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Patologia das Glândulas Salivares

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Patologia Oral e Maxilofacial – Neville Cap 11
Patologia das Glândulas Salivares
· APLASIA DA GLÂNDULA SALIVAR:
· Anomalia de desenvolvimento rara que afeta uma ou mais glândulas salivares maiores. Pode ocorrer de forma isolada ou sindrômica (Síndrome de Treacher Collins - disostose mandibulofacial-; Microssomia hemifacial; Síndrome lácrino-aurículo-dento-digital - LADD).
· Alguns indivíduos apresentam aplasia das 4 gândulas maiores (ambas parótidas e as submandibulares), mesmo com isso a face do paciente permanece com a mesma aparência, porque o sítio fica preenchido por gordura e tecido conjuntivo. Intraoralmente, as saídas dos ductos também estão ausentes.
· O sintoma de maior significância é a xerostomia e as conseqüências desta. A língua pode estar espessa e os pacientes apresentam um risco elevado de desenvolver cáries e erosão. 
· A ausência das glândulas pode ser confirmada através da cintilografia, TC ou RM.
· A síndrome LADD é caracterizada pela aplasia ou hipoplasia das glândulas lacrimais e salivares, orelhas com inserções baixas e anomalias dentárias (hipodontia; microdontia; hipoplasia de esmalte) e digitais. 
· Tratamento: compensação salivar com substitutos. 
· MUCOCELE:
· Lesão comum em mucosa oral resultante da ruptura do ducto da glândula salivar e o extravasamento de mucina para dentro dos tecidos moles adjacentes. Geralmente é resultado de trauma local.
· A mucocele não é um cisto, pois não tem revestimento epitelial circundante. 
· Aumento de volume mucoso em forma de cúpula de 1 a 2 mm podendo chegar a alguns cm. A mucina extravasada abaixo da mucosa confere uma coloração azulada à lesão, embora quando profundas são normocrômicas. Caracteristicamente a lesão é flutuante. 
· O lábio inferior é o sítio mais acometido. É incomum que ocorra em lábio superior ao contrario do tumor de glândula salivar, que é comum em lábio superior, mas é incomum em lábio inferior. 
· Quando em palato mole e região retromolar, ao longo da mucosa jugal posterior, tem sido chamada de mucocele superficial, caracterizada por vesículas tensas únicas ou múltiplas que se rompem e formam úlceras rasas e dolorosas que cicatrizam em poucos dias. 
· Histopatológico: Área de mucina extravasada circundada por tecido de granulação reacional. A inflamação usualmente contém histiócitos espumosos. 
· Tratamento: autolimitantes que se rompem e cicatrizam sozinha.
· RÂNULA:
· Mucocele em soalho de boca. O aumento de volume pode lembrar o ventre translúcido de uma rã.
· A origem da mucina extravasada geralmente é da glândula sublingual, mas também podem se originar da submandibular ou glândulas salivares menores presentes no soalho de boca.
· Aumento de volume flutuante, de formato abaulado e coloração azulada no soalho de boca, embora lesões profundas possam apresentar a coloração normal da mucosa.
· Essas lesões tendem a ser maiores que as mucoceles, desenvolvendo grandes massas que preenchem o soalho e elevam a língua. Geralmente, localiza-se lateralmente à linha média, característica que auxilia no diagnóstico diferencial do cisto dermóide da linha média. 
· Rânula cervical\mergulhante: Mucina extravasada disseca através do músculo milo-hioide e produz o aumento de volume dentro do pescoço (consistência macia). Um aumento de volume concomitante no soalho de boca pode estar presente ou não, o que dificulta o diagnóstico. Assim, exames de imagem serão necessários. 
TC e RM das rânulas mergulhantes derivadas da glândula sublingual exibem discreto envolvimento da lesão dentro do espaço sublingual = sinal de cauda. 
· Tratamento remoção da glândula sublingual e\ou marsupialização. Esta não é bem sucedida para rânulas grandes e assim a glândula afeta deve ser removida. 
MARSUPIALIZAÇÃO (descompressão)= consiste na remoção da porção superior da lesão intraoral. 
