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Projeto de uma Estação de Tratamento de Efluentes de uma Indústria Cervejeira - Controle ambiental Química Industrial Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 22 pag. Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA Indústria Cervejeira (Tratamento de Efluentes) Projeto de uma Estação de Tratamento de Efluentes de uma Indústria Cervejeira referente à disciplina de Controle Ambiental ministrada pela Professora Silvana Calado apresentado pelas alunas Larissa Ciro Souza, Jackeline Souto e Maria Thalita Siqueira Recife, Novembro de 2011 Sumário 1 Introdução.................................................................................................................................. 3 1.1 A Indústria Cervejeira no País................................................................................................... 3 1.2 1.2 Descrição do Processo de Fabricação da Cerveja................................................................ 3 1.2.1 Cervejaria................................................................................................................................... 5 1.2.2 ................................................................................................................................................... 1.2.3 Características do efluente total:................................................................................................ 6 1.2.4 ................................................................................................................................................... Esgoto Bruto Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 1.2.5 ................................................................................................................................................... 1.2.6 ................................................................................................................................................... 1.2.7 ................................................................................................................................................... 1.2.8 ................................................................................................................................................... 1.2.9 ................................................................................................................................................... 1.2.10 ................................................................................................................................................... 1.2.11 ................................................................................................................................................... 1.2.12 ................................................................................................................................................... 1.2.13 ................................................................................................................................................... 1.2.14 ................................................................................................................................................... 1.2.15 ................................................................................................................................................... 1.2.16 ................................................................................................................................................... 1.2.17 ................................................................................................................................................... 1.2.18 ................................................................................................................................................... 1.2.19 ................................................................................................................................................... 1.2.20 ................................................................................................................................................... 1.2.21 ................................................................................................................................................... 1.2.22 ................................................................................................................................................... 1.2.23 ................................................................................................................................................... 1.2.24 ................................................................................................................................................... 1.2.25 ................................................................................................................................................... 1.2.26 ................................................................................................................................................... 1.2.27 ................................................................................................................................................... 1.2.28 ................................................................................................................................................... 1.2.29 ................................................................................................................................................... 1.2.30 ................................................................................................................................................... 