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• É uma doença altamente prevalente principalmente na população acima dos 60 anos, e que leva a alterações na funcionalidade dos indivíduos pode limitar a mobilidade, tem alto impacto social e econômico para a vida das pessoas acometidas e para o sistema de saúde. • Com os avanços recentes nos conhecimentos advindos das técnicas de estudos moleculares, principalmente na fisiopatogenia da OA, houve uma alteração no conceito dessa doença antes acreditava tratar-se de uma doença progressiva, de evolução arrastada, sem perspectivas de tratamento atualmente é considerada como insuficiência da articulação, com o comprometimento de todas as estruturas que a formam. • É encarada como uma doença na qual é possível modificar o seu curso evolutivo, tanto em relação ao tratamento imediato quanto ao seu prognóstico. • EPIDEMIOLOGIA: Em relação aos aspectos epidemiológicos, acredita- se que cerca de 85% da população geral apresenta evidências radiográficas de OA por volta dos 65 anos de idade. • Distribui-se igualmente entre homens e mulheres, quando todas as idades são analisadas no entanto, quando analisamos os grupos de idade superior aos 55 anos, as mulheres são mais afetadas e parecem desenvolver uma doença mais grave, provavelmente associada aos hábitos corporais ou mesmo à predisposição genética. • A OA pode também variar em relação ao grupo étnico, mas esta variação parece ser mais relacionada a diferenças ocupacionais e mesmo culturais entre as diversas raças por exemplo, o achado recente de que chineses apresentam menor prevalência de OA de mãos, quando comparados com caucasoides americanos. • A predisposição genética envolve principalmente as formas nodais de OA de mãos e algumas formas de OA primária generalizada o padrão de herança parece ser autossômico dominante com expressão variável (ou seja, a doença aparece em todas/quase todas as gerações da família). • ETIOLOGIA: Vários fatores podem estar envolvidos na etiologia da OA, como idade, predisposição genética (principalmente a das articulações interfalangeanas distais), traumas, estresse repetitivo, algumas ocupações, obesidade, alterações na morfologia da articulação, instabilidade articular e alterações na bioquímica da cartilagem articular. • Embora se observe uma forte associação entre OA e idade, essa enfermidade não é, como sempre se acreditou, uma consequência natural do envelhecimento. • Alterações bioquímicas na matriz cartilaginosa podem ocorrer com a idade, mas se sabe que elas são diferentes daquelas que se observam na cartilagem osteoartrítica no entanto, com as mudanças do envelhecimento a cartilagem está mais sujeita a desenvolver aquelas próprias da OA, principalmente se outros fatores etiológicos, como obesidade, desvios de curvatura de membros inferiores e etc, estiverem presentes. • Articulações que tenham sofrido traumas prévios, como fraturas, ruptura de ligamentos e alterações traumáticas de meniscos, também estão mais sujeitas a apresentarem OA em idades mais avançadas. • Articulações expostas a traumas repetitivos ocupacionais, como aquelas das bailarinas ou dos atletas profissionais, também estão associadas com maior frequência de OA. • A obesidade vem ganhando maior destaque entre os fatores desencadeantes da enfermidade o excesso de peso no desenvolvimento da OA de joelhos e também em relação à enfermidade no quadril há evidências de que o mecanismo pelo qual o excesso de peso pode levar a osteoartrite esteja relacionado ao aumento da força sobre as articulações e a fatores sistêmicos presentes na circulação de pessoas obesas chamadas adipocinas. • Qualquer alteração da conformação normal da articulação, ou a instabilidade articular, pode aumentar o risco de surgimento de OA na articulação afetada, incluindo artropatias inflamatórias (artrite reumatoide, gota, pseudogota), diátese hemorrágica (hemofilia), condições metabólicas que afetam as articulações (hemocromatose, ocronose), necrose asséptica com alteração do contorno ósseo, distúrbios neurológicos associados a sensação alterada e propriocepção ao redor da articulação. • FISIOPATOGENIA: A cartilagem articular normal é composta por fluido intersticial, elementos celulares e moléculas da matriz extracelular