· CISTO DO DUCTO SALIVAR (CISTO DE RETENÇÃO MUCOSO; CISTO DUCTAL MUCOSO; SIALOCISTO):
· Cavidade revestida por epitélio que surge a partir da glândula salivar; delimitado por epitélio que é separado dos ductos salivares normais adjacentes. Causa incerta
· Acomete glândulas salivares maiores e menores. Quando em glândulas maiores, acomete mais a parótida e sendo caracterizado por aumento de volume de crescimento lento e assintomático. Quando intra-oral, acomete qualquer região que possua glândulas salivares menores, sendo as regiões mais acometidas o soalho de boca, mucosa jugal e nos lábios. 
Essa lesão se assemelha a mucocele, sendo caracterizada por aumentos de volume flutuantes e de consistência amolecida, podendo apresentar cor azulada, dependendo da profundidade do cisto em relação à superfície da mucosa. 
· Os cistos de soalho de boca surgem adjacentes ao ducto submandibular e geralmente é âmbar. 
· Alguns pacientes desenvolvem uma proeminente ectasia dos ductos excretores de muitas glândulas salivares menores = cistos de retenção mucosos (dilatação ductal multifocal) -> nódulos dolorosos que exibem orifícios ductais dilatados na superfície mucosa, onde pode ser observada drenagem de muco ou pus.
· Tratamento: excisão cirúrgica conservadora. EM glândula salivar maior, a remoção parcial ou total da glândula pode ser necessária.
· SIALOLITÍASE (CÁLCULO SALIVAR; PEDRAS SALIVARES):
· Os sialólitos são estruturas calcificadas que se desenvolvem dentro do sistema ductal salivar. 
· Surgem a partir da deposição de sais de cálcio ao redor do ninho de debris (muco; bactérias; células; corpos estranhos) na luz do ducto. A causa dos sialólitos é incerta, mas sua formação pode ser provocada pela sialadenite crônica e pela obstrução parcial. 
· Na maioria das vezes acomete a glândula submandibular, sendo o longo, tortuoso e ascendente ducto Wharton da glândula submandibular, bem como sua secreção mucoide espessa, podem ser responsáveis pela maior tendência de formação de cálculos.
· As glândulas menores mais acometidas estão em lábio superior e mucosa jugal. 
· A sialolitíase de glândulas maiores frequentemente causam dor e aumento e volume da glândula afetada, particularmente na hora das refeições.
· Se o cálculo estiver localizado perto da porção terminal do ducto, um aumento de volume duro pode ser palpado. 
· Radiograficamente representa uma massa radiopaca. Radiografia oclusal é muito útil para visualizar cálculos na porção terminal do ducto. Nas radiografias panorâmicas e periapicais podem aparecer sobre a mandíbula. 
· Tratamento: Sialolitos pequenos podem ser tratados de forma conservadora com massagens afim de expelir a pedra, que pode também ser auxiliado pelos uso de sialogogos (drogas que estimulam a salivação), aplicação local de calor e o aumento da ingestão de líquidos. 
Os sialólitos grandes necessitam de remoção cirúrgica, assim como os de glândulas salivares pequenas com uma excisão que inclui a glândula associada. 
Litotripsia de ondas de choque, endoscopia de glândula salivar e a remoção guiada radiograficamente são novas técnicas minimamente invasivas.
· SIALADENITE:
· Inflamação das glândulas salivares que pode ser oriunda de diversas causas infecciosas e não infecciosas. A infecção viral mais comum é a caxumba. As infecções bacterianas surgem como resultado da obstrução ductal ou da diminuição do fluxo salivar, permitindo a disseminação retrógrada das bactérias através do sistema ductal.
· O bloqueio do ducto por ocorrer pela sialolitiase, estreitamento ou compressão. E a diminuição do fluxo salivar pode ser causada por desidratação ou medicação. 
· Uma das causas mais comuns é pós cirurgia em que o paciente é mantido sem alimentação e ingestão de fluidos e ter recebido atropina durante o procedimento cirúrgico. 
· As causas não infecciosas incluem síndrome de Sjogren, sarcoidose, radioterapia e diversos alérgenos. 
· A glândula afetada exibe aumento de volume e dor, a pele sobrejacente pode apresentar-se quente e eritomatosa. Quando está é massageada observa-se uma drenagem purulenta a partir do orifício do ducto. 
· Na glândula submandibular um aumento persistente pode se desenvolver (tumorde Kuttner), sendo difícil distinguir de uma neoplasia verdadeira. 
