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Transformadas: Tempo Contínuo e Discreto - Aula 2

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TRANSFORMADAS: TEMPO 
CONTÍNUO E DISCRETO 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Augusto Pianezzer 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
 
Caros alunos! 
Na aula passada foi possível definir a Série de Fourier de uma função 𝒇(𝒙) 
que atendia as condições de Dirichlet. Vimos que algumas funções possuem 
Séries de Fourier mais simples, como as funções pares e ímpares, os quais 
apresentam Séries de Fourier com termos apenas de senos ou cossenos, 
respectivamente. 
O objetivo desta aula 2 é compreender o método de integração e 
derivação para uma função escrita na forma de uma Série de Fourier, além de 
compreender a forma complexa da Série de Fourier e a Identidade de Parseval. 
Também serão discutidas aplicações das Séries de Fourier na resolução 
de algumas Equações Diferenciais específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
TEMA 1: INTEGRAÇÃO E DERIVAÇÃO DE SÉRIES DE FOURIER 
Encontrar uma Série de Fourier de uma função 𝒇(𝒙) nos permite 
encontrar, também, outras Séries para funções integráveis ou diferenciáveis de 
𝒇(𝒙). Seja a Série de Fourier da função 𝒇(𝒙) dada pela equação 1. 
𝑓(𝑥) =
𝑎0
2
+∑ [𝑎𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) + 𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)]
∞
𝑛=1
 (1) 
Ao integramos ambos os lados da equação 1, obtemos: 
∫ 𝑓(𝑥). 𝑑𝑥
𝑏
𝑎
= ∫ [
𝑎0
2
+∑[𝑎𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)+ 𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)]
∞
𝑛=1
]𝑑𝑥
𝑏
𝑎
 
Como a integral possui a propriedade distributiva, podemos escrever a 
integral termo a termo, obtendo: 
∫ 𝑓(𝑥). 𝑑𝑥
𝑏
𝑎
= ∫
𝑎0
2
𝑑𝑥
𝑏
𝑎
+∑ [∫ 𝑎𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
𝑏
𝑎
𝑑𝑥 + ∫ 𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 𝑑𝑥
𝑏
𝑎
]
∞
𝑛=1
 
Isso significa que, para obter a Série de Fourier de uma integral de uma 
função dada, podemos encontrar a integral de cada termo isoladamente. 
Veja também, que ao derivarmos a equação 1, sob as condições que a 
derivada existe, obtemos: 
𝑑
𝑑𝑥
𝑓(𝑥) =
𝑑
𝑑𝑥
[
𝑎0
2
+∑[𝑎𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)+ 𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)]
∞
𝑛=1
] 
Como a derivada também possui a propriedade distributiva, podemos 
escrever a derivada termo a termo, obtendo: 
𝑑
𝑑𝑥
𝑓(𝑥) =
𝑑
𝑑𝑥
(
𝑎0
2
) +∑ [
𝑑
𝑑𝑥
(𝑎𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)) +
𝑑
𝑑𝑥
(𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
))]
∞
𝑛=1
 
Vejamos como esse resultado nos auxilia ao encontrar uma Série de 
Fourier para o problema descrito pela equação 2. 
𝑓(𝑥) = 𝑥2, 0 < 𝑥 < 2 (2) 
 
 
4 
 Inicialmente, encontraremos uma Série de Fourier para a equação 
𝒈(𝒙) = 𝒙, − 𝟐 < 𝒙 < 𝟐.Como 𝒈(𝒙) é uma função ímpar, sua Série de Fourier é 
dada por: 
{
 
 
 
 𝑔(𝑥) = ∑𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
𝑏𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑔(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
 
Portanto, 
𝑏𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑔(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
=
2
2
∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)𝑑𝑥
2
0
= −
4
𝑛𝜋
. (−1)𝑛 
Como visto na aula passada. Neste caso, sua Série de Fourier é dada por: 
𝑔(𝑥) =
4
𝜋
∑
(−1)𝑛
𝑛
. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
A partir de 𝒈(𝒙), iremos calcular 𝒇(𝒙). Para isso, devemos determinar uma 
relação entre 𝒇(𝒙) e 𝒈(𝒙). Veja que 
𝑑
𝑑𝑥
𝑓(𝑥) = 2. 𝑔(𝑥) 
Como conhecemos a Série de Fourier de 𝒈(𝒙), podemos escrever que 
𝑓(𝑥) = 2∫ 𝑔(𝑥). 𝑑𝑥
2
0
 
Portanto, 
𝑓(𝑥) = 2.∫
4
𝜋
∑
(−1)𝑛
𝑛
. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)𝑑𝑥
∞
𝑛=1
𝑥
0
 
𝑓(𝑥) =
8
𝜋
∑
(−1)𝑛
𝑛
.∫ 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)𝑑𝑥 
𝑥
0
∞
𝑛=1
 
