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Menopausa e Climatério

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• A menopausa é um evento fisiológico que representa a interrupção 
definitiva da ovulação resultante da perda da função folicular ovariana em 
consequência do envelhecimento é reconhecida após 12 meses de 
amenorreia. 
• O climatério representa um período de transição caracterizado por 
modificações endocrinológicas, biológicas e clínicas no organismo feminino e 
pela contínua falência da função ovariana na ausência de causa patológica, 
resultando na perda definitiva da capacidade reprodutiva da mulher. 
• As etapas da vida reprodutiva feminina são regidas pela função ovariana 
e sua produção hormonal é dividida em três principais categorias: reprodutiva, 
transição menopausal e pós-menopausa o marco zero é representado pela 
menopausa. 
• Com base nessas etapas, em 2001 (revisado em 2011) foram 
estabelecidos critérios para auxiliar o diagnóstico e tentar uniformizar a 
nomenclatura utilizada em âmbito mundial. 
 
• As mudanças no ciclo menstrual são a base para cada estágio reprodutivo 
os critérios de apoio e sintomatologia não são usados como diagnóstico, com 
exceção das pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), falência 
ovariana primária e mulheres histerectomizadas e/ou ooforectomizadas (não tem 
os ovários), já que nesses casos as alterações do ciclo são inerentes a condições 
clínicas específicas. 
• A produção de folículos ovarianos pelas mulheres inicia a partir da oitava 
semana de vida intrauterina por meio da rápida multiplicação mitótica das células 
germinativas o envelhecimento do sistema reprodutivo inicia-se pouco tempo 
depois, ativando o processo de apoptose celular após atingir o número máximo 
de folículos primordiais – cerca de sete milhões – por volta da 20ª semana de 
gestação. 
• Até o nascimento, cerca de 70% do pool folicular será perdido devido a 
esse processo e, ao chegar à puberdade, fase em que os ovários se tornarão 
funcionalmente ativos, restarão em média 300 a 500 mil folículos até que seu 
número se esgote na pós-menopausa, os folículos crescem e sofrem atresia de 
forma contínua esse processo é irrecuperável e ininterrupto, 
independentemente de situações como gravidez ou de períodos de anovulação. 
• Dos milhões de folículos formados na vida intrauterina, apenas 400 terão 
seu crescimento resultando em ovulação durante a menacme, o restante é 
perdido o declínio paralelo da quantidade e qualidade dos folículos contribui 
para a diminuição da fertilidade. 
• Além disso, o consumo do pool folicular com o passar dos anos determina 
alterações hormonais importantes, responsáveis pelas alterações fisiológicas 
características do período peri e pós-menopáusico. 
• A média de idade para a ocorrência da menopausa descrita em estudos 
populacionais é de 51 anos e pode ser acelerada por alguns fatores como o 
tabagismo a menopausa ocorrida antes dos 40 anos é definida como 
menopausa precoce e, após os 55 anos, como menopausa tardia. 
• ALTERAÇÕES HORMONAIS NO CLIMATÉRIO: Durante a menacme, o 
hipotálamo determina a liberação dos hormônios hipofisários por meio de pulsos 
de hormônio liberador de gonadotrofina. 
• No ovário, 90% da produção do estradiol provém do folículo dominante e 
os demais folículos são responsáveis pela produção de inibina B e do hormônio 
antimülleriano (AMH) esses produtos ovarianos, por meio de alças de 
feedback, determinam aumento ou redução de hormônio folículo-estimulante 
(FSH) e hormônio luteinizante (LH) na hipófise, conforme a fase do ciclo essa 
regulação hipotálamo-hipófise-ovário determina a normalidade dos ciclos 
menstruais normais. 
• A transição menopausal é caracterizada pela irregularidade do ciclo 
menstrual devido a variabilidade hormonal e ovulação inconstante as 
dosagens hormonais nesse período não têm valor na avaliação e no diagnóstico 
das pacientes. 