· A sialografia exibe dilatação ductal (sialectasia) próxima a área de obstrução.
· Na parotidite crônica, o ducto de Stensen pode mostrar um padrão característico na sialografia conhecido como “em forma de lingüiça”= combinação de dilatações ductais e estreitamento ductal decorrente da formação de cicatrizes. 
· Variações: sialadenite necrosante subaguda e sialadenite crônica e esclerosante.
· Tratamento: antibióticos e reidratação. A drenagem cirúrgica pode ser necessária, se houver abscesso. 
· SIALORREIA:
· Salivação excessiva; condição incomum com diversas causas.
· Algumas causas incluem: Irritação local; próteses removíveis mal adaptadas ou em adaptação; Sistema tampão protetor para neutralizar ácidos do TGI e indivíduos com refluxo grastroesofágico; Raiva; Envenenamento por metais pesados; Medicamentos (ex. clozapina; agonistas colinérgicos usados no tratamento do Alzheimer e miastenia grave).
· Obs.: O escorrimento salivar em pacientes com retardo mental, que sofreram com ressecção da mandíbula ou com desordens neurológicas possuem esse problema devido a falta de controle neuromuscular e não pela superprodução de saliva.
· O escorrimento salivar e engasgos podem estar presentes devido a produção excessiva de saliva.
· Sialorreaia idiopática paroxística: paciente experimenta episódios de hipersalivação que duram de 2 a 5 minutos e estão associados a náusea e dor epigástrica prodrômica. 
· Tratamento: tratamento varia de acordo com grau e causa; fonoaudiólogo; terapêutica medicamentosa (anticolinérgicos); escopolamina transdérmica; injeção glandular de toxina botulínica (duração de 6 meses); Além disso, diversas técnicas cirúrgicas têm sido utilizadas para controle do escorrimento salivar intenso: Realocação dos ductos submandibulares; Realocação dos ductos da parótida; Excisão da glândula submandibular e ligação do ducto da parótida; Ligação dos ductos das glândulas submandibular e parótida; Neurectomia timpânima bilateral com secção da corda do tímpano (xerostomia e perda do paladar). (realocação dos ductos posterior a fossa tonsilar, redirecionando o fluxo e minimizando o escorrimento)
· XEROSTOMIA:
· Sensação subjetiva de boca seca, frequentemente, mas não sempre, associado a hipofunção da glândula salivar. 
 
· Redução da secreção salivar, onde a saliva residual se apresenta de forma espumosa ou espessa, formando fios de saliva. A mucosa parece seca e a luva pode grudar na superfície mucosa. O dorso da língua pode estar fissurado e com atrofia das papilas filiformes. 
· O paciente pode se queixar de dificuldade pra mastigar e deglutir e relatar que os alimentos aderem à mucosa. 
· Alguns pacientes apesar de se queixarem da boca seca apresentam o fluxo salivar normal e lubrificação normal da cavidade oral. O grau de produção salivar pode ser avaliado pela medição do fluxo tanto em repouso quanto estimulado.
· Há aumento da prevalência de candidiase oral nesses pacientes devido a redução da limpeza e atividade antimicrobiana da saliva. Além diss, o paciente pode apresentar suscetibilidade a cárie, especialmente radicular e cervical; “cárie por radiação”; cárie por xerostomia”.
· Tratamento: Tratamento difícil e normalmente não satisfatório. Salivas artificiais; balas sem açúcar que estimulam a salivação; produtos de higiene oral com lactoperoxidase, lisozima e lactoferina (ex. Oralbalance gel) podem ser utilizados. 
Além disso, a Pilocarpina sistêmica é um agonista parassimpaticomimético que pode ser utilizado como sialogogo, em doses de 5 a 10mg, 3 a 4 vezes ao dia. O hidrocloreto de cevimelina, derivado da acetilcolina, também é utilizado como sialogogo. Tanto a pilocarpina quanto a cevimelina são contra-indiciados para pacientes com glaucoma de ângulo agudo.
Recomendação de visitas freqüentes ao dentista com aplicação tópica de flúor e o uso de enxaguatórios bucais com clorexidina são indicados.