Podemos resolver a integral para cada 𝒏, obtendo: 
𝑓(𝑥) =
8
𝜋
∑
(−1)𝑛+1
𝑛
.
2
𝑛𝜋
cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)|
0
𝑥
∞
𝑛=1
 
𝑓(𝑥) =
16
𝜋2
∑
(−1)𝑛+1
𝑛2
∞
𝑛=1
. [cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)− cos(0)] 
𝑓(𝑥) =
16
𝜋2
∑
(−1)𝑛+1
𝑛2
. [cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)− 1]
∞
𝑛=1
 
 
 
5 
As Séries de Fourier, além de serem integradas, podem ser derivadas. 
Vejamos como isso pode ser feito para obtermos a Série de Fourier do problema 
descrito pela equação 3. 
𝑓(𝑥) = {
−1, −2 ≤ 𝑥 < 0
1, 0 ≤ 𝑥 < 2
 
(3) 
Para isso, determinaremos a Série de Fourier da função Onda Triangular, 
definida como 
𝑔(𝑥) = {
−𝑥, −2 ≤ 𝑥 < 0
𝑥, 0 ≤ 𝑥 < 2
 
A importância desse exemplo é em verificar a veracidade da derivada da 
Série. O leitor perceberá que é mais fácil determinar a Série de Fourier de 𝒇(𝒙) 
diretamente, do que por intermédio da função 𝒈(𝒙). O caso da função 𝒈(𝒙) é de 
uma função par e portanto, sua Série de Fourier é: 
{
 
 
 
 
 
 𝑔(𝑥) =
𝑎0
2
+∑𝑎𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
𝑎0 =
2
𝐿
∫ 𝑔(𝑥)𝑑𝑥
𝐿
0
𝑎𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑔(𝑥). cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
 
Vamos calcular o coeficiente 𝒂𝟎: 
𝑎0 =
2
𝐿
∫ 𝑔(𝑥). 𝑑𝑥
𝐿
0
=
2
2
∫ 𝑥. 𝑑𝑥
2
0
= 2 
Vamos calcular os coeficientes 𝒂𝒏: 
𝑎𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑥. cos (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 𝑑𝑥
𝐿
0
=
2
2
∫ 𝑥. cos (
𝑛𝜋𝑥
2
) 𝑑𝑥
2
0
= −
4
𝑛2𝜋2
[(−1)𝑛 − 1] 
Como foi visto na aula anterior. Sua Série de Fourier é dada por: 
𝑔(𝑥) = 1 −
4
𝜋2
∑
[(−1)𝑛 − 1]
𝑛2
. cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
Para encontrarmos a Série de Fourier de 𝒇(𝒙) a partir de 𝒈(𝒙) precisamos 
encontrar a relação entre 𝒇(𝒙) e 𝒈(𝒙). Veja que 
𝑑
𝑑𝑥
𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑥) 
Portanto, 
𝑓(𝑥) =
𝑑
𝑑𝑥
[1 −
4
𝜋2
∑
[(−1)𝑛 − 1]
𝑛2
. cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
] 
 
 
6 
𝑓(𝑥) =
4
𝜋2
∑
[(−1)𝑛 − 1]
𝑛2
.
𝑑
𝑑𝑥
cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
𝑓(𝑥) =
4
𝜋2
∑
[(−1)𝑛 − 1]
𝑛2
.
𝑛𝜋
2
.−𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
𝑓(𝑥) =
2
𝜋
∑
[1 − (−1)𝑛]
𝑛
. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
Veja que a Série de Fourier obtida é uma Série de senos, o que indica que 
a função 𝒇(𝒙) é uma função ímpar, o que é o caso. Vamos determinar, 
diretamente, a Série de Fourier da equação 2 para confrontar os resultados. 
Como a função é ímpar, temos: 
{
 
 
 
 𝑓(𝑥) = ∑𝑏𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
𝑏𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 𝑑𝑥
𝐿
0
 
Vamos calcular os coeficientes 𝒃𝒏: 
𝑏𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
=
2
2
∫ 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)𝑑𝑥
2
0
=
−2
𝑛𝜋
. cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)|
0
2
 
𝑏𝑛 = −
2
𝑛𝜋
. [cos(𝑛𝜋)− cos(0)] = −
2
𝑛𝜋
. [(−1)𝑛 − 1] =
2
𝑛𝜋
[1 − (−1)𝑛] 
Portanto, a sua Série de Fourier é dada por: 
𝑓(𝑥) =
2
𝜋
∑
[1 − (−1)𝑛]
𝑛
. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
que é o mesmo resultado obtido pela derivação da expressão dada. 
 
