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1 – Maria Paula M. Mattei 1 Ciclo celular Fase M: mitose (quando o núcleo se divide) e citocinese (célula se divide em 2). Interfase: Fase S: replica seu DNA Fase de intervalo Gap1 e Gap2: A célula monitora tanto seu estado interno como o meio externo. Em determinados pontos em G1 e G2, a célula decide se vai prosseguir para a próxima fase ou interromper o processo para permitir mais tempo para se preparar. Sistema de Controle do Ciclo Celular: Garante que os eventos do ciclo celular ocorram na sequência estabelecida e que cada processo tenha sido completado antes que o próximo se inicie. Os mecanismos responsáveis por esse controle são chamados de pontos de verificação, que podem não acionar a próxima etapa no ciclo, a não ser que a célula esteja preparada apropriadamente. CDK é constante. Pontos principais: 1. Transição G1 -> S: confirma que o meio é favorável para a proliferação antes de prosseguir para a replicação do DNA (nutrientes e moléculas-sinal). Caso esse requisito não seja cumprido, a célula atrasar seu progresso por G1 ou entrar em G0 (zero – estado de repouso). Ciclina G1/S e P53 (se tudo certo, P53 fica quieto, caso tenha problema, o P21 inibe a CDK). ⇨Nesse ponto, o sistema de controle é regulado por sinais oriundos de outras células estimulam a proliferação celular quando mais células são necessárias – e bloqueiam quando não o são. ⇨A proteína Rb está desfosforilada no início do G1, ela fica ligada ao E2F. 2. Transição G2 -> M: confirma que o DNA não apresenta danos e está totalmente replicado, assegurando que a célula não entre em mitose, a menos que o seu DNA esteja intacto. Participação da ciclina D. 3. Durante mitose: assegura que os cromossomos duplicados estão apropriadamente ligados ao fuso mitótico, antes que o fuso separe os cromossomos e os segregue para as duas células-filhas. Ação da APC-c que permite a divisão dos cromossomos. 1 – Maria Paula M. Mattei 2 4. fase S com ciclina A que permite a replicação do cromossomo e ciclina D O sistema de controle depende de proteínas-cinase ativadas ciclicamente chamadas Cdks que ficam fosforilando (proteínas-cinase) e desfosforilando (proteínas-fosfatase). Proteínas-cinase: estão presentes nas células em proliferação durante todo o ciclo celular, mas são ativadas apenas em momentos apropriados no ciclo. Sua ativação e inibição são feitas por proteínas de controles – ciclinas. As cinases do sistema de controle do ciclo celular são, por isso, conhecidas como proteínas-cinase dependentes de ciclina, ou Cdks. Ciclinas: Não têm atividade enzimática por si mesmas, elas precisam ligar-se às cinases antes que as cinases possam tornar-se enzimaticamente ativas. diferentemente das Cdks (número constante, só ficam inativadas), as suas concentrações variam de maneira cíclica durante o ciclo celular. A síntese ocorre em todo o processo. ⇨ Diferentes complexos de ciclina-CDK promovem o início de diferentes etapas do ciclo celular. Cada um desses complexos ciclina-Cdk fosforila um grupo diferente de proteínas- alvo na célula. Ciclina-M e cdk 1 (M-Cdk): atua em G2 promovendo o início da fase M. Ciclinas S (S-Cdk) e ciclinas G1/S (G1/S-Cdk): ligam-se a proteínas Cdk distintas no final de G1 e ajudam a progressão pela fase S. Cilcina E com Cdk2 -> G1-Cdks: promovem a decisão da célula entrar em divisão. Se liga à Rb e faz com ele se fosforile e desgrude de E2F para o DNA ficar livre para transcrição. ⇨ Regulação das Concentrações de Ciclina: Aumento: causado pela transcrição aumentadas dos genes de ciclina. Decaimento: degradação específica da proteína. A degradação das ciclina M e S durante a fase M depende de um complexo enzimático chamado complexo promotor de anáfase (APC). Esse complexo marca essas ciclinas com uma cadeia de ubiquitina. As proteínas marcadas dessa forma são direcionadas aos proteassomos, onde são rapidamente degradadas. A degradação pode ajudar na transição de uma fase do ciclo para próxima. Ativação: A ciclina-Cdk precisa ser desfoforilada para se tornar ativa. Por isso embora as concentrações de ciclina aumentem de forma gradual, a atividade dos complexos ciclina-Cdk associados tende a ser iniciada 1 – Maria Paula M. Mattei 3 abruptamente no momento apropriado do ciclo