· LESÃO LINFOEPITELIAL BENIGNA (SIALADENITE MIOEPITELIAL):
· A lesão linfoepitelial benigna é caracterizada microscopicamente por infiltrado linfocitário em glândulas. Essa lesão está presente na doença de Mikulicz, caracterizada por aumento bilateral indolor, incomum, das glândulas lacrimais e todas as glândulas salivares. 
O aumento da glândula parótida e glândulas lacrimais secundárias a outras patologias (tuberculose; sarcoidose; linfomas) é denominada síndrome de Mikulicz. 
Esses dois termos não são mais usuais, pois se tornaram confusos e ambíguos. 
· A lesão linfoepitelial benigna é um componente da Síndrome de Sjögren. As lesões não associadas a essa síndrome, geralmente, unilaterais e às vezes ocorre em associação a outras patologias como sialolitíase e tumores malignos ou benignos. Na maioria das vezes, acomete a parótida. 
· Usualmente é descrita como: Aumento de volume firme e difuso na glândula afetada, que tem episódios de aumentos de tamanho drásticos. Assintomáticos a dor moderada. 
· Histopatológico: infiltrado linfocitário associado a destruição dos ácinos salivares. As células ductais e mioepiteliais se tornam hiperplásicas, formando grupos característicos de células conhecidos como ilhas epimioepiteliais, dispersos em toda proliferação linfóide.
· Tratamento: Na maioria das vezes, é necessário remoção da glândula envolvida, porém o prognóstico é bom. No entanto, o paciente possui risco de desenvolver linfomas, tanto dentro da glândula afetada quando em localizações extrassalivares. 
· A contraparte maligna dessa lesão chama-se lesão linfoepitelial maligna ou carcinoma linfoepitelial, representa um carcinoma pouco diferenciado de glândula salivar com estroma linfoide proeminente.
· SÍNDROME DE SJÖGREN:
 
· É uma desordem autoimune crônica sistêmica que envolve principalmente glândulas salivares e lacrimais, resultando em xerostomia (boca seca) e xeroftalmia (secura ocular). Os efeitos nos olhos geralmente são chamados de ceratoconjutivite sicca, e a representação xeroftalmia + xerostomia, às vezes, é chamada de síndrome sicca. 
· Há suas formas reconhecidas:
(1) Síndrome de Sjögren primária = síndrome sicca somente; sem nenhuma outra desordem autoimune associada. 
(2) Síndrome de Sjögren secundária = síndrome sicca + outra desordem autoimune que acomete tecido conjuntivo, geralmente artrite reumatóide ou lúpus eritematoso sistêmico. 
· Possui causa desconhecida. Antígenos de histocompatibilidade HLAs são encontrados frequentemente nos pacientes. É uma condição que não é incomum e acomete mais adultos de meia idade e mulheres (9M:1H). 
· O principal sintoma oral é a xerostomia causada pela redução da secreção salivar e sua intensidade varia entre pacientes. A saliva pode apresentar-se espumosa, com perda do reservatório usual de saliva no soalho de boca.
· Os pacientes se queixam de dificuldade pra deglutir, alterações no paladar e dificuldade no uso de próteses removíveis. A língua geralmente está fissurada e as papilas atrofiadas. A mucosa oral pode estar vermelha e dolorida, usualmente como resultado de candidíase secundária.
· Úlceras causadas pelas próteses são comuns e queilite angular também. A falta de limpeza pela saliva causa predisposição à cárie, especialmente cervicais. 
· Alguns pacientes apresentam um aumento firme e difuso das glândulas salivares durante o curso da doença, geralmente, bilateral, indolor ou levemente sensível e pode ser intermitente ou persistente. Quanto maior a gravidade, maior a chance de aumento de volume das glândulas.
· A sialografia revela sialectasia pontual e perda da arborização normal do sistema ductal, padrão chamado de “árvore carregada de frutos, sem galhos”. 
· Ceratoconjutivite sicca descreve a redução da produção de lágrima e o efeito patológico das células epiteliais da superfície ocular. A secreção de mucina continua normal e pode resultar numa secreção mucoide. Sensação de areia, arranhadura ou corpo estranho nos olhos. (Teste de Schirmer)
· A síndrome de Sjögren é sistêmica podendo afetaroutros tecidos, assim causando secura na pele e mucosa como nasal e vaginal. 
· Biópsia das glândulas salivares menores auxilia o diagnóstico. 