 
TEMA 2: FORMA COMPLEXA DA SÉRIE DE FOURIER 
Pode-se escrever a Série de Fourier de uma forma ainda mais simplificada 
se for utilizada a Identidade de Euler. 
𝑒𝑖𝜃 = cos(𝜃) + 𝑖. 𝑠𝑒𝑛(𝜃) 
 
 
7 
A demonstração desse resultado pode ser verificada em (RUDIMAR, 
2007). Nesse caso, obtemos a Série de Fourier na forma complexa dada por: 
{
 
 
 
 𝑓(𝑥) = ∑𝑐𝑛𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿
∞
𝑛=1
𝑐𝑛 =
1
2𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑒−
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿 𝑑𝑥
𝐿
−𝐿
 
 Essa expressão é equivalente a Série de Fourier dada pela equação 1, 
com a vantagem de que seus coeficientes podem ser escritos em termos de 
apenas uma integral. Vejamos como essa forma da Série de Fourier pode ser 
utilizada para encontrar a Série dada pela equação 4. 
𝑓(𝑥) = 𝑥, −2 < 𝑥 < 2 (4) 
Nesse caso, iremos determinar os coeficientes 𝐜𝐧: 
𝑐𝑛 =
1
2𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑒(−
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥 =
1
2.2
∫ 𝑥. 𝑒(−
𝑖𝑛𝜋𝑥
2
)𝑑𝑥
2
−2
𝐿
−𝐿
 
𝑐𝑛 =
1
4
∫ 𝑥. [cos (
𝑛𝜋𝑥
2
) − 𝑖. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)] 𝑑𝑥
2
−2
 
Como 𝐱. 𝐜𝐨𝐬 (
𝐧𝛑𝐱
𝟐
) é uma função ímpar, sua integral zera. Como 
𝐱. 𝐬𝐞𝐧 (
𝐧𝛑𝐱
𝟐
) é par, podemos simplificar a integral, como visto na aula anterior. 
Neste caso, 
𝑐𝑛 =
2
4
∫ (−𝑖). 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
) 𝑑𝑥
2
0
= −
𝑖
2
∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
) 𝑑𝑥
2
0
 
Essa integral que restou pode ser integrada utilizando-se o método de 
integração por partes. Nesse caso, usa-se uma mudança de variáveis 
evidenciando que 𝐮 = 𝐱, 𝐝𝐯 = 𝐬𝐞𝐧 (
𝐧𝛑𝐱
𝟐
)𝐝𝐱 e por conseqüência 𝐝𝐮 = 𝐝𝐱, 𝐯 =
−
𝟐
𝐧𝛑
𝐜𝐨𝐬 (
𝐧𝛑𝐱
𝟐
). Assim 
𝑐𝑛 = −
𝑖
2
[−
2
𝑛𝜋
𝑥. cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)|
0
2
+∫
2
𝑛𝜋
cos (
𝑛𝜋𝑥
2
)𝑑𝑥
2
0
] 
𝑐𝑛 =
𝑖
𝑛𝜋
[2. cos(𝑛𝜋)] +4
𝑛2𝜋2
𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)|
0
2
 
𝑐𝑛 =
2𝑖
𝑛𝜋
(−1)𝑛 
 
 
8 
Dessa forma, podemos escrever a Série de Fourier da função dada em 
sua forma complexa: 
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑐𝑛𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿
∞
𝑛=1
=
2𝑖
𝜋
∑
(−1)𝑛
𝑛
. 𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
2
∞
𝑛=1
 
Repare que essa forma é equivalente ao exercício resolvido na aula 
anterior, desde que usemos a Identidade de Euler para reverter a transformação. 
Para fixar esse aprendizado, vamos encontrar a Série de Fourier na forma 
complexa da função dada pela equação 5. 
𝑓(𝑥) = {
10, 𝑠𝑒 − 5 < 𝑥 < 0
−10, 𝑠𝑒 0 < 𝑥 < 5
 