• A diminuição maciça do número de folículos ovarianos resulta na 
diminuição gradual da inibina B, que, por sua vez, desativa o feedback negativo 
sobre a hipófise, liberando a secreção de FSH e aumentando o recrutamento 
folicular o resultado dos níveis elevados de FSH é a aceleração da depleção 
folicular, o que encurta a primeira fase do ciclo menstrual e marca os últimos 
anos antes da menopausa pela intensa atresia (estreitamento) e apoptose 
(morte celular) até o esgotamento dos folículos. 
• Enquanto houver folículos suficientes, a ovulação ainda é mantida e os 
níveis de estradiol permanecerão dentro da normalidade. 
• A contínua perda da reserva folicular diminui os níveis de estradiol que 
não são mais suficientes para estimular o pico de LH, encerrando assim os ciclos 
ovulatórios sem a ovulação propriamente dita, não há produção de corpo lúteo 
e, consequentemente, de progesterona. 
• Na pós-menopausa, na tentativa de estimular uma adequada produção de 
estradiol pelos ovários, a hipófise é ativada por picos de GnRH e secreta grandes 
quantidades de gonadotrofinas, levando as mulheres a um estado de 
hipogonadismo hipergonadotrófico os níveis de FSH e LH são marcadamente 
altos nos primeiros anos após a menopausa, decrescendo com o 
envelhecimento não há mais produção de progesterona, já os estrogênios 
seguem sendo produzidos, porém em níveis muito menores se comparados à 
menacme. 
• No ovário, a produção de estradiol é quase nula, e a estrona, produzida 
por meio da aromatização periférica da androstenediona, mesmo em pequenas 
quantidades, passa a ser o principal estrogênio circulante na pós-menopausa. 
• Além dessas mudanças, observa-se que, com a diminuição da massa 
folicular, ocorre um relativo aumento no estroma ovariano, porção responsável 
pela produção de testosterona e androstenediona. 
• Apesar da diminuição da síntese desses hormônios de uma maneira geral 
na pós-menopausa, a produção remanescente é suficiente para manter os 
ovários ativos com a produção dos esteroides androgênicos, que agora são os 
principais hormônios ovarianos disponíveis, especialmente a androstenediona 
esses androgênios servem como substrato para a aromatização periférica e 
formação de estrona. 
• Não há necessidade de dosagens hormonais para se confirmar o 
diagnóstico de menopausa níveis de FSH acima de 40 mUI/mL e E2 
(estradiol) menores do que 20 pg/mLsão característicos. 
• Uma mulher acima dos 40 anos, com amenorreia há mais de um ano e 
quadro clínico compatível, outros exames para investigação são dispensáveis. 
• As alterações nos níveis circulantes dos esteroides sexuais afetam a 
atividade reprodutiva e também outros órgãos e suas funções. 
• Receptores estrogênicos existem em diferentes concentrações em vários 
locais do organismo, como pele, ossos, vasos, coração, diversas regiões do 
cérebro, mama, útero, vagina, uretra e bexiga, gerando efeitos diferentes para 
cada mulher em decorrência da carência estrogênica. 
• A variação hormonal e as características individuais das mulheres 
determinam perfis diferentes de biodisponibilidade de estrogênios com 
repercussões próprias no metabolismo e quadro clinico-laboratorial de cada 
paciente. 
• QUADRO CLÍNICO: As alterações na dinâmica hormonal que se inicia na 
transição menopausal se manifestam por diversas mudanças fisiológicas que 
podem acarretar em comprometimento na qualidade de vida dessas mulheres 
essas manifestações clínicas podem ser muito variáveis entre as pacientes. 
• ALTERAÇÕES PRECOCES: 
• ALTERAÇÕES NO CICLO MENSTRUAL: A queixa mais frequente na 
transição menopausal é a irregularidade menstrual, refletindo a perda 
progressiva da função reprodutiva ovariana tende a se iniciar com 
encurtamento dos ciclos e progredir para períodos de amenorreia cada vez mais 
longos até a parada total dos ciclos. 