2 Tratamento Preliminar e Primário............................................................................................. 9 2.1 Dimensionamento das grades.................................................................................................... 9 2.2 ................................................................................................................................................... 2.3 O primeiro passo para o dimensionamento das grades é o cálculo das alturas das lâminas para as vazões máximas, médias e mínimas (H) no medidor Parshall:................................................................ 9 2.3.1 Caixa de Areia............................................................................................................................ 11 2.3.2 Caixa de Gordura....................................................................................................................... 12 2.3.2.1 Dimensionamento...................................................................................................................... 12 2.3.3 Precipitação Química com o Uso de Coagulantes (Correção de pH)........................................ 13 2.3.4 ................................................................................................................................................... 2.3.5 Correção de pH.......................................................................................................................... 14 3 Tempo de detenção (t):.............................................................................................................. 14 4 ................................................................................................................................................... 5 Decantadores..............................................................................................................................14 5.1 ................................................................................................................................................... 5.2 ................................................................................................................................................... 5.3 ................................................................................................................................................... 5.4 ................................................................................................................................................... 1 CETESB, Nota técnica sobre tecnologia de controle: Fabricação de cervejas e refrigerantes, NT- 24, CETESB, São Paulo, 1992.- 27p.............................................................................................................. 22 PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 1. Introdução Em todas as indústrias existe a formação de resíduos sólidos, líquidos e gasosos que devem ser corretamente manipulados e processados de modo a se obter o menor impacto possível para o meio ambiente. Dependendo do processo da indústria um dos tipos de efluente vai prevalecer. Nas cervejarias, os resíduos líquidos provêm, em sua maioria, das máquinas de lavar garrafas, das dornas de fermentação, do bolo das centrífugas, da lavagem dos panos dos filtros-prensa e das descargas das máquinas de pasteurização. As descargas do pasteurizador e das lavagens das garrafas acontecem periodicamente, ocorrendo, geralmente, no encerramento do período semanal de fabricação. Os outros efluentes são contínuos durante o período de fabricação. Com a crescente preocupação com a qualidade dos corpos de água que atuam como receptores destes efluentes, existe um maior empenho em construir estações de tratamento com o máximo de eficiência dentro da disponibilidade de recursos necessários. O projeto de uma estação de tratamento é função principalmente das características do efluente, no caso das cervejarias as características do efluente são muito semelhantes as do esgoto doméstico e por isso estas estações apresentam projetos com pontos em comum. O objetivo deste trabalho é dimensionar as unidades de uma estação de tratamento no sentido de reduzir a quantidade de matéria orgânica e sólidos suspensos provenientes do processo, de acordo com as características do efluente de uma indústria cervejeira, para um posterior despejo com elaboração de um fluxograma e um balanço de DBO. 1. A Indústria Cervejeira no País No Brasil a cerveja demorou a chegar, pois os portugueses temiam perder o mercado da venda de seus vinhos. A cerveja só chegou ao Brasil em 1808, trazida pela família real portuguesa de mudança para o então Brasil colônia. Apenas a partir da metade do século XIX, a fabricação de cerveja brasileira começou a tomar forma com o aparecimento de diversas fábricas, inclusive grandes indústrias que aos poucos foram absorvendo as pequenas artesanais. Atualmente, o setor é uma potência em expansão em se tratando de volume de negócios gerados e crescimento no mercado alimentício e, consequentemente, paralelo a esse crescimento e modernização se tem o aumento nos resíduos gerados que precisam ser tratados, de forma que métodos mais avançados de controle e eliminação de resíduos vêm sendo constantemente desenvolvidos, para tornar possível esse crescimento. 