· O tratamento é de suporte; uso de lagrima e saliva artificial, por exemplo. 
· SIALADENOSE (SIALOSE):
· Desordem não-inflamatória incomum caracterizada pelo aumento de volume das glândulas salivares, particularmente envolvendo as glândulas parótidas. 
· A condição está frequentemente associada a um problema sistêmico subjacente, que pode ser de origem endócrina (diabetes; acromegalia; hipotereoidismo; gravidez), nutricional (desnutrição; alcoolismo; anorexia; bulimia) e neurogênica (drogas anti-hipertensivas; drogas psicotrópicas; drogas sinpaticomiméticas). 
· Ocorre da desreculação da inervação autônoma dos ácinos salivares, consequentemente, acúmulo excessivo de grânulos secretores com um marcado aumento das células acinares.
· Inchaço de evolução lenta nas glândulas parótidas, que podem ou não ser dolorosas. Geralmente bilateral. Pode ocorrer redução da secreção salivar. Sialografia= “árvores sem folhas”
· Histopatologico: hipertrofia das células acinares, as vezes, 2 a 3x maior que o tamanho normal.
 
· Tratamento: Geralmente insatisfatório devido à necessidade de controle da causa subjacente. Parotidectomia parcial pode ser realizada. A pilocarpina pode ser receitada para redução do aumento da glândula em pacientes bulímicos. 
· HIPERPLASIA ADENOMATOIDE DAS GLÂNDULAS SALIVARES MENORES:
· Condição rara nas glândulas salivares menores, caracterizada por aumento localizado que mimetiza uma neoplasia. 
· Esse pseudotumor acomete comumente palato duro e mole.
· Aumento de volume séssil, indolor, que pode ser macio ou firme à palpação. 
· Histopatológico: agregado lobular com ácinos mucosos com aparência normal, porém em numero maior que o normal.
· Biópsia para estabelecer diagnóstico e após confirmado, nenhum tratamento é indicado, recidiva é incomum. 
· SIALOMETAPLASIA NECROSANTE:
· Condição inflamatória incomum e localmente destrutiva das glândulas salivares, causada por isquemia do tecido glandular que lesa ao infarto local. 
· Fatores predispodentes: Lesões traumáticas; Anestesia loca; Prótese mal adaptada; Infecções do trato respiratório superior; Tumores adjacentes; cirurgias prévias.
· Acomete geralmente o palato e comumente em glândulas menores ou parótida, outros acometimentos são raros.
· Inicialmente é um aumento de volume não-ulcerado, geralmente, associado à dor e à parestesia. Dentro de 2 a 3 semanas o tecido necrótico é perdido, permanecendo uma úlcera crateriforme. Paciente relata como “uma parte do meu palato saiu”
· Histopatológico: Necrose acinar e metaplasia escamosa dos ductos salivares.
· Tratamento: Biópsia. Tratamento sem indicação, autoresolução cicatricial em 5 a 6 semanas.
Tumores de glândulas salivares
· ADENOMA PLEOMÓRFICO (TUMOR MISTO BENIGNO):
· Neoplasia de glândula salivar mais comum, derivada de uma mistura de elementos ductais e mioepiteliais. 
· Aumento de volume firme e indolor de crescimento lento. 
· Acomete qualquer idade, mas comumente, adultos jovens e adultos de meia idade, com leve predileção pelo sexo feminino. 
· O adenoma pleomórfico é também o tumor de glândula salivar menor primário mais comum que se desenvolve na infância.
· A maioria dos adenomas pleomórficos que acometem a parótida estão localizados em lobo superficial, apesar de também poder acometer o lobo profundo abaixo do nervo facial, e se apresentam como aumento de volume sobre o ramo da mandíbula à frente da orelha. A dor e a paralisia são raras. Inicialmente o tumor é móvel, mas sua mobilidade reduz a medida que cresce.
· Algumas lesões crescem medialmente, entre o ramo ascendente e o ligamento estilomandibular, resultando em um tumor com formato de haltere, que se apresenta como um aumento de volume na parede lateral da faringe ou no palato mole. 
· O palato (região postero-lateral) é a localização mais comum, seguida de lábio superior e mucosa jugal, apresentando-se como um aumento de volume de formato arredondado e de superfície lisa, e devido a natureza fortemente aderida da mucosa do palato, esses tumores não serão movéis, diferente de quando em mucosa labial ou jugal. 
