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AO MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DO XV JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL

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AO MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DO XV JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL -RJ 
AUTOS Nº XXXXX
 ABIGAIL DE SOUZA LIMA, já qualificado nos autos, atuando em causa própria, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, nos termos dos art. 41 e seguintes da Lei 9.099/95, interpor o presente
RECURSO INOMINADO
em face da respeitável Sentença que julgou parcialmente procedente a presente Ação Indenizatória por Danos Morais e Materiais, com as razões anexas, requerendo que as mesmas sejam remetidas à Colenda Turma Recursal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
 Requer ainda, o recebimento do presente recurso sob assistência judiciária, já que o Autor está impossibilitado de pagar as custas desta ação sem prejuízo de seu sustento.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 29 de outubro 2020.
Advogado OAB/RJ
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
COLENDA TURMA RECURSAL
RAZÕES DE RECURSO
Recorrente: ABIGAIL DE SOUZA LIMA
Recorrido (s): LOJA MTRIXX e MAXX LTDA
DA JUSTIÇA GRATUITA
 O Recorrente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, assegurados pela Lei nº 1060/50 e consoante o art. 98, caput, do novo CPC/2015.
 Infere-se dos artigos supracitados que qualquer uma das partes no processo pode usufruir do benefício da justiça gratuita. Logo, o Recorrente faz jus ao benefício, haja vista não ter condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo de sua mantença, observados os valores de guia de recurso no importe de R$ X.XXX, XX para interpor em segunda instância.
Mister frisar, ainda, que em conformidade com o art. 99, § 1º, do novo CPC/2015, o pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado por petição simples e durante o curso do processo, tendo em vista a possibilidade de se requerer em qualquer tempo e grau de jurisdição os benefícios da justiça gratuita, ante a alteração do status econômico.
 Ainda sobre a gratuidade a que tem direito, o novo Código Instrumentalista dispõe em seu art. 99, § 3º, que “presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”. Assim, à pessoa natural basta a mera alegação de insuficiência de recursos, sendo desnecessária, num primeiro momento, a produção de provas da hipossuficiência financeira.
 Assim, ex positis, pois, requer-se os benefícios da assistência judiciária gratuita.
DA TEMPESTIVIDADE
 A Requerente foi intimada em audiência para publicação de sentença em 29.10.2020. O prazo teve início no dia 29.10.2020 na forma do artigo 241, II, combinado com art. 184, ambos do Código de Processo Civil, o dies a quo para oferecimento do Recurso Inominado recaiu em 04.11.2020.
Portanto, o presente Recurso Inominado é tempestivo.
DOS FATOS DA SENTENÇA RECORRIDA
 Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte Recorrente ante a decisão que julgou parcialmente procedente em parte na forma do artigo 487 I do CPC, a Ação de Indenização por Danos Morais e Materiais processados no XXº Juizado Especial Cível do Rio de Janeiro, nos seguintes termos:
1. condenar os réus, solidariamente na devolução do valor pago pela autora pela aquisição do produto a quantia total de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais), corrigido monetariamente desde a data do pagamento e juros de mora de 1% ao mês a partir da citação;
2. condenar os réus, solidariamente a pagarem à autora a quantia de R$ 10.000,00, a título de compensação por danos morais, acrescido de correção monetária a contar da presente sentença (Súmula 362 do STJ), e juros de mora de 1% ao mês, estes a incidir da data da sentença.
Independente de nova conclusão, espeça-se mandado de pagamento em favor da autora.
RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO
 Dessa forma não restam dúvidas que a situação em tela, será Satisfeitos os requisitos de admissibilidade tanto os intrínsecos quantos os extrínsecos, o recurso merece ser conhecido.
 Insurge-se a autora em face da decisão de improcedência dos seus pedidos iniciais alegando que a compra restou comprovada, bem como os prejuízos suportados em virtude da não entrega do produto, fazendo à indenização material e moral. jus
Pois bem. Compulsando os autos, vê-se que, mediante a juntada da nota fiscal comprovando a compra, caberia às rés demonstrar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito pleiteado (art. 373, II CPC), o que não se observa.
 De um lado, a ré MAXX LTDA se fez revel, presumindo-se verdadeiras as alegações iniciais, a teor do disposto no art. 20 da Lei nº 9.099/95.
De outro, a requerida LOJA MTRIXX, participe da cadeia de consumo, responsável solidária e objetivamente, nos termos do parágrafo único, do artigo 7º e § 1º, do artigo 25 ambos do CDC,
apenas aduz ausência de ingerência, sem qualquer prova que o valha.
 Assim, constatada a compra do produto por meio do Marketplace da reclamada LOJA MTRIXX e sua não entrega, imperioso reconhecer o dever de a loja e a distribuidora de indenizar os prejuízos materiais e morais suportados pela autora.
 Quanto ao prejuízo material, tratando-se de compra parcelada, cumpre à autora em sede de cumprimento de sentença trazer aos autos as sucessivas faturas do cartão de crédito com o adimplemento das parcelas, a fim de se apurar o efetivo valor
pago pelo produto, mediante simples cálculo.
 No que tange ao dano moral, este se faz presente uma vez que se evidencia o descaso e desrespeito das rés com a consumidora, bem como que a situação vivenciada ultrapassa o
mero aborrecimento do cotidiano.