cerca de 70% é constituída por água e essa porcentagem aumenta com a progressão da OA. • As células presentes na cartilagem são os condrócitos, e as moléculas que compõem a matriz cartilaginosa são sintetizadas por eles, dentre elas as proteínas elas são representadas principalmente pelos diferentes tipos de colágenos (principalmente do tipo II), que é abundante e específico da cartilagem; a elastina e a fibronectina; e também os complexos polissacarídeos (proteoglicanos são os mais importantes, especialmente o agrecano). • Essa composição é que confere à cartilagem suas propriedades de reversibilidade às deformidades e elasticidade sua função é absorver impactos sobre a articulação e permitir um deslizamento suave entre as duas extremidades ósseas justapostas. • A patogenia da OA envolve os processos de destruição e reparação da cartilagem, sendo a remodelação um processo contínuo na cartilagem normal os elementos da matriz são constantemente degradados por enzimas autolíticas e repostas por novas moléculas pelos condrócitos na OA este processo é alterado; consequentemente, há um desequilíbrio entre a formação e a destruição da matriz. • Na OA, os condrócitos têm papel-chave no equilíbrio entre a produção e a degradação da matriz cartilaginosa e, por consequência, da manutenção da função da cartilagem eles são responsáveis pela síntese dos elementos da MEC (matriz extracelular), mas também pela produção das enzimas proteolíticas que a quebram, as metaloproteinases (MMP), além das agrecanases, a desintegrina e metaloproteinase com trombospondina-4 e 5 (ADAMTS) liberam citocinas pró-inflamatórias, como a IL-1β e o TNF-α, e fatores de crescimento, como o TGF-β. • Normalmente, a produção e a destruição da matriz encontram-se em perfeito equilíbrio quando fatores mecânicos, induzindo o aumento da expressão de citocinas inflamatórias, e biológicos atuam rompendo este equilíbrio, com predomínio da destruição, surge então a AO, por isso ela é considerada como resultante da quebra desse equilíbrio. • No líquido sinovial os novos elementos sintetizados são mecanicamente inferiores aos originais e, portanto, mais suscetíveis às lesões. • O processo pode ser iniciado por uma série de eventos que levam à alteração da função do condrócito, com fortes evidências de que os estímulos aos condrócitos seriam ocasionados por citocinas próinflamatórias, especialmente a IL-1β e o TNF-α, dentre outros elementos pró-inflamatórios, e que, por meio de diferentes vias de sinalização intracelular, provocariam ativação de diferentes genes, de maneira errática e por mecanismos epigenéticos complexos. • Com isso, os condrócitos liberam enzimas proteolíticas (proteinases neutras, catepsina e metaloproteinases), que degradam os elementos da matriz cartilaginosa, levando a um adelgaçamento da cartilagem e a uma deterioração da sua qualidade mecânica. • A velocidade de liberação dessas enzimas e a consequente destruição das moléculas da matriz são significativamente maiores na cartilagem osteoartrítica do que na cartilagem normal a perda da força de tensão para suportar cargas leva à transmissão de uma força maior aos condrócitos e ao osso subcondral os condrócitos sob ação dessas forças liberam mais enzimas proteolíticas. • O osso subcondral desenvolve microfraturas, causando endurecimento e perda da reversibilidade à compressão alguns produtos resultantes da quebra da cartilagem e dos proteoglicanos podem estimular a resposta inflamatória, perpetuando o ciclo destrutivo. • Embora a degeneração da cartilagem caracterize a OA, há evidênciasde que as alterações na OA também envolvem a participação da membrana sinovial, principal fonte de citocinas pró-inflamatórias, e do osso subcondral. • A esclerose do osso subcondral parece ser mais intimamente relacionada com início ou progressão da OA do que meramente uma consequência da doença. • Evidências clínicas e laboratoriais mostram que o metabolismo do osso subcondral está alterado na OA, provavelmente decorrente do comportamento anormal dos osteoblastos nessa região tal anormalidade aliada ao estresse químico e mecânico leva ao aumento da formação óssea na área, elevando a pressão mecânica na cartilagem de articulações de carga e promovendo maior deterioração e