1.2 Descrição do Processo de Fabricação da Cerveja PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark A cerveja é a bebida resultante da fermentação de um mosto obtido pela cocção de malte e lúpulo em determinadas condições, podendo-se adicionar ou não outros materiais em sua composição, tais como vários tipos de amido, açúcar cristal ou mascavo, dependendo das características desejadas no produto final e do País onde a qual está sendo processada. Após o cozimento, deixa-se esfriar e decantar o mosto, transferindo-o a seguir, para dornas onde se adiciona a levedura. Para temperaturas mantidas abaixo de 10ºC (baixa fermentação), a fermentação se processa durante uma semana ou mais com muita turbulência. Nas temperaturas acima de 10ºC e com outra variedade de levedura, tem-se a alta fermentação, onde se adquiri um sabor ácido, bem diferente da cerveja de baixa fermentação. Após a fermentação em dornas, com decantação parcial do levedo, o mosto passa para cubas fechadas sob ligeira pressão, em temperatura próxima de 0ºC, onde se conclui sua fermentação obtendo-se o enriquecimento da cerveja em gás carbônico. O restante do levedo deposita-se no fundo das cubas, diminuindo a turbidez da cerveja. Esta etapa consiste na fase de maturação da cerveja e pode durar de 10 dias a vários meses. Após estas fases, a cerveja é filtrada, engarrafada e pasteurizada, com o objetivo de destruir eventuais microorganismos, conferindo ao produto um maior tempo de conservação nas garrafas. A Figura 1 mostra um fluxograma do processo de fabricação de cerveja, com destaque para os resíduos líquidos e sólidos produzidos. Figura : Fluxograma de Fabricação de Cerveja PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Figura 1. Fluxograma do processo de fabricação da Cerveja 2. Características do Efluente 2.2. Esgoto doméstico A fábrica em questão funciona normalmente 16 h/dia com um total de 150 trabalhadores, sendo 120 operários, 60 por cada turno de 8 horas (2 turnos) e 30 são funcionários, 15 por cada turno de 8 horas (2 turnos). De acordo com as normas NBR 7229 tem-se, em 8 horas, que: Tabela 1 - Quantidade diária de esgoto doméstico. Vazão per capita (l/dia) Contribuição per capita (g/dia) Funcionários 50 x 8 / 6 = 66,67 35 x 8 / 6 = 46,67 Operários 70 40 Vazão e Contribuição para funcionários: Vazão (funcionário) = Vazão per capita x funcionários = 66,67 l/dia x 30 = 2000,1 l/dia Contribuição (funcionário) = Contribuição per capita x funcionários = 46,67 g/dia x 30 = 1400,10 g/dia Vazão e Contribuição para operários: Vazão (operário) = Vazão per capita x operário = 70 l/dia x 120 = 8.400 l/dia Contribuição (operário) = carga per capita x operário = 40 g /dia x 120 = 4.800 g/dia DBO e Vazão de esgoto doméstico: 2.3.Cervejaria Adotou-se uma cervejaria de produção diária de 150.000 L em 16h/dia de funcionamento. A cada 1000 L de cerveja produzida, têm-se um consumo específico de água de 8-20 m3/dia. Então: Vazão mínima = 1200 m3/dia = 13,89 L/s Vazão máxima = 3000 m3/dia = 34,71 L/s É importante ter-se uma avaliação confiável da vazão máxima, uma vez que influi diretamente no dimensionamento das unidades do tratamento, cujas dimensões devem ser calculadas em função da vazão máxima do dia de maior contribuição. Adotou-se uma carga de DBO de 1.000 mg/L para o efluente industrial (BRAILE, P. et al, 1979). Nas cervejarias que possuem anexa, a fábrica de malte, dois tipos de despejos são caracterizados, grãos de cevada em suspensão, além de sólidos sedimentáveis, provenientes das impurezas da matéria-prima. Possuem cor e turbidez não muito elevadas e pH variando na faixa de 7 a 8, podendo, às vezes, alcançar 10 ou 11 durante a lavagem dos tanques de molhamento com PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark solda cáustica. Sob o ponto de vista químico, os despejos da maltaria contêm, principalmente, legumina, fibrina, maltose e arabinose. Tabela 2 - Origem e composição dos diferentes tipos de resíduos dacervejaria. Fase de fabricação Origem do resíduo Composição Cozimento Resto de mosto e lavagem dos equipamentos Solução aquosa de açúcares, dextrina, proteínas, taninos, resinas. Fermentação Lavagem dos tanques Álcool etílico, gás carbônico, ácidos, aldeídos, cetonas, ésteres, gorduras, bactérias. Maturação Fundo das cubas Líquido enriquecido de proteínas e produtos derivados de sua degradação. Além desses, pode-se esperar no efluente: restos de papéis (celulose) dos rótulos das garrafas, amido, fermento decantado ou centrifugado, terra de diatomáceas e uma pequena quantidade de cerveja proveniente dos interstícios do fermento rejeitado e das garrafas quebradas durante a pasteurização. Todos esses despejos se caracterizam pela elevada DBO e são ricos em proteínas que se decompõem rapidamente, provocando fortes odores. Dada a complexidade das transformações existentes nos diversos estágios de fabricação da cerveja e a natureza das matérias-primas, a composição química e microbiológica do efluente de uma cervejaria é muito variada. A DBO depende do volume de água utilizado. Métodos de tratamento atualmente utilizados Os efluentes provenientes das dornas de fermentação, das dornas de envelhecimento e dos processos de recuperação de levedura, são os mais trabalhosos do ponto de vista do tratamento. Em relação aos demais despejos, alguns podem ser removidos por peneiras, outros são convenientemente diluídos, de modo que sua carga poluidora, muitas vezes, torna-se insignificante em comparação com os demais. O tratamento das águas residuárias das cervejarias e maltarias pode ser realizado por processos semelhantes aos empregados na depuração dos esgotos domésticos, graças ao seu elevado conteúdo de matéria orgânica e de nutrientes. Às vezes, entretanto, há falta de nitrogênio. Antes do tratamento biológico é feito um tratamento químico para aliviar a parte biológica, como por exemplo, precipitação química com sulfato ferroso e cal ou silicato de sódio. É muito comum o emprego de decantadores primários, com tempo de detenção