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José - Orto OCLUSÃO NORMAL NA DENTIÇÃO DECÍDUA INTRODUÇÃO Pode ser chamada de primeira dentição, dente de leite, dentição temporária e dentição decídua (termo técnico). Entender as características de normalidade dessa fase e fazer o diagnóstico precoce. Falar se está certo ou errado. PERÍODO PRÉ-NATAL ↪ Origem embrionária dos dentes decíduos ocorrem entre a 7ª e 10ª semana de vida intrauterina, em um processo conhecido como odontogênese; ↪ 15ª semana: feto encontra-se em processo inicial de dentinogênese, com a diferenciação dos tecidos dentários. Antes mesmo da criança nascer. Deve entender como se forma essas dentes, ter ideia do que provocou este problema. Odontogênese O germe do decíduo, já vem o germe do permanente do sucessor. ⇨ Fase de botão; ⇨ Fase de capuz; ⇨ Fase de campânula; ⇨ Fase de formação da coroa: dente cria a sua forma, como se fosse um arcabouço; ⇨ Fase de formação da raiz. Caso a mãe esteja passando por algum trauma e a mãe esteja formando o arcabouços da coroa, pode interferir e vir com alguma anomalia. Caso o paciente não tenha o germe do decíduo, certeza que ele não vai ter o dente sucessor. Dentinogênese ⇨ Este processo progride e à medida que progride, pode acarretar em distúrbios de desenvolvimento que resultam em anomalias (anodontias e supranumerários) ⇢ próprias da fase de iniciação da lâmina dentária. Em casos de crianças que nascem com incisivo(s): ↳ Pode causar desconforto durante a amamentação; ↳ Extração é indicada caso o(s) dente(s) seja(m) supranumerário(s); ↳ Caso seja decíduo: realiza-se desgaste do dente, deixando-o mais rombóide. José - Orto Calcificação Precipitação de sais de cálcio inorgânico no interior da matriz orgânica pré-formada (depois do arcabouço). Semanas de vida intra-uterina ↪ IC - 14ª ↪ 1º M - 15,5º ↪ IL - 16º ↪ C - 17º ↪ 2º M - 18º FASE PRÉ-DENTAL Geralmente, a criança não tem dente no nascimento até os 6 meses, devido à amamentação. as características bucais estão voltadas p/ amamentação, tudo organizado e favorável p/ se amamentar da melhor forma e não ter problema algum. Boca do recém nascido ↪ Maxilares subdesenvolvidos; ↪ Mandíbula retrognata porque é uma característica normal, p/ facilitar o parto ↪ Crescimento dos ossos da face é craniocaudal: primeiro cresce os de cima e depois os debaixo, ou seja, maxila cresce primeiro ↪ Rodetes gengivais: não há dente ainda, parece rolete de cera; ↪ Forma dos arcos: forma de ferradura. Caso esteja muito triangular ou atrésico, está errado; ↪ Relação vertical (espaço intermaxilar de Salzman ou espaço medial anterior): os rebordos anterior e superior não se tocam, somente atrás, isso é uma característica favorável p/ amamentação. Caso não fosse assim, poderia machucar a mãe ↪ Relação ânteroposterior: maxila a frente da mandíbula, como se fosse um overjet acentuado; ↪ Freio labial: freio baixo, inserção no palato. Avalia entre a dentição mista e permanente, ele tem que subir. Dentes ↪ Dentes natais: já nascem com o dente; ↪ Dentes neonatais: irrompem no 1º mês; ↪ Realiza a radiografia p/ saber se é supranumerário, então indica-se a extração p/ não machucar na amamentação. Caso seja decíduo, deve-se avaliar: machuca a mãe? Tenta desgastar as pontas do dente, deixando romba p/ não machucar o peito da mãe. Não machuca a mãe? Pode deixar. O ato de sucção em mamadeira deve exigir esforço da musculatura bucal PERÍODO PÓS-NATAL Nos 6 meses iniciais de vida: ↪ Crescimento vertical do processo