surgimento de erosões. • Além disso, o papel de mediadores locais produzidos pelos osteoblastos (como o sistema do fator de crescimento insulina-like (IGF) e o ativador de plasminogênio/plasmina) também são importantes. • Na OA, a IL-1β e o TNF-α, bem como as metaloproteinases (MMP) e agrecanases, notadamente as ADAMTS-4 e 5, desempenham um papel central na intermediação dos seus mecanismos fisiopatogênicos e têm sido alvo do desenvolvimento de moléculas que podem bloqueá-las, particularmente as últimas, mas que, no entanto, até o momento, os resultados não são muito animadores. • Mais recentemente, a participação de alterações ligadas à imunidade inata também foi incluída como mediadora no surgimento da OA. • QUADRO CLÍNICO: A OA apresenta início insidioso, lento e gradualmente progressivo ao longo de vários anos, principalmente nas articulações de carga, na coluna e nas mãos. • O acometimento dos punhos, cotovelos e ombros são pouco frequentes, e a sua ocorrência deve sugerir outras causas, salvo se houver história de trauma prévio ou qualquer outro fator predisponente. • Os pacientes descrevem uma dor mecânica nas articulações envolvidas, isto é, a dor aparece quando se movimenta a articulação, desaparecendo ao repouso. • Naqueles que apresentam as queixas há mais tempo, a melhora ao repouso pode não ocorrer, tornando-se presente tanto no repouso quanto na movimentação. • Esse ritmo de dor diferencia as queixas da OA daquelas apresentadas pelos pacientes com artrite reumatoide (AR), em que a dor frequentemente melhora com a movimentação articular. • Nos casos clássicos de OA, os pacientes queixam-se apenas de dor, sem relato de edema, eritema ou aumento da temperatura articular. • Com o tempo, no entanto, os indivíduos acometidos pela OA podem apresentar alargamento ósseo e diminuição dos movimentos articulares rigidez matinal ou após período prolongado de inatividade pode ocorrer, porém, sua duração é curta e raramente ultrapassa 30 min, diferentemente do que se observa nos pacientes com AR. • Queixas de crepitações e estalidos durante a movimentação podem ocorrer e piorar com a perda progressiva de cartilagem. • OSTEOARTRITE DE COXOFEMORAL: A OA de coxofemoral é muito incapacitante, e a sua prevalência é variável em indivíduos com mais de 55 anos, sem diferenças em relação ao sexo. • A dor local pode ser acompanhada de pontos dolorosos nas pregas do glúteo maior ou na região inguinal, podendo irradiar-se por dentro, ao longo da musculatura adutora da coxa, na face interna, ou externamente pelo tensor da fáscia lata até o joelho. • Há pacientes que, no início do quadro, podem apresentar apenas dor com joelho, no exame normal, ao contrário do exame do quadril, onde observa intensa limitação aos movimentos, principalmente os de abdução à marcha, nota-se contratura em flexão, rotação externa e adução. • Discreta assimetria entre os membros pode ser observada (lado comprometido é discretamente menor que o lado são). • Com a progressão da doença, observa-se perda da rotação interna, diminuição da abdução e flexão em casos muito avançados, flexão antálgica da coxa (posição feita para minimizar a dor) e atrofia de quadríceps podem estar presentes. • OSTEOARTRITE DE JOELHOS: Há consenso de que os joelhos são as articulações mais acometidas pela OA, com maior incidência entre as mulheres. • O surgimento da OA de joelhos se associa fortemente a distúrbios biomecânicos dos membros inferiores, principalmente, o varismo e o valgismo de joelhos, além de outros fatores de risco. • Como na OA de coxofemoral, o quadro é marcado por dor de início insidioso e progressivo. • A dor é mecânica, difusa pela articulação, com intensidade variável, não raro acompanhada por aumento de volume e temperatura, mas sem apresentar rubor o indivíduo relata piora ao subir escadas ou levantar-se de uma cadeira. • Às vezes, a dor é mais localizada, podendo indicar a associação com acometimentos periarticulares, como a tendinite de joelhos. • OSTEOARTRITE DE MÃOS: A história familiar é de grande importância nesta forma de OA, que tem maior ocorrência entre indivíduos de uma mesma família, principalmente entre as mulheres. • O acometimento mais frequente ocorre nas articulações distais dos dedos, de forma assimétrica, com