(5) 
Vamos determinar seus coeficientes 𝐜𝐧: 
𝑐𝑛 =
1
2𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑒−
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿 𝑑𝑥
𝐿
−𝐿
=
1
2.5
[∫ 10. 𝑒−
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 𝑑𝑥
0
−5
−∫ 10. 𝑒−
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 𝑑𝑥
5
0
] 
Veja que as duas integrais que devem ser solucionadas são idênticas, 
com exceção de seus limites de integração. Vamos resolver separadamente: 
∫10. 𝑒−
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 𝑑𝑥 = 10.∫𝑒−
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 𝑑𝑥 = −
10.5
𝑖𝑛𝜋
𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 =
50𝑖
𝑛𝜋
𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 
Veja que nessa passagem simplificamos a integral multiplicando ambos o 
numerador e o denominador da fração por 𝐢. Utilizando essa integral para o 
cálculo de 𝐜𝐧 obtemos: 
𝑐𝑛 =
1
10
[(
50𝑖
𝑛𝜋
𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 )|
−5
0
− (
50𝑖
𝑛𝜋
𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
5 )|
0
5
] 
𝑐𝑛 =
1
10
. [(
50𝑖
𝑛𝜋
−
50𝑖
𝑛𝜋
𝑒−𝑖𝑛𝜋) − (
50𝑖
𝑛𝜋
𝑒𝑖𝑛𝜋 −
50𝑖
𝑛𝜋
)] 
𝑐𝑛 =
1
10
. [
100𝑖
𝑛𝜋
−
50𝑖
𝑛𝜋
(𝑒−𝑖𝑛𝜋 + 𝑒𝑖𝑛𝜋)] 
Como 
𝑒−𝑖𝑛𝜋 + 𝑒𝑖𝑛𝜋 = 2. cosh(𝑖𝑛𝜋) 
Então 
𝑐𝑛 =
1
10
. [
100𝑖
𝑛𝜋
−
100𝑖
𝑛𝜋
. cosh(𝑖𝑛𝜋)] 
𝑐𝑛 =
50𝑖
𝑛𝜋
[1 − (−1)𝑛] 
Assim, sua Série de Fourier na forma complexa é dada por: 
𝑓(𝑥) = ∑ 𝑐𝑛𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿
∞
𝑛=1
=
50𝑖
𝜋
∑
[1 − (−1)𝑛]
𝑛
. 𝑒
𝑖𝑛𝜋𝑥
𝐿
∞
𝑛=1
 
 
 
 
9 
 
TEMA 3: APLICAÇÕES DA SÉRIE DE FOURIER – EQUAÇÃO DO CALOR 
As próximas três temáticas que serão discutidas nessa aula dizem 
respeito ao uso da Série de Fourier para a resolução de Equações Diferenciais 
Parciais (EDPs) específicas. Como o enfoque nessa disciplina não é a resolução 
em si das EDPs, mas sim a utilização da Série de Fourier na aplicação das 
condições de contorno, os métodos de resolução das EDPs e as suas 
simplificações serão escolhidas sem o intuito de generalizar para diversas EDPs. 
A primeira equação a qual discutiremos a resolução é a Equação do Calor, 
o qual explica como se ocorre a propagação de calor em uma barra 
unidimensional ao longo do tempo. Na Equação do Calor, 𝐮(𝐱, 𝐭) descreve a 
temperatura da barra ao longo de sua posição 𝐱 e do tempo 𝐭. Podemos 
descrever, matematicamente, o problema pela equação 6. 
{
 
 
𝜕𝑢
𝜕𝑡
= 𝑘.
𝜕2𝑢
𝜕𝑥2
𝑢(0, 𝑡) = 𝑢(2, 𝑡) = 0
𝑢(𝑥, 0) = 𝑥
 
(6) 
As condições 𝐮(𝟎, 𝐭) = 𝐮(𝟐, 𝐭) = 𝟎 são consideradas condições de 
contorno e a condição 𝐮(𝐱, 𝟎) é uma condição inicial. A primeira simplificação 
que consideraremos na resolução dessa EDP é de que sua solução é da forma 
𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑋(𝑥). 𝑇(𝑡) 
que nos diz que as variáveis posição e tempo são independentes uma da 
outra. Se essa suposição não for verdadeira, devemos considerar a forma com 
que essas variáveis estão relacionadas para adicionarmos ao nosso modelo. 
Entretanto, como argumentado no início dessa temática, nosso objetivo não é 
ampliarmos as possibilidades de resolução dessa EDP. Sendo 𝐱 e 𝐭 variáveis 
independentes, podemos escrever: 
𝜕𝑢
𝜕𝑡
= 𝑘.
𝜕2𝑢
𝜕𝑥2
 
𝜕𝑋(𝑥). 𝑇(𝑡)
𝜕𝑡
= 𝑘.
𝜕2𝑋(𝑥). 𝑇(𝑡)
𝜕𝑥2
 
𝑋.
𝜕𝑇
𝜕𝑡
= 𝑘. 𝑇.
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
 
 
 
10 
1
𝑘𝑇
.
𝜕𝑇
𝜕𝑡
=
1
𝑋
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
= −𝜆2 
Dessa forma, podemos reescrever essa equação como o seguinte 
sistema de equações: 
{
1
𝑘𝑇
.
𝜕𝑇
𝜕𝑡
= −𝜆2
1
𝑋
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
= −𝜆2
 
Equivalente a: 
{
𝜕𝑇
𝜕𝑡
+ 𝑘𝜆2𝑇 = 0
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
+ 𝜆2𝑋 = 0
 
Usando a equação característica, encontramos, independentemente, a 
solução para 𝐓(𝐭) e para 𝐗(𝐱). 
{
𝑇(𝑡) = 𝐶𝑒−𝑘𝜆
2𝑡
𝑋(𝑥) = 𝐴1 cos(𝜆𝑥) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥)
 