· Histopatológico: Tumor tipicamente encapsulado e bem circunscrito, porém essa cápsula pode estar incompleta (comum quando acomete glândula salivar menor) ou exibir infiltração de células tumorais. É composto por uma mistura variável de tumor para tumor de epitélio glandular e células mioepiteiais permeados por um fundo semelhante ao mesênquima. O epitélio forma ductos e estruturas císticas, ou ilhas ou cordões celulares também podem ocorrer. 
Algumas células mioepiteliais são arredondadas e possuem núcleo excêntrico e citoplasma eosinofílico hialinizado, lembrando plasmócitos (céls mioepiteliais plasmocitoides), essas células estão em maior número quando acometem glândulas menores.
Ocasionalmente, os tumores de glândulas salivares podem ser compostos inteiramente de células mioepiteliais, sem elementos ductais, sendo chamados de mioepiteliomas.
· Tratamento: excisão cirúrgica. 
Quando em lobo superficial da parótida, recomenda-se a parotidectomia superficial com identificação e preservação do nervo facial. A enucleação local deve ser evitada, pois o tumor pode não ser completamente removido ou porque a cápsula pode estar violada, resultando na permanência de células no leito tumoral. Para tumores profundos, a parotidectomia total geralmente é necessária, se possível, com preservação do nervo facial. 
Quando acomete glândula submandibular a remoção total da glândula + tumor é indicada. 
Os tumores do palato duro geralmente são excisados abaixo do periósteo, incluindo mucosa sobrejacente.
Em outras localizações, a enucleação é feita facilmente com incisão local. 
· ONCOCITOMA (ADENOMA OXIFÍLICO):
· Tumor benigno de glândulas salivares composto por células epiteliais conhecidas como oncócitos, que possuem em seu citoplasma granular um acúmulo excessivo de mitocôndrias. Acometem usualmente idosos. 
· Ocorrem em glândulas salivares maiores, principalmente parótida. Extrmamente raro em glândulas salivares menores. 
· Aumento de volume, firme à palpação, indolor e de crescimento lento.
· Os oncocitos de parótida acometem o lóbulo superficial sendo indistiguivel clinicamente de outros tumores benignos.
· Histopatológico: bem circunscrito composto por lençóis de grandes células poliédricas (oncócitos) com abundante citoplasma eosinofílico granular. 
· Tratamento: excisão cirúrgica. Em glândula parótida, parotidectomia parcial.
· ONCOCITOSE (HIPERPLASIA ONCOCÍTICA NODULAR):
· A metaplasia oncocítica é a transformação das células ductais e acinares em oncócitos. O termo oncositose refere-se a proliferação e acúmulo de oncócitos dentro das glândulas salivares. 
· Acomete frequentemente a glândula parótida. Pode ser um achado ou produzir volumes detectáveis clinicamente. 
· Geralmente a proliferação é multifocal e nodular, mas algumas vezes toda glândula pode ser substituída por oncócitos. (hiperplásica difusa). 
· Histopatológico: coleção nodular focal de oncócitos dentro da glândula. Citoplasma claro devido ao acumulo de glicogênio. 
· Sem tratamento necessário e prognóstico excelente.
· TUMOR DE WARTHIN (CISTADENOMA PAPILAR LINFOMATOSO):
· Neoplasia benigna que ocorre quase exclusivamente em glândula parótida. 
· Geralmente se apresenta como uma massa nodular indolor e de crescimento lento na glândula parótida, mais frequentemente, a cauda da parótida, próximo ao ângulo da mandíbula. 
· Uma característica única é a tendência de acometimento bilateral. A maioria não ocorre simultaneamente, mas não metacrônicos (momentos distintos).
· Adultos idosos; negros; sexo masculino (10H:1M).
· Histopatológico: Cistadenoma papilífero. Mistura de epitélio ductal e estroma linfóide. O epitélio é de natureza oncocítica, formando fileiras uniformes e células que circundam espaços císticos. 
· Tratamento: Remoção cirúrgica, ressecçãolocal com o mínimo de tecido circunjacente ou parotidectomia superficial para evitar violação da cápsula (uma boa opção para diagnóstico incerto)
· ADENOMA CANALICULAR:
. 