• A amenorreia prolongada é o sintoma mais característico da deficiência 
de estrogênio o padrão de fluxo menstrual pode variar, sendo comum ocorrer 
sangramento aumentado nesses casos de sangramento uterino intenso, é 
mandatóriaa investigação e exclusão de patologias endometriais, com atenção 
às hiperplasias endometriais e ao carcinoma de endométrio. 
• Devido à flutuação hormonal e variação importante nos níveis de 
estrogênio, muitas vezes sem oposição adequada da progesterona em função 
dos ciclos anovulatórios, pode ocorrer o desenvolvimento de patologias como 
miomas e pólipos. 
 
• SINTOMAS VASOMOTORES: Também conhecido como fogacho, é o 
sintoma mais comum da transição menopausal e pós-menopausa inicial, sendo 
referido por mais de 80% dessas mulheres mulheres com maiores índices de 
massa corporal e as tabagistas apresentam sintomas vasomotores com maior 
frequência, além de mais intensos. 
• Manifesta-se como uma súbita sensação de calor intenso que se inicia na 
face, pescoço, parte superior dos troncos e braços, depois se generaliza e é 
seguida por enrubescimento (vermelhidão) da pele e subsequente sudorese 
profusa observa-se aumento do fluxo sanguíneo cutâneo, taquicardia e pode 
ser acompanhado de palpitações e sensação de ansiedade isso tudo se dá 
devido a uma instabilidade do centro termorregulador hipotalâmico, e seu 
mecanismo exato ainda é desconhecido. 
• Cada episódio dura aproximadamente de 2 a 4 minutos e ocorre diversas 
vezes no decorrer do dia é particularmente comum à noite, prejudicando a 
qualidade do sono e contribuindo para irritabilidade e cansaço durante o dia, 
além de diminuição na capacidade de concentração. 
• Em recente estudo, evidenciou-se que os sintomas vasomotores duram 
em média 7,4 anos, sendo 4,5 anos no período pós-menopáusico. 
• A persistência dos fogachos nas mulheres negras é maior se comparada 
à das mulheres de outras e, chegando a 10 anos. 
• O melhor preditor (prever) para a persistência dos fogachos é o início dos 
sintomas em fase precoce da transição menopausal as mulheres com 
sintomas mais precoces são aquelas que apresentam a queixa durante maior 
intervalo de tempo (em média 11,8 anos), inclusive no período pós-menopáusico 
(9,4 anos). 
• Outros fatores relacionados à maior duração dos sintomas vasomotores, 
estão a percepção do estresse, ansiedade e sintomas depressivos no início dos 
sintomas e a maior sensibilidade aos fogachos. 
• DISTÚRBIOS DO SONO: Distúrbios do sono, incluindo-se menor 
duração, episódios de despertar noturno e menor eficácia do sono, estão entre 
os sintomas mais referidos pelas mulheres na pós-menopausa, presentes em 
até metade delas. 
• A menor duracão do sono é responsável por sequelas orgânicas como 
aumento da prevalência de hipertensão e diabetes melito além disso, 
consequências psicológicas são evidentes, acarretando cansaço e prejudicando 
as atividades diárias depressão e ansiedade também estão correlacionadas. 
• Além da percepção das alterações no sono, há evidências objetivas por 
meio da polissonografia comprovando alterações no padrão sonográfico dessas 
mulheres. 
• Os fogachos têm papel definido no quadro clínico e são mais comuns nas 
mulheres com distúrbios do sono os episódios noturnos de fogachos são 
responsáveis pelo aumento de despertares noturnos, contribuindo para um sono 
de menor qualidade. 
• O tratamento dos fogachos com terapia hormonal parece melhorar a 
qualidade do sono dessas pacientes, além de evitar consequências médicas e 
psicológicas e melhorar a qualidade de vida. 
• ALTERAÇÕES DO HUMOR: Entre todas as alterações, a mais comum é 
a depressão, que parece acumular riscos para seu desenvolvimento a partir da 
peri-menopausa inicial, peri-menopausa tardia e pós-menopausa. 