alveolar, com ganho em altura no terço inferior da face; José - Orto ↪ Germes dentários passam a ser envolvidos pela cripta óssea; O processo alveolar passa a existir devido a irrupção dentária. Crianças com displasia ectodérmica apresentam oligodontia (falta de dentes) e seu rebordo ósseo alveolar é quase inexistente. INÍCIO DA DENTIÇÃO DECÍDUA IIDs e ISDs irrompem são guiados pela musculatura peribucal e língua, estabelecendo a guia incisal no encontro com o antagonista. ⇩ Surgem os primeiros indícios do processo de mastigação. ⇩ Acontece a mudança da posição de repouso da língua, visto que estará guardada no interior da cavidade bucal pelos dentes anteriores. ⇩ Apresenta um ganho de dimensão vertical da face e modificam as funções musculares. ⇨ Regulação neuromuscular da relação maxilar é importante p/ o desenvolvimento da oclusão decídua; ⇨ À medida que surgem dentes novos, os músculos aprendem a efetuar os movimentos oclusais funcionais necessários; ⇨ Articulação dentária: ocorre sequencialmente, inicia-se com a irrupção dos incisivos. ⇨ Há menos mudanças nas relações oclusais na dentição decídua a permanente, devido o estabelecimento durante períodos mais transitórios de adaptação de desenvolvimento e os dentes são guiados as suas posições oclusais pela matriz funcional dos músculos durante cada crescimento ativo do esqueleto facial. ↪ 6,5 meses: irrompimento do incisivo central inferior decíduo; ↪ 2,5 anos: dentição decídua completa e em pleno funcionamento com a irrupção do 2º molar decíduo; ↪ 3 anos: raízes dos dentes decíduos completas; ↪ 3 a 5 anos: cavidade bucal se mantém na fase de dentadura decídua completa, parecendo estar em uma situação de "repouso" (aparente, o processo irruptivo continua acelerado dentro do osso alveolar), sem ocorrência alguma; ↪ Arcos dentários: apresentam-se de forma semicircular e os espaços disponíveis são necessários p/ o alinhamento harmonioso dos dentes decíduos em ambos os arcos. O repouso da dentição decídua só será mantido caso não haja interferência de fatores negativos, como: ⇨ Perda precoce de dentes decíduos; ⇨ Permanência de hábitos nocivos de sucção de dedo, chupeta ou mamadeira após a idade aceitável; ⇨ Acidentes traumáticos com desarranjo na arca. Casos alguns dos eventos acima ocorram, dependendo da situação, algumas alterações graves na cavidade bucal podem se manifestar, como: José - Orto ⇨ Perda de espaço; ⇨ Mordida cruzada; ⇨ Mordida aberta, etc. CARACTERÍSTICAS DA IRRUPÇÃO ⇨ Os dentes são orientados perpendicularmente ao plano oclusal (linha imaginária tangenciando as bordas incisais dos incisivos centrais e as cúspides distais dos últimos molares) - ocorre no sentido mesiodistal e vestibulolingual; ⇨ Os dentes inferiores ocluem suavemente p/ lingual em relação aos superiores. CRONOLOGIA E SEQUÊNCIA DE IRRUPÇÃO NA DENTIÇÃO DECÍDUA Irrupção dos dentes decíduos ocorre no período pós-natal. ⇨ Erupção: processo de desenvolvimento que movimenta o dente da sua posição de cripta até ocluir com seu antagonista; ⇨ Irrupção: quando o dente aparece na boca; ⇨ Cronologia: ↪ ICI - 6 meses ↪ ICS - 7 meses ↪ ILS - 7 ½ meses ↪ ILI - 9 meses ↪ 1º MI - 12 meses ↪ 1º MS - 14 meses ↪ CI - 16 meses ↪ CS - 18 meses ↪ 2º MI - 20 meses ↪ 2º MS - 24 meses. Começa com os inferiores. Até 1 ano está normal p/ irromper, até porque varia de criança a criança. Caso passe de 1 ano, deve-se realizar radiografia p/ avaliar o problema. NÚMERO, TAMANHO, ANATOMIA E COR ⇨ 20 dentes decíduos; ⇨ Dentes maiores