predomínio dos dedos mínimo e indicador, seguidos pelo médio e o anular. • Caracteriza-se por dor mecânica e dificuldades nos movimentos rigidez matinal pode acompanhar a dor; porém, raramente ultrapassa 30 min de duração. • Nas interfalangeanas distais (IFD), causa um alargamento ósseo com sinovite pouco intensa (nódulo de Heberden), duros à palpação. • O acometimento das articulações interfalangeanas proximais (IFP) pode ocorrer depois do das IFD provoca o alargamento ósseo (nódulos de Bouchard) com as mesmas características palpatórias, raramente ocorrendo antes dos nódulos de Heberden e geralmente com mais sinais inflamatórios. • Podem evoluir de forma silenciosa, mas se tornam incapacitantes com frequência, por levarem a subluxações e limitações acentuadas da flexoextensão dos dedos e do movimento de apreensão das mãos. • Uma forma de OA inflamatória ou erosiva envolvendo as IFP e IFD simultaneamente – que pode evoluir para a destruição articular e, ocasionalmente, para anquilose, e que em muito se assemelha à artrite reumatoide ou à artrite da psoríase, embora não haja outras articulações acometidas e as alterações radiológicas sejam compatíveis com as da OA – foi descrita por Crain em 1961 e é conhecida como osteoartrite erosiva ou doença de Crain. • LOCALIZAÇÕES MENOS FREQUENTES DE OSTEOARTRITE: • OSTEOARTRITE DE ARTICULAÇÕES TEMPOROMANDIBULARES: A OA de articulações temporomandibulares (ATM) caracteriza-se por crepitação palpável, audível, despertada pela mastigação, que às vezes pode até estar limitada por espasmos da musculatura. • No início, a dor se localiza no ângulo da mandíbula e da região temporoparietal e, eventualmente, na região zigomática tem forte relação com má oclusão dentária (mordida errada), o que pode ser verificado por assincronismo e desvio da mandíbula ao abrir e fechar a boca. • Na OA intensa desta região, pela relação anatômica com faringoglosso, auriculotemporal, dura-máter e corda do tímpano, pode ocorrer dor parietotemporal, zumbido e, esporadicamente, surdez e hemianopsia do lado acometido, constituindose na síndrome de Costen, cujo tratamento envolve a correção da má oclusão, geralmente com o uso de próteses. • OSTEOARTRITE DE OMBROS: A prevalência da OA de ombros varia entre 5 e 10% dos indivíduos com mais de 50 anos a articulação acromioclavicular é a mais afetada. 40 a 60% dos trabalhadores braçais, como os da construção civil, com mais de 50 anos, apresentam lesões de OA desta articulação à radiografia. • OSTEOARTRITE DOS PÉS: Nos pés, o acometimento por OA mais frequente é o que ocorre no primeiro metatarso falangeano o acometimento radiológico pode ser visto em 10% de indivíduos com idade entre 20 e 34 anos e em 44% após os 80 anos. • OSTEOARTRITE DA COLUNA CERVICAL E LOMBAR (ESPONDILOSES CERVICAL E LOMBAR): A OApode acometer também a coluna vertebral, principalmente os segmentos cervical e lombar, diferentemente da AR que geralmente poupa o segmento lombar. • A compressão de raízes nervosas pode ocorrer secundariamente ao envolvimento da coluna o paciente pode queixar-se de dor irradiada para as extremidades, acompanhada por parestesias e diminuição focal de força muscular, respeitando os dermátomos da raiz lesada. • A espondilose cervical afeta virtualmente todas as pessoas com mais de 50 anos. • Os sintomas e sinais são divididos em cinco categorias que frequentemente se sobrepõem: 1- envolvimento das articulações ou das estruturas intra ou extra-articulares, com manifestações clínicas; envolvimento das vias nervosas, principalmente as raízes (posteriormente); compressão medular ou mielopatia; envolvimento da artéria vertebral pelo processo osteoartrítico, principalmente nas porções superiores, ao nível atlas- axis-occipital; e acometimento esofágico. • As crises ocorrem cerca de uma vez ao ano, a partir de 35 a 40 anos até 55 a 60 anos, quando então se tornam gradativamente mais frequentes. • A paciente desperta com dor de forte intensidade em uma das faces do pescoço, algumas vezes com movimentos limitados, podendo ocorrer torcicolo agudo que pode persistir por 2 a 3 dias, com recuperação lenta. • A dor causada por envolvimento articular é mais frequente nas porções superiores do segmento cervical, enquanto a dor secundária a discopatia (disco lesionado – ele que amortece a pressão entre os ossos da coluna) geralmente é procedente das regiões inferiores. • A dor, geralmente intensa, pode ser referida nas regiões occipital, retro- orbitária e frontal é pior pela manhã e se associa à sensação de rigidez, tornando a rotação cervical mais difícil. • A dor por compressão de raiz geralmente é unilateral, de intensidade moderada a intensa e pode ocorrer após os 35 anos é pior à noite e acompanha-se de parestesias nas mãos. • A dor no braço pode persistir por mais de 2 meses, sendo o seu pico nas primeiras 2 a 3 semanas; após esse período a intensidade diminui. • Quando a protrusão discal ocorre bilateralmente, a dor ocorre em ambos os membros, com parestesias também bilateralmente. • A protrusão central pode comprimir o ligamento longitudinal posterior e a dura-máter, tornando-se aderente, fibrótica, causando uma dor contínua, bilateral que vai do occipício até a escápula. • A protrusão discal bilateral ocorre primariamente em pacientes com 60 anos ou mais. Movimentos se tornam restritos com a flexão preservada, com limitação de flexão lateral, extensão e rotação. • Diminuição de movimentos sem concomitância de dor geralmente está associada à OA. • A compressão manual das articulações zigoapofisárias também causa dor a OA das articulações zigoapofisárias, atlantoaxial e atlanto-occipítal podem levar ao surgimento de contratura dos ligamentos. • As características radiológicas da espondilose cervical, incluindo a zigoapofisária e a do processo uncinado, mostram aumento da densidade óssea, graus variados de condro-osteofitose, irregularidades do espaço articular e, algumas vezes, pseudocistos. • O acometimento da coluna lombar pode levar à estenose do canal vertebral (estreitamento dos espaços abertos na coluna), cuja história característica é de claudicação do membro inferior a dor pode ocorrer com a deambulação (andar), persiste durante as paradas e no movimento de levantar- se de uma cadeira contudo, na posição sentada e com a flexão anterior da coluna, a dor melhora sensivelmente esta claudicação (comprometimento da capacidade de caminhar) difere da clássica claudicação vascular, na qual a dor melhora com o repouso e em posição ortostática. • LABORATÓRIO E OUTROS PROCEDIMENTOS DIAGNÓSTICOS: Os exames laboratoriais geralmente são de pouca utilidade para o diagnóstico de OA. • Provas de fase aguda da inflamação (ex: velocidade de hemossedimentação (VHS) e PCR), hemograma e testes bioquímicos em geral são normais a solicitação de “perfil reumatológico” não é indicada. • A investigação radiológica é fundamental não só no diagnóstico da OA, mas também na avaliação do grau de comprometimento articular os principais achados radiológicos incluem diminuição do espaço articular, esclerose do osso subcondral, cistos subcondrais e osteófitos. • As erosões geralmente não são observadas na OA, exceto nas formas com sinais clínicos de inflamação. • A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética da coluna podem ser indicadas em pacientes que apresentem sinais ou sintomas de compressão de raiz nervosa elas também são úteis no diagnóstico da estenose do canal vertebral que pode se associar à osteoartrite da coluna lombar. • Há em andamento pesquisas para validar alguns produtos da degradação da cartilagem, como o colágeno do tipo II, os quais podem ser mensurados na urina e no sangue, como é o caso da proteína oligomérica da matriz cartilaginosa como possíveis marcadores a serem usados futuramente, tanto para o diagnóstico como para acompanhamento da doença, e também para avaliar novas terapias em desenvolvimento. • O aprimoramento dos métodos de captação de imagem por meio da ressonância magnética pode vir a tornar-se um importante instrumento no manejo dessa enfermidade. • TRATAMENTO: A OA é uma doença crônica, com múltiplos fatores envolvidos na sua patogenia, por isso, o seu tratamento deve ser multidisciplinar e buscar não só a melhora clínica, mas também a mecânica e funcional. • Deve-se sempre procurar envolver os pacientes o máximo possível a fim de se alcançar sucesso para isso, é de vital importância a educação, levando- os a conhecer e entender o diagnóstico, o prognóstico e as opções terapêuticas. • Na OA é de grande