E podemos escrever a solução geral da Equação do Calor, supondo 𝐭 e 𝐱 
variáveis independentes, como mostrado na equação 7. 
𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑒−𝑘𝜆
2𝑡. [𝐴2 cos(𝜆𝑥) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥)] 
 
(7) 
Vamos substituir as condições de contorno para determinar os 
coeficientes 𝛌, 𝐀𝟐𝐞 𝐁𝟐 que geram a solução particular do problema dado. Veja 
que foi dado que 𝐮(𝟎, 𝐭) = 𝟎. Substituindo essa informação na equação 7, 
obtemos: 
𝑢(0, 𝑡) = 𝑒−𝑘𝜆
2𝑡. [𝐴2 cos 0 + 𝐵2𝑠𝑒𝑛 0] = 𝑒
𝑘𝜆2𝑡. 𝐴2 = 0 
Nesse caso, 𝐀𝟐 = 𝟎 e podemos simplificar a equação 7, escrevendo-a na 
forma da equação 8: 
𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑒−𝑘𝜆
2𝑡. 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥) 
 
(8) 
Temos como condição de contorno, também, 𝐮(𝟐, 𝐭) = 𝟎. Substituindo 
essa informação na equação 8, obtemos: 
𝑢(2, 𝑡) = 𝑒−𝑘𝜆
2𝑡. 𝐵2. 𝑠𝑒𝑛(2𝜆) = 0 
 
 
11 
Nesse produto de funções que resulta em zero, temos três possibilidades. 
Ou 𝐞−𝐤𝛌
𝟐𝐭 = 𝟎, o que não é o caso, pois a função exponencial nunca retorna zero. 
Ou 𝐁𝟐 = 𝟎 o que gera a solução trivial 𝐮(𝐱, 𝐭) = 𝟎. Ou 𝐬𝐞𝐧(𝟐𝛌) = 𝟎 que nos indica 
que 𝟐𝛌 = 𝐧𝛑. Assim, podemos reescrever a equação 8, escrevendo-a na forma 
da equação 9: 
𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑒−𝑘𝜆
2𝑡. 𝐵2𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
) 
 
(9) 
Veja que essa condição de contorno nos fornece infinitas soluções para 
𝐮(𝐱, 𝐭) diferenciadas pelos diferentes valores de 𝐧. Pelo princípio da 
sobreposição, podemos escrever que a solução particular dessa equação é dada 
por: 
𝑢(𝑥, 𝑡) = ∑𝐵𝑛𝑒
−𝑘𝜆2𝑡. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
Como 𝐮(𝐱, 𝟎) = 𝐱, podemos escrever 
𝑢(𝑥, 0) = ∑𝐵𝑛𝑒
0𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
= ∑𝐵𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
= 𝑥 
Repare que a forma com que essa equação foi apresentada é a Série de 
Fourier da função 𝐟(𝐱) = 𝐱. Nesse caso, podemos determinar os coeficientes 𝐁𝐧 
como sendo: 
𝐵𝑛 =
1
𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 𝑑𝑥
𝐿
−𝐿
=
1
𝐿
∫ 𝑥. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 𝑑𝑥
𝐿
−𝐿
 
Como visto na aula anterior, podemos escrever que 
𝐵𝑛 =
4
𝑛𝜋
(−1)𝑛+1 
Nesse caso, a solução particular da Equação do Calor é dada por: 
𝑢(𝑥, 𝑡) =
4
𝜋
∑
(−1)𝑛+1
𝑛
𝑒−𝑘𝜆
2𝑡. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
2
)
∞
𝑛=1
 
 
 
12 
 
TEMA 4: APLICAÇÕES DA SÉRIE DE FOURIER – EQUAÇÃO DA ONDA 
Outra EDP que merece ser analisada é a Equação da Onda. Nesse caso, 
a amplitude de onda pode ser modelada de acordo com a equação diferencial 
descrita matematicamente na equação 10. As condições de contorno são dadas 
junto ao problema. 
{
 
 
 
 
𝜕2𝑢
𝜕𝑡2
= 𝑘.
𝜕2𝑢
𝜕𝑥2
𝑢(0, 𝑡) = 𝑢(𝐿, 𝑡) = 0
𝑢(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥)
𝜕𝑢
𝑑𝑡
(𝑥, 0) = 0
 
(10) 
Utilizaremos a mesma simplificação utilizada na resolução da Equação do 
Calor, ou seja, 
𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝑋(𝑥). 𝑇(𝑡) 
que nos diz que as variáveis posição e tempo são independentes uma da 
outra. Sendo 𝐱 e 𝐭 variáveis independentes, podemos escrever: 
𝜕2𝑢
𝜕𝑡2
= 𝑘.
𝜕2𝑢
𝜕𝑥2
 