em meninos, principalmente os caninos; ⇨ Podem apresentar eventualmente dentes supranumerários, sendo feito seu diagnóstico clínico ou através de radiografias panorâmicas, em que devem ser contados todos os dentes decíduos e seus sucessores permanentes; ⇨ Incisivos (favorece ao corte), caninos (favorece à dilaceração) e molares (favorece à trituração); ⇨ Deve-se avaliar a anatomia dos dentes; José - Orto ⇨ Branco opaco devido ao esmalte, porque é pouco calcificado, e os dentes decíduos vão se desgastando, deixando os incisivos bem pequenos e os molares sem cúspides. ↪ Dentição decídua: quanto menos é calcificado é o esmalte, menos é translúcido e não consegue vê o que há no interior, ou seja, visualizar a dentina; ↪ Dentição permanente: quanto mais calcificado é o esmalte, mais translúcido e consegue vê o que há no interior. A medida que envelhece, fica mais visível. SINTOMATOLOGIA DA IRRUPÇÃO ⇨ Salivação excessiva; ⇨ Inflamação gengival local; ⇨ Erupção cutâneas; ⇨ Febre*: precisa de bactéria p/ provocar; ⇨ Diarreia*:precisa de bactéria p/ provocar; ⇨ Falta de apetite; ⇨ Irritabilidade. CARACTERÍSTICAS NORMAIS DA DENTIÇÃO DECÍDUA ⇨ Mordida de topo; ⇨ Suave protrusão; ⇨ Suave mordida aberta anterior; ⇨ Sobremordidas exageradas. Espaços interdentais São favoráveis à dentição decídua, porque os dentes permanentes são maiores. Caso não tenha espaço, os permanentes nascerão apinhados. Este espaço favorece à erupção. ↪ Espaços interdentais; ↪ Espaça primatas: ↳ Superior: canino e incisivo lateral, e inferior: canino e 1º molar; ↳ Presença dos espaços primatas altamente favorável p/ o bom alinhamento dos dentes permanentes anteriores. Arcos decíduos ↪ Arco tipo I de Baume: ↳ Presença de espaços generalizados entre os dentes na região anterior; ↳ Maxila: 70% e mandíbula: 77% em crianças. ↪ Arco tipo II de Baume: ↳ Sem espaços ou com suaves apinhamentos, que seriam mais estreitos transversalmente; ↳ Maxila: 30% e mandíbula: 23% em crianças. José - Orto Inclinação axial ↪ Praticamente verticais em relação às bases ósseas; ↪ Ausência de curva de spee e wilson, porque são resultados das inclinações dos dentes. Inclinação dos incisivos ↪ Com a irrupção do grupo dos incisivos, estabelece-se o primeiro ganho de dimensão vertical e as funções musculares se modificam fortemente; ↪ Relação normal: acentuada sobremordida e sobressaliência, que é posteriormente corrigida com a irrupção dos 1º molares, promovendo aumento de dimensão vertical e deslocamento mandibular p/ anterior, devido ao crescimento e desenvolvimento nessa época; ↪ Incisivos posicionam-se verticalmente, criando um ângulo interincisal aberto próximo de 180º. Forma do arco ↪ Forma ovóide; ↪ Sai da forma de ferradura. Trespasse José - Orto ↪ Não tem overjet e overbite ↪ Geralmente, topo a topo. Relação de canino e molar ↪ Canino superior fica atrás do canino inferior; ↪ Caso esteja a frente: classe II; ↪ Caso esteja muito atrás: classe III. Classificação da relação terminal dos segundos molares decíduos ↪ Plano terminal reto: as faces distais dos 2º MDs superior e inferior estão no mesmo plano vertical; ↪ Relação dentária decídua possui plano terminal reto, poderá evoluir p/ relação molar de classe II, normal ou classe III; ↪ Fisiológico, 76%. ↪ Plano terminal com degrau mesial p/ mandíbula: a face distal do 2º MDI se encontra em relação anterior ou mesial com a face distal do 2º MDS; ↪ Paciente com degrau mesial tende a desenvolver uma oclusão de classe III ou, caso haja planejamento, pode-se