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S3 Medicina Alina Villela Espirometria → Volume residual: não sai do pulmão- único volume não medido na espirometria. → Capacidade pulmonar total também não é medido na espirometria. Indicações ▪ Suspeita de doença que pulmonar ou das vias aéreas altas que curse com possível obstrução ao fluxo aéreo (ex: asma); ▪ Avaliação longitudinal de doenças pulmonares obstrutivas ou restritivas; ▪ Paciente com qualquer doença pulmonar estabelecida, com o objetivo de quantificar a perda funcional; ▪ Investigação precoce da dispneia de origem indefinida; ▪ Avaliação pré-operatória; ▪ Suspeita de obstrução das vias aéreas superiores; ▪ Avaliação de disfunção e incapacidade (pericias medicas). Fisiologia Manobra de expiração forçada ▪ A manobra expiratória forçada desencadeia um aumento pronunciado das pressões alveolares, que tendem a expulsar o ar, e também da pressão pleural, que, envolvendo as vias aéreas, tende a fechá-las. Os dois processos praticamente se cancelam em determinado segmento das vias aéreas (ponto de igual pressão – PIP); assim, a pressão que sobra para eliminar o ar é a pressão de recuo elástico dos pulmões ▪ Em contraste, na manobra expiratória lenta não há compressão das vias aéreas e os fluxos são altamente variáveis. Em compensação, todo o ar previamente inspirado consegue se exalado, fornecendo valores mais acurados de capacidade vital (CV) e suas subdivisões. ▪ Paciente com enfisema que faz uma expiração forçada a via aérea pode obstruir ainda mais pela compressão. Realização do teste ▪ Medidores de fluxo aéreo: Pneumotacógrafos ▪ Calibração com seringa padrão de 3 litros: Gerando diferentes fluxos (1 a 6 segundos); ▪ O técnico (deve ser capacitado) deve explicar as manobras a serem realizada; ▪ Tempo é um fator importante: Início da expiração (o paciente não pode hesitar em soprar); Duração da expiração; ▪ Critérios para uma espirometria de boa qualidade: Dependente do técnico, paciente e médico. S3 Medicina Alina Villela Principais variáveis Volume; Fluxo (velocidade com que o ar sai); Tempo. • Capacidade vital (lenta ou forçada): CVL / CVF • Volume expiratório forçado no primeiro segundo: VEF1 (na asma, por exemplo, vai estar reduzido); Geralmente mais de 70% de CVF • VEF1/CVF (capacidade vital forçada) cerca de 0,7 a 0,8; reduz com a idade; • Pico de fluxo expiratório (PFE): Reprodutibilidade dependente do esforço (paciente precisa fazer pelo menos 3 manobras); • Fluxo expiratório forçado (FEF) entre 25 e 75% da CVF: FEF 25 -75; avalia a pequena via aérea. Critérios para uma espirometria de boa qualidade Pelo menos 3 testes aceitáveis: ▪ Inspiração máxima antes do início do teste ▪ Início satisfatório da expiração ▪ Evidência de esforço máximo ▪ Volume retro extrapolado < 5% da CVF ou 150 ml (o que for maior) ▪ Diferença entre os três maiores valores do PFE < 10% ▪ Expiração sem hesitação Duração satisfatória do teste: ▪ Em geral < 6 segundos ▪ Pelo menos 10 segundos na presença de obstrução, idealmente 15 segundos Término: ▪ Platô no último segundo ▪ Desconforto acentuado ou risco de síncope Artefatos ausentes: ▪ Tosse no primeiro segundo ▪ Vazamento ▪ Obstrução da peça bucal ▪ Ruído glótico Resultados reprodutíveis: ▪ CVF e VEF1: os dois maiores valores devem diferir < 150 mL ▪ Se estes critérios não são preenchidos após oito tentativas, interrompa o exame e siga com a interpretação usando os três melhores testes Seleção das curvas para interpretação: ▪ Qualidade aceitável ▪ Maior CVF ▪ Maior VEF1 das curvas com pico de fluxo expiratório aceitáveis ▪ Fluxos instantâneos da curva com maior soma de CVF e VEF1, obedecendo o critério anterior. Como medir o esforço? ▪ Pela velocidade máxima que o ar sai, medida através do PFE. ▪ No paciente a cima, descartou-se a primeira curva porque o PFE foi o menor das 4; ▪ CVF e VEF se pega o maior valor das 4 curvas; FASE EXPIRAT ÓRIA FASE INSPIRAT ÓRIA S3 Medicina Alina Villela Interpretação da espirometria Classicamente, os distúrbios ventilatórios podem ser classificados como: ▪ Normal; ▪ Distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO); ▪ Distúrbio