• O mecanismo pelo qual as mulheres climatéricas apresentam esse 
aumento de risco ainda é desconhecido a variação dos níveis séricos de 
estrogênio parece estar mais associada com efeitos depressivos do que com a 
própria concentração hormonal absoluta dados recentes apontam para 
relação do aumento nos níveis de testosterona com depressão, 
independentemente do estágio menopausal. 
• Outros fatores contribuintes: Baixa escolaridade, presença de sintomas 
vasomotores, falta de suporte social e eventos estressantes no decorrer da vida 
o status menopausal segue sendo preditor para sintomas depressivos. 
• As mudanças evidentes desse período – a perda da capacidade 
reprodutiva e o próprio envelhecimento – propiciam transtornos psicológicos 
associados que também podem contribuir para o quadro depressivo ou 
ansiolítico (calmantes). 
• ALTERAÇÕES EM LONGO PRAZO: 
• ALTERAÇÕES ATRÓFICAS: A síndrome geniturinária da menopausa, 
também conhecida por atrofia vulvovaginal, compreende alterações físicas da 
vulva, vagina e trato urinário baixo devido à deficiência estrogênica é uma 
condição comum, de caráter progressivo se o tratamento adequado não for 
imposto, afetando a saúde, a sexualidade e a qualidade de vida das mulheres 
acometidas. 
• O quadro atrófico decorre dos baixos níveis sistêmicos de estrogênio, 
compatível com o período de transição menopausal e pós-menopaúsico a 
vulva perde tecido adiposo dos grandes lábios e a pele fica mais fina e plana, 
com diminuição dos pelos os pequenos lábios passam a ser fusionados, 
perdem tecido e pigmentação a vagina passa a ser mais curta e estreita, 
perdendo suas rugosidades, principalmente na ausência de atividade sexual. 
• O epitélio vaginal se torna fino e a lubrificação resultante de estímulo 
sexual fica prejudicada em decorrência da diminuição da secreção glandular. 
• Apresenta-se bastante friável (frágil/fragmentada), com sangramento ao 
toque e vulnerável a traumas além disso, o ressecamento vaginal resultante 
acarreta dispareunia e sinusorragia, dificultando a manutenção da vida sexual. 
• O pH vaginal está alcalino, reduzindo o número de lactobacilos na flora, 
propiciando infecções e vaginite atrófica. 
• A atrofia também atinge o trato urinário inferior a uretra é hiperemiada 
e proeminente, favorecendo quadros de urgência miccional, disúria, uretrites 
(inflamação da uretra) atróficas e piora da incontinência urinária já existente. 
• Devido à deficiência estrogênica, o agravamento de distopias genitais 
(anormalidade) é facilitado. 
• A maioria das pacientes com sintomas da síndrome geniturinária 
apresenta dificuldades ao reportar o tema é importante o questionamento do 
médico frente a essas alterações para início do tratamento adequado com vistas 
a melhorar a qualidade de vida e impedir a progressão do quadro. 
• ALTERAÇÕES SEXUAIS: A falta de estrogênio diminui a vascularização 
vaginal, levando à dificuldade para lubrificação e à disfução sexual na pós-
menopausa além disso, a dispareunia e o ressecamento vaginal contribuem 
para o quadro. 
• ALTERAÇÕES COGNITIVAS: A peri-menopausa inicial é marcada pelo 
aumento nas queixas referentes a esquecimento (44% das pacientes) quando 
comparada ao estágio pré-menopausal (31%), bem como à peri-menopausa 
tardia e à fase pós-menopáusica (41%). 
• Além da sensação de esquecimento, há relatos de piora na perda de 
memória verbal, atenção, processamento rápido das informações, demência, 
entre outros essas manifestações são mais comuns com o avanço da idade, 
porém o envelhecimento isoladamente não explica a diferença no desempenho 
cognitivo visto no período menopáusico em sua totalidade. 
• Os efeitos do estradiol no desempenho cognitivo e na memória são 
conhecidos pela sua ação no hipocampo e lobo temporal após o período de 
piora do desempenho cognitivo na perimenopausa, observa-se o retorno à 
capacidade habitual no período pós-menopausa, o que, em contrapartida, ainda 
não é totalmente compreendido. 