obter uma relação molar normal; ↪ Fisiológico, 14%. ↪ Plano terminal com degrau distal p/ mandíbula: a face distal do 2º MDS oclui mesialmente à face distal do 2º MDI; ↪ Paciente com degrau distal sempre evolui p/ relação molar classe II, que deve ser corrigida de imediato; ↪ Geralmente, patológico, 10%. Articulação temporomandibular ↪ Pouco desenvolvida, ainda está desenvolvendo; ↪ Quando a criança nasce, só consegue abrir e fechar a boca, não consegue fazer movimento de lateralidade, porque a articulação ainda está se desenvolvendo; ↪ Quando começa irromper os caninos, a articulação já está mais desenvolvida e a criança consegue fazer lateralidade; ↪ No final da decídua, ela já vai estar mais desenvolvida. José - Orto Anomalias ↪ Pouco frequente, diferentemente da dentição permanente. EVOLUÇÃO DA OCLUSÃO Fase 1 - Irrupção dos incisivos ↪ Início por volta dos 6 meses de idades; ↪ A musculatura ao redor dá a posição dele; ↪ Lábio inferior e língua, a língua empurra os incisivos p/ vestibular e o lábio empurra p/ dentro. Quando as forças estiverem em equilíbrio, o dente vai ficar na posição correta, em equilíbrio; ↪ Overjet e overbite muito acentuado, porque não tem dente posterior ainda. A sobremordida fica acentuada; ↪ Ausência de sentido de oclusão. O incisivo mais p/ vestibular (lábio hipotônico - fraca, e a língua é mais forte, vai empurrar) ou mais p/ palatina (lábio hipertônico) depende do equilíbrio muscular. Fase 2 - Irrupção dos 1ºs molares ↪ Guiados pelo tecido mole (língua e o músculo bucinador dão à posição, já que não há lábio na região posterior); ↪ Aprimoramento do padrão mastigatório; ↪ Acontece o 1ª levantamento fisiológico da oclusão (sobremordida diminui, porque irrompeu o 1º molar e levanta a mordida) - cai em concurso; ↪ Diminuição da sobremordida; ↪ Começa a se alimentar, mastigar algumas comidas mais duras. Fase 3 - Irrupção dos caninos ↪ Tecidos moles; ↪ CI: superfície distal do lateral; ↪ CS: superfície mesial do primeiro molar; ↪ Estabelecimento espaços primatas; ↪ Movimento de lateralidade, porque a articulação já está desenvolvendo mais. Fase 4 - Irrupção dos 2ºs molares ↪ Rompe e finaliza a dentição decídua; ↪ Define se o paciente é degrau reto, mesial ou distal; ↪ Dimensão dos arco estáveis (3 aos 5 anos). O que tem p/ crescer, não cresce mais. Agora só cresce p/ atrás; ↪ Comprimento; José - Orto ↪ Intercanina; ↪ Intermolar. À medida que o túber vai crescendo, vai haver espaço p/ irrupção dos molares. ESFOLIAÇÃO Processo de perda fisiológica do dente decíduo, p/ serem substituídos pelos sucessores permanentes. ⇨ Acontece devido à reabsorção da raiz decídua; ⇨ O sucessor tem um contato muito íntimo com a raiz do dente decíduo; ⇨ Se a posição do germe estiver ectópico, sofrer algum trauma ou algum fator genético: o dente não vai reabsorver a raiz do decíduo e consequentemente, ele irá irromper na cavidade bucal e o dente decíduo vai continuar na boca. Nesses casos, realiza-se extração do dente decíduo p/ ter espaço p/ dente permanente. Acontece muito na região ânteroinferior. À medida que o dente vai se movimentando em seu processo de erupção, vai reabsorvendo a raiz do decíduo. IMPORTÂNCIA DOS DENTES DECÍDUOS ⇨ Mantém espaço p/ os dentes permanentes; ⇨ Auxilia na fala, estética, função, fonética. Quando perde o dente decíduo precocemente, geralmente o espaço fecha, porque os dentes do lado se inclinam, diminuindo o espaço do dente permanente.
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