na prevenção do avanço dos sinais e
sintomas que afetam a funcionalidade e
mobilidade.
O RPG age principalmente na correção/
manutenção postural, nos alongamentos
de músculos que se encontram
atrofiados e em problemas respiratórios
que podem ser desenvolvidos na
evolução da doença.
Exercícios resistidos assistidos
Em casos clínicos, onde foi aplicado
exercícios com halteres, tornozeleiras,
bolas suíças, faixas elásticas, entre
outros meios de resistência, haviam
resultados positivos na melhora postural,
fortalecimento, diminuição de quadro
álgico e aumento da estabilidade e
equilíbrio. Nessas intervenções o maior
objetivo era o fortalecimento da
musculatura antagonista e agonista de
um movimento, e a maioria
estabilizadores postural.
Por exemplo, exercícios realizados em
superfície instável como na bola suíça,
trabalham o equilíbrio e a estabilidade
da coluna desses pacientes. Assim
evitando ou reduzindo uma alteração
postural e as dores causadas pelo
progresso da doença. Os exercícios e sua
carga dependem de cada paciente e
capacidade, vai desde a resistência 0 ou
manual, até uso de cargas maiores.
A avaliação da amplitude de movimento
(goniômetro), grau de força muscular
(tabela de Oxford), mobilidade e
capacidade funcional (Timed Up and Go
ou Teste de sentar e levantar), equilíbrio
(escala de equilíbrio de Berg) e da carga
suportada pelo paciente, são alguns tipos
de testes que se tornam essenciais para
que não haja sobrecarrega articular e
muscular e que seja alcançado o objetivo
almejado pelo terapeuta e paciente.
Quanto a series e repetições não se tem
um padrão pois depende de “N” fatores
que deverão ser analisados, como a
capacidade de entendimento e realização
do paciente e complexidade dos
exercícios.
Prescrição de exercícios em
casa e atividade física
A importância da prescrição de
exercícios, de acordo com CARDOSO,
CAPELA, PIRES (2010), para esses
pacientes é vantajosa quando se analisa
que não há nenhum gasto financeiro e a
simples execução, mas inicialmente se
fazendo necessário o acompanhamento e
detalhamento sobre os exercícios.
Orientar os pacientes a fazer exercícios
em casa com segurança e de fácil
realização é muito importante. Ao
mesmo tempo, para que os exercícios
sejam realizados de forma segura e sem
risco de maiores lesões ao paciente, deve
ser avaliado como é o ambiente
domiciliar e se existe a possibilidade
desses exercícios.
É necessário que o paciente além de
frequentar sessões de fisioterapia tenha
outro meio de realizar exercícios, seja
em casa como um esporte dentro das
possibilidades do quadro clínico.
Assim como esses exercícios em
ambiente domiciliar, também é
necessário que o paciente pratique
atividade física, além da fisioterapia, e
de acordo com suas limitações com
acompanhamento de um profissional
que nesse caso se encaixa
um profissional de educação física.
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