inferior a 1 hora, suficiente para a precipitação, de modo a satisfazer às disposições legais para certas classes de corpos receptores. O tratamento em separado dos despejos de cervejarias é freqüentemente feito por filtração biológica, lodos ativados e, em um limitado número de casos, por tratamento anaeróbio. A filtração biológica permite atingir remoção de DBO superior a 90% (nominal), numa taxa da ordem de 150 L/m3dia. Este processo é, no entanto, sensível a rápidas alterações de pH e choques de cargas orgânicas. Também o processo por lodos ativados permite uma redução desta ordem. Características do efluente total: Vazão máxima total = Vazão doméstica + Vazão máxima industrial = 0,12 L/s + 34,71 L/s = 34,83 L/s Vazão mínima total = Vazão doméstica + Vazão mínima industrial = 0,12 L/s + 13,89 L/s = 14,01 L/s DBOtotal = DBOdoméstica + DBOindustrial = 596 + 1000 = 1596,0 mg/L PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Principais parâmetros de importância no efluente de cervejaria: - DQO ou DBO; - Óleos e graxas; - Sólidos sedimentáveis; - pH. Para o nosso processo, a DBO foi de 1000 mg/L; os sólidos sedimentáveis e óleos/graxas (CETESB, 1992), foi de, respectivamente, 305 mg/L e 200 mg/L. Tabela 3 - Características típicas dos principais sistemas de tratamento de esgotos. Sistema de tratamento Eficiência na remoção (%) Requisitos Custo de implantação (US$/hab) Tempo de detenção hidráulico total (dias) Quantidade de lodo a ser tratado (m3/ hab.ano) DBO N P Coliformes Área (m2/ hab) Potência (W/hab) Tratamento preliminar 0 – 5 ~0 ~0 ~0 <0,001 ~0 2 – 8 - - Tratamento primário 35 – 40 10 – 25 10 – 20 30 – 40 0,03 – 0,05 ~0 20 – 30 0,1 – 0,5 0,6 – 13 Filtro biológico de alta carga 80 – 90 30 – 40 30 – 45 60 – 90 0,3- 0,45 0,5 – 1,0 40 – 70 Não aplicável 1,1 – 1,5 PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark 3. Fluxograma da ETE Figura 2 – Fluxograma da ETE Todas as unidades, com exceção da caixa de gordura, do tanque de correção de pH, do medidor de vazão e do leito de secagem são construídos em duplicata, operando em paralelo para garantir o funcionamento da estação mesmo quando os equipamentos estiverem em manutenção. Alguns equipamentos, nesse caso, operarão sobrecarregados, mas em caráter provisório, não comprometendo, assim, o funcionamento eficiente do projeto. 4. Direcionamento dos resíduos 4.2. Gradeamento PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark O material removido deverá ser imediatamente afastado das instalações de gradeamento e encaminhado ao seu destino final, de modo a evitar inconvenientes na circunvizinhança das unidades. Esse material, antes de ser transportado, receberá óxido de cálcio (cal), evitando a emanação excessiva de odores desagradáveis ou elevada proliferação de insetos em torno dos locais ou recipientes utilizados para a disposição final do material removido. Este, na forma seca ou úmida, deverá ser encaminhado para locais sob controle das autoridades sanitárias, onde será incinerado. Recomenda-se a utilização do gás produzido no digestor da estação de combustível. 4.3. Caixa de Areia Como a instalação é isenta de dispositivos de lavagens de areia, esta será encaminhada para o aterro sanitário mais próximo. 4.4. Caixa de Gordura A gordura removida será enterrada nas imediações próximas. 4.5. Peneiramento O material retido nas peneiras será direcionado para um aterro sanitário. 5. Projeto da ETE 5.2.Tratamento Preliminar e Primário 5.2.1.. Gradeamento Constitui-se na primeira etapa de remoção de sólidos e o seu objetivo é reter materiais grosseiros em suspensão e sólido flutuantes. Outro objetivo é de proteger os equipamentos subseqüentes e evitar obstruções que poderiam vir a ser causadas por estes materiais. As grades podem ser classificadas como finas, médias e grosseiras de acordo com as dimensões da seção transversal da barra. Além disso, podem ser simples ou apresentarem limpeza mecanizada. A espessura e o espaçamento entre as grades são função das características do seu efluente. A grade média será a escolhida para o caso já que uma grade fina poderia apresentar problemas devido aos plásticos e rótulos presentes no efluente e uma grade grosseira acabará por permitir a passagem de objetos pequenos, no caso, principalmente tampas. Serão escolhidas grades simples, uma vez que o efluente não possui grande quantidade de sólidos grosseiros. Dimensionamento das grades O primeiro passo para o dimensionamento das grades é o cálculo das alturas das lâminas para as vazões máximas, médias e mínimas (H) no medidor Parshall: Onde K e n são funções da garganta do medidor da calha Parshall. Depois é necessário o cálculo do rebaixo do medidor da calha Parshall, no caso de haver uma caixa de areia. Área útil: Eficiência: , onde a é o espaçamento entre barras e t é a espessura das mesmas. Área Total considerando escoamento montante a grade: Tabela 4 - Valores do dimensionamento das grades. Vazão (l/s) PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Q máx 34,83 Q med 24,42 Q min 14,01 W (pol) n K 3 1,547 0,176 Altura (m) H máx 0,350922 H med 0,278952 H min 0,19478 Dimensionamento de Grades Z 0,089711 t = espessura a = abertura entre barrasa = 3/4" t = 3/8" Au (m2) 0,05805 E 0,666667 S (m2) 0,087075 b (m) 0,333351Vo (m/s) 0,6 Obstrução da grade de 50%. Vo será o dobro no cálculo da perda de carga v (m/s) 0,4 -------------------------- hf (m) 0,093388 hmáx (m) 0,261211 h' (m) 0,654599 D = 0,2 m (convenção) C (m) 0,925743 Ângulo 450 n 11,67603 12 e (mm) 66,65061 Figura 3 - Grades 5.2.2.. Peneiramento A principal finalidade da peneira é remover sólidos grosseiros suspensos das águas residuárias com granulometria