celular. Portanto, as proteínas-cinase e as fosfatases regulam a atividade de complexos ciclina-Cdk específicos e ajudam a controlar a progressão pelo ciclo celular. Desativação: atividade das Cdks também pode ser modulada pela ligação de proteínas inibidoras de Cdk, que bloqueiam a formação ou atividade de ciclina-Cdk. A pausa nesse ponto de verificação dá à célula mais tempo para crescer, ou permite que ela espere até que as condições extracelulares sejam favoráveis para a divisão. Fase G1 Período de elevada atividade metabólica, crescimento celular e reparo, G1 é um ponto importante de tomada de decisões para a célula. A maquinaria de controle do ciclo celular pode pausar a célula de forma transitória em G1 (ou em um estado não proliferativo prolongado, G0), ou permitir que ela se prepare para entrar na fase S. Para que a célula entre em G1 depois da fase M, deve inativar S-Cdk e M-Cdk (que permitem a duplicação de DNA). A inativação ocorre pelo bloqueio da produção de ciclinas. As células apenas se replicam com os sinais externos (mitógenos), produzidos por outras células. Se esse mitógeno não for produzido, a célula permanece em G1. Para reversão desse quadro, precisa de um acúmulo de ciclinas. O acúmulo dessas ciclinas aciona uma onda de atividade de G1/S-Cdk, que por fim remove os controles negativos que, caso contrário, bloqueiam a progressão de G1 para a fase S. 1 – Maria Paula M. Mattei 4 Outro controlador é a proteína Rb, que se liga em reguladores de transcrição impedindo que a replicação ocorra. Os mitógenos revertem a inibição mediada por Rb, acionando as ciclinas-Cdks. Elas fazem o Rb se dissociar dos reguladores. G0: Baixo metabolismo, mas não se divide (neurônio) ⇨ Dano ao DNA enquanto a célula está em G1: Danos ao DNA faz com que a proteína p53 aumente, que ativa a transcrição de p21, uma proteína que inibe G1/S-Cdk e S-Cdk, impedindo que eles conduzam a célula para a fase S. O aprisionamento do ciclo celular em G1 permite que a célula tenha tempo para reparar o DNA danificado antes de replicá-lo. Se o dano ao DNA for muito severo para ser reparado, p53 pode induzir a célula a iniciar o processo de morte celular programada, chamado de apoptose. Caso p53 não esteja presente ou esteja defeituosa, a replicação do DNA danificado conduz a uma alta taxa de mutações e à produção de células que tendem a se tornar cancerosas. Fase S: S-Cdk inicia a replicação do DNA e impede a repetição do processo. Na primeira etapa do início da replicação, ORC (complexo de reconhecimento da origem) recruta uma proteína denominada Cdc6. S-Cdk possibilita a fosforilação de Cdc6, o que a marca para degradação. Eliminação de Cdc6 ajuda a assegurar que a replicação do DNA não possa iniciar novamente durante o mesmo ciclo celular. - Não se preocupar - Fase M: O problema central para a célula na fase M é segregar precisamente os cromossomos que foram duplicados na fase S anterior. Os complexos M-Cdk se acumulam durante G2. Ela ajuda a preparar os cromossomos duplicados para a segregação e induzir a formação do fuso mitótico. 1 – Maria Paula M. Mattei 5 Alelo Supressor, Proto-oncogene e Oncogene e seu papel no ciclo Alelo Supressor: São genes normais que retardam a divisão celular, reparam erros do DNA ou indicam quando deve ocorrer apoptose. As mutações e eventos epigenéticos, como a hipermetilação de DNA, levam à redução da atividade das proteínas codificadas por esses genes com inativação e perda de função. Recessivo, ajudam a manter os tecidos normais. Protetores:Regulam diretamente o ciclo celular Manutenção: reparam danos causados ao DNA Rb Proto-Oncogene: São genes que normalmente ajudam às células a crescer. Quando um proto-oncogene sofre mutações ou existem muitas cópias do mesmo, torna-se um oncogene, que pode ficar permanentemente ligado ou ativado quando não deveria ser assim. Quando isso acontece, a célula cresce fora de controle, o que pode levar ao câncer. MYC, FOS, Ciclina, CDK, P53, BRCA Conversão em Oncogenes: Mecanismos genéticos: translocação, amplificação gênica e mutação, ou por eventos epigenéticos, que resultam em ativação ou ganho de função. Oncogene: 1 – Maria Paula M. Mattei 6 Forma ativada ou superexpressão do proto-oncogene. Mutação dominante (se um der merda a pessoa tem câncer) Ativa fatores