· Tumor incomum que acomete quase exclusivamente glândulas salivares menores.
· Marcante predileção pelo lábio superior, sendo o primeiro ou segundo tumor mais comum (junto com o adenoma pleomórfico) do lábio superior. Também acomete mucosa jugal.
· Idosos; sexo feminino.
· Apresenta-se como aumento de volume indolor de crescimento lento que usualmente varia de alguns mma 2 cm. Pode ser firme ou levemente flutuante e a mucosa sobrejacente pode estar azulada ou normocrômica.
· Histopatológico: Padrão microscópio monomórfico, caracterizado por padrões compostos por uma única camada de células epiteliais colunares ou cuboidais com núcleo intensamente basofílico. As células colunares dispostas uniformes formam estruturas ductais semelhantes a canais. 
· Tratamento: Excisão cirúrgica local. Recidiva incomum, e pode representar natureza multifocal.
· CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE:
· É uma das neoplasias malignas de glândula salivar mais comum e possui potencial biológico altamente variável. 
· Acomete ampla faixa etária e é a neoplasia de glândula salivar mais comum em crianças. 
· É mais comum na glândula parótida e usualmente se apresenta como aumento de volume assintomático. Pode se desenvolver dor ou paralisia do nervo facial, geralmente em associação a tumores de alto grau. 
· As glândulas salivares menores é a segunda localização mais comum, especialmente palato. Esses também se apresentam como aumentos de volume assintomáticos, que algumas vezes são flutuantes e exibem coloração azulada ou vermelha, que podem ser confundidos clinicamente com a mucocele. 
· Outros sítios acometidos são: lábio inferior, soalho de boca, língua e região retromolar (carcinoma mucoepidermoide é o tumor de glândula salivar mais comum nesses locais).
· Histopatológico: Composto por uma mistura de células produtoras de muco e células epidermóides. As células mucosas apresentam formato variado e citoplasma espumoso que cora positivo com colorações de mucina. As células epidermóides se assemelham as células escamosas, geralmente em formato poligonal, pontes intercelulares e, raramente, ceratinização. É típica a presença de uma célula intermediária que variam de aparência. Possuem 3 graus histopatológicos com os seguintes critérios: (1) quantidade de formação cística; (2) grau de atipia celular; (3) número relativo de células mucosas, epidermóides e intermediárias.
· Tratamento e prognóstico: Tratamento é determinado pela localização, grau histopatológico e estágio clínico do tumor. Tumores em estágio precoce em parótida: parotidectomia subtotal com preservação do nervo facial; Tumores avançados: Remoção total da glândula, com remoção do nervo facial. Em glândulas menores: excisão cirúrgica com margem de segurança. Prognóstico de acordo com o estadiamento. Raramente, o tumor acomete glândula submandibular e esses casos possuem pior prognóstico.
· CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE INTRAÓSSEO (CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE CENTRAL):
· Tumor de glândula salivar intraósseo mais comum e mais bem conhecido. A patogênese é incerta, mas a mais provável é sua origem a partir do epitélio odontogênico. Além disso, muitos carcinomas mucoepidermoides desenvolvem-se em associação com um dente impactado ou com um cisto odontogênico. 
· Adultos de meia idade; leve predileção pelo sexo feminino; 3x mais comum em mandíbula do que em maxila e são mais frequentemente encontrados em área de pré molares e ramo mandibular.
· O sintoma mais freqüente é o abaulamento da cortical, embora algumas lesões podem ser descobertas como um achado acidental em radiografias. 
· Radiografia: Radilucidez uniloculada ou multiloculada, com margens bem definidas. No entando, quando há destruição óssea, a área acometida pode apresentar-se irregular e indefinida. 
· Tratamento e prognóstico: Cirurgia e, às vezes, radioterapia adjuvante. A ressecção cirúrgica radical é a melhor opção. De forma geral, o prognóstico é bom. 
· ADENOCARCINOMA DE CÉLULAS ACINARES:
· É uma neoplasia de glândulas salivares com células que exibem diferenciação acinar serosa. Em geral, possui comportamento não agressivo e um bom prognóstico (malignidade de baixo grau).
· Localização mais comum é a glândula parótida. Acomete ampla faixa etária e possui predileção pelo sexo feminino.