• A presença de sintomas vasomotores, o quadro de humor depressivo, os 
distúrbios do sono e a ansiedade contribuem para as alterações sobre a 
cognição a terapia de reposição hormonal parece ter impacto positivo sobre 
essas alterações. 
• A integridade do sistema nervoso é influenciada pelos mesmos fatores 
que agem promovendo a saúde do sistema circulatório, portantoatitudes como 
a prática de exercícios físicos, o controle da hipertensão, diabetes e dislipidemia 
e a nutrição adequada agem positivamente. 
• As recomendações devem ser individualizadas e fundamentadas no perfil 
de cada paciente. 
• O papel do status menopausal no desenvolvimento da doença de 
Alzheimer vai além das alterações dos estrogênios circulantes. 
• A transição menopausal e suas alterações endocrinológicas e 
metabólicas favorecem dois dos principais fatores para o desenvolvimento e 
agravamento da doença: os fatores relacionados a risco cardiovascular e um 
ambiente pró-inflamatório. 
• DOENÇA CARDIOVASCULAR: Doenças cardiovasculares tornaram-se a 
principal causa de morte de mulheres na atualidade. 
• O principal fator determinante para esses eventos é a aterosclerose de 
grandes vasos, cujos fatores de risco envolvem história familiar de doença 
cardiovascular, hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, dislipidemia e 
obesidade durante a menacme, as mulheres apresentam baixa incidência de 
eventos isquêmicos quando comparadas aos homens essa diferença de 
prevalência é atribuída ao fator protetor do estrogênio, tendo como resultado a 
menor formação de placas ateroscleróticas e, consequentemente, menor 
prevalência de doença coronariana. 
• Com a passagem para o período pós-menopáusico, a produção de 
estrogênio diminui e o perfil hormonal das mulheres passa a ser androgênico 
como consequência, ocorre aumento da concentração de colesterol total e 
queda dos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL), o principal preditor 
para eventos isquêmicos cardíacos o aumento de risco chega a 40 a 50% a 
cada 10 mg/dL a menos de HDL na concentração sérica total. 
• O risco global para doença cardiovascular é, nesse período, duas vezes 
maior do que na menacme, e, então, mulheres e homens passam a ter os 
mesmos riscos para doenças isquêmicas como o infarto do miocárdio. 
• O período pós-menopáusico é facilitador, já que, devido às alterações nos 
perfis hormonais, há acúmulo de gordura central e desequilíbrio no perfil lipídico 
a transição menopáusica por si só é fator de risco para a síndrome metabólica, 
independentemente de idade, hábitos de vida e composição corporal e, 
conforme o esperado, o risco para doença cardiovascular está substancialmente 
aumentado nos portadores de síndrome metabólica. 
• OSTEOPOROSE: É a redução da massa óssea com alterações na 
microestrutura, levando ao aumento da sua fragilidade e das fraturas por 
traumatismos pouco intensos. 
• A importância da osteoporose e das fraturas resultantes se deve às suas 
frequência e gravidade, que acarretam altos custos pessoais e sociais, 
relacionados a dor, deformidades, limitações na mobilidade e até mesmo em 
mortalidade prematura as fraturas por osteoporose ocorrem com mais 
frequência na coluna, quadril, antebraço e úmero proximal. 
• Estima-se que a osteoporose afete 200 milhões de mulheres no mundo 
 aproximadamente 10% dessas mulheres têm 60 anos de idade, 20% têm 70 
anos, 40% têm 80 anos e 67% têm 90 anos ou mais uma em cada três 
mulheres, após os 50 anos, terá uma fratura osteoporótica. 
• No mundo todo ocorrem mais de 8,9 milhões de fraturas anuais 
decorrentes da osteoporose o impacto pessoal e econômico da osteoporose 
é dramático, pois pode ser maior do que vários tipos de câncer e comparável ao 
da artrite reumatoide, asma ou hipertensão arterial sistêmica. 