de crescimento e de transcrição. Uma diferença importante entre oncogenes e genes supressores do tumor é que os oncogenes resultam da ativação de proto-oncogenes, enquanto que os genes supressores do tumor provocam câncer quando eles são inativados. Os oncogenes codificam proteínas chamadas oncoproteínas que participam na transdução de sinais durante várias etapas do ciclo celular. Existem 4 categorias de oncogenes que estão associados a divisão celular e desenvolvimento de câncer que são: fator de crescimento, receptor de fator de crescimento, proteínas envolvidas na transdução de sinais e proteínas reguladoras nucleares. Falhas no Ciclo pela Ação da Epigenética e Mutações O desenvolvimento e a progressão do câncer deriva da expansão clonal de uma única célula somática que adquire uma série de alterações genéticas e epigenéticas, que resultam na alteração da atividade de múltiplos genes. Interação entre fatores exógenos (carcinógenos químicos, radiações, viroses) e endógenos (suscetibilidade interindividual, idade, estado hormonal), levando ao aumento do estresse oxidativo, pode resultar em danos ao DNA. Mutações: Algumas alterações de sequências do DNA têm pouco ou nenhum efeito sobre o fenótipo (neutras ou silenciosas). A maioria das alterações que contribui para o desenvolvimento do câncer é adquirida principalmente na forma de translocações cromossômicas, deleções, inversões e amplificações, podendo ser observada nas células tumorais. Os rearranjos que justapõem duas regiões cromossômicas diferentes podem envolver proto-oncogenes, e deleções podem provavelmente coincidir com a localização de genes supressores tumorais ou genes responsáveis pelo reparo a danos no DNA. Translocação: As translocações cromossômicas podem gerar duas consequências principais: a justaposição de uma sequência gênica codificadora próxima à região promotora ou enhancer de um gene transcricionalmente ativo, determinando o aumento de expressão gênica ou podendo resultar 1 – Maria Paula M. Mattei 7 na formação de uma fusão gênica (ou gene quimérico), que pode ser utilizado como um potencial marcador de células tumorais. Cromossomo Filadélfia. Deleção: perda de segmentos genômicos e/ou cromossômicos, os quais ocorrem comumente em regiões do genoma suscetíveis a quebras e rearranjos estruturais (sítios frágeis). Na maioria das vezes, isso ocorre porque essas alterações comprometem a função dos supressores tumorais Inversão: rearranjo de uma sequência dentro do mesmo cromossomo. Podem resultar na ativação de proto-oncogenes pelo mecanismo de fusão gênica. Amplificação: duplicação ilegítima do DNA a cada ciclo celular e consequente aumento de múltiplos segmentos de DNA. Em tumores, a maioria dos exemplos estudados de amplificação envolve oncogenes ou genes relacionados à resistência a drogas. Inserção: ocorre quando os retrovírus se integram no genoma hospedeiro próximo a um proto- oncogene levando à sua expressão anormal. Mutações pontuais adição ou deleção de nucleotídeos Pontual: mudança de nucleotídeo Cromossômica: muda o cromossomo Translocação ou Numérica Uma nova classe de sequências regulatórias tem sido identificada. Essas sequências, altamente conservada entre as espécies, estão dispersas no genoma e codificam pequenas moléculas. Funcionais de RNA fita dupla, denominados miRNAs, que atuam na regulação pós-transcricional da expressão gênica. Análises moleculares e computacionais têm demonstrado que aproximadamente 30% dos genes humanos conhecidos, incluindo oncogenes e genes supressores tumorais, são alvos de miRNAs. Copy Number Variations (CNVs) Variações estruturais submicroscópicas do número de cópias de segmentos de DNA, abrangendo algumas milhares de bases de DNA até várias megabases resultando em duplicações, inversões ou deleções de sequências intermediárias. Apesar de algumas variações genômicas comuns presentes em populações saudáveis não influenciarem diretamente o fenótipo, muitas delas coincidem com genes associados à carcinogênese. Se quiser epigenética: tratado de oco 291 Referêcias ALBERTS, Bruce et al. Fundamentos da Biologia Celular. 4. ed. Artmed, 2017. INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Tratado de Oncologia. 1, ed. Atheneu, 2013.
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