superior a 0,25 mm. Há dois tipos de peneiras: a estática e a rotativa. Na estática, o efluente flui na parte superior, desce pela tela e cai pelas malhas para dentro, onde é recolhido e direcionado para a unidade subseqüente, enquanto os sólidos grosseiros deslizam na tela inclinada, sendo empurrados pelo próprio líquido, e são recolhidos na parte inferior. Para dimensionamento, é recomendável consultar tabelas de fabricantes, utilizando a vazão máxima de projeto, sendo também aconselhável consulta prévia ao fabricante para confirmação das dimensões, indicando o tipo de água residuária e a fenda da malha a ser utilizada no projeto. Podem ser instaladas recebendo o efluente por recalque ou por gravidade, estando situada antes ou após o tanque de equalização. Podem ser dimensionadas pela taxa de aplicação, que varia com a abertura da tela e também com o tipo de efluente, a concentração de sólidos a serem removidos, temperatura e viscosidade. Para altas concentrações de sólidos orgânicos, poderá ser removido de 15 a 25% da DBO em suspensão grosseira. PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Dimensionamento A taxa de aplicação foi obtida da tabela 3.1 do Alves Nunes, página 83, que fornece as taxas das peneiras estáticas ou rotativas fabricadas pela ETA – Engenharia de Tratamento de Água Ltda. Adotou-se uma peneira estática de 0,75 mm de abertura, à qual corresponde uma taxa de aplicação (I) de 25 m3/m2h Área da tela (A): Onde: I = taxa de aplicação = 25m3/m2h para uma peneira estática de abertura 0,75mm Q = vazão máxima do afluente = 125,388 m3/h Comprimento e Largura da peneira (L, B): Considerando o comprimento da peneira conforme catálogo da ETA - Eng. De Tratamento de Águas Ltda, L = 2,0 m. Logo: Existe um valor tabelado para a largura que será adotada, que é o valor imediatamente superior a esse valor de 2,51 m. Como não dispomos desse valor, não podemos dizer a real largura que essa peneira teria. 5.2.3.. Caixa de Areia O objetivo principal da caixa de desarenação ou caixa de areia é a retenção de substâncias inertes, como areias e sólidos minerais sedimentáveis, originárias de águas residuárias, que provêm da lavagem de pisos ou dos esgotos sanitários. Esta remoção é importante para proteger bombas, válvulas de retenção, registros e canalizações, evitando entupimento e abrasão. As caixas podem ser simples, geralmente usadas em pequenas e médias estações, ou mecanizadas, empregadas nas grandes estações. É muito comum se encontrarem caixas em câmara dupla, que permite a retirada de uma para limpeza, enquanto o efluente flui pela outra, que fica sobrecarregada, sendo mais indicada a limpeza em horários de menores vazões. O isolamento de uma das caixas se faz pelo fechamento das comportas existentes na entrada e saída da caixa. A velocidade recomendada de projeto é de 0,15 a 0,40 m/s, sendo 0,30 F 0 B 1 20% o mais adotado. Para mantê-la num valor constante faz-se uso de um medidor de vazão à jusante, podendo ser uma calha de Parshall. A areia é bombeada diariamente sob água, por meio de um removedor de areia, que a retira da canaleta de armazenagem. Dimensionamento Largura: PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Onde V é a velocidade pretendida nos canais e hmax e Qmax são valores anteriormente calculados. b = 0,03483/(0,261211*0,30) = 0,44 m Comprimento: L = 22,5 * hmax (19) L = 5,88 m Profundidade adotada: Hcaixa = 0,60 m Taxa de escoamento superficial (I): deve estar entre 600 e 1200 m3/m2dia. 5.2.4.. Caixa de Gordura A caixa de gordura tem a função de reter gorduras e materiais que flotam naturalmente. Seu princípio de funcionamento é diferença de densidade entre a água e as gorduras. A remoção da gordura tem as seguintes finalidades: • Evitar obstruções dos coletores; • Evitar aderência nas peças especiais da rede de esgotos; • Evitar acúmulo nas unidades de tratamento provocando odores desagradáveis e perturbações no funcionamento dos dispositivos de tratamento; • Evitar aspectos desagradáveis nos corpos receptores. A caixa deve ser retangular, com duas ou mais cortinas, uma próxima à entrada para evitar turbulência do líquido, e a outra próxima à saída. Em um dos lados da caixa deverá haver uma calha para a remoção da gordura. A caixa de gordura foi empregada devido ao fato de se ter um efluente doméstico, com alto conteúdo de gordura reunido ao efluente industrial, que também contém quantidades relevantes de gorduras provenientes das lavagens de garrafas e dos tanques de fermentação. A separação da gordura permite maior eficiência às fases subseqüentes e melhora no tratamento do lodo, se for reunida a este. Dimensionamento Onde: Q é vazão máxima afluente = 34,83 l/s = 125,388 m3/h; v é a velocidade mínima de ascensão das partículas de menor tamanho = 4 mm/s, a taxa de aplicação será de 14,4 m³/m²h. Substituindo os valores temos para área da caixa de gordura (A) = 8,71 m2. A velocidade pode ser obtida num cilindro graduado: Onde: H é a altura do líquido no cilindro e t é o tempo de ascensão das partículas. Volume da caixa: V caixa = L x B x H Onde: L= comprimento da caixa de gordura = 1,5 x B PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark B= largura da caixa de gordura. A = L x B, L = 1,5 x B F 0 D E A = 1,5 B2 B = 2,41m; L = 3,61 m Para 16 h de funcionamento diário, tem-se: Vcaixa = Q x t x 1,25 Onde: Q = Vazão máxima (m³/h) t = Tempo de detenção (h) Considerou-se a utilização de 75% da capacidade de uso da caixa de gordura e 5 minutos de tempo de detenção (faixa de 3 a 5 minutos). Com isto, obtém-se: Vcaixa = 125,388 x (5/60) x 1,25 = 13,06 m³ Da equação: Vcaixa = L x B x H, com o volume, largura e comprimento já encontrados, calculamos