• A osteoporose pode resultar de: Falha na produção de um esqueleto com 
a massa e a força ósseas ótimas no crescimento; reabsorção óssea excessiva 
com redução da massa óssea e deterioração da microestrutura do esqueleto; 
resposta inadequada da formação óssea para a reabsorção excessiva. 
• Além da menopausa, existem várias causas de osteoporose secundária, 
descritas que acometem cerca de 20% das mulheres pós-menopáusicas, sendo 
mais comuns nas mulheres quanto mais jovens forem.
 
 
• O exame por DXA é considerado o “padrão-ouro” para o diagnóstico. 
• Diante de uma paciente na menopausa com risco de fratura ou com nítida 
redução de massa óssea, por exemplo, com escore T abaixo de -1,5, é 
importante que se obtenha uma boa história dos hábitos alimentares, da 
atividade física e dos fatores de risco para se identificarem as distorções e 
corrigilas deve-se proceder a uma avaliação laboratorial dirigida à exclusão 
das patologias que causam perda óssea e avaliar os possíveis distúrbios do 
metabolismo mineral. 
• O tratamento farmacológico está indicado em qualquer mulher com fratura 
patológica, ou com escore T abaixo de -2,5 em alguma das três áreas (L1-L4, 
colo do fêmur ou fêmur total), ou com osteopenia associada a importantes fatores 
de risco de fraturas. 
• Na prática, todas as mulheres devem receber as recomendações 
adequadas em relação a cálcio, vitamina D e atividade física regular e o 
tratamento medicamentoso para aquelas com osteopenia deve ser 
individualizado. 
• A terapêutica correta para manejo da osteoporose em mulheres 
menopausadas deverá incluir avaliação de riscos, exclusão de causas 
secundárias, orientações não farmacológicas e seleção do medicamento mais 
apropriado, quando indicado não se deve esquecer que mulheres com 
história de fraturas por baixo impacto (como queda da própria altura) deverão ser 
tratadas independentemente de sua densidade mineral óssea a escolha pelo 
fármaco e regime apropriados dependerá de custo, aderência, segurança e 
objetivos do tratamento (prevenção primária ou secundária). 
• A primeira linha de tratamento envolve medidas não farmacológicas, 
como a prática de atividade física, com vistas a combater a imobilização, 
aumentar a resistência muscular, a coordenação e o equilíbrio e manter a 
flexibilidade orientações simples auxiliam no combate contra as quedas e 
prevenção de fraturas: diminuir consumo de psicotrópicos, evitar hábitos nocivos 
(tabagismo, alcoolismo), cuidados com o meio onde a paciente vive (retirar 
tapetes e objetos do caminho, aumentar iluminação, colocar barras de apoio, 
etc.). 
• A dieta rica em cálcio e vitamina D são fundamentais para a prevenção de 
osteoporose e fraturas. As mulheres na menopausa deverão ser orientadas a 
manter uma ingestão de cálcio alimentar de 1,2 a 1,5 g/dia e de vitamina D 
superior a 700 UI. 
• OUTROS: Entre outros sintomas comuns da transição menopausal, está 
a mastalgia em decorrência das flutuações dos níveis de estrogênio já em 
longo prazo, são vistas alterações na pele e nos cabelos, que se afinam e se 
tornam mais frágeis há diminuição do colágeno. 
• AVALIAÇÃO DA MULHER CLIMATÉRICA: O atendimento adequado da 
mulher pós-menopáusica passa pelo entendimento do processo de 
envelhecimento e suas consequências e envolve educação em saúde, 
aconselhamento e medicina preventiva, com ênfase no diagnóstico e tratamento 
precoce de patologias comuns e importantes nessa faixa etária, como a doença 
cardiovascular, hipertensão arterial, diabetes e alguns tipos de câncer. 