 Para a fixação do valor da indenização por danos morais, necessária a análise das circunstâncias do caso concreto, tais como a gravidade do fato, a repercussão do dano, o grau de culpa do ofensor e a situação econômico-financeira dos litigantes, atentando-se para que a indenização não se torne fonte de enriquecimento sem causa, nem seja considerada inexpressiva, a ponto de não surtir o efeito pedagógico de desestimular o agressor a tais
práticas.
 Nesse contexto, entende-se que o valor da indenização por danos morais deve ser fixado em R$ 9.000,00. (nove mil), em respeito aos critérios acima mencionados, ao valor do produto, bem como aos parâmetros adotados por esta. E a Turma deve ter atenção aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade onde foi meramente violado.
 Carvalho Filho (2012, p 36) nos diz que a razoabilidade é a qualidade daquilo que é razoável, ou seja, aquilo que se situa dentro dos limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que provocam a conduta possam dispor-se de forma pouco diversa; e complementa afirmando que a razoabilidade é subjetiva, ou seja, o que pode ser razoável para uns pode não ser para outros. Este autor frisa que o princípio da Razoabilidade tem que ser observado pela Administração à medida que sua conduta se apresente dentro dos padrões normais de aceitabilidade, pois se atuar fora desses padrões algum vício estará contaminando o comportamento estatal, o que significa dizer que não pode existir violação a tal princípio quando a conduta administrativa é totalmente revestida de ilicitude.
 O Princípio da Proporcionalidade é um direcionador em relação aos demais princípios, no sentido que em um conflito entre princípios deve haver uma ponderação de valores baseada na proporcionalidade e razoabilidade, buscando sempre a preservação da dignidade da pessoa humana. Mesmo esse princípio não estando expressamente previsto no ordenamento jurídico pátrio, é inafastável a sua aplicação visto ser um pressuposto fundamental para efetivação do Estado Democrático de Direito. (GUERRA FILHO, 2005)
 Assim, constato que a manutenção da condenação não observou o princípio da proporcionalidade e razoabilidade entre a gravidade da culpa e a extensão do dano, o sofrimento experimentado pela vítima, a situação econômica das partes e o caráter pedagógico da pena aplicada.
Para corroborar tal entendimento, observando a jurisprudência:Ementa
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. DOENÇA OCUPACIONAL. COLUNA LOMBAR. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. DANOS MORAIS E MATERIAIS.
A jurisprudência do TST é no sentido de que apenas cabe revisão dos valores arbitrados a título de compensação por danos morais e materiais em caráter excepcional, como em casos de valores irrisórios ou exorbitantes, em afronta aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Precedente da SDI-1 do TST. Na hipótese dos autos, o Tribunal Regional, considerando as circunstâncias do caso, como a gravidade do dano causado e da culpa, o sofrimento experimentado pela vítima, situação econômica das partes e o caráter pedagógico da pena aplicada, manteve o valor da indenização arbitrada na sentença, no importe de R$ 15.000,00 - quinze mil - reais por danos morais e R$ 10.000,00 - dez mil reais - por danos materiais. Assim, constato que a manutenção da condenação observou o princípio da proporcionalidade e razoabilidade entre a gravidade da culpa e a extensão do dano, o sofrimento experimentado pela vítima, a situação econômica das partes e o caráter pedagógico da pena aplicada. Incólumes, portanto, os artigos 5º, V e X, 7º, XXVIII, 133, 1º, III e IV; 7º, da Constituição Federal; 944 e 945 do Código Civil e 2º da CLT. Agravo de instrumento não provido. REQUISITO DO ART. 896, § 1º-A, I, DA CLT NÃO ATENDIDO. TRANSCRIÇÃO NA ÍNTEGRA DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Verifica-se que, no recurso de revista, a parte recorrente não indicou o trecho da decisão regional que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do apelo, nos termos do art. 896, § 1º-A, I, da CLT (incluído pela Lei nº 13.015/2014). Com efeito, a transcrição do inteiro teor da decisão recorrida, sem a indicação expressa, destacada, da tese pré -questionada, não atende o disposto no novo dispositivo celetista introduzido pela Lei nº 13.015/2014. Precedentes. Agravo de instrumento a que se nega provimento.
Diante do exposto, reformando a sentença para: voto pelo provimento do recurso
a) A aplicação dos benefícios da assistência judiciária gratuita ao Recorrente;
b) O Recebimento, Conhecimento e Processamento do presente RECURSO inominado, em razão de ser próprio e tempestivo.
c) Condenar as rés, solidariamente, ao pagamento do valor efetivamente pago pelo produto, valor este que deverá ser acrescido de correção monetária pela média INPC e IGPDI a
contar do efetivo prejuízo (mês a mês) e juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação (art. 405 do CC) e;
d) Condenar as rés, solidariamente, ao pagamento de indenização moral na quantia de R$ 9.000,00. (nove mil), corrigida pela média do INPC e IGPDI a partir desta decisão condenatória (Súmula 362/STJ) e acrescidos de juros moratórios de 1% ao mês a partir da citação (Enunciado nº 1, a da Turma Recursal Plena do TJ/RJ).
 Diante do êxito recursal, não há condenação ao pagamento de honorários advocatícios, sendo certo que ao recorrido vencido não se impõe o pagamento de honorários advocatícios, em razão do disposto no artigo 55 da Lei nº 9.099/95. Custas na forma da Lei nº 18.413/2014.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 29 de outubro 2020.
Advogado OAB/RJ XXXX

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