o valor de H (profundidade). H = 1,50 m. Figura 6 – Caixa retentora de gordura 2.4. Precipitação Química com o Uso de Coagulantes (Correção de pH) O tratamento físico-químico por coagulação / floculação de águas residuárias decorrentes dos processos industriais têm sido empregados, na maioria das vezes, a nível primário, precedendo o tratamento biológico de depuração, objetivando reduzir a carga orgânica afluente, conseqüentemente, obtendo-se menores dimensões destas unidades. A finalidade principal é a remoção de poluentes inorgânicos, matérias insolúveis, metais pesados, matérias orgânicas não biodegradáveis, sólidos em suspensão, cor, etc. Para a floculação, usam-se coagulantes químicos como sais de alumínio e ferro que reagem com a alcalinidade contida ou adicionada nas águas residuárias, formando hidróxidos que desestabilizam colóides e partículas em suspensão pela obtenção do ponto isoelétrico. A precipitação também pode ser feita pela variação de pH, sem floculação: apenas aumentando o pH é possível precipitar metais pesados, por exemplo. Quando se usa cal, o produto formado é o CaCO3 que atua como coagulante, que consegue precipitar certas proteínas, lignina (substância solúvel glicoprotéica). Sempre é necessário pesquisar o pH ótimo em que a solubilidade do sólido é mínima e a precipitação é máxima. Quando a elevação passa desse ponto ossólidos se tornam solúveis. Às vezes pode-se empregar simultaneamente a cal com sais de ferro e alumínio, ou até mesmo com polieletrólitos, objetivando obter melhor sedimentação de sólidos precipitáveis pela floculação e pela formação de insolúveis. Nem todos os precipitantes podem ser empregados para qualquer PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark efluente. A natureza dos resíduos, custos e a disponibilidade dos precipitantes são fatores também considerados importantes. Correção de pH A correção de pH decorre da necessidade de pH ótimo para coagulação. Nos sistemas biológicos aeróbios a faixa ideal de pH situa-se entre 6,5 e 8,5, para crescimento normal dos microrganismos. Nos sistemas anaeróbios, devido à maior sensibilidade das bactérias metanogênicas às variações de pH, a faixa ideal é mais estreita, entre 6,3 e 7,8. Às vezes é possível o lançamento no setor biológico de efluentes com pH alcalino, acima destas faixas, devido ao efeito tampão conferido pelo sistema carbônico: CO2, HCO3- e CO3-2. A correção de pH é uma solução técnica e econômica, pois, além dos coagulantes serem mais caros que os ácidos, são necessárias dosagens menores de corretivos. Reações: Dimensionamento do Tanque de Equalização Volume de equalização (Veq): Onde: Qe = vazão máxima na entrada; Qs = vazão máxima na saída Tempo de detenção (t): Dimensões do tanque (H e L): Onde: H = profundidade do tanque = 2 m L = largura da seção quadrada Volume total do tanque (Vt): Onde: Vmin = volume mínimo, cuja profundidade é 1,0 m 2.5. Decantadores PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark No caso de um efluente ter sólidos sedimentáveis em quantidade considerável, podendo ser recolhidos sem coagulação, a decantação é dita simples ou primária, aliviando as unidades subseqüentes com cargas menores, trazendo economia em relação ao uso de coagulantes. Os decantadores são dimensionados em função das taxas de escoamento, conforme o tipo e as características do efluente. As taxas empregadas para efluentes industriais são bem menores que as empregadas em tratamento de água para abastecimento público. Geralmente estas taxas se situam ente 25 e 30 m3/m2dia para decantadores secundários que recebem efluentes floculados ou de tanques de aeração. No caso de sistemas de lodos ativados, as taxas de escoamento aplicadas são menores que 24 m3/m2dia. Os decantadores usados ultimamente são ditos de alta taxa. Neles, são empregados módulos ou placas que diminuem a turbulência, reduzindo consideravelmente o número de Reynolds para valore abaixo de 250. Neste caso, as taxas situam-se ente 60 e 75 m3/ m2dia. O lodo é recolhido no fundo dos decantadores e direcionado a uma caixa e posteriormente recalcado para adensamento, digestores, filtros prensa ou leitos de secagem, conforme a concentração em que se encontra. Nos decantadores não mecanizados, o fundo deverá formar um ângulo de 60o com a horizontal e a tubulação de descarga de lodo deverá ser de no mínimo de 150 mm. Segundo Imhoff, os decantadores com capacidade inferior a 1000 m3 devem ser, de preferência, retangulares ou cônicos. O decantador escolhido foi um decantador retangular com retirada mecânica do lodo. Dimensionamento do decantador primário simples Critérios adotados: C = comprimento do decantador = 20 m Relações adotadas no Brasil: C/L = 4/1 C = 4L C/H = 5,6/1 C = 5,6/H Dimensões do decantador (L e h): L = C/4 = 20/4 = 5 m (dentro do limite de 1,5 a 7,2 m) H = C/5,6 = 20/5,6 = 3,57 m (dentro do limite de 2,4 a 3,6 m) Onde: L = largura dos decantadores H = profundidade dos decantadores Área do decantador (A): A = L x C = 5 x 20 = 100 m2 Taxa de escoamento superficial (I): Onde: Qs = vazão máxima de saída do tanque de equalização A taxa de escoamento está dentro do limite para uma sedimentação simples, de 5 a 80 m3/m2dia. Volume do decantador (Vdec): PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Vdec = C x L x H = 20 x 5 x 3,57 = 357 m3 Velocidade de sedimentação (v): Onde: V = velocidade crítica de arrastamento das partículas = 5 cm/s. A velocidade de sedimentação é menor do que 0,75cm/s de acordo com a literatura. Tempo de retenção (t): 2. Filtros Biológicos A ação dos filtros biológicos, como o nome sugere, é de origem biológica e depende de aeração. A grande profundidade