 
 
• TRATAMENTO: 
• TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL: A terapia de reposição 
hormonal (TRH) com estrogênio permanece como a primeira linha de tratamento 
para o manejo dos sintomas vasomotores e suas consequências e deve ser 
indicada para mulheres sintomáticas com menos de 60 anos, que estejam na 
peri-menopausa ou com menos de dez anos de menopausa, e não apresentem 
contraindicações formais para o seu uso. 
• Em mulheres que possuem útero, a TRH estrogênica deve ser sempre 
combinada com algum progestogênio, de forma cíclica ou contínua, com o intuito 
de proteção endometrial contra hiperplasia e câncer de endométrio. 
• Apesar de o benefício mais clássico da TRH sistêmica ser relacionado ao 
alívio dos sintomas vasomotores, há evidências consistentes sobre a sua ação 
no tratamento da atrofia urogenital e na prevenção e tratamento da osteoporose. 
• A decisão de se iniciar TRH deve ser feita em conjunto com apaciente, 
abordando-se os riscos e benefícios, e individualizando vias, doses (menor dose 
efetiva), posologia (dose adequada de medicamento) e tempo de manutenção 
de acordo com o perfil e as comorbidades de cada paciente. 
• Deve-se observar o tempo de instalação da menopausa, a presença de 
sintomas vasomotores moderados a intensos e uma estratificação de risco 
cardiovascular com base na idade da paciente, pressão arterial, níveis de 
colesterol séricos, tabagismo e diabetes. 
• Deve-se lembrar que a via oral, por meio do metabolismo de primeira 
passagem hepática, está associada à ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona e ao aumento dos fatores prótrombóticos circulantes. 
• Em pacientes hipertensas ou com risco de eventos tromboembólicos, 
incluindo-se as obesas, é preferível que se opte por uma via parenteral, como a 
transdérmica a via oral também pode potencialmente elevar os níveis de 
triglicerídeos séricos, o que não foi demonstrado na via transdérmica. 
• A via vaginal é a primeira opção para as pacientes que apresentam 
isoladamente a síndrome geniturinária da menopausa, com o benefício de não 
estar associada a aumento dos níveis séricos de estrogênio, quando utilizado 
em baixas doses a melhora dos sintomas ocorre algumas semanas após o 
início do uso e podem ser necessárias até 12 semanas para o efeito máximo 
a paciente deve ser orientada de que a interrupção do uso acarretará retorno dos 
sintomas de atrofia. 
• O tempo de duração do tratamento dos sintomas climatéricos é um 
assunto controverso e não há uma idade arbitrária para a suspensão da 
reposição hormonal os principais estudos disponíveis que abordam essa 
temática levam em consideração especialmente o risco de câncer de mama em 
relação ao tempo de utilização da TRH. 
• BENEFÍCIOS ADICIONAIS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL: 
A TRH demonstrou ação sobre o ganho de massa óssea, reduzindo a evidência 
de fraturas osteoporóticas na pós-menopausa, incluindo pacientes com 
osteopenia porém, a reposição hormonal não deve ser indicada como 
terapêutica principal ou somente com o intuito de se prevenir a osteoporose e 
suas consequências, visto que, após sua suspensão, os níveis de massa óssea 
decaem drasticamente. 
• Em relação ao peso corporal, é sabido que no primeiro ano pós-
menopausa há uma tendência de ganho de peso e redistribuição da gordura 
corporal há alguns dados disponíveis, embora em estudos menores, que 
relacionam a TRH com menor aumento no peso corporal e menor acúmulo de 
gordura visceral. 
• Evidências recentes corroboram a hipótese de que a TRH, quando 
iniciada logo após a transição menopausal, tenha impacto positivo sobre o 
humor. 
• RISCOS DA TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL: Um dos assuntos 
mais controversos em relação à TRH é o risco de doenças cardiovasculares 
(DCV). 
• Estudos dos anos 2000, que associaram aumento do risco de DCV nas 
usuárias de TRH com estrogênios conjugados e medroxiprogesterona, instalou-
se grande polêmica na prescrição de reposição hormonal entretanto, análises 
secundárias dos dados desse mesmo estudo, anos após, em conjunto com 
novos estudos que incluíram avaliação do risco cardiovascular versus TRH 
demonstraram que mulheres que iniciaram TRH no período de transição 
menopáusica ou próximo dela tiveram incidência significativamente menor de 
DCV. 