ventilatório restritivo (DVR); ▪ Distúrbio ventilatório misto (DVM). Espirometria normal: → A CVF, o VEF1, a relação VEF1/VF(F), o FEF25-75% e o TFEF25-75% estão acima do limite inferior de referência, com morfologia inalterada de alça fluxo/volume. → Deve haver interpretação clínica + radiológica. Exemplo: Distúrbio ventilatório obstrutivo: → Presente nas condições em que há redução do fluxo aéreo expiratório, pelo aumento da resistência nas vias aéreas e/ou pela perda do recuo elástico (ex: enfisema). → Caracteriza-se por: ▪ ↓ da relação VEF1/CV(F) ▪ ↓ VEF1 (avalia a gravidade); Aspecto “escavado” da alça respiratória ajuda a corroborar o diagnóstico (em forma de cadeira de praia); Obstrução pura: sem restrição associada (queda da CVF); volume residual normal; aumento proporcional do VR e da CPT; aumento do VEF1; FEF25-75% < 60% do previsto for o único alterado: se suspeita clínica elevada. Distúrbio ventilatório restritivo: → Redução proporcional dos volumes pulmonares: CV e CVF (avalia a gravidade); suspeita de restrição; → A espirometria da o diagnóstico de restrição? Não! E sim a pletismografia, pois mede a CPT. → Definição pela redução da CPT. → VEF1/CVF normal ou elevada; → Geralmente com aumento do FEF25- 75% → Diagnóstico probabilístico: chance maior quando a redução da CVF for maior que 50% Exemplo 1: espirometria sugestiva com distúrbio ventilatório restritivo leve, pois a CVF está acima de 60% do previsto. Exemplo 2: espirometria com distúrbio ventilatório obstrutivo, pois relação está reduzido. S3 Medicina Alina Villela Broncodilatação farmacológica → Repetir as manobras espirométricas 15 a 20 minutos após 400 mcg de salbutamol via aerossol dosimetrado; → Aumento do fluxo (VEF1) e/ou volume ▪ Depende: ▪ Histórico clínico ▪ Probabilidade pré-teste ▪ Presença de DVO ou não na espirometria basal → A ausência de resposta ao broncodilatador não prediz a resposta terapêutica clínica. (ex: DPOC) → Uma resposta positiva do broncodilatador caracteriza-se pelo aumento do fluxo (VEF1) e/ou dos volumes aéreos acima do VR ou da CRF, isto é, menor hiperinsuflação. → A interpretação do teste depende do histórico clínico, probabilidade pré- teste e da presença ou não de DVO na espirometria basal. Paciente teve resposta ao broncodilatador se houver uma variação do VEF1: 200 ml e 7%. Pré broncodilatador normal; Pós: VF1 variou 280 ml e mais de 7%; Exame não é normal, pois há uma suspeita clínica com resposta ao broncodilatador. Broncoprovocação farmacológica → Repetir as manobras espirométricas após a inalação de doses progressivamente mais concentradas de substâncias broncoconstrictoras (histamina, metacolina ou carbacol). → PD20VEF1: A menor concentração da substância capaz de promover um descenso do VEF1 igual ou superior a 20% em relação ao valor basal → Útil na investigação de: ▪ Investigação de asma com espirometria normal ▪ Investigação de tosse crônica ▪ Dispneia de origem indeterminada Medida dos Volumes Pulmonares Estáticos Os volumes estáticos ou absolutos representam os diferentes compartimentos volumétricos pulmonares. São estabelecidos por manobras que prescindem das condições vigentes do fluxo aéreo, embora muitos determinantes dos volumes pulmonares tenham origens dinâmicas. Pletismografia; CPT; VR; CRF; Raw; Gaw; DLCO. O que os principais parâmetros nos informam? O que aCVF nos diz? A capacidade vital forçada nos dá uma estimativa do volume pulmonar. Não é um dado fidedigno, pois não temos como mensurar o VR durante a espirometria. O que a relação VEF1/CVF nos diz? Indica se há ou não obstrução ao fluxo de ar. O que o VEF1 nos diz? Se há atraso na liberação do ar durante a expiração. Ex.: pacientes com DPOC tem tempo de expiração prolongado pelo aprisionamento d ar, por isso no primeiro segundo eliminam um volume inferior ao normal. Auxilia na classificação da gravidade. S3 Medicina Alina Villela Redução do VF1 maior do que do CVF. VF1 reduzido e CVF reduzido. VEF/CVF reduzido = obstrutivo VF1 e CVF reduzido (“proporcionais”) Não teve diferença pós broncodilatador Todos os padrões são reduzidos, mas a redução do CVF é mais próxima da redução do VF1.