permite a redução da área e melhora a ventilação, em especial com o uso de granulometria mais grosseira que a encontrada em solos arenosos naturais. Os chamados filtros biológicos de baixa capacidade são aqueles no qual o efeito de arrastamento é muito fraco. Os sólidos formados ficam aderentes às pedras em sua maior parte e são constantemente recobertos por novas camadas dos mesmos sólidos, fazendo com que o lodo orgânico fique retido no filtro, onde deve ser estabilizado, tomando parte no consumo de oxigênio. O filtro de alta capacidade consegue depurar maior volume de esgoto com mesmo volume de material filtrante, uma vez que não cabe ao filtro à operação de estabilização do lodo – sua principal característica é a inexistência de lodo em seu interior, responsável pelos baixos teores de nitrato (oriunda da decomposição aeróbia do lodo retido). A extensão da superfície recoberta de películas biologicamente ativas em 1m3 de filtro depende da granulometria do meio. A altura dos filtros está relacionada com o tamanho das pedras e com a finalidade de ventilação, da mesma forma que tem relação com a concentração dos esgotos, sendo tanto maior a altura quanto maior a concentração, a fim de aumentar a extensão de percolação bem como a o tempo de detenção e também a capacidade de depuração. A questão da aplicação intermitente do esgoto tem importância muito grande na operação de filtros biológicos. Dimensionamento do Filtro biológico de Alta Carga: Razão de Recirculação: Onde: PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark r = 0,5 a 3,0 = 2,0 (adotou-se 2) Qr = vazão de esgoto recirculado; Qa = vazão de esgoto afluente à unidade Fator de recirculação (F): Seleção da Taxa de Escoamento: Imín = 0,8 m/h Iadotado = 1,8 m/h Recirculo: A taxa de escoamento está acima do valor mínimo (0,86 > 0,80) Área do Filtro Biológico (At): Onde: Qs = vazão máxima de saída do tanque de equalização Diâmetro do Filtro (D): Volume do filtro: O tempo de retenção (tr) recomendado é de 1,5 a 2,5 horas. Foi utilizado tr = 2 horas. V = Qs x tr = 83,59 m3/h x 2h = 167,18 m3 Altura do filtro biológico: Obs) O Filtro Biológico de Baixa Carga tem as mesmas dimensões do filtro biológico de alta carga. Dimensionamento do decantador secundário Critérios adotados: C = comprimento do decantador = 20 m Relações adotadas no Brasil: C/L = 4/1 C = 4L C/h = 5,6/1 C = 5,6/h Dimensões do decantador (L e h): L = C/4 = 20/4 = 5 m (dentro do limite de 1,5 a 7,2 m) h = C/5,6 = 20/5,6 = 3,57 m (dentro do limite de 2,4 a 3,6 m) Onde: PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark L = largura dos decantadores h = profundidade dos decantadores Taxa de escoamento superficial (I): Para decantador secundário, I deve serentre 25 a 30 m3/m2dia. Considerando que a taxa de escoamento superficial seja 25 m3/m2dia, o que é o mesmo de 1,5625 m3/m2h (considerando 16 h de trabalho), tem-se: Onde: Qs = vazão máxima de saída do tanque de equalização. Volume do decantador (Vdec): Vdec = A x h = 53,50 x 3,57 = 191 m³ Velocidade de sedimentação (v): Onde: V = velocidade crítica de arrastamento das partículas = 5 cm/s. A velocidade de sedimentação é menor do que 0,75cm/s de acordo com a literatura. Tempo de retenção (t): 3. Digestor de lodo A digestão do lodo pode dar-se de duas formas. A primeira forma se dá por fermentação ácida e é indesejável devido à lentidão com que se desenrola e a redução de lodo insignificante, além das características inconvenientes como odores desagradáveis e formação de espuma. A segunda forma se dá com a conveniente maturação do lodo resultando no desprendimento de gás carbônico, nitrogênio e, sobretudo metano. Não ocorre alteração de pH que permanece constantemente um pouco acima de sete. As reações são inodoras. É a denominada fermentação alcalina. No caso a estação de tratamento de efluentes em questão o digestor escolhido será o digestor anaeróbio. As finalidades de um digestor anaeróbico são destruir ou reduzir a níveis previamente estabelecidos os microorganismos patogênicos; estabilizar substâncias instáveis e matéria orgânica do lodo; reduzir o volume de lodo através da liquefação, gaseificação e adensamento; dotar o lodo de características favoráveis a redução de umidade e permitir o uso posterior deste lodo como húmus ou condicionador de solos ou agente recuperador de solos degradados. Características dos digestores As características dos digestores visam a execução das seguintes operações: • Digestão de lodo cru; • Retenção e encaminhamento dos gases; • Permitir a remoção do material resultante da liquefação e sua recondução para o processo; • Permitir a remoção de lodo cru e sua condução para fase posterior de redução de umidade; • Permitir recirculação de gases e/ou lodo de forma a acelerar a digestão; PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark • Permitir ajustes de temperatura a fim de se obter temperatura de projeto; No caso, foi escolhido um digestor de único estágio, cilíndrico com tampa fixa. As vantagens em usar um digestor anaeróbico é o menor custo operacional, que em longo prazo pode compensar o maior custo de implantação quando comparado com o digestor aeróbico; a menor necessidade energética que o digestor aeróbico, em especial devido a preocupação com a crise energética; permite o reaproveitamento de gás, o que não ocorre em digestores aeróbicos e permite que a remoção de umidade de lodo nas etapas subseqüentes seja mais eficiente devido a melhor filtrabilidade. Dimensionamento Vazão de lodo (Ql): Ql = Qs (L/h) x Vlodo (L/L) x Carga Horária (h/dia) = 83590 x 0,1 x 16 = 133744 L/dia Onde: Qs = vazão máxima de saída do tanque de equalização = 55,89 m3/h = 55890 L/h; Vlodo = volume de lodo gerado nos decantadores = 100 ml de lodo/L de efluente Massa de lodo em Kg/dia (ML): Onde: CS = concentração de sólidos no lodo = 1% Diâmetro do Digestor: Para digestor mecanizado com rapadores de fundo, a seção horizontal deverá ser circular. Onde: C = carga de sólidos adotados em 40 kg/m2dia. Volume do lodo digestor por dia (Vdl): Onde: C’S = concentração de sólidos no lodo igual a 4% após a digestão = 40 kg/m3. 