• No entanto, as evidências não permitem se indicar a TRH para mulheres 
pós-menopáusicas assintomáticas, com o único objetivo de prevenção de risco 
cardiovascular. 
• Em contrapartida, o início da TRH após muitos anos de menopausa foi 
associado ao aumento no risco de mortalidade relacionado a doenças 
cardiovasculares. 
• A hipertensão arterial sistêmica não constitui contraindicação ao uso de 
TRH, somente deve-se preferir a via transdérmica para se evitar o metabolismo 
de primeira passagem hepática do estrogênio além disso, a via transdérmica 
demonstrou menor risco de tromboembolismo venoso (TEV) em grandes 
estudos observacionais. 
• Outro aspecto importante é o risco de eventos tromboembólicos 
conhecidamente associados à estrogenioterapia por via oral esse risco surge 
nos primeiros dois anos do início da TRH e parece diminuir substancialmente ao 
longo do tempo. 
• Muito se questiona sobre a existência de aumento de risco do câncer de 
mama nas pacientes que fazem terapia de reposição hormonal alguns dados 
evidenciam aumento no diagnóstico de câncer de mama nas mulheres usuárias 
de TRH com estrogênio e progestogênio, porém o fenômeno começou a ser 
observado após o quinto ano de uso da terapia e não houve aumento nas taxas 
de mortalidade global entre os grupos o risco relativo de câncer de mama em 
usuárias de TRH é de 1,24 (IC 95%, 1,01-1,54). 
• As pacientes que fizeram uso de TRH com estrogênio isolado não 
apresentaram aumento no risco de câncer de mama em um período de sete anos 
apesar disso, ainda não está claro o papel do progestogênio no aumento do 
risco dessa patologia. 
• O manejo dos sintomas climatéricos nas pacientes com história prévia de 
câncer de mama é um grande desafio da prática clínica embora não existam 
evidências consistentes que associem a reposição hormonal com o aumento do 
risco de recorrência do tumor, visto que os dois maiores estudos disponíveis 
apresentam resultados contraditórios, é consenso entre as sociedades que a 
TRH é contraindicação nas pacientes com história pessoal de câncer de mama. 
• TERAPIAS NÃO HORMONAIS: 
• TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICAS: Medidas comportamentais 
auxiliam na terapia dos sintomas climatéricos, especialmente a perda de peso, 
uma vez que é sugestivo de que mulheres obesas apresentem mais fogachos 
do que mulheres magras embora falte dados ainda mais consistentes para 
essa afirmação. 
• Outro exemplo é a mudança no estilo de vida, como prática regular de 
atividade física, diminuição do estresse, técnicas de respiração, cessação do 
tabagismo, usar roupas leves, entre outros, que também parecem ter efeito 
benéfico no controle dos sintomas. 
• TERAPIAS FARMACOLÓGICAS: Os inibidores seletivos da recaptação 
da serotonina e os inibidores seletivos da recaptação da noradrenalina são as 
primeiras opções no tratamento das ondas de calor nas pacientes com 
contraindicação aos métodos hormonais. 
• Os fármacos mais estudados são a paroxetina, venlafaxina, 
desvenlafaxina, sertralina, escitalopram e citalopram embora sejam 
superiores ao placebo no alívio dos sintomas, esses medicamentos apresentam 
piores resultados quando comparados com TRH. 
• O impacto negativo sobre a libido, comumente reportado com o uso dessa 
classe de medicamentos, é menos observado quando esses fármacos são 
empregados no alívio dos sintomas vasomotores, provavelmente devido às 
menores doses necessárias. 
• Uma opção não hormonal secundária ao alívio dos sintomas vasomotores 
é a utilização da gabapentina, um anticonvulsivante que parece ter efeito direto 
no centro termorregulador do hipotálamo dados disponíveis na literatura 
demonstram diminuição dos fogachos.

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