𝜕2𝑋(𝑥). 𝑇(𝑡)
𝜕𝑡2
= 𝑘.
𝜕2𝑋(𝑥). 𝑇(𝑡)
𝜕𝑥2
 
𝑋.
𝜕2𝑇
𝜕𝑡2
= 𝑘. 𝑇.
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
 
1
𝑘𝑇
.
𝜕2𝑇
𝜕𝑡2
=
1
𝑋
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
= −𝜆2 
Dessa forma, podemos reescrever essa equação como o seguinte 
sistema de equações: 
{
 
 
1
𝑘𝑇
.
𝜕2𝑇
𝜕𝑡2
= −𝜆2
1
𝑋
𝜕2𝑋
𝜕𝑥2
= −𝜆2
 
 
 
13 
Equivalente a: 
{
 
 
𝜕2𝑇
𝜕𝑡2
+ 𝑘𝜆2𝑇 = 0
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
+ 𝜆2𝑋 = 0
 
Usando a equação característica, encontramos, independentemente, a 
solução para 𝐓(𝐭) e para 𝐗(𝐱). 
{
𝑇(𝑡) = 𝐴1 cos(𝜆√𝑘𝑡) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆√𝑘𝑡)
𝑋(𝑥) = 𝐴2 cos(𝜆𝑥) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥)
 
E podemos escrever a solução geral da Equação da Onda, supondo 𝐭 e 𝐱 
variáveis independentes, como é mostrado na equação 11. 
𝑢(𝑥, 𝑡) = [𝐴1 cos(𝜆√𝑘𝑡) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆√𝑘𝑡)]. [𝐴2 cos(𝜆𝑥) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥)] (11) 
Vamos substituir as condições de contorno para determinar os 
coeficientes 𝛌, 𝐀𝟏, 𝐁𝟏, 𝐀𝟐𝐞 𝐁𝟐 que geram a solução particular do problema dado. 
Veja que foi dado que 𝐮(𝟎, 𝐭) = 𝟎. Nesse caso, substituindoessa informação na 
equação 11. 
𝑢(0, 𝑡) = [𝐴1 cos(𝜆𝑡) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑡)]. [𝐴2 cos(0) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(0)] = 0 
𝑢(0, 𝑡) = [𝐴1 cos(𝜆𝑡) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑡)]. 𝐴2 = 0 
Assim, obtemos que 𝐀𝟐 = 𝟎 e nossa solução particular considerando a 
primeira condição de contorno é dada por: 
𝑢(𝑥, 𝑡) = [𝐴1 cos(𝜆𝑡) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑡)]. 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥) 
Também sabemos que 𝐮(𝐋, 𝐭) = 𝟎. Portanto, 
𝑢(𝐿, 𝑡) = [𝐴1 cos(𝜆𝑡) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑡)]. 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝐿) = 0 
Nesse caso, podemos afirmar que 𝐬𝐞𝐧(𝛌𝐋) = 𝟎 e portanto 𝛌𝐋 = 𝐧𝛑. 
Assim, podemos escrever a solução particular considerando as duas primeiras 
condições de contorno: 
𝑢(𝑥, 𝑡) = [𝐴1 cos (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
)]𝐵2𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 
𝑢(𝑥, 𝑡) = [𝐴3 cos (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
) + 𝐵3𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
)] . 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 
 
 
14 
A terceira condição particular diz respeito a derivada parcial da função 
𝐮(𝐱, 𝐭): 
𝛛𝐮
𝐝𝐭
(𝐱, 𝟎) = 𝟎. 
Derivando 𝐮(𝐱, 𝐭) em relação a 𝐭, obtemos: 
𝜕𝑢
𝑑𝑡
= 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) . [
𝐵3𝑛𝜋
𝐿
. cos (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
) −
𝐴3𝑛𝜋
𝐿
. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
)] 
Aplicando em (𝐱, 𝟎), obtemos: 
𝜕𝑢
𝑑𝑡
(𝑥, 0) = 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) . [
𝐵3𝑛𝜋
𝐿
. cos(0) −
𝐴3𝑛𝜋
𝐿
. 𝑠𝑒𝑛(0)] = 0 
𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) .
𝐵3𝑛𝜋
𝐿
= 0 
E portanto, 𝐁𝟑 = 𝟎. Assim, a solução particular considerando as três 
primeiras condições de contorno é dada por: 
𝑢(𝑥, 𝑡) = 𝐴𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
) . 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
) 
Utilizando o princípio da superposição das soluções, podemos escrever 
que 
𝑢(𝑥, 𝑡) = ∑𝐴𝑛 cos (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
) . 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
 
A última condição de contorno afirma que 𝐮(𝐱, 𝟎) = 𝐟(𝐱). Assim temos: 
𝑢(𝑥, 0) = ∑𝐴𝑛 cos(0) . 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
= ∑𝐴𝑛𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
= 𝑓(𝑥) 
Veja que a expressão encontrada se refere a Série de Fourier da função 
𝐟(𝐱) que, quando é dada pode ser determinada por: 
𝐴𝑛 =
2
𝐿
∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
 
Nesse caso, podemos escrever a solução particular da Equação de Onda 
considerando todas as condições de contorno como sendo: 
𝑢(𝑥, 𝑡) =
2
𝐿
∑ [∫ 𝑓(𝑥). 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
] . cos (
𝑛𝜋𝑡
𝐿
) . 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
∞
𝑛=1
 
 
 
 
 
15 
 
TEMA 5: APLICAÇÕES DA SÉRIE DE FOURIER – EQUAÇÃO DE LAPLACE 
Para concluirmos a temática de aplicações de Série de Fourier, veremos 
como resolver a Equação de Laplace. Sua problemática pode ser descrita, 
matematicamente, pelo seguinte problema enunciado pelo sistema de equações 
12: 
{
 
 
 
 𝜕
2𝑢
𝜕𝑥2
+
𝜕2𝑢
𝜕𝑦2
= 0
𝑢(0, 𝑦) = 𝑢(1, 𝑦) = 𝑢(𝑥, 0) = 0
𝑢(𝑥, 1) = 𝑢1 = 𝑓(𝑦)
 
(12) 
Utilizaremos a mesma simplificação utilizada na resolução da Equação do 
Calor e na equação da Onda, ou seja, 
𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝑋(𝑥). 𝑌(𝑦) 
que nos diz que as variáveis 𝐱 e 𝐲 são independentes uma da outra. Sendo 
assim, podemos escrever: 
𝜕2𝑢
𝜕𝑥2
+
𝜕2𝑢
𝜕𝑦2
= 0 
𝜕2𝑋(𝑥). 𝑌(𝑦)
𝜕𝑥2
+
𝜕2𝑋(𝑥). 𝑌(𝑦)
𝜕𝑦2
= 0 
−𝑋.
𝜕2𝑌
𝜕𝑦2
= 𝑌.
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
 
−
1
𝑌
.
𝜕2𝑌
𝜕𝑦2
=
1
𝑋
𝜕2𝑋
𝜕𝑥
= −𝜆2 
Dessa forma, podemos reescrever essa equação como o seguinte 
sistema de equações: 
{
 
 
 
 𝜕
2𝑋
𝜕𝑥2
= −𝜆2𝑋
−
1
𝑌
𝜕2𝑌
𝜕𝑦2
= −𝜆2
 
 
 
16 
Equivalente a: 
{
 
 
 
 𝜕
2𝑋
𝜕𝑥
+ 𝜆2𝑋 = 0
𝜕2𝑌
𝜕𝑦2
− 𝜆2𝑌 = 0
 
Usando a equação característica, encontramos, independentemente, a 
solução para 𝐘(𝐲) e para 𝐗(𝐱). 
{
𝑌(𝑦) = 𝐴1 cosh(𝜆𝑦) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦)
𝑋(𝑥) = 𝐴2 cos(𝜆𝑥) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥)
 
E podemos escrever a solução geral da Equação de Laplace, supondo 𝐲 
e 𝐱 variáveis independentes, como é mostrado na equação 13. 
𝑢(𝑥, 𝑡) = [𝐴1 cosh(𝜆𝑦) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦)]. [𝐴2 cos(𝜆𝑥) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥)] (13) 
Vamos substituir as condições de contorno para determinar os 
coeficientes 𝛌, 𝐀𝟏, 𝐁𝟏, 𝐀𝟐𝐞 𝐁𝟐 que geram a solução particular do problema dado. 
Veja que foi dado que 𝐮(𝟎, 𝐲) = 𝟎. Nesse caso, substituindo essa informação na 
equação 13. 
𝑢(0, 𝑦) = [𝐴1 cosh(𝜆𝑦) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦)]. [𝐴2 cos(0) + 𝐵2𝑠𝑒𝑛(0)] = 0 
𝑢(0, 𝑦) = [𝐴1 cos ℎ(𝜆𝑦) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦)]. 𝐴2 = 0 
Assim, obtemos que 𝐀𝟐 = 𝟎 e nossa solução particular considerando a 
primeira condição de contorno é dada por: 
𝑢(𝑥, 𝑦) = [𝐴1 cosh(𝜆𝑦) + 𝐵1𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦)]. 𝐵2𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥) 
𝑢(𝑥, 𝑦) = [𝐴3 cosh(𝜆𝑦) + 𝐵3𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦)]. 𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥) 
Também sabemos que 𝐮(𝐱, 𝟎) = 𝟎. Portanto, 
𝑢(𝑥, 0) = [𝐴3 cosh(0) + 𝐵3𝑠𝑒𝑛ℎ(0)]. 𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥) = 0 
E portanto, 𝐀𝟑 = 𝟎. Assim, podemos escrever a solução particular 
considerando as duas primeiras condições de contorno: 
𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝐵3𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦). 𝑠𝑒𝑛(𝜆𝑥) 
Temos também que 𝐮(𝟏, 𝐲) = 𝟎. Nesse caso, 
𝑢(1, 𝑦) = 𝐵3𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑦). 𝑠𝑒𝑛(𝜆) = 0 
E portanto 𝛌 = 𝐧𝛑. Nesse caso, a solução particular considerando as três 
primeiras condições de contorno são dadas por: 
𝑢(𝑥, 𝑦) = 𝐵3𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋𝑦). 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜋𝑥) 
 
 
17 
Nesse caso, cada valor de 𝐧 gera uma possível solução. Pelo princípio da 
superposição, a solução particular é a combinação linear de todas essas infinitas 
soluções, ou seja: 
𝑢(𝑥, 𝑦) = ∑𝐵𝑛𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋𝑦). 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜋𝑥)
∞
𝑛=1
 
Veja ainda, que a última condição de contorno afirma que: 
𝑢(𝑥, 1) = ∑𝐵𝑛𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋). 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜋𝑥)
∞
𝑛=1
= 𝑢1 
Veja que essa é a Série de Fourier da função fornecida 𝐮𝟏. Nesse caso, 
podemos calcular os coeficientes de uma Série de Fourier de senos: 
𝐵𝑛. 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋) =
2
𝐿
∫ 𝑢1. 𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
 
Veja que, portanto, 
𝐵𝑛 =
2
𝐿
. 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋).∫ 𝑢1𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)𝑑𝑥
𝐿
0
 
Assim, podemos escrever a Solução particular da Equação de Laplace 
considerando todas as condições de contorno: 
𝑢(𝑥, 𝑦) = ∑
2
𝐿
[∫ 𝑢1𝑠𝑒𝑛 (
𝑛𝜋𝑥
𝐿
)
𝐿
0
] 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋). 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑛𝜋𝑦). 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜋𝑥)
∞
𝑛=1
 
 
FINALIZANDO 
 
Caros alunos! 
Com essas duas aulas foi possível definir a Série de Fourier de uma 
função f(x) e entender algumas das aplicações que a Série possui. Com a Série 
de Fourier podemos definir a transformada de Fourier e suas propriedades. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
REFERÊNCIAS 
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e Problemas de Valores de Contorno, 10ª edição. LTC, 02/2015. 
ZILL, Dennis G., CULLEN, Michael R. Matemática Avançada para Engenharia 
- Vol I, 3ª edição. Bookman, 08/2011. 
BRONSON, Richar, COSTA, Gabriel. Equações Diferenciais, 3ª edição. 
Bookman, 01/2008. 
NAGLE, R. K., SAFF, Edward B., SNIDER, Arthur D. Equações Diferenciais, 8ª 
edição. Pearson Education do Brasil, 2012. 
OPPENHEIM, Alan V., SCHAFER, Ronald W. Processamento em tempo 
discreto de sinais, 3ª edição. Pearson Education do Brasil, 2012. 
BRANDAO, João C., ABRAHAM ,Alcaim, SAMPAIO, Raimundo N. Princípios 
de Comunicações, Interciência, 2014. 
DINIZ, Paulo R., DA SILVA, Eduardo B., NETTO, Sergio L. Processamento 
Digital de Sinais: Projeto e Análise de Sistemas, 2ª edição. Bookman, 
01/2014. 
ALEXANDER, Charles K., SADIKU, Matthew O. Fundamentos de Circuitos 
Elétricos, 5ª edição. AMGH, 03/2013. 
BOYLESTAD, Robert L. – Introdução à Análise de Circuitos, 10ª. Edição. 
Pearson Education do Brasil, 2004 
ÇENGEL, Yunus A., PALM III, William J. Equações Diferenciais. AMGH, 
01/2014. 
NALON, José A. Introdução ao Processamento Digital de Sinais. LTC, 
02/2009. 
OPPENHEIM, Alan V., WILLSKY, Alan S., NAWAB, S. H. Sinais e Sistemas, 2ª 
edição. Pearson Education do Brasil, 2010. 
FIGUEIREDO, Djairo Guedes de. Análise de Fourier e equações diferenciais 
parciais. 4. ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2012. 
ZILL, Dennis G., CULLEN, Michael .Matemática Avançada para Engenharia - 
Vol III, 3ª edição. Bookman, 08/2011. 
 
 
 
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BRANNAN, James R., BOYCE, William E. Equações Diferenciais uma 
Introdução a MétodosModernos e suas Aplicações. LTC, 11/2008. 
SPIEGEL, Murray R. Análise de Fourier. Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 1976 
J., ROBERTS. M. Fundamentos de Sinais e Sistemas.ArtMed, 09/2010. 
HSU, Hwei P. Sinais e Sistemas, 2ª edição. Bookman, 01/2012.

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