· Usualmente se apresenta como um aumento de volume de crescimento lento. A lesão está presente por meses ou anos antes do diagnóstico. O tumor pode ser assintomático, mas algumas vezes dor e sensibilidade são relatados. 
· Tratamento: Quando em lobo superficial da parótida é realizado lobotomia, quando em lobo profundo realiza-se a parotidectomia total. Quando acomete glândula submandibular a remoção total da glândula é necessária e em glândulas menores realizado excisão cirúrgica com margem de segurança.
· TUMORES MALIGNOS MISTOS (CARCINOMA EX-ADENOMA PLEOMÓRFICO; CARCINOMA EX-TUMOR MISTO; CARCINOSSARCOMA; TUMOR MISTO METASTIZANTE):
· Os tumores malignos mistos são a contraparte maligna do tumor benigno misto ou adenoma pleomórfico. São neoplasias incomuns de glândula salivar e podem ser divididos em 3 categorias: (1) Carcinoma ex-adenoma pleomórfico (carcinoma ex-tumor misto); (2) Carcinossarcoma; (3) Tumor misto metastizante.
· Carcinoma ex-adenoma pleomórfico:
- Mais comum; caracterizado pela transformação maligna do componente epitelial de um adenoma pleomórfico benigno prévio.
- Adultos de meia idade e idosos. 80% em glândulas salivares maiores, especialmente parótida. Quando em glândula salivar menor, acomete principalmente palato.
- Pacientes podem relatar um aumento de volume presente há anos, que recentemente teve crescimento rápido, com dor e ulceração. 
· Carcinossarcoma:
- Tumor misto raro com presença de ambos os componentes, carcinomatoso e sarcomatoso;
- A maioria dos casos é em parótida, mas também acomete glândula submandibular e glândulas menores;
- Apresentação clínica semelhante ao carcinoma ex-adenoma pleomórfico.
- Pode ou não ter história prévia de adenoma pleomórfico. 
· Tumor misto metastizante:
- Características histopatológicas idênticas ao adenoma pleomórfico e apesar da aparência benigna, a lesão metastiza. 
- A maioria dos casos é em parótida, mas também acomete glândula submandibular e glândulas menores;
- A maioria dos pacientes exibe história de adenoma pleomórfico. O tumor primária pode recidivar muitas vezes antes que ocorra a metástase. 
· Tratamento: excisão cirúrgica radical.
· CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO:
· É uma das neoplasias malignas de glândula salivar mais comum e mais bem reconhecida. Termo antigo: cilindroma.
· A maioria dos casos ocorre em glândula salivar menor, especialmente palato. Os demais são encontrados em glândula parótida ou submandibular. 
· Apresenta-se como um aumento de volume lento. A dor é um achado clínico comum e importante, porque ocorre na fase precoce da doença (dor inespecífica, constante e de baixo grau que aumenta gradativamente). 
· Quando em palato, pode apresentar uma superfície lisa ou ulcerada. Quando em parótida pode causar paralisia do nervo facial. 
· Os tumores que se originam no palato ou no seio maxilar geralmente exibem características radiográficas de destruição óssea. 
· Histopatológico: Composto por uma mistura de células mioepiteliais e células ductais que podem apresentar um arranjo variável: (1)cribiforme; (2) tubular; (3)sólido; esses arranjos podem se misturar e, dessa forma, são classificados com base no padrão proeminente. Possui tendência a invasão perineural.
· Tratamento: O carcinoma adenóide cístico tende a recidiva local e eventual metástase a distancia. Em geral, realiza-se excisão cirúrgica e a radioterapia. 
· ADENOCARCINOMA POLIMORFO DE BAIXO GRAU (CARCINOMA LOBULAR; CARCINOMA DO DUCTO TERMINAL):
· Neoplasia de glândula salivar mais recentemente descoberta e é um dos tumores malignos de glândulasalivar menor mais comum. 
· Quase exclusivo de glândulas salivares menores. Sítios mais acometidos: Palato duro e mole; lábio superior; mucosa jugal. Prevalência maior em idosos e mulheres. 
· Apresenta-se comumente como aumento de volume indolor, que pode estar presente há um longo período, com crescimento lento. O tumor pode erodir ou infiltrar o osso subjacente. 
· Tratamento: excisão cirúrgica ampla, algumas vezes incluindo a ressecção do osso subjacente.

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