4. Leito de Secagem Os lodos removidos dos esgotos nas estações de tratamento são normalmente submetidos ao processo de digestão. A digestão deste lodo é normalmente realizada por meios aeróbicos ou anaeróbicos, tendo a finalidade de dotar o lodo de um grau de tratamento técnico e economicamente viável à sua utilização ou disposição final, sem alterar, além dos parâmetros recomendáveis, as condições sanitárias favoráveis à proteção do meio ambiente que se pretende preservar. O tratamento da fase líquida e os processos de estabilização do lodo geram um material de alto teor de PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark umidade, tornando imperiosa sua desidratação caso haja necessidade de qualquer operação subseqüente do tratamento, tendo em vista ainda o transporte do lodo para qualquer fim. Para estações de tratamento de médio e grande porte, utiliza-se equipamentos para secagem mecanizada, capazes de produzir um lodo seco, a que se chama de “torta de lodo”, com cerca de 20 a 30% de teor de sólidos. Entre as opções típicas tem-se: • Filtros a vácuo; • Filtros-prensa; • Filtros de esteira; • Centrífugas. Na escolha do tipo de equipamento, os seguintes fatores principais devem ser estudados: • Características típicas de equipamento; • Facilidades ou dificuldades de operação e manutenção; • Custo do equipamento; • Consumo de energia; • Local de destino final; • Massa e volume produzido de torta seca • Impactos ambientais; etc. No caso do trabalho, foi escolhido um filtro-prensa de placa, que é um equipamento muito utilizado nessa desidratação do lodo, apresentando torta de matéria seca na ordem de 25 a 35%. Na operação são utilizados cal e cloreto férrico ou polieletrólito, a depender do tipo de tratamento. O dimensionamento é feito em função do volume de lodo a ser desidratado. Dimensionamento Volume diário de Lodo (V l): Onde: ML = massa do lodo Cs = concentração da torta (adotada em 30%) Capacidade do filtro-prensa (C): Onde n é o número de ciclos por dia, sendo geralmente 4 ciclos. 6. Resultados e Discussões Custo e Benefício Para o tratamento proposto seria necessário estipular a área para a construção de todas as etapas dimensionadas, saber também o gasto de energia, além dos custos de implantação, seria o “investimento requerido para a proposta apresentada”. Tabela 5 - Características dos sistemas de tratamento proposto. Sistema de Tratamento Área (m2/hab) Custo de Implantação (US$/ hab) Tratamento Preliminar < 0,001 2 – 8 PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark Tratamento Primário 0,03 – 0,05 20 – 30 Tratamento Secundário 0,30 – 0,45 40 – 70 Tratamento Terciário 2,0 – 5,0 10 – 30 Através do tratamento discriminado na tabela 5, pode-se estimar a eficiência de remoção de DBO, SS e óleos/graxas, fazendo uso de um balanço de massa que é exposto na tabela 6. Tabela 6 - Balanço de massa de DBO, SS e óleos/graxas. Etapas de Tratamento Eficiência na Remoção (%) Quantidade Final DBO SS Óleos/graxas DBO (mg/L) SS (mL/L) Óleos/graxas (mg/L) Grade / Caixa de Areia 0 – 5 35 - 1516,2 198,25 200 Peneiramento 15 – 25 5 - 1137,15 188,34 200 Caixa de Gordura - - 85 1137,15 188,34 30 Tanque de Equalização - - - 1137,15 188,34 30 Decantador Primário 30 – 40 35 - 682,29 122,42 30 Filtro Biológico de Alta Carga 80 – 90 65 – 92 - 68,23 36,73 30 Filtro Biológico de Baixa Carga 85 – 93 65 – 92 - 4,77 11,02 30 Decantador Secundário 30 - 40 65 - 2,866 3,86 30 Para todas etapas de tratamento foi considerada a porcentagem de remoção máxima. Para a remoção de sólidos suspensos, considerou-se um valor de 70% de remoção nos filtros. Tabela 7 - Eficiência do tratamento proposto. Parâmetros Efluente antes do tratamento Efluente depois do tratamento Eficiência (%) DBO 1.596,0 mg/l 2,866 mg/l 99,8 SS 305,0 mg/l 3,86 mg/l 98,7 Óleos/graxas 200,0 mg/l 30,0 mg/l 85 7. Conclusão Pode-se concluir com o trabalho que o tratamento proposto foi satisfatório, visto que a eficiência da ETE (avaliando os três principiais parâmetros) DBO ficou dentro dos valores permitidos para lançamento do efluente em um corpohídrico de classe 2, sem nenhum dano ao mesmo, de acordo com a Resolução atualizada do CONAMA nº 430 de 2011 e a Portaria do Ministério da Saúde nº518 de 2004. 8. Referências Bibliográficas • Imhoff, Klaus R.; Imhoff, Karl R., Manual de tratamento de águas residuárias, Edgard Blücher, São Paulo, 1986. PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark • Nunes, José A., Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais, 2ª edição, Editora J. Andrade, Aracaju, 1996. • Jordão, E. P.; Pessoa, C. A., Tratamento de Esgotos Domésticos, 3ª edição, ABES, Rio de Janeiro, 1995. • Braile, P.M., Cavalcanti, J.E.W.A, Manual de Tratamento de Águas Residuárias Industriais, São Paulo, 1979. • Sperling, M.V., Introdução a Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. CETESB, Nota técnica sobre tecnologia de controle: Fabricação de cervejas e refrigerantes, NT- 24, CETESB, São Paulo, 1992.- 27p. PAGE 23 Document shared on www.docsity.com Downloaded by: ruanyto-willy-12 (ruanytowilly@yahoo.com.br) https://www.docsity.com/?utm_source=docsity&utm_medium=document&utm_campaign=watermark
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