importância a preservação da cartilagem e, dessa forma, dos movimentos articulares assim, a Sociedade Brasileira de Reumatologia propôs o Consenso Brasileiro de Tratamento da Osteoartrite, em que o tratamento é analisado sob três diferentes aspectos: não farmacológico, farmacológico e cirúrgico. • TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: Além dos aspectos de educação e envolvimento dos pacientes no seu tratamento, que se enquadram nesta modalidade, atividades esportivas moderadas com monitoramento profissional adequado e orientações quanto à ergonomia ocupacional e doméstica são fundamentais no tratamento da OA. • Da mesma forma, têm importância os exercícios terapêuticos (fisioterapia), com destaque para os exercícios de reforço muscular, a melhora do condicionamento físico global, o uso de órteses e equipamentos de auxílio à marcha e o uso crescente de agentes físicos como a termo e a eletroterapia analgésicas. • É importante recomendar a pratica de exercícios físicos e ter uma alimentação saudável e equilibrada também. • TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: O uso de analgésicos, como o paracetamol em doses efetivas (3 a 4 g/dia) nos casos de OA leve ou moderada iniciais, está indicado como primeira escolha no tratamento da AO importante verificar se o paciente não apresenta hepatopatia, quando então o paracetamol não poderá ser utilizado. • Evidências recentes mostram que a dose preconizada pela maior parte das diretrizes mundiais pode causar efeitos colaterais no sistema digestório semelhantes aos verificados com o uso dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINE). • Tanto os inibidores seletivos de COX-2 quanto os não seletivos acompanhados de proteção gástrica, são indicados nos casos em que há inflamação clínica evidente, ou nos que não apresentaram resposta aos analgésicos. • Nos casos de dor intensa ou de má resposta, ou ainda de contraindicação aos AINE (anti-inflamatório não esteroide), o uso de opioides naturais ou sintéticos torna-se uma alternativa. • AINE e capsaicina podem ser utilizados topicamente, principalmenteem OA de mãos. • Alguns fármacos têm sido utilizados como sintomáticos de ação duradoura e apresentam potencial ação modificadora da evolução da doença, embora isso ainda necessite de maior número de evidências dentre esses fármacos, no mercado brasileiro são encontrados o sulfato de glucosamina, utilizado na dose de 1,5 g/dia isoladamente ou associado ao sulfato de condroitina na dose de 1,2 g/dia, com evidências crescentes em relação à sua ação analgésica e possível ação de preservação da cartilagem. • Também a hidroxicloroquina vem sendo utilizada com resultados animadores. • O uso intraarticular de derivados do ácido hialurônico está indicado em OA dos joelhos graus II e III, embora o custo desses medicamentos ainda seja alto para a maioria da população brasileira. • A infiltração com corticosteroide, particularmente com a triancinolona hexacetonida, pode ser indicada como primeiro tratamento quando os sinais inflamatórios forem muito exuberantes. • TRATAMENTO CIRÚRGICO: A opção final de tratamento para a OA é o cirúrgico procedimentos cirúrgicos podem incluir a osteotomia, o desbridamento artroscópico, a artrodese (fusão) e as artroplastias. • A osteotomia é um procedimento que deve ser feito precocemente em pacientes selecionados e pode ter função profilática em pacientes que apresentam queixas, mas ainda sem alterações radiográficas, com o objetivo de corrigir eventuais desvios do eixo articular. • Pode ainda ser terapêutica, quando em pacientes com alterações clínicas e radiográficas, feita para alterar o eixo de alinhamento do membro afetado e deslocar a carga para outra região da superfície articular. • O desbridamento artroscópico, embora ainda muito utilizado, tem tido seus efeitos benéficos contestados. • A artrodese, particularmente em OA de tornozelos resistente ao tratamento conservador, pode ser indicada. • A indicação de artroplastia, ou substituição da articulação afetada por próteses, vem crescendo acentuadamente no mundo ela promove acentuada redução da dor e melhora funcional, e deve